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A Alemanha, a América Latina e o Caribe: a Estratégia do Governo Federal

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A Alemanha, a América Latina e o Caribe:a Estratégia do Governo Federal

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Imagens da capa:

À esquerda, em cima: Porta de Brandemburgo em Berlim, AlemanhaÀ direita, em cima: Painéis solares em Tulum (Península de Yucatán), México

Centro: Fábrica da Volkswagen em Puebla, México

À esquerda, em baixo: Alunos de uma escola em Matambú, Hojancha, alegram-se com a recuperação do telhado da escola, financiada no âmbito de um microprojeto da Embaixada da Alemanha em São José, Costa RicaÀ direita, em baixo: Igreja de São Francisco em Quito, Equador

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Í n d I C E

I. A Alemanha, a América Latina e o Caribe: parceiros tradicionais – condições novas – valores e interesses comuns 5

II. A política alemã para a América Latina e o Caribe 10

1. Manter e reforçar valores comuns 10 Reconhecer os interesses, aprofundar a parceria 10 Fomentar o Estado de direito e a democracia, fortalecer os direitos humanos 1 1 Integração regional: cumprir tarefas transfronteiriças 1 5 Preservar a paz, manter a segurança, prevenir as crises 16 Lutar conjuntamente contra a droga e a criminalidade organizada 1 8 Fomentar o desenvolvimento sustentável, reforçar a coesão social 2 1

2. Agir junto com a América Latina no âmbito de uma responsabilidade global 25 Construir em conjunto, agir no mundo inteiro 25 Parceiros no âmbito da economia mundial: descobrir potenciais, dividir responsabilidades 26 Proteger o meio-ambiente e o clima, preservar a biodiversidade 29

3. Aproveitar oportunidades econômicas conjuntamente 33 Relações econômicas: manter a tradição, construir o futuro 33 Explorar e usar a energia e as matérias-primas de forma sustentável 39 4. Uma parceria a favor das pessoas: aprender reciprocamente 47 Interconectar a pesquisa, estimular a inovação 47 Unir as pessoas: divulgar a língua e a cultura alemã 5 1

5. Estruturar de modo ativo: a política alemã para a América Latina na Europa 54

6. Panorama futuro 57

Glossário 58

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S u r I n A m Eg u I A n A

T r I n I dA d + TA b A g o

A r g E n T I n A

u r u g u A I

PA r A g u A I

H A I T I

v E n E z u E L A

Eq uA d o r

Co L ô m b I A

C H I L E

m é x I C o

PA n A m á

Co S TA r I C A

n I C A r ág uA

H o n d u r A S

b E L I z E

E L S A LvA d o r

g uAT E m A L A

C u b A

r E P ú b L I C A d o m I n I C A n A

S ão v I C E n T E + g r A n A d I n A S

J A m A I C A

A n T í g uA + b A r b u dA

b A H A m A S

b A r b A d o S

g r A n A dA

d o m I n I C A

S ão C r I S T óv ão E

n E v I S

S A n TA L ú C I A

b r A S I L

b o L í v I A

P E r u

M A PA d A R E G I ã o

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A E S T R AT é G I A PA R A A A M é R I C A L AT I n A E o C A R I B E 5

As relações entre a Alemanha e a América Latina e o Caribe* ocupam um lugar especial no âmbito da comunidade internacional. Valores comuns e interesses convergentes, bem como estreitos laços culturais desenvol-vidos ao longo da história criam uma base única para formar as estruturas da coopera -ção – tanto a nível bilateral, gerando vanta-gens recíprocas, como a nível multilateral, obedecendo a uma responsabilidade comum. o crescente peso econômico e político da América Latina oferece novas oportunidades para tal. Com a aprovação e implementação dessa nova estratégia abrangente da política para a América Latina, o Governo Federal pretende conferir às relações com esta im-portante região parceira uma nova qualidade, capaz de aproveitar melhor o potencial das relações e mais congruente com os interesses alemães e europeus.

OcompromissocomoEstadodeDireito,ademocraciaeosdireitoshumanos,bemcomoalutaporumaordemmundialfiáveledeorientaçãomultilateral,constituempilarespolíticosamplamentereconhecidosnaAméri-caLatina.Partilhamosumaherançaculturaleexperiênciasresultantesdelongosanosdecooperaçãonaáreapolítica,econômica,culturalecientífico-tecnológica.Nossabasecomumdevaloreseoslaçosculturaisehistóri-cos,queligamaAméricaLatinaàAlemanhaeàEuropa,caracterizamasrelaçõesentreaAle-manhaeaAméricaLatina–adespeitodetodaaheterogeneidadequereinaentreosEstadoseassub-regiões.

Evoluçõesrecentespõemàprovaesteslaçoseexigemumnovoengajamento: • EmalgunsEstadoslatino-americanoso

climapolíticoestáemfasedemudança.Novascorrenteseconstelaçõesdeforçapolíticaslevamaumareorientaçãodaaçãopolítica.AdemocraciaeoEstadodeDireitoestãodesenvolvidosapenasemparteoude

I. A Alemanha, a América Latina e o Caribe: parceiros tradicionais – condições novas – valores e interesses comuns

A E S T R AT é G I A d o G o V E R n o F E d E R A L

*Doravanteadesignação“AméricaLatina”incluiospaísesdoCaribe

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formaincompleta.Emalgunscasos,há queprotegê-losdiantedeataques. • MuitosEstadoslatino-americanosprocu-

rameencontramparceirossuplementaresemoutrasregiõesdomundo,naÁsiasobre-tudo,mastambémnaÁfrica.Asrazõessãomúltiplas:avontadedediversificarasrela-çõesexternas,oaumentodopesodepar-ceirosextra-europeuse,emparte,também,motivosideológicos.

• MuitosdentreosnossosparceirosnaAmé-ricaLatina,principalmenteospaísesemer-gentes,ganharampesopolíticoeeconômi-coconsiderável.Nomundoglobalizado,transformaram-se,assim,emparceirospolíticose,também,emparceiroseconô-micosmaisimportantesecortejadosdoqueantes.Cientesdoseupeso,fazemvaleromesmonoâmbitodacooperação.

Assim,ospontosemcomumeoselostradicio-naisnasrelaçõesentreaAlemanhaeaAméri-caLatinaatualmentejánãosãoindiscutíveisnemestãogarantidosalongoprazo.Paraan-corarointeressedaAméricaLatinanaAlema-nha,comoparceirocontínuoefiável,eparareagiràacrescidaimportânciaeconômicaepolíticadosEstadoslatino-americanos,aAle-manhadeveparticiparmaisativamentenasrelaçõespolíticasenasáreasdaeconomia,dosinvestimentosedocomércio,comotambém

naáreadodesenvolvimento,domeio-ambien-te,dacultura,daeducaçãoedapesquisa.Fa-zempartedamanutençãoedofortalecimentodabasecomumdevalorestantoacooperaçãoparafomentaroEstadodeDireito,ademocra-ciaeosdireitoshumanoscomoacooperaçãoparaconstruirumasegurançainterconectadaemelhoraracoesãosocial,aproveitandoin-clusiverecursosdapolíticadedesenvolvimen-to.AcondiçãofundamentaldeumapolíticaemsintomiacomasespecificidadesdasnossasrelaçõescomaAméricaLatinaconsistirá,por-tanto,emcultivareampliarascoincidênciasexistentes.

Combasenanossaparceria,serápossívelreali-zarosinteressescomunsdaAlemanhaedaAméricaLatina.

AAlemanhaeaAméricaLatinapoderãoagirconjuntamenteemrelaçãoatrêseixosdecisi-vos: • cooperaçãonoâmbitodeumaresponsabili-

dadeglobal, • aprofundamentodasrelaçõeseconômicas, • parcerianasáreasdaciênciaepesquisa,da

educaçãoecultura.

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Agir junto com a América Latina no âmbito de uma responsabilidade globalDonovopesopolíticoeeconômicodosnossosparceiroslatino-americanostambémresultaodeverdeassumirmosmaiorresponsabili-dadecomum:emrelaçãoadesafiosglobaiscomoaproteçãoambientaleclimática,odesarmamentoeanão-proliferaçãodearmasnuclearesanívelmundial,alutacontraacri-minalidadeorganizadaeasdrogas,odesenhodaarquiteturafinanceiraglobal.Todoopro-gressosópoderáseralcançadoemconjunto.Porestarazão,queremosentraremestreitaconcertaçãoedesenvolveriniciativascomunscomosnossosparceiroslatino-americanos,quandosetratadebuscarsoluçõesparaasquestõesglobaisdofuturo.Aníveldapolíticadedesenvolvimentopretendemos,naAmé-ricaLatina,darprioridadeatemasdeimpor-tânciaglobal,comoaproteçãodomeio-am-bienteedoclima.

Aproveitar as oportunidades econômicas conjuntamenteAsrelaçõeseconômicascomaAméricaLatinatornam-secadavezmaisimportantes.AAmé-ricaLatinaintegra-seprogressivamentenaeconomiamundial.ParaaAlemanha,are-giãoconstituiumimportantepólodepro-duçãoeummercadodevendasemcontínuocrescimento.Alémdisso,elaéfornecedorde

matérias-primas,produtosagrícolase,cadavezmais,tambémdeprodutosindustriais.Comaforçaeconômicaaumentatambémanecessidadedemodernizareampliarainfraes-trutura.AAméricaLatinaprocuraqualidadealemã,tecnologiaalemãeinvestimentosale-mães,inclusivenaáreadasenergiasrenová-veis.Aindústriaalemãestápresentenaregiãohámaisde100anoseétidaemaltaconsidera-ção.ElaestáintensificandooseucompromissocomaAméricaLatina.OGovernoFederalapóiaasempresasemtodasassuasatividadesdesempenhadasnaregião.

