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A APRENDIZAGEM POR MEIO DA EXPERIMENTAÇÃO, DO PLANEJAMENTO À AVALIAÇÃO – ATRAVÉS DO PROCESSO DE FERMENTAÇÃO DA UVA NA TRANSFORMAÇÃO DO VINHO.

Marioní Franciosi Simionato1

Carlos Eduardo Bittencourt Stange2

RESUMO

O estudo de Ciências por meio da experimentação é necessário visto que é no ensino fundamental que o aluno tem o primeiro contato em termos de significação científica e, portanto, é de extrema importância para a construção do conhecimento. Todavia, percebe-se que ainda existem grandes dificuldades em se relacionar teoria e prática, senso comum e conhecimento científico nos conteúdos básicos de Ciências (Educação Básica, Ensino Fundamental, séries finais), principalmente na disciplina de Física, Química e Biologia. Normalmente, as aulas de Ciências são baseadas somente na explicação da teoria, com pequenas variações, onde a prática e o desenvolvimento de experiências não são tão corriqueiras no cotidiano dos alunos quanto deveriam. Por essa razão há uma preocupação evidente como educadora, em como motivar os alunos e professores para que a disciplina de Ciências seja parte integrante na vida do aluno na comunidade escolar e em sua vivência cotidiana. O professor precisa sempre orientar seus alunos para que não façam experimentos sem a sua supervisão e que, portanto, devem ser evitados os experimentos fora do ambiente escolar. Pretende-se com este projeto, explicar de modo simples, por meio de experimentação e de visita orientada, como ocorre a transformação da matéria e liberação de energia no processo de fermentação da uva, aliado a produção do vinho que será elaborado em laboratório.

Palavras-Chave: Experimentação em ensino de ciências. Matéria. Energia. Uva.

Vinho.

1 Professor PDE, NRE Pato Branco

2 Professor Orientador IES UNICENTRO, Departamento Pedagógico de Ciências Biológicas.

1 INTRODUÇÃO

O processo de educação em Ciências deve ser facilitado com orientações

simples, buscando a aplicação prática do conhecimento teórico e a aplicação no

cotidiano.

O presente estudo aborda conteúdos referentes à matéria e energia com

a delimitação do tema - a conversão de matéria e liberação de energia através do

processo de fermentação da uva na transformação do vinho, utilizada como exemplo

em metodologia experimental no processo de ensino e aprendizagem na disciplina

de Ciências.

Considerando-se que o ensino fundamental é de extrema importância

para a construção do conhecimento e percebendo as dificuldades que os

professores encontram em relacionar teoria e prática, senso comum e conhecimento

científico nos conteúdos básicos de Ciências, principalmente na disciplina de Física,

Química e Biologia, é que esta pesquisa está sendo direcionada.

Este estudo tem o intuído contribuir na resolução das dificuldades

encontradas no cotidiano em sala de aula, principalmente em temas abstratos como

no ensino de matéria e energia (8a série, nono ano, Ensino Fundamental, Educação

Básica), proporcionando assim significativa melhoria do processo ensino –

aprendizagem para o aluno, sobremaneira considerando o que ele já sabe através

da observação da cultura e das tradições da comunidade onde o aluno está inserido,

haja vista ser esta uma comunidade agrícola de produção vinícola.

Assim, sabe-se que o aluno, antes mesmo de adentrar no ambiente

escolar, vivenciou no seu cotidiano situações reais, convivendo com problemas e

ensaiando experimentos, tentando compreendê-los.

Nesse sentido, é preciso objetivar o ensino de Ciências valorizando o

conhecimento prévio, senso comum, visando à sistematização do que já sabem e

avançando à formação de novos conceitos e uma nova postura perante aos

acontecimentos e contribuindo dessa forma para a construção do conhecimento.

Ao relacionar os conteúdos estudados em sala de aula com o cotidiano do

aluno, o aprendizado ocorre de forma mais consistente, havendo maior fixação do

conteúdo, pois quando os conhecimentos são abordados apenas na teoria são mais

facilmente esquecidos ou podem não ser bem compreendidos pelos alunos.

Através de experimentos simples desenvolvidos nas aulas práticas em

laboratórios, onde melhor se compreende os conceitos e significado científicos em

exercício prático, pretende-se trazer mais benefícios ao educando, para que este

consiga compreender melhor as leis científicas e, desta forma relacioná-las com o

cotidiano. E, além, demonstra-se que a disciplina de Ciências no Ensino

Fundamental, pode ser vista de uma forma mais abrangente, significativa e divertida

para os alunos.

