a bacia araÍba do sul - livro d bacia do rio...

68

Upload: trinhngoc

Post on 11-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

1

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

2

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

3

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

4

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

5

1 Apresentação

2 Breve Histórico

3 Características Principais da Bacia

4 Ocupação e Uso do SoloCobertura Vegetal e Uso Atual do Solo

Unidades de Conservação

Vulnerabilidade Ambiental - Potencial e

Impactos da Erosão

5 Recursos HídricosHidrografia

Disponibilidade Hídrica

Usos e Demandas Hídricas

6 Saneamento AmbientalAbastecimento de Água

Esgotamento Sanitário

Resíduos Sólidos Urbanos

Resíduos Sólidos Industriais

Drenagem Urbana

Sumário

7 Qualidade da ÁguaDiagnóstico

Simulação

8 Enquadramento das ÁguasLegislação Federal

Legislação do Estado de São Paulo

Legislação do Estado de Minas Gerais

Legislação do Estado do Rio de Janeiro

9 Programa de InvestimentosRio de Janeiro

Minas Gerais

São Paulo

10 Projeto Inicial

11 Organização da GestãoCEIVAP

Outros Organismos da Bacia

Agência Nacional de Águas

Glossário

79

1113

23

33

40

47

51

6264

68

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

6

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

7

A importância política e econômica da bacia do rio Paraíba do Sul no contexto nacional

vem exigindo ações do Governo e a mobilização de diversos setores da sociedade para a

recuperação dessa bacia que, em decorrência da poluição, dentre outros fatores, tem registrado

acelerado processo de degradação dos seus recursos hídricos.

Estudos recentemente realizados, mencionados neste documento, não deixam dúvidas

de que os altos índices de contaminação das águas do Paraíba do Sul, em função de seu uso

predatório e descontrolado, fruto, em grande parte do descaso ou desconhecimento de seus

usuários - ao mesmo tempo, seus maiores beneficiários - clamam por ações reparadoras

capazes de reverter esse processo e assegurar à atual e às futuras gerações a necessária

disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos.

Ações dessa natureza hoje só logram êxito se emanadas de eficiente sistema de gestão dos

recursos hídricos, estruturado consoante a Lei Federal 9.433/97, que estabelece em seus

fundamentos o princípio de que a água é um recurso natural limitado, dotado de valor

econômico, e de que a unidade territorial para a gestão dos recursos hídricos é a bacia hidrográfica.

Este documento pretende expor, em síntese, o conhecimento acumulado e sistematizado

sobre os fatores relacionados à conservação e recuperação dos recursos hídricos na bacia do rio

Paraíba do Sul, como também apresentar os esforços até hoje envidados naquela bacia com

ênfase nos projetos mais recentemente executados.

1 . Apresentação

AP

RE

SE

NT

ÃO

Mapa de Localização daBacia do Paraíba do Sul

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

8

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

9

A primeira iniciativa governamental de alcance interestadual voltada para a gestão dos recursoshídricos da bacia do rio Paraíba do Sul, foi a criação do Comitê Executivo de Estudos Integradosda Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (CEEIVAP), no final da década de 1970. O CEEIVAPfoi responsável pela execução de vários estudos, os Projetos Gerenciais, que propunham aimplementação de ações multissetoriais destinadas à recuperação e ao gerenciamento da bacia.

Apesar de contar com amparo legal, com base na Portaria Interministerial n.º 90, promulgadaconjuntamente pelos Ministérios das Minas e Energia e do Interior em 1978, o CEEIVAP tinhafunção eminentemente consultiva, cuja finalidade era "sugerir, às autoridades federais e estaduais,medidas para a efetiva recuperação e proteção dos recursos naturais, objetivando harmonizar odesenvolvimento econômico, que aí ocorre, com as necessidades de preservação do ambiente,mormente dos recursos hídricos, indispensáveis à população e às atividades aí desenvolvidas".

Embora tenha sido importante a contribuição do CEEIVAP naidentificação e proposição de ações para a recuperação da bacia, não houve

suficiente apoio político para, de fato,implementar as medidas propostas.

Em 1992, em decorrência da experiênciabem-sucedida da bacia do rio Doce, teve inícioa Cooperação França-Brasil para a bacia do rioParaíba do Sul. Essa Cooperação, ao longo desete anos, realizou amplo trabalho deatualização, aquisição e sistematização de dados

relacionados aos recursos hídricos da bacia, sobretudo relativos à qualidadeda água e à atividade industrial.

Em 22 de março de 1996, pelo Decreto n.º 1.842 o Presidente da Repúblicainstituiu o novo Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíbado Sul (CEIVAP), instalado em 18 de dezembro de 1997. Esse foi oprimeiro passo para a efetiva implantação de um novo modelo de gestão nabacia, fortalecido mediante a aprovação da Lei 9.433/97, que instituiu aPolítica Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de RecursosHídricos, e das leis estaduais de recursos hídricos dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro eMinas Gerais, as quais ainda se encontram em fase de regulamentação.

Antes disso, porém, em junho de 1996, o Governo Federal celebrou convênios com osEstados do Rio de Janeiro e São Paulo, visando à elaboração de programas de investimentos paraa recuperação ambiental da bacia no âmbito do Projeto Qualidade das Águas e Controle daPoluição Hídrica (PQA) da então Secretaria de Política Urbana do Ministério do Planejamento e

2 . BreveHistórico

1-Piscicultura em Paraibuna (SP)2-Aqüicultura na Região Serrana3-Olericultura na Região Serrana4-Reservatório da tomada d’águade Leopoldina (MG)

BR

EV

E H

IS

RI

CO

1

2

3 4

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

10

Viveiro de mudas,Paraibuna (SP)

Orçamento (SEPURB/MPO). O Estado de Minas Gerais, à época da celebração desses instrumentos, passava poruma reestruturação institucional e não pôde assinar o convênio.

No entanto, o Programa de Investimentos referente ao trecho mineiro da bacia foi elaborado posteriormente comoparte do Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul. Os estudos resultantesdesses convênios começaram em janeiro de 1997 e foram concluídos em março de 1999.

O conjunto dos investimentos previstos no PQApara os três Estados, a serem implementados numperíodo de 20 anos, foi estimado em R$ 3,0 bilhões. Noentanto, os estudos realizados demonstram que,mediante um eficiente sistema de gestão e se a cobrançapelo uso da água for introduzida na bacia, já a partir doquarto ano da cobrança os recursos gerados serão capazesde garantir a totalidade dos investimentos previstos.

Após a conclusão do PQA, a Secretaria de RecursosHídricos do Ministério do Meio Ambiente (SRH/MMA),intermediada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC)do Ministério das Relações Exteriores, e o BancoInternacional para Reconstrução e Desenvolvimento(Banco Mundial), em articulação com os três Estados e oCEIVAP, decidiram executar, com recursos de um Grantdo Governo japonês, o Projeto Preparatório para oGerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul.

O Projeto Preparatório - executado pelo Laboratóriode Hidrologia da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal doRio de Janeiro (COPPE/UFRJ) - foi coordenado pela SRH/MMA e administrado pela Organização das NaçõesUnidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Contou com o estreito acompanhamento do CEIVAP, pormeio de suas câmaras técnicas e seu Escritório Técnico. Seu objetivo central consistiu em elaborar o Projeto Inicial,visando à implantação da gestão dos recursos hídricos na bacia mediante a execução de parte das intervençõespropostas no PQA, envolvendo investimentos da ordem de US$ 40 milhões. Metade desse valor seria provenientede financiamento pelo Banco Mundial.

Recentemente, com a instalação da Agência Nacional de Águas (ANA), esse processo adquiriu nova dinâmica, comdestaque para a implantação da cobrança dos recursos hídricos, aprovada pelo CEIVAP para ter início a partir do anode 2002, a criação de sua Agência de Bacias, que deverá ocorrer ainda em 2001, e o lançamento do Programa Nacionalde Despoluição de Bacias Hidrográficas, que será implantado prioritariamente na bacia do rio Paraíba do Sul.

BR

EV

E H

IS

RI

CO

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

11

Com uma área de drenagem de cerca de 55.500km², abacia do rio Paraíba do Sul localiza-se na Região Sudesteentre os Estados de São Paulo (13.900km²), Minas Gerais(20.700km²) e Rio de Janeiro (20.900km²), conforme mostrao mapa político-administrativo da bacia na página seguinte.

A bacia do Paraíba do Sul drena uma das regiões maisdesenvolvidas do país, abrangendo parte do Estado deSão Paulo, na região conhecida como Vale do ParaíbaPaulista, parte do Estado de Minas Gerais, denominadaZona da Mata Mineira, e metade do Estado do Rio deJaneiro. Em toda essa extensão há atualmente 180municípios, 36 dos quais estão parcialmente inseridos nabacia, distribuídos como mostra o mapa político -administrativo da bacia.

A população total da bacia, segundo a contagem doIBGE de 1996, é de 5.246.066 habitantes, 87% dos quaisvivem nas áreas urbanas. A tendência de concentraçãopopulacional nas áreas urbanas, como pode ser observadona tabela, segue o mesmo padrão de outras regiõesbrasileiras e é um dos fatores responsáveis pelo aumentoda poluição hídrica na bacia.

Os estudos demográficos elaborados nos projetos doPQA e no Projeto Preparatório sobre as cidades paulistas,mineiras e fluminenses da bacia do Paraíba do Sulapresentam as seguintes projeções populacionais:

3 . Características Principais da Bacia

Vista parcial da cidade de Barra do Piraí (RJ),banhada pelo Paraíba do Sul

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

12

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

13

Até meados do século XVIII, a agricultura e a pecuária concentravam-se na faixa litorânea doterritório brasileiro, onde a monocultura da cana-de-açúcar e as pastagens substituíam as árvores e osanimais da Mata Atlântica. A maior parte da bacia do Paraíba do Sul era coberta de florestas.

A extensão e a forte declividade da Serra do Mar constituíram, por muito tempo, importanteobstáculo à expansão da economia colonial nas terras da bacia e em boa parte das regiões Sul e Sudeste.

Nas últimas décadas do século XVIII, teve início a segunda grande monocultura agrícola deexportação do país - o café - expandindo-se, a partir dos núcleos de apoio das rotas de exploração deminérios do interior, entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

Tal como a cana-de-açúcar, a cafeicultura desenvolveu-se sob um "tripé colonial": monocultura,latifúndio e trabalho escravo - onde o cuidado com o que hoje se chama capacidade de uso das terrasera absolutamente inexistente. Em pouco tempo, as lavouras de café expandiram-se pelas terras doVale do Paraíba, destruindo, "a ferro e fogo", suas matas naturais.

O modo inadequado de cultivo do café, em linhas ao longo das encostas em uma região de relevopredominantemente acidentado, levou a cafeicultura rapidamente à decadência, reduzindo a extensão ea importância econômica do café em menos de um século de exploração. Enquanto avançava adecadência da cafeicultura, a pecuária se desenvolvia, substituindo a agricultura como atividade econômicaprincipal, até meados do século XX, quando o país entra na era industrial, transformando a região deuma condição de economia e população essencialmente rurais para uma condição predominantementeurbana, em menos de três décadas.

4 . Ocupação e Uso do Solo

OC

UP

ÃO

E U

SO

DO

SO

LO

1-Viveiro de mudas, Paraibuna (SP)2-Área de reflorestamento com eucalipto,Sta. Maria Madalena (RJ)3-Área de reflorestamento com pupunha,Sta. Maria Madalena (RJ)

2 31

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

14 OC

UP

ÃO

E U

SO

DO

SO

LO

As florestas naturais, que ocupavam a maior parte da bacia antes da expansão da cafeicultura, estãohoje reduzidas a 11% do território, em remanescentes isolados e que são mais expressivos apenasonde o relevo se torna montanhoso, como nas cristas da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira,principalmente na região de Itatiaia.

De acordo com o mapeamento utilizado, ocorrem na bacia duas categorias de florestas, ambasconsideradas parte do bioma Mata Atlântica que se estende de norte a sul da costa atlântica brasileira eestá reduzido a 7% de sua extensão original: a floresta ombrófila, sob influência de clima mais úmido,e a floresta estacional, que se distribui nas áreas de clima mais seco, com períodos secos bem pronunciadosnos meses de inverno (julho a setembro).