Cooperação na área da ciência e pesquisa, da educação e culturaAAméricaLatinaéhojeumimportantepóloparaaciência,apesquisaeainovaçãoeelacontinuaasolidificarestaposição.EstefatoeaproximidadehistóricaentreaAlemanhaeaAméricaLatinanaculturacientíficaquali-ficamaregiãocomoparceirodaAlemanhaparaaformaçãoderedeseatrocadeconheci-mentoseknow-how.Emabsolutaconcordân-ciacomaestratégiadeinternacionalização1doGovernoFederal,acooperaçãocientífico-tecnológicamelhoraacriaçãoderedesinter-nacionaisefacilitaacooperaçãocomempre-sasparareforçaratransferênciadetecnologiadocampodapesquisaparaodaprática.OslaçosculturaisespeciaisqueligamaAmérica

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diplomacia de visitas, Santiago do Chile

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A América Latina e o Caribe: dados básicos

número de Estados independentes na região 33População (2010) 588.649.000Superfície 20. 268.542 km2

PIB per capita 7.000 USdCrescimento do PIB (2010)* ca. 4 %

* Estimativa Fontes: CEPAL, FMI

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LatinaeaAlemanhaeumaredecentenáriadeinstituiçõespolítico-culturaisoferecem-nosacessoespecialàAméricaLatina.OGovernoFederalgostariadeaproximaraspessoasdaregiãoaindamaisdanossaculturaelíngua,mantendoumdiálogoparceiroeuminter-câmbioculturalfrutíferos.PararepresentarmosdeformaabrangenteosnossosvaloreseinteressesnaAméricaLatina,tambémdevemosfazerusoadequadodonos-sopesonaformulaçãodeumapolíticaeuro-péiadiantedaAméricaLatinaedoCaribe.Nestecaso,podemosevocarosvaloreselaçoscomunsquetambémmarcamasrelaçõesdaUEcomaregião.QueremosfazervaleronossopesonasrelaçõesentreaEuropaeaAméricaLatinaparazelarpelacoerênciadaposiçãoeuropéiaeparafortaleceremantervivaaparceriaestratégicaentreasnossasregiões.Assim,apolíticaalemãparaaAméricaLatinanaEuropapretendeparticiparativamentenamodelagemdapolíticaeuropéia.

AAméricaLatinacaracteriza-seporumagrandeheterogeneidadedecadaumdeseuspaíses,marcadospelamultiplicidadeculturalepordiferentesrealidadesgeográficas,econô-micas,políticasesociais.Ospaísesdaregiãodiferemunsdosoutros:desdeopequenopaísinsularatéomembrodoG202,desdeopaísemdesenvolvimentoatéopaísemergente,

desdeoEstadounitáriosocialistaatéomem-brodaOCDE3.Assub-regiõesvãodoMéxicoedoCaribeatéaArgentinaeoChile.Estasdife-rençasexigemumprocedimentodiferenciado.Sãonecessários,pois,formatosnovosnacoo-peraçãoemmatériapolítica,econômica,cien-tífica,tecnológica,ecológica,bemcomonapolíticadedesenvolvimento,formatosquelevememcontaasespecificidadesdecadapaís.AslinhasdeorientaçãoeosprojetosdoGovernoFederalnaáreadacooperaçãocomaAméricaLatinaorientam-seporestasabor-dagensquandodadefiniçãodeumaarquite-turadelongoprazoparaapolíticaalemãrela-tivaàAméricaLatina.Emconcordânciacomesta,serádescrita,aseguir,apolíticaconcretadoGovernoFederalfaceàAméricaLatina.Nopróximocapítuloseráapresentadaapolí-ticamedianteaqualpretendemossalvaguar-darosvalorescomuns.Segue-seumcapítulosobretemasepossibilidadesinerentesàres-ponsabilidademultilateralcomum.Oterceirocapítuloocupa-sedointercâmbioeconômicobilateralentreaAlemanhaeaAméricaLatinaeoquartoesquematizaocrescentepotencialdacooperaçãonasáreasdapesquisa,inovaçãoecultura.Oúltimocapítulodebruça-sefinal-mentesobreaparticipaçãoativanaconfigura-çãodasrelaçõesentreaEuropaeaAméricaLatina.Opanoramafuturoencerraapresenteestratégia.

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II. A política alemã para a América Latina e o Caribe

1. Manter e reforçar valores comuns

Reconhecer interesses, aprofundar a parceria AAlemanhaeaAméricaLatinaestãounidasporlaçosestreitosqueremontamasuascen-tenáriasrelações.SãopoucosospaísesquedispõemdeligaçõescomaAméricaLatinaderaiztãoprofundae,atéhoje,decarátertãoextraordinariamentedenso.Pesquisado-resecientistasalemãescontribuíramdecisi-vamenteparaodesbravamentodocontinenteedespertaramointeresserecíproco.Sobretu-donoséculoXIX,emigrantesalemãesdetodasasprofissõeseofíciosafluíramparaaAméricaLatina.Contribuíram,nasuaquali-dadedecomerciantes,artíficesoucientistas,paraodesenvolvimentodasuanovapátria.Tambémasrelaçõespolíticaseeconômicassofreramumaevoluçãoaolongodahistória:há200anosteveiníciooprocessoquecondu-ziuàindependênciadosEstadoslatino-ame-ricanos.AAlemanhapassouaserumparcei-rofiávelparaestesEstados–econtinuaasê-loatéhoje.Comopassardotempo,desen-volveu-seumamplolequedeligaçõesquecaracterizamanossarelaçãoatéhoje.Agoraimportanãoapenaspreservaratradi-

cionalproximidadeentreaAlemanhaeaAméricaLatinae,sim,aprofundá-la,levandoaparceriaparaofuturo,aproveitandocon-juntamentenovasoportunidadeseenfrentan-dodesafiosglobaisemconjunto.Alémdisso,opotencialeconômicodospaísesemergentesdaAméricaLatina,suaimportânciacomoabastecedoresdematérias-primaseenergia,bemcomosuacrescenteforçainovadora,sãodeinteresseestratégicoparaaAlemanha.

Noesforçocomumdefortalecerapaz,aliber-dadeeasegurançanomundo,encontramosnaAméricaLatinaparceirosnaturaisnocam-podapolíticaexterna.Simultaneamente,aAlemanhaéparceirodaAméricaLatinaemáreascomoasalvaguardadadignidadedapessoahumana,ajustiçasocial,odesenvol-

A Chanceler Federal Angela Merkel recebe o Presidente do México, Felipe Calderón Hinojosa

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vimentosustentáveleoEstadodeDireito.Assimmesmo,umaorientaçãopolíticaper-manentedaregiãoparaaUniãoEuropéiaeaAlemanhanãoestádeformaalgumagaranti-da.Nosúltimosanos,algunsEstadosdaAmé-ricaLatinadiversificaramconsideravelmentesuasrelaçõesexternas,incrementandoacooperaçãopolíticaeeconômicacomregiõesforadaEuropa.Paraalguns,aÁsia,seguidadeoutrospaísesemergentesedepaísesdosul,passouaseromaiorfocodeatenção.Conscientesdoseuacrescidopesopolíticoglobal,afirmam-no,alémdisso,nopalcoin-ternacional.Nestecontexto,devemosempres-taràconfiguraçãodasrelaçõesentreaAmé-ricaLatinaeaAlemanhamaiorintensidadedoqueantes.Adensarededasrepresenta-çõesdiplomáticasalemãscom22embaixa-das,4consulados-geraise73consuladosho-norárioscriaboascondiçõesparatal.Grandecontribuiçãoresultadapresençadosetorprivadoalemãocom21câmarasdeco-mércionoexterioredapresençadosmedia-doresculturaiscom15InstitutosGoethe(Goethe-Institut),37colégiosalemãeseumtotalde9escritóriosregionaisecentrosdeinformaçãodoServiçoAlemãodeIntercâm-bioAcadêmico(DAAD),comotambémdacooperaçãoparaodesenvolvimentoapoiadapelosescritóriosdasagênciasexecutorasem15países.

o Governo Federal • desejatransformaraAméricaLatinanum

elementomaiscentraldesuapolíticaex-terna,suapolíticadedesenvolvimento,suapolíticacultural,suapolíticadeeduca-çãoepesquisaedesuapolíticaambiental.

• intensificaodiálogopolíticosobretemasbilaterais,regionaiseglobaisatravésdeintensasconsultas.

• respeitaasespecificidades,bemcomoosinteresseseasnecessidadesdiferentesdosEstadosdaregião.

Fomentar o Estado de direito e a democra-cia, fortalecer os direitos humanos SóumaAméricaLatinaestável,guiadapelosprincípiosdoEstadodeDireito,éumparceiropolíticoeeconômicofiável.OEstadodeDire-tonãoéapenasumacondiçãoimprescindíveldaliberdadeindividualmastambémdode-senvolvimentodaregiãonoseutodo.ElelivraoscidadãosdearbitrariedadesdoEstadoeprotege-osdediscriminação.Elegaranteapropriedadeprivadacomobaseparaumavidaregidapelaauto-determinaçãonocon-textodaliberdadeeconômica.Tambémasempresaseosinvestidoresgozam,assim,demaiorsegurançanoplanejamentodesuasati-vidades.NaAméricaLatina,asconstituiçõesdemocráticaseocompromissocomademo-craciaestãoamplamentedifundidos.Emal-

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A “Iustitia” em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal, BrasíliaArquiteto: oscar niemeyer

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gunsEstadoslatino-americanosademocra-ciaeoEstadodeDireito,porém,nãoestãoplenamentedesenvolvidosoucorremriscoderetrocesso.Assim,emváriospontosdaregião,tambémopluralismopolíticoficaprejudi-cado.NodiálogocomaAméricaLatina,oGovernoFederaldeverá,alémdisso,fazerfaceamúltiplasforçaspolíticaseelitesnovas.Emalgunspaísesadesigualdadesocial,ago-vernançadeficienteeacorrupçãoconduzemàinsatisfaçãodoscidadãosefavorecemumaconcepçãopopulistadademocracia,muitasvezesbastantedistantedonossoconceitodeEstadodeDireitopluralista,livreedemocrá-tico.Porisso,nossoobjetivodeveconsistirnoesforçoparaimpedirumapolarizaçãodaso-ciedadenosEstadoslatino-americanoseparapromoverademocraciaeoEstadodeDireito.

