a avaliabilidade do programa sesi de prevenção de quedas

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0 DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA MESTRADO PROFISSIONAL EM GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO SALVADOR 2007 ROBÉRIO COSTA SILVA A AVALIABILIDADE DO PROGRAMA SESI DE PREVENÇÃO DE QUEDAS NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NA BAHIA.

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Page 1: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

0

DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAESCOLA POLITÉCNICA

MESTRADO PROFISSIONAL EMGERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS

AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO

SALVADOR 2007

ROBÉRIO COSTA SILVA

A AVALIABILIDADE DO PROGRAMA SESI DE PREVENÇÃO DE QUEDAS NA INDÚSTRIA DA

CONSTRUÇÃO CIVIL NA BAHIA.

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1

ROBÉRIO COSTA SILVA

A AVALIABILIDADE DO PROGRAMA SESI DE PREVENÇÃO DE

QUEDAS NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NA BAHIA

Dissertação apresentada ao Curso de pós-graduação em Gerenciamento e Tecnologia Ambiental no Processo Produtivo, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Orientador: Prof. Dr. José Célio Silveira Andrade

Salvador

2007

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2

S5861 Silva, Robério Costa

A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas na indústria de construção civil na Bahia. / Robério Costa e Silva. --- Salvador-BA, 2007.

89p. il.

Orientador: Prof. Dr. José Célio Silveira Andrade. Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias

Ambientais no Processo Produtivo) - Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica, 2007.

1. Segurança do trabalho. 2. Saúde e trabalho. 3. Riscos

operacionais – Indústria da construção civil. 4. Prevenção de acidentes. I. Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica. II. Andrade, José Célio Silveira. III. Serviço Social da Indústria (SESI). IV. Título.

658.47

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4

DEDICATÓRIA

A minha esposa Cléa, aos meus filhos Higor e Maria Clara e aos meus pais Antônio e Nalva, que compreenderam a minha ausência, nesse período, e me incentivaram a continuar essa caminhada.

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5

AGRADECIMENTOS

À Federação da Indústria do Estado da Bahia - FIEB, representada pelo Presidente

da Federação e Diretor Regional do SESI-Ba Dr. Jorge Lins Freire, pelo Diretor

Executivo do Sistema FIEB Jose Cabral Ferreira e pelo Superintendente do SESI-Ba

Dr. Manoelito Souza, pois sem o apoio desta instituição não seria possível realização

deste estudo.

Ao amigo e colega Paulo Rego, pela disponibilidade em seus momentos de

descanso dedicar seu tempo na leitura e valiosas sugestões para o desenvolvimento

deste trabalho.

Ao Professor, Dr. José Célio Andrade, orientador deste trabalho, pela colaboração

prestada na realização deste trabalho.

A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram efetivamente para

desenvolvimento e finalização desta pesquisa.

.

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6

RESUMO

Para identificar prioridades na avaliação sistemática do “Programa SESI de Prevenção de Quedas na Indústria da Construção Civil na Bahia”, realizou-se um estudo sobre sua avaliabilidade através de entrevistas com informantes-chave e análise documental. Elaborou-se um modelo lógico para o programa, de onde derivaram dimensões, sub-dimensões e critérios para avaliação, posteriormente submetidos a especialistas através da técnica de Delfos. Estimou-se a cobertura e a evasão onde o programa foi implantado e analisou-se o seu desempenho entre as duas visitas, utilizando-se o banco de dados do Epi-Data através do EpiData-Analysis. Os resultados mostram um programa suficientemente estruturado, que permite avaliações sistemáticas. Identificou-se uma diversidade de compreensão dos seus objetivos. Verificou-se uma baixa cobertura real estimada de canteiros de obras (9,4% em Salvador, 13,0% em Feira de Santana), uma cobertura total de 5,6% onde o programa foi implementado, e evasão de canteiros por execução entre 9,0% em Salvador e 40,9% em Feira de Santana, revelando aqui uma necessidade de aprofundamento no estudo nesta região. O desempenho dos canteiros apresenta a pior pontuação em proteção contra quedas em altura e andaimes, deduzindo-se assim que problemas relacionados aos efeitos do programa (analise dos efeitos) o indicam como área prioritária para avaliação. O estudo também funcionou como pré-avaliação do programa, gerando recomendações, principalmente de problemas relacionados ao correto levantamento de informações, registro do banco de dados e uso do sistema de informação já estruturado pelo SESI. Conclui-se pela relevância da realização de estudos de avaliabilidade como etapa preliminar da realização de avaliação de programas.

Palavras-chaves: avaliação de programas, análise de avaliabilidade, pré-avaliação, segurança do trabalho, quedas, construção civil.

Page 8: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

7

ABSTRACT

In order to identify priorities in the systematic evaluation of “SESI BA`s Civil Construction Fall Prevention Program” a study, through interviews with key informants and document analysis, was done to evaluability assessment of the program. A logic model for the program was developed from this model dimensions, sub-dimensions and evaluation criteria were derived and later submitted to specialists through the Delfos technique. The market coverage and market evasion were the program was implemented was estimated and the performance between both visits was analyzed using Epi-Data data base through the EpiData-Analysis. The results proved the program to be structured sufficiently which allows for systematic evaluations. A diversity of understanding of the programs objectives was identified. The true market-share of construction sites was verified as being low (9.4% in Salvador, 13% in Feira de Santana), a total market coverage of 5.6% where the program was implemented and evasion of construction sites per execution was between 9% in Salvador and 40.9% in Feira de Santana, revealing a necessity to further the study in this region. The performance evaluations of the construction sites show the worst scores in high fall protection and scaffolds which show that problems related to the effects of the program (analysis of the effects) indicate that this area should be prioritized in evaluations. The study also served as a pre-evaluation of the program, generating recommendations, mainly related to the correct information gathering, registration in the data base and the use of the information system already in use at SESI. It is concluded for the relevance of the accomplishment of evaluability assessment studies as the preliminary stage for the accomplishment of programs evaluation.

Key-words: program evaluation, evaluability assessment, pre-evaluation, occupational safety, falls, civil construction.

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8

LISTA DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS

Figura 1 – Espectro de possibilidades de Avaliação de uma Intervenção 26

Figura 2 – Componentes da Intervenção e a Pesquisa Avaliativa 30

Quadro 1 – Categorias de análise das diferentes percepções dos diferentes 34

atores sobre o Programa de Quedas do SESI-Bahia, 2005.

Quadro 2 – Seleção de dimensões e critérios para avaliação do Projeto de 35

Prevenção de Quedas submetida ao comitê de experts, 2006.

Quadro 3 – Comparativo para delimitação dos objetivos do programa 41

Figura 3 – Modelo Lógico - Programa SESI de Prevenção de Quedas na 46

Indústria da Construção Civil

Quadro 4 – Seleção de dimensões e critérios do Projeto de Prevenção de 48

Quedas avaliados pelo Comitê de Especialistas, 2006.

Tabela 1 – Número de Canteiros na Bahia com Adesão e Atendidos pelo PQ 49

Segundo Visita, Número de Trabalhadores, SESI - BA, 2005.

Tabela 2 – Cobertura Potencial e Real por Região. SESI - BA, 2005. 50

Tabela 3 – Evasão por Perda, Execução e Percentual de Execução do PQ por 51

Região. SESI - BA, 2005.

Tabela 4 – Canteiros atendidos pelo PQ segundo Etapa da Obra e Visita, 52

SESI - BA, 2005.

Tabela 5 – Nota média obtida por dimensões principais com os respectivos 53

IC 95% segundo o check -list nos canteiros de obra atendidos

pelo PQ. SESI-BA, 2005.

Tabela 6 – Nota média obtida na dimensão Proteção contra quedas em altura 53

segundo o check -list nos canteiros de obra atendidos pelo PQ.

SESI-BA, 2005.

Tabela 7 – Nota média obtida na dimensão Andaimes segundo o check -list 55

nos canteiros de obra atendidos pelo PQ. SESI-BA, 2005.

Page 10: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 11

1.1 CARACTERIZAÇÃO DO SESI – SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA, 15

DEPARTAMENTO REGIONAL, BAHIA.

1.2 SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO E O SESI DR/BAHIA 16

1.2.1 Linha de Mobilização Social 18

1.2.2 Linha de Soluções / Serviços Técnicos 22

1.2.3 Linha de Consultoria 22

1.3 PERGUNTA DE INVESTIGAÇÃO E OBJETIVOS DO ESTUDO 23

1.3.1 Pergunta de Investigação 23

1.3.2 Objetivo Geral 23

1.3.3 Objetivos Específicos 24

2 REFERENCIAL TEÓRICO E REVISÃO DA LITERATURA 25

2.1 AVALIAÇÕES DE PROGRAMAS 25

2.2 ANÁLISE DE AVALIABILIDADE 28

3 METODOLOGIA 33

3.1 PRINCIPAIS CATEGORIAS DE ANÁLISE 38

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 40

4.1 DELIMITAÇÃO DOS OBJETIVOS 40

4.2 DELIMITAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DAS ETAPAS DE 43

OPERACIONALIZAÇÃO DO PROGRAMA

4.3 DESENVOLVIMENTO DO MODELO LÓGICO DO PROGRAMA 45

4.4 DEFINIÇÃO DA MATRIZ DE DIMENSÕES E CRITÉRIOS PARA 47

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA

4.5 ESTIMATIVA DA COBERTURA E EVASÃO DO PROGRAMA 49

4.6 ANÁLISE DO DESEMPENHO DOS CANTEIROS 51

4.7 RECOMENDAÇÕES PARA O PROGRAMA 55

Page 11: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

10

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 58

REFERÊNCIAS 61

APÊNDICE A 68

APÊNDICE B 69

APÊNDICE C 70

ANEXO A 74

Page 12: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

11

1 INTRODUÇÃO

A construção civil é considerada um dos setores da indústria com os

maiores problemas de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), que se refletem nas

altas taxas de acidentes e doenças ocupacionais. Para o enfrentamento destes

problemas, faz-se necessário compreender os fatores determinantes destes

acidentes e doenças, os quais, segundo Landeweerd (1990), podem ser

classificados em três níveis: macro, meso e micro. Aplicando esta classificação à

construção civil, Spangenberg (2003) descreve como sendo fatores do nível macro

aqueles de nível nacional e social, tais como a legislação sobre o ambiente do

trabalho, a estrutura socioeconômica da indústria da construção civil, a

implementação de programas educacionais e a política relativa a práticas de

compensação. No nível meso estão incluídos os relativos ao âmbito da empresa, tais

como práticas de emprego, implementação de gestão de segurança, planejamento

do trabalho, seleção de meios técnico e pessoal, uso de equipamentos

apropriadamente seguros e carga de trabalho, dentre outros. O nível micro seria

referente a fatores que agem no grupo de trabalho ou individual, tais como práticas

cooperativas, antecedentes sociais e educacionais, treinamento e aprendizagem,

atitude e comportamento considerado de risco ou perigoso.

Este setor industrial se caracteriza por ser de mão de obra intensiva,

sendo responsável pela ocupação de 5,6% da População Economicamente Ativa

(PEA) do Brasil e 5,9% da Bahia, o que representa a ocupação de mais de 350.000

pessoas na Bahia, e cerca de 4.900.000 no Brasil (IBGE, PNAD, 2001). É importante

ressaltar que a maioria desses trabalhadores não tem contrato formal de trabalho,

sendo informais e biscateiros (Santana e Oliveira, 2005).

Page 13: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

12

As empresas deste setor constituem-se em sua maioria de micro e

pequenas-empresas. Na Bahia, empresas com menos de 10 trabalhadores

representam 87,3% do total, semelhante ao percentual estimado para o Brasil, que

foi de 85,5%, embora correspondam a apenas 18,1% e 19,8%, respectivamente, do

pessoal ocupado no setor. Em contraste, empresas com um número de

trabalhadores acima de 100 representam somente 2 % na Bahia e 1,6% no Brasil,

embora sejam responsáveis, respectivamente, por 48,7% e 43,3% do pessoal

ocupado na construção (IBGE, CCE, 2002).

Na Bahia, os trabalhadores deste setor são predominantemente do sexo

masculino, jovens na faixa de idade entre 18 e 39 anos e ganham até dois salários

mínimos. No Brasil, grande parte dos trabalhadores formais possue até o 4ª ano

primário, sendo plausível supor que a compreensão da leitura, requisito essencial

para a eficiência de medidas preventivas, é deficiente em grande parte desses

trabalhadores. A mesma questão é percebida quando se verifica o nível de

qualificação profissional, constatando que o treinamento profissional é bastante débil

neste setor. Sabe-se que não apenas no Brasil, mas no mundo, os trabalhadores da

construção civil tendem a aprender com a prática, forma que pode ser considerada

inadequada, especialmente no que se refere aos conteúdos de higiene, segurança e

saúde no trabalho (Silva, 2005), por se tratar de conhecimento especifico.

Este segmento é considerado como o que detém as mais altas taxas de

acidentes e a maior concentração numérica de mortes causadas por acidentes de

trabalho, incapacidades e outras conseqüências desses agravos à saúde. Na Bahia,

ocorreram vinte e três óbitos relacionados a acidentes do trabalho na construção civil

em 2000, 18 óbitos em 2001 e 25 mortes em 2002, representando, respectivamente,

56,1%, 51,4% e 52,1% do total de mortes relacionadas a acidentes do trabalho na

indústria baiana (INSS - 2003). Em 2000, na Bahia, o coeficiente de mortalidade, foi

de 32/100.000 trabalhadores, superior ao do Brasil no mesmo ano (Silva, 2005).

Existem múltiplos determinantes de acidentes de trabalho e sua

complexidade é elevada. Foi observado que as quedas representam cerca de 40%

dos acidentes de trabalho na construção civil (Barbosa e Santana, 2005). Estudos

demonstram que 50% de todas as mortes relacionadas a quedas ocorrem na

construção civil (Cattledge et al., 1996). Com isso, a queda pode ser considerada

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13

como a principal causa imediata de acidentes do trabalho na construção civil

(Sorock, Smith e Goldolft, 1993). A maior parte das quedas acontecem em empresas

com até dez trabalhadores e estão relacionadas ao uso de escadas, a presença de

abertura no piso e nas paredes (Rivara e Thompson, 2000). Logo, esta causa

imediata deve ser priorizada em qualquer intervenção.

Contandriopoulos (1997) define como intervenção a organização, em um

contexto especifico e em um determinado período, de um conjunto de meios (físicos,

humanos, financeiros, simbólicos) para produzir bens ou serviços que têm como

propósito alterar uma determinada situação. Em função das estratégias de

intervenção adotadas nos fatores determinantes, pode-se ter resultados diferentes,

produzindo maior ou menor efeito sobre a situação problema.