Dessa maneira, os alunos desenvolvem o senso crítico, a capacidade de

pensar, auxiliando-os a ser mais conscientes e mais preocupados com a

comunidade no qual estão inseridos, de tal maneira que ao desenvolver um

experimento possam compreender a até mesmo descobrir novas maneiras de como

interagir com o meio.

Inclusive, como se propõe neste trabalho, para melhor compreender e

assim melhor auxiliar na produção vinícola das pequenas propriedades, visto que

alguns alunos são filhos de pequenos produtores de vinho, atividade tradicional no

município de Mariópolis, Paraná, Brasil. Assim procedendo, estarão embasados em

fundamentos científicos e estarão preservando sua cultura local de pequenos

agricultores produtores de vinho.

Por essa razão há uma preocupação evidente como educadora, em como

motivar os alunos e professores para que a disciplina de Ciências seja parte

integrante na vida do aluno na comunidade escolar e mesmo na sua vivência.

Desta forma a questão norteadora deste estudo foi: Como transformar as

teorias sobre matéria e energia constantes no currículo do ensino de Ciências em

aulas práticas, atividades laboratoriais significativas para o aprendizado? Como

trazer para o cotidiano o que o aluno vivencia em sala de aula? Como trazer para a

escola o cotidiano do aluno para que ele possa fazer a integração do conhecimento?

Como fazer com que o aluno aproprie esse conhecimento e se torne um divulgador

do que aprende para a comunidade onde está inserido?

O objetivo geral do estudo foi o de resgatar o valor do ensino de Ciências,

para que, através de novos métodos de ensino e sugestões alternativas de

pesquisa, aliando a teoria e prática, professores e alunos consigam tornar o ensino

de Ciências mais interessante e significativo.

Os objetivos específicos foram: tornar as aulas de Ciências um ambiente de

interação entre educandos e educadores, vinculando o conhecimento científico à

vida; Levar o aluno a desenvolver o espírito de investigação para que possa, pela

observação e formulação de hipóteses, fazer uma analogia dos resultados; Mostrar

que Ciências não é somente uma disciplina escolar, mas está presente na vida

cotidiana dos indivíduos em geral; Entender que as substâncias que são utilizadas

no dia a dia são formadas por moléculas e estas por átomos, os quais estão

representados na tabela periódica pelos elementos químicos e fazem parte do

cotidiano do aluno e também na transformação do suco de uva em vinho. Promover

a cultura e incentivar as tradições da comunidade na produção do vinho.

A metodologia de estudo constituiu-se em revisão bibliográfica e

compreensão e planejamento experimental, desenvolvida com os alunos da 8ª série

do Colégio Estadual Presidente Arthur da Costa e Silva, no município de Mariópolis,

estado do Paraná, Brasil.

A revisão bibliográfica foi dirigida a conteúdos referentes ao aprendizado dos

alunos por meio de experimentos realizados em laboratório a respeito da

transformação da matéria e da energia na transformação da semente em pés de uva

e, do bago de uva em suco de uva e, este em vinho.

Gewandsznajder (2002, pág.3) afirma que: “Conhecer a ciência e aprender a

usá-la para melhorar as condições de vida da humanidade é um ideal que todos nós,

cientistas ou não, devemos perseguir”.

Este estudo abordou, também, conceitos fundamentais sobre o processo de

ensino-aprendizagem, que, segundo Mizukami (1986) considera-se de fundamental

importância que se tenha o conhecimento sobre as distintas abordagens de ensino,

e.g, tradicionalista, comportamentalista, humanista, cognitivista e, sócio-cultural.

Trata-se ainda sobre a questão da avaliação que está presente no processo

de ensino como instrumento de investigação e reflexão da prática pedagógica. Lima

(1999, apud BERTONI e SANTOS, 2008) afirma que esse é um meio de

acompanhar o desenvolvimento e desempenho do aluno de modo que os

professores excluam práticas insuficientes desse processo.

Foram desenvolvidos experimentos referentes à abordagem de transformação

da matéria e reações químicas, no processo de transformação do suco de uva em

vinho.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Como ensinar aos alunos a disciplina de Ciências com o avanço tecnológico e

com a velocidade de informações que chegam a eles por intermédio dos meios de

comunicação virtual? Os alunos, atualmente, não têm mais paciência para pegar um

livro e o ler, fato esse, que pode ser um fator para diminuir o aprendizado.