Quantomaiorforaplataformadevalorescompartilhadospelosdiversospaíses,tantomelhoresserãoascondiçõesparaumacoope-raçãobilateralemultilateralbemsucedida.

o Governo Federal • apóiaosEstadoslatino-americanosnopro-

cessodaestabilizaçãodeestruturasdemo-cráticasedeEstadodeDireito,fomentando,assim,primordialmenteossistemasparti-dáriospluralistaserepresentativos,adivi-sãodepodereseocontroleparlamentar.

• colaborarácomesteobjetivo,ativamentecommissõesdeobservaçãoeleitoraldaUEedeoutrasorganizaçõesinternacionais,comotambémcommissõesdeobservaçãodeeleiçõesnacionais,noscasosemqueessasvenhamaserúteis.

• apóiaasfundaçõespolíticaseosatoresdasociedadecivilnoseutrabalhodepromo-çãodoEstadodeDireitoedademocracia.

• intensificaaformaçãoeoaperfeiçoamentodefuncionáriosdosetordapolíciaedose-tordajustiça,apoiandosuaorientaçãonostermosdoEstadodeDireitoeaumentandosuaaceitaçãosocial.

• dácontinuidadeàcooperaçãocomasfor-çasarmadasparapromoveravinculaçãodasmesmasaoEstadodeDireito.

• apóiaadescentralizaçãoeamodernizaçãodasinstituiçõesincluindodotaçõesfinan-ceiras.

• fomentasistemastributáriossocialmentemaisjustoseumautilizaçãoeficazetrans-parentederecursospúblicos.

• engaja-senofortalecimentodeumasocie-dadecivilmúltiplaedinâmicanospaísesdaregião.

• advoga,nalegislaçãoeconômica,garantiasprópriasdoEstadodeDireito–entreasquaisaproteçãodapropriedadeprivada–eocombateàcorrupção.

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Oempenhopelorespeitoepelaproteçãodosdireitoshumanosnomundointeiroéumadaslinhasdeorientaçãodapolíticaexternaalemã.NoentenderdoGovernoFederal,osdireitoshumanossãouniversaiseindivisíveis.OcompromissocomumcomosdireitoshumanosligaaAlemanhaaseusparceirosnaAméricaLatina.Mas,tambémemEstadosdaAméricaLatinarevelam-se,nestecampo,múltiplosdesafios,principal-mentenotocanteàdefesadaliberdadedeimprensaedeopinião,datransparênciaeeficiênciadasautoridadesjudiciais,dacon-tençãodaviolência,bemcomodocombateaotrabalhoeàprostituiçãoinfantis.Tendoemvistaastensõessociais,sãotambémoreforçodosdireitosdegrupospopulacionaisdesfavorecidoseanão-discriminaçãodemi-norias,nomeadamentedosindígenas,querepresentamumatarefaimportante.Passa-dosanosapósofinaldeditadurasmilitareseguerrascivis,continuampendentes,emnumerosospaísesdaregião,osprocessosdereconciliaçãointernaeotrabalhodememó-riarelacionadocomaviolaçãodosdireitoshumanos.

MuitosgovernosdaAméricaLatinaprocuramativamentenossacooperaçãoparasolidificarsuasestruturasdeproteçãodedireitoscomu-mentereconhecidos.Outrosgovernosnegam

aseuscidadãosdireitoshumanosuniversais.NasuacooperaçãocomosEstadosdaregião,oGovernoFederallevaemcontaestasdife-renças.

NoâmbitodasNaçõesUnidas(ONU)o“GrupodePaísesdaAméricaLatinaedoCaribe”éumparceiroimportanteparaaAlemanhanotocanteàpreservaçãoeaodesenvolvimentodepadrõesrelacionadoscomosdireitoshu-manos.Existemváriasabordagensparaacoo-peração,comoporexemplo,resoluçõessobrepaíseseresoluçõessobreosdireitosdacrian-ça,sobreareformadoConselhodeDireitosHumanosdaONU,sobreosdireitosdospovosindígenasesobreocombateàintolerânciareligiosa.

o Governo Federal • defenderá,tambémnofuturo,osdireitos

humanoseaindependênciadamídianaAméricaLatina.Tratarádequestõesrela-tivasaosdireitoshumanosemtodososní-veisdodiálogopolítico,acompanhando-odepertotambémnoâmbitodaUE.

• empenha-sepelaproteçãodosdefensoresdosdireitoshumanosedosperseguidospolíticos.

• fomenta,inclusivecomrecursosfinan-ceiroseprojetos,adefesadosdireitoshumanos,cooperandocomasinstituições

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estataiseasociedadecivilnospaísesdaAméricaLatinaedandoseguimentoaodiálogocomrepresentantesdasociedadecivileorganizaçõeslocaisdedireitoshu-manos.

• envidaesforços,tambémnoâmbitodaUE,afavordasuspensãoe,alongoprazo,daaboliçãodapenademorte,sobretudonosEstadosdoCaribeque,atéadata,aindanãoapoiaramarespectivaresoluçãodasNaçõesUnidas.

• quercontribuirparamelhoraroacessodegruposmarginalizadosàeducação.

• defendeasalvaguardadosdireitosdospovosindígenasedosindivíduosperten-centesaessespovos.

• saúdaeapóiaapossibilidadedesegmen-tosdapopulaçãoexcluídosparticiparemprogressivamentenaformaçãodavontadepolítica.

• empenha-separaque,nadefiniçãodenovasestratégiasnoâmbitodapolíticadaUEparaaAméricaLatina,adefesaeofo-mentodosdireitoshumanosnaregiãose-jamconsideradoselementosimportantes.

• cooperaestreitamente,juntocomseusparceirosdaUE,como“GrupodePaísesdaAméricaLatinaedoCaribe”dasNaçõesUnidasnoqueconcerneaquestõesliga-dasaosdireitoshumanos.

Integração regional: enfrentar desafios transfronteiriços Aintegraçãoregionalpodeprestarumacontribuiçãoimportanteparaapaz,aesta-bilidadeeodesenvolvimentoeconômiconosubcontinente.Nosúltimosanosforamconstituídas,combaseemformatosjáesta-belecidoscomooMercadoComumdoSul(Mercosul),aComunidadeAndina,oSistemadeIntegraçãoCentro-Americana(SICA),oFó-rumdosEstadosACPdoCaribe(CARIFORUM)eoGrupodoRio,novasformasdeassociaçãoregionalcomoaUniãodeNaçõesSul-Ameri-canas(UNASUL)eaComunidadedosEstadosLatinoamericanoseCaribenhos(CELAC).Au-menta,emparalelo,paulatinamenteaimpor-tânciadaconstruçãotransfronteiriçadeviasdecomunicaçãoeacooperaçãodeagenteseconômicos.Destamaneiraépropulsionadatambémaintegraçãonaáreadotrânsito,dotransporteedaeconomia.AAlemanhatemumaposturapositivadiantedessesesforçosintegracionistasecontinuaráaapoiá-los.Oapoioaprojetosdeintegraçãoregionalesubregionaleocultivoderelaçõeseparceriasbilateraiscomdiferentespaísescomplemen-tam-sereciprocamente.

Outrosformatosdeintegraçãosurgidosre-centementenaAméricaLatinavisamacoor-denaçãopolítica.AposturadoGovernoFede-

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raldiantedestesformatosdependerádostemasqueirãopreencherestacoordenaçãopolítica.

Nosúltimosanos,Alemanhaintensificouconsideravelmenteoseuempenhoeminsti-tuiçõesregionaisselecionadas:oGovernoFederalapóiaotrabalhodaOrganizaçãodosEstadosAmericanos(OEA),ondegoza-mosdoestatutodeobservador,atravésdofinanciamentodeprojetosselecionados.ComomembroemaiordoadorbilateraldaComissãoEconômicaparaaAméricaLatinaeoCaribe(CEPAL)dasNaçõesUnidasparti-cipamosativamentedodiscursoregionalemmatériadepolíticaeconômica,ambien-taledodesenvolvimento.SomosparceirosdoBancoInteramericanodeDesenvolvimen-to(BID)edebancosregionaisdedesenvol-vimento.Acompanhamosoprocessodeintegraçãocentro-americano,realizandoprojetosemcooperaçãocomoSistemadeIntegraçãoCentro-Americana(SICA),ondeaAlemanhatemestatutodeobservador.TambémexistemestreitasrelaçõesentreaAlemanhaeaComunidadedoCaribe(CARICOM).Executamosnumerososproje-tosregionaiscomobloco,porexemplo,nocampodasenergiasrenováveis.

o Governo Federal • empenha-senoseiodaOEA,daCEPALe

doBIDpelapaz,pelademocracia,pelosdireitoshumanoseporumdesenvolvi-mentosustentávelnaAméricaLatina.

• querapoiaraUNASULnofomentodaintegraçãoregionalporviadatranspa-rêncianoâmbitodemedidasgeradorasdeconfiança.

• buscaintensificarasrelaçõescomaOr-ganizaçãodosEstadosdoCaribeOriental(OECO),ondeaintegraçãoregionallogrouavançosconsideráveis.