Nos últimos vinte anos, os programas e sistemas de gestão têm emergido

internacionalmente como uma importante estratégia para o tratamento dos

problemas de segurança e saúde no trabalho (LaMontagne et al., 2004). No Brasil, a

partir de 1994, alguns destes programas de SST passaram a ser exigidos pelo

Ministério do Trabalho, para empresas que admitam trabalhadores como

empregados, como o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA e o

Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO, entre outros. Além

dos programas compulsórios, observa-se no país um número cada vez maior de

grandes e médias empresas desenvolvendo, voluntariamente e ou por exigências do

mercado, modelos internacionais de sistemas de gestão em SST. Contudo, poucos

estudos e pesquisas têm sido desenvolvidos nesta área (LaMontagne et al., 2004).

Para a obtenção de uma maior eficiência e um maior impacto dos

investimentos nas estratégias de intervenção, a incorporação do processo de

avaliação como prática sistemática e contínua destes programas e/ou projetos de

Segurança e Saúde no Trabalho (SST) pode ser um instrumento fundamental para

que se alcancem melhores resultados e/ou proporcionar uma melhor utilização e

controle dos recursos neles aplicados (Costa e Castanhar, 2002).

Apesar disso, na América Latina, é pouco freqüente a avaliação de

programas sociais (Cohen e Franco, 1999). Este quadro ainda é mais acentuado

Page 15: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

14

quando se trata de programas de SST. Porém, cresce o interesse pela avaliação

como importante instrumento de apoio às decisões em saúde (Novaes, 2000).

A inclusão do processo de avaliação como prática rotineira proporcionaria

aos gestores destes programas informações necessárias para a definição de

estratégias de intervenção (Vieira da Silva e Formigli, 1994), contribuindo para

aumentar a racionalidade na tomada de decisões, identificando problemas,

selecionando alternativas de solução, prevendo suas conseqüências e otimizando a

utilização dos recursos disponíveis (Resende, 2002).

LaMontagne et al. (2004) consideram como relevante para o

desenvolvimento de novas práticas e políticas de SST a ampliação da pesquisa na

área. Isso inclui buscar responder algumas questões como: como podemos analisar

ou avaliar os programas e sistemas de gestão em SST existentes? Como podemos

intervir para melhorar esses programas?

Assim, este estudo pretende realizar uma pré-avaliação ou avaliabilidade

do Programa SESI de Prevenção de Quedas na Indústria da Construção Civil na

Bahia. Este compõe o Programa Setorial em SST da Construção Civil desenvolvido

pelo SESI Departamento Regional da Bahia (SESI-Ba). Entendendo, a avaliabilidade

como um exame sistemático e preliminar de um programa, que tem como objetivo

ligar o plano do programa, o seu desenvolvimento e a sua avaliação (Mascaskill et

al. 2000).

Para tanto, este estudo visa identificar áreas prioritárias para avaliação,

delimitar os seus objetivos, bem como desenvolver propostas de ajustes no

programa. Essas questões seriam: O programa está suficientemente estruturado

para ser objeto de uma avaliação? Seus objetivos estão bem definidos e

compreendidos por todos os envolvidos? Como este programa funciona? Qual a sua

cobertura e a evasão?

Page 16: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

15

1.1 CARACTERIZAÇÃO DO SESI – SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA,

DEPARTAMENTO REGIONAL, BAHIA.

O Serviço Social da Indústria é uma entidade de direito privado, sem fins

lucrativos, que atua com base em um regulamento nacional, sendo constituído por

um Departamento Nacional - SESI-DN e 27 Departamentos Regionais - DR, um para

cada estado da federação mais o Distrito Federal, que atuam com autonomia política

e administrativa. A estrutura nacional do SESI foi criada em 1º de julho de 1946, pela

Confederação Nacional da Indústria – CNI, com base no Decreto Lei 9043 de

25/06/1946, o qual estabeleceu como fonte de custeio a contribuição compulsória do

segmento da indústria de transformação e assemelhadas. Na Bahia, o

Departamento Regional do SESI foi criado em 1947 (SESI-DN, 2007).

As ações do SESI-Ba são financiadas por três fontes: 1) recursos

compulsórios arrecadados pelo Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS e

distribuídos pelo Departamento Nacional do SESI - SESI-DN com base na

arrecadação de cada estado, ou através de arrecadação direta das indústrias para o

SESI, mediante convênio; 2) receitas de serviços prestados às indústrias e 3)

captação de recursos de instituições e organismos financiadores de projetos nas

suas áreas de atuação. Dentre as fontes citadas, a primeira é responsável por 70%

(setenta por cento) do total dos recursos de financiamento do SESI-Ba (SESI-Ba,

2004).

Essas peculiaridades tornam o SESI uma instituição singular, “híbrida”, na

fronteira dos três setores: governo (receita compulsória, prestação de contas ao

Tribunal de Contas da União e presidente do Conselho Nacional nomeado pelo

Presidente da República), mercado (dirigido por empresários industriais,

comercializando e prestando serviços remunerados – receita de serviços) e 3º setor

(sem fins lucrativos, atuando em áreas de interesse público) (SESI-Ba, 2004).

Para a sua atuação nas áreas de SST, educação e lazer, o SESI-Ba

estruturou-se em onze Unidades de Negócio (UN) e dois Núcleos, distribuídos nas

regiões com uma maior concentração industrial. Das onze UN’s, seis estão

Page 17: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

16

localizadas na região metropolitana, sendo quatro em Salvador, uma em Simões

Filho e uma em Candeias, enquanto as restantes estão instaladas em Feira de

Santana, Vitória da Conquista, Ilhéus, Juazeiro e Valença. O Núcleo de Educação

de Trabalhadores (NET) e o Núcleo de Segurança e Saúde no Trabalho (NSST)

estão situados em Salvador. Das Unidades de Negócio acima citadas, apenas cinco

operam os Programas e Projetos em SST.

A atuação do SESI-Ba em SST foi iniciada há mais de 25 anos, passou

por grandes mudanças ao longo dos últimos 10 anos e, atualmente, está em

processo de reestruturação, tendo como principal desafio a ampliação das ações de

promoção de Segurança e Saúde no Trabalho na indústria da Bahia, priorizando sua

atuação nas micro, pequenas e médias empresas.

1.2 SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO E O SESI DR/BAHIA

Em 1994, o SESI-Ba iniciou um processo de reformulação da sua política

de SST, a partir de um diagnóstico da situação das ações desenvolvidas na área de

Segurança e Saúde do Trabalho. Foi identificado que o modelo de SST então

vigente era medicalizado, com tendência à burocratização, limitando-se à aferição de

dados de exames ocupacionais e à emissão de Atestados de Saúde Ocupacional

(ASO’s), com poucas ações voltadas para a melhoria das condições de segurança e

saúde dos trabalhadores (Lacerda et al., 2005). Buscava-se a eficiência, a eficácia e

a efetividade das suas ações.

A partir destes achados, foi proposto um modelo de atuação pautado na

vigilância epidemiológica, considerando a empresa como base operacional – espaço

– e os trabalhadores como a sua população de referência, e tendo como lógica a

construção de um sistema de informação confiável, que seria uma ferramenta para

subsidiar as intervenções apropriadas. Para a operacionalização deste modelo, foi

desenvolvido o Programa de Saúde Ocupacional na Empresa (PSOE) (SESI-Ba,

1995).

Page 18: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

17

Em dezembro de 1994, o Ministério do Trabalho modificou as Normas

Regulamentadoras (NR) números 7 (sete) e 9 (nove), da Portaria n. 3214/78, que

regulamenta a Lei n.6514/77, e que trata da exigência legal do Programa de

Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) e do Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais (PPRA) para estabelecimentos que admitam trabalhadores como

empregados (MTE, 2003). Esta modificação mostrou-se consoante com a proposta

do SESI-Ba.

Após várias dificuldades internas para a implantação do modelo proposto,

em 1998, houve uma primeira revisão do manual operacional do PSOE, mas que

manteve a mesma orientação política definida nos documentos de origem do modelo

(SESI-Ba, 1998). Em 1999, houve a mudança da denominação do programa, de

PSOE para Programa de Saúde e Segurança do Trabalho (PSST) (Lacerda et al.,

2005).

Após aproximadamente 10 anos de operação do novo modelo em diversas

empresas industriais do estado, existe uma insatisfação da equipe interna do SESI-

Ba em relação a esse modelo, especialmente no que se refere à constatação de que

as propostas de intervenção do PSST são superficiais e tangenciais ao processo

produtivo, além da escassez de recursos existentes para o aumento de sua

cobertura.

Em resposta à necessidade de encontrar estratégias de intervenções mais

efetivas em SST e, em paralelo, ao lançamento do Projeto de Transferência

Tecnológica Canadá/Brasil em SST, através do SESI-DN e parcerias nacionais e

internacionais, o SESI-Ba adotou o modelo de atuação de programas e projetos

setoriais, selecionados em função da conformação do perfil de riscos existentes nas

atividades do setor e da magnitude da sua extensão, além do reconhecimento

público de sua prioridade. Assim, foi proposta a ênfase nos segmentos da

construção civil, bebidas e alimentos e metalurgia, contemplando prioritariamente as

micros, pequenas e médias empresas.

Em 2003, o SESI/BA, em parceria com o Instituto de Saúde Coletiva da

Universidade Federal da Bahia (ISC-UFBa), elaborou um amplo diagnóstico de SST

na indústria da construção civil no estado da Bahia, o qual identificou como as

Page 19: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

18

principais causas de acidentes fatais e não fatais as quedas, o soterramento e os

acidentes com eletricidade. Esses achados orientaram o desenvolvimento de um

Programa Setorial de Segurança e Saúde do Trabalho da Construção Civil, apoiado

pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (SINDUSCON/Ba), que tem como

objetivo contribuir para a redução da ocorrência de acidentes de trabalho e de

doenças ocupacionais (Lacerda et al., 2005). Este programa é baseado em três

linhas de atuação, cada uma delas abrangendo projetos específicos ou produtos em

SST integrados com outras áreas do SESI (Lazer e educação) e com enfoque nos

principais problemas detectados, conforme descrição a seguir:

1.2.1 Linha de Mobilização Social

Esta linha de atuação agrupa programas e projetos que têm como

propósito incentivar discussões, fornecer informações e sensibilizar trabalhadores e

empresários para a necessidade de mudanças no tratamento das questões de

Segurança e Saúde do Trabalho:

1.2.1.1 Programa SESI de Prevenção de Quedas na Indústria da

Construção Civil

O programa consiste em duas visitas de auditoria realizadas em canteiros

de obras por pessoas capacitadas que, utilizando um check-list (Anexo A), verificam

e atribuem nota a itens de Segurança do Trabalho – ST, com destaque para aqueles

voltados para os riscos de ocorrência de quedas de pessoas e materiais.

Este roteiro foi desenvolvido com base nos itens da Norma

Regulamentadora nº 18 – NR-18, integrante da Portaria 3214/78 do Ministério do

Trabalho (MTE, 2003), que estão direta ou indiretamente relacionados aos fatores de

risco de ocorrência de quedas de pessoas e materiais, sendo composto pelas

seguintes dimensões e itens:

1.2.1.1.1) Escadas, rampas e passarelas:

a. Escadas de abrir;

b. Escadas de mão portáteis;

c. Escada provisória coletiva;

Page 20: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

19

d. Corrimão, guarda corpo e rodapé;

e. Rampas;

f. Passarelas.

1.2.1.1.2) Proteção contra quedas em alturas:

a. Abertura de piso;

b. Caixa de elevador;

c. Periferia de laje;

d. Bandeja principal;

e. Bandeja secundária;

f. Bandeja terciária;

g. Tela de proteção.

1.2.1.1.3) Movimentação e transporte de pessoas e materiais:

a. Elevador de materiais;

b. Rampas de acesso;

c. Torre de elevador;

d. Guincheiro credenciado;

e. Elevador de passageiro;

f. Limitador de fim de curso;

g. Elevador de cremalheira;

h. Placas de sinalização e segurança;

i. Comunicação única com o guincheiro;

j. ART de montagem do guincho e elevador;

k. Freios;

l. Grua;

m. Posto do guincheiro;

n. Guincho veloz;

o. Cabo de aço;

p. Livro de registro de inspeção diária do guincho.

1.2.1.1.4) Andaimes:

a. Andaimes simplesmente apoiados;

Page 21: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

20

b. Andaimes suspensos mecânicos;

c. Andaimes fachadeiros;

d. Andaimes suspensos mecânicos leves;

e. Andaimes suspensos mecânicos pesados;

f. Andaimes móveis;

g. Cadeiras suspensas;

h. Andaime em balanço;

1.2.1.1.5) Instalações elétricas:

a. Chaves blindadas;

b. Circuito de distribuição;

c. Uso de tomadas/pinos;

d. Disjuntores;

e. Aterramento;

f. Iluminação;

g. Proteção de cabos;

h. Extensão elétrica.

1.2.1.1.6) Equipamentos de proteção individual

a. Botinas de couro;

b. Botinas de borracha;

c. Trava quedas;

d. Proteção respiratória;

e. Óculos de proteção;

f. Protetor facial;

g. Protetor auricular;

h. Cinto de segurança pára-quedista;

i. Cabo guia;

j. Capacetes;

k. Uniformes;

l. Capa de chuva;

m. Luva de raspa;

n. Luva de PVC

Page 22: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

21

1.2.1.1.7) Ordem e limpeza.

A atribuição de nota aos itens de ST observados nas visitas tem por base

o seguinte padrão:

a. Péssimo para a nota igual a 0 e menor que 1;

b. Ruim para a nota maior ou igual a 1 e menor que 4;

c. Regular para a nota maior ou igual a 4 e menor que 6;

d. Bom para a nota maior ou igual a 6 e menor que 8;

e. Ótimo para a nota maior ou igual a 8 e menor ou igual a 10.

A nota de cada item de cada dimensão é a média aritmética da pontuação

de seus sub-itens, enquanto a nota de cada dimensão é a média aritmética dos

pontos obtidos por seus itens.

Após a primeira visita, a equipe elabora um relatório sobre as condições

de ST no canteiro, com sugestões de melhoria, e o encaminha para a diretoria da

empresa. Uma segunda visita é realizada para verificar o grau de implementação

dos itens sugeridos, preferencialmente com um intervalo de trinta dias, o qual pode

ser modificado de acordo com o cronograma da obra por etapa (fundação,

escavação, estrutura, acabamento etc.).

