a apologética de cornelius van til
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CCCCENTRO ENTRO ENTRO ENTRO DE ESTUDOS PRESBITERIANODE ESTUDOS PRESBITERIANODE ESTUDOS PRESBITERIANODE ESTUDOS PRESBITERIANO
PPPPROJETO ROJETO ROJETO ROJETO DE TRADUO DE LIVROS E ARTIGOS.DE TRADUO DE LIVROS E ARTIGOS.DE TRADUO DE LIVROS E ARTIGOS.DE TRADUO DE LIVROS E ARTIGOS.
WILLIAM EDGAR
AAAA APOLOGTICA DE CORNELIUS APOLOGTICA DE CORNELIUS APOLOGTICA DE CORNELIUS APOLOGTICA DE CORNELIUS
VAN TILVAN TILVAN TILVAN TIL
SO RAIMUNDO NONATO SO RAIMUNDO NONATO SO RAIMUNDO NONATO SO RAIMUNDO NONATO PI.PI.PI.PI.
NOVEMBRO DE 2011.NOVEMBRO DE 2011.NOVEMBRO DE 2011.NOVEMBRO DE 2011.
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PALAVRA DO TRADUTOR:PALAVRA DO TRADUTOR:PALAVRA DO TRADUTOR:PALAVRA DO TRADUTOR:
Consiste em uma grande satisfao est
disponibilizando aos nossos leitores mais um texto
de natureza acadmica; este texto vem preencher
uma lacuna nos crculos acadmicos vidos por um
conhecimento do pensamento de Van Til seu
mtodo apologtico e a sua abordagem filosfica; embora, a orientao
do CEP seja distinta das implicaes do vantilianismo, isto no nos
impede de traduzirmos um artigo como este que expe de maneira
lcida e clara o pensamento deste grande erudito.
Deixe-nos contar os antecedentes desta traduo. Estvamos
preparando uma aula para ser ministrada no NCLEO DE
CONHECIMENTO NACIONAL BRASILEIRO - GORA, onde exercemos a
docncia, a nossa disciplina se relacionava com epistemologia filosfica
um curso sobre cosmoviso com uma concentrao na rea apologtica;
neste processo de elaborao do contedo para ser aplicado em sala de
aula, percebemos a necessidade de se trabalhar o conceito de
apologtica apartir de dois grandes filsofos cristos: Gordon Handdon
Clarck e Cornelius Van Til.
Na ementa disciplinar inclua um seminrio para debater as duas
concepes apologticas de ambos eruditos, todavia, tnhamos duas
apostilas que travam de Gordon H. Clarck e outra de Cornelius Van Til;
entretanto, a apostila que abordavam a obra de Van til tinha um cunho
muito criticista para com mtodo apologtico do mesmo. Ento,
percebemos que aquele proceder seria desproporcional ao objetivo do
seminrio: defesa dos pontos apologticos de cada erudito.
Neste nterim procuramos algum texto em portugus que fosse
bem positivo e que servisse ao propsito tencionado pela ementa
disciplinar, todavia, no encontramos nada. Vasculhando a pasta de
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artigos e livros a serem traduzidos pelo CEP encontramos este artigo do
William Edgar, mas para nossa surpresa era um texto em Italiano!
Comeamos a ler o texto, relembrando de algumas aulas que tivemos
quando adolescente com um professor, aceitamos o desafio!
Empreendemos-nos a traduzir o texto.
O texto como um todo ainda mantm alguma impropriedade
nossa lngua materna, todavia, pedimos a indulgncia de nossos leitores
enviando-nos suas solcitas correes no sentido de melhorar a
presente traduo.
A leitura deste pequeno artigo h de ajudar muitas pessoas a
compreenderem o pensamento de Van Til em questes peculiares,
podero observar como ele aprendeu muito com os eruditos do passado
como Abraham Kuyper, Herman Bavinck ,Herman Dooyeweerd e
Geerhardus Vos.
A defesa que o William Edgar faz da apologtica de Van Til
simples, clara e honesta certamente h de lanar muita luz aos que so
Vantilianos e mesmo naqueles que no o so. Que Deus use esta
traduo para a sua glria somente.
Tradutor,
Joo Ricardo Ferreira de Frana
Fundador e Presidente do
Centro de Estudos Presbiteriano.
So Raimundo Nonato PI
25 de novembro de 2011.
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DDDDEDICATRIA EDICATRIA EDICATRIA EDICATRIA DO TRADUTORDO TRADUTORDO TRADUTORDO TRADUTOR
Dedico o presente trabalho de traduo ao meu amigo Reverendo
Rodrigo Ferreira Brotto, por seu vantilianismo exagerado, e mais que
isso por ser nosso amigo e pastor. Que Deus possa te preservar na
mais terna humildade e te fazendo cada dia mais fiel Sua Palavra para
a Glria dEle Somente.