Preservar a paz, manter a segurança, prevenir crisesEmtermosglobais,aAméricaLatinaéumaregiãocomparativamentepacíficaeestável.Assimmesmo,persistemumasériedeconfli-tosinternosedetensõesregionaisaindanãoultrapassados.Aprevençãodeconflitosvio-lentosedecriseséobjetivocomumdapolíticaexterna,dapolíticadedesenvolvimentoedapolíticadesegurançadaAlemanha.OGovernoFederalapostanumaabordagemqueabrangeeinterrelacionatodososcampospolíticos.Visamosadetecçãoprecocedascau-sasdeconflitoseasuaprevençãoeficaz.Areduçãodedesigualdadessociaiseeconômi-casextremasfortaleceapazsocial.Medidasdemitigaçãoeremediação4dasalteraçõesclimá-

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ticasservem,simultaneamente,àprevençãodeconflitos.Segurançainternaeestruturasestataislegítimasfomentamaestabilidadepolíticaefavorecemodesenvolvimentoeastrocaseconômicas.AparceriacomaAméricaLatinaeacriaçãoderedesnaáreadaseguran-çafazempartedosnossosprópriosinteresses.Assim,asameaçasreferidasnaEstratégiaEuropéiadeSegurança5,especialmenteacri-minalidadeorganizadaeadroga,oterrorismoeaproliferaçãodearmasnucleares,podemserrechaçadas.AAlemanhaeosEstadosdaAméricaLatinatambémenvidamesforçosconjuntosanívelglobalparafortalecerapazeasegurançaatravésdodesarmamentoedanão-prolifera-ção.NaAméricaLatina,regiãoisentadearmasnucleares,encontramosimportantesaliadosparafortaleceroTratadodeNão-ProliferaçãodeArmasNuclearescomosseuspilares,quesãoanão-proliferação,odesarmamentonu-cleareousopacíficodaenergianuclear.TambémfazempartedessecapítuloaprontaentradaemvigordoTratadodeProibiçãoCompletadeTestesNucleareseofortaleci-mentodaAgênciaInternacionaldeEnergiaAtômica(AIEA)edeseusinstrumentosdesupervisão.QueremosmotivarosEstadosaindahesitantesaparticipar.TambémcooperamoscomosEstadosdaAmé-ricaLatinanaáreadodesenvolvimentoedo

gerar confiança na América do Sul A transparência em questões militares suscita confiança e pode ajudar a reduzir o potencial de conflitos. A União de nações Sul-Americanas (UnASUL) decidiu, por esta razão, desenvolver um sistema regional de Medidas Geradoras de Confiança e Seguran-ça (CSBM). Para apoiar esta iniciativa a Ale-manha convidou, no início de 2010, repre-sentantes dos Estados Membros da UnASUL para uma visita a Berlim, Viena e à fronteira entre a Alemanha e a Polônia, com o obje- tivo de se informarem sobre a arquitetura de segurança européia. Uma vez que as estruturas de segurança da UnASUL ainda se encontram em fase de construção, esta viagem provocou impulsos importantes. A Alemanha transformou-se, assim, num valioso parceiro da UnASUL na área da segurança e também continuará a em- penhar-se neste sentido no futuro.

Foto: o Ministro Federal das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, e Marjorie Ulloa, chefe da delegação da UnASUL, Berlim

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fortalecimentoderegrasrelativasaocon-troledearmasconvencionaiseaocontroledeexportaçãodearmas.IssovalesobretudoparaaimplementaçãoconseqüentedoPro-gramadeAçãodaONUparaaprevenção,ocombateeaerradicaçãodocomércioilícitodearmaslevesedepequenocalibre6.

o Governo Federal • fomentaoprocesso,demomentoainda

frágil,parainstituirumregimeregionaldeMedidasGeradorasdeConfiançaeSegurança7(CSBM).

• contribui,nocaso,comasexperiênciasadquiridaspelaAlemanhanoseiodaOrga-nizaçãoparaaSegurançaeCooperaçãonaEuropa(OSCE).

• intensificaoscontatoscomorganizaçõesdesegurançaregionaisparaacompanharcontinuamenteestedesenvolvimento.

• dácontinuidadeàcooperaçãoemmatériadepolíticamilitarnumabaselargaedife-renciada.

• utilizaacooperaçãobilateralemultilate-ralcomaAméricaLatinaparasolidificaraarquiteturainternacionaldostratadosnaáreadanão-proliferação,dodesarma-mentoedocontroledearmamentoseparaintensificaracooperaçãonoâmbitodocontroledeexportações.

Lutar conjuntamente contra a droga e a criminalidade organizadaAlgumassociedadesdaAméricaLatinasãoatingidasdemúltiplasmaneirasporcrimi-nalidadeorganizada,violênciageneralizadabemcomocultivo,produção,tráficoecon-sumodedrogas.Acriminalidadeassociadaàdrogaécomandadafreqüentementeporcar-téisdedrogasquetambémpraticamotráficodearmasedesereshumanos,acorrupçãoealavagemdedinheiro.Conflitosinternosevio-lênciamotivadapeloterrorismomuitasvezessãofinanciadospelotráficodedrogas.Emal-gunspaísesaausênciadoEstadodeDireito,acorrupçãoe,sobretudo,apobrezadegrandesparcelasdapopulaçãosão,simultaneamente,asrazõesessenciaisdoaumentodaviolência.NaAméricaLatinaacriminalidadeassociadaàdroganãoéapenasavessaàpazeaodesen-volvimentosustentável,mastambémtemumefeitonegativoimediatosobreosmercadosdevendas,entreosquaisseencontraaEuropa.OGovernoFederal,deacordocomaEstra-tégiadaUEdeLutacontraaDroga(2005–2012)8,visatantoareduçãodaprocuracomoadaoferta.Nãovê,nestecaso,ocombateaotráficodacocaínaedeoutrasdrogasapenascomotarefaexclusivadospaísesprodutores,mastambémcomodeversolidáriodetodososEstadosafetadospelotráficodedrogas,sejacomomercadosdeconsumo,sejacomo

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paísesdetrânsito.AquidevemosintensificarmaisaindaanossacooperaçãonoâmbitodasNaçõesUnidas.

o Governo Federal • continuaempenhadoativamenteno

MecanismodeCoordenaçãoeCooperaçãoUE-AméricaLatinaeCaribeemmatériadelutacontraadroga9.

• participaativamentedaelaboraçãodepro-jetosdestinadosadesenvolveralternativaseconômicasaocultivodadroga,bemcomodeprojetosdecontrole.EstesprojetossãoimplementadoscomrecursosdaUniãoEuropéia.

• continuaempenhado,emcooperaçãocomospaísesandinos,porumapolíticaanti-drogasorientadaparaodesenvolvimento.

• pretendeatingir,comestapolítica,odesenvolvimentoeconômicoesocial,areduçãodaviolênciaeacriaçãodecon-diçõesnecessáriasparadesenvolveralter-nativaseconômicasalongoprazo.

• contribui,atravésdeprojetosapropriadoseodestacamentodeoficiaisdeligação,

parareforçarascapacidadesnosetor jurídico,policialealfandegário.

Aregulamentaçãodosfluxosmigratórios,inclusivedaAméricaLatinaparaaEuropa,sópoderáserbemsucedidasetiverporbase

umaabordagemabrangenteeumaestreitaparceriaentrepaísesdeorigem,paísesdetrânsitoepaísesdedestino.Odesenvolvimen-todeumapolíticamigratóriaeuropéiaqueviseofuturoetenhacarátermultidimensio-nalequeestejaalicerçadanasolidariedadeenaresponsabilidade,éumdosprincipaisobjetivosdaUE.OGovernoFederalapóiaodiálogoestrutura-dosobremigrações10entreaUEeaAméricaLatina.Queremosidentificar,nestequadro,

Cooperação com o brasil na área da segurançaEm 2008, a Alemanha e o Brasil assinaram o Acordo sobre Parceria e Cooperação em Matéria de Segurança Pública, que entrou em vigor no dia 29 de janeiro de 2010. o objetivo consiste em apoiar o Brasil na modernização das instituições policiais. Sobretudo as experiências alemãs na orga-nização de mega-eventos esportivos deve-rão ser colocadas à disposição do Brasil. Uma declaração Conjunta de Intenções sobre Cooperação em Matéria de Seguran-ça Pública, negociada em 2009, prevê a criação de um grupo conjunto de coorde-nação com os respectivos grupos de traba- lho, bem como um amplo programa de trabalho na área da segurança.

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Parque de energia eólica nas proximidades de Fortaleza, Brasil

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desafioscomunsnaáreadamigraçãoebus-carsoluçõesparaestatemáticasensívele,porvezes,polêmica.

o Governo Federal • participaativamentedodiálogoUE-ALC

sobremigraçõeseapóia-oparadefinirde-safioseinteressesedesenvolversoluçõesparaquestõesligadasàmigração.

• cooperará,tambémnofuturo,comospaísesdeorigemedetrânsitodaAméricaLatinaparaconteramigraçãoirregular,cooperandocomelesnocampodamigra-çãoregular.