Do que restou de florestas na bacia, a floresta ombrófila ocupa maior área, respondendo por 67%dos remanescentes florestais, sendo que a maior parte (52%) situa-se no Estado de São Paulo, 46% noRio de Janeiro e 2% em Minas Gerais. Dos remanescentes de floresta estacional, 51% estão em terrasmineiras, 47% em terras fluminenses e apenas 2% no trecho paulista da bacia.

A distribuição das classes de vegetação e uso do solo, observada no mapa de cobertura vegetal, foiidentificada a partir da interpretação visual de imagens de satélite LANDSAT-TM em escala 1:100.000,tomadas no período 1993-95. A área ocupada por classe, em hectares, pode ser vista na tabela a seguir:

Cobertura Vegetal e Uso Atual do SoloCobertura Vegetal e Uso Atual do SoloCobertura Vegetal e Uso Atual do SoloCobertura Vegetal e Uso Atual do SoloCobertura Vegetal e Uso Atual do Solo

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

15

1-Área de pastagem degradadaem São Sebastião do Alto (RJ)2-São José do Vale do Rio Preto (RJ)3-Área cultivada, Sumidouro (RJ),Região Serrana

OC

UP

ÃO

E U

SO

DO

SO

LO

Apesar de a área de florestas na bacia do Paraíba do Sul já estar severamente reduzida,a destruição persiste, tanto por exploração de madeira e lenha, como por incêndiosacidentais ou criminosos.

No estado mineiro, embora os investimentos em silvicultura para a produção decarvão vegetal tenham aumentado nos últimos anos, as matas nativas continuam sendoregularmente exploradas para lenha e carvão. Segundo o IBGE, Minas Gerais é o maiorconsumidor de florestas para carvão vegetal, respondendo pela metade do que foi extraídoem todos os estados no período 1990-97. No trecho mineiro da bacia, a quantidade decarvão vegetal proveniente de matas nativas nos oito últimos anos (85.000 toneladas)foi superior à de 13 estados brasileiros, incluindo todos da Região Norte, exceto o Pará(maior produtor de carvão depois de Minas Gerais).

Em termos de área ocupada, a pecuária aparece ainda como principal forma de usodo solo na bacia, embora boa parte do que se classifica como campo/pastagem (vermapa de cobertura vegetal e uso do solo) seja de terras degradadas, com pouca ounenhuma atividade agropecuária. Enquanto a classe de campo/pastagem ocupava, em1995, cerca de 37.500 km² (70% das terras da bacia), o Censo Agropecuário do IBGEregistrava, no mesmo ano, uma área 25% menor utilizada efetivamente como pastagemno conjunto dos municípios da bacia.

Segundo o IBGE, a atividade agropecuária sofreu significativa redução no período1985-1995 em quase todos os municípios da bacia, principalmente na região de lavouras,que sofreu reduções de 35% em Minas Gerais, 41% no Rio de Janeiro e 46% em SãoPaulo (ver gráfico a seguir). A redução da área utilizada com pastagens ocorreu apenas empastagens "naturais" (menos 17% em média), ou seja, aquelas que são renovadas à custade queimadas anuais, sem preparo do solo e plantio de gramíneas. As pastagens plantadas,ao contrário, aumentaram, mas não o suficiente para compensar a redução na área daspastagens naturais.

Acompanhando as perdas na atividade agropecuária, verifica-se que a população ruralcontinua diminuindo. Em termos de pessoal ocupado com essa atividade, houve reduçãode 30%, aproximadamente, em toda a bacia entre 1985 e 1995. Hoje, 86% da populaçãoda bacia concentram-se em área urbana.

1

2

3

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

16

Unidades de ConservaçãoUnidades de ConservaçãoUnidades de ConservaçãoUnidades de ConservaçãoUnidades de Conservação

Há um razoável número de Unidades de Conservação (UC) nabacia, embora metade ou mais dos remanescentes florestais não estejaprotegida como U.C. Mesmo as áreas legalmente protegidas emUnidades de Conservação, na prática, não usufruem dessa condição.Em todas elas são comuns ações ilegais de extração de madeira, palmitoe plantas ornamentais e de caça e pesca, além de queimadas e ocupaçõesirregulares. As áreas de remanescentes florestais não enquadradas nessasunidades, embora “protegidas" por outras leis ambientais (CódigosFlorestal, de Caça e Pesca e das Águas, Decreto Federal nº 750/93 deProteção da Mata Atlântica, etc.), são ainda muito mais suscetíveis aodesmatamento e outras ações predatórias.

Pelo Decreto Federal nº 91.304, de 3/6/85, que dispõe sobre aimplantação de Área de Proteção Ambiental nos Estados de MinasGerais, Rio de Janeiro e São Paulo, foi criada a APA Federal da Serrada Mantiqueira, que une os três Estados da bacia. Em São Pauloabrange os municípios de Campos do Jordão, Santo Antonio doPinhal, São Bento do Sapucaí, Guaratinguetá 1, Pindamonhangaba,Cruzeiro, Lavrinhas, Piquete e Queluz. Em Minas Gerais, Baependi,Bocaina de Minas, Delfim Moreira, Itamonte, Itanhandu, Liberdade,Marmelópolis, Passa Vinte, Piranguçu, Pouso Alto, Virgínia,Venceslau Brás e Passa Quatro. No Estado do Rio de Janeiro, osmunicípios de Resende e Itatiaia.

1-Pastagem e remanescente daMata Atlântica, Volta Redonda (RJ)2-Agricultura na Região Serrana3-Viveiro de mudas emSão José do Vale do Rio Preto (RJ)4-Reflorestamento e cultivo de chuchuem São José do Vale do Rio Preto (RJ)

OC

UP

ÃO

E U

SO

DO

SO

LO

1 . Em destaque os municípios que fazem parte da bacia do Rio Paraíba do Sul.

1 2 3 4

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

17

São PauloNo trecho paulista da bacia do Paraíba do Sul estão registradas as seguintes Unidades

de Conservação, de âmbito municipal, estadual e federal:

Minas GeraisAs Unidades de Conservação existentes hoje nos municípios mineiros da bacia somam

uma área total de cerca de 40.000 ha, o que corresponde a pouco mais de 35% da área totalde remanescentes florestais da bacia. Neste cálculo, por falta de dados mais detalhados,considerou-se a área total das UCs, que, em alguns casos, ultrapassa o limite da bacia.

OC

UP

ÃO

E U

SO

DO

SO

LO

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

18

Rio de Janeiro

OC

UP

ÃO

E U

SO

DO

SO

LO

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

19OC

UP

ÃO

E U

SO

DO

SO

LO

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

20

Vulnerabilidade AmbientalVulnerabilidade AmbientalVulnerabilidade AmbientalVulnerabilidade AmbientalVulnerabilidade AmbientalPotencial e Impactos da ErosãoPotencial e Impactos da ErosãoPotencial e Impactos da ErosãoPotencial e Impactos da ErosãoPotencial e Impactos da Erosão

A erosão constitui grave problema na bacia, tendo em vista que ocorre de forma generalizada em praticamentetodos os municípios e está relacionada a diversas causas, bem como a diversas conseqüências, dificultando em muitoa implantação de ações de controle de efeito mais extenso e duradouro.

Dentre os fatores ambientais relacionados à erosão na bacia o relevo é o preponderante. Associado aos tipos desolo e às formas de uso do solo, pode propiciar condições para o rápido avanço de processos intensos de erosão,como as ravinas e as voçorocas.

Os problemas relacionados à erosão não encerram todas as condições de vulnerabilidade ambiental de determinadaregião, mas compreendem ampla gama de fatores que podem agravar os demais. Uma área de alta potencialidade àerosão certamente criará as condições para que problemas de drenagem a jusante sejam agravados pelo aporte desedimentos que reduzirão a capacidade de escoamento das águas nas calhas dos rios. De outro lado, os problemasde saneamento poderão ser agravados peloaumento na quantidade de lixo e poluentesorgânicos carreados com os sedimentosprovenientes da erosão.

Por meio de sistemas de informaçõesgeográficas (SIG) foi avaliada a vulnerabilidadeda bacia do Paraíba do Sul quanto à ocorrênciade erosão de forma qualitativa. Definiu-seuma escala relativa de classes de potencialidadeà erosão, de muito baixa a muito alta, comrelação aos fatores de relevo, solos, vegetação e uso da terra. No caso de relevo e solos, foram utilizados os mapas doProjeto Radambrasil e, no de vegetação e uso do solo, os mapas do então Grupo Executivo para Recuperação e Obrasde Emergência (GEROE) do Estado do Rio de Janeiro.

A avaliação do potencial da bacia a processos erosivos foi realizada em duas etapas: primeiramente, entre oscomponentes do meio físico e, em seguida, entre esses e a vegetação e o uso do solo. A integração temática entre relevoe solos permite visualizar como se distribui a potencialidade à erosão no meio físico, ou seja, no aspecto ambiental,que sofre pouca alteração ao longo do tempo "humano" (não-geológico). O resultado dessa análise demonstrouconsiderável vulnerabilidade à erosão em grande parte da bacia. Em termos de área, há cerca de 1,6 milhão de hectaresno conjunto das classes de alta e muito alta potencialidade do meio físico à erosão.

A análise integrada das classes de vegetação e uso do solo com o mapa do meio físico evidencia a importância dacobertura florestal na contenção dos processos erosivos. Onde ainda há florestas a vulnerabilidade à erosão é reduzida

1-2-Saibreira em área urbana3-Voçorocas, Barra Mansa (RJ)

OC

UP

ÃO

E U

SO

DO

SO

LO

1 2

3

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

21

significativamente, passando das classes de muito alta e alta para baixa e muito baixa (ver mapa desuscetibilidade à erosão). Destaca-se que a classe de média potencialidade tende mais para alta do que parabaixa, considerando-se as observações de campo, onde muitas ocorrências de processos intensos de erosãosão registradas.

A região compreendida no Vale do Paraíba, desde a região de Cruzeiro e Queluz, no trecho paulista dabacia, até a região de Vassouras, no trecho fluminense, principalmente entre o rio Paraíba do Sul e a rodovia

Presidente Dutra, é das mais críticas quanto àocorrência de erosão acelerada, com muitas ravinase voçorocas ao longo das íngremes encostascobertas por ralas pastagens.

O volume de sedimentos transportados parao rio Paraíba do Sul, nessa região, é incalculável, eos resultados podem ser observados na turbidezdo rio e nos problemas de assoreamento dosreservatórios de Funil e do Sistema Light, querecebe as águas do Paraíba do Sul desviadas emBarra do Piraí.

No trecho mineiro da bacia predomina aerosão laminar (ou superficial) com menorocorrência de voçorocas. Esse tipo de erosão, noentanto, é responsável pelas perdas de solo dacamada agricultável, representando redução da jábaixa fertilidade, e suas conseqüências sobre aqualidade das águas são evidenciadas por suaturbidez, mesmo no período seco do ano.

A atividade mineral, especialmente a extraçãode areia e argila, é responsável por grande parte daprodução de sedimentos nos corpos d'água da

bacia. No trecho paulista constitui um dos mais graves problemas ambientais.Grande parte das cidades da bacia vem enfrentando problemas de deslizamentos de encostas em

conseqüência do crescimento rápido e desordenado. Quanto maiores as cidades e mais acidentado o relevo,pior a situação, tal como ocorre na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro (Teresópolis, Petrópolis eNova Friburgo, por exemplo), em Juiz de Fora, Barra do Piraí e Barra Mansa. Nas cidades de menor portetambém há constantes incômodos e perdas materiais e humanas em face dos problemas de ocupação ouerosão das encostas.

1-Voçorocas às margens do Paraíba do Sul2-Erosão em taludes desprotegidos, Barra Mansa (RJ)3-Área de mineração na bacia do rio Pomba (MG)4-Extração de areia por cava5-Turbidez resultante de extração mineral e erosão,rio Pomba (MG)

OC

UP

ÃO

E U

SO

DO

SO

LO

1

4 5

2 3

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

22 OC

UP

ÃO

E U

SO

DO

SO

LO

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

23

HidrografiaHidrografiaHidrografiaHidrografiaHidrografia

O Paraíba do Sul nasce na Serra daBocaina, no Estado de São Paulo, a 1.800mde altitude, e deságua no norte fluminense,no município de São João da Barra,percorrendo uma extensão aproximada de1.150km. Sua bacia tem forma alongada, comcomprimento cerca de três vezes maior que alargura máxima, e distribui-se na direção leste-oeste entre as serras do Mar e da Mantiqueira,situando-se em uma das poucas regiões dopaís de relevo muito acidentado, de colinosoa montanhoso, chegando a mais de 2.000mnos pontos mais elevados, onde se destacao Pico das Agulhas Negras no maciço doItatiaia, ponto culminante da bacia, a2.787m de altitude.