Todos os dados levantados a partir do check-list alimentam um banco de

dados que deve ser analisado anualmente, com o propósito de produzir informações

e conhecimento sobre o perfil de segurança contra quedas dos canteiros de obra.

1.2.1.2 Programa Pedagógico de SST no Programa de Educação de

Jovens e Adultos

Trata-se da inserção dos principais temas em SST no conteúdo

pedagógico das salas de aulas dos canteiros de obras (parceria com Núcleo de

Educação do Trabalhador SESI/BA).

1.2.1.3 Programa de Sensibilização e Treinamento em Saúde e

Segurança para Trabalhadores da Indústria da Construção Civil

Page 23: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

22

Realização de treinamentos em canteiros de obras para os trabalhadores,

abordando os três principais temas em SST do setor e utilizando ferramentas lúdicas

para facilitar o aprendizado (parceria com o Teatro Rio Vermelho do SESI/BA).

1.2.1.4 Feira de Saúde

Eventos com foco educativo que, realizados nos canteiros de obra e

voltados para os trabalhadores, têm como objetivo a prevenção de agravos e a

promoção da saúde (parceria com a UFBa – Faculdades de Medicina e

Odontologia).

1.2.2 Linha de Soluções / Serviços Técnicos

Os programas, projetos e ações que compõem esta linha de atuação

visam o desenvolvimento e a oferta de serviços e soluções técnicas em

Segurança e Saúde do Trabalho que possam impactar estas questões nos

canteiros de obras.

1.2.2.1 PSST - Programa de SST da Construção Civil

Programa integrado que abrange ações do PCMAT (Programa de Condições

e Meio Ambiente de Trabalho / PPRA – Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais) e PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional),

adaptadas à realidade da construção civil.

1.2.2.2 Sistemas de Proteção Coletiva

Projeto concebido para desenvolver novas tecnologias em Sistemas de

Proteção Coletiva voltados às questões relacionadas a quedas no ambiente de

trabalho da construção civil (parceria com o SESI DN e UFBa).

1.2.3 Linha de Consultoria

Esta linha atuação agrupa os programas e projetos que têm como

propósito contribuir com as empresas da construção civil no desenvolvimento e na

implantação de ferramentas de gestão.

Page 24: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

23

1.2.3.1 Capacitação Evolutiva para a Implantação de Sistema de Gestão

em SST nos moldes da OHSAS 18001

Disponibilizar ferramentas e assessoria técnica (treinamento e consultoria)

que possibilitem a empresa a implantar evolutivamente um Sistema de Gestão em

SST.

Em maio de 2004, iniciou-se a implementação do Programa Setorial de

Segurança e Saúde no Trabalho da Construção Civil (PSSST CC) na região

metropolitana de Salvador (RMS) e, neste ano, o NSST foi responsável pela sua

operacionalização, quando sessenta e nove empresas e cento e dez canteiros

aderiram a pelo menos um dos projetos ou sub-programas do PSSST CC,

ultrapassando todas as metas inicialmente estipuladas (SESI-Ba, 2006). Em 2005,

em virtude da necessidade de interiorizar as ações, foi necessário alterar a

estratégia de atuação, passando para as UN’s Lucaia, Feira de Santana e Vitória da

Conquista a responsabilidade pela sua operacionalização. O papel do NSST tem

sido o de capacitar as equipes técnicas das UN’s, coordenar tecnicamente o

programa e prestar assistência técnica às mesmas, além do desenvolvimento de

novos projetos (SESI-Ba, 2006).

1.3 PERGUNTA DE INVESTIGAÇÃO E OBJETIVOS DO ESTUDO

1.3.1 Pergunta de Investigação

O Programa SESI de Prevenção de Quedas na Indústria da Construção

Civil na Bahia pode ser objeto de uma avaliação sistemática? Qual a cobertura real

estimada desta intervenção? Existe algum indício de melhoria por parte do canteiro

após a primeira inspeção?

1.3.2 Objetivo Geral

Realizar uma análise da avaliabilidade do Programa SESI de Prevenção

de Quedas na Indústria da Construção Civil na Bahia, em 2005.

Page 25: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

24

1.3.3 Objetivos Específicos

a. Delimitar os objetivos do programa;

b. Desenvolver o modelo lógico do programa;

c. Estimar a cobertura e a evasão do programa;

d. Analisar o desempenho dos canteiros entre a primeira e a segunda

visita, a partir das variáveis do check-list;

e. Definir os focos de avaliação da intervenção;

f. Propor ajustes e/ou recomendações para o programa.

Page 26: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

25

2 REFERENCIAL TEÓRICO E REVISÃO DA LITERATURA

2.1 AVALIAÇÕES DE PROGRAMAS

Avaliar é uma atividade que existe desde o inicio dos tempos, consistindo,

basicamente, na realização de um julgamento sobre determinadas questões,

programas, produtos e ou atividades. Essa atividade pode estar compreendida entre

um intervalo com diversas possibilidades, como pode ser visto na figura 1, que vai

de um extremo, representado pelas avaliações das práticas cotidianas, baseadas a

partir de recursos e noções oriundas do “senso comum”, como por exemplo, ao sair

de uma festa, quando se pergunta aos seus participantes: O que vocês acharam da

festa? Foi boa? Foi divertida? (Vieira da Silva, 2005). No outro extremo, estaria a

pesquisa avaliativa, que se estabelece com base na utilização de procedimentos e

métodos científicos. Entre estes dois extremos do intervalo, está a avaliação

normativa, que se apóia na utilização de critérios e normas para a realização do

julgamento (Contandriopoulos et al., 1997)

Page 27: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

26

Apesar de existir uma diversidade de conceitos sobre avaliação, a

definição elaborada por Contrandriopoulos (1997), é objeto de um amplo consenso,

conceituando a avaliação como:

Avaliar consiste fundamentalmente em fazer um julgamento de uma intervenção ou sobre qualquer um dos seus componentes, com o objetivo de ajudar na tomada de decisões. Este julgamento pode ser resultado da aplicação de critérios e de normas (avaliação normativa) ou se elaborar a partir de um procedimento cientifico (pesquisa avaliativa).

Para Matida e Camacho (2004), a pesquisa avaliativa é definida como

uma ação, sob a ótica do método científico, de medir e emitir julgamento de valor

sobre um determinado objeto, com base em um modelo teórico. Contandriopoulos

(1997), página 37, conceitua de forma mais precisa a pesquisa avaliativa,

entendendo-a como:

o procedimento que consiste em fazer um julgamento ex-post de uma dada intervenção usando métodos científicos. Mais precisamente, trata-se de analisar a pertinência, os fundamentos teóricos, a produtividade, os efeitos e o rendimento de uma intervenção, assim como as relações existentes entre a intervenção e o contexto no qual ela se situa, geralmente com o objetivo de ajudar a tomada de decisões.

Preocupado com a avaliação da qualidade do cuidado médico,

Donabedian (1980), propõe e sistematiza alguns atributos / características das

intervenções possíveis de serem avaliados, relacionados a: a) aos efeitos dos

Figura 1 – Espectro de possibilidades de Avaliação de uma Intervenção

Práticas Cotidianas

Avaliação Normativa

Pesquisa Avaliativa

Adaptado de VIEIRA DA SILVA , EDUFBA , 2005 .

Page 28: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

27

cuidados médicos (eficácia, efetividade e impacto); b) aos custos (eficiência); c) à

disponibilidade e à distribuição dos recursos e d) relacionados à percepção do

usuário sobre a assistência recebida (aceitabilidade).

Vieira da Silva e Formigli (1994), buscando aprofundar e melhor definir o

foco da avaliação, amplia os atributos propostos por Donabedian, agrupando-os da

seguinte forma: a) relacionados com a disponibilidade e distribuição social dos

recursos (cobertura, acessibilidade e eqüidade); b) relacionados com os efeitos das

ações e práticas de saúde implementadas (eficácia, efetividade e impacto); c)

relacionados com os custos das ações (eficiência); d) relacionados com a

adequação das ações ao conhecimento técnico e científico vigente (qualidade

técnico–científica); e) relacionados com a percepção dos usuários sobre as práticas

(satisfação dos usuários e aceitabilidade).

Vieira da Silva (2005) ampliou o número de atributos / características

propostos em 1994. Estes novos atributos foram assim agrupados: a) atributos

relacionados com a adequação das ações aos objetivos e problemas de saúde

(direcionalidade e consistência [análise estratégica]); b) atributos relacionados ao

contexto em que está inserido o processo de implantação das ações: (análise de

implantação e/ou avaliação do processo); c) atributos relacionados às características

relacionais (usuário x profissional; profissional x profissional e gestor x profissional).

Já Contandriopoulos (1997) propõe a decomposição da pesquisa

avaliativa em seis tipos de análise, descritas a seguir: a) A análise estratégica, que

consiste em analisar a adequação entre a intervenção e a situação problema; b) a

análise da intervenção, que baseia-se em estudar a relação entre os objetivos da

intervenção e os meios empregados; c) a análise da produtividade, que consiste em

estudar se podemos potencializar a utilização dos recursos na produção dos

serviços; d) a análise da implantação, que se baseia em avaliar a influência que

pode ter o contexto em que o programa está inserido e o nível de implantação do

mesmo na produção dos efeitos da intervenção; e) a análise do rendimento, que

consiste em relacionar a análise dos recursos empregados com os efeitos obtidos e,

geralmente, é realizada com a ajuda da análise de custo/benefício, custo/eficácia ou

custo utilidade; f) a análise dos efeitos, que se baseia em analisar a influência dos

serviços na modificação da situação problema. Com isso, infere-se que realizar uma

Page 29: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

28

avaliação em uma intervenção representa fazer uma ou várias destas análises e,

para tanto, pode-se utilizar várias estratégias de pesquisa em função do tipo de

análise e das perspectivas dos diferentes atores envolvidos nas práticas, programas

e sistemas de SST.

2.2 ANÁLISE DE AVALIABILIDADE

A partir dos anos 60, ocorre um aumento de demanda para a realização

de avaliações em programas sociais. Isso se deve, especialmente, a uma pressão

por parte de organismos financiadores (Matida e Camacho, 2004). Porém, muitas

destas avaliações produzem relatórios que focam inicialmente nas deficiências,

resultando em uma fonte cara e limitada de informação para os gerentes de

programas e os seus criadores (Meeres, Fisher e Gerrard, 1995). Isso acontece em

virtude do desenvolvimento e implementação de muitos programas sociais que

acontecem de forma precária e pobre, gerando problemas que refletem em

deficiências em suas concepções básicas, impactando, assim, o alcance dos

benefícios sociais esperados (Rossi, Lipsey e Freeman, 2004). Como resultado, foi

observado que, em muitos destes programas, não existe uma adequação entre a

intervenção e a situação problema e/ou não existe uma ligação lógica entre os

objetivos, as atividades e os resultados esperados (Meeres, Fisher e Gerrard, 1995).

Muitas destas questões acontecem em virtude de não ser dada, no

período de planejamento de novos programas, a atenção devida a uma cuidadosa e

explícita conceitualização dos objetivos, a uma clara definição e mensuração das

atividades necessárias para o alcance das metas e à existência de uma relação

lógica entre os objetivos, as atividades, os resultados e a situação problema a ser

enfrentada. Com isso, observamos que um raciocínio e conceitualização de um

programa são tão sujeitos a um exame minucioso dentro de uma avaliação quanto

quaisquer outros aspectos importantes do mesmo ( Rossi, Lipsey e Freeman, 2004 e

Meeres, Fisher e Gerrard, 1995).

Page 30: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

29

Em função destas questões, os avaliadores são, muitas vezes, incapazes

de determinar com certeza quais atividades foram realmente implementadas como

planejado, ou determinar quais os verdadeiros impactos que o programa produziu.

Com o objetivo de melhorar a utilidade da avaliação, no final dos anos setenta,

Josefh Wholey et al. introduziram a análise de avaliabilidade (Meeres, Fisher e

Gerrard, 1995).

A análise de avaliabilidade tem como objetivo identificar se o programa é

bem concebido e consistentemente implementado de forma a se poder submeter a

uma avaliação sistemática (Patton, 2002). Logo:

a avaliabilidade é o exame sistemático e preliminar de um programa, em sua teoria e em sua prática, a fim de determinar se há justificativa para uma avaliação extensa e (ou) para melhor delimitar os objetivos do programa, bem como identificar área criticas a serem priorizadas na avaliação (Ferreira Lima, 2004).

Segundo Youtie, Bozeman e Shapira (1999) A Análise de Avaliabilidade

estuda o nível em que as características de cada programa afetam a possibilidade

de realização de uma avaliação eficaz. A pré-avaliação pergunta, a que extensão é

possível avaliar os efeitos do programa? O que deve ser medido? E, o que

realmente pode ser medido?

Este estudo é indicado como uma etapa preliminar antes da execução de

avaliações extensas (Meeres, Fisher e Gerrard, 1995) e é particularmente

recomendado para identificar necessidades de conhecimento e informação das

partes interessadas, a fim de recomendar o foco e os métodos da avaliação (Leviton

et al ., 1998).

Foi realizada uma adaptação no fluxo elaborado por Gris (figura 2), da

Universidade de Montreal, que representa a pesquisa avaliativa, demonstrando os

seis tipos de análises descritos por Contandriopoulos et al. (1997), na qual foi

inserida a análise de avaliabilidade. Constata-se, nesta figura, que a análise

estratégica não está representada. Isto se deve ao fato de a análise de

avaliabilidade ou pré-avaliação incorporar este tipo de análise.

Page 31: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

30

Segundo Leviton et al. (1998), a análise de avaliabilidade é um processo cíclico que

consiste em quatro etapas:

a. Clarificação dos objetivos do programa, realizado pela revisão dos seus documentos e por entrevistas com o gerente do programa e demais interessados;

b. Desenvolvimento de um modelo de programa, incluindo objetivos imediatos, intermediários e finais, e indicadores de performance, seguidos da apresentação para o coordenador do programa como feedback.

c. Exploração da realidade do programa por métodos tais como o exame das operações do programa e entrevistas com clientes e serviços de entrega (delivery) pessoal. Esse passo inclui a comparação da realidade do programa com o programa modelo e a revisão do mesmo, seguido novamente pela apresentação para o coordenador do programa como feedback.

d. Elaboração das Recomendações para: a) Identificar áreas para o melhoramento do programa; b) Identificar componentes do programa que podem ser avaliados; c) Identificar quais questões avaliativas são úteis e praticáveis.