Fomentar o desenvolvimento sustentável, reforçar a coesão social Nosúltimosanosedécadas,aAméricaLatinafezprogressosconsideráveisnoseudesen-volvimento.Aeconomiaregionaltemvindoacrescernasúltimasdécadas,aindaquenamaiorpartedospaísesemritmomaislentodoque,porexemplo,nasregiõesdecresci-mentodaÁsia.Issosedeve,emgrandeparte,acondições-quadrodifíceiseàdebilidadedasinstituiçõesestatais.HáqueacrescentarqueaAméricaLatinaéumaregiãoqueapresentagrandesdesigualdadesnadistribuiçãodopa-trimônioedarenda.UmasériedeEstadoslogrouêxitoconsiderá-velnareduçãodapobrezaenadiminuição

dadesigualdadederenda,atravésdeumapolíticaeconômicainteligenteedemedidassócio-políticaseficientesqueincluemnovosprogramassociais.Apesardisso,cercadeumterçodapopulaçãodaAméricaLatinaconti-nuaavivernapobreza.AAlemanhavênumapolíticafiscaletributáriaorientadaparaummaiorequilíbriosocial,bemcomonofomentodefontesderendimento,umaimportante

Prioridades da cooperação para o desenvolvimento • Fomento da proteção do ambiente e

do clima, inclusive do abastecimento energético sustentável. Grande parte do desempenho nesta área está concentrado no Brasil e no México. Mas também com países como o Equador, Honduras e a nicarágua e os países da CARICoM existem estreitas formas de cooperação.

• Construção da democracia e do regime do Estado de direito. nesta área coopera-mos intensamente com a Bolívia, o Equa-dor, a Guatemala, o Peru e a Colômbia.

• Construção e uso eficiente de um modelo local de gestão de recursos hídricos. o acesso direto e desimpedido à água é um módulo importante do combate à pobreza, sobretudo nos países andinos e na América Central.

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A G ê n C I A S E x E C U To R A S d A C o o P E R A ç ã o A L E M ã PA R A o d E S E n V o LV I M E n To

Fonte: Ministério Federal da Cooperação Econômica e do desenvolvimento

S ã o PA u L o

C I dA d E d o m é x I C o

q u I To

b o g oT á

S ão J o S ém A n ág uA

T Eg u C I g A L PAS A n S A LvA d o r

C I dA d E dA g u AT E m A L A

L I m A

L A PA z b r A S í L I A

S A n T I Ag o d o C H I L E

A S S u n ç ão

S A n To d o m I n g o

P o r To P r í n C I P E

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contribuiçãoparamanterapazsocialegarantirasbasesdeumademocraciaplu-ralista.Issodeveráocorrerparalelamenteàcriaçãodesistemasdesegurançasocialeàpromoçãododiálogosocial.AosresponsáveispolíticoseeconômicosnaAméricaLatinacabeumdeverespecialnestesentido.Hámaisde50anos,aAlemanharealizaexitosamenteprogramasdecooperaçãoparaodesenvolvi-mentonaregião.Atualmente,acooperaçãoparaodesenvolvimentoseconcentraemtrêseixosprincipais:meio-ambienteeproteçãodoclima,democraciaeEstadodeDireitoegestãoderecursoshídricos11.

Acapacidadedeauto-ajudadoindivíduopo-deserestimulada,também,atravésdaquali-ficaçãoprofissionaldeumapopulaçãopredo-minantementejovem,sobretudonaAméricaCentral.AAlemanhaapostacadavezmaisnacooperaçãoparaodesenvolvimento,espe-cialmentenocampodaformaçãoprofissional.NaAméricaCentral,ofomentosustentáveldaeconomiaconstituiumfocodeatuaçãoadicional.

Acooperaçãoparaodesenvolvimentocomospaíses-parceirosmaisdesenvolvidos,prin-cipalmenteoBrasileoMéxico,reflete,noentanto,tambémaimportânciaglobalcon-quistadaporessespaíses.Atravésdeesque-

masdecooperaçãotriangular12,aAlemanhacontribuiparaqueosprópriospaísesavança-dosdaAméricaLatinaassumamcadavezmaisresponsabilidadepelodesenvolvimentodeterceirospaíses.

Promoção do emprego e formação pro-fissional para jovens na América CentralCerca de dois terços da população da América Central têm idade inferior a trinta anos. Para melhorar as perspectivas pro-fissionais e sociais dos jovens, a Alemanha apóia em Honduras, El Salvador, na nicará-gua e, futuramente, na Guatemala ministé-rios, instituições de formação profissional, municípios bem como o setor privado. Em Honduras e El Salvador os jovens dis-põem de apoio consultivo nas áreas da orientação profissional, busca de emprego e fundação de uma firma. na nicarágua, a Alemanha apóia cinco centros de formação profissional que capacitam jovens para sete profissões diferentes. no âmbito da coope-ração com a América Latina em matéria de política educacional foram introduzidos, com sucesso, nos últimos anos, elementos do modelo dual de formação profissional no México. A Alemanha quer apoiar este processo também no futuro.

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o Governo Federal • apóiaprogressivamenteosesforçosenvida-

dospelosEstadosdaAméricaLatinaparasuperarasdisparidadessociaisepromove,paraesteefeito,acriaçãodesistemastribu-táriosesociaismaisjustos.

• apóiaosgovernoslatino-americanosnocombateàpobrezaextremaenomelhora-mentodaparticipaçãopolíticaesocialdospobres.

• querdarcontinuidadeàdiversificaçãodeformaseinstrumentosdacooperaçãoparaodesenvolvimento,emrespostaàcrescen-tediferençadosníveisedasvelocidadesdodesenvolvimentonaAméricaLatina.

• fortaleceadministraçõeslocaiseinstânciasdemocráticasdecontrolenocumprimentodesuastarefas.

• querfomentar,sobretudonospaísesmaispobresdaregião,odesenvolvimentoauto-sustentadoeorientadoparaaauto-ajuda,porexemplo,atravésdoapoioàsnecessi-dadesdosetordaeducaçãoeatravésdomelhoramentodascondições-quadroparaoempenhonaáreaeconômica.

• assessoraosEstados,entreoutro,naim-plantaçãodeumaeconomiasocialdemer-cado,eintensifica,paraesteefeito,tam-bémaparceriacomaCEPAL.

• aposta,nocaso,nummaiorencadeamentoentreapolíticaderelaçõeseconômicasex-

ternaseacooperaçãoparaodesenvolvi-mento,incluindo,desdecedo,osetorprivado.

• compromete-seacumprirospadrõeslabo-raisesociaisinternacionaisnomundodotrabalho,incluindoofomentodaresponsa-bilidadesocialdasempresas.

• recorre,paraesteefeito,àsrelaçõesbilate-raiseàplataformadasorganizaçõesmulti-nacionais,nomeadamenteàOrganizaçãoInternacionaldoTrabalho(OIT).

Cooperação triangular no setor energéticoo gás natural assume, na América Latina, crescente importância como fonte de ener-gia. Para garantir seu bom funcionamento, o mercado de gás natural requer transpa-rência e supervisão eficaz. A Alemanha, o México e o Brasil trabalham com a Bolívia e o Peru em projetos de cooperação trian-gular, a fim de otimizar a infraestrutura necessitada em matéria de técnicas de medição necessitada pelos institutos esta-tais de metrologia e de transmitir a compe-tência técnica requerida pelo ramo. Assim, a Alemanha também contribui, junto com os seus parceiros na região, para harmoni-zar o mercado de gás natural e melhorar a proteção do consumidor.

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• continuaalutaremproldeestruturascomerciaisefinanceirasglobaisnoâmbitodasquaistodosospaísesemergenteseemdesenvolvimentoobtenhamoportunida-desjustasparaseudesenvolvimentoeco-nômicoesocial.

2. Agir junto com a América Latina no âmbito de uma responsabilidade global

Construir em conjunto, agir a nível internacionalOmundovê-seconfrontadoatualmentecomumasériededesafiosglobaisquesópoderãosersolucionadosemconjuntopelacomunida-deinternacional.AcomunidadehistóricadevalorescompartilhadosfazdaAméricaLatinaonossoparceironatural.CabeaosEstadosla-tino-americanosecaribenhosumimportantepapelnoseiodasNaçõesUnidas(ONU).Mui-tospaísesdaregiãoparticipamativamentedosdebatesatuais,entreoutrossobrearefor-madaONU,amudançaclimática,asMetasdoMilênio13easustentabilidade.OsEstadosdaregiãoexigemmaioritariamente,assimcomoaAlemanha,porexemplo,umareformadoConselhodeSegurançadaONU.Nossointe-ressecomumconsiste,nocaso,naadaptaçãodoConselhodeSegurançaaomundodehoje.OConselhoreflete,nasuaatualcomposição,omundode1945;nenhumEstadodaAmérica

Latinaestárepresentadocomumassentoper-manente.AlgunsEstadosdaregiãointegramasmissõesdaONUnoHaitienoCongo,porexemplo,assumindo,destemodo,responsa-bilidadeinternacional.ÉdonossointeressemútuofortaleceromultilateralismoeaONUenquantoorganização.Juntas,aAlemanhaeaAméricaLatinapodemprestarumaimpor-tantecontribuiçãoparasuperar,noseiodaONU,avelhapolarizaçãonorte-sulentreEsta-dosindustrializados,porumlado,epaísesemdesenvolvimentoeemergentesporoutro.

o Governo Federal • intentalograrumaconcertaçãomaiorcom

seusparceiroslatino-americanosnabuscademodelosdesoluçãoparadesafiosglo-bais.

• auxiliaaAméricaLatinanousodesuacrescenteimportânciaparaassumirmaiorresponsabilidadeanívelglobal.

• acentuasuacooperaçãocomaAméricaLa-tinacomoimportanteparceiromultilateralnoseiodaONUeintensifica-acombaseemvaloreseinteressescomuns.

• queraprofundarodiálogocomosEstadoslatino-americanossobrequestõespolíticasdaatualidaderelacionadascomasNaçõesUnidas.

• promoverá,comosparceiroslatino-ameri-canos,aníveldaONU,iniciativasconjuntas

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relativasatemaspertinentescomo,porexemplo,pazesegurança,proteçãodoclima,igualdadefactualdedireitosesaúde.