Das poucas áreas planas existentes, citam-se o delta do Paraíba, com extensa planícieflúvio-marinha, que abrange parte dosmunicípios fluminenses de Campos dosGoytacazes, São João da Barra e São Fran-cisco do Itabapoana e, ao longo do rio Paraíbado Sul e de alguns de seus maiores afluentes,planícies fluviais, pouco extensas,destacando-se as bacias sedimentares deTaubaté (SP) e Resende (RJ).

Ao longo de seu percurso, o rio Paraíbado Sul apresenta trechos com característicasfísicas distintas, os quais podem ser divididosde acordo com a seguinte classificação:

5 . Recursos Hídricos

Curso superior: estende-se da nascenteaté a cidade de Guararema (SP), a 572m dealtitude, apresentando fortes declives e re-gime torrencial, com declividade média de4,9m/km e extensão de 317km.

Curso médio superior: começa emGuararema e segue até Cachoeira Paulista(SP), onde a altitude é de 515m. Nesse trecho,o rio é bastante sinuoso e meandrado,percorrendo terrenos sedimentares degrandes várzeas. A declividade média cai para0,19 m/km numa extensão de 208km.

Curso médio inferior: situa-se entreCachoeira Paulista (SP) e São Fidélis (RJ),onde a altitude é de 20m, a declividade média,de 1,0m/km, e sua extensão, 480km. O rioapresenta-se encaixado e com trechosencachoeirados.

Curso inferior: o trecho final do Paraíbaestende-se de São Fidélis à foz, com 95kmde extensão e declividade média de 0,22m/km, atravessando a Baixada Campista,extensa planície litorânea.

Entre seus afluentes mais importantes,destacam-se, pela margem esquerda, os riosJaguari, Paraibuna, Pirapetinga, Pomba eMuriaé e, pela margem direita, Bananal,Piraí, Piabanha e Dois Rios. O mapa dapágina seguinte mostra os principais riosda rede hidrográfica.

1-Barragem do rio Paraibuna,Paraibuna (SP)2-Represa Morro Grande, Areal (RJ)3-Rio Bananal, Barra Mansa (RJ)

RE

CU

RS

OS

DR

IC

OS

2 3

1

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

24 RE

CU

RS

OS

DR

IC

OS

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

25

Com relação ao trecho fluminense, o quadro a seguir apresenta as vazões de 95%, obtidas dos

estudos de modelagem de qualidade da água do PQA/RJ.

As vazões médias de longo termo em algumas estações fluviométricas,

situadas no rio Paraíba do Sul, estão reunidas no quadro a seguir:

Disponibilidade HídricaDisponibilidade HídricaDisponibilidade HídricaDisponibilidade HídricaDisponibilidade Hídrica

Não há, na bacia do Paraíba do Sul, estudo de disponibilidade hídrica integrado

que envolva a bacia como um todo. Os trabalhos existentes foram

desenvolvidos por Minas Gerais e São Paulo e abrangem apenas as áreas da

bacia de cada um desses Estados.

A estimativa das disponibilidades hídricas do trecho paulista baseia-se num estudo

de regionalização de vazões desenvolvido na década de 1980 pelo Departamento

de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE). O estudo de

regionalização de vazões de Minas Gerais, "Deflúvios Superficiais no Estado de

Minas Gerais", foi publicado em 1993 pela Companhia de Saneamento de Minas

Gerais (COPASA-MG). No Estado do Rio de Janeiro, não há estudo atualizado

de regionalização de vazões mínimas, utilizando-se o estudo da Fundação Estadual

de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA), intitulado “Estudo das Vazões

Mínimas dos Principais Cursos de Água do Estado do Rio de Janeiro”.

O quadro a seguir apresenta as vazões de 95% e Q7,10 do rio Paraíba do Sul no

trecho paulista, de acordo com o estudo de regionalização de vazões elaborado no

âmbito do PQA/SP, com o objetivo de simular a qualidade da água do rio Paraíba

do Sul nesse trecho.

RE

CU

RS

OS

DR

IC

OS

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

26

Usos e Demandas HídricasUsos e Demandas HídricasUsos e Demandas HídricasUsos e Demandas HídricasUsos e Demandas Hídricas

No mapa Concentração e Principais Usos da Água, estão localizadas as principais cidades da bacia que usama água para abastecimento e diluição de esgotos domésticos, as usinas hidroelétricas que usam as águas para ageração de energia e as áreas com sistemas de irrigação, definidas pelos estudos da Cooperação França-Brasil.Também são apresentadas as áreas industriais consideradas mais críticas.

Uso UrbanoUso UrbanoUso UrbanoUso UrbanoUso Urbano

A maior parte das sedes municipais e distritais do Estado do Rio de Janeiro e deMinas Gerais dispõe de sistema de abastecimento de água, atendendo a cerca de 85%e 90%, respectivamente, da população atual. O índice médio de atendimento pelossistemas de distribuição de água do trecho paulista é de 96%. O gráfico apresenta aestimativa das vazões atualmente captadas nos três estados.

Além do abastecimento domiciliar da população residente na bacia, as águas do

Paraíba do Sul constituem o principal manancial de abastecimento da RegiãoMetropolitana do Rio de Janeiro, atendendo a uma população de mais de 8 milhõesde habitantes. Aproximadamente 2/3 da vazão do rio (~160m3/s) são captados ebombeados na elevatória de Santa Cecília para as usinas do Sistema Light e, juntamentecom uma vazão de até 20m3/s desviada do rio Piraí, contribuem para o rio Guandu,onde se localizam a captação e a estação de tratamento de água da CEDAE.

O Paraíba do Sul e seus afluentes são os corpos receptores dos efluentes urbanos dabacia e, dessa forma, utilizados como meio de diluição. A ausência de tratamento dosesgotos domésticos na maioria das cidades constitui um dos principais fatores de degradaçãoda qualidade dos recursos hídricos e, ainda, de riscos à saúde da população. As áreas demaior concentração populacional sofrem, naturalmente, situações mais críticas de qualidadeda água, destacando-se os trechos do próprio Paraíba do Sul nas regiões de São José dosCampos, Volta Redonda, Barra Mansa, Barra do Piraí e Juiz de Fora, no afluente Paraibuna,e de Petrópolis, no afluente Piabanha. A estimativa das cargas de DBO remanescenteslançadas nos cursos d'água da bacia pelos três Estados consta do quadro a seguir:

Decantador circular daETA, Santos Dumont (MG)

RE

CU

RS

OS

DR

IC

OS

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

27RE

CU

RS

OS

DR

IC

OS

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

28

A demanda no trecho paulista em 1995 foi de cerca de 10,7m3/s, segundoo PQA/SP e a do trecho fluminense, no mesmo ano, da ordem de 19,7m3/s deacordo com a Cooperação França Brasil. Não se dispõe de estimativa confiávelpara a demanda das indústrias mineiras. Comparando-se, todavia, as demandasdomésticas e industriais de São Paulo e do Rio de Janeiro, verifica-se a importânciado uso da água para abastecimento industrial na bacia do Paraíba do Sul.

O uso para diluição de efluentes industriais ocasiona forte contaminaçãodas águas e da biota aquática na bacia. Embora imprecisos e defasados, osdados sobre poluição industrial são alarmantes.

No setor mineiro da bacia, segundo a Fundação Estadual do Meio Ambiente(FEAM), localizam-se cerca de 2.000 indústrias, entre metalúrgicas, químicas,têxteis, alimentícias, de papel e outras, a maioria das quais se situa na sub-baciado rio Paraibuna, em Juiz de Fora.

Os municípios de Cataguases e Ubá também desenvolvem atividadesindustriais significativas no contexto da bacia. No trecho paulista existem mais de 2.500 indústrias registradas na CETESB.

Destacam-se as químicas, metalúrgicas e siderúrgicas, de material elétrico e eletrônico,petroquímicas, de papel e celulose, alimentícias, têxteis, etc. A despeito da enormidadedo parque fabril, não mais de 20 indústrias são responsáveis por 85% da cargaquímica lançada na bacia.

No trecho fluminense, o parque fabril é também amplo e diversificado, commais de 4000 indústrias do setor de transformação, porém com preponderânciaquanto ao uso da água, de siderúrgicas e metalúrgicas situadas no trecho entre Itatiaiae Barra do Piraí. A maior parte da carga poluente é lançada entre Barra Mansa e VoltaRedonda, sendo um conjunto de apenas 44 indústrias responsável por mais de 80%da poluição total. Na Baixada Campista, destacam-se as indústrias sucro-alcooleiras.

RE

CU

RS

OS

DR

IC

OS

Vista parcial de VoltaRedonda (RJ) e da Cia.Siderúrgica Nacional

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

29

Uso Agrícola

A bacia do Paraíba do Sul apresenta grande potencial para irrigação,mas somente uma pequena área é utilizada com tal finalidade. Em1993, a extinta Secretaria Especial da Região Sudeste estimou áreascom possibilidades de serem usadas para irrigação, conforme mostrao quadro abaixo:

Recreação

Em geral, o uso da água para recreação ocorre apenas em pontos específicos da bacia,principalmente nas regiões serranas, nas nascentes de diversos cursos d'água, onde hácachoeiras e a canoagem é bastante difundida. O uso da água para recreação é muitodisseminado na bacia do Paraibuna (MG), constituindo para alguns municípios, como ossituados na sub-bacia do rio Preto, o principal atrativo turístico, e seus visitantes sãoprocedentes até mesmo de outros Estados. Além disso, uma nova modalidade de esporte,o rafting, vem sendo praticada no rio Paraibuna, entre o município de Levy Gasparian (RJ)e a confluência com o rio Paraíba do Sul, no município de Três Rios (RJ).

Rafting no rio Paraibuna (RJ)

RE

CU

RS

OS

DR

IC

OS

1

1-Cafeicultura,Muriaé (MG)3-Uso agrícola naRegião Serrana

2

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

30

1-2-Uso agrícola na Região Serrana

De modo geral, os dados disponíveis sobre irrigação são escassos; por isso, ésentida a necessidade de realizar um cadastro abrangente e detalhado a respeito dessaatividade em todas as regiões da bacia.

No Rio de Janeiro, as principais áreas irrigadas encontram-se no baixo Paraíba, nasvárzeas marginais do Paraíba e na Baixada Campista. Em São Paulo, localizam-se nasvárzeas ribeirinhas do Paraíba e, em Minas Gerais, nas margens dos rios Pomba eMuriaé. Nas regiões serranas de São Paulo e do Rio de Janeiro, tem havido dificuldadesde expansão das áreas irrigadas em função do alto custo implicado na implantação desistema de irrigação.

A área ocupada com agricultura no trecho fluminense da bacia foi reduzida em quase50% entre os anos de 1985 e 1996. Em algumas áreas, verifica-se uma certa escassez deágua devido à pouca proteção dos mananciais utilizados para irrigação.

No Estado de São Paulo, as principais culturas são o arroz, o milho e oshortifrutigranjeiros. A área cultivada com arroz irrigado no Vale do Paraíba (método deinundação permanente), na safra 94/95, era de 14.700ha, com produtividade superior àdo restante do Estado. A demanda total de água para irrigação no trecho paulista dabacia, em 1995, foi de 11,5m3/s, correspondendo a uma área irrigada de 25.000ha. Noque se refere a Minas Gerais, o café representa 80% do total de lavouras perenes, sendocultivado principalmente na microrregião de Muriaé. O censo do IBGE (1995-1996)mostra que a área total irrigada no trecho mineiro da bacia é de aproximadamente 18.300ha.

Com relação a poluição por uso agrícola, no Estado do Rio de Janeiro, nas regiõesonde se concentram as lavouras de olerícolas, em especial na Região Serrana, o uso defertilizantes e agrotóxicos é fonte de contaminação no ambiente, nos alimentos e nostrabalhadores rurais.