De acordo com Pozo e Gomes Crespo (2009), os professores de ciência

presenciam as dificuldades no ensino da disciplina, pelo fato de, aparentemente, os

alunos apresentarem cada vez menos interesse pelo que estão aprendendo, cujos

resultados de aprendizado são atribuídos às inúmeras mudanças educacionais,

dessa forma “a maioria dos alunos não aprendem a ciência que lhes é ensinada.”

(POZO; GOMES CRESPO, 2009, p. 15)

Mas antes de aprofundar esse assunto, cumpre destacar que o presente

estudo tem como objetivo o ensino sobre matéria e energia da disciplina de Ciências

de forma a fazer com que o aluno adquira o conhecimento de forma prática, através

da experimentação, mas que saiba o conteúdo da disciplina na forma da teoria para

depois a colocá-la em prática, visualizando como ocorrem os processos químicos e

físicos, mas de maneira mais simples e divertida, através do processo da

experimentação.

O tema escolhido objetiva a proporcionar o conhecimento das transformações

que ocorrem com a matéria e a energia. Os alunos aprenderão a modificar as

substâncias, vivenciando o processo de transformação através da experimentação,

utilizando-as para o bem comum e na difusão do conhecimento, na manutenção das

tradições e cultura da comunidade em que estão inseridos.

Como a produção de vinho no município de Mariópolis já virou uma tradição,

inclusive com a “Festa do Vinho e da Uva” que ocorre todo o mês de janeiro, com

venda de vinho e seus derivados, inclusive o suco de uva in natura e muitas

variedades de uva para comercialização, é interessante que o aluno descubra como

funciona o processo de transformação do suco de uva em vinho.

Para isso é que se propôs o desenvolvimento deste estudo, englobando

inclusive sobre as bactérias que podem ser nocivas para a fermentação e acabam

estragando a produção do vinho. Pois “conhecer a ciência e aprender a usá-la para

melhorar as condições de vida da humanidade é um ideal que todos nós, cientistas

ou não, devemos perseguir”. (GEWANDSZNAJDER, 2002, p. 3)

Ao estudar sobre a transformação do suco de uva em vinho os alunos

puderam aliar a teoria à prática. Nesse caso o nível de aprendizado tende a ser

considerado mais avançado, pois os alunos poderão aprender a teoria e ao mesmo

tempo, puderam observar o que de fato, nos experimentos simples, se encaixa na

prática.

Ao analisar os casos práticos, pode-se perceber que a disciplina não é tão

complicada e as dificuldades de resolver as atividades propostas aos poucos vão

sendo difundidas ao aprendizado, caso sejam repetidas, e é interessante que

Muitas vezes, os alunos não conseguem adquirir as habilidades necessárias, seja para elaborar um gráfico a partir de alguns dados ou para observar através de um microscópio, mas outras vezes o problema é que eles sabem fazer as coisas, mas não entendem o que estão fazendo e, portanto, não conseguem explicá-las em novas situações. Esse déficit é muito comum. Mesmo quando os professores acreditam que seus alunos aprenderam algo - e de fato comprovam esse aprendizado por meio de uma avaliação -, o que foi aprendido se dilui ou se torna difuso rapidamente quando se trata de aplicar esse conhecimento a um problema ou situação nova, ou assim que se pede ao aluno uma explicação sobre o que eles está fazendo. (POZO; GOMES CRESPO, 2009, p. 16-17)

O professor de Ciências, ao ensinar aos alunos, está mostrando as

transformações, propriedades e fenômenos que a matéria pode a sofrer.

Aprender sobre as Ciências significa, também, compreender as

transformações que ocorrem ao seu redor. Portanto a disciplina de Ciências deve

possibilitar ao aluno uma compreensão dos processos químicos, físicos e biológicos,

além de conhecimento científico, aplicações tecnológicas, suas implicações

ambientais, sociais, política e econômica, contemplando aspectos que auxiliam no

desenvolvimento do ensino de Ciências e a formação cultural do aluno.

Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais “a criança não é cidadã do

futuro, mas já é cidadã hoje, e, nesse sentido, conhecer ciência é ampliar a sua

possibilidade presente de participação social e viabilizar sua capacidade plena de

participação social no futuro”. (BRASIL, 2001, p. 25).