• cooperaestreitamente,noâmbitodaONU,comoBrasil,paísaoqualaAlemanhasesenteligadaporlaçosespeciais,baseadosnaparceriaestratégicaenoempenhocon-juntoemproldeumareformadoConselhodeSegurançadaONU.

• ofereceajovensrepresentantesdosetorpolítico,científico,econômicoediplomáti-coprovenientesdaregiãoaoportunidadedesefamiliarizar,atravésdecursosdeformação,comtemasatuaisligadosàpolí-ticaexternaeàglobalização,quepoderãosimultaneamenteampliarseusconheci-mentosprofissionaisespecíficoseconheceraAlemanhamaisdeperto.

Parceiros no âmbito da economia mundial: aproveitar potenciais, compartilhar responsabilidades MuitosEstadosdaAméricaLatinaalcançaramumdesenvolvimentomuitopositivoemter-moseconômicos.Aexpressãodestedesenvol-vimentoé,também,apresençamaisvincadadaAméricaLatinanoplanointernacional.AOCDEestendeuosprocessosdealargamentoecooperaçãoàAméricaLatina.Assim,alémdoMéxico,oChilepassouasermembrodaOCDEem2010.ComoBrasilaOCDEintensificousuacooperação.AAlemanhaéumadasnaçõeslíderesnosetorcomerciale,simultaneamente,estáfortemen-teintegradanaeconomiamundialatravésdeseusinvestimentos.Porisso,temosuminteresseespecialemqueaintegraçãocada

Cooperação financeira e técnica com a América Latina em % (recursos orçamentais)

Autorizações para 2004 – 2009 segundo temas e setores:

Florestas tropicais

Energias renováveis, eficiência energética

outros temas ambientais

Agricultura, desenvolvimento rural

água potável, destinação final das águas servidas

boa governança

desenvolvimento econômico sustentável

Educação

HIv/AIdS

diversos

2 6

1 9

1 2

7 71 2

48 32

Fonte: Ministério Federal da Cooperação Econômica e do desenvolvimento

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vezmaiordospaísesemergentesnaeconomiamundialsejabemsucedida.Estespaísestam-bémdevemserinseridosnoprocessodedefi-niçãodeestratégiasadequadasàsoluçãodequestõesglobais.Esteprocesso,quedámaiormargemdeparticipaçãoaospaísesemergen-tesequecobraaomesmotemposuacorres-ponsabilidade,foiiniciadopelapresidênciaalemãdoG814,em2007,emHeiligendamm.AcriaçãodoG20,comofórumcentralparaacooperaçãoeconômicainternacional,em2009,emPittsburgh,levouesteprocessoemconta.OBrasil,oMéxicoeaArgentinasãoparceirosdaAlemanhanoG20.Participaçãoeparceriaempédeigualdadeaníveldaeco-nomiamundialsãocondiçõesimprescindíveisparaumacooperaçãoquesirvaaosseuspro-pósitos.

o Governo Federal • trabalhacomosEstadosdaAméricaLatina

noG20nointuitodeencontrarumasolu-çãoconjuntaparaquestõeseconômicasesociaisglobais.

• visaumacooperaçãoestreitacomospaíseslatino-americanosnoâmbitodaOCDE.

Costa rica: desenvolvimento municipal como modeloA Alemanha apoiou a Costa Rica durante uma década no seu desenvolvimento local e municipal. A meta era alcançar uma maior responsabilidade dos municípios e uma participação mais ativa dos cidadãos. Ao mesmo tempo foi impulsionado o desen-volvimento econômico local e reforçada a gestão ambiental. desta maneira, a Alema-nha prestou apoio consultivo no âmbito da implantação da gestão de resíduos e de re-ciclagem ou da concertação sobre investi -mentos locais. no total, a Alemanha coope-rou com 33 municípios, principalmen te em áreas rurais e em regiões fronteiriças. Um sinal de sucesso é um decreto recente do Presidente da República, que estipula, que a modernização do desenvolvimento munici-pal, experimentada durante a cooperação, seja aplicada no país inteiro.

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Painéis solares fotovoltaicos no telhado de uma loja de departamentos em Saint George’s, Granada

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Proteger o meio-ambiente e o clima, preservar a biodiversidadeEmmuitosEstadosdaAméricaLatinaaumen-tou,nosúltimosanos,aconvicçãodequeumapolíticaambientalsustentáveléimprescindí-velparaocrescimentoalongoprazo.Elapodeproporcionarimpulsosvitaisparaodesenvol-vimentoeconômico,indicandopossibilidadesdedissociarocrescenteconsumodeenergiaeaemissãodegasesdoefeitoestufadocresci-mentoeconômico.SobretudoaAméricaLatinasofrecomamu-dançadoclima:naregiãodosAndesderretemasgeleiras,naAméricaCentralenoCaribeafreqüênciaeasproporçõesatingidasportem-pestadeseoutrascatástrofesnaturaisaumen-taramsensivelmente.Principalmenteaspe-quenasilhascaribenhassãoparticularmentevulneráveis.Issofazcomqueaadaptaçãoàsmudançasclimáticassetorneurgente,princi-palmentenossetoresdaagricultura,dasilvi-culturaedodesenvolvimentorural.Aemissãodegases-estufaprovocadaporalteraçõesdousodosolo15deveserreduzida,umavezquecontribuilargamenteparaamudançaglobaldoclima.Umaprevençãosuficienteajudaaevitarvítimaseareduzirdanos.Porestarazão,tantoaproteçãodoclimaco-mooabastecimentoenergéticoadquirem,desdejá,umaimportânciacadavezmaiscru-cial;faceàrápidaexpansãodaseconomias

dospaíseslatino-americanoseaocrescenteconsumodeenergiaporelaacarretada,tor-na-secadavezmaisimportantepassardefontesdeenergiafóssilparafontesdeenergiaregenerativa,afimdereduzirasemissõesde

Prevenção de catás-trofes no CaribeEm sete Estados do Caribe, a Alemanha apóia, com recursos da ajuda humanitária, um projeto de pre-venção de catástrofes do departamento de

assistência internacional da ordem de São João. Mediante a capacitação de instruto-res em áreas como alerta rápido, análise de riscos, primeiros socorros médicos e gerenciamento de casos de emergência são aprimoradas as capacidades de auto-ajuda da população local. o projeto apóia, além disso, a criação de comitês locais de prevenção que recebem um equipamento básico para a prevenção de catástrofes, que consiste em artigos e aparelhos de alerta em caso de catástrofes iminentes, e para os primeiros socorros e a auto-ajuda em caso de catástrofe.

Foto: Simulação de resgate em caso de furacão

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gasesdoefeitoestufa.Aproduçãoeficienteemtermosdeenergiaerecursos,bemcomooaumentodaparceladeenergiasrenováveisnamatrizenergéticaestãoemfoco,nestecontexto.

ApreservaçãodasgrandesflorestastropicaisedosecossistemasdaAméricaLatinatambéménecessáriapararefrearadiminuiçãodramáti-cadabiodiversidade.Adiversidadedeespé-ciesnaregiãoéenorme.SegundodadosdasNaçõesUnidas,aAméricaLatinaabrigaquaseametadedasflorestastropicaisexistentesnafacedaterrae33%dasespéciesconhecidasdemamíferos,35%dosrépteis,41%dasavese50%dosanfíbios.Ousosustentáveldosecossiste-maséacondiçãoparareduziraerosãodosoloeevitarosurgimentodeestepesedesertos,formandoumabaseparaofuturodesenvolvi-mentoeconômicoesocialdaregião.Parapro-tegeradiversidadedasespéciesonúmerodeáreasterrestreseaquáticasprotegidasnare-giãoaumentoumaisqueodobronoperíodode1990a2008.Atualmentecercade11%dasu-perfíciedaAméricaLatinaforamdeclaradosunidadesdeconservaçãodanatureza,maisdoqueemqualqueroutrapartedomundo.Desdeosanos90,aAlemanhaéumdospar-ceiroslíderesdacooperaçãonoâmbitodaproteçãointernacionaldasflorestastropicaisedapreservaçãodabiodiversidade.Ambosos

temasjáconstituem,hojeemdia,áreaspriori-táriasdacooperaçãoparaodesenvolvimentocomaregião.OsesforçosenvidadospeloGo-vernoFederalparaprotegerohabitatdapo-pulaçãoindígenatambémsãoimportantesnestecontexto.Assim,oGovernoFederalpres-taumacontribuiçãoimportanteparaaredu-

Preservação da biodiversidade no Equadoro norte do Equador é uma das regiões com maior diversidade de espécies do mundo que, no entanto, está sendo ameaçada pela expansão de madeireiras e pela invasão de posseiros. A Alemanha apóia a preservação e o uso sustentável desta área. Um acordo com as populações indígenas radicadas na região que foi iniciado, entre outros, pela Alemanha estabelece que, para uma área de atualmente 7.200 hectares, será paga a soma de 5,89 dólares americanos por hec-tar para a preservação da floresta. Em virtu-de do sucesso, o Ministério do Meio-am-biente equatoriano transformou este modelo em programa nacional (“Socio Bos-que”). Aproximadamente 40.000 famílias se beneficiam com o programa; mais de 400.000 hectares foram declarados áreas protegidas

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çãododesmatamento,acriaçãodeáreasprotegidas,aproteçãodoclimaeasustentabi-lidadedaagriculturaedasilvicultura.Alémdacooperaçãoanívelestatal,aAlemanhafazopossívelparamobilizarcapitalprivadoparaasáreasdaenergia,proteçãoambientalin-dustrialegestãoderecursoshídricos.

o Governo Federal • fomentaintensamenteaproteçãodoclima,

domeio-ambienteedosrecursosnaturaisnaregião,emcooperaçãocomaciênciaeapesquisa.