Em Minas Gerais, segundo o Instituto Mineiro de Gestão da Águas (IGAM), é práticacomum o uso de agrotóxicos sem qualquer tipo de controle na região produtora de café ede hortaliças, ocorrendo, com alguma freqüência, casos de intoxicação entre os agricultores.

No trecho paulista da bacia os principais problemas ambientais da agricultura devárzea são os riscos de contaminação direta dos corpos hídricos por fertilizantes eagrotóxicos, bem como a significativa contribuição de sólidos em suspensão para oscursos d'água em função do preparo do solo para o plantio na várzea.

RE

CU

RS

OS

DR

IC

OS

2

1

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

31

Pescado da bacia

A atividade pesqueira na bacia desenvolve-se principalmente no baixo curso dos rios Paraíba do Sul,Muriaé e Dois Rios, onde se estende vasta planície com vários ambientes lacustres, restingas e manguezais. Noplano esportivo, a pesca é praticada em toda a bacia. A aqüicultura vem-se expandindo nos últimos anos.

A degradação ambiental oriunda da poluição tóxica e orgânica reduziu significativamente os estoques depeixe e, conseqüentemente, a atividade pesqueira. Além disso, as barragens, à exceção de Ilha dos Pombos,não possuem escadas para peixes, o que, por um lado, impede a subida para a desova e, por outro, facilita aatuação de pescadores profissionais a jusante das represas na época da piracema.

As condições de navegabilidade na bacia não são boas, e não há tradição de transportefluvial no Paraíba do Sul, embora na segunda metade do século XIX tenha operado umalinha de vapores no trecho entre Caçapava e Cachoeira Paulista. Com a construção daferrovia e, depois, da rodovia em paralelo ao rio (atual BR-116), a navegação praticamentedesapareceu. Foram, todavia, realizados alguns estudos sobre navegação na bacia, conformeindica o Boletim Geográfico do IBGE (1965). A Portobras, em 1978 e 1980, tambémrealizou estudos, sendo que o de 1980 resultou em propostas de projetos para os trechosentre Guararema e Barra do Piraí (435km) e Barra do Piraí e São João da Barra (357km),nunca implementadas.

Embarcação de pesca, Fozdo rio Paraíba do Sul

Pesca e Aqüicultura

Geração de EnergiaNavegação

O potencial hidrelétrico inventariado da bacia corresponde a 1,7% do totalbrasileiro (IBGE - Anuário Estatístico do Brasil). Hoje, a potência instaladasupera 1.500MW, incluindo usinas de pequeno e médio porte operadas pordiversas concessionárias e as que compõem o Sistema Light. Além disso, umconjunto de hidrelétricas por construir, situadas no baixo Paraíba, tais comoSimplício, Itaocara, Sapucaia e São Fidélis, poderão agregar ao sistema umageração de cerca de 830MW.

O Sistema Light é essencialmente constituído por um conjunto de obrashidráulicas destinadas à transposição de vazão de até 160m3/s do rio Paraíbado Sul para a vertente atlântica da Serra do Mar, com a finalidade de aproveitaro potencial elétrico propiciado pela queda de 295,50m. Nesse sistema, aUsina Elevatória (UEL) de Santa Cecília deriva as águas do Paraíba do Sulpara o reservatório de Santana e, posteriormente, a UEL de Vigário transfereas águas para o seu reservatório. Daí, depois de ultrapassar a Serra do Mar, aságuas descem por gravidade e alimentam as usinas de Nilo Peçanha, FontesNova e Pereira Passos, juntamente com as águas do reservatório de Lajes,formado pelo represamento do Ribeirão das Lajes e pelas águas desviadas dorio Piraí. A vazão desviada do rio Paraíba do Sul e do rio Piraí para a vertenteatlântica da Serra do Mar perfaz um total de até 180m3/s.

RE

CU

RS

OS

DR

IC

OS

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

32Reservatório de Vigário (RJ)

RE

CU

RS

OS

DR

IC

OS

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

33

As águas do Paraíba do Sul respondem diretamente pelo abastecimento de cerca de 14 milhões de pessoas, dos quais4,85 milhões vivem em áreas urbanas na própria bacia e o restante na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que consomeuma vazão de aproximadamente 50 m3/s, vazão esta transposta, via Sistema Light, da bacia do Paraíba do Sul para a baciado rio Guandu, contribuinte da baía de Sepetiba.

Os sistemas de abastecimento de água atendem hoje a cerca de 96%(São Paulo), 85% (Rio de Janeiro) e 90% (Minas Gerais) da populaçãourbana da bacia, sendo os serviços prestados, em parte dos municípios,pelas respectivas empresas estaduais de saneamento, SABESP, CEDAE eCOPASA. Nos demais municípios, os serviços são operados pelasprefeituras, diretamente ou mediante os serviços autônomos de água eesgoto ou, ainda, por empresas municipais.

Os sistemas quase nunca são setorizados, carecem de cadastrosadequados, de macromedição e de universalização da micromedição, demaneira geral. As tarifas praticadas nos municípios não atendidos pelasempresas estaduais divergem muito entre si e são, via de regra e com raríssimasexceções, muito baixas ou mesmo nulas, o que inviabiliza qualquerpossibilidade de auto-sustentabilidade dos serviços. Na tentativa de buscarreverter essa situação e ante a dificuldade de promover investimentos comrecursos próprios, no Estado do Rio de Janeiro, três municípios - Petrópolis,Nova Friburgo e Campos dos Goytacazes - privatizaram os serviços deabastecimento de água.

Quanto aos mananciais, embora em geral não apresentem problemasde quantidade, apesar das elevadas perdas verificadas na distribuição, osproblemas de poluição em alguns municípios são críticos e afetam diretamentea qualidade da água bruta, com reflexos negativos nos custos de tratamento.

As perdas físicas e de desperdício (água usada, mas não cobrada pela ausência da medição) não podem ser corretamenteavaliadas na bacia, como um todo, por carência de dados. Observa-se, contudo, que nos municípios onde os serviços deabastecimento são melhor estruturados e é possível avaliar ou medir as perdas, o índice situa-se, em média, em torno de40%, chegando em caso isolado a 63%. Esses índices correspondem aos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro; em MinasGerais a situação é menos crítica, situando-se em torno de 35%.

A água destinada ao abastecimento público, não incluída a quantidade revertida para a Região Metropolitana do Rio deJaneiro, é hoje da ordem de 15 m3/s, distribuída pelos três estados, como está indicado no texto sobre os usos da água.

6 . Saneamento AmbientalAbastecimento de Água

Reservatório de Paraibuna (SP)

SA

NE

AM

EN

TO

AM

BI

EN

TA

L

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

34

Esgotamento Sanitário

Uma das maiores fontes de poluição dos recursos hídricos da bacia do Paraíba do Suldecorre do baixo percentual de tratamento dos esgotos coletados. As redes de coleta eafastamento atendem, atualmente, a cerca de 81,9%, 45,0% e 48,5% das populaçõesurbanas, respectivamente, dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais,enquanto o tratamento limita-se a apenas 10,4%, 2,0% e 1,2% das mesmas populações.Esse quadro desolador, com baixos índices de tratamento, ocasiona intensa poluiçãodos cursos d'água que cruzam ou tangenciam as áreas urbanas, gerando óbviosinconvenientes, inclusive a possibilidade de disseminação de doenças de veiculação hídrica.

Enquanto no abastecimento de água as empresas estaduais de saneamento ou asprefeituras e seus serviços autônomos procuram atender ao aumento da demanda decorrenteda expansão demográfica, promovendo a ampliação do atendimento de forma quasecontinuada, o mesmo não acontece com o esgotamento sanitário. À exceção do Estado deSão Paulo, onde a SABESP é a responsável pelo esgotamento sanitário em mais de 40%dos municípios da sub-bacia paulista, a participação da CEDAE, no Rio de Janeiro, e daCOPASA, em Minas Gerais, é praticamente nula, visto que os convênios de prestação dosserviços de saneamento quase sempre se limitam ao abastecimento de água.

Quando esses serviços estão a cargo das prefeituras ou de serviços autônomos(SAAE's), observa-se que, com poucas exceções nos três Estados, não é dada a devidaimportância ao esgotamento sanitário, pois se limita, quando muito, à simples coleta eao afastamento dos efluentes domésticos, o que é realizado, muitas vezes, por meio darede de drenagem pluvial.

Quanto à cobrança pela prestação dos serviços, salvo alguns poucos municípios emcada Estado e ainda outros onde o esgotamento sanitário é responsabilidade das empresasestaduais de saneamento, as tarifas praticadas são geralmente irrisórias ou inexistem e,em alguns municípios, são substituídas por taxas anuais de valor praticamente simbólico.O quadro a seguir sintetiza a situação do esgotamento sanitário na bacia.

SA

NE

AM

EN

TO

AM

BI

EN

TA

L

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

35SA

NE

AM

EN

TO

AM

BI

EN

TA

L

Os problemas referentes aos sistemas de limpeza urbana são uma constante em praticamentetodos os municípios da bacia. A falta de equipamentos, a inexistência de fonte própria de recursospara custear os serviços, a carência de pessoal técnico qualificado e a disposição inadequada do lixo sãoproblemas presentes em quase todos eles, só variando a intensidade com que ocorrem. Isso é agravadopor uma situação financeira deficitária, comum a parte expressiva dos municípios e que se refletediretamente nos sistemas de limpeza urbana, quase sempre impossibilitados de atender à populaçãode forma permanente e satisfatória.

Na maioria dos municípios, em especial nos situados nas partes mineira e fluminense da bacia,embora a coleta dos resíduos domésticos possa ser considerada satisfatória, a disposição final dosresíduos se dá em verdadeiros lixões a céu aberto, quase sempre com a presença decatadores que vivem em condições sub-humanas. Os terrenos utilizados sãogeralmente áreas desapropriadas, alugadas ou anexadas à administração municipalsem a devida licença ambiental de instalação e operação. A disposição de resíduosnessas áreas sem, pelo menos, o mínimo de tratamento, como, por exemplo, umacobertura adequada, contribui para o desenvolvimento de vetores biológicos e oagravamento da situação ambiental como um todo.

Em 1999, foram coletadas na bacia cerca de 2.598 toneladas diárias de lixo, dasquais 29% corresponderam a São Paulo, 48% ao Rio de Janeiro e 23% a MinasGerais. No que concerne aos resíduos sólidos dos serviços de saúde, não se dispõede uma avaliação criteriosa dos quantitativos atualmente gerados. Tomando-se,todavia, como referência alguns poucos municípios que apresentam razoável controlesobre os resíduos gerados, pode-se supor que a produção de resíduos sólidos dosserviços de saúde na bacia seja da ordem de 1.250 toneladas anuais.

No Estado de São Paulo a situação é menos crítica; dos 34 municípios com sedena bacia, 10 deles, que respondem por uma produção diária da ordem de 457 toneladas de resíduos,têm condições de disposição que são consideradas pela CETESB como atendendo às exigênciasambientais. Nos demais, que geram cerca de 292 t/dia, a disposição é feita de forma inadequada,sendo que em 20 deles ocorre na forma de lixões.

Ainda com respeito à disposição dos resíduos dos serviços de saúde, os municípios paulistasestão, de modo geral, melhor aparelhados do que os do restante da bacia. As maiores cidades, porserem pólos de desenvolvimento, concentram a quase totalidade, em peso, dos resíduos gerados naregião e estão capacitadas para tratá-los adequadamente. Algumas dessas cidades cuidam, também,dos resíduos gerados em cidades menores, vizinhas. Somente 16 municípios, dentre os 34 da bacia,

Resíduos Sólidos Urbanos

1-2-Disposição inadequada de lixo

21

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

36

tratam adequadamente os resíduos dos serviços de saúde. Os que não tratam, porém, geramquantidades irrisórias de resíduos, visto contarem com estrutura mínima de saúde, destinada,apenas, para atendimento emergencial e ambulatorial.

No Estado do Rio de Janeiro, durante a elaboração do PQA foram visitados 22 municípios,todos com população superior a 15 mil habitantes e abrigando cerca de 81,5% da populaçãofluminense da bacia. Neles, exceto três onde o lixo disposto é periodicamente coberto, o que confereum certo grau de controle ao aterro, a disposição dos resíduos sólidos é quase sempre realizada emlixões sem maiores cuidados. Os resíduos dos serviços de saúde são dispostos juntamente com orestante do lixo ou, em alguns poucos casos, em valas separadas, onde são aterrados ou queimadosa céu aberto.