Rossi, Lipsey e Freeman (2004) sugerem três etapas para a realização da

análise de avaliabiliadade: a) a descrição do modelo lógico do programa com

Serviços

Recursos

Efeitos Objetivos

Contexto

Situação Problemática

Análise da intervenção

Análise da produtividade

Análise da implantação

Análise dos efeitos

Análise do rendimento

Adaptado de © G ris, Universidade de Montreal, 1992 .

Análise de Avaliabilidade / Pré-Avaliação

FIGURA 2 – COMPONENTES DA INTERVENÇÃO E A PESQUISA AVALIATIVA

Page 32: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

31

atenção particular para a definição das suas metas e objetivos; b) a análise de quão

bem definido e avaliável é o modelo; c) a identificação dos interesses do público alvo

(stakeholders) na avaliação e o uso adequado das suas descobertas. Os avaliadores

que conduzem a pré-avaliação buscam descrever e entender o programa por meio

de entrevistas e observações, com o propósito de revelar sua “realidade social” da

forma como é vista pelos que operam o programa, bem como por outros atores

interessados (público alvo).

Thurston, Grahan e Haltfield (2003) propõem as sete etapas abaixo para

realização da analise de avaliabilidade: a) delimitar o programa identificando os

objetivos, metas e as atividades que fazem parte do programa; b) analisar os

documentos do programa; (c) elaborar o Modelo lógico do programa, contemplando

as entradas, atividades pretendidas do programa, impactos pretendidos e suas

ligações causais; d) observar a operação do programa; e) desenvolver um modelo

de avaliação do programa; (f) identificar usuários da avaliação e outras partes

interessadas chaves; e (g) realizar acordo para prosseguir a avaliação.

A experiência demonstra que após as etapas de análise dos documentos

do programa e da realização das entrevistas com os informantes-chave, o avaliador

pode se deparar com três situações: 1) Os interessados podem ter diferentes pontos

de vistas sobre a realidade do programa; 2) Os objetivos e metas do programa

podem não estar bem definidos e 3) os interessados do programa têm diferentes

visões sobre os objetivos do mesmo (Leviton et al ., 1998).

O desenvolvimento do Modelo Lógico do programa é entendido como uma

das etapas fundamentais no processo de realização da análise de avaliabilidade.

Para Rowan (2000), o Modelo Lógico é compreendido como um esquema visual

onde é apresentado como um programa deve ser implementado e que resultado

pode ser esperado. A Fundação W. Kellogg, no seu Guia de Desenvolvimento de

Modelos Lógicos (2004), define-o como uma imagem de como sua organização

realiza seu trabalho – a teoria e os pressupostos subjacentes ao programa -,

conectando os resultados (tanto de curto quanto de longo prazo) às

atividades/processos do programa e aos seus pressupostos teóricos.

Page 33: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

32

Análise de Avaliabilidade, na perspectiva de Leviton et al. (1998), foi

escolhida como aporte teórico para o desenvolvimento desta dissertação.

Page 34: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

33

3 METODOLOGIA

Foi realizado um estudo de pré-avaliação ou avaliabilidade do Programa

de Prevenção de Quedas na Indústria da Construção Civil, com o propósito principal

de clarificar e delimitar os seus objetivos, desenvolver o Modelo Lógico, determinar

os elementos do programa passíveis de uma avaliação e identificar seus pontos de

melhoria.

Inicialmente, foi realizada uma análise de todos os documentos produzidos

pelo Núcleo de Segurança e Saúde do Trabalho – NSST, referentes ao Programa de

Prevenção de Quedas. Nesta análise documental, procurou-se identificar os

objetivos do programa, as etapas para o seu desenvolvimento e implantação e suas

metas. Esta etapa tem o objetivo de entender o programa como ele foi proposto

(Leviton et al., 1998).

A partir daí, foram entrevistados oito informantes-chave envolvidos

diretamente ou não com a execução do programa em Salvador e Feira de Santana,

conforme roteiro de entrevista semi-estruturada (Apêndice A), sendo que, destes, um

era Coordenador do Programa do Departamento Regional do SESI Bahia, dois

foram Coordenadores Locais, dois, executores diretos, dois, beneficiários do PQ e

um, funcionário do Comercial do SESI. Foi obtido o consentimento dos entrevistados

para a realização das entrevistas, que foram gravadas, transcritas e analisadas.

Manteve-se o anonimato dos entrevistados e o sigilo das informações. Estas

entrevistas foram realizadas por entrevistador externo, com doutorado na área de

avaliação de programas pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da

Bahia.

Page 35: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

34

Com o intuito de analisar o conteúdo das informações coletadas através

das entrevistas com os informantes-chave, foi desenvolvida as categorias analíticas

do quadro 1.

Quadro 1 – Categorias de análise das diferentes percepções dos diferentes atores sobre o Programa de Quedas do SESI-Bahia, 2005.

Ator Objetivos Etapas do Programa

Resultados esperados/não esperados

Lacunas para avaliação

Recomendações

A análise das percepções dos diferentes informantes-chave sobre o

Programa de Quedas está no Apêndice C.

Após a realização da análise documental e da análise das entrevistas e

com o objetivo de facilitar o pensamento, planejamento, comunicação e o

entendimento sobre o programa, foi elaborado o Modelo Lógico do programa,

representando suas dimensões, sub-dimensões e critérios, conforme definido no

item 3.1 Principais Categorias de Analise, deste trabalho.

Em seguida, foi elaborada uma matriz (quadro 2), com o propósito de

definir as dimensões, sub-dimensões e critérios para a realização de avaliações

nesse programa. Como estes parâmetros não são objetivamente estabelecidos, foi

necessário estabelecer um consenso entre os mesmos. Para tanto, foi aplicado o

método de Delfos (Souza, Luiz Eugênio P. F. et al., 2005), submetendo a matriz à

análise e proposições por parte de um comitê de experts, com o propósito de validar,

ajustar e/ou selecionar, através do consenso de especialistas, as dimensões, sub-

dimensões e critérios de avaliação do Programa SESI Bahia de Prevenção de

Quedas na Indústria da Construção Civil.

Page 36: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

35

Quadro 2 - Seleção de dimensões e critérios para avaliação do Projeto de Prevenção de Quedas submetida ao comitê de experts, 2006.

DIMENSÃO SUB-

DIMENSÃO CRITÉRIO/PADRÕES

PONTUAÇÃO (NOTA DE ZERO A 10)

Planejamento das Ações:

a) Há um plano de trabalho com clareza dos objetivos;

b) Há coerência entre as ações propostas e o problema identificado;

c) As estratégias de intervenção estão claras e bem descritas;

Coordenação (controle gerencial):

a) Há uma coordenação central que acompanha periodicamente a execução da intervenção;

b) Há uma coordenação local que acompanha periodicamente a execução da intervenção;

c) Há avaliações periódicas anuais ou semestrais.

Planejamento

Supervisão e acompanhamento das ações (controle técnico):

a) Há um membro da equipe responsável pelo controle técnico;

b) São realizadas supervisões (auditorias) in loco das ações desenvolvidas;

c) As ações são acompanhadas através da análise do banco de dados pelo responsável técnico.

Gestão

Avaliação

Sistema de Informação:

a) Há um sistema de informação que ampara o Programa;

b) O sistema de informação permite o registro de dados de forma adequada com boa qualidade de registro;

c) O banco de dados é analisado pela coordenação;

d) A análise do banco de dados é disseminada internamente pela coordenação periodicamente;

e) A análise do banco de dados é disseminada externamente e periodicamente com os sindicatos trabalhadores, DRT, SINDUSCON e demais atores envolvidos.

Cobertura

Cobertura Potencial = Total de canteiros que aderiram ao PQ X 100

Total de canteiros da indústria da CC na Bahia

Cobertura Real = Total de canteiros que concluíram a 2ª visita X 100

Total de canteiros da indústria da CC na Bahia

Práticas

Evasão

Evasão por Perda = EP

EP = 100 – (Total de canteiros que concluíram a 1ª visita no PQ X 100)

Total de canteiros que aderiram ao PQ

Evasão por Execução = EE

EE = 100 – (Total de canteiros que concluíram a 2ª visita X 100)

Total de canteiros que aderiram ao PQ

Resultados Desempenho

Análise do desempenho dos canteiros entre a primeira e a segunda visita a partir das variáveis de chek-list: nota inicial versus nota final.

Sugestões

Observações: Pontua-se 10, caso esta seja uma dimensão com prioridade máxima. Pontua-se zero para exclusão da dimensão.

Page 37: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

36

A matriz acima foi encaminhada para apreciação de um comitê composto

por quatro especialistas, com formações distintas e complementares, nas áreas de

Engenharia de Segurança do Trabalho, Medicina de Trabalho, Epidemiologia e

Ergonomia, oriundos dos setores de Serviços de Segurança e Saúde do Trabalho,

Acadêmico e de Fiscalização. Para obtenção do consenso entre experts que

compõem o comitê. Foi encaminhada, por e-mail, para os Especialistas a matriz

(quadro 4) e uma correspondência que apresentava o nome do pesquisador, a

instituição de trabalho, a proposta do estudo, seus objetivos, a garantia do sigilo e o

retorno dos resultados agregados (apêndice B). Nessa carta, foi solicitado aos

especialistas que atribuíssem de 0 (zero) a 10 (dez) pontos a cada um dos critérios,

em virtude do seu grau de importância, esclarecendo que 0 (zero) corresponderia a

exclusão do critério e 10 (dez) significaria o grau máximo de importância. Foi

informado também, que os experts poderiam propor modificação nas dimensões,

sub-dimensões e critérios, exclusão e ou inclusão de novos parâmetros.

Os resultados obtidos foram tratados estatisticamente, através do cálculo

das médias aritméticas e dos desvios-padrões. Foi realizada uma rodada de

consulta, na qual se evidenciou um alto grau de importância e consenso dos

especialistas quanto aos critérios propostos.

Após a validação do Modelo Lógico do programa, ver figura 3, página 45,

foram estimadas as coberturas potenciais e coberturas reais do programa juntos aos

canteiros de obra para o estado e por zona de cobertura do SESI DR Bahia. Os

números de canteiros na Bahia foram levantados junto ao CREA/Ba, através de sua

base de dados informatizada, incluindo a quantidade e tamanho dos canteiros de

obras. Para tanto, foram pesquisadas junto as ART’s (Anotações de

Responsabilidade Técnica) registradas em 2005, referentes à execução de obras

com até 10.000 m2, em cada município baiano. Os dados foram agrupados por

regiões do estado, correspondentes a áreas de negócios do SESI, e, do total de

cada região, foram identificados e destacados os municípios que concentram maior

número de ART’s. Foram utilizadas as fórmulas abaixo para realização dos cálculos:

a) Cobertura Potencial – Proporção de canteiros que aderiram ao

programa em relação ao total de canteiros;

Page 38: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

37

CP = (Total de canteiros que aderiram o programa / Total de canteiros da

indústria da CC na Região) X 100.

b) Cobertura Real – Proporção de canteiros que concluíram o programa

em relação ao total de canteiros.

CP = (Total de canteiros que a concluíram a 2ª visita / Total de canteiros

da indústria da CC na Região) X 100

Foi calculada também a “evasão por perda” da intervenção, no que se

refere à relação entre os canteiros que aderiram e receberam a intervenção, e

também a “evasão por execução”, relacionada à capacidade de execução que se

refere à proporção dos canteiros que finalizaram o Programa.

a) Evasão por Perda = EP

EP = 100 – (Total de canteiros que concluíram a 1ª visita no PQ/ Total de

canteiros que aderiram ao PQ) X 100

b) Evasão por Execução = EE

EE = 100 – (Total de canteiros que concluíram a 2ª visita / Total de

canteiros que aderiram ao PQ) X 100

Além disso, foram realizadas pelo autor desta dissertação duas visitas,

uma em Salvador outra em Feira de Santana, a canteiros de obras que aderiram ao

Programa de Quedas (PQ) onde foram observadas as questões relacionadas à sua

execução. Também foi realizada a análise do banco de dados em Epi-Data do PQ,

através do EpiData-Analysis, na qual foram obtidas as freqüências simples das

principais variáveis de interesse.

Page 39: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

38

3.1 PRINCIPAIS CATEGORIAS DE ANÁLISE

Para fins do presente estudo escolheram as seguintes definições para a

análise dos dados deste trabalho:

A gestão foi entendida como um processo de condução político-

administrativa em um determinado sistema, instituição ou empresa, que implica a

tomada de decisões, o planejamento e a programação das ações, o

acompanhamento e avaliação do processo e dos resultados alcançados. (Teixeira,

2005).

Já o planejamento foi considerado para este estudo como o cálculo que

precede e preside a ação (Matus, 1881), podendo ser entendido como um processo

racional que consiste no desenvolvimento, execução e acompanhamento de

intervenções que têm como propósito responder à solução de problemas e às

necessidades individuais e coletivas, para tanto, definindo objetivos, atividades e

recursos necessários (Teixeira, 2005).

Quanto a Avaliação adotou-se o seguinte conceito: “Coleta sistemática de

informações sobre as atividades, características e resultados dos programas com o

propósito de fazer julgamentos sobre o programa e/ou para subsidiar o processo de

tomada de decisões sobre futuras programações” (Patton, 1997 apud Vieira-da-

Silva, 2005)

As práticas se referem à execução propriamente dita de uma intervenção.

A cobertura é compreendida como a proporção da população alvo que foi

beneficiada pelo programa (Rossi et al., 2004). A população-alvo é o universo de

pessoas, ou nesse caso, os canteiros que precisam da intervenção e para o qual a

mesma é endereçada.

A evasão diz a relação entre aos canteiros que aderiram ao programa e as

que receberam a intervenção e também a capacidade de execução que se refere à

proporção das empresas que finalizaram o programa.

Page 40: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

39

Quanto ao resultado este estaria relacionado tanto com o produto da

intervenção quanto na melhoria esperada na situação problema (Vieira-da Silva,

2005).

A melhoria de desempenho dos canteiros refere-se aos efeitos observados

entre a primeira e segunda visita no canteiro, a partir das variáveis do check-list.

(Anexo A)

Page 41: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

40

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo serão apresentados e discutidos os resultados para

evidenciar os cumprimentos dos objetivos específicos colocados na introdução.