Como a Química é uma ciência “que estuda a constituição da matéria. Ela

estuda também as transformações de uma substância em outra”.

(GEWANDSZNAJDER, 2002, p. 32). A disciplina de Ciências, dentre outras

situações objetivos, serve, também, para que o aluno observe que as Ciências estão

presentes no cotidiano de todos os seres humanos. Como por exemplo, ao comprar

um pacote de biscoitos, o aluno pode perceber que há uma série de fatores

químicos (matéria) e físicos (massa), matemáticos (valores), biológicos (nutricionais).

Ao fazer um pão, ou um bolo, pelo seu aquecimento, percebe-se a

transformação Química acontecendo, assim “os fenômenos químicos não ocorrem

só em laboratórios: eles estão presentes em muitos acontecimentos cotidianos”,

explica GEWANDSZNAJDER (2002, p. 19)

Apesar da Química e Física abordarem estudos diferentes, no cotidiano elas

são interligadas, pois em um experimento pode ocorrer tanto a transformação

Química da matéria, como o fenômeno físico, abordando ainda as sensações

biológicas do indivíduo.

Como exemplo tem-se a queima de um papel, onde ocorre a sua

transformação em cinzas com liberação de gases e vapor de água (Química). Ao

analisar o fenômeno pelo lado físico, percebe-se que há liberação de energia

térmica e luminosa. E, ainda, se o indivíduo que colocou fogo no papel encostar

nele, haverá uma sensação biológica pela propriedade organoléptica do tato, pelo de

sentir a emissão de calor.

Uma possível solução apresentada ao problema exposto no início do presente

estudo está em procurar novos métodos e formas de ensinar e, estar sempre

inovando. Levar os alunos ao laboratório e, enquanto se explica a matéria, os alunos

verão na prática como tudo acontece. Levar os alunos em uma fábrica e demonstrar

também os processos que um produto pode passar para chegar ao resultado final,

como no caso da Cooperativa Vinícola São Francisco, em que ocorre o processo de

fabricação e engarrafamento do vinho.

2.2 PROCESSO DE ENSINO E AVALIAÇÃO

As pessoas tendem a aprender mais quando estão motivadas. Assim também

o é quando os alunos encontram desafios que os instigam a pensar e a partir destas

relações percebem que podem solucionar os problemas. As aulas práticas em

laboratórios favorecem esta integração e propiciam, portanto, um rendimento melhor

do que se somente tivessem aulas transmissivas conteúdistas.

Martins (1997) explica que:

[...] quando motivados, nossos alunos entram no "canal interativo", envolvem-se nas discussões, sentem-se estimulados e querem participar, pois internamente estão mobilizados por estratégias externas - ferramentas sedutoras que o professor deve usar para mobilizar sua classe.

O professor, ao trabalhar como um mediador do conhecimento, propicia aos

alunos melhor efetividade na busca de soluções aos problemas, orientando o

conhecimento aplicado em sala de aula, mostrando aos alunos os possíveis

caminhos a seguir para a construção do seu próprio conhecimento. De acordo com

os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2001, p. 120):

É papel do professor trazer elementos das teorias científicas e outros sistemas explicativos para a sua classe sob a forma de perguntas, nomeações, indicações para observação e experimentação, leitura de textos e em seu próprio discurso explicativo. É nesse processo intrinsecamente dinâmico de busca de informações e confronto de idéias que o conhecimento científico se constrói. O sujeito que observa, experimenta ou lê põe em ação seus conhecimentos anteriores, interpretando as informações a partir de seus próprios referenciais.

Por essa razão, ao abordar sobre o processo de ensino-aprendizagem,

segundo Mizukami (1986) considera-se de fundamental importância que se tenha o

conhecimento das abordagens de ensino, dentre as quais: a tradicionalista, a

comportamentalista, a humanista, a cognitivista, e a sócio-cultural.

A abordagem comportamentalista trata do conhecimento como um objeto,

onde o sujeito/aluno está “sujeito às contingências do meio, sendo o conhecimento

uma cópia de algo que simplesmente é dado ao mundo externo” (MIZUKAMI, 1986,

pág. 19), onde esse conhecimento é (re)transmitido por meio da cultura de cada

região.