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A apologtica de Cornelius Van Til*1
William Edgar2
(De "Estudos em Teologia", # 13, o primeiro semestre 1995)
Professor Cristo
O ano de 1995 marca o centenrio de um grande pensador, ainda
que conhecido somente para um punhado de telogos que esto
interessados na sua apologtica. Cornelius Van Til nasceu 03 maio de
1895 em Grootegast, na Holanda. Sua carreira se desenvolveu sem
lugar especial, mesmo que seu pensamento tem aspectos claramente
revolucionrio. Sua famlia se mudou para os EUA em 1905 e ele foi
criado num ambiente cristo reformado de origem holandesa ("Crist
Reformada") que proporcionou uma f slida que vai caracterizar a sua
vida e seu pensamento at sua morte. Em um panfleto popular, ele conta como Deus era uma presena real no meio ambiente, na aldeia e
da escola (Crist) em que ele viveu, em vez de um tpico de discusso.3 Van Til diz que nunca havia passado por um perodo de dvida, mas diz
que sua f no depende das circunstncias de sua criao, mas pela
graa de Deus, o revelador.
Depois de terminar seus estudos na Calvin College em Grand Rapids, depois em Princeton, em Nova Jersey e ter ensinado por um
curto tempo nesta mesma universidade, e por curto espao de tempo
teve um ofcio pastoral. Em 1929 ele tornou-se professor na Faculdade
Teolgica de Westminster, na Filadlfia, onde permaneceu durante toda a sua carreira acadmica. Se desconsiderarmos os textos dos cursos de
sua universidade, Van Til publicou um nmero considervel de obras.
* O Tradutor do presente artigo Professor: Joo Ricardo Ferreira de Frana Formado em Teologia e foi
professor de Teologia exegtica no Seminrio Presbiteriano Fundamentalista do Brasil, ministro da Igreja
Presbiteriana do Brasil em So Raimundo Nonato PI. O presente artigo foi traduzido do Italiano para o
Portugus, e pode manter alguma impropriedade lingstica com o nosso idioma 1 Em alguns pases como a Itlia, o nome de Van Til quase desconhecido. Para ver uma apresentao
de Alain Probst "sistema filosfico apologtica e Van Til Cornelius" Estudos de Teologia VI (1983) N 11,
pp 47-76. 2 Ele ensinou na Faculdade de Teologia Reformada em Aix-en-Provence, na Frana [1979-
1989],atualmente um professor de apologtica no Westminster Faculdade de Teologia nos Estados
Unidos. Seus artigos e livros foram publicados em Ingls e Francs. Este artigo foi escrito para a nossa
revista 3 C. Van Til, Why I Believe in God, Philadelphia, Great Commission s.d., p. 3.
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Voc pode contar trinta livros e uma infinidade de artigos4. Apesar de
seus compromissos, era notvel que ele pregava com freqncia e fez
muitas palestras pblicas. Ele lia assiduamente literatura Ingls,
americano e russo, conhecia grandes museus da Europa e
particularmente apreciado a msica barroca de Johann Sebastian
Bach5.
As origens do pensamento vantiliano
No campo Teolgico nosso apologista atraiu pelo menos quatro
fontes. Antes de mais nada vale a pena mencionar Abraham Kuyper
(1837-1920). O ltimo foi influenciado pelo "despertar" do sculo XIX os
holandeses, foi pastor e o primeiro-ministro de seu pas. Seu trabalho
teolgico grande. Seu neo-Calvinismo dominado por um princpio
central, o da soberania de Deus sobre a cultura humana. Kuyper
declarou que o centro de todo e qualquer movimento intelectual atual
da histria o corao humano. Se uma sociedade quer ser crist, ento o corao da maioria dos seus membros deve ser regenerado a
permitir uma viso positiva de mundo (Weltanschauung). Em contraste, um corao no regenerado pode fazer uma sociedade "revolucionria",
no uma civilizao.
Herman Bavinck (1854-1921) a segunda maior fonte de
pensamento vantiliano. Bavinck foi professor de teologia dogmtica em Kampen e Amsterd e prometeu recuperar o calvinismo como a verdade
da teologia bblica. Apresentando uma grande capacidade de sntese,
escreveu uma Dogmtica Reformada continua a ser um monumento de
teologia sistemtica.
