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25/03/2012 1 A Aurora do Humano Prof. Jorge Miklos Março/2012 UNIVERSO: 7 BILHÕES DE ANOS TERRA: 5 BILHÕES DE ANOS VIDA: 2 BILHÕES E MEIO VERTEBRADOS: 600 MILHÕES DE ANOS RÉPTEIS: 300 MILHÕES DE ANOS MAMÍFEROS: 200 MILHÕES DE ANOS ANTROPÓIDES: 10 MILHÕES DE ANOS HOMINÍDEOS: 4 MILHÕES DE ANOS HOMO SAPIENS: 100.000 A 50.000 ANOS CIVILIZAÇÃO: 10.000 ANOS FILOSOFIA: 2.500 ANOS CIÊNCIA: 500 ANOS História Natural, História Social O animal homem Ponto de vista Natural: o ser humano é inadequado Do ponto de vista cultural: o mais poderoso de todos os animais Na história humana no lugar de pêlos, garras,presas, e instintos os seres humanos usam roupas, ferramentas, armas.

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Page 1: A aurora do homem

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A Aurora do Humano

Prof. Jorge Miklos

Março/2012

• UNIVERSO: 7 BILHÕES DE ANOS

• TERRA: 5 BILHÕES DE ANOS

• VIDA: 2 BILHÕES E MEIO

• VERTEBRADOS: 600 MILHÕES DE ANOS

• RÉPTEIS: 300 MILHÕES DE ANOS

• MAMÍFEROS: 200 MILHÕES DE ANOS

• ANTROPÓIDES: 10 MILHÕES DE ANOS

• HOMINÍDEOS: 4 MILHÕES DE ANOS

• HOMO SAPIENS: 100.000 A 50.000 ANOS

• CIVILIZAÇÃO: 10.000 ANOS

• FILOSOFIA: 2.500 ANOS

• CIÊNCIA: 500 ANOS

História Natural, História Social

• O animal homem

• Ponto de vista Natural: o ser humano é inadequado

• Do ponto de vista cultural: o mais poderoso de todos os animais

• Na história humana no lugar de pêlos, garras,presas, e instintos os seres humanos usam roupas, ferramentas, armas.

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História Natural, História Social

• Principal questão:

• Como nos tornamos humanos,como evoluímos ou involuímos até chegar as sociedades complexas que temos

hoje?

Criacionismo

Os Mitos de Criação

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Evolucionismo

• Foi a partir de Darwin, criador de uma sofisticada teoria evolucionista e de escavações e descobertas de fósseis que começou-se a responder às questões do tipo como nos tornamos humanos e como evoluímos.

Transformações

• O grande mérito de Darwin foi o de ter desafiado a visão religiosa e rompido com a teoria Criacionista que defendia que todas as espécies foram criadas por Deus, e permaneciam imutáveis no decorrer do tempo.

Viagem de Circunavegação 1831-1836

• Darwin por meio de pesquisas, observações a viagens adquiriu a convicção que as espécies seriam passíveis de transformações.

• Darwin defendia a Seleção Natural.

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Seleção Natural

• A teoria da seleção natural está baseada na idéia da competição entres os seres vivos diferentes por alimento e na reprodução dos mais aptos e por conseguinte na não reprodução dos menos aptos.

• O grupo mais nutrido torna-se dominante e com mais chances de se reproduzir.

• De alguma forma a teoria darwinista reflete o que aconteceu com nossos ancestrais.

Marx e Darwin

• Marx quis dedicar a Darwin a versão inglesa de sua grande obra, O capital, mas Darwin não aceitou. Quando Marx morreu, um ano depois de Darwin, seu amigo Friedrich Engels disse: “Assim como Darwin descobriu a lei da evolução da natureza orgânica, Marx descobriu a lei da evolução da história humana”.

Como Marx compreende o trabalho, consequentemente, desvelando a relação homem—natureza:

• O trabalho é, em primeiro lugar, um processo de que participam igualmente o homem e a natureza, e no qual o homem espontâneamente inicia, regula e controla as relações materiais entre si próprio e a natureza.

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Como Marx compreende o trabalho, consequentemente, desvelando a relação homem—

natureza:

• Ele se opõe à natureza como uma de suas próprias forças, pondo em movimento braços e pernas, as forças naturais de seu corpo, a fim de apropriar-se das produções da natureza de forma ajustada a suas próprias necessidades. Pois, atuando assim sobre o mundo exterior e modificando-o, ao mesmo tempo ele modifica a sua própria natureza. Ele desenvolve seus poderes inativos e compele-os a agir em obediência à sua própria autoridade.