Estudar sobre a personalidade e conduta dos alunos de forma que o estudo

fique centrado neles, é o que ensina a abordagem humanista, segundo Mizukami

(1986) sendo que cada vez mais se tem exigido pela qualidade da educação, e

quando o professor procura por maneiras de incentivar os seus alunos a pensar, não

está apenas mostrando o aprender por aprender e sim o aprender a pensar, “o

aprender a aprender”. MIZUKAMI (1986, p. 20) Contudo “Não há como ensinar

alguém que não quer aprender, uma vez que a aprendizagem é um processo interno

que ocorre como resultado da ação de um sujeito”. (DELIZOICOV; ANGOTTI;

PERNAMBUCO, 2002, p. 122).

Dessa forma, ao saber como os alunos estão se desenvolvendo, a

abordagem cognitivista tende a relacionar os fatos aos processos centrais como:

“organização do conhecimento, processamento de informações, estilos de

pensamento ou estilos cognitivos, comportamentos relativos à tomada de decisões

etc”. (MIZUKAMI, 1986, pág. 59). Dessa maneira, o aluno estará buscando também

o autoconhecimento, aprimorando cada vez mais suas habilidades intelectuais.

Quanto ao processo de avaliação, se dá pelos resultados corretos obtidos nos

experimentos em laboratórios, resumos, e provas aplicadas. Mizukami (1986, pág.

17), explica que ao avaliar, o professor está levantando as informações que o aluno

aprendeu em sala de aula e ainda que “o exame passa a ter um fim em si mesmo e

o ritual é mantido. As notas obtidas funcionam, na sociedade, como níveis de

aquisição do patrimônio cultural”.

A avaliação está presente no processo de ensino como instrumento de

investigação e reflexão da prática pedagógica. Bertoni e Santos (2008) citam Lima e

relatam que esse é um meio de acompanhar o desenvolvimento e desempenho do

aluno de modo que os professores excluam práticas insuficientes desse processo.

Assim, ao demonstrar para o aluno que ele é capaz de fazer um experimento,

e sendo avaliado de forma justa, o aprendizado se torna mais rentável, tanto para o

aluno quanto para o professor.

Como forma de avaliação será desenvolvido a técnica de mapas conceituais

que são métodos para auxiliar a organização e hierarquia dos conteúdos ensinados

em sala de aula, oferecendo estímulo e desafio aos alunos, utilizando então a

abordagem cognitiva de Ausubel (1980).

3 HISTÓRIA SOBRE O VINHO NO BRASIL

O cultivo do vinho no Brasil tem grande influência dos imigrantes italianos,

que chegaram ao Brasil no século XIX com o sonho de ter uma vida melhor. Após a

imigração de aproximadamente 1.300.000 italianos, segundo Radin (2005), o cultivo

de vinho no Brasil aumenta e sua maior produção concentra-se nos estados de

Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

De acordo com a Embrapa, a Serra Gaúcha é a região que mais produz vinho

de mesa no Brasil, sendo a maior concentração da vitivinicultura do país, por ter

fatores climáticos diferentes das demais regiões e uma estrutura agro-industrial

diferenciada, as uvas são mais ácidas, contando também com as características

físico-Químicas e por serem armazenadas para o envelhecimento em “barricas de

madeira”, dando ao vinho um sabor inigualável. É nas vinícolas que ocorre o

processo de transformação da uva em vinho e por esse motivo, antes de ser iniciada

qualquer atividade, é importante que os alunos visitem uma vinícola e conheçam de

perto esse processo.

Segundo Novakoski e Freitas (2003) as principais variedades de uva que

podem render vinhos finos são variações da espécie vitis vinífera (também

conhecidas como videiras européias). Os vinhos comuns são produzidos a partir das

espécies que apresentam maior resistência às pragas e a outras moléstias, a vitis

labrusca e vitis bourquina (videiras americanas), e ainda a partir das videiras

hibridas. Os diferentes tipos de uvas produzidas por essas espécies são chamados

de castas. Existem mais de oitocentas castas catalogadas.

A complexidade do mundo dos vinhos se dá pelas diferentes características

ambientais e climáticas das regiões de plantio da uva, que alteram a qualidade dos

frutos. Ou seja, um vinho feito de uvas Carbenet Sauvignon cultivadas no Chile

nunca vai ser igual a um vinho feito com a mesma uva Carbenet Sauvignon cultivada

na França. A fruta é muito sensível às condições do solo e do clima em que se

desenvolve, podendo variar o sabor, a acidez, a doçura, a forma, a coloração e a

resistência da casca, o tamanho, a quantidade de semente, a forma e o formato dos

cachos.