Em Minas Gerais a situação é semelhante à do Estado do Rio de Janeiro. Dos 10 municípiosvisitados durante a elaboração do Programa de Investimentos no âmbito do Projeto Preparatório,municípios esses que respondem por cerca de 74,9% da população urbana mineira da bacia, adisposição dos resíduos sólidos é realizada quase sempre de forma inadequada. Em cinco deles olixo é disposto e coberto com solo, havendo, portanto, algum controle do aterro, muito emboraessa cobertura nem sempre seja executada de forma sistemática e continuada. Nos demais municípiosos resíduos são dispostos em lixões. Dos 10 municípios, cinco contam com usinas de reciclagem,embora apenas duas estejam operando, mas, mesmo assim, de forma precária. Em apenas ummunicípio existe dispositivo para captação e pré-tratamento do chorume e somente em dois háincineração de resíduos sólidos dos serviços de saúde; nos demais, esses resíduos são dispostos emvalas separadas dos outros tipos de resíduos ou simplesmente manipulados sem qualquer segregação.

SA

NE

AM

EN

TO

AM

BI

EN

TA

L

3-Queima de lixo patogênico

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

37

No trecho paulista da bacia há mais de 2.500 indústrias registradas na CETESB, emboraapenas 19 respondam por cerca de 85% da produção de resíduos sólidos. Nesse trecho são

gerados, por ano, aproximadamente 26,61 milhões de toneladas deresíduos sólidos, dos quais 535,60 toneladas são resíduos de Classe 1(resíduos perigosos), 25,04 milhões de toneladas de resíduos Classe 2(resíduos não inertes) e 1,04 milhão de toneladas, de Classe 3 (resíduosinertes). A situação, todavia, está sob controle, não havendo, a curtoprazo, necessidade de investimento em coleta e tratamento, sobretudodevido ao funcionamento regular de dois aterros de grande portelicenciados para resíduos industriais (Classes 1 e 2) com tecnologia dereconhecimento internacional, um em São José dos Campos e o outroem Tremembé. A situação dos resíduos no trecho paulista da baciaencontra-se, portanto, basicamente equacionada e com tendência demelhoria contínua pela ativa atuação da CETESB.

No trecho fluminense o parque industrial reúne mais de 4.000indústrias, sendo algumas de grande porte (siderúrgicas, metalúrgicas,químicas, etc.), embora apenas 44 sejam responsáveis por cerca de 80%da carga poluente total da bacia fluminense. A cada ano são geradosaproximadamente 3,02 milhões de toneladas de resíduos sólidos, dasquais 106,4 mil toneladas são de resíduos Classe 1, 1,89 milhão detoneladas de Classe 2 e 1,02 milhão de toneladas de Classe 3. A instalaçãodo aterro para resíduos industriais em Nova Iguaçu, na BaixadaFluminense, somada aos controles existentes, permite concluir que adisposição de resíduos Classe 1 está equacionada.

Com relação aos resíduos Classe 2, a situação é bastante diferente.Sua produção é elevada, e grande parte deles está disposta em aterrosurbanos ou em lixões, o que torna imperiosa a solução dessa questão,sobretudo considerando que os sistemas de controle estão basicamente

voltados para a Classe 1. Oitenta por cento da geração de resíduos Classe 2 de toda a regiãosão constituídos por escória siderúrgica, o que representa risco de contaminação se houvercontato permanente com a água, pois, nesse caso, há lixiviação de metais. Cabe, portanto,buscar solução para tão grande problema e, paralelamente, tornar efetivo o sistema decomando e controle desse tipo de poluição.

Resíduos Sólidos Industriais

Resíduosindustriais

SA

NE

AM

EN

TO

AM

BI

EN

TA

L

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

38

Assoreamento do canalLimoeiro, Além Paraíba (MG)

Os reservatórios de cabeceira (Paraitinga, Paraibuna eJaguari) no Estado de São Paulo, juntamente com oreservatório de Funil no Estado do Rio de Janeiro,proporcionam controle bastante satisfatório no que se referea enchentes de caráter regional nos dois terços superiores dorio. Neles, as inundações urbanas são hoje, na maioria dasvezes, de âmbito municipal , provocadas pelotransbordamento dos cursos d'água afluentes do Paraíbado Sul, que promovem a drenagem dos núcleos urbanos.Os motivos das inundações são basicamente os mesmos:invasão da calha principal dos cursos d'água pelas construçõesribeirinhas, que restringem a seção de escoamento, lixodomiciliar e entulhos despejados que aceleram o processode assoreamento e insuficiência de seção de escoamento sobpontes, entre outros.

Em situações excepcionais, as cidades atravessadas pelorio Paraíba do Sul são inundadas por suas águas, tal comoocorrido na cheias mais recentes, nos meses de janeiro de1997 e de 2000.

Já no terço inferior, afluentes importantes como o rioMuriaé, que ao longo de seu curso atravessa áreas urbanasde diversos municípios, contribuem para recorrentesinundações de caráter regional na bacia, afetando, no trechofluminense, principalmente os municípios de Campos,Cardoso Moreira, Italva, Itaperuna, Natividade e Laje doMuriaé e, no trecho mineiro, os municípios de Patrocíniodo Muriaé e Carangola. A cheia de janeiro de 1997 chegou acobrir mais de 95% da área urbana do município de CardosoMoreira, deixando desabrigadas quase 9 mil pessoas emtoda a região. Os prejuízos materiais também foram vultosos.Extensas áreas urbanas foram também atingidas nosmunicípios de Patrocínio de Muriaé e Itaperuna, com alturasde inundação superiores a 1,50m na região central.

Drenagem urbana

No setor mineiro estão cadastradas cerca de 2.000 indústrias, segundo dados daFEAM. As informações disponíveis na FEAM sobre inventário de resíduos na bacia doParaíba do Sul são bastante limitadas. Elas, porém, indicam a produção na bacia de cercade 245,8 mil toneladas anuais de resíduos, sendo 19,6 mil toneladas de resíduos Classe1; 189,4 mil de resíduos Classe 2; e 36,8 mil de resíduos Classe 3, segundo documentaçãode licenciamento na área a partir de 1994.

Os resíduos industriais são depositados, em sua maioria, em lixões ou,excepcionalmente, em aterros controlados, uma vez que nenhum dos municípios da regiãopossui aterros sanitários.

O quadro atual é grave e o equacionamento desse problema passa, necessariamente,pela implantação de aterros sanitários e industriais, que atendam a áreas mais densamentepovoadas e com maior número de indústrias. Paralelamente há que implementar as açõesde comando e controle, hoje levadas a efeito de forma incipiente e tímida.

O gráfico a seguir mostra as quantidades de resíduos gerados na bacia por Estado.

SA

NE

AM

EN

TO

AM

BI

EN

TA

L

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

39

No que se refere às cheias urbanas, de âmbito local, vários dos municípios situadosno trecho paulista da bacia são significativamente afetados. O mesmo acontece com osmunicípios fluminenses e mineiros, onde 20 deles, 15 no Estado do Rio de Janeiro e5 em Minas Gerais, são mais duramente atingidos. Na parte fluminense da bacia, ascheias atingem, anualmente, uma população direta de mais de 20 mil habitantes,podendo chegar a 47 mil em chuvas com recorrência de 20 anos. Nesses casos, apopulação indiretamente afetada ultrapassa 130 mil pessoas. Na parte mineira, tambémnas chuvas de 20 anos de recorrência, são afetadas diretamente mais de 38.000 pessoase, indiretamente, 149.000.

As últimas cheias ocorridas em 1997 e 2000 apontaram graves problemas existentesem bacias urbanas de diversos municípios. Além disso, revelaram a importância dealgumas dessas bacias na geração das cheias do próprio Paraíba do Sul. Na cheia dejaneiro de 2000, por exemplo, apesar de toda a proteção fornecida pela barragem deFunil, retendo as águas provenientes do trecho paulista da bacia, cidades ribeirinhasfluminenses, tais como Barra Mansa, Volta Redonda e Barra do Piraí, foram invadidaspelas águas do Paraíba.

A recuperação dos corpos hídricos exige, forçosamente, a implantação de obras demacro e mesodrenagem, quase sempre de execução difícil e de elevado custo devido aograu de urbanização das bacias, conforme se observa nos estudos levados a efeito nocontexto do PQA.

Para a solução desse sério problema será de fundamental importância odesenvolvimento de planos integrados de recursos hídricos que, no tocante aos aspectosrelacionados a enchentes, considerem a necessidade de pesquisar áreas para aimplantação de barragens de contenção de cheias, associadas ou não a outros usos,bem como, de disciplinar a ocupação ao longo das vias de drenagem, visando a defesadas cidades.

Ocupação irregular das margens:1-Rio Barra Mansa, Barra Mansa (RJ)

2-Canal Central, Resende (RJ)3-Rio das Posses, Santos Dumont (MG)

SA

NE

AM

EN

TO

AM

BI

EN

TA

L

2

3

1

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

40 QU

AL

ID

AD

E D

A Á

GU

A

Diagnóstico

Desde meados da década de 1970, os órgãos de comando e controle do meioambiente dos três estados (CETESB em São Paulo, FEEMA no Rio de Janeiro eFEAM em Minas Gerais) vêm atuando no controle das atividades poluidoras nabacia, obedecendo à lógica da divisão política do território como fronteira da açãoinstitucional. Sob esse enfoque, as ações de controle e licenciamento de atividadespotencialmente poluidoras seguem orientações legais e normativas próprias,circunscritas aos limites estaduais.

A qualidade das águas do Paraíba do Sul é objeto de monitoramento convencionalpor parte daqueles órgãos, os quais têm objetivos, metodologias, freqüência amostrale abrangência espacial bastante variados. Os pontos ou estações de monitoramentosão distribuídos ao longo do curso principal e dos afluentes mais expressivos, conformeindicado no mapa da página 35. Em geral, são avaliados os parâmetros OD (oxigêniodissolvido), DBO (demanda bioquímica de oxigênio), coliformes fecais, coliformestotais, fosfato, nitrito, nitrato, chumbo, manganês, zinco, cobre e cádmio.

A CETESB é o órgão que mantém a rede de pontos de monitoramentoconvencional com maior regularidade na bacia, desde 1974. São 11 pontos deamostragem no trecho paulista, sendo sete distribuídos ao longo do curso principaldo rio Paraíba do Sul e quatro no rio Jaguari, afluente da margem esquerda. Essespontos foram monitorados com periodicidade mensal até o ano de 1998; daí emdiante a coleta passou a ter freqüência bimensal.

A água apresenta diferentes níveis de qualidade ao longo do seu curso, com violaçãode classe de diversos parâmetros, em função do local de amostragem. O quadro aseguir apresenta os índices de violação de classe nos trechos paulista e fluminense,segundo dados da CETESB e da Cooperação França-Brasil, respectivamente.

Entre Santa Branca e Funil, foram observadas violações de OD, coliformes fecais,coliformes totais, fosfato e mercúrio em todas as estações, bem como pequenas violaçõesde cromo, na estação PA2310, situada em trecho de grande concentração populacionale industrial, e de chumbo, na estação PA2490.

Entre o reservatório de Funil e o município de Campos dos Goytacazes, ocorreramviolações de DBO, coliformes fecais e totais, assim como de fosfato, em todas as

7 . Qualidade da Água

1-ETA de Carangola (MG)2-Barragem de captação de água,Carangola (MG)3-Reservatório de Ponte Coberta (RJ)4-Sistema São Pedro - Tomadad’Água, Juiz de Fora (MG)

4

2

3

1

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

41

estações, e de manganês, na maioria delas. Também foram encontradaspequenas violações de chumbo, zinco, cádmio e mercúrio. No trecho en-tre Campos e a foz, enquadrado em Classe 3, ocorre elevado índice deviolação de fosfato. A maior parte das águas do Paraíba do Sul e de seusafluentes estudados apresentou alta disponibilidade de oxigêniodissolvido durante todo o período de estudo, decorrente de suascaracterísticas físicas, favoráveis aos processos de oxigenação. As exceçõesocorreram no trecho paulista, principalmente nas estações PA2097, PA2180e PA2310, e nos rios Paraibuna e Piabanha, nas estações PB020 e PN005,situadas a jusante dos lançamentos de esgoto de Juiz de Fora e Petrópolis.