• pretendeampliar,nassuasrelaçõescomaAméricaLatina,acooperaçãonaáreadomeio-ambienteedoclima,estandoinclu-ídatambémacooperaçãoemmatériadetecnologiaambientalegestãoambiental.

• dácontinuaçãoàcooperaçãobilateralemultilateralcomaAméricaLatinanasáreasdaflorestatropical,domeio-ambien-teedaproteçãodoclimaedesejaintensi-ficá-la.Pode,nocaso,recorreràconfiançageradadurantelongosanosdecooperação.

• financia,atravésdaIniciativaparaaProte-çãoClimáticaeAmbiental16(IKLU),investi-mentosemáreasrelevantesparaoclima.Ainiciativaabrangeaeficiênciaenergéticaeasenergiasrenováveis,aproteçãoindus-trialdomeio-ambiente,odesenvolvimentoecológicodeaglomeradosurbanos,siste-

masdemobilidadeeficientesemconsumodeenergia17bemcomomedidasdeadapta-çãoaosefeitosdamudançaclimática.

• apóia,noâmbitodaprioridadedoprojetoprioritáriodacooperaçãoparaodesenvol-vimento“ProteçãoeUsoSustentáveldasFlorestasTropicais”,o“PlanoAmazônia

gestão ambiental em empresas mexicanaso México, um dos países mais populosos da América Latina e de grande potencial de crescimento, orienta a sua economia para a sustentabilidade ecológica. A exploração excessiva de recursos, a escassez de água doce e os preços do petróleo em franca os-cilação aumentam o interesse em energias renováveis e eficiência energética. Faz falta um pensar novo por parte dos decisores. o Programa “Cooperações tecnológicas para o fomento da eficiência energética e das energias renováveis em empresas me-xicanas” dirige-se aos técnicos e quadros de chefia mexicanos do setor da gestão ambiental e das novas tecnologias. durante dois anos, a atividade profissional dos par-ticipantes é acompanhada pela agência de capacitação de recursos humanos InWEnt, no México e na Alemanha.

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Ônibus movido a eletricidade em Quito, Equador

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Sustentável”eparticipatambémdo“FundoAmazônia”doGovernobrasileiro.

• coloca,porexemplo,àdisposiçãodaInicia-tivaInternacionaldeProteçãoaoClima18(IKI)recursosfinanceirosadicionaisresul-tantesdoleilãodeCertificadosdeReduçãodeEmissões.Atravésdestainiciativasãofomentadasmedidasquecontribuemparaaumentaraeficiênciaenergética,multi-plicarasenergiasrenováveis,promoveraadaptaçãoaosefeitosdamudançadoclimaeprotegerabiodiversidaderelevanteemtermosclimáticos.

• fomentaaáreaprioritáriadapesquisaso-breflorestastropicais,porexemploatravésdaatividadedogrupodepesquisa“FlorestaTropicaldaMontanha”daSociedadeAlemãdePesquisaCientífica(DFG),emLoja,Equa-dor.

• apoiarátambémnofuturoospaísesdaAméricaLatinanaáreadaestruturaçãoeampliaçãodascapacidadesdeauto-ajudaparaaprevençãodecatástrofes.Fazempartedestaatividade,porexemplo,ain-stalaçãoeautilizaçãodesistemasdealertaprecoceparaprevenircatástrofes,bemcomoarealizaçãodeprojetos-pilotoparasensibilizarapopulaçãolocal.

• estaráàdisposição,nocasodeocorrênciadecatástrofesnaturais,tambémcomoparceiroparaareconstruçãoeconômica.

3. Aproveitar oportunidades econômicas conjuntamente

Relações econômicas: manter a tradição, construir o futuroNossasrelaçõeseconômicasbilateraiscomaAméricaLatinatêmumalongatradição:hámaisde100anosempresasalemãsestãopre-sentesnaregiãoatravésdesucursaisegozamdealtoprestígio.Imigrantesalemãescontri-buíramparaodesenvolvimentoeconômico.OcomércioexteriordaAlemanhacomaAméricaLatinaaumentou,nosúltimosanos,maisdoqueonossocomércioexteriornasuatotalidade.Dadosdebasesólidos,umapolíti-caeconômicaorientadaparaaeconomiademercadoemmuitospaíseseumacrescenteinterconexãoregionaljustificamumnovointeressedeempresasalemãspelaregião.AparticipaçãodaAméricaLatinanaecono-miamundialenocomérciointernacionalaumentacontinuamente.Muitospaísesregis-tramelevadosíndicesdecrescimento.Duran-teacriseeconômicaefinanceiraderampro-vasdasuaestabilidadeeconômicaesentiramosefeitosdarecessãomenosdoquemuitospaísesindustrializadostradicionais.Alémdisso,souberamrecuperar-sedacrisemaisrapidamente.AAlemanhaeaAméricaLatinaqueremaproveitarprecisamenteestaschan-ces,embenefíciorecíproco.

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* na Cidade da Guatemala existe, além disso, um Escritório de Coordenação para toda a América Central e o Caribe

S ã o PA u L o

C I dA d E d o m é x I C o

b u E n o S A I r E S

m o n T E v I d é u

C A r A C A S

q u I To

b o g oT á

C I dA d E d o PA n A m áS ão J o S é

m A n ág uA

T Eg u C I g A L PAS A n S A LvA d o r

C I dA d E dA g u AT E m A L A *

L I m A

L A PA z

r I o d E J A n E I r o

P o r To A L Eg r E

S A n T I Ag o d o C H I L E

A S S u n ç ão

S A n To d o m I n g o

Fonte: Ministério Federal da Economia e Tecnologia

C â M A R A S d E C o M é R C I o n o E x T E R I o R ( A H K ) n A A M é R I C A L AT I n A E n o C A R I B E

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Crescimento do produto interno bruto em %

*Estimativa Fonte: FMI World Economic outlook 2010

10

5

0

-5

-10América Latina

brasil méxico Colômbia Peru venezuela Chile Argentina bolívia uruguai América Central

Caribe

4,3

-1,9

4,1

4,0 5,

1-0

,25,

54,

1

1,5

-6,5

4,2

4,5 2,4

0,1

2,2

4,0

9,8

0,9

6,3

6,0

4,8

-3,3

- 2,6

0,4

3,7

-1,5

4,7 6

,0 6,8

0,9

3,5

3,0

6,1

3,3 4,

04,

0

8,5

2,9 5,7

3,9

-4,3

-0,6

2,7

3,7 2,

90

,4 1,5

4,3

2008 2009 2010* 2011*

o Governo Federal • continuavisandoaconclusãodaRodada

deDohacomoobjetivomáximodapolíticacomercialalemã.

• solicita,noâmbitodaRodadadeDoha,re-duçõeseconsolidaçõestarifáriasmultilate-rais,bemcomoaeliminaçãodebarreirasnão-tarifáriasnointercâmbiocomercial,sobretudoasqueafetamosetordosprodu-tosindustriais,importanteparaaAlema-nha.

• lança,aníveldaUE,atravésdeacordosdeassociaçãoedelivrecomérciobiregionaisebilaterais,apedrafundamentalparaaidentificaçãodenovosmercadosabertosnaAméricaLatina,complementandoali-beralizaçãomultilateral.

• redobraesforçosparaque,tambémnoto-canteaprodutosindustriaiseinvestimen-

tos,ocomércioentreaAlemanhaeaAmé-ricaLatinasejaumaviadedoissentidos.AAlemanhaestáabertaeprocuraatrairinvestimentosdetodososparceiros.

• apoiaráosetorprivadonoaproveitamentodasoportunidadesresultantesdasnegocia-çõessobreacordosdelivrecomércioedeassociaçãocompaíseseregiõesdaAméricaLatina.

OGovernoFederalajudaosetorprivadoale-mãoaexploraropotencialdaAméricaLatina.Confereumpapelcentralàparticipaçãodestesetornaescolhaedefiniçãodasmedidas.Principalgrupo-alvodofomentodasrelaçõeseconômicasexternassão,nocaso,aspequenasemédiasempresasquetêmnaIniciativadaEconomiaAlemãparaaAméricaLatina(LAI),uniãodeassociaçõeseconômicas,uminterlo-

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Comércio exterior da Alemanha com a América Latina em bilhões de euros

30,5

2005 2006

36,3

2007

42,7

2008

47,7

2009*

36,5

50

40

30

20

10

0

no período de 2005 a 2009, o crescimento do comércio exteri-or da Alemanha com a América Latina atingiu 16,32%. durante o mesmo período, o comércio exterior da Alemanha na sua totalidade só aumentou em 4,74%.

*Estimativa Fonte: Instituto Federal de Estatística

cutorcentral.Ocrescimentoeconômicogerou,namaiorpartedospaísesdaAméricaLatina,anecessidadedenovosprojetosdeinfraestruturaquefacilitamoengajamentodaindústriaalemã.Considerandoadiver-sidadereinantenocontinente,tornam-senecessáriasiniciativasespecíficasporpaísesetor.UmbomexemplodissoéoBrasilque,alémdomais,sevêconfrontadocomdesafiosespeciaisnoâmbitodaorganizaçãodaCopadoMundodeFutebol,em2014,edosJogosOlímpicos,em2016.Interessamaosetorprivadoalemão,nestecaso,sobretudoosgrandesprojetosdeinfraestruturacomoaconstruçãoderodovias,ferrovias,portos,

aeroportosecentroslogísticos.Mastambémemoutrasáreasexistedemandadetecnologiadepontaalemãcomo,porexemplo,nosetordamineração,dasenergiasrenováveis,naáreadatecnologiaambientalenaeconomiadasaúde.AAlemanhadispõedeexperiêncianoplanejamentoenaestruturaçãodelongoprazoedemodosustentáveldetaismega-pro-jetos.Podecolocarestaexperiênciaàdispo-siçãodegrandesprojetoslatino-americanos.NoquadrodaOfensivadaEconomiaExternadoGovernoFederal19,lançadaemmarçode2010,oGovernoFederalcolocaumfoconaAméricaLatina.

o Governo Federal • explora,emestreitacooperaçãocomas

CâmarasdeComércionoExterior(AHK)ecomaestatalGermanyTradeandInvest(GTaI),novoscamposemercadosdeexpor-tação.AsCâmaraseaGTaIformam,juntocomasrepresentaçõesdiplomáticasdaAlemanha,ostrêspilaresdapromoçãodasrelaçõeseconômicasexternas.