As videiras são plantadas em sementes ou mudas, mas a forma mais comum

se dá através de mudas enxertadas de uma raiz de videira já crescida, chamada

“rizoma”. O primeiro ano é dedicado apenas ao crescimento das raízes, cuja

condição é determinante para a qualidade do vinho a ser produzido.

No segundo ano, simultaneamente ao crescimento das raízes, crescem os

ramos e as folhas, e no terceiro, começa a produção de uvas. A poda periódica é

fundamental e o produtor deve estar sempre atento às pragas e fungos que podem

afetar as videiras. O tempo médio de alta produtividade da videira varia de vinte a

trinta anos, comentam Novakoski e Freitas (2003).

É de grande importância para as plantas frutíferas considerar o micro clima

local, pois ele pode determinar quais as espécies a serem plantadas, assim como

influenciar na produtividade e qualidade das frutas. Algumas espécies precisam de

temperaturas elevadas enquanto outras precisam de baixas temperaturas.

A videira, de modo geral, exige um período de frio intenso no inverno, quando

ocorre a queda das folhas e a dormência das gemas. Quanto ao solo, deve-se dar

preferência às encostas pouco íngremes, protegidas dos ventos dominantes,

principalmente do sul. Com relação às condições Físicas do solo, é possível

contornar as deficiências pelo uso de porta-enxertos específicos, bem como as

propriedades Químicas pelo uso de matéria orgânica, fertilizantes e corretivos,

recomenda Penteado (2004).

3.1 PROCESSO DE PRODUÇÃO DO VINHO

Conforme Rizzon e Manfroi (2011), o processo de fermentação da uva é

chamado de fermentação alcoólica, que acontece junto com a maceração e fazem

parte desse processo agentes microbiológicos, sendo necessário que o local onde

ocorre a fermentação, ter boas condições de higiene e água limpa e em quantidade

suficiente.

Para Rizzon e Manfroi (2011), no momento da fermentação ocorre a

transformação do ácido málico em lático e redução da acidez total, desprendimento

de dióxido de carbono, pequena elevação da acidez volátil e do pH do vinho. Isso

ocorre devido aos agentes microbiológicos, os responsáveis por essas

transformações são as bactérias láticas, que utilizam como substrato o açúcar

residual da fermentação alcoólica e o ácido cítrico.

Os fatores que interferem no desenvolvimento da fermentação malolática, são

os seguintes, segundo Rizzon e Manfroi (2011, p.35):

Temperatura - A maior atividade das bactérias ocorre entre 25°C e 30°C,

mas a temperatura indicada para a fermentação é de 15°C a 18°C, o que evita a

acidez volátil e a evaporação do vinho, mas abaixo de 12°C, a fermentação torna-se

demorada e até corre o risco de ser interrompida.

Acidez: quando a acidez for elevada, com pH abaixo de 3,10, o início da

fermentação não ocorre;

Oxigênio: as bactérias láticas têm pouca necessidade de oxigênio para

respirar. Ele é suprido pelo próprio oxigênio dissolvido no vinho. Em recipientes de

madeira, ele é suprido pela passagem do oxigênio externo, pelos poros da madeira.

Uma vez concluída a fermentação alcoólica, o vinho está pronto para ser

destilado. O processo de destilação começa com a colocação do vinho separado

das borras mais grossas e na presença das borras mais finas, na caldeira, para ser

destilado. O vinho não deve ocupar todo o volume da caldeira, informam Rizzon e

Manfroi (2011, p. 36).

Na primeira etapa da destilação concentra o vinho em aproximadamente 30%

do seu volume inicial, geralmente apresenta entre 27°GL e 32°GL e deverá ser

submetido a uma segunda destilação. A segunda destilação deve ser feita

lentamente, controlando a intensidade do fogo e, conseqüentemente, a vazão do

destilado. Concluído todo o processo de destilação, o vinho é separado para recebe

os tratamentos adequados para envelhecimento. (RIZZON E MANFROI, 2011, p.

40).

O processo de destilação "Charantais", também designado alambique, é

construído em cobre martelado ou laminado para aumentar a resistência e tornar a

superfície mais lisa de modo a evitar a formação de crosta pelas borras ou ácidos

graxos e facilitar a limpeza.