4.1 DELIMITAÇÃO DOS OBJETIVOS

Após a análise de documentos e das entrevistas exploratórias, verificou-se

a ausência de um consenso em relação aos objetivos do programa entre os

membros da intervenção. Diferenças significativas foram observadas entre o que

consta dos documentos e o que pensam os informantes-chave, como pode ser visto

no quadro comparativo abaixo:

Page 42: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

41

Quadro 3 - Comparativo para delimitação dos objetivos do programa

Fonte Objetivos NC

Identificar o perfil dos profissionais responsáveis pelas obras (engenheiros residentes, mestres

de obras, etc.), a fim de que, posteriormente, seja possível propor atividades voltadas para a

capacitação dos mesmos.

0

Documentos do Programa Divulgar informações para os trabalhadores e empregados, voltadas para a prevenção de

acidentes de trabalho, principalmente, por quedas, na indústria da construção civil no estado da

Bahia.

0

Criar relações com as empresas da indústria da construção civil 2

Eliminar os fatores de risco e/ou melhorar as condições de segurança na construção civil. 5 Entrevistas Informantes -

Chave Atender às Normas da legislação vigente 1

Contribuir para a redução dos acidentes de trabalho, principalmente por quedas, na indústria da

construção civil no estado da Bahia. 2

Sensibilizar empresários e trabalhadores da construção civil para a melhoria das condições de

SST, priorizando a prevenção de acidentes por quedas. 3

Fornecer aos empresários da construção civil orientações técnicas referentes à SST, priorizando

as condições favoráveis à ocorrência de quedas. 3

Objetivos identificados nos

Documentos do Programa

e nas Entrevistas com os

Informantes-chave

Conhecer as condições de SST nos canteiros de obras da Bahia 1

NC – Número de citações nas entrevistas com oito informantes-chave.

Embora se constate na análise documental que o objetivo principal do

programa é “Contribuir para a redução dos acidentes de trabalho, principalmente por

quedas, na indústria da construção civil no estado da Bahia”, este objetivo só foi

reconhecido por dois dos oito entrevistados, como é verificado a seguir:

(...) visa minimizar os acidentes na construção civil (...) (Executor 1)

É reduzir este índice de acidentes que têm na construção civil. Como já foi citado, a maioria ocorre justamente ligada à essa área (...) (Executor 2)

Observou-se que, apesar de não estar descrito nos documentos do

programa como um objetivo, a eliminação dos fatores de riscos e/ou melhoria das

condições de segurança nos canteiros foi considerada como tal por cinco dos oito

entrevistados, conforme trechos abaixo:

(...) com isso buscar uma melhoria do ambiente (...) (Coordenador do DR)

(...) o engenheiro da obra ou técnico pode estar implementando as melhorias nos pontos mais críticos.(Comercial)

“...) melhorar as condições de segurança na construção civil (...) (Executor PQ1)

(...) Esse é o nosso objetivo, que é eliminar os riscos de acidentes na CC. Este é o nosso foco.(Coordenador B)

Prevenir, pra diminuir os riscos, porque, segundo o rapaz que eu esqueci o nome dele, ele veio aqui, ele era da área da indústria, e na indústria ele já conseguiu (...) bastante os acidentes, e agora eles tiraram ele da indústrias passaram pra área de

Page 43: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

42

construção civil pra ver se reduz mais ainda, se consegue resolver, porque a área da construção civil... (Beneficiário B)

Desta forma, deduz-se que, na opinião da maioria dos informantes-chave,

o objetivo Eliminar os fatores de risco e/ou melhorar as condições de segurança na

construção civil é considerado como o principal do programa, e não aquele que está

descrito em seus documentos.

Dos objetivos específicos identificados na análise documental, dois foram

apontados em maior número nas entrevistas, com três citações para cada:

a. Sensibilizar empresários e trabalhadores da construção civil para a

melhoria das condições de SST, priorizando a prevenção de acidentes por quedas.

(Análise documental).

(...) foco maior do SESI é de estar (...) sensibilizando os dirigentes e trabalhadores da importância de se estar cuidando da saúde desse trabalhador. (Comercial)

Sensibilizar o engenheiro e o dono da empresa sobre os riscos do ambiente de trabalho.(Coordenador A)

(...) objetivo é buscar a conscientização dos empresários, porque é como se fosse uma pirâmide. A pirâmide tem um topo e uma base. Geralmente, começamos pela base, os trabalhadores. Hoje em dia, visamos o topo, começar de cima, sensibilizar o topo para depois descer. (Executor 1)

b. Fornecer aos empresários da construção civil orientações técnicas

referentes à SST, priorizando as condições favoráveis à ocorrência de quedas.

(Análise Documental).

Possibilita apresentar aos gerentes dos canteiros de obra a situação do ambiente de trabalho.(Coordenador DR)

(...) o mais importante disso é a orientação que a gente tem, a gente tem uma certa, um acompanhamento mais teórico para ajudar a gente no dia a dia, na parte de gerenciamento da obra e alguém de fora para fazer uma avaliação. (Beneficiário A)

(...) o relatório serviu para a gente ter uma fotografia da obra, visando a parte de segurança do trabalho. (Beneficiário A)

Alguns atores consideram ainda o criar relações com as empresas da

indústria da construção civil como sendo um objetivo do programa, muito embora o

mesmo não tenha sido identificado na análise documental. Os coordenadores A e B

Page 44: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

43

vêem no programa uma porta de entrada para outros projetos e programas devido

ao seu caráter de gratuidade, como pode ser visto nas seguintes transcrições:

É um atrativo para captar novos clientes aos outros programas como o PSST (Coordenador A)

(...) Eu vejo também, como prioridade, criar um laço com a empresa. É um projeto que não tem custos, mas isso pode me trazer outros projetos. (Coordenador B)

Dois dos objetivos específicos do programa, descritos em seus

documentos, Identificar o perfil dos profissionais responsáveis pelas obras

(engenheiros residentes, mestres de obras, etc.), a fim de que posteriormente seja

possível propor atividades voltadas para a capacitação dos mesmos e Divulgar

informações para os trabalhadores e empregados voltadas para a prevenção de

acidentes de trabalho, principalmente por quedas na indústria da construção civil no

estado da Bahia”, não foram citados nas entrevistas, portanto, não foram

reconhecidos pelos entrevistados. Além do não reconhecimento deste objetivos, foi

observado que o instrumento de coleta de informações (check-list) no canteiro de

obra não contempla essas questões.

Logo, pode-se constatar que os objetivos do programa não estão bem

definidos e as partes envolvidas no mesmo têm diferentes percepções sobre os seus

objetivos, em virtude disso o mesmo foi modificado. De uma forma geral é comum a

identificação destas situações durante a Análise de Avaliabilidade de Programas

(Leviton et al ., 1998). Porém, por não se saber qual o efeito desta questão na

operacionalização do programa, deduz-se que esta é uma área problema a ser

avaliada.

4.2 DELIMITAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DAS ETAPAS DE OPERACIONALIZAÇÃO

DO PROGRAMA POR PARTE DOS MEMBROS DA INTERVENÇÃO

No tocante às etapas de operacionalização do programa, tanto no que diz

respeito à realização da prospecção dos canteiros, quanto à realização das visitas e

entrega dos relatórios, observa-se que o fluxograma das etapas do programa está

bem definido na percepção dos entrevistados:

Page 45: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

44

a. Prospecção comercial; b. Fechamento do termo de adesão; c. Comercial informa engenheiro (Abraão); d. Abraão faz agendamento com empresa; e. A empresa vem buscar o técnico; f. Faz a visita em quatro horas; g. O técnico monta o relatório com assinatura do engenheiro - Nota de 0 a 10; h. Entrega do relatório pelo moto-boy com duas vias (gerente e diretor); i. Agenda visita após 30 dias da entrega do relatório, mas avisa quinze dias antes; j. Faz segunda visita; l. Entrega o relatório.” (Coordenação DR). (...) Inicialmente, o comercial faz a prospecção e fecha o contrato. Emite autorização de serviço e indica pessoa de contato na empresa. A empresa é então cadastrada na planilha de controle (...). O estagiário tenta agendar a primeira visita. (...) ao voltar da visita, (...) preenche o check-list no meio eletrônico (...). Faz o primeiro relatório a partir dos itens de não conformidade(...). São enviadas duas cópias (uma para gerente e outra para diretor) (...) É agendada uma segunda visita em um mês (essa segunda visita está acontecendo com mais de um mês). (...) É elaborado um segundo relatório que faz comparação com o anterior e novas recomendações. A entrega do segundo relatório é feita pela empresa (...) (Coordenação A) Consiste em duas visitas técnicas: a primeira, depois se emite um relatório e temos um prazo de trinta dias para fazer uma segunda visita. Depois, emitimos um segundo relatório (Executor PQ 1) (...) A gente faz um check-list, levanta os problemas, tira fotos, coloca sugestões, leva o relatório. Explica, passa para o engenheiro, mostra os problemas e aguarda trinta dias para voltar lá para ver o que foi feito ou não (...) (Coordenação B)

Nota-se, no entanto, que nenhum dos informantes-chave citou as etapas

de inserção das informações dos relatórios no banco de dados, análise do

banco de dados e disseminação de informações com as partes interessadas.

Em virtude disso, é admissível deduzir que não há uma percepção plena de

todas as etapas do programa descritas no item 1.2.1.1, deste trabalho, por

parte dos informantes-chave. Por não se saber qual o impacto desta questão

na operacionalização e nos resultados do programa inferiu-se que esta é uma

área a ser avaliada.

As entrevistas com os informantes-chave apontaram alguns problemas

relacionados com a operacionalização do programa, apresentados a seguir:

a. Dificuldade no agendamento das visitas aos canteiros

(...) Principal problema identificado: dificuldade no agendamento para a visita. Segundo ele, como é sem custo para a empresa, ela não o valoriza. (Coordenação A)

Page 46: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

45

(...) Eu atribuo esse atraso ao problema dos agendamentos (...) (Executor PQ 1)

b. Atraso na execução das etapas do programa

(...) Eu atribuo esse atraso ao problema dos agendamentos (...) (Executor PQ 1) (...) Com alguns problemas, não conseguia entregar no prazo. Começou a embolar (...), decidimos que eu iria marcar tudo já que eu tenho controle do meu horário, o combinado foi fazer duas visitas semanais para dar tempo de fazer o relatório. Um relatório demora oito horas para ficar pronto e ainda tem outras questões (...) (Executor PQ 2) (...) tem uma segunda visita, você teve o relatório da segunda visita? Não, não chegou não, só a primeira visita, só a primeira. Teve a segunda visita? Teve a segunda visita, mas não teve relatório(...) (Beneficiário B)

c. Problemas relacionados à evasão dos canteiros do Programa

(...) A gente tem um problema na CC que são obras muito rápidas, tem obras que fechamos, mas não implementamos nada (...) (Coordenação B) (...) Em 10%, nós não conseguimos implantar. A gente está com 22-23. Em 2-3, (...) a gente não conseguiu em cerca de 10-15%. No geral, eu acho que foi bem aceito o projeto. (Coordenação B) (...) A outra dificuldade foi que há canteiros que foram obras muito rápidas, não foi nem muito rápida, foi que quando a gente fechou a adesão, já estava quase em conclusão (...). Por alto, oito delas estão fechadas. As demais foram abertas agora. (Executor PQ 2)

Estas questões precisam ser estudadas para que haja uma maior

compreensão de sua dimensão e de suas causas e impactos no programa. Em

relação à evasão, este problema será tratado mais adiante neste estudo.

4.3 DESENVOLVIMENTO DO MODELO LÓGICO DO PROGRAMA

Com base nas análises dos documentos e das entrevistas com os

informantes-chave, foi elaborado o modelo lógico do Programa, representado na

figura 3.

Page 47: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

46

PRÁTICAS

Planejamento , Coordenação e Supervisão

GESTÃO

OPERACIONALIZAÇÃO

Estratégias Objetivos Metas

Geral Específicos Elaboração doinstrumento decoleta de dados

Desenvolvimento de banco de dados

Formação e treinamento da equipe gestora e executora local

Divisão geográfica do estado em 05 regiões

Cronograma de implantação do programa

nas 05 regiões

Montagem do sistema de informação

Acompanhamento e Supervisão Técnica

Estabelecimento de parcerias com sindicatos

Levantamento das empresas a serem

contactadas

Evento de lançamento do programa

Visita de prospecção às empresas

Melhorar as condições de SST nos canteiros de

obras , reduzindo os fatores de riscos de ocorrência de quedas

Sensibilizar empresários e trab . da Const . Civil para a melhoria das condições de SST , priorizando a prevenção de acidentes por quedas

Fornecer aos empresários da Const . Civil orientações técnicas referentes a SST , priorizando as condições favoráveis à ocorrência de quedas

Identificar o perfil dos profissionais responsáveis pelas obras (engenheiros residentes , mestres de obras , etc.) a fim de que posteriormente seja possível

propor atividades voltadas para a capacitação dos mesmos Divulgar informações para os trabalhadores e empregadores voltadas para a prevenção de acidentes de trabalho , principalmente por quedas na Indústria

da Const . Civil

Contribuir para a redução dos acidentes de trabalho , principalmente por quedas

Descrição Quantidade

Número de empresas que aderiram ao programa

Número de canteiros que aderiram ao programa

Número de trabalhadores atendidos no programa

36

93

2195

Criar relações com as empresas da Indústria da Construção Civil

Analise das informações coletadas no banco de

dados

Elaboração de relatório anual do projeto

Futuras ações do NSST

Lançamento das informações no b anco de

d ados

Disseminação das informações junto aos

parceiros

Avaliação / Sistema de Informação

Agendamento / Realização da primeira visita

Elaboração de Relatório 01

Entrega do relatório à empresa

Agendamento / Realização da segunda visita

Entrega do relatório ã empresa

Elaboração de Relatório 02

Agendamento das visitas ao canteiro da empresa

Tomada de decisões por parte da empresa

Tomada de decisões por parte da empresa

Relatório 01 Relatório 02

Concluída aprimeira visita?

S Aceite da empresa ? Fim N

Sensibilização das empresas contactadas e assinatura do

termo de adesão

S N

Cobertura Evasão

RESULTADOS

N 2 N3 N 3

N 4

Figura 3 - Modelo Lógico - Programa SESI de Prevenção de Quedas na Indústria da Construção Civill

N 1

Melhoria de Desempenho dos Canteiros

Conhecer as condições de SST nos canteiros de obras

N 5

46

Page 48: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

47

Foram representadas neste diagrama cinco áreas que admitem uma

necessidade de avaliação do programa. Três no nível de suas práticas e resultados:

o processo de agendamento de visitas; a elaboração dos relatórios das visitas e a

melhoria de desempenho dos canteiros na auditoria e outras duas no nível de sua

gestão: o impacto do dissenso dos objetivos e o sistema de informação. A

constatação destas áreas problema foi fruto das entrevistas com os informantes-

chave, da análise dos documentos do programa e da análise do banco de dados.