Os parâmetros que apresentaram maior nível de comprometimentoforam os compostos fosfatados, as demandas bioquímicas de oxigênio eos coliformes fecais e totais, evidenciando um processo contínuo depoluição por material orgânico.

Os coliformes fecais e totais comprometem a qualidade da água emtodas as estações, particularmente onde a influência dos despejosdomésticos é mais acentuada, ou seja, nas proximidades das grandescidades ribeirinhas: São José dos Campos, Juiz de Fora, Cataguases, VoltaRedonda e Barra Mansa, dentre outras.

A poluição química causada pelo lançamento de metais na água,exclusivamente de origem industrial, constitui sério problema ambiental,dados os riscos potenciais para a biota aquática e para os sistemas deabastecimento de água, já que o tratamento convencional apresenta baixaeficiência de remoção.

Houve violações significativas em algumas estações e em outras asconcentrações estiveram perigosamente próximas dos limites de classe. Osfuturos estudos de enquadramento na bacia devem avaliar o acúmulo demetais nos sedimentos, principalmente nas áreas industriais mais críticas.

QU

AL

ID

AD

E D

A Á

GU

A

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

42 QU

AL

ID

AD

E D

A Á

GU

A

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

43

Nos estudos de modelagem de qualidade da água da bacia, realizados no âmbito dosprojetos do PQA, a contaminação do rio por coliformes fecais revelou-se como a questãomais crítica. Mesmo nas situações onde foram simulados tratamentos de esgotos em nívelterciário para 90% da população de algumas cidades, a parcela não tratada, lançadadiretamente, é suficiente para que ocorra violação de classe ao longo de quase todo o estirão.

O resultado de simulação de qualidade de água dos trechos do rio Paraíba doSul, pelo modelo QUAL2E para os parâmetros oxigênio dissolvido, DBO ecoliformes fecais, é apresentado no quadro a seguir. Esses cenários foram obtidosconsiderando-se a situação atual de tratamento dos efluentes domésticos para ohorizonte populacional de 2000, no caso dos trechos fluminense e mineiro, e de2003, no trecho paulista. Esses resultados são comparados com as classes deenquadramento definidas na Portaria GM/086 de 04 de junho de 1981 do entãoMinistério do Interior. Os mapas a seguir apresentam as classes de qualidaderesultantes das simulações dos parâmetros Coliformes Fecais, DBO e OD emtodos os trechos dos rios federais estudados.

O Paraíba do Sul apresenta Classe 1 para oxigênio dissolvido ao longo dequase todo o seu estirão, resultando em uma condição mais favorável que aestabelecida pelo enquadramento. Apenas no trecho paulista o rio situa-se nasClasses 2 e 3, sendo que as violações de classe ocorrem no trecho entre São José dosCampos e Pindamonhangaba. Com relação a DBO, alterna trechos em Classe 1 e2, ocorrendo Classes 3 e 4 apenas em pequeno trecho a jusante da cidade de VoltaRedonda. Para coliformes fecais, a violação de classe ocorre ao longo de todo oestirão avaliado. Apenas no trecho de Funil à cidade de Itatiaia o rio situa-se naClasse 2, exigida no enquadramento.

Simulação

QU

AL

ID

AD

E D

A Á

GU

A

1-Captação de água de Além Paraíba (MG)2-Poluição no córrego Limoeiro, Além Paraíba (MG)

21

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

44 QU

AL

ID

AD

E D

A Á

GU

A

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

45QU

AL

ID

AD

E D

A Á

GU

A

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

46 QU

AL

ID

AD

E D

A Á

GU

A

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

47

A Política Nacional de Recursos Hídricos define o enquadramento dos corpos d'água em classes de usoscomo importante instrumento de gestão, uma vez que esse enquadramento, segundo os usos preponderantes,visa assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas e diminuiros custos de combate à poluição, mediante ações preventivas permanentes. Dispõe, também, que as classesde corpos d'água serão estabelecidas pela legislação ambiental e delega às Agências de Bacia competência parapropor ao(s) respectivo(s) Comitê(s) de Bacia o enquadramento dos corpos d'água nas classes de uso paraencaminhamento ao respectivo Conselho Nacional ou Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordocom o domínio desses.

A legislação federal sobre enquadramento na bacia do Paraíba do Sul é bem antiga, data das décadas de1970 e 1980. De lá para cá, o grande desenvolvimento econômico registrado na bacia, ante a implantação deinúmeras indústrias e o surgimento de grandes concentrações humanas - que utilizam as águas do Paraíba,porém sem planejamento integrado - contribuiu para reduzir a disponibilidade hídrica e degradar a qualidadedas águas. Dessa forma, é de fundamental importância o desenvolvimento de estudos de enquadramentorelativamente aos cursos d'água da bacia, tendo por base um diagnóstico atualizado dos usos preponderantesdos recursos hídricos e aplicando uma metodologia que permita o estabelecimento de planos de ações e deinvestimentos para atender às metas de qualidade definidas.

8 . Enquadramento das Águas

Legislação Federal

O então Ministério do Interior, baseado em estudos realizados pelo extinto Comitê Executivo deEstudos Integrados da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (CEEIVAP), estabeleceu, mediante aPortaria GM/086 de 4 de junho de 1981, o enquadramento dos corpos hídricos da bacia, segundo aclassificação das águas determinada pela Portaria GM/013 de 15 de janeiro de 1976. Essa classificaçãopermanecerá válida até que ocorra novo enquadramento no contexto da atual política de controle de poluiçãodas águas, tendo por base a resolução n.º 20, de 18 de junho de 1986, do Conselho Nacional do MeioAmbiente (CONAMA). O Mapa de Classes de Usos apresenta o enquadramento dos diversos trechos doscursos d'água federais da bacia, estabelecido pela Portaria GM/086 acima referida.

1-Poluição no córrego Limoeiro,Além Paraíba (MG)

2-ETA do Sistema Norte,Juiz de Fora (MG)

3-Captação de água no ribeirãoEspírito Santo, Juiz de Fora (MG)

EN

QU

AD

RA

ME

NT

O D

AS

ÁG

UA

S

2

1

3

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

48 EN

QU

AD

RA

ME

NT

O D

AS

ÁG

UA

S

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

49

A legislação do Estado de São Paulo que dispõesobre o enquadramento dos cursos d'água situadosna parte paulista da bacia do rio Paraíba do Sul é oDecreto Estadual nº 10.755 de 22 de novembro de1977. Sua criação baseou-se no sistema declassificação definido no artigo 7º do DecretoEstadual nº 8.468 de 08 de setembro de 1976.

Ao ser promulgada a resolução CONAMA nº20/86 foram substituídos os artigos 7º a 18 doDecreto nº 8.468, tornando-se necessário realizaruma revisão no Decreto Estadual nº 10.755 para oreenquadramento dos rios estaduais nas classesprevistas pelo CONAMA.

Comparando-se a citada resolução CONAMAcom o Decreto nº 8.468, verifica-se que os usosreferentes à Classe 1 estadual são equivalentes aosda Classe Especial federal. Os usos definidos nasduas legislações com relação aos rios enquadradosnas Classes 2 a 4 são semelhantes, à exceção dosusos para abastecimento industrial e irrigação,estabelecidos apenas para a Classe 4 estadual.

O Decreto nº 43.594 de 27 de outubro de 1998inclui dispositivos no Decreto nº 8.468, permitindoo lançamento de efluentes devidamente tratadosem cursos d'água enquadrados na Classe 1 estadual,que já recebem despejos de origem domésticacomprovada a inviabilidade técnica ou ecônomicada infiltração ou reversão para outra baciahidrográfica. Dessa forma, esse decreto legaliza olançamento dos efluentes das cidades situadas nasbacias dos rios enquadrados na Classe 1, permitindoo tratamento e o posterior lançamento dos esgotostratados nos cursos d'água.

Legislação do Estado de São Paulo

A FEAM, a pedido do Conselho Estadualde Política Ambiental (COPAM), iniciou em 1993o desenvolvimento de estudos visando aoenquadramento dos rios estaduais. Ametodologia utilizada no processo deenquadramento das águas prevê a divisão dosestudos em três fases distintas, quais sejam:classificação e enquadramento, avaliação dacondição atual e efetivação do enquadramento.

Os resultados da primeira fase desses estudos,relativos ao rio Paraibuna, apresentados norelatório "Bacia do Rio Paraibuna -Enquadramento das Águas. Fase I - Proposta deEnquadramento", possibilitaram a formulação depropostas de deliberação para o COPAM.

A deliberação normativa COPAM n.º 16/96de 02 de outubro de 1996 enquadrou as águasestaduais da bacia do Paraibuna com base naresolução CONAMA n.º 20/86 e na deliberaçãonormativa do COPAM n.º 10 de 16 de dezembrode 1986, que estabelece a classificação das águasdo Estado de Minas Gerais.

O artigo 4º da deliberação COPAM nº 016/96instituiu uma comissão de enquadramento dabacia do rio Paraibuna, cuja meta era providenciara avaliação da condição da qualidade das águas epropor medidas para efetivação doenquadramento no prazo de dois anoshidrológicos, o que, de fato, não ocorreu. Adeliberação COPAM nº 058/96 de 02 de outubrode 1996 propôs que fosse realizado oenquadramento das águas federais do Paraibuna.

Legislação do Estado de Minas Gerais

3-Braço quase seco doParaíba do Sul, AlémParaíba (MG)4-Braço do Paraíba doSul, Além Paraíba (MG)

1-Proliferação demecrófitas no

Paraíba do Sul,Além Paraíba (MG)2-Trecho superior

do córregoLimoeiro, Além

Paraíba (MG)

EN

QU

AD

RA

ME

NT

O D

AS

ÁG

UA

S

4

2

3

1

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

50

Legislação do Estado do Rio de Janeiro

O Estado do Rio de Janeiro não possui legislação específica de classificação das águas e de enquadramentodos corpos hídricos, utilizando, por isso, o sistema de classificação e as recomendações da resolução CONAMAnº 20. O artigo 20 dessa resolução estabelece que, enquanto não forem feitos os enquadramentos, as águasdoces serão consideradas Classe 2.

As diretrizes DZ101, DZ103 e DZ113 da Comissão Estadual de Controle Ambiental (CECA) constituemexceções de legislação na bacia. A diretriz DZ101 definiu nove tipos de usos dos corpos hídricos do Estado,denominando-os usos benéficos. Com base na DZ101, as diretrizes DZ103 e DZ113 classificaram, segundoos usos benéficos, os principais cursos d'água afluentes ao rio Paraíba do Sul no trecho entre Funil e SantaCecília como parte do Sistema de Cadastro de Licenciamento de Atividades Poluidoras.

EN

QU

AD

RA

ME

NT

O D

AS

ÁG

UA

S

1-Reservatório de Vigário: turbidez decorrente da alta concentração de sedimentos2-Reservatório de Lajes: águas de Classe Especial

21

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

51

O Projeto Qualidade das Águas e Controle da Poluição Hídrica (PQA), executado nosanos de 1996 a 1999 pela Secretaria de Política Urbana (SEPURB) do então Ministério doPlanejamento e Orçamento (MPO), mediante convênios com os Estados do Rio de Janeiroe São Paulo, possibilitou a elaboração de programas estaduais de investimentos que,posteriormente, deverão compor o Plano de Recursos Hídricos da bacia.

Os investimentos previstos nos PQAs totalizam cerca de R$ 3,0 bilhões. Osinvestimentos em cada Estado são apresentados sinteticamente nos quadros a seguir e,com maior detalhe, os investimentos estruturais mais significativos a serem realizados nosmunicípios. Todos os valores correspondem ao ano 2000.

Rio de JaneiroNo Estado do Rio de Janeiro, a estrutura do Programa foi dividida em módulos, e

esses, em programas. O montante dos investimentos, considerando-se o nível de tratamentoprimário para o esgotamento sanitário e a solução de centros municipais para a disposiçãodos resíduos sólidos, foi de R$ 1,6 bilhões, valor correspondente aos investimentosprevistos no PQA/RJ, corrigidos em 22%.