3.2 BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS DO VINHO À SAÚDE HUMANA

Em relação aos benefícios para a saúde, o vinho é considerado responsável

pela redução dos níveis de LDL e aumentar os de HDL, que é considerado o

colesterol bom, evitando as doenças coronárias e principalmente o infarto do

miocárdio. Já em relação às doenças do cérebro, o vinho pode diminuir o risco de

demência, inclusive do Mal de Alzheimer. (NEWS.MED.BR, 2011)

Quanto às demais doenças, como as doenças respiratórias, alguns

experimentos demonstram que o vinho reduz as chances de infecção pulmonar; as

doenças do aparelho digestivo diminuem com o consumo moderado de vinho; as

doenças do aparelho urinário são reduzidas em até 60% do risco de formação de

cálculos urinários; o consumo de vinho também reduz as chances de morte por

infarto do miocárdio em pacientes com diabetes do tipo 2 e diversos outros

benefícios. (NEWS.MED.BR, 2011)

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS COM OS ALUNOS

Nessa parte do estudo, demonstram-se as atividades que foram

desenvolvidas com os alunos e respectivos resultados obtidos com a aplicação do

projeto de intervenção.

Atividade 01:

a) Pesquisar sobre a produção de vinho em Mariópolis, na biblioteca do

colégio;

b) Investigar sobre a tradição do cultivo de uvas no município, através de

conversas com pais de alunos que cultivam uvas e através de referências

bibliográficas;

c) Analisar a questão econômica da produção de uva e vinho para os

produtores rurais, pesquisando o que foi comercializado na feira do vinho e da uva

Atividade 02:

a) Identificar quais as principais variedades de uvas plantadas no

município para a produção de vinho;

b) Verificar o tipo de terreno em que é plantada a uva. Tema de casa.

Atividade 03:

a) A função das bactérias para a fermentação do vinho, as bactérias

nocivas para o ser humano e as bactérias úteis, discussão em classe;

b) Realizar, como tema de casa, uma pesquisa sobre a questão da

temperatura e do oxigênio para a sobrevivência das bactérias;

c) Pesquisar sobre o processo de fermentação e elevação da

temperatura, ou seja, transformação de matéria em energia.

d) Através de experimento em classe, levar a uva, macerar, verificar a

temperatura inicial do processo de fermentação, acompanhar o experimento,

verificando e anotando as temperaturas, observando o que ocorre em todo o

processo;

e) Realizar debate em sala de aula sobre o que foi observado durante

todo o processo.

Atividade 04:

a) Levar o aluno a analisar a necessidade do aprendizado sobre medidas

matemáticas para a produção de vinho;

b) Realizar cálculos de produção, quantidade de uvas utilizadas e vinho

produzidos, com a ajuda de pais ou professores de matemática. Tema de casa.

c) Discutir sobre os processos de destilação e suas aplicações na

produção de vinho.

d) Trazer experimentos com areia, pedaços de erva, cascas de uva para

mostrar o processo de decantação e separação de substâncias diferentes, que

também podem ser utilizados na separação da borra do vinho.

Atividade 05:

a) Realizar pesquisa sobre os benefícios do consumo de vinho;

b) Promover debate sobre os benefícios do consumo de vinho;

c) Buscar na internet as vantagens do consumo de vinho.

Atividade 06:

a) Realizar pesquisa sobre os malefícios do consumo de bebidas

alcoólicas;

b) Debater sobre o alcoolismo e sobre o consumo exagerado de vinho;

c) Pesquisar na internet sobre os problemas causados pelo consumo

excessivo de bebidas alcoólicas, incluindo o vinho;

d) Analisar as quantidades que podem ser ingeridas por cada indivíduo,

em um consumo saudável;

Atividade 07:

Visita à Cooperativa Vinícola São Francisco de Salles – Mariópolis.

5 DISCUSSÕES E RESULTADOS

Pode-se dizer que o projeto de intervenção pedagógico teve resultado

satisfatório, podendo inclusive, ser continuado em outras classes. É importante

destacar que o próprio município trabalha com a comercialização da uva e do vinho,

e os alunos conseguiram observar de perto como ocorre o processo de fabricação

do vinho.

Em seu trabalho, Toulmin (2006) demonstra um padrão para a pesquisa

experimental contendo cinco principais elementos: dados, conclusões, justificativas,

o conhecimento anterior e os qualificadores, cujo objetivo é de refutar ou de

confirmar as hipóteses resultantes dos experimentos

Houve interesse por parte dos alunos em participar de todas as atividades

apresentadas pela professora, sendo que a atividade que os alunos estavam mais

entusiasmados foi à visita a Vinícola com a respectiva descrição do passeio e a

curiosidade para fazer a experimentação.