4.4 DEFINIÇÃO DA MATRIZ DE DIMENSÕES E CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO

DO PROGRAMA

O resultado da apreciação da matriz apresentada no quadro 4, para

avaliação do programa por experts, com todos os itens atingindo média aritmética

acima de 9,25 e desvio padrão menor ou igual a 1 (quadro 4), demonstrou um alto

grau de importância e consenso nas dimensões, sub-dimensões e critérios

propostos. Os dados evidenciam que os especialistas consideram a supervisão e

acompanhamento das ações (controle técnico), a cobertura, a evasão e o

desempenho dos canteiros entre a primeira e segunda visita como os principais

critérios para a avaliação do programa.

Page 49: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

48

48

Page 50: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

49

4.5 ESTIMATIVA DA COBERTURA E EVASÃO DO PROGRAMA

Pode-se observar, na Tabela 1, que, no ano de 2005, o Programa de

Prevenção a Quedas obteve a adesão de 105 canteiros e 84 empresas, com um

total de 4276 trabalhadores, superando, assim, a previsão de atendimento a 93

canteiros, 36 empresas e 2195 trabalhadores, definida na análise documental.

É importante salientar, no entanto, que o número real de trabalhadores

dos canteiros onde foram realizadas as inspeções é maior do que o registrado no

banco de dados, pois não houve a coleta desta informação em dezesseis canteiros,

sendo seis na Região Metropolitana de Salvador – RMS, nove na região de Feira de

Santana e um na região de Vitória da Conquista. Nota-se que, apesar de ocorrer em

todas as regiões, esta situação é mais critica em Feira de Santana, com a falta de

coleta da informação em 50% dos canteiros da região. Este fato revela problemas de

levantamento incompleto de informações durante as visitas de inspeções e, com

isso, é possível perguntar: este fato restringe-se apenas à variável número de

trabalhadores, ou também a outras? quais seriam os motivos? por que a situação é

mais acentuada na região de Feira de Santana? Com isso constata-se a

necessidade de estudar melhor estas questões.

RMS 1038 74 69 66Salvador 647 67 63 61Região de Feira 307 23 18 14Feira de Santana 100 22 17 13Região Sudoeste 206 8 7 7Vitória da Conquista 65 8 7 7

1551 105 94 87 4276

Fonte: 1) Banco de Dados, NSST, 2006. * Apenas 63 canteiros dos 69 do Bando de Dados EpiData

2) Levantamento junto ao CREA/BA. ** Apenas 09 canteiros dos 18 do Banco de Dados EpiData

*** Apenas 06 canteiros dos 07 do Bando de Dados EpiData

TOTAL

Visita 2Visita 1No. de Canteiros que aderiram ao

Região / PrincipalCidade

Tabela 1 - Número de Canteiros na Bahia com Adesão e Atendidos pelo PQ Segundo Visita, Número de Trabalhadores, SESI - BA, 2005.

Vitória da Conquista

No. de

Trabalhadores1

3707*

355**

214***

UnidadesTotal de Canteiros

CREA / ART Execução

NSST / Lucaia

Feira de Santana

Na Tabela 2, observa-se que a cobertura potencial estimada total para as

regiões onde o programa foi operacionalizado foi de 6,8% dos canteiros, da qual

10,36% em Salvador, 22,0% em Feira de Santana e 12,3% em Vitória da Conquista.

Como a cobertura real total ficou em 5,6% dos canteiros, percebe-se que houve uma

Page 51: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

50

redução de 1,2 ponto percentual em relação à cobertura potencial total, isto devido

às perdas de canteiros durante a operacionalização do programa. Outra área do

programa que merece ser avaliada é a baixa cobertura.

Constata-se que em Feira de Santana, cidade que teve a maior cobertura

potencial, a diferença entre a cobertura potencial e a cobertura real foi de 9 pontos

percentuais, demonstrando uma situação diferente das demais cidades onde o

programa está implantado. Com isso observa-se a necessidade de se avaliar esta

questão neste município.

Tabela 2 - Cobertura Potencial e Real por Região. SESI - BA, 2005.

RMS 7,13 6,36Salvador 10,36 9,43Região de Feira 7,49 4,56Feira de Santana 22,00 13,00Região Sudoeste 3,88 3,40Vitória da Conquista 12,31 10,77

6,77 5,61Fonte: 1) Banco de Dados, NSST, 2006.

2) Levantamento junto ao CREA/BA.

% Cobertura Real2

Vitória da Conquista

TOTAL

Região / PrincipalCidade

NSST / Lucaia

Feira de Santana

Unidades % Cobertura Potencial1

Conforme a Tabela 3, dos canteiros que aderiram ao programa, em 10,5%

não foi realizada nenhuma ação e em 17,1% não ocorreu a segunda visita. Apesar

de todas as regiões apresentarem perdas, observa-se que este problema alcançou

uma maior dimensão na região de Feira de Santana, onde a evasão por perda foi de

22,7% e a evasão por execução foi de 40,9%, ou seja, apenas 59,1% dos canteiros

que aderiram ao programa concluíram a segunda visita. Verifica-se, assim, uma

necessidade de avaliar esta questão na unidade de Feira de Santana.

Em Salvador, houve uma menor evasão de canteiros, com 6,0% por perda

e 9,0% por execução, sendo importante salientar que, conforme a tabela 1, dos 105

canteiros que aderiram ao programa, 67 estão localizados neste município, logo

63,8% do total de canteiros.

Page 52: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

51

Tabela 3 - Evasão por Perda, Execução e Percentual de Execução do PQ por Região. SESI - BA, 2005.

Por Perda1 Por Execução2

RMS 6,76 10,81 89,19Salvador 5,97 8,96 91,04Região de Feira 21,74 39,13 60,87Feira de Santana 22,73 40,91 59,09Região Sudoeste 12,50 12,50 87,50Vitória da Conquista 12,50 12,50 87,50

10,48 17,14 82,86Fonte: 1) Banco de Dados, NSST, 2006.

Vitória da Conquista

TOTAL

% Evasão% Execução3Unidades

Região / PrincipalCidade

NSST / Lucaia

Feira de Santana

Não foram encontradas durante a revisão da literatura estudos sobre a

análise de cobertura e evasão aplicada em programas de segurança do trabalho que

possibilitassem uma discussão mais elaborada sobre estas questões.

4.6 ANÁLISE DO DESEMPENHO DOS CANTEIROS

Como pode ser visto na tabela 4, as inspeções nas obras ocorreram

principalmente nas etapas do processo de construção de estruturas e acabamento,

sendo que, a primeira visita ocorreu em 44,6% na etapa de construção de estruturas

e 29,4% na fase de acabamento, totalizando 73,9% e a segunda visita aconteceu

em 42,4% na etapa de construção de estruturas e a segunda 37,7 % na fase de

acabamento, fazendo um total de 80%. Segundo Araújo, 2002, a construção de

estruturas é a etapa que envolve o maior número de trabalhadores e a maior

probabilidade de ocorrências de acidentes do trabalho e as quedas de altura ou do

mesmo nível são as causas principais de acidentes fatais ou de lesões

incapacitantes nesta etapa do processo de construção (Hinksman, 1998).

Demonstra-se, assim, uma coerência entre o momento do processo construtivo em

que ocorreu a intervenção e a etapa de obra onde é maior o volume de atividades

em altura, inferindo-se assim, que é também é maior a possibilidade de ocorrência

de quedas.

Page 53: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

52

Tabela 4 - Canteiros atendidos pelo PQ segundo Etapa da Obra e Visita, SESI - BA, 2005.

No. % No. %Sem Informação 7 7,61 5 5,88Terraplanagem 0 0,00 0 0,00Escavação 3 3,26 2 2,35Fundação 9 9,78 4 4,71Estrutura 41 44,57 36 42,35Acabamento 27 29,35 32 37,65Pavimentação 2 2,17 2 2,35Demolição 0 0,00 0 0,00Reforma 1 1,09 1 1,18Manutenção 2 2,17 3 3,53Total 92 100,00 85 100,00 Fonte: 1) Banco de Dados, NSST, 2006.

Etapa da ObraVisita 1 Visita 2

No levantamento das etapas da obra nos canteiros que participaram do

programa, reaparece o problema de coleta incompleta de informações, pois em 7,6%

das primeiras visitas e 5,6% das segundas visitas, não houve o registro nos check-

lists da etapa do processo construtivo em que se encontrava a obra, no momento da

inspeção.

Na Tabela 5, pode ser visto que foi atribuída na primeira inspeção a nota

geral de 6,3 pontos, o que qualifica o desempenho dos canteiros de obra como

“bom”, havendo uma melhoria, estatisticamente significante para um intervalo de

confiança de 95%, na segunda inspeção com a nota geral passando para 7,1

pontos. De um modo geral, observa-se que todas as dimensões obtiveram melhoria

na segunda inspeção, porém, é possível perceber, na Tabela 5, que as dimensões

Proteção Contra Quedas em Alturas e Andaimes obtiveram as piores notas,

respectivamente, na primeira inspeção as notas 4,1 e 4,7 e na segunda, 5,8 e 5,4.

Na mesma tabela, podemos observar que na dimensão Andaimes mesmo

havendo uma ampliação da nota entre as visitas, esta não foi estatisticamente

significante para um intervalo de confiança de 95%. Considerando que, em estudos

na Inglaterra, constatou-se que as mortes por quedas acidentais, particularmente por

quedas em andaime, tem uma freqüência elevada (Dong,1995) e que, de acordo

com o U.S. Department of Labor/Bureau of Labor Statistics (1996), em 1994, 32,2 %

das mortes relacionadas a acidentes do trabalho na construção civil, foram causadas

por quedas e a metade destas foram: quedas de telhado/coberturas, andaimes e

outras plataformas temporárias.

Page 54: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

53

Com isso, deduz-se que, mesmo havendo uma melhoria das notas nestas

dimensões entre as visitas, as suas condições gerais continuam avaliadas como

“regular” e que, apesar da nota geral classificar o desempenho dos canteiros como

“bom”, as duas dimensões de maior importância em relação ao risco de ocorrência

quedas obtiveram as piores notas.

n Média IC (95%) n Média IC (95%)Escadas, rampas e passarelas 89 6,52 6,20 - 6,85 84 7,15 6,77 - 7,53Proteção contra quedas em altura 88 4,05 3,47 - 4,63 78 5,79 5,16 - 6,41Movimentação, transporte pessoas e materiais 43 6,89 6,28 - 7,49 54 7,89 7,46 - 8,32Andaimes 71 4,69 4,21 - 5,18 64 5,44 4,84 - 6,04Instalações Elétricas 88 6,62 6,27 - 6,98 82 7,04 6,62 - 7,46Equipamentos e Proteção Individual 90 7,78 7,43 - 8,14 83 8,08 7,79 - 8,38Limpeza 89 7,21 6,81 - 7,60 83 7,75 7,36 - 8,13Nota Geral 90 6,27 6,00 - 6,53 83 7,05 6,76 - 7,35Fonte: 1) Banco de Dados, NSST, 2006.

Tabela 5 - Nota média obtida por dimensões principais com os respectivos IC 95% segundo o check -list nos canteiros de obra atendidos pelo PQ. SESI-BA, 2005.

Dimensões PrincipaisVisita 02Visita 01

Pode-se constatar, na Tabela 6, que, na dimensão Proteção contra

quedas em altura, os itens abertura de piso e periferia de laje foram os mais

avaliados e apresentaram o pior desempenho, com respectivamente notas 3,2 e 3,9

na primeira inspeção, logo classificados como desempenho “ruim”, melhorando as

respectivas notas para 4,8 e 5,9 na segunda inspeção, caracterizando o seu

desempenho como “regular”. Estudos do Departamento nacional do SESI (1991),

realizados em alguns estados brasileiros, identificaram a abertura em piso de laje

sem proteção, ausência de guarda-corpo e caixa de elevadores sem proteção como

pontos críticos para ocorrência de quedas.

n Média n MédiaAberturas de piso 67 3,15 54 4,82Periferia de lage 70 3,86 63 5,89Tela de bandeja a bandeja 18 4,71 20 3,41Bandeja principal 36 6,41 36 6,81Caixa dos elevadores 50 5,68 50 6,77Bandeja Secundária 13 6,13 12 6,06Terciária 2 2,57 0 -Outros 1 0,00 0 -Fonte: 1) Banco de Dados, NSST, 2006.

Tabela 6 - Nota média obtida na dimensão Proteção contra quedas em altura segundo o check -list nos canteiros de obra atendidos pelo PQ. SESI-BA, 2005.

Proteção contra quedas em alturaVisita 01 Visita 02

Page 55: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

54

Como pode ser visto na Tabela 7, na dimensão Andaimes, o item

andaimes simplesmente apoiados foi o mais avaliado e o que apresentou as piores

notas, obtendo 3,5 na primeira visita e 3,8 na segunda, representando um

desempenho ruim nas duas inspeções. Tendo nos seus sub-itens sistemas de

guarda corpo, sapatas, escadas de acesso ou rampa e área abaixo isolada os piores

desempenhos, sendo todos classificados como “péssimo” ou “ruim” nas duas

visitas.

Constatou-se também que, nos sub-itens base de apoio, sistemas de

guarda corpo e sapatas ocorreu uma redução das notas entre a primeira e segunda

inspeção. Não é possível fazer nenhum tipo de inferência nesta questão, logo

identifica-se como uma área problema a ser avaliada.

O sub-item sistemas de guarda corpo, que tem grande impacto na

redução do risco de ocorrência de quedas nos andaimes, foi avaliado como

“péssimo”, obtendo na primeira inspeção a nota de 0,5 e de 0,3 na segunda

Considerando que os principais acidentes na utilização de andaimes

simplesmente apoiadas estão relacionados a quedas de pessoas e materiais

(Hinksman, 1998) e geralmente decorrem principalmente por falhas no dispositivo de

suporte bem como problemas em sua estrutura (Pinnagoda, 1997). Com isso deduz-

se que houve pouca ou nenhuma evolução no desempenho destes canteiros entre

as inspeções.