Os resultados obtidos são, em forma sintética, os seguintes:

9 . Programa de Investimentos

As principais ações de natureza estrutural contempladas no Programa foram estas:

PR

OG

RA

MA

DE

IN

VE

ST

IM

EN

TO

S

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

52

No Estado do Rio de Janeiro, os investimentos previstos serão direcionados para ossistemas que atendem a 53 sedes municipais e, ainda, a seis distritos, beneficiandodiretamente uma população urbana de 2,16 milhões de pessoas em 2020, ou seja,aproximadamente 84% da população fluminense projetada para a bacia naquele ano.

Diante do vulto dos investimentos requeridos, buscou-se estabelecer uma hierarquizaçãopara as intervenções propostas, de forma a dispor de uma orientação que permitisse otimizara aplicação dos recursos ao longo do tempo. Na definição dessa hierarquização foramconsideradas, além dos valores atuais calculados para cada uma das intervenções a partir dadisposição a pagar, as exigências dos padrões de qualidade da água no rio.

Tomou-se, assim, como condição absolutamente prioritária, garantir a Classe 2 emSanta Cecília, ponto de desvio para o abastecimento da Região Metropolitana do Rio deJaneiro, seguida da necessidade de melhorar a qualidade da água (já anóxica em váriostrechos) dos afluentes serranos e que drenam Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo.Segundo essas condicionantes, a hierarquização foi estabelecida pela ordenação decrescentedos valores atuais das intervenções propostas, considerando-se somente os benefíciosdiretos e o nível de tratamento primário, quando, do ponto de vista técnico, não eraexigido nível maior para manter o padrão de qualidade da água ou, ainda, no caso dosmunicípios cujo tratamento secundário é economicamente viável. Com base nessascondicionantes, o valor global do investimento resultou em R$ 561,86 milhões.

Cabe ressaltar que, mesmo com os tratamentos previstos, alguns trechos do rio entreos reservatórios de Funil e Santa Cecília não atingem a Classe 2 no que se refere aos índicesde coliformes fecais. O mesmo acontece com o trecho a jusante da cidade de Três Rios,bastante afetado pela má qualidade das águas provenientes de sub-bacias, tanto fluminensescomo mineiras, sendo a Classe 2 inatingível se as intervenções ficarem restritas às cidadesribeirinhas do rio Paraíba do Sul.

Os resultados obtidos constam do quadro a seguir:

Esgotamento sanitárioP

RO

GR

AM

A D

E I

NV

ES

TI

ME

NT

OS

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

53

Lançamento de esgotos no córregoJacareacanga, Leopoldina (MG)

PR

OG

RA

MA

DE

IN

VE

ST

IM

EN

TO

S

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

54

Os investimentos serão direcionados para asmesmas 53 sedes municipais e os seis distritos ondeforam previstos investimentos em esgotamentosanitário. Será diretamente beneficiada uma populaçãourbana de quase 2,3 milhões de pessoas, ou seja,aproximadamente 89% da população fluminense dabacia. Tais investimentos montam a R$ 304,32 milhõese visam promover melhorias e ampliações nos sistemasde abastecimentos (produção e distribuição) das 59localidades de forma a elevar, no horizonte de 20 anos,o atual índice médio de atendimento do trechofluminense para um patamar próximo a 94%.

Abastecimento de água

Os investimentos serão direcionados para dotar as prefeituras de meios que possibilitema melhoria dos serviços de limpeza dos logradouros e, sobretudo, da coleta e disposição finaldos resíduos urbanos em aterros sanitários. Foram também previstos recursos pararecuperação das áreas já degradadas e ocupadas pelos atuais lixões. Serão contemplados os 53maiores municípios, que respondem por 81,5% da população urbana fluminense da bacia.

Os investimentos previstos constam do quadro a seguir, cabendo mencionar que, nocaso dos municípios cujas sedes são próximas umas das outras ou mesmo conurbadas,foram estudadas, além de soluções individualizadas, alternativas compartilhadas para adisposição dos resíduos sólidos, o que poderá significar apreciável economia de escala aosinvestimentos. É desejável que os governos municipais, onde o compartilhamento fortecnicamente factível, persigam essa solução. Os valores apresentados no quadro referem-sea soluções individualizadas.

Resíduos sólidos

Reservatório elevado da ETA,Carangola (MG) Aterro controlado, Muriaé (MG)

PR

OG

RA

MA

DE

IN

VE

ST

IM

EN

TO

S

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

55PR

OG

RA

MA

DE

IN

VE

ST

IM

EN

TO

S

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

56

Foram desenvolvidos estudos em nível de anteprojeto, buscando equacionar osproblemas mais críticos decorrentes de deficiências no sistema de drenagem urbana. Essesestudos resultaram na previsão de 21 intervenções nos municípios mais comprometidospor problemas de cheias urbanas, quais sejam: Barra do Piraí, Barra Mansa, Campo dosGoytacazes, Cantagalo, Cordeiro, Itaperuna, Itatiaia, Mendes, Paraíba do Sul, Petrópolis,Resende, Teresópolis, Três Rios, Vassouras e Volta Redonda. Essas intervenções tiveramo seu custo de implantação estimado em R$ 114,49 milhões.

Drenagem urbana

Minas Gerais

Como no Estado do Rio de Janeiro, também em MinasGerais a estrutura do Programa foi dividida em módulos, eesses, em programas. O montante dos investimentos,considerando o nível de tratamento primário para oesgotamento sanitário, foi de R$ 485,65 x 106.

Os resultados obtidos constam, de forma sintética, noquadro a seguir:

PR

OG

RA

MA

DE

IN

VE

ST

IM

EN

TO

S

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

57

Os investimentos previstos foram direcionados para apenas27 dos 88 municípios da bacia, mas que abrigam em suas sedesquase 880 mil habitantes, ou seja, aproximadamente 83,4% dapopulação urbana da área mineira da bacia. Os investimentostotais são de R$ 190,49 milhões e R$ 265,64 milhões,respectivamente, para tratamento primário e secundário. Taisinvestimentos visam elevar, no horizonte de 20 anos, os atuaisíndices de atendimento naqueles municípios para o patamarmédio de 71,3%.

Como no caso da parte fluminense da bacia, foi tambémefetuada hierarquização das intervenções, porém unicamente soba ótica econômica, tendo-se calculado os valoresatuais de cada projeto apartir da disposição apagar. A hierarquização foiestabelecida pela ordenaçãodecrescente dos valoresatuais das intervençõespropostas, considerando-se duas possibilidades, ouseja, o nível de tratamentoprimário e o nível detratamento secundário.

Esgotamento sanitário

ETE Barreira do Triunfo,Juiz de Fora (MG)

PR

OG

RA

MA

DE

IN

VE

ST

IM

EN

TO

S

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

58

Os investimentos previstos nos sistemas de abastecimento de águaforam direcionados para os mesmos 27 municípios mineiros da baciaonde foram programadas melhorias nos sistemas de esgotamentosanitário. Os investimentos são da ordem de R$ 111,13 milhões evisam elevar, no horizonte de 20 anos, os atuais índices de atendimentonaqueles municípios para o patamar mínimo de 95%.

Abastecimento de água

Os investimentos nos sistemas delimpeza urbana e disposição dos resíduossólidos foram direcionados para os 26 maioresmunicípios da parte mineira da bacia,excetuando-se Juiz de Fora, que já tem o seusistema de limpeza urbana bem estruturado.

Os resultados obtidos constam noquadro abaixo:

Resíduos sólidos

ETA Sistema Norte,Juiz de fora (MG)

ETA Peixoto Filho,Ubá (MG)

PR

OG

RA

MA

DE

IN

VE

ST

IM

EN

TO

S

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

59

Foram desenvolvidos estudos buscando equacionar os problemasmais críticos decorrentes de deficiências no sistema de drenagem urbana.Esses estudos resultaram na previsão de 13 intervenções nos 5municípios mais comprometidos por problemas de drenagem, quaissejam: Além Paraíba, Cataguases, Juiz de Fora, Leopoldina e SantosDumont. Essas intervenções tiveram o seu custo de implantaçãoestimado em R$ 47,58 milhões.

São Paulo

No Estado de São Paulo, a estrutura do Programa de Investimentosfoi dividida em dois grandes componentes. O primeiro voltado para agestão de recursos hídricos e o segundo, para serviços e obras. Omontante dos investimentos foi estimado em R$ 617,95 x 106. Nosquadros seguintes são apresentados os valores dos investimentosrelativamente às ações integrantes de cada um dos componentes.

Drenagem urbana

1-Canal de drenagemem área urbana2-Elevatória de água tratadaETA de Além Paraíba (MG)

PR

OG

RA

MA

DE

IN

VE

ST

IM

EN

TO

S

21

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

60

As intervenções estruturais requeridas para alcançar os objetivos do PQA no trechopaulista da bacia do Paraíba do Sul foram estimadas em R$ 540,9 milhões. Por outro lado,a avaliação da possível disponibilidade de recursos oriundos de diferentes fontes potenciais,incluindo-se não só as dos três níveis do Poder Público (federal, estadual e municipal), mastambém a receita estimada da cobrança pelo uso da água, da participação da iniciativa privadae, ainda, da contratação de empréstimos externos, indica, para o primeiro quadriênio daimplantação das obras, a cifra de R$ 285 milhões.

Diante da limitação de recursos financeiros, foi selecionada, com a participação do CômitePaulista, a alternativa que estabelece, para o esgotamento sanitário, a coleta, o afastamento e otratamento dos esgotos das cidades a montante dos reservatórios de Santa Branca e Jaguarimais as cidades de Guararema, Jacareí, São José dos Campos, Pindamonhangaba, Roseira,Aparecida, Lorena, Piquete e Queluz, até um índice de atendimento de 90%.

Essa alternativa implica investimentos no esgotamento sanitário da ordem de R$147,7milhões, distribuídos pelos 19 municípios envolvidos, conforme consta do quadro a seguir.Se a esses municípios forem adicionados aqueles onde não serão aplicados recursos, mas quejá têm tratamento em parte de seus esgotos, quais sejam, Monteiro Lobato, Guaratinguetá,Bananal e Potim, resulta uma população atendida por tratamento da ordem de 1 milhão dehabitantes em 2003, ou seja, 59,6 % da população total. Essa alternativa reconduz aconcentração de OD do rio à Classe 2 em todo o seu trecho paulista.

Componente de serviços e obras - Esgotamento SanitárioP

RO

GR

AM

A D

E I

NV

ES

TI

ME

NT

OS

1-Adensadores de lodo2-ETA de Carangola (MG)3-Elevatória de água bruta, SistemaNorte, Juiz de Fora (MG)2

31

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

61

Os investimentos previstos atenderão a 34 municípios queintegram a parte paulista da bacia, devendo atingir, no horizontede 2011, o valor global de R$ 55,8 milhões. Para o primeiroquadriênio de implantação do Programa, são estimados R$ 26,5milhões, que satisfazem integralmente às demandas previstaspara aquele período inicial. De modo geral, os recursos serãodirigidos para a ampliação da capacidade de adução e produção, aextensão da rede de distribuição e a setorização do sistema,inclusive o aumento da capacidade de reservação, de forma amanter ou, em certos casos, melhorar os índices atuais deatendimento relativamente ao aumento da demanda.

Abastecimento de água

Os investimentos previstos serão direcionadospara os 24 municípios (ver quadro a seguir) quedispõem seus resíduos de formainadequada. Para os municípios quegeram mais de 10t/dia de resíduos sólidosdomiciliares, foi considerada a necessidadede implantação de aterro sanitário,incluindo o pré-tratamento do chorume.No caso dos que geram menos de 10t/dia, será preciso implantar um sistemasimplificado em valas controladas, comcaptação e pré-tratamento do chorume.Todos os lixões existentes e em desconformidadedeverão ser recuperados. O montante previsto paraos investimentos é de R$ 37,87 milhões.

No âmbito do PQA/SP, não foram desenvolvidosanteprojetos para obras de drenagem urbana. Todavia, omontante dos investimentos previstos, obtido pelo conjuntodas diversas obras preliminarmente estudadas pelas prefeituras,chega a R$ 156 milhões.

Resíduos sólidos

Drenagem urbana

Captação deágua de

Visconde do RioBranco (MG)

PR

OG

RA

MA

DE

IN

VE

ST

IM

EN

TO

S

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

62

Objetivando acelerar a estruturação do CEIVAP mediante o seu fortalecimento eoperacionalização, bem como o desenvolvimento e consolidação de estratégias aplicáveisà implantação de futuros investimentos na bacia e ao estabelecimento de modelos degestão, foi prevista a implantação do Projeto Inicial, com financiamento do Banco Mundial,constituído de intervenções incluídas no PQA.