Como Marx compreende o trabalho, consequentemente, desvelando a relação homem—

natureza:

• Não estamos lidando agora com aquelas formas primitivas de trabalho que nos recordam apenas o mero animal. Um intervalo de tempo imensurável separa o estado de coisas em que o homem leva a força de seu trabalho humano ainda se encontrava em sua etapa instintiva inicial. Pressupomos o trabalho em uma forma que caracteriza como exclusivamente humano.

Como Marx compreende o trabalho, consequentemente, desvelando a relação homem—natureza:

• Uma aranha leva a cabo operações que lembram as de um tecelão, e uma abelha deixa envergonhados muitos arquitetos na construção de suas colmeias. Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor das abelhas é que o arquiteto ergue a construção em sua mente antes de a erguer na realidade.

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Naturalismo

• Marx havia dito que a consciência humana era um produto da base material (confronto Homem X Natureza) de uma sociedade.

• Darwin mostrou que o homem era o produto de uma longa evolução biológica.

• Freud deixou claro que as ações dos homens freqüentemente são devidas a certos impulsos ou instintos “animais”, próprios de sua natureza.

Controvérsias

• Em 1859 foi a data de publicação da Origem das Espécies, sendo colocada a primeira dúvida do papel de Deus na criação do mundo, como consta no Livro do Gênesis. Uma guerra se inicia contra tal teoria. Até mesmo o primeiro professor a lecionar o evolucionismo nos EUA foi preso e multado. A palavra que afirmava sobre a existência de cada um devia-se a um milagre divino, era mantida. Mas tratava de estudos científicos, e não á um “ataque” à religião.

Posição oficial da I. Católica

• Em 1998 o papa João Paulo II aceitou oficialmente, em nome da Igreja, a Teoria da Evolução, identificada hoje ao nome de Charles Darwin.

• O papa não mais considera a Evolução com uma mera hipótese, mas como um postulado científico incontrovertido.

• Encíclica Fides et Ratio

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Fides et Ratio

• “A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio.”

História Natural, História Social

• Ramapithecus – o patriarca

• 12 milhões de anos

• Viviam em florestas - árvores

• Afastaram-se das árvores e foram viver em savanas

• Bípedes

• Pisar\agarrar

• Postura ereta - liberar as mãos

• Utilizavam pedras e pedaços de pau

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História Natural, História Social

• 3 milhões de anos – Australopithecus africanus

– Australopithecus bolsei

– Homo habilis

Australopithecus africanus

Australopithecus africanus

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Australopithecus bolsei

Australopithecus bolsei

Homo habilis

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Homo habilis

Homo habilis

História Natural, História Social

• Por que a linha Homo obteve sucesso e a linhagem Australopithecus desapareceu?

• Não há resposta

?

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História Natural, História Social

• 1 milhão de anos

• Descendente do Homo habilis

• Homo erectus

• Marcha – da África para a Ásia e Europa

Homo erectus

Homo erectus

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A aventura humana

• O que o fez sair da África?

• Questão antropológica e filosófica

A aventura humana

• O Homo erectus que saiu da África oriental não será, com certeza um telespectador padrão de Silvio Santos.

• Viver para ele era ousar, ousadia própria.

• Simone de Beauvoir em Todos os homens são mortais demonstra que a consciência da morte não deve ser uma limitação à vida, mas sua própria razão de ser

A aventura humana

• Nossos ancestrais não leram Simone de Beauvoir, mas não estavam dispostos a perder a vida pensando nos seus riscos

• Saíram para a aventura humana, a própria razão de ser da vida.

• Vida perecível – vida com intensidade.

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A aventura humana

• Sugestão de leituras:

• Tempo de Transcendência: O Ser Humano como um Projeto Infinito de Leonardo Boff.

• A Alma Imoral – de Nilton Bonder

Caçadores e Coletores

• Perigos do etnocentrismo e do eurocentrismo

• O Homo erectus:

• Homo neanderthalensis

– Desapareceu 30 mil anos

• Homo sapiens sapiens

• 30 mil anos

• Domínio do Fogo

LINGUAGENS

SISTEMAS E CÓDIGOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

REPRRESENTAÇÕES

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LOCUS

Caverna de ALTAMIRA, Espanha, quase uma centena de desenhos feitos a 14.000 anos, foram os primeiros desenhos descobertos, em 1868. Sua autenticidade, porém, só foi reconhecida em 1902.

http://museodealtamira.mcu.es/

Caverna de LASCAUX, França, suas pinturas foram achadas em 1942, têm 17.000 anos. A cor preta, por exemplo, contém carvão moído e dióxido de manganês.

http://www.lascaux.culture.fr/

Caverna de CHAUVET, França, há ursos, panteras, cavalos, mamutes, hienas, dezenas de rinocerontes peludos e animais diversos, descoberta em 1994.

http://www.culture.gouv.fr/culture/arcnat/chauvet/fr/

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PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA - Sudeste do Estado do Piauí, ocupando áreas dos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias. Nessa região encontra-se uma densa concentração de sítios arqueológicos, a maioria com pinturas e gravuras rupestres.

http://www.fumdham.org.br/parque.asp

Pinturas Rupestres ALTAMIRA

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Pinturas Rupestres ALTAMIRA

Este costume de se exprimir

graficamente é uma manifestação do

sistema de comunicação social.

Pinturas Rupestres ALTAMIRA

Como tal, a representação gráfica é

portadora de uma mensagem cujo

significado só pode ser compreendido no

contexto social no qual foi formulado.

Pinturas Rupestres - CHAUVET

Trata-se de uma verdadeira linguagem, na

qual o suporte material é composto por

elementos icônicos, cuja completa

significação perdeu-se definitivamente no

tempo por não conhecermos o código

social dos grupos que o fizeram.

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Pinturas Rupestres - CHAUVET

Não podendo decifrar este código, resta

uma possibilidade de se conhecer mais

sobre os grupos étnicos da pré-história

através da identificação dos componentes

do sistema gráfico próprio de cada grupo e

de suas regras de funcionamento.

Pinturas Rupestres CHAUVET

Efetivamente, cada grupo étnico possui um

sistema de comunicação gráfico diferente,

com características próprias.

Pinturas Rupestres - CHAUVET

Fica então excluída qualquer possibilidade

de interpretação de significados, pois toda

afirmação se situaria em um plano de

natureza conjectural.

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Pinturas Rupestres CHAUVET

Pinturas Rupestres COSQUER

Pinturas Rupestres COSQUER

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Pinturas Rupestres COSQUER

Pinturas Rupestres GAUME

Pinturas Rupestres GAUME

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Pinturas Rupestres LASCAUX

Pinturas Rupestres LASCAUX

Pinturas Rupestres LASCAUX

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Pinturas Rupestres LASCAUX

Pinturas Rupestres LASCAUX

Pinturas Rupestres

LASCAUX

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Pinturas Rupestres LASCAUX

Pinturas Rupestres LASCAUX

Pinturas Rupestres LASCAUX

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Pinturas Rupestres Parque Nacional Serra da Capivara

Pinturas Rupestres Parque Nacional Serra da Capivara

Pinturas Rupestres Parque Nacional Serra da Capivara

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Pinturas Rupestres Parque Nacional Serra da Capivara

Pinturas Rupestres Parque Nacional Serra da Capivara

Pinturas Rupestres Parque Nacional Serra da Capivara

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Pinturas Rupestres Parque Nacional Serra da Capivara

Pinturas Rupestres Parque Nacional Serra da Capivara

Pinturas Rupestres Parque Nacional Serra da Capivara

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A Vênus de Willendorf

O PENSADOR

A VÊNUS DE SAVIGNANO

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A experiência da grande arte é o significado da existência humana.

Caçadores e coletores

A reconstrução do passado

A reconstrução do passado

• Como refazer seus passos?

• Como recompor seu cotidiano, imaginar suas práticas, conhecer seus valores?

• Como saber se esses homens viviam isolados ou em grupos, formavam famílias, desenvolviam crenças?

• Como chegar a seres tão distantes no tempo, considerando que só de poucos milênios para cá o homem inventou a escrita?

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A reconstrução do passado

• Cientistas e pensadores contemporâneos têm tentado responder a essas questões através de, basicamente, três formas, isoladas ou combinadas:

1. o raciocínio lógico e a teoria;

2. escavações e análise de vestígios;

3. observação de grupos contemporâneos que, supostamente, tenham padrões de existência semelhantes.

Etnocentrismo

• Durante muito tempo chegou-se a comparar o homem "primitivo“ a uma criança, no sentido de que sua mente era pré-lógica. Segundo alguns, a lógica seria uma criação dos gregos, momento de ruptura entre civilização e barbárie...

Etnocentrismo

• Hoje, porém, quando questionamos as conseqüências desse progresso, que aparentemente tinha como meta a felicidade humana, não podemos continuar repetindo a mesma divisão.

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Etnocentrismo

• Sabemos que riqueza técnica e progresso material não representam, necessariamente, garantia de riqueza espiritual ou artística, ou de organização social.

• E que dizer da felicidade de seus membros, objetivo final de qualquer grupo?

• Ou não será essa a meta das sociedades humanas?

Etnocentrismo

• Será que a evolução da humanidade, em termos materiais e de teorias, cada vez mais sofisticadas, vem garantindo à grande massa da humanidade uma boa qualidade de vida? E mesmo entre aqueles que possuem batedeiras e videocassete e moram em apartamentos com sauna e guarita, vive-se uma vida sem tensões e competitividade, plena de paz, compreensão e solidariedade?

Etnocentrismo

• O perigo das grandes teorias é que, quando confrontadas com fatos, tomam aparência de dogmas de fé. Entre a teoria imaginada e fatos comprovados, os místicos da ciência abstraia decidem, sem dó: pior para os fatos; quem mandou eles ousarem enfrentar nossa bela concepção teórica?

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Etnocentrismo

• De repente, os ocidentais "civilizados" passaram a se perguntar a respeito dos "primitivos".

Etnocentrismo

• Seriam eles tão primitivos assim? Em vista dessas interrogações, cientistas resolveram fazer observações sistemáticas, tanto em grupos de primatas, como chimpanzés, gorilas e gibões, como em algumas tribos que sobrevivem como caçadoras-coletoras, forma de existência que se pretende tenha sido universal desde 1 milhão até pouco mais de 10 mil anos atrás.

Etnocentrismo

• O caso mais interessante talvez seja o dos

• pesquisadores da Universidade de Harvard em uma comunidade dos !Kung, coletores-caçadores que vivem no deserto de Calaari entre Angola, Namíbia e Botsuana.

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Etnocentrismo

• Por que o autor afirma que o estilo de vida dos Kung não é inferior ao nosso, mas ao contrário, revela um estilo de vida muito positivo?

Etnocentrismo

• Etnocentrismo é um conceito antropológico, segundo o qual a visão ou avaliação que um indivíduo ou grupo de pessoas faz de um grupo social diferente do seu é apenas baseada nos valores, referências e padrões adotados pelo grupo social ao qual o próprio indivíduo ou grupo fazem parte.

Etnocentrismo

• Essa avaliação é, por definição, preconceituosa, feita a partir de um ponto de vista específico. Basicamente, encontramos em tal posicionamento um grupo étnico considerar-se como superior a outro. Do ponto de vista intelectual, etnocentrismo é a dificuldade de pensar a diferença, de ver o mundo com os olhos dos outros.

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Etnocentrismo

• O fato de que o ser humano vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Tal tendência, denomindada etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos conflitos sociais.

Etnocentrismo

• Não existem grupos superiores ou inferiores, mas grupos diferentes. Um grupo pode ter menor desenvolvimento tecnológico, se comparado a outro mas, possivelmente, é mais adaptado a determinado ambiente, além de não possuir diversos problemas que esse grupo "superior" possui.

Etnocentrismo

• A tendência do ser humano nas sociedades é de repudiar ou negar tudo que lhe é diferente ou não está de acordo com suas tendências, costumes e hábitos. Na civilização grega, o bárbaro, era o que "transgredia" toda a lei e costumes da época; este termo é, portanto, etimologicamente semelhante ao selvagem na sociedade ocidental.

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Recomendação

• O filme se passa na Austrália e mostra um grupo de uma multinacional que pretende explorar o solo a procura de urânio. Mas o impasse maior é de convencer os aborígenes que lá vivem. A partir o que vemos é o choque de cultura, o raciocínio, o abismo enorme criado e a natural prepotência do homem branco. É um filme sobre as coisas pequenas e simples que vão além de qualquer ganância ou providência que o dinheiro pode tomar.

Recomendação

Recomendação

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A Revolução Agrícola

E o surgimento das civilizações

A Revolução Agrícola

• O período que abrange o aparecimento dos primeiros hominídeos até a invenção da escrita em torno de 3.500 a.C., convencionamos chamar de Pré- História. Esse longo período está divido em duas fases:

• PALEOLÍTICO - (Inferior e Superior) 4.000.000 a.C. A 10.000 a.C.

• NEOLÍTICO - 10.000 a.C. A 3.500 a.C.

Neolítico - Revolução Agrícola

• Sobre o surgimento da agricultura - e seu uso intensivo pelo homem - pode-se afirmar que ocorreu, em tempos diferentes, no Oriente Próximo (Egito e Mesopotâmia), na Ásia (Índia e China) e na América (México e Peru).

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Neolítico - Revolução Agrícola

• Além disso é preciso ressaltar que a passagem da atividade coletora para a agrícola foi lenta cujas raízes são multifatoriais, dependendo do tempo e do espaço.

• Há quem afirme que a convivência entre a agricultura e a coleta foi um fenômeno comum durante muito tempo.

Neolítico - Revolução Agrícola

• Qual o impacto da Revolução Agrícola para o homem?

• O primeiro desdobramento foi a gradual sedentarização, isto é, a fixação dos grupos humanos em locais apropriados.

Neolítico - Revolução Agrícola

• Locomovendo-se menos, usando mão de obra numerosa para a agricultura e tendo um maior suprimento alimentar, os homens passam a se reproduzir mais, provocando o primeiro grande crescimento demográfico registrado na história

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Neolítico - Revolução Agrícola

• Estima-se que no ano 8.000 a.C. a população humana era de aproximadamente 10 milhões e que, logo após a Revolução Agrícola, ela se multiplicou indo para 300 milhões no primeiro século da era cristã.

Neolítico - Revolução Agrícola

• Outro grande efeito da Revolução Neolítica foi a domesticação de animais.

• Segundo a avaliação dos especialistas os animais teriam se aproximado das primeiras comunidades agrícolas em busca de alimentos e proteção, transformando-se em atividade complementar a agricultura.

Revolução Urbana

• Por volta de 6.000 a.C., alguns grupos humanos descobriram a técnica de produção de cerâmica pelo aquecimento da argila.

• Na mesma época aprenderam a converter fibras naturais em fios e estes em tecidos.

• Aos poucos começaram a trabalhar com metais para produzir instrumentos.

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Revolução Urbana

• Os indivíduos que trabalhavam com cerâmica, metais e tecelagem tornaram-se artesãos. Eram os primeiros sinais de mais uma divisão social do trabalho (antes apenas entre homens e mulheres).

Revolução Urbana

• A diversidade na produção, a especialização do trabalho e as novas funções na sociedade contribuíram para que algumas comunidades de agricultores se transformassem em vilas e cidades, constituindo o que alguns historiadores chamaram de Revolução Urbana.

Revolução Urbana

• Em geral, as vilas desenvolveram-se em regiões onde os solos eram férteis e propícios à agricultura.

• Elas tinham inúmeras funções.

• Na América, por exemplo, estavam associadas a cultos religiosos, mas podiam também servir de abrigo para artesãos e de espaço de troca de produtos.

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Revolução Urbana

• Dessa forma, o surgimento das vilas e cidades facilitou a prática do comércio e o desenvolvimento de novas técnicas, como a olaria (fabricação de peças de barro) e da metalúrgica (fabricação de peças de metais).

Revolução Urbana

• Assim, percebe-se que o processo de consolidação das vilas está associado ao aumento da organização social.

• Em outras palavras, está relacionado com a prática da religião e do comércio, com o aumento da população e com a diversificação das atividades produtivas.

Cidades

• As cidades representam a segunda grande revolução da humanidade. Elas permitem o trabalho organizado de um grande número de pessoas, sob uma liderança que vai adquirindo tamanha legitimidade,a ponto de estabelecer sanções para os que se recusam a cumprir as tarefas estabelecidas.

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Rios e Vales

• Desde o inicio da Pré História, o homem tem procurado os rios para se orientar no espaço e obter água.

• Foi ao longo dos rios que floresceram, no começo da História, as civilizações agrícolas, as primeiras a submeterem o espaço terrestre e a natureza a seus desígnios.

Rios e Vales

• E foi junto aos grandes rios da Antiguidade que se desenvolveram as civilizações que deram um novo rumo à História da humanidade, por vezes chamadas de Civilizações Fluviais, por que foram os rios o fator decisivo para o desenvolvimento agrícola.

Rios e Vales

• As grandes civilizações fluviais, que eram economicamente dependentes das culturas irrigadas e contavam com uma população numerosa e em grande parte urbanizada, floresceram nas planícies aluviais formadas pelas enchentes de um dos dois grandes rios.

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Rios e Vales

• Assim, os berços das civilizações chinesa, indiana, sumério-babilônica e egípcia foram, respectivamente, os rios Amarelo e Azul Indo e Ganges, Tigre e Eufrates e Nilo

Rios e Vales

• A primeiras plantações agrícolas se deram, portanto, nos vales, as regiões férteis que margeiam os rios.

• Cidades como Çatal Huyuk, Dura Europos, Ur, Urak e muitas outras das primeiras sociedades sedentárias se formaram ao longo de rios, devido à necessidade da fertilidade do solo para as práticas agrícolas.

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Mas o que é civilização?

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civilização

• Deriva do latim civita que designa cidade e civile (civil) o seu habitante.

civilização

• Durante muito tempo, e por inspiração dos filósofos racionalistas do século XVIII, a palavra civilização significou um conjunto de instituições capazes de instaurar a ordem, a paz e a felicidade, favorecendo o progresso intelectual e moral da humanidade.

civilização

• Dessa forma, haveria um corte nítido entre pré-civilizados e civilizados, sendo que os primeiros, por terem comportamento muito distinto do nosso (enquanto ocidentais e europeus), seriam uma espécie de homens inferiores, criando sociedades primitivas e à margem da lei.

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civilização

• O importante é despir essa palavra de conotações valorativas.

• Evitando isso, poderemos estabelecer com maior facilidade e precisão as características que definem uma civilização.

civilização

• Uma civilização, via de regra, implica uma organização política formal com regras estabelecidas para governantes (mesmo que autoritários e injustos e governados;

civilização

• implica projetos amplos que demandem trabalho conjunto e administração centralizada (como canais de irrigação, grandes templos, pirâmides, portos, etc.);

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civilização

• implica a criação de um corpo de sustentação do poder (como a burocracia de funcionários públicos ligados ao poder central, militares, etc.);

civilização

• implica a incorporação das crenças por uma religião vinculada ao poder central, direta ou indiretamente (os sacerdotes egípcios, o templo de Jerusalém, etc.);

civilização

• implica uma produção artística que tenha sobrevivido ao tempo e ainda nos encante (o passado não existe em si, senão pelo fato de nós o reconstruirmos;

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civilização

• implica a criação ou incorporação de um sistema de escrita (os incas não preenchem esse quesito, e nem por isso deixam de ser civilizados); implica, finalmente, mas não por último, a criação de cidades.

Civilização não é cultura

• Cultura: é o atributo fundamental da humanidade. É ao mesmo tempo a característica mais elementar de qualquer grupo humano (sem importar o seu tamanho), e que diferencia a qualquer ser humano dos animais. A arte, a escritura, a ciência, as instituições (Estado, escola, família), o pensamento e atos mágicos só existem na sociedade humana. Somos os únicos seres dotados de pensamento simbólico.

civilização

• Podemos dizer que o indígena brasileiro tinha cultura, mas não tinha civilização.

• Os “civilizados” europeus destruíram, dizimaram e empreenderam o genocídio e o etnocídio.

• Eles eram melhores?

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civilização

• Sem cidades não há civilização.

• A civilização não apenas decorre de um determinado grau de desenvolvimento das técnicas e do conhecimento humano, em geral.

• A civilização também impele a espécie humana a crescer.

Referências

• ENGELS, Friedrich. Sobre o papel do trabalho na transformação do macaco em homem:

• _____. A origem da família, da propriedade privada e do Estado. São Paulo, Global, 1984.

• FENTON, Edwin. A importância da Revolução Neolítica. In: 32 problemas na história universal: leituras básicas e interpretações. São Paulo: Edart, 1974.

• FISCHER, Steven Roger. Uma breve história da linguagem: introdução à origem das línguas. Tradução: Flávia Coimbra. São Paulo: Novo Século Editora, 2009.

• LARAIA, Roque de Barros. Cultura, um Conceito Antropológico. Jorge Zahar Editor. 22ª edição. Rio de Janeiro, 2001.

• LEACKEY, Richard. A evolução da humanidade. São Paulo/Brasília, Melhoramentos/Círculo do Livro/Ed. da Univ. de Brasília, 1981.

• MARCO, Nélio. O que é Darwinismo. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1987

• MORIN, Edgar. O enigma do homem. 2a ed. Rio de Janeiro, Zahar, 1979.

• PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. São Paulo: Atual, 1994 (Discutindo a História).

• RIBEIRO, Darcy. O processo civilízatóno. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1968.

• ROCHA, Everardo. O que é etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, 1998.

• SANTOS, José Luiz dos. O que é Cultura. São Paulo: Brasiliense, 1991.