A terceira fonte de Van Til pensamento o Grupo de Amsterd e
em particular por Herman Dooyeweerd (1894-1977). Este ltimo
considerado, juntamente com D.H.Th. Vollenhoven, o fundador da
filosofia da Idia de pontos de Lei6 que cada pensamento determinado por um motivo bsico de natureza puramente religiosa. Isso leva a trs
4 Por um elenco quase completo cfr E. Robert Geehan, Jerusalem and Athens. Critical Discussions on the
Philosophy and Apologetics of Cornelius Van Til, Philadelphia, Presb. and Ref. 1971, pp. 492-8; e a
"bibliografia comentada" in John M. Frame, Cornelius Van Til. An Analysis of His Thought, previsto
para1995.
5 Se percebe um Vantil culto e humano ao mesmo tempo em in William White, Jr., Van Til, Defender of
the Faith, Nashville, T. Nelson 1979.
6 Cfr Pierre Courthial "Il movimento riformato di ricostruzione"[O Movimento Reformado de
Reconstruo] Studi di teologia IV (1981) N 8, pp. 83-135.
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elementos. A coerncia do mundo, a unidade profunda do pensamento
humano e a origem no Criador de todas as coisas. Esta filosofia, que pretende ser radicalmente bblica, promove a crtica transcendental que
visa lanar "autonomia alegada" o nu de todo o pensamento terico no
princpio que rejeita sua dependncia do Criador.
A quarta influncia que no pode ser negligenciada do exegeta Geerhardus Vos (1862-1947). Ele tambm nasceu na Holanda, foi
professor de teologia bblica na Faculdade de Teologia na Universidade
de Princeton, nos Estados Unidos (1893-1932). Ele foi um dos
estudiosos mais antigos e notveis protestantes que disse que o
personagem histrico - a revelao bblica redentora ao invs de
isoladas postulados. Muito antes C.H. Dodd observou o "j e ainda no"
da revelao, e tem colocado no centro de sua teologia, o conceito de
aliana entre Deus e os homens.
Situao na histria das idias
De Justino Mrtir e Tertuliano, os dois gigantes dos Padres apologistas do segundo sculo, Van Til toma o lado de quem disse "o
que semelhanas podem ser estabelecidas entre um filsofo e um
cristo?"7. Van Til est em algum lugar mais na esteira de Anselmo e
no de Toms de Aquino, mais do que Pascal Paley. No entanto, um
fidesta, porque juntamente com Kuyper e da filosofia de Amsterd quer construir a epistemologia crist que toma emprestado o vocabulrio dos
filsofos no se ater s suas fundaes.
Van Til estava convencido de que o Ocidente culturalmente desmoronou por causa de uma crise de carter intelectual.
Especialmente na Inglaterra no sculo XVIII, estava perigosamente apologtica adaptado s necessidades do desmo. Essa filosofia pensava
que Deus iria corresponder s necessidades de um universo coerente que a razo humana era o instrumento adequado para descobrir a verdade. Para um telogo Joseph Butler, por exemplo, toda a natureza
iria encontrar sua analogia nos princpios da f. Este bispo anglicano
pensou que crer em Deus era menos propenso a acreditar na natureza e em suas prprias leis8. David Hume, empirista e ctico, argumenta que
a probabilidade de tal analogia muito fraca. Em seu famoso Dilogo
7 Tertuliano, Apologia 48.
8 Joseph Butler, The Analogy of Religion, Natural and Revealed, to the Constitution and Course of Nature
[1736], New York 1961.
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sobre a Religio Natural (1751: publicado em 1778) ele afirma que todas
as provas que comea com o mundo e chegar a Deus, porque a mesma
falta de probidade do mundo est cheio de ambigidade como a
coexistncia do bem e do mal. O mundo no esconde a percepo
humana, no entanto, porque o intelecto no nada, mas a associao
da percepo sensorial e no coincidem necessariamente com a
realidade. Conseqentemente, as manifestaes de Deus, em quem os cristos acreditam que tais milagres no so demonstrveis. Eles so
aceitos, porque no havia dvida de que o efeito, a multiplicao dos
pes e a abertura do Mar Vermelho, foi o produto de uma causa que a
interveno de Deus. De acordo com Hume, ao contrrio, o fato de que
voc estabelecer algumas relaes entre causas e efeitos derivado
apenas do hbito. O princpio da identidade resolvido, portanto, uma
iluso. No se pode provar, nem milagres, nem a existncia de Deus
Ao questionar a objetividade da cincia, Hume provoca uma crise de carter intelectual. Ao mesmo tempo, ele ergueu um muro entre o
nosso conhecimento e da religio. O que deve ser notado aqui o fato de que a apologtica clssica no capaz de responder ao seu
ceticismo. Nem o mtodo de Butler e Paley, nem a do influente Sense
Common ("senso comum") esto altura da tarefa. Esta corrente de pensamento, representada por Thomas Reid (1710-1796) e Douglas
Stewart (1753-1828), diz que, apesar de as teorias psicolgicas de Hume, nossa intuio capaz de conduzir a confiabilidade do que
observamos. Thomas Chalmers (1780-1847), ele tambm adepto do
realismo filosfico dedicado apologtica chamada "evidencialista",
porque ele insiste sobre a acessibilidade de dados e evidncias em favor do cristianismo9. Este conceito ser a principal escola de pensamento
entre os cristos nos EUA par mais de um sculo na Faculdade de
Princeton.
