a arca dos contos

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Jogo “A arca dos contos” Palavras-chave: poço, sacrifício, sapo, acção à escolha, anão, invisível, objeto à escolha Era uma vez, num jardim misterioso e exuberante, com árvores, flores e animais únicos e extraordinários, que vivia um sapo que ao contrário de tudo aquilo que o rodeava, era horrível e assustador pelos seus olhos grandes e escuros que faziam lembrar a noite profunda e a pele verde-escura e rugosa como o musgo. Ora um dia, andava o sapo a arrastar-se e a lamentar-se pelo jardim, já cansado de viver por não ser belo e não se poder casar com a princesa mais bonita que ele tinha visto, quando encontrou um anão. O anão disse-lhe que andava à sua procura já à muito tempo, porque tinha uma grande surpresa para lhe contar: se o sapo bebesse a água do poço, que nunca ninguém se atrevera a visitar, este iria-se tornar num príncipe encantado no seu cavalo branco e que por isso se iria casar com a bela princesa. O sapo, num abrir e fechar de olhos, aceitou a sua proposta e nem se preocupou sobre os perigos que poderiam acontecer se ele bebesse aquela água desconhecida. Fez-se acompanhar pelo anão, que não parava de sorrir nem por um segundo, até ao poço, retirou um pouco daquela água para um balde e nela viu pela última vez o seu reflexo assustador e imaginou os seus cabelos

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Page 1: A arca dos contos

Jogo “A arca dos contos”

Palavras-chave: poço, sacrifício, sapo, acção à escolha, anão, invisível, objeto à escolha

Era uma vez, num jardim misterioso e exuberante, com árvores, flores e animais únicos e extraordinários, que vivia um sapo que ao contrário de tudo aquilo que o rodeava, era horrível e assustador pelos seus olhos grandes e escuros que faziam lembrar a noite profunda e a pele verde-escura e rugosa como o musgo.

Ora um dia, andava o sapo a arrastar-se e a lamentar-se pelo jardim, já cansado de viver por não ser belo e não se poder casar com a princesa mais bonita que ele tinha visto, quando encontrou um anão. O anão disse-lhe que andava à sua procura já à muito tempo, porque tinha uma grande surpresa para lhe contar: se o sapo bebesse a água do poço, que nunca ninguém se atrevera a visitar, este iria-se tornar num príncipe encantado no seu cavalo branco e que por isso se iria casar com a bela princesa.

O sapo, num abrir e fechar de olhos, aceitou a sua proposta e nem se preocupou sobre os perigos que poderiam acontecer se ele bebesse aquela água desconhecida.

Fez-se acompanhar pelo anão, que não parava de sorrir nem por um segundo, até ao poço, retirou um pouco daquela água para um balde e nela viu pela última vez o seu reflexo assustador e imaginou os seus cabelos loiros como o sol, os seus olhos azuis como o mar infinito e a sua pele reluzente como diamantes. Bebeu a água sem parar para respirar e em minutos aconteceu o inesperado.

Ele não ficou o mesmo sapo que mais parecia um mostro, mas também não se tornou o príncipe desejado por todas as senhoras do planeta, tornou-se apenas invisível como se não existisse e agora nem se quer tinha amigos, pois pensavam todos que estavam malucos a falar com o vazio.

O sapo ficou ainda mais triste e com o coração partido, depois daquele sacrifício não ter resultado em nada.

Page 2: A arca dos contos

Número de palavras: 338