Page 56: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

55

n Média n MédiaAndaimes simplesmente apoiados 68 3,51 57 3,84Andaimes fachadeiros 18 4,71 16 5,06Andaimes suspensos mecânicos pesados 13 8,13 15 8,36Cadeira suspensa 2 7,13 4 2,38Andaimes suspensos mecânicos 12 7,32 15 7,07Andaimes suspensos mecânicos leves 13 7,41 16 7,25Andaimes móveis 2 4,77 1 4,44Andaime em balanço 1 3,71 4 7,64Outros 2 1,00 1 6,00

n Média n MédiaBase de apoio 68 8.53 57 7.82Sistema de guarda corpo 49 0.449 36 0.278Sapatas 54 1.67 41 1.17Escada de acesso ou rampa 53 1.36 38 1.79Travamento das peças 65 5.54 55 5.71 Interligação segura 28 3.64 11 4.18 Estroncamento na edificação 52 2.58 35 3.31Equipamento de içar independente 10 4.00 6 6.00Piso de trabalho máx. 2,00 m 64 5.72 53 6.34Área abaixo isolada 51 1.57 38 1.79Fonte: 1) Banco de Dados, NSST, 2006.

Andaimes Simplesmentes apoiadosVisita 01 Visita 02

AndaimesVisita 02Visita 01

Tabela 7 - Nota média obtida na dimensão Andaimes segundo o check -list nos canteiros de obra atendidos pelo PQ. SESI-BA, 2005.

4.7 RECOMENDAÇÕES PARA O PROGRAMA

Após análise das estratégias e frente às descobertas deste estudo, pode-

se emitir algumas recomendações para o seu aperfeiçoamento. Para tanto, sugere-

se:

1. Realizar um ajuste no check-list, levando em consideração:

1.1. A inclusão do levantamento rápido do perfil do engenheiro e

mestre de obra;

1.2. Ponderar as principais dimensões, itens e sub-itens, considerando

a importância de cada um deles para a redução do risco de ocorrência de quedas.

2. Buscar técnicas para a redução da heterogeneidade do processo de

levantamento de campo, considerando:

2.1. A definição clara de padrões de referência para as notas por itens;

Page 57: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

56

2.2. O desenvolvimento e a implantação do método de calibração do

olhar do técnico;

2.3. A mudança na estratificação das notas em quartis, para permitir

um julgamento mais próximo da realidade. Assim:

Péssimo: maior ou igual a 0 e menor ou igual a 2,5;

Ruim: maior que 2,5 e menor ou igual a 5,0;

Regular: maior que 5,0 e menor que 7,5;

Bom: maior que 7,5 e menor e igual a 8,5;

Muito bom / ótimo: superior a 8,5.

3. Reestruturar as metas do programa, mantendo as de produção e

inserindo:

3.1. Metas de cobertura e evasão;

3.2. Meta de produção do relatório anual de desempenho dos canteiros

(do estado e da região), através da análise do banco de dados, com o seu envio a

instituições interessadas (sindicatos patronais e de trabalhadores, governo,

universidades etc.);

3.3 Meta de realização de eventos para a disseminação da análise de

desempenho dos canteiros (do estado e da região).

4. Construir processo de qualificação dos dados do banco:

4.1. Capacitando os coordenadores locais para a análise do banco de

dados;

4.2. Desenvolvendo um processo de capacitação continuada da equipe

técnica envolvida;

4.3. Desenvolvendo um banco de dados mais amigável, que elimine a

necessidade de utilização de várias ferramentas (Word, Excel, Epidata);

4.4. Delegando a responsabilidade de alimentação do banco de dados

para a equipe técnica que realiza as visitas.

Page 58: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

57

5. Incluir como etapa do programa, nas unidades, a análise do banco de

dados com um output padrão, com periodicidade a ser definida, além da checagem

sobre o recebimento dos relatórios pelos canteiros de obra visitados.

6. Apesar da identificação de problemas no registro de informações no

banco de dados, o mesmo ainda demonstra conter informações úteis. Em função

disso recomendamos a análise anual do mesmo como entrada no processo de

planejamento estratégico do SESI para direcionar o desenvolvimento de novas

intervenções.

Page 59: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

58

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo revelou que o “Programa SESI de Prevenção de

Quedas na Indústria da Construção Civil na Bahia” encontra-se concebido,

estruturado e implementado de forma a ser possível viabilizar a realização de

avaliações sistemáticas a seu respeito, assim argumenta-se que o programa é

avaliável. Está demonstrado que o esforço desenvolvido para a realização deste

estudo atingiu seus objetivos no sentido de melhor delimitar os objetivos do

programa, identificar oportunidades de melhoria e apontar áreas prioritárias para

avaliações posteriores. Porém, se faz necessário tecer algumas considerações:

a. Quanto ao objetivo do programa, constata-se que este foi modificado e

ampliado. No entanto, por não haver clareza quanto às conseqüências na

operacionalização do mesmo, oriundo do dissenso no entendimento de seus

objetivos, infere-se que esta é uma área problema a ser avaliada.

b. Quanto ao modelo lógico, este representa, no nível de suas práticas, o

processo de agendamento de visitas e a elaboração dos relatórios de visitas, como

áreas para avaliação do programa.

c. Após a aplicação da técnica de Delfos, contatou-se que os especialistas

definiram a supervisão e acompanhamento técnico, a cobertura, a evasão e o

desempenho dos canteiros entre a primeira e a segunda visita como os principais

critérios para avaliação do programa.

d. Quanto à delimitação e implementação das etapas de

operacionalização, foi observado que as etapas do programa referentes às suas

Page 60: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

59

práticas estão bem entendidas e implementadas, porém, conclui-se que o sistema

de informação foi parcialmente implantado, pois, apesar do banco de dados ser

alimentado com freqüência, este se mostrou apenas como um depositário de

informações, em virtude de seus dados não serem analisados de forma sistemática.

Aliado a esta questão também foram identificados problemas relacionados ao

correto registro de informações neste banco. Como conseqüência, a disseminação

de informações com as partes interessadas e a sua utilização regular pelas equipes

na tomada de decisão ou mudança de estratégias também não acontece. Por não

ser possível precisar qual o impacto desta situação na operacionalização do

Programa, faz-se necessária uma avaliação desta área.

e. Quanto à estimativa da cobertura e evasão do programa, pode-se

concluir que a cobertura real estimada para as regiões foi de 5,6% dos canteiros,

sendo que o município de Feira de Santana se destaca com a maior cobertura real

estimada (13,0%), porém, a mesma cidade tem a maior evasão por execução

(40,9%). Em Salvador e Vitória da Conquista esta evasão foi de 9,0% e 12,5%,

respectivamente. Com isso, pode-se deduzir que o programa tem uma baixa

cobertura no estado da Bahia e que o problema de evasão de canteiros que

aderiram ao programa esta focado no município de Feira de Santana, logo, é

necessário compreender melhor esta questão neste município.

f. Quanto à análise de desempenho dos canteiros, foi observado que,

apesar de ter havido uma melhoria na nota geral do desempenho dos canteiros

entre a primeira visita (6,3) e a segunda (7,1), as dimensões de Proteção contra

quedas em alturas e de Andaimes foram as que tiveram o pior desempenho, com as

notas, respectivamente, de 4,1 e 4,7 na primeira visita e de 5,8 e 5,4 na segunda

visita. É importante salientar que estas duas dimensões, junto à dimensão Escadas,

rampas e passarelas são as de maior impacto na prevenção de quedas (Rivara e

Thompson, 2000).

Por fim, em função dos resultados da análise do desempenho dos

canteiros entre a primeira e a segunda visita, associado à consideração deste critério

como um dos mais importantes e de maior consenso pelos especialistas, concluo

que a avaliação dos efeitos é o principal foco de avaliação do programa e proponho

a realização de um estudo referente a “análise de efeitos”, na perspectiva de

Page 61: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

60

Contandriopoulos (1997), para o “Programa SESI de Prevenção de Quedas na

Indústria da Construção Civil na Bahia”.

Page 62: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

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Page 68: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

67

APÊNDICES

Page 69: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

68

APÊNDICE A

ROTEIRO DE ENTREVISTA EXPLORATÓRIA– Avaliabilidade

1. Qual a sua formação? E sua função aqui?

2. Há quantos anos você trabalha aqui?

3. E nessa função?

4. Na sua opinião, quais são os principais objetivos do Programa de Quedas?

5. Quais são suas responsabilidades no Programa?

6. O que está sendo feito do que foi proposto?

7. Conte-me as etapas do Programa. Fale-me sobre isso.

8. Descreva as atividades que você desenvolve. Cite exemplos.

9. Na sua opinião, quais os principais resultados do Programa observados por você

nos canteiros de obra visitados?

10. Quais seriam as suas principais recomendações para os programas?

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69

APÊNDICE B

Serviço Social da Indústria

Departamento Regional da Bahia

Núcleo de Saúde e Segurança do Trabalho - NSST

Salvador, outubro de 2006.

Prezado senhor,

Eu, Robério Costa Silva, Gerente da Unidade de Negócio do SESI em Feira de Santana,

ex-coordenador do Núcleo de Saúde e Segurança do Trabalho – NSST e aluno do

Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo da

Universidade Federal da Bahia.

Estou elaborando um estudo sobre uma intervenção do Programa Setorial de Segurança

e Saúde do Trabalho na Construção Civil, desenvolvido pelo SESI, denominado de

Projeto de Prevenção de Quedas.

Há um instrumento de trabalho de minha autoria que se encontra em anexo e deverá ser

submetido a um comitê de experts para validação. Gostaria de convidá-lo a fazer parte

do referido comitê. Peço sua colaboração emitindo sua opinião sobre as dimensões e

padrões sugeridos, concedendo uma nota de zero (0) a dez (10) a cada um deles. A nota

zero significa exclusão do critério/sub-dimensão e a nota dez significa prioridade

máxima. Outra dimensões/critérios podem ser incluídos nas sugestões.

Esclareço que o sigilo das informações será mantido e a síntese do comitê lhe será

informada ao final do mesmo.

Favor retornar esse e-mail com a matriz respondida para o e-mail [email protected] .

Agradeço sua participação, antecipadamente.

_______________________

Robério Costa

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70

APÊNDICE C

Categorias de análise das diferentes percepções dos diferentes atores sobre o Programa de Quedas do SESI-Bahia, 2005.

Ator Objetivos Etapas do Programa

Resultados esperados / não

esperados Lacunas para avaliação Recomendações

Coordenação DR

Possibilita apresentar aos gerentes dos canteiros de obra a situação do ambiente de trabalho e, com isso, buscar uma melhoria do ambiente. Não há intervenção sobre o ofício dos trabalhadores. Leva às questões da NR18 para o canteiro, operacionalizando a norma. Possibilita o diagnóstico da situação dos canteiros com os quais estamos trabalhando.

a. Prospecção comercial; b. Fechamento do termo de adesão; c. Comercial informa engenheiro (Abraão); d. Abraão faz agendamento com empresa; e. A empresa vem buscar o técnico; f. Faz a visita em quatro horas; g. O técnico monta o relatório com assinatura do engenheiro - Nota de 0 a 10;

h. Entrega do relatório pelo motoboy com duas vias (gerente e diretor);

i. Agenda visita após 30 dias da entrega do relatório, mas avisa quinze dias antes;

j. Faz segunda visita; l. Entrega o relatório.

Mudança no ambiente de trabalho; Conscientização dos gerentes / empregadores e do seu corpo técnico (...); Há melhoria das notas entre a primeira e a segunda visita? Sim.

(...) Conscientização dos gerentes / empregadores e do seu corpo técnico; O programa não atinge o trabalhador, pois esse nem se dá conta, Há melhoria das notas entre a primeira e a segunda visita? Sim. Estamos com um gap de 58 empresas já aderidas, mas ainda não visitadas. O programa não sabe sobre o efeito da redução de quedas. Há evidências, em conversa com engenheiro de obra, com todas as intervenções, de que reduz acidente.

Comercial

(...) o engenheiro da obra ou técnico pode estar implementando as melhorias nos pontos mais críticos. Isso sensibiliza os líderes, engenheiro, mestre-de- obras, para esse tema que na realidade é um tema muito crítico. o foco maior do SESI é de estar (...) sensibilizando os dirigentes e trabalhadores da importância de se estar cuidando da saúde desse trabalhador.

(...) o SESI fornece uma ferramenta, um relatório em que o engenheiro da obra ou técnico pode estar implementando as melhorias nos pontos mais críticos (...), e eles conseguem visualizar com uma segunda visita técnica, segundo relatório, quantos que eles melhoraram em relação à primeira visita.

Para o engenheiro, já que ele consegue perceber, visualizar através desse relatório como está o canteiro, porque ele desconhece, esse relatório consegue aproximar mais ele da realidade do canteiro dele, passa a ter uma atitude mais pró-ativa. Eu percebo mais a sensibilização do engenheiro para esse cenário. Eu tenho escutado depoimentos muito interessantes de alguns engenheiros que dizem: finalmente, o SESI acordou. O SESI despertou para o nosso segmento, nós estávamos muito carentes.

Quando o engenheiro não se compromete, não tem como nós estarmos realizando esse trabalho. Tiveram alguns exemplos de condomínios também em que, muitas vezes, o engenheiro não tem poder de, naquele momento, de proceder o de acordo. Muitas vezes, o engenheiro tem autonomia para realizar os projetos, muitas vezes, não (...) Eu não sei se, talvez, os proprietários ficam pensando em que tipo de ação o SESI vai ter lá dentro. O SESI é uma instituição de cooperação, não é uma instituição policial, não é uma instituição de fiscalização. Ver a interferência real do SESI nesse canteiro e o quanto a gente tem sensibilizado os engenheiros, gerentes de contrato, mestres de obra, dirigentes.

Eu defendo dois momentos durante o ano. A obra tem etapas muitas vezes, nós realizamos o projeto de quedas em uma etapa que o risco de quedas não é tão crítico como na etapa seguinte. Ele só pode ser realizado uma vez por ano, o desafio é manter, após o segundo relatório, manter essas melhorias, ter a manutenção da mesma. Eu defendo que esse projeto, ele poderia ser realizado em dois momentos caso a obra seja de dois anos: um ano, um ano e meio.

Coordenação A

Sensibilizar o engenheiro e o dono da empresa sobre os riscos do ambiente de trabalho. Atende às normas da legislação vigente É um atrativo para captar novos clientes aos outros programas como o PSST.

(...) Inicialmente, o comercial faz a prospecção e fecha o contrato. Emite a autorização de serviço e indica pessoa de contato na empresa. A empresa é, então, cadastrada na planilha de controle (...) O estagiário tenta agendar a primeira visita. (...) ao voltar da visita, (...) preenche o check-list no meio eletrônico (...) Faz o primeiro relatório a partir dos itens de não conformidade (...). São enviadas duas cópias (uma para gerente e outra para diretor) (...) É agendada uma segunda visita em um mês (essa segunda visita está acontecendo com mais de um mês). (...) É elaborado um segundo relatório, que faz comparação com o anterior e novas recomendações. A entrega do segundo relatório é feita pela empresa (...).