O filsofo de K nigsberg ", Immanuel Kant (1724-1804), vai tentar superar o obstculo do ceticismo de uma forma radical. Como salvar a
cincia, impedindo-a de cair em ceticismo e ao mesmo tempo preservando a religio? A soluo est na crtica. que rejeita tanto o
empirismo de Hume, que comea e termina com a experincia, o que faz com que tudo depende da revelao teolgica. para ele, o intelecto
9 Esta filosofia do senso comum vai se espalhar na Frana. Royer-Collard (1762-1845), o partido dos
doutrinadores, foi influenciado pela mesma Reid, T. S. Jouffroy (1796-1842) traduziu as obras de
Stewart. Samuel Vincent, pastor de Nissa foi traduzido em francs The Evidence and Authority of the
Christian Revelation por Chalmers favorecendo o sucesso extraordinrio do trabalho na Frana
evanglica durante o sculo XIX.
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humano capaz de base de qualquer verdade. o estudo de objetos pode,
em primeiro ocorrer atravs de um empirismo realista baseado no
intelecto.
De acordo com a sua "revoluo copernicana" no o objeto de
ditar o seu homem significado, mas sim a mente humana que
determina a natureza das coisas. A cincia , portanto, salvo. Desde Kant postula a existncia de Deus como todas as questes relacionadas
com o exterior de todas as provas possveis, a religio no deixado a si
mesmo. Mesmo as fundaes de questes morais e teolgicas podem ser
encontrados no intelecto. Essas fundaes so, no entanto, desta vez no
reino noumenal e isso que ele chamou de imperativos categricos que
no dependem de um fim mensurvel.
Diz-se que Kant "salvou o desqualificar a cincia sem religio". Na
verdade, a prpria cincia est ameaada pelo relativismo, porque
impossvel ter a certeza de que o intelecto s pode ditar o significado correto dos objetos. Religio e moralidade so, por outro lado, relegada
a uma esfera intocvel evitando assim avaliar se o valor absoluto
universal de Kant tambm.
Um sculo mais tarde, o jovem Van Til est localizado em um
ambiente fortemente influenciado pela filosofia do senso comum.
Descobrindo o pensamento de Kuyper e filsofos de Amsterd, em seguida, percebeu a engenhosidade da apologtica clssica realizada
pelos telogos de Princeton, a quem ele ainda admirava. Por um lado, a
filosofia do senso comum realmente no tinha respondido ao ceticismo
de Hume, ela tambm no tinha os meios para lidar com um gigante como Kant, cujo objetivo era re-pensar em uma inegvel bsica. Van Til
props outro mtodo: o pressuposicionalismo.
Este termo um pouco limitado e Van Til no o usava facilmente.
Em qualquer caso, os evanglicos americanos nos ambientes em que falamos de Apologtica falam de duas tendncias conhecidas como
pressuposcionalismo e evidencialismo. Pena que no encontramos
termos melhores que estes. O "pressuposto" nada mais do que uma suposio ou hiptese, mas esta muito diferente do mtodo vantiliano.
Da mesma forma o termo "evidncia" tem um significado particular em
Ingls porque se refere a "prova testemunhal" ou testemunho, e isso significa um mtodo de apologtica [que] baseado no relato bblico,
arqueolgico e tudo o que pode confirmar a validade do cristianismo.
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Van Til reuniu todos os diferentes mtodos pelo
pressuposcionalismo (do qual tambm h avanos na Antiguidade), sob
a expresso "mtodo tradicional". Certamente esta uma simplificao
exagerada, mas sua inteno era minar apologtica que seria baseado
em um terreno comum e neutro. Justino Mrtir, com seu princpio do
logos, ou Toms de Aquino, que atribuiu razo a capacidade de
descobrir Deus, sem revelao, ou destac-lo moderno, todos
descansando sobre as areias movedias do racionalismo.
Fundamentos do Pressuposicionalismo.
Para simplificar o pensamento de Van Til voc pode adotar trs
adjetivos. Primeiro de tudo pressuposicionalismo o quer ser radical. Isto significa que voc no quer parar na superfcie. Van Til ope-se eruditos
que pensavam a partir do evidencialismo para encontrar um ponto de
encontro na lgica aristotlica ou exame honesto dos fatos da histria.
Porque nada neutro e nem as leis da lgica, que devemos ir mais fundo. E se temos de encontrar a raiz de todos os problemas no ser
enganado pela falsa impresso de estar em acordo [com o incrdulo]. Depois de Hume e Kant deve ser considerada suspeita, mesmo com o
empirismo. Anlise radical deve capturar o corao do problema que
decorre da ausncia de provas ou no, mas de uma atitude de esprito.
O mtodo clssico em voga at hoje a maneira muito negativa na alavanca. Tomemos por exemplo a questo do tmulo vazio de Jesus
e analisar as diversas solues possveis. O cadver foi roubado pelos
discpulos? Impossvel, porque eles estavam prontos para arriscar suas
vidas por causa do fato da ressurreio. Os romanos no teriam
matado Jesus? Improvvel porque eles nomearam um executor extremamente capaz. Jesus teria sido drogado? Certamente no, porque
no tem fora para remover a pedra. Mesmo se voc pode reconhecer algum mrito a estes argumentos, Van Til diz que antes de voc us-lo
necessrio definir alguns elementos historiogrficos e epistemolgicos pode dar sentido a esses argumentos. Isto significa que sem um quadro positivo que explica como os objetos so conectados uns aos outros, um
tmulo vazio por si s no significa que grande [coisa].
A crena na ressurreio no significa acreditar na ressurreio
do Cristo bblico, o Deus encarnado que morreu por nossos pecados na histria. O hindusmo, por exemplo, no tem a princpio, nenhuma
dificuldade com uma tumba vazia. A "Nova Era" no tem nenhuma dificuldade, porque reconhece a existncia de um universo "espiritual"
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cheia de milagres e acontecimentos inexplicveis. Evitando ir raiz da
questo pensado para estar de acordo, mas no final no .
O pressuposicionalismo a uma abordagem integral. Cada pessoa
e cada sociedade tm uma cosmoviso do mundo de forma certa.10 O
ponto de partida de cada viso de mundo a f. Na base de cada olho
no universo h uma escolha de natureza religiosa que tenta responder as interrogaes de todos os homens. "Quem somos ns? Qual a
condio humana? Para onde vamos?" Voc pode responder a estas
perguntas bsicas em uma viso crist dando origem a uma viso
fundada na revelao, ou em um no-cristo. Seja qual for o tipo de
resposta clara, no entanto, tem carter pr-tericas.
Tudo conscientemente ou no que se segue ligado a este ponto
de partida. Embora com alguma sombra, uma viso de mundo
assemelha-se os paradigmas sugeridos por Kuhn.11 De acordo com ele
caminhamos no mundo, com perguntas de nossa existncia age como um quadro de pensamento atravs do qual tentamos resolver os
problemas. Sem perceber, portanto, remete o nosso esprito de volta para certas "regras" que ditam como proceder heuristicamente. Para
mudar o paradigma requer uma converso real. Para citar um exemplo
preferido por Kuhn, a revoluo copernicana (a real!). No se
concretizou por causa de uma melhor observao das estrelas. Coprnico estava descontente com a complexidade do universo
ptolomaico, e depois tentaram substituir um sistema mais simples e
esteticamente agradvel.
Se a viso do mundo comea com esse movimento pr-terico, ento manifestado no varejo, cultura, teoria e comportamento. A
explicao do movimento dos planetas e do modo de se vestir so finalmente ligados. No h neutralidade. Voc tambm pode perceber
como o personagem da viso crist do mundo depende da relao com Deus definiu a noo de aliana. Ele, Van Til, demonstra claramente a
influncia de Geerhardus Vos. De acordo com a teologia bblica na
verdade, cada etapa da histria da relao entre Deus e os homens
10
Em Ingls worldview; em espanhol Cosmovision. A palavra alem remonta a Kant para a qual
weltanghauung significa uma filosofia (cfr Kritik der Urteilskraft: 1790) Para ele, os idealistas e
romnticos, o termo evoca uma idia de que a primitiva mais ou menos cientfica corresponde noo
de uma religio. E Kuyper recuperou o termo, colocando-o em um quadro pressuposicionalista. 11
Thomas S. Kuhn, La struttura delle rivoluzioni scientifiche [A Estrutura das Revolues Cientficas],
Torino, Einaudi 1969 (orig. 1962)
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12
uma mudana na aliana e, ao mesmo tempo por mudanas na prpria
viso de mundo.
Para esclarecer, podemos nos referir s famosas categorias de
Agostinho. Antes da queda, posse peccare envolve um pensamento
aberto revelao de Deus. Depois da Queda, non posse non peccare a domina com sua reivindicao de autonomia. De acordo com Van Til, na esteira de filsofos de Amsterd, o pensamento desliza em
dualidades no-crists. Depois, redimiu em Jesus Cristo, que define
posse non peccare e ns comeamos a longa jornada em direo a uma nova viso do mundo. Note-se aqui como cristos muitas vezes tm
dificuldade em libertar-se do dualismo. Finalmente, no cu, non posse
peccare que define a condio de um pensamento intacto.
Para resumir a idia de integridade podem ser mencionados
Dooyeweerd.
Do ponto de vista bblico, devemos primeiro descobrir que a
revelao divina tem um motivo central que representa o conhecimento fundamental e para a sua natureza integral e concesses regra radical,
sem qualquer concepo dualista da existncia humana e da realidade
terrena. E "a razo para a Criao, a Queda e da Redeno em Jesus
Cristo em comunho com o Esprito Santo. No podemos aceitar a
doutrina da tal razo que no agir de uma maneira poderosa em nossos coraes. No h nenhuma esfera da vida sobre a terra que ns
podemos manter como um berrio para a nossa independncia contra
o nosso Criador.12
Terceiro, o pressuposicionalismo tem um carter transcendental.
Este provavelmente o ponto em que esse movimento difere de outras correntes no campo da apologtica. O termo evoca a crtica de Kant,
mas Van Til tem uma maneira muito diferente. Apesar de Van Til, como Kant, quer estabelecer o conhecimento da verdade, mas ele est nos
antpodas do princpio humanista Kant em assumir que o Deus trino e
criador. E 'esse princpio que permite uma reflexo adequada, bem como um verdadeiro pensamento crtico. Enquanto o mtodo tradicional
no campo da apologtica se contenta em encontrar um terreno comum
com os no-cristos, a uma compreenso apriori de
pressuposicionalismo requer uma clareza de suas condies.
12
Herman Dooyeweerd "La scularisation de la science"[A secularizao da Cincia] La Revue rforme
V (1954) N 17-18, p. 140.
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13
A abordagem no apenas a sua prpria justificao
transcendental para evitar o risco de acordo superficial, mas tambm
em enfatizar a importncia do ponto de partida a viso do mundo que
tudo vem de Deus e sua revelao. Adotar critrios neutros uma
traio soberania do prprio Deus.
Para ilustrar este ponto, podemos nos referir ao argumento de Butler de probabilidade. De acordo com ele o cristianismo exemplifica
uma analogia com a natureza. E "portanto" altamente provvel "que
verdade. Van Til diz que o primeiro erro subjugar a Deus que a norma
humana de probabilidade. Pois somente atravs de Deus, que pode
julgar a probabilidade ou no de uma coisa dada, indecente colocar-se
na escala humana. Van Til costumava citar o Salmo 30.10: "Na tua luz
vemos a luz."
Van Til tem sido freqentemente acusado de fidesmo e pedir uma
f que puro e desprovido de motivao. Esta censura pode ser entendida, mas injusto. A este respeito, pode evocar um artigo de
John Warwick Montgomery.13 Este conta uma histria divertida de um cartoon belga.14 Nele, a terra considerada o centro com o planeta
sua esquerda e a sua direita Shadok Gibi do planeta. Estes dois
planetas esto em guerra uns com os outros e to diferentes que no
podem falar uns com os outros de qualquer forma. Montgomery usa esta metfora para criticar o pressuposicionalismo. O Gibi Shadok a
dizer que a verdade no acessvel a eles, porque revelado no "Bible-
Shadok". O Gibi responder que a verdade reside apenas no "Bible-Gibi".
O Shadok ento, diz que no pode ser entendida seno por intermdio
da "Esprito-Santo-Shadok" Gibi e depois eles por sua vez que a sabedoria adquirida somente atravs do "Esprito-Santo-Gibi". E
assim por diante.
De acordo com Montgomery, Van Til incapaz de comunicar com
os outros porque ele se recusa a abandonar suas suposies. Ou seja, uma espcie de fidesmo, que requer um chamado para acreditar como
se fosse um salto no vazio. Na verdade, a estrutura muito vantiliana.
Os dois partidos no existem em dois planetas diferentes, mas no mesmo planeta, o nico Deus verdadeiro do incrdulo se recusa a abrir
seus olhos para a revelao de Deus, que a revelao conhecida por seu
prprio corao e, neste sentido, devemos ao mesmo tempo falar de
13
In E. Robert Geehan (ed), op. cit., pp. 380-392 14
Voc pode ver J. Rouxel & J.F. Borredon, Les Shadoks et le Gibis, Paris, Juilliard 1968
-
14
conhecimento de Deus e da ignorncia de Deus! Isso corresponde ao
que Paulo diz no primeiro captulo de Romanos, quando fala de homens
que "suprimem a verdade em injustia" (1:18).