Diante da limitação dos recursos passíveis de serem disponibilizados, US$ 40milhões, foi considerado prioritário investir parte desses recursos nas ações gerais deplanejamento e gestão e o restante em intervenções estruturais de esgotamento sanitárioe controle de erosão. A escolha dessas intervenções baseou-se numa análise multicriterialrealizada pelas Câmaras Técnicas do CEIVAP, cujos parâmetros foram:

1. critério financeiro relativo ao empreendimento;2. critério financeiro relativo ao agente executor;3. critério ambiental relativo à melhoria da qualidade da água;4. critério econômico;5. critério social; e6. critério relativo ao efeito demonstrativo do empreendimento.

10 . Projeto Inicial

Para a consecução desse objetivo, o Projeto Inicial visa:contribuir para a instalação de um sistema de gestão dos recursos hídricos, comresponsabilidades compartilhadas entre as esferas do Poder Público (União, Estados eMunicípios), os usuários das águas e entidades da sociedade civil, que modernize eatualize os métodos, processos e ferramentas de apoio à decisão hoje existentes;contribuir para o equacionamento de demandas de investimentos com base,primordialmente, na implantação de sistema de cobrança pelo uso da água;implantar a Agência de Águas da Bacia e, por meio desta, ( i ) a outorga de direito de usodos recursos hídricos e ( ii ) a cobrança pelo uso da água;induzir, mediante os progressos obtidos na gestão da bacia, a implementação das açõesinstitucionais associadas à regulamentação das leis federal e estaduais de recursos hídricos;assegurar a sustentabilidade econômico-financeira e ambiental do processo de gestãodos recursos hídricos da bacia do rio Paraíba do Sul; eviabilizar a implementação das intervenções estruturais necessárias para reverter o aceleradoprocesso de degradação da bacia e assegurar a disponibilidade quantitativa e qualitativados recursos hídricos na bacia.

PR

OJ

ET

O I

NI

CI

AL

Vista do rio Paraíba do Sul, Trecho médio

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

63

O quadro abaixo apresenta a alternativa escolhida.

PR

OJ

ET

O I

NI

CI

AL

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

64

Com a promulgação da Lei no9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, foram definidas as basesdo modelo de gestão a ser implementado em bacias de rios federais, como é o caso da bacia do Paraíba do Sul. No entanto,o processo de reorganização político-institucional na bacia, dentro do espírito e princípios da nova lei, já havia iniciado coma criação anterior do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul e da Serra da Mantiqueira (CBH-PSM) e do Comitêpara Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (CEIVAP). Posteriormente, foram ainda criadas, ou estão emfase de estruturação, outras instituições de grande importância para a gestão das águas: comitês de sub-bacia e consórciosintermunicipais/associação de usuários voltados para a proteção e recuperação ambiental de bacias de tributários ou detrechos do rio Paraíba do Sul.

Nesse contexto, cumpre destacar o CEIVAP, instituído pelo Decreto no 1.842, federal, em março de 1996, e formalmenteinstalado em dezembro de 1997. Além de constituir a instância superior da bacia em termos de planejamento e gestão dosrecursos hídricos, cabe ao CEIVAP articular e promover a integração das diversas iniciativas regionais levadas a cabo em todaa extensão da bacia do Paraíba do Sul.

A organização do CEIVAP evoluiu bastante desde a sua criação, notadamente para adequar o seu Regimento Internoàs disposições da Lei no 9.433/97 e ampliar sua composição segundo a Resolução no 05/99 do Conselho Nacional deRecursos Hídricos (CNRH). Atualmente o CEIVAP é composto por 60 membros, sendo 3 representantes da União, 9 dosEstados, 9 dos municípios, 24 dos usuários e 15 de organizações civis.

Embora não disponha ainda de uma agência de bacia, o CEIVAP conta desde a sua instalação com a SecretariaExecutiva e duas Câmaras Técnicas, uma Institucional e outra de Planejamento e Investimento, de forma a darsubsídios às decisões a serem tomadas pelo plenário do Comitê. Essa estrutura executiva e de apoio aofuncionamento do CEIVAP vem evoluindo de maneira significativa e continuada. De um lado, o EscritórioTécnico em Resende foi ampliado e reforçado na sua competência técnica e administrativa e, de outro, uma terceiracâmara técnica encontra-se em estruturação e terá sua atuação dirigida para a educação ambiental.

Essa evolução vem tendo, naturalmente, reflexos na agenda do CEIVAP, que passou a atuar em mais frentes detrabalho. Ao longo do ano 2000, por exemplo, houve grandes esforços de mobilização e busca de maior legitimidadedo Comitê quando do processo de ampliação e renovação de seus membros. De outro lado, por intermédio doPrograma Curso d'Água de Educação Ambiental e do Programa de Mobilização Participativa, cujo alvo são osprincipais usuários e organizações civis da bacia, o Comitê vem aumentando sua capilaridade no interior da bacia aotentar sensibilizar os atores locais quanto aos problemas ambientais e socializar informações sobre as novas políticasfederal e estaduais de gestão das águas. Enfim, o CEIVAP tem avançado de maneira substancial na discussão dosinstrumentos de gestão, em particular a necessidade do reenquadramento dos corpos d'água, a integração interestadualdo sistema de outorga de direitos de uso e a definição/hierarquização do Projeto Inicial de investimentos na bacia.

11 . Organização da Gestão

CEIVAP

Trecho do médio Paraíba do Sul (RJ)

OR

GA

NI

ZA

ÇÃ

O D

A G

ES

O

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

65

O CBH-PSM ou Comitê Paulista, como é conhecido, foi instituído em novembro de 1994 pelo Conselhode Recursos Hídricos do Estado de São Paulo para atuar na gestão da área paulista da bacia do Paraíba do Sule da bacia da Serra da Mantiqueira. É integrado por 37 municípios, 34 dos quais se inserem na bacia do Paraíbado Sul, e tem uma composição tripartite (Estado, municípios e sociedade civil) com 10 representantes de cadasegmento. Além de sua atuação regional na implantação de novos princípios e instrumentos de gestão daságuas, o Comitê Paulista tem-se destacado no apoio ao CEIVAP, nas negociações para a implantação doPQA/SP e na defesa da descentralização da gestão das águas na bacia do Paraíba do Sul.

Na outra extremidade da bacia, compartilhadas entre os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, as baciasdos rios Pomba e Muriaé vêm-se organizando paulatinamente desde 1997. O Consórcio Intermunicipal paraRecuperação Ambiental da Bacia do Rio Muriaé ou Consórcio do Muriaé foi criado em 1997 com a motivaçãomaior de resolver os problemas de cheias desse rio. Organização semelhante foi criada no ano seguinte na baciavizinha do rio Pomba, o Consórcio Intermunicipal para Proteção e Recuperação Ambiental da Bacia do RioPomba ou Consórcio do Pomba.

O Consórcio do Muriaé tem pautado suas atividades em vários níveis, desde o controle da poluição poróleos e graxas, até ações de maior porte, como o reflorestamento de matas ciliares, visando atenuar os problemasde inundação. De outro lado, tanto o consórcio do rio Muriaé, quanto o do rio Pomba têm forte atuação naesfera político-institucional de gestão das águas em âmbito regional. O Comitê de Integração das Bacias dosRios Pomba e Muriaé, já criado e em processo de implementação, é, inclusive, o resultado do esforço políticodesses dois organismos. Por tratar-se de comitê de rios que drenam mais de um estado, sua composiçãoobedece às disposições da legislação federal.

Apesar de não constituir propriamente um organismo de bacia, o Comitê Gestor da Área de ProteçãoAmbiental (APA) de Petrópolis merece destaque por sua representatividade local e sua atuação na proteção demananciais e na recuperação ambiental dos rios da bacia.

Finalmente, deve-se ressaltar que outras regiões da bacia vêm tentando organizar-se para a proteção erecuperação de suas águas. A Prefeitura de Volta Redonda tem liderado, desde o início de 2000, o projeto decriação da Associação de Usuários das Águas do Médio Rio Paraíba do Sul, que envolve o trecho compreendidoentre a represa de Funil e o município de Três Rios.

No final do mesmo ano, a região da foz do Paraíba do Sul iniciou um processo de mobilização para acriação de uma associação de usuários que se dedique aos problemas ambientais específicos das lagoas e da fozdo rio Paraíba do Sul.

Por sua vez, representantes da bacia do rio Preto, situada no médio curso do Paraíba do Sul, vêm discutindoa possibilidade de criar uma organização regional que atenda não somente aos problemas de águas, mastambém ao desenvolvimento sustentável da região.

Outros organismos da bacia

Trecho do médio Paraíba doSul com vista parcial do

município de Três Rios (RJ)

OR

GA

NI

ZA

ÇÃ

O D

A G

ES

O

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

66

Queimada na bacia

Recentemente, com a criação da Agência Nacional de Águas (ANA),em 17 de julho de 2000, e sua efetiva implantação em dezembro domesmo ano, a consolidação da gestão de recursos hídricos na baciaganhou novo impulso, sobretudo a partir do lançamento do ProgramaNacional de Despoluição de Bacias Hidrográficas.

Esse Programa consiste no aporte, pela União, de subsídios de até50% do custo de capital necessário à implantação de estações detratamento de esgotos (ETE's), pagos aos prestadores de serviçodurante a fase de amortização dos empreendimentos. Os outros 50%virão das instâncias locais (estado ou município) e da cobrança pelouso dos recursos hídricos. Esse último aspecto impulsionou a decisãodo CEIVAP de criar sua Agência de Bacia ainda no ano de 2001 eimplantar a cobrança pelo uso da água a partir de 2002.

Os objetivos do Programa consistem em reduzir os níveis críticosde poluição hídrica observados nas bacias hidrográficas com maiordensidade urbana e industrial do país e induzir a implantação desistemas de gerenciamento de recursos hídricos nestas áreas, mediantea constituição de comitês e respectivas agências de bacia hidrográfica eda implementação de mecanismos para a cobrança pelo uso dos recursoshídricos, conforme previsto na Lei nº 9.433/97.

Agência Nacional de Águas

OR

GA

NI

ZA

ÇÃ

O D

A G

ES

O

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

67

Vista de estirão dotrecho médio do Paraíbado Sul, próximo à cidadede Paraíba do Sul (RJ)

OR

GA

NI

ZA

ÇÃ

O D

A G

ES

O

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PBA

CIA

DO R

IO P

BACI

A DO

RIO

PAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D

ARAÍ

BA D

O SU

L -

LI

VRO

DAR

AÍBA

DO

SUL

-

LIVR

O D A

BAC

IAA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AA

BACI

AC

AR

AC

TE

ST

IC

AS

P

RI

NC

IP

AI

S

DA

B

AC

IA

68 GL

OS

RI

O

ABC

ANA

CBH-PSM

CECA

CEDAE

CEEIVAP

CEIVAP

CETESB

CIDE

CNRH

CONAMA

COPAM

COPASA

CSN

DAEE

FEAM

FEEMA

GEROE

GPS

IBGE

IGAM

PPG

PQA/RJ

PQA/SP

SABESP

UNESCO

Glossário

Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores

Agência Nacional de Águas

Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul e da Serra da Mantiqueira (Comitê Paulista)

Comissão Estadual de Controle Ambiental

Cia. Estadual de Águas e Esgotos (RJ)

Comitê Executivo de Estudos Integrados da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul

Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (SP)

Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro

Conselho Nacional de Recursos Hídricos

Conselho Nacional do Meio Ambiente

Conselho Estadual de Política Ambiental (MG)

Companhia de Saneamento de Minas Gerais

Companhia Siderúrgica Nacional

Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (SP)

Fundação Estadual do Meio Ambiente (MG)

Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (RJ)

Grupo Executivo para Recuperação e Obras de Emergência (RJ)

Implantação do Sistema de Gestão do Paraíba do Sul (2001)

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Instituto Mineiro de Gestão das Águas

Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Rio Paraíba do Sul (2000)

Projeto Qualidade das Águas e Controle da Poluição Hídrica, Estado do Rio de Janeiro (1999)

Projeto Qualidade das Águas e Controle da Poluição Hídrica, Estado de São Paulo (1999)

Cia. de Saneamento Básico do Estado de São Paulo

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura