a arte em blogs: poesia

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Coletânea de poesias de blogueiros membros da Cia dos Blogueiros

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Page 1: A Arte em Blogs: Poesia

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A Arte em Blogs:Poesia

Andreia PiscoOrganizadora

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`Equipe Editorial:Andreia Pisco

Todos os textos e dados biograficos deste livro foram cedidos pelos autores para a publicacao on-line.

A copia e reproducao deste material pode ser realizada sem implicacoes legais.

Pisco, Andreia (org.). A arte em blogs: Poesia. Curi-tiba, 2011.72 p.

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Para aqueles que acreditam

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Colaboradores:

Alaor Tristante JuniorAmanda Lemos

Fernando SoaresJoao Perles

Jose Hamilton da Costa BritoJose Marcos Taveira

Lucelia Muniz da FrancaMaria S. Delfiol Nogueira

Pablo Alves de Araujo Santos RosaPhilipe KlingRita Lavoyer

Valdir Silva Jr.

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ss

A vida é uma poesia. E o amor, a maior inspiração. Quem nunca rabiscou versos em um caderno para a pessoa amada? Ou a amargura de perder al-guém... É a transformação do senti-mento em texto. Alguns poetas vão mais além e colo-

cam o coração em livros. Outros pref-erem o mundo virtual e declamam em blogs para que todos no planeta possa ler. E se juntássemos as duas mídias? Um

livro e um blog? O resultado: um livro digital, ou e-book.Este é o primeiro e-book de poesias

com textos apenas de parte dos quase 400 membros da Cia dos Blogueiros, entidade virtual dedicada aos amantes do mundo virtual. Um trabalho da blogueira e poetisa

Andréia Pisco.Leia, emocione-se, divulgue. Afinal,

o amor tem que ser compartilhado...

Poesias na blogosfera

José Marcos Taveira é jornalista, blogueiro e coordenador da Cia dos

Blogueiros

Blog: www.blogdozemarcos.com

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`SUMARIO

• A arte em blogs 10

• LucéliaM.daFrança13Minha Alma 15• Rita Lavoyer 17Vida sem dor: o filme 2 18• João Perles 23Loira Soneto 24Esparramadas 25• Amanda Lemos 27Eu gosto 28Ida sem volta 30Despreender-se 31• PabloA.A.SantosRosa33Sombras 35Mutações 36• Ópio do Trivial 39Έπαινος της Τρέλας 40• Philip Kling David 43A Fúria 44Soneto da desi-

lusão Twitteresca 46 Catadores de Estrelas 47• Fernando Soares 51Cheiro da Flor 52Sabiá 53Cadela 54Diferente 55• JoséHamiltonBrito57Te amo... ainda. 58• AlaorTristanteJr.61Poesia de urgência 62Ideologia 64• Valdir Silva Jr. 67Teatro 68• MariaS.D.Nogueira71Minha cidade 72

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A arte em BlogsUm livro. Até pou-

co tempo atrás, sonho distante para aqueles que se alimentam do prazer de escrever sem a pretenção efetiva de se profissionalizar. Escrever está além de uma profissão, é um a conversa com si mesmo e com os outros, um exercício de autocon-hecimento.

Os blogs são diári-os públicos. Neles lemos sobre problemas pessoais, críticas políticas e sociais, valores religiosos, cultura e, entre out-ros milhões de assun-10

Andréia Pisco

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tos, sentimentos. O blog é como uma conversa fran-ca de cada um com si próprio e milhares de pessoas, que comentam ou optam pelo silêncio.

A Cia dos Blogueiros é uma comunidade de blogueiros que conecta pessoas que se expõe e se identificam através da Internet. Entre os 375 membros, que atualmente fazem parte deste grupo, há uma grande variedade de artistas. A Cia favorece que estes se conheçam, crescam enquanto exploradores da imagi-nação, das palavras, de si próprios. Daí que surgiu a idéia deste livro.

Este e-book é o primeiro de uma série que apre-sentará contos, artigos etc. de blogueiros de todo o país.

Diferentemente de um livro impresso, este, digi-tal, não se limita a um número de exemplares, não se limita a uma lógica das editoras e é gratuito. Além disso, é uma possibilidade de compartilhamento dos trabalhos e sensações que são publicadas diari-amente pelos blogueiros.

Agradeço aos que participaram e contribuíram.Espero que você se encontre neste livro. Espero

que você encontre pessoas aqui também. E, por fim, espero que você aproveite a leitura.

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Nome:LucéliaMunizdaFrançaIdade:32anosCidade:NovaOlind,CearáProfissão:ProfessoraBlog:www.luceliamuniz.blogspot.com

“Eu escrevo quando acredi-to que posso levar através de minhas palavras uma mensagem de paz e de otimismo, dá a pos-sibilidade de repensar nossas atitudes diante da vida.”

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No íntimo do meu interior,Na nudez de minha alma,Sinto um mundo multicor.A cor da dança e da poesia,O ritmo que toca as cordasdo meu coração!A voz da multidão!Um semblante de paz.Fim da fome,Da miséria do mundo.Brincadeiras de criança!Um gole de felicidade,Jeito de ser felizDentro de tantas cores.As cores da vida,O baile da amizade:DA MINHA COR,DA TUA COR,DA NOSSA COR.Sem preconceitos,Sem dor,Uma tela multicor!E, quando externalizo meus sentimentos,Quando defronto com a crua realidade,me recolho ou lutopara conservar meu ser, minha alma!SEM ME CORROMPER...

Minha alma

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Nome:RitaLavoyerIdade:44anosCidade:Araçatuba,SãoPauloProfissão:ViventeBlog:www.ritalavoyer.blogspot.com

“A poesia é um espaço onde eu me permito ser arteira,sem medo das reprimendas dos crescidos.”

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Eu sou o diretor!Foi assim anunciado,mas tudo começousem ter sido planejado.Coitado! Distribuiu o script.Eu Sou, um pouco sem juízo,quis rodar o filmeno Eterno Paraíso.A protagonista resolveu ter um ‘piti’O nome era Eva, a melhor artista,mas queria chamar-se Lili,o nome da antagonista.Aquela empurrou estadireto pro abismo,a pobre foi cairnuma área de nudismo.Expulsa do Paraíso foi pra periferia.Aconteceu de fato o que Eva queria.Isso não estava no script.Cheia de garra!Pronta pra guerra!Pequena tão notável.Com a sua quedaprecisou sair de cena.Salvador pra Lili não havia ali.Virou um ti-ti-ti sobre a Lili.

Vida sem dor: o filme 2

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Eu Sou foi visitá-la.Ocultou sua facepassando entre as valas.Desceu lá pro infernoe deixou-se seduzir.Dentro daquele fogoo que viu foi todo o céu.Explorou dela o mapasecando-lhe todo o mel.No leite das correntezasEu Sou se arrastou.No profano, foi humanoe a Lili, Ele amou.Rastejou.Achou naquela meninauma mina de amante.Exploraram-se nas fontessem querer achar o fim.Alucinante, Ele então se declarou:“Eu sou seu mundo! Eu sou!E você está toda em Mim”.Do filme, esqueceram-se os dois.Aproveitaram o momentocomprometendo o depois.E o que aconteceu?Ela foi todo Ele,mas Ele perdeu seu EU.No afã de se acharEle chorava, ela ria.O herói deitou o orgulho 19

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porque nada mais via.Acorrentou-se todo nelapara perder o duelode pele e pelo. O guerreiro,daquela guerra foi o primeiro.Mergulhou de peito e almanum leito de calma e de ternura.Deleitou-se o Criadorno divã da criatura.Nesse elo de prazer tão envolventeafugentou-se dentro delae de lá se fez tão ente.Eu Sou fez isso.Deu-se luz e fez-se Homem.Envolto em mar de amor,com medo de se afogar,escalou a rosa delenaquela pedra angular.Subiu ao Paraísoamargando um pecado.Olhou o seu elencoe o que foi que ele viu?Dois pares de mãosescondendo o covil.Pensou: “meu sexono Paraíso refletira”.O texto daquele filmeescondia muita mentira.Uma simples cena fez-se obscenaaos olhos do diretor.

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“Vida sem dor” Ele o julgou condenado,porque tinha dentro delesentimentos misturados.Decidiu ,então, pôr fimno que tinha começado.Na rescisão, a Eva deu Adãoe um pedaço de maçãpra com ela conviverem toda Era Cristã.À Lili deu o diaboque também foi bom presente.Transformar-se em tudo sabe,mas prefere ser serpenteque rasteja e faz igualO deus que a procura.Se humaniza, tem desejos, sente dore rastejando-se aos pés dela, deus-Homemimplora o seu amor.Essa é uma históriade um filme não rodado,mas pra ter vida sem doraté deus trai o diabo.

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Nome:JoãoPerlesIdade:47anosCidade:PereiraBarreto,SãoPauloProfissão:JornalistaBlog:esteticaperles.wordpress.com

“A poesia é minha arte porque vejo nela inúmeras pos-sibilidades de representar o mundo mesclando-se as diversas formas da linguagem.”

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Loira Soneto

ImperfeitaTodos os víciosEm pé ou quando deitaSão altitudes e precipícios

Dona dos defeitosModas e padrõesBundas e peitosDesatina corações

Renovam-se cabelos e críticasDeixa rastros na praiaAtiram-lha as apocalípticas

Desfila defeituosaEmbrutecidaSacoleja gostosa

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Nome:AmandaLemosIdade:15anosCidade:MontesClaros,MinasGeraisProfissão:EstudanteBlog:blogdoano.blogspot.com

“A poesia está em completa harmonia com meu ser, tran-spondo o intransponível e pos-sibilitando o impossível. É expressão pura.”

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Gosto do que tenta um voo e desajeitadamente cai,Gosto das entrelinhas , Gosto das dúvidas sobrepondo as clarezas,Do irreal , da incerteza.

Gosto de tentar, errar e arriscar,Gosto de me jogar de um prédio sem pára-quedas,Afinal de contas, para que ter tanto medo quando se tem asas para voar?

Gosto do que fascina, encanta e até espanta !Gosto de sentir e tocar,Gosto nesses versos aprender a rimar.

Gosto de me surpreender surpreendendo.,De amar amando, De sentir sentindo,De sonhar sonhando..;

Gosto do seu olhar antes dos seu olhos,Gosto do seu sorriso antes da sua boca,

Gosto de ver você ,E não apenas no possessivo te ter,Gosto do que você é, E não do que aparenta ser.

Eu gosto

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Gosto de escrever, imaginar.Gosto de Inventar, criar.

Gosto de ver para acreditar,Gosto de personalidade,E detesto me padronizar.

Gosto do que agrada,Ou do que simplesmente tenta agradar,Gosto de quem conquista E se deixa conquistar.,

Gosto do sopro do vento,Das ondas, Do mar.Gostaria um dia, de fato, o mundo inteiro viajar..;

Gosto, por unicamente gostar.Mas de tanto querer e precisar...

O gosto se tornou amar.

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Ele a viu, mesmo não querendo ver.Ele a sentiu, como se lembrasse do primeiro beijo selado dos dois.Ele sentiu seu aroma, como se houvesse entrado em meio a um campo sublime de rosas.Ele viu, mesmo parecendo não crer.

Ele se lembrou da melodia inspirada em Mozart que se fez compor e soar para ela,Ele se viu em um espelho como se não houvesse nada,Ele mastigou-se dentro de si, como quem se petrifica.Ele se foi, mesmo com um sorriso torto de quem fica.

Ele lhe acariciou como se fosse a primeira vez dos dois,Ele lhe sussurrou aos ouvidos as mais belas melodias e versos feitos as pressas,Ele lhe tocou como ninguém à havia tocado daquela maneira,Eles se deleitaram como quem não espera o futuro, o depois.

O que resta dele agora Meu senhor ?

Apenas às sombras de quem se decepciona,Apenas as lágrimas de quem não chora,Apenas os sorrisos cativantes de que não sorri,Apenas o singelo Adeus de quem lhe diz por mero desdém.Lhe restou a alma, se é que não a levaram também.

Ele se apaixonou, mesmo se forçando a seguir a razão.Ele se queixa pela falta de explicação.

Ele ainda não sabe o que é amar, Mas ele se foi, como quem vai, para nunca mais voltar.

Ida sem volta

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Probabilidade, sorte, milagre, desequilibrado, estabili-dade. Perto, longe, padre, monge. Louco, sóbrio, loucura, lucidez, ano, dia, mês. Presente, futuro, passado, morte, viva, juiz, atestado. Inocente, réu, culpado, mentira, verdade, velho, novo, idade. Dúvida, certeza, moral, ou impureza. Fraco, forte, ruptura, ou corte. Machucado, ferido, lesado, reprimido. Concreto, abstrato, dúvida, ou exato. Sol, chuva, garoa, ventania, alegria. Triste, feliz, a vida por um triz. Morno, frio, quente, tão pouco aguardente. Estátua, parado, vendido, comprado. Texto, poema, frase, reticências, crase. Absurdo, normal, mero interesse, banal.Água, fogo, terra, ar, e o sopro do vento a cantar. Grito, murmuro, parede, muro. Pintado, rabiscado, grifado ou pichado. Saturno, Vênus, marte. Isso é tudo, modéstia parte.

Desprender-se

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Nome:PabloAlvesdeAraujoSantosRosaIdade:16anosCidade:Alvinópolis–MinasGeraisProfissão:EstudanteBlog:oexcluido.wordpress.com

“A poesia não é arte de um só, é arte de todos! Ela quebra a barreira das palavras, pois são sentimen-tos, emoções, imaginação, liberdade, amor, tudo isso ligado por meras pa-lavras. A poesia é a arte de prolon-gar a vida através das palavras.A poesia é a arte de se expressar,

por isso faço dela a “minha” arte!”

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Trancado no escuro olhando para uma vela, acesa bem longe.A vida está como a chama, parada, apenas aguardando o seu fim.No fundo a sombra de um passado incerto.O Mundo girando e ele ali trancado, Olhando fixamente para a chama, que continua parada.O tic-tac do relógio não o incomoda mais.O papel e caneta em suas mãos renovam a esperança,De que seu futuro não seja apenas sombras.Um espelho reflete os seus medos.A cada linha escrita, uma nova esperança.A cada sombra um arrependimento.A cada imagem uma angustia.A cada oscilação da chama um aviso. O que será este aviso?A chama está chegando ao seu fim. A luz diminuiu.O espelho não está mais visível.As sombras estão menores.Não há mais nada para consumi-lo.Um sorriso surge em seu roto.O aviso está claro.A chama se apaga e por fim apenas a dúvida:Será que valeu a pena?

Sombras

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Ouve-meDesço das colinas gritandoOuve-meNão grito de medoMuito menos de desesperoOuve-mePois, grito a liberdade!Transformo-me em meras palavrasEm meros verbosQue são ditos por uma boca comum!Transformo-me em mãosComum,Mas, que podem acolher!Transformo-me em atosNão de ódioNem de louvorMas, atos de carinho e amor!Transformo-me em espíritoPois, ando de mãos dadas com a minha liberdade!Transformo-me em um jovemMas, não um jovem qualquerTransformo-me em um jovem apaixonado

Mutações

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Que anda e grita por todos os ladosQue exige sua liberdadeQue só quer brincarQue só quer ser feliz!Transformo-me em um jovemQue faz das palavrasA sua paixãoQue faz do sorrisoA sua motivaçãoQue faz do amorA sua razãoQue faz da poesia

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Nome:ÓpioDoTrivialIdade:35anosCidade:AraçatubaProfissão:BlogueiroBlog:opiodotrivial.blogspot.com

“As palavras dançam, pintam, tocam, em suma resomem em si e essência de tudo.”

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Sou a divina mensageira de motivos para sonhar, mas se quiser saber meu nome, você terá de adivinhar, mergulhar dentro do espelho, se afogar na sensação, refletida em sua alma quando perdida a razão, que plantando sofrimento, em lamento, colhe dor, en-quanto eu venho semeando a pura embriagues do amor, Promovendo o esquecimento de toda a dificuldade, com a volúpia dos sentidos que embelezam a realidade.

Estou no sorriso sincero da lunática inocência, do teatro das virtudes sou o pilar da existência, que suporta a sanidade, da plateia desvairada, com o sutil devaneio que serena a madrugada, eu sou a inspiração do artista, a obra prima do pintor, nos sonetos de um poeta a tradução do eterno amor, eu sou o fogo das paixões, sua arte e seus artifícios, do teto das catedrais a beirada dos precipícios.

Aquela força inconsciente que te leva a camin-har, com o pesar da consciência de que só, nasceu para errar, eu sou a sombra que assombra a luz da sabedoria, e o caçador dos corvos negros que de-

ΈπαινοςτηςΤρέλας

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voram a fantasia, eu sou as asas de Alcione, o sol de Icaro sou eu, nos ouvidos de Melampo o som da lira de Orfeu, eu sou o Opio dos povos, e a cegueira da visão, a espada de Don Quixote nas entranhas do dragão.

Sou o arquiteto dos delírios, faço castelos no céu, navegue pelos sete mares em meus barcos de papel, ou a deriva siga o vento, e perdido sem direção, naufrague no oceano da própria incompreensão, pois só eu teço a ilusão, de que tudo isso é real, com o laço que une a trama entre a cela e o celestial, pois então filho de Adão, tome posse do que é Teu, olhe dentro dos seus olhos e me diga quem sou eu?

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Nome:PhilipKlingDavidIdade:35anosCidade:AraçatubaProfissão:DesignerBlog:mundogump.blogspot.com

“Não sei se minha poesia é arte. Não sei se minha poesia é realmente minha. O canto de um pássaro pertence a ele ou a quem o escuta? Talvez o que eu escreva seja uma coisa, o que a pessoa lê, outra. Sinto que a poe-sia é forjada na alma do outro. A poesia é nossa. E também não é de ninguém. .”

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A agonia dos anjos estremeceu o céuEscurecendo a alma dos mentecaptosO fogo consumiu até a última folha do papelE o sangue gotejou no mato, para a alegria dos car-rapatos

O sol não surgiu quando deveriaA Terra tragou os últimos resquícios da luzE a tristeza de uma agonia friaFoi o que restou à carne, para alegria dos urubus

As folhas secas se espalharam pelo arPerfumando a morte e decorando as rochasEnquanto o peito das pedras ainda insistia em pul-sarem cadentes sismos, estendendo abismos, para sur-presa das minhocas

Não teve choro, não houve lamentarOs trovões explodiram nos céus escarlatesE os raios cortaram a imensidão do espaço, Refletin

A Fúria

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do no marque já começava a secar, para desespero das jubartes

O deserto engoliu cidades destroçadasAs areias tragaram as lembranças intactase cobriram os corpos das pessoas espalhadas,apodrecidas e ressecadas, para a alegria das bara-tas

Quando a vida enfim cessou, num fraco suspiro do ventoNinguém deu pela falta do planeta, e daquela popu-lação,Já não havia mais esperança, emoção ou pensamentoEncerrava-se o ato derradeiro, para a fúria espe-tacular da recriação

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Foi numa mensagem tão pequena,em cento e poucos caracteres.Expondo meu sofrimento na arena,dizendo que já não me queres.

Twittei desesperado,Postei risos e brincadeiras.Tentando não parecer machucado,Usei a máscara mais zombeteira.

Dei RT e até abri um trend topic,na esperança que assim ninguém notasse.De soslaio ganhei um blockQuando só queria que o twitter baleiasse.

E online me deixou numa página aborrecida,

SONETO DA DESILUSÃO TWITTERESCA

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Entre os faróis que iluminam o asfaltoNa beira do lixãoNa esquina da sujeiraNa boca do valãoNo morro lá no altoAndando na contra-mãoOs olhos no ressaltoNo caldo de podridão

Ela veste farrapos encardidosChinelo num pé sim, o outro nãoEla cata a sujeira bagunçadaA sujeira da população

Espelho, garrafa, vidro partidoTampa, pote de requeijãoLatinha, sarrafo, sacola, pedaço de papelãoVai pegando e carregando, sem futuro, sem emoção

Eu a vejo andar por aíDia e noite sem dormirCatando os cacos da cidade

Catadores de Estrelas

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Negando cada vontadeDe uma casa, um barraco, um colchãoEla cata as estrelas lá do céuNa palma da sua mão

Catadora de estrelasMulher de coragem e decisãoProcura o que comer num cestoUma migalha um pedaço de pãoDistrai a fome olhando embalagem de saco de feijão

Catando pela vidaOs dejetos da desilusãoVai a catadora de estrelasBebe água do ribeirão

Quando a noite vai pelo céu vazioA lua com seu brilho frioTraz o lume da escuridãoCatadora de estrelasNa cegueira da incompreensão

Catadora de estrelas esquecidasPega, cata e carrega a comidaCatadora de estrelas torcidas

Page 49: A Arte em Blogs: Poesia

Na rua no mato, sem direçãoCatadora de estrelas falidasVai contra as correntezas da vidaCatadora de estrelas clarãoCata o que pode hoje esperando que a vida lhe cate num caixão

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Nome:FernandoSoaresIdade:43anosCidade:BeloHorizonte,MinasGeraisProfissão:AgenteComercialBlog:colaboradoremdiversosblogs

“Sinceramente não sei se escolhi a poesia ou fui por ela escolhido. Desde sempre, tento ver, nas mínimas coisas do cotidiano, a poesia que existe. A poesia da vida. Disso – e das minhas elucubrações interiores -, faço minha poesia. Sem compro-misso.”

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Page 52: A Arte em Blogs: Poesia

Flor não cheira por sisóÀ beira do caminho de pedrae póé apenas uma flor baldiae sóCheiro, do bom mesmo, pra valerestá no nariz de quem vem,caminhante,decidido, errantePés que (quase) pisam, com gosto,a terraCorpo que segue, alma que erraVoz que se calaSilêncio que berraEsse, sim, traz em sicheiro de florjasmim, cravo,rosa, poeira, alecrim

Cheiro de Flor

Page 53: A Arte em Blogs: Poesia

Manhã em BeagáRotineiramenteo encarcerado sabiá do vizinhoentoa seu cantoentedianteTenho vontadede ensiná-lo a solfejar

“Vou voltarsei que ainda vou voltarpara o meu lugar...”mas pássaros não sabemler partitura(ainda mais do Tom...)

Sabia

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Page 54: A Arte em Blogs: Poesia

Uma cadela

atravessa a avenida

pela passarela

Vai

nem sabe para onde

Um mané

atravessa por baixo

e, atropelado, morre

por um busão

que vai pro cu do conde

Cadela

Page 55: A Arte em Blogs: Poesia

diferir de todosconferir com poucoscom fé, rir com loucosà vontadesem vontadede ferrar os tourosde ferir a outrosou auferir os louros

Diferente

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Nome:JoséHamiltondaCostaBritoIdade:68anosCidade:Araçatuba,SãoPauloProfissão:AposentadoBlog:www.jhamiltonbrito.blogspot.com

“Assim como gosto de mim e das partes que me compõem, gosto também da poesia pois mesmo ela sendo insubstancial eu a sinto e a vejo toda hora.”

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Page 58: A Arte em Blogs: Poesia

O cd acabou.Não percebi;O corpo ali na camaA mente...por aí.Voltei ao passado.Lá, eu fui feliz.Rememorei todos os amores.Os possíveis e os não.Nos impossíveis: você.Você, uma princesa.Eu...plebeu.Assim, deu no que deu.Mas o mundo dá voltas...Em uma, te encontrei.Meu Deus, o tempo.!Ele não foi bom para nós.Não foi bom para vocêOs teus cabelos: brancos.E o teu porte de rainha?Ao te ver assim combalidaConfesso que chorei.

Te amo.... ainda.

Page 59: A Arte em Blogs: Poesia

Vê lágrimas no meu rosto.Serão por mim ou por você?Ah! Não sei...Mas eu acho...acho,,,,Que te amo ....ainda.

Obs. Gostei de alguém na minha adolescência. Qua-renta e tantos anos depois a vejo...saiu esta poe-sia.

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Nome:AlaorTristanteJúniorIdade:42anosCidade:Araçatuba,SãoPauloProfissão:FuncionárioPúblicoBlog:www.alaorpoeta.blogspot.com

“Como disse Ferreira Gullar: “a arte existe porque a vida não é suficiente”. É por isso que es-crevo, “como quem morre”, já dizia Manuel Bandeira.”

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Page 62: A Arte em Blogs: Poesia

Para que serve a reflexão sobre o fazer poético quando meu corpo fede mãos piedosas pedem membros se agigantam filhos trêmulos cabeças de cérebro

perguntas se calamdiante da fomede carne viva e mortaa apodrecer e apodrecendo é preciso comer comer comer

Roçzeiral ex vano eu quero logo o logro real

Poesia de urgencia^

Page 63: A Arte em Blogs: Poesia

dos sentidos a vida que me dá direitos morto não sou nunca fui existo para o fim dos meios

Fazer poesia é gozar na cara na própria cara enquanto não chega ser fotografado para o fugaz eterno

O mundo? é viver numa pedra chamada Terra.

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Page 64: A Arte em Blogs: Poesia

Quanto mais penso no Poder chego sempre ao arbitrário

então descansonas formas ideaisna dureza dos fatosno imponderáveldo cotidianoprocuro morrer de vivera morte do pensamentoenquanto águas de sangueme afogam no imaginário.

Da liberdade só nos resta

Ideologia

Page 65: A Arte em Blogs: Poesia

mastigá-la

impermeável antes de tudo sustentá-la como a folha de uma grande árvore

e a árvore perante todas as árvores e todas as árvores aleatórias frente ao universo do infinito de tudo que é nada.

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Nome:ValdirSilvaJr.Idade:-Cidade:SãoPaulo,SãoPauloProfissão:-Blog:valdirsilvajr.blogspot.com

“A poesia representa o seu eu mais puro. Seu estado de ex-pressão e de espirito, no meu caso, bem pessoal. Poesia é A alma registrada em palavras.”

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Das cortinas que se abrem, duas almas, dois cor-pos, que sucumbem ao desejo mais insano, o amor. Seus bra-ços se juntam, e suas lembranças ficaram esquecidas a par-tir do momento que nada mais importava a não ser ela, seu toque, seu inocente jeito de dizer sim.

Palavras nunca antes ditas, as lágrimas secas e seus cabe-los embaraçados ao toque. A felicidade arranca de dentro toda a dor, e transforma em combustível para sorrir, para acreditar. As noites que se tornaram infinitas por não dese-jar dormir ao seu lado, apenas contemplando como é belo ser sincero, ser puro e potencialmente verdadeiro. E eles se sentiam como adolescentes em sua primeira noite juntos, os primeiros toques e arrepios, ao lado um do outro, trancados em um unico universo, onde os sentimentos ditam as regras, e a plateia é formada por sonhos, dos mais belos.

E não existe como esquecer, enquanto as horas passam, en-quanto os dias carregam a saudade por si só, transformada em angústia das horas que não passam, relembram os momen-tos que vivem juntos, seu cheiro presente ainda arrepia, as marcas da noite passada ainda vestem seu corpo, e o mais puro desejo conserva-se intacto, a espera de recomeçar, no cair da noite. Cortinas abertas, do palco onde reluz a beleza que não precisa pedir pra entrar, da harmonia que não força passagem, dos pequenos atos de um conto poético.

Teatro

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“Eu não sinto o que deveria omitir, me faço refém como de praxe, inundado de louvores, cego de esperança, mantenho firme os pés no chão enquanto a alma passeia por paraísosdistantes, enquanto o céu e o universo conspiram para mais um sonho, um lugar onde descansar as cicatrizes. Eu levanto os braços, sinto o silêncio que me abraça, me levando a lo-cais onde ninguém conhece. Rasgo os padrões, invento mil re-gras, quebro duas mil, e permaneço obcecado, petrificado, por sentir. Tão e somente sentir.”

E para sempre não consegue expressar o tempo que ela quer que isso dure, e eternamente não representa o que ele deseja mais que tudo. E juntos vivem sobre este palco, contracenan-do, sob as luzes e brilhos de um conto de fadas, de um conto de histórias que se cruzam, verdadeiras e secretas, como o final ainda não revelado, talvez ainda não escrito.

Ainda continua.

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Nome:MariaS.DelfiolNogueiraIdade:45anosCidade:Botucatu,SãoPauloProfissão:ProfessoraBlog:impressoesnoturnas.blogspot.com

“Acho que escrever é minha arte, a poesia foi inserida em minha vida, como escrita, num momento especial. Sempre gostei de poesia, de ler, fruir, mas nunca havia escrito nada.”

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Terra Rica, minha cidadeMinha TerraTerra vermelha, terra dos pés vermelhosRua da minha infância: Avenida Euclides da CunhaGrande escritor, sertanista, ícone da Literaturarua tão abandonadaesburacada, grandes vossorocaspinguela sobre elas para entrar em casaVossorocas: labirintos das brincadeirasde meus irmãos, primos e amigos

Casa grande, velha, de madeiraQuintal grande: mais duas casas,frutas, horta feita pela minha mãe:cenouras, cebolinhasalfaces orgânicascomidas fresquinhas sem lavar!

Terra Rica, terra de José Rico“batizado” pelo Padre Eduardo,que também me batizou ea tantos outros terrariquenses ilustres ou nãoPadre de sorriso fácil, batalhador pelas causas sociaiscriou o hospital, capelas, usina para

Minha cidade

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iluminar a vida de ricos e pobresassim: democraticamente.Inovador, homem de visão.

Nesta Terra vivi muitos anosFamília reunida, grande, muitos primos e tios.Estudei nos anos da DitaduraE o retrato do Emílio (General) na paredeNos olhando seriamente, nos vigiando.Esqueleto de verdade em vitrine naSala do Diretor: que medo!A loira do banheiro já assustava meninos e meninas.Quanta brincadeira embaixo das seringueirasno terreno enormedo Grupo Escolar Rosalina de Moraes.

Terra Rica, mas pobre de empregospara mim.MudeiSão Paulo abriu seus braços eMe recebeuAqui vivo, trabalho e sou feliz!

(Inspirado no poema, de mesmo nome, de Cora Coralina.)

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