Nesta abordagem, a questo transcendental de ligar o "ponto de
encontro". Este evocada por Karl Barth (1886-1968) que Van Til tenta
responder. O anknfungspunkt levanta a questo se um Deus totalmente outro para atender a uma criatura pecadora. Barth rejeitou
a idia de uma revelao natural de Deus pode reduzir dimenso
horizontal. Van Til diz por sua vez que o ponto de encontro na
revelao geral. Tomando uma expresso de Calvino, ele oferece grande
importncia para divinitatis sensus, a "semente da religio" que todos os
homens vivos [ tem].
O Mtodo Pressuposicionalista
No centro da apologtica de Van Til, h dois princpios. O primeiro o "mtodo indireto"15. Isto significa que o crente no pode
dialogar com aqueles que no esto de forma direta, ou seja, apelo evidncia ou dados que deveriam ser comuns. A menos que concordar
com os pressupostos que do sentido realidade, enganando um
entendimento. Van Til rejeita qualquer padro que tem a ver com a
iluso de teologia natural, porque construir sobre uma base de
revelao racional do tipo que for. Realmente no correto falar do mtodo, porque no muito de uma tenso para a verdade, mas sim
um modo de proceder que no leva em conta a importncia dos
pressupostos.
O segundo princpio o da analogia. O termo muito comum no
campo da teologia e pode jogar sentidos diferentes. Para Van Til uma expresso que resume um modo de pensar que quer permanecer fiel a
Deus o criador. Para ele a acreditar que a verdadeira interpretao da realidade s possvel ouvindo a revelao de Deus, deve evitar
qualquer raciocnio como a lgica exclusivamente humana diria que
est totalmente no raciocnio de Deus s permite que um anlogo de conhecer a verdade sem tem a pretenso de ser exaustiva. De acordo
com o racionalismo anti-cristo, por exemplo, seria contrrio ao princpio de valor universal. De acordo com este princpio no pode ser a mesma coisa e no ser ao mesmo tempo. Seguindo essa lei lgica
(aristotlica), tomar como verdadeira a onipotncia do Deus eterno e da
liberdade do mundo criado uma impossibilidade porque contradizem 15
C. Van Til, The Defense of the Faith, Phillipsburg 1955, 31967p. 100
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15
uns aos outros. De acordo com Van Til, no entanto, luz do princpio
da analogia, voc pode aceitar esta aparente contradio sem cair no
irracionalismo, porque nosso conhecimento de Deus depende disso e
no autnomo.
De acordo com Van Til dilogo com os no crentes pode ser
frutfera se no cumprir os dois princpios acima enunciados. No vai, portanto, dar um passeio com o no-crente no pode ser feito, mas para
encontrar a fraqueza de seu raciocnio para comear com o bsico. Mais
tarde, j que apenas um raciocnio analgico pode ser rigorosos,
devemos desafiar o partido pedindo-lhe para suportar at o
racionalismo extremo. Isso claramente impossvel, porque o ponto de
partida do racionalismo a "f" que "esperana" de que tudo pode ser
entendida luz da lei de no contradio. O no-crente sempre ter
que escolher entre racionalismo e irracionalismo. Na parte inferior do
mtodo, ou pressuposicionalista forma, h uma grande liberdade que lhe permite assumir o papel de interlocutor, sem comprometer. Na
verdade, supondo que o cristianismo, crenas do interlocutor no pode subsistir. Desde que o cristianismo verdadeiro, poderamos contar
com a impossibilidade do contrrio.16
Enquanto alguns, como j vimos, tem acusado Van Til de
fidesmo, outros criticaram uma metodologia muito ruim que no tem como alvo a chave. No mundo h pessoas que observou a preocupao
fundamentalista excessiva para o prolegmenos ao invs de uma
simples apresentao do Cristo das Escrituras. Van Til respondeu o
argumento de que apenas indiretamente poderia assegurar a
apresentao do verdadeiro Cristo. "Ns no vemos que realmente pregam a Cristo para proclamar, a menos que voc queira ser o que
Cristo, e com significado cosmolgico. Se voc negligenciar o significado
cosmolgico de Cristo no pode mesmo manter a soteriologia"17
16
Alguns argumentaram que o mtodo de Van Til mudou ao longo do tempo. Embora seja verdade que
nos anos 60 tem uma certa distncia "da dooyoweerdiana linguagem, seu mtodo no mudou, ver K.
Scott Oliphint " The Consistency of Van Til's Methodology " WTJ 52 (1990) pp 27-49. 17
C. Van Til, A Survey of Christian Epistemology, Philadelphia, Den Dulk Christian Foundation 1969, p.
207. O "fundamentalismo" americano na tende a considerar apologtica como uma forma de
intelectualismo, que priva a mensagem de redeno do seu impacto soteriolgico. Isto assemelha-se as
preocupaes da teologia dialtica.