Evita situações de risco para os trabalhadores.

(...) Principal problema identificado: dificuldade no agendamento para a visita. Segundo ele, como é sem custo para a empresa, a mesma não o valoriza. Não sabemos sobre a redução de acidentes, além disso, há sub-notificação e não emissão dos CATs. Não há avaliação dos resultados com avaliação sistemática.

Registro fotográfico padrão, com melhor resolução; Dar diferentes pesos aos itens; Ir além da NR 18(...)”

70

Page 72: A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de quedas

71

Executor PQ 1

(...) o objetivo é buscar a conscientização dos empresários, porque é como se fosse uma pirâmide. A pirâmide tem um topo e uma base. Geralmente, começamos pela base, os trabalhadores. Hoje em dia, visamos o topo, começar de cima, sensibilizar o topo para depois descer. (...) visa minimizar os acidentes na construção civil. (...) Melhorar as condições de segurança na construção civil (...)

Consiste em duas visitas técnicas, a primeira, depois se emite um relatório e temos um prazo de trinta dias para fazer uma segunda visita. Depois, emitimos um segundo relatório.

(...) Para mim, tem sido gratificante ver empresas que obtinham 4-5 chegam a 7,5 –9, é uma grande gratificação. Você vê que seu trabalho tem sido reconhecido, (...) o engenheiros juntamente com sua equipe, em posse desse relatório, eles analisaram os pontos críticos e tentaram consertar esse itens (...).

(...) Eu atribuo esse atraso ao problema dos agendamentos, (...) (...) A principal razão é a falta de recursos, porque geralmente, os donos das obras não têm muitos recursos para agir na área de segurança no trabalho (...) (...) Eu não diria sobre o aluguel de andaime barato, geralmente o andaime é alugado (há quatro tipos), mas sim, a sua montagem (...) Não se verifica o equipamento está com um sistema de proteção coletiva adequada ou não, eles alugam, mas o profissional que vem montar não é qualificado.

(...) Creio que é necessário uma nova revisão do check-list (...) (...) seria interessante apresentar o relatório, o projeto ao dono da obra. Deve melhorar o check-list, buscar uma melhor qualificação dos profissionais. Esse projeto não é apenas mecânico, somente na parte burocrática. Ele exige sentimento.

Coordenação B

(...) Eu vejo também como prioridade, criar um laço com a empresa. É um projeto que não tem custos, mas que isso pode me trazer outros projetos. (...) Esse é o nosso objetivo, que é eliminar os riscos de acidentes na CC. Este é o nosso foco.

(...) A gente faz um check-list, levanta os problemas, tira fotos, coloca sugestões, leva o relatório. Explica, passa para o engenheiro, mostra os problemas e aguarda 30 dias para voltar lá para ver o que foi feito ou não (...).

(...) Na maioria das vezes, a gente viu que não houve muita modificação. A gente dentro de um mês não teve. (...) A gente viu resultados melhores nas maiores, creio que pela preocupação.

(...) A gente tem um problema na CC que são obras muito rápidas, tem obras que fechamos, mas não implementamos nada, (...). (...) Em 10%, nós não conseguimos implantar. A gente está com 22-23. Em 2-3, a gente não conseguiu em cerca de 10-15%. No geral, eu acho que foi bem aceito o projeto.

(...) A gente não conseguiu atingir 100%, mas uns 90% atingimos, fazendo as três palestras e dois check-list. Conseguimos 85% de atendimento (...).

(...) a gente acha, na verdade, como é muito pontual, são só apenas duas visitas, mas na verdade é muito pouco, precisa mais (...) A gente tenta fazer um evento de apresentação do projeto, eu acho que no próximo ano, como temos novas metas, um evento seria viável para os gerentes de obra. Outro seria tentar fazer dois blocos distintos: um para obras curtas, outro para obras mais longas e maiores (...).

Executor PQ 2

É reduzir este índice de acidentes que tem na construção civil. Como já foi citado, a maioria ocorre justamente ligado a essa área (...)

Segue exatamente o que o pessoal do NSST falou pra gente. Faz visita, sete dias para a entrega dos relatórios. Realmente eu acho um prazo bem curto (...).

(...) Agora tem algumas que você acompanha que não teve muita evolução. Teve algumas que achavam que estava tudo certinho, mas depois perceberam que não pelo relatório. Eu fui fazer a segunda visita e notei que eles procuraram melhorar muito. Na maioria das empresas, os andaimes é a situação mais crítica, cai a nota drasticamente, aqui não vi nenhuma empresa que conseguiu uma nota acima de 5,0. Não seguem recomendação nenhuma. (...) se eu vou a uma empresa, ela ficou com nota cinco e na segunda visita ela ficou com 5,5/5,75, eu não considero isso uma evolução, porque a variação foi pequena. Agora, se eu dou nota 5,0 e, na segunda visita, avalio 8,0, aí sim, considero uma evolução.

(...) A outra dificuldade foi que há canteiros que foram obras muito rápidas, não foi nem muito rápida, foi que quando a gente fechou a adesão, já estava quase em conclusão (...) Por alto, oito delas estão fechadas. As demais foram abertas agora. O responsável seria o dono da construtora, porque é ele que libera o dinheiro. Às vezes, o engenheiro ou o encarregado quer fazer, mas ele não libera o recurso, como ele pode fazer? Tem que chegar junto ao dono, por isso fazemos duas cópias, muitas vezes não depende do engenheiro. Há outras obras onde que eles têm tudo, mas o engenheiro prioriza a produtividade, ele não quer fazer as coisas. (...) Com alguns problemas, não conseguia entregar no prazo. Começou a embolar (...), decidimos que eu iria marcar tudo já que eu tenho controle do meu horário, o combinado foi fazer duas visitas semanais para dar tempo de fazer o relatório. Um relatório demora oito horas para ficar pronto e ainda tem outras questões (...).

Outro problema: ele fala sobre andaimes, mas não especifica se sobre andaimes apoiado sobre cavaletes. ... A parte das EPIs 8.23 – quantidade etc. a nota fica lá em cima, às vezes, o uso é incorreto. ....PQ, o check-list deveria rever algumas coisas. Tem uma parte de carpintaria, mas deveria colocar e é um risco muito grande.

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Beneficiário A

(...) o relatório serviu para a gente ter uma fotografia da obra, visando a parte de segurança do trabalho. (...) o mais importante disso é a orientação que a gente tem, a gente tem uma certa, um acompanhamento mais teórico para ajudar a gente no dia-a-dia.

(...) Pelo que eu sei são três visitas, e a terceira fecha. Vai ter a evolução, essa terceira visita fecha e esse terceiro relatório mostra o quanto a empresa se dedicou a esse trabalho, se realmente se emprenho ou não (...).

Eu vivi outras obras que teve esse trabalho também, e a gente viu o resultado do trabalho, surtiu um bom efeito, até para a gente mesmo que divide a responsabilidade, mas a gente fica mais tranqüilo, porque existe um órgão que dá uma certa cobertura à gente com relação a dúvidas que a gente venha a ter. (...) o resultado melhor foi conseguir, além de descrever bem a situação da obra, nós não teríamos essa pessoa para fazer, direcionar para cada pessoa aquela obrigação. Um exemplo foram os problemas na parte de instalação do canteiro, com risco de choque, e coisas que a gente passa ali todo dia e não percebe (...).

A questão do andaime, como eu sempre digo, no meu ponto de vista, o problema maior está no próprio operário. (...) Mas eu continuo dizendo que o trabalho maior, nada disso vai funcionar enquanto a gente não conseguir conscientizar o operário de que a segurança é para ele, e não para a empresa.

(...) precisaria ter uma pessoa dentro do SENAI que fosse mais um consultor direto, não sei se isso gera custo, se dá para botar isso num programa, porque, às vezes, a gente fica com algumas dúvidas em alguns detalhes do que a gente ouviu falar, do que o fornecedor do produto diz e o próprio técnico de outra obra falou A gente fica muito na mão do fornecedor do produto, nosso contato é com o vendedor, então ficamos inseguros e eu acho que deveria ter alguma forma de consultar alguém lá dentro para tirar dúvidas.

Beneficiário B

Prevenir, pra diminuir os riscos, porque, segundo o rapaz que eu esqueci o nome dele, ele veio aqui, ele era da área da indústria, e na indústria ele já conseguiu (...) bastante os acidentes, e agora eles tiraram ele da indústria, passaram pra área de construção civil pra ver se reduz mais ainda, se consegue resolver, porque a área da construção civil é mais problemática com relação a isso, eu até entendo, o pessoal é bastante desqualificado os operários não têm instrução nenhuma básica, muitos não têm nem noção de higiene, não tem nada, noção nenhuma”

O relatório eu li, avaliei, dei ao mestre para ele olhar também, para ver que não adianta chamar todo mundo porque acaba não, se botar todo mundo aqui perde tempo, acaba começando gerar um monte de discussões, aí eu chamo o mestre e meu encarregado e mostrei para eles as fotos, para ele ver que tinha melhorado, na verdade o que tinha que ser melhorado aqui era muito pouco, o erro que tinha basicamente aí era com relação à escada que a gente faz aqui na obra, escada feita aqui mesmo, a gente pega as tábuas.

P–....tem uma segunda visita, você teve o relatório da segunda visita? R– Não, não chegou, não, só a primeira visita, só a primeira. P – Teve a segunda visita? R– Teve a segunda visita, mas não teve relatório P– Te informaram que o relatório estava lá e tinha que ir pegar, você não se lembra desse detalhe? R– Não, não ele disse que ia trazer aqui. P– Ficaram de trazer? R– Isso.

(...) nessa obra aqui mesmo eles chegaram aqui um pouco tarde, a obra já tava quase acabando (...) sempre tem risco, mas, por exemplo, o risco maior eles estão contendo, que é cair, que é vento, chove, tem a bomba que tem um (...) que derrubou um bocado de gente, então, eles chegaram um pouco tarde aqui, na verdade, quando os riscos já estavam bastante reduzidos.

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ANEXOS

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ANEXO A CHECK LIST

Legenda :Legenda :Legenda :Legenda : ÓtimoÓtimoÓtimoÓtimo 10101010

BomBomBomBom 8888

RegularRegularRegularRegular 6666

RuimRuimRuimRuim 4444

PéssimoPéssimoPéssimoPéssimo 2222

N/TN/TN/TN/T 0000

N/AN/AN/AN/A

01 - 18.12 - Escadas Rampas e Passarelas 04 - 18.15 - Andaimes 07 - 18.29 - Ordem e LimpezaJAN : JAN : JAN :

META: 5,005,005,005,00 META: 5,005,005,005,00 META: 5,005,005,005,00

Escada de Abrir Rampas Andaimes Simplesmente Apoiados And. Móveis Limpeza

Escadas de Mão Portáteis Passarelas Andaimes Suspensos Mecânicos Cadeira Suspensa

Escada Provisória Coletiva Outros Andaimes Fachadeiros Andaimes em Balanço

Corrimão, Guarda Corpo e Rodapé Andaimes Suspensos Mecânicos Leves Outros

Andaimes Suspensos Mecânicos Pesados

Emitido em: ................/.............../................

02 - 18.13 - Proteções Contra Quedas de Altura 05 - 18.21 - Instalações EletricasJAN : JAN : Efetuado por:

META: 4,004,004,004,00 META: 5,005,005,005,00

Aberturas de Piso Tela Proteção Chaves Blindadas Iluminação

Caixa dos Elevadores Bandejas Terciárias Circuitos de Distribuição Proteção de Cabos

Periferia de Laje Bandeja Principal Uso de Tomadas/Pinos Extensão Elétrica

Bandeja Secundária Outros Disjuntores Outros

Aterramento

03 - 18.14 - Movimentação, Transporte de Pessoas e 06 - 18.23 - E P I`S

materiais (Verticais e Horizontais) JAN : JAN :

META: 5,005,005,005,00 META: 5,005,005,005,00

Botinas de Couro Corda Guia

Elevador de Materiais Grua Botinas de Borracha Capacetes

Rampas de Acesso Posto do Guincheiro Trava Quedas Uniformes

Torre do Elevador Guincho Veloz Proteção Respiratória Capa de Chuva

Guincheiro Credenciado Cabo de Aço Óculos de Segurança Luva de Raspa Recebido em .............../.............../...............

Elevador de Passageiro Livro Reg. insp.diária Guinch. Protetor Facial Luva de PVC

Limitador Fim de Curso Outros Protetor Auricular Outros Por:

Elevadores de Cremalheira Cinto de Segurança Pára-quedista / Alpinista

Placas de Sinalização de Segurança

Comunicação Única com o Guincheiro

A R T da Montagem do Guincho/Elevador

Freios

EMPRESA:EMPRESA:EMPRESA:EMPRESA:

Téc. De Segurança do Trabalho

SSSS. . . . HHHH. . . . SSSS. - . - . - . - S E G U R A N Ç A H I G I E N E E S A Ú D E S E G U R A N Ç A H I G I E N E E S A Ú D E S E G U R A N Ç A H I G I E N E E S A Ú D E S E G U R A N Ç A H I G I E N E E S A Ú D E

As correções indicadas neste relatórioAs correções indicadas neste relatórioAs correções indicadas neste relatórioAs correções indicadas neste relatório, , , , são de são de são de são de

Responsabilidade da ADM. Da Obra...Responsabilidade da ADM. Da Obra...Responsabilidade da ADM. Da Obra...Responsabilidade da ADM. Da Obra...

Efetivo :Efetivo :Efetivo :Efetivo : Engenheiro :Engenheiro :Engenheiro :Engenheiro :

M É D I AM É D I AM É D I AM É D I A

I T E N S I N S P E C I O N A D O S I T E N S I N S P E C I O N A D O S I T E N S I N S P E C I O N A D O S I T E N S I N S P E C I O N A D O S

CHECK - LISTCHECK - LISTCHECK - LISTCHECK - LIST

INSPEÇÃO DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHOINSPEÇÃO DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHOINSPEÇÃO DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHOINSPEÇÃO DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO

J A N E I R O J A N E I R O J A N E I R O J A N E I R O

Mestre:Mestre:Mestre:Mestre:Obra :Obra :Obra :Obra : Etapa da Obra:Etapa da Obra:Etapa da Obra:Etapa da Obra:

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UFBA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA

MESTRADO PROFISSIONAL EM GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS

AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO

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