No decorrer da intervenção, teve alunos de outras classes que pediam

quando iriam visitar a Vinícola, e poder participar do mesmo procedimento de

estudo.

Dentre as distintas etapas, foram feitas as medições dos teores de açúcar e

alcoólicos para saber quanto de açúcar poderia ser acrescentado no experimento, o

que chamou muito a atenção dos alunos.

A avaliação da aprendizagem foi realizada de modo que os próprios alunos

percebam no decorrer dos trabalhos, pesquisas e debates o quanto eles incorporam

novas informações e novos conceitos. Em todas as atividades desenvolvidas os

alunos demonstraram curiosidade, interesse e colaboração com a opinião dos

colegas e da comunidade.

Analisando o nível de satisfação dos alunos, a mudança de atitudes e a

valorização do que é produzido no próprio município observou-se que houve

aproveitamento significativo por parte dos alunos.

O trabalho trouxe para o mundo escolar, a oportunidade de ser investigado

os benefícios e os malefícios do vinho à saúde humana, por meio de pesquisa em

material didático, para que os alunos pudessem compreender quais são as

quantidades diárias que se pode ingerir bebida alcoólica sem que prejudique a sua

saúde.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo procurou de forma objetiva, demonstrar como a prática

pode ser incentivada nas aulas de Química. Ao vivenciar na prática o que a teoria

explica, o aluno tem a possibilidade de observar como ocorrem as transformações

químicas.

Por tais razões, a transformação em energia, pelo processo da fermentação

da uva ao ser transformada em vinho, crianças que não tem a convivência com os

produtores conseguem ter uma noção de que como esse produto é fabricado pela

modificação das propriedades da uva e, aqueles que já conhecem, tiveram a

oportunidade de se aprimorar no estudo do procedimento químico necessário para

ter um vinho de qualidade.

No presente estudo, demonstrou-se a importância dos estudos de Ciências

aos alunos de ensino médio e fundamental resgatando o valor do ensino dessa

disciplina de modo que, ao aliar a teoria e a prática, os alunos conseguiram

apresentar maior interesse pela mesma.

Com este procedimento o aluno foi incentivado a pensar, a investigar, a

observar a vida cotidiana e verificar que a disciplina não é tão complicada quanto

aparenta ser, uma vez que há fatos comuns vivenciados no seu dia-a-dia. Fato que

pode ser evidenciado com a aplicação do projeto de intervenção pedagógica, em

que os alunos sentiram-se estimulados para resolver todos os problemas propostos

bem como a realização do experimento, havendo a participação de todos os alunos

e, assim, promovendo no ambiente escolar a interação entre aluno-professor.

Promover a cultura e incentivar as tradições da comunidade na produção do

vinho foi também relacionado nesta investigação à guisa de objetivos, o que fora

consumado com a visitação dos alunos à vinícola, e às feiras do vinho que ocorrem

no município de Mariópolis – PR.

Ficou demonstrado que a Química é a ciência responsável pelo estudo da

constituição da matéria e energia e pelos possíveis processos de transformações

que podem ocorrer.

Pelo processo de ensino-aprendizagem, evidenciou-se que o professor atua

mais como um mediador do conhecimento, fazendo com que os alunos aprendam a

aprender e tenham interesse em adquirir o conhecimento real dos fatos que ocorrem

no fantástico mundo das Ciências.

O presente trabalho procurou de forma simples, mostrar sobre a história do

vinho no Brasil, com sua influência oriunda dos imigrantes italianos, pela

implementação de vinícolas e campos cultiváveis de uva, que fornecem sabores

diferenciados de vinho, dependendo de condição climática, de solo e de região.

Observou-se que o processo de fermentação da uva é realizado passando

por processos de maceração, separação da uva do cacho, verificação do teor

alcoólico e de açúcar, geração de mostro, fermentação/transformação do açúcar da

uva em álcool, filtragem, envelhecimento e engarrafamento.

Com isso, conclui-se que a aplicação do projeto de intervenção pedagógico é

bem aproveitado pelos alunos, que saem um pouco da rotina de pesquisar somente

em livros e materiais didáticos e conseguem aliar a prática e a teoria, em que o

professor conseguiu ter mais atenção dos seus alunos, que foram envolvidos de

forma entusiasmada ao que estava lecionando.

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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