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Caminhos Futuros
O Pressuposicionalismo de Cornelius Van Til, embora aqui apresentado
de uma forma muito curta, desejo no s pela sua originalidade, mas
tambm para aplicaes que possam resultar para as questes da
atualidade. Van Til foi principalmente a debates teolgicos e filosficos
de sua poca dedicada e, portanto, continua sendo uma tarefa importante a ser realizada por aqueles que leram os seus pensamentos.
Entre muitos dos quais a serem explorados, indicar pelo menos um dos
muitos aqui neste artigo.
Nossa f exige que "estamos sempre prontos" (1 Pedro 3:15) para
responder s perguntas que nos cercam. Todos reconhecem que a
nossa cultura est procura de si mesma, mas como voc pode ter a
certeza da percepo da realidade? Como voc pode justificar o
conhecimento? A Hermenutica chama a nossa ateno para uma srie
de questes que colocam em questo a prpria cincia: a busca de sentido, a linguagem de referncia. Como interpretar o mundo, ou
melhor, o texto, assim como os pensadores que iria desistir do esquema tradicional de sujeito e objeto? De acordo com uma forma ps-moderna
de pensar que tpico dessa tendncia, o estudo do significado e
referncia da linguagem nunca deve ser realizado atravs dos regimes
de racionalista da cincia ocidental. Neste contexto, usando slogans capazes de definir o tom: rejeitar eurocentrismo, logocentrismo, o
projeto do racionalismo iluminista. A palavra-chave o fundacionalismo
do ps-modernismo. Este termo evoca de Aufklrung [epistemologia
relacional] epistemolgica do processo, mtodo que tem caracterizado a
modernidade europia. No fundacionalismo, a legitimidade de todo o
conhecimento se baseia na cincia real (scientia).
Mas depois de Auschwitz, diz um expoente importante do ps-
modernismo, no so mais credveis ou a modernidade, ou o seu mtodo.18 A histria da conquista da racionalidade com o seu mito do progresso no mais aceitvel. Voc precisa ento fazer uma "grande
passeio" para recuperar um sentido, a linguagem e a referncia. Isso
leva em torno do labirinto de sinais de "hermenutica da suspeita", a "expresses multivocal", etc. A excelncia do ps-modernismo como
filsofo Jacques Derrida, nos convida a derrubar todas as leituras
tradicionais e qualquer logos clssico. O que resta a ser explorado a
18
Jean-Franois Lyotard, Le post-modernisme expliqu aux enfants, Paris, Ed. Galile 1988, p. 18.
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diferena que o poder da palavra seccionado, a energia emitida pelo
justaposies de texto e, especialmente, os privilgios de reverso.19
Longe de querer construir uma nova filosofia no lugar do antigo,
resta apenas o pragmatismo diversidade, e, possivelmente, um
sentimento de admirao com a complexidade da vida.
Qual a resposta a este universo pos-modernista do pressuposicionalismo? A aplicao da apologtica vantiliana aqui
relevante e original. Ao invs de propor um simples retorno ao completo
fundacionalismo ou "degraus, o pressuposicionalismo convidado a
observar os aspectos positivos do ps-modernismo. Divinitatis sensum e
revelao natural que permite a todos conhecer um aspecto da verdade
e da sabedoria que ultrapassa, por vezes, bem maior que a dos filhos do
reino. E "em qualquer caso a epistemologia de Van Til, confirmada
pelo ps-modernismo.
Apesar do fato de que o ps-modernismo hostil ao cristianismo,
ele acompanha o ltimo at um determinado trecho da estrada. No verdade que o racionalismo da modernidade levou-nos em erro pela sua
pretenso de levar-nos diretamente para a verdade sem o "tour" da
revelao, um reflexo da interpretao analgica e humana? O texto
centra-se em ps-modernismo e anti-racionalista da hermenutica, mas
tambm de ns. A "batalha" travada por Derrida, Rorty e outros contra todas as relaes tradicionais tem carter radical, e neste sentido no
compatvel com o evangelho, porque destri qualquer valor. Mas
devemos notar que a abordagem do cristianismo contra a idolatria se
assemelha em alguns pontos a critica e autonomia humana.
O pressuposicionalismo, portanto, surge como uma voz diferente
do racionalismo e da desconstruo. Buscar conhecer a vontade de
Deus, expressa em Sua Palavra em liberdade e no a liberdade
absoluta, "fazer o que voc quer", mas a verdadeira liberdade, aquela
que se submete ao jugo de Jesus Cristo, para preservar e construir.
19
fr "Le thatre de la cruaut et la cloture de la reprsentation" L'criture et la diffrence, Paris, Seuil
1967, pp. 341-368