• fomenta,flanqueiaeassessorapequenasemédiasempresasnaAméricaLatina.Dárespaldopolíticoespecialmenteapequenasemédiasempresasinteressadasemcontratoscomosetorpúblico.

• auxilia,atravésdofomentodeviagens

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deinformaçãoecontatoeaparticipaçãooficialemfeiras,empresasalemãsacon-quistarumlugarnosmercadosdaAméricaLatina.

• apóiaosesforçosdaOCDEparaincluirospaísesnão-OCDEnadisciplinainternacio-naldegarantiasdecréditoàexportação.

• fomentaeassegurainvestimentosalemãesatravésdeacordosdepromoçãoeproteçãodeinvestimentos,bemcomoatravésdegarantiasestataisaoinvestimento.

• estáaoladodosetorprivadoalemão,emespecialdaspequenasemédiasempresas,nosseusesforçosparaummelhoracessoainvestimentosprevistos.

• apóia,paratal,sobretudoosesforçosdosetorprivadoalemãoparaunirfirmasalemãselatino-americanasemtornodeprojetoscomo,porexemplo,osmega-eventosesportivos,dandoimpulsosaosetorprivadoparaqueesteseorganize,deantemão,nestesentido.

• flanqueiaesteprocesso,ondeforpossível,mediantememorandosdeentendimentoeoutrasiniciativas.

Iniciativa empresarial “WinWin 2014/2016” no brasilPor motivo da Copa do Mundo de Futebol 2014 no Brasil, empresários alemães, lide-rados pelo Ministro Federal da Economia, apresentaram, durante o Encontro Econô-mico Brasil-Alemanha 2009, seus conheci-mentos técnicos específicos ao governo brasileiro. o interesse brasileiro numa cooperação com a Alemanha levou à criação da Iniciativa Econômica “WinWin 2014/2016” que também engloba os Jogos olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro. A Confederação da Indústria Alemã (BdI) lançou, além disso, o “Brazil Board”. Para os três setores fundamentais, ou seja, construção de estádios, segurança e infraestrutura, o Ministro Federal da Eco-nomia já assinou um Memorando de Entendimento com o Brasil.

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Nopreenchimentodascondiçõesparaumacooperaçãobemsucedidaentreasempresasdaregiãocabeimportantepapel,sobretudo,àproteçãosuficientedapropriedadeinte-lectual,àreduçãodaburocracia,àproteçãodeinvestimentoseàgarantiadecondições-quadrojurídicasdecaráterfiável.

o Governo Federal • empenha-sepelamanutençãoe,dentro

dopossível,pelamelhoriadoaltoníveldeproteçãodosacordosdeproteçãoepro-moçãodeinvestimentos,tambémapósatransferênciadaresponsabilidadecontra-tualpelaproteçãoepromoçãodeinvesti-mentosparaaUE.

• advoga,noâmbitodasnegociaçõessobreacordosdeassociaçãoedelivrecomérciodaUE,regrasqueultrapassemclaramenteoníveldeproteçãogarantidopelosacor-dosdaOrganizaçãoMundialdoComércio(OMC).

• empenha-sepelarápidaconclusãodeno-vosacordosparaevitarabitributaçãocomosparceirosdaregião.

• cooperacomosEstadosdaAméricaLatinaparaautilizaçãoeficientedossistemasdepatentesexistentesinloco.

• advogacondições-quadroeconômicasjus-tasparaempresasprivadas,paraocomér-cioeosinvestimentosinloco.

• oferecepossibilidadesdediálogosobrequestõesdeorganizaçãopolíticaafimdecriarestascondições-quadro.

• fomentaocomprometimentodasempre-sascomoexercícioativodesuaresponsa-bilidadesocial,porexemplo,noâmbitodeiniciativasderesponsabilizaçãosocialdeempresascomooGlobalCompact20.

• engloba,maisdoqueantes,osetorprivadoalemãonosesforçosinternacionaisparaatingirasmetasdedesenvolvimentoglobais.

• apóiaosEstadoslatino-americanosnoseuesforçodepromoverosetordaeconomiaformaleaparticipaçãonomercadodecapitaloficialatravésdofomentodapro-priedadeprivadaparaascamadasmaisdesfavorecidasdapopulação,incluindoacriaçãodetítulosdepropriedadeeaproteçãodapropriedade.

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Explorar e usar a energia e as matérias- primas de forma sustentável Apolíticarelativaàenergiaeàsmatérias-primaséumtemaimportantenacoopera-çãoentreaAlemanhaeaAméricaLatina.Nosetorenergético,aAlemanhaéumdosimportantesparceirosbilateraisnaregião.Acooperaçãoestende-se,ultrapassandoasfontesclássicasdaenergia,sobretudoaoapoioparaousodeenergiasrenováveisnaregião.Opotencialparaaumentaraeficiên-ciaenergéticanaconstruçãohabitacional,nostransportes,naproduçãoindustrialeagrícolaenoprocessodeproduçãoéeleva-donaAméricaLatinaeaindanãofoiapro-veitadoexaustivamente.Omesmovaleparaaeficiêncianageraçãoenotransportedeenergia.Tambémasus-tentabilidade,asegurançaeoscustosade-quadosdoabastecimentodaAlemanhacomenergiaematérias-primassãoobjetoimportantedacooperação

o Governo Federal • estáaoladodosEstadosdaregiãonaintro-

duçãodesistemasdeenergiasustentáveisatravésdeapoioconsultivo,financiamentodeprojetos,bemcomodeacordosdepro-teçãodaenergiaedoclima.

• fomentaumaeconomiaenergéticasusten-távelanívelmultilateralnoâmbitoda

AgênciaInternacionalparaasEnergiasRenováveis21(IRENA)eemcooperaçãocomaCEPAL,comoBIDecominstituiçõesebancosdedesenvolvimentoregionais.

• reforçaacooperaçãocombasenosacordosexistentes.Fazempartedosmesmos,porexemplo,oAcordosobreCooperaçãonoCampodosUsosPacíficosdaEnergiaNu-clearBrasil–Alemanhade1975eoAcordoentreoBrasileaAlemanhasobrecoopera-çãonosetordeenergiade2008,queen-trouemvigorem2009.

Asempresasalemãstêmasmelhorescondi-çõesparaparticipardamodernizaçãodaproduçãodeenergianaAméricaLatina.Tra-ta-sedeconquistartambémnovosmercadossobretudonossetoresdasenergiasrenováveis,daeficiênciaenergéticaetecnologiaambien-tal,bemcomodaexploraçãodematérias-pri-mas.RecorrendoaoMecanismodeDesenvol-vimentoLimpo22(MDL)paraevitaremissõesadicionais,jáfoipossívelexecutar,comparti-cipaçãoalemã,maisde50projetoscomunsnaAméricaLatina.

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Exploração experimental de lítio realizada pela Universidade de Potosí, Bolívia, em cooperação com a Universidade de Freiberg

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o Governo Federal • continuaafomentaraexportaçãodetec-

nologiaseconhecimentosparaaAméricaLatinaatravésdeiniciativasdeexportaçãonocampodasenergiasrenováveisedaeficiênciaenergéticacomo,porexemplo,“RenewablesmadeinGermany”e“EnergyEfficiency–madeinGermany”.Asiniciati-vasconcentram-senaáreadageraçãoenergética:energiafotovoltaica,hidrelé-trica,energiaapartirdobiogás,dabio-massaedovento,energiasolartérmicaeenergiageotérmica,bemcomoeficiênciaenergéticanosetordostransportes,nosetordaindústriaenosetordoméstico.

• favoreceabordagensinovadorasnacoope-raçãotecnológicaatravésdejoint-venturesouparceriaspúblico-privadas23.

• apóiaaparticipaçãodeempresasalemãsemprojetosMDL.

AAméricaLatinaéumimportanteexportadordematérias-primas.AAlemanha,comopaíspobreemmatérias-primasecompetitivoemtecnologiasdeponta,emcontrapartida,dependelargamentedeimportações,nãoapenasdematérias-primasenergéticasmastambémdematérias-primasnãoenergéticas,comoosmetais.Alémdaeconomicidadeedacompatibilidadeambientaldaprodução,tambémasegurançadefornecimentoocupa

Energia no telhado do Estádio: energia sustentável para a Copa do mundo de Futebol 2014A Alemanha está empenhada em propagar as energias renováveis, também na América Latina. Um exemplo concreto disso poderá ser visto pelos torcedores de futebol do mundo inteiro, por ocasião da Copa 2014, no Brasil. no âmbito da cooperação para o desenvolvimento, a Alemanha irá equipar os telhados dos dois estádios em Belo Hori-zonte, sede da Copa, com painéis solares. A energia assim gerada será injetada na rede elétrica. os telhados dos estádios, onde serão instalados os painéis fotovol-taicos, oferecem juntos uma superfície de cerca de 17.000 m2 e têm uma capacidade de 1,1 – 2,5 megawatts. Também a eficiência energética dos dois estádios sofrerá um aumento. Eficiência energética e energias renováveis: isso quer dizer 2:0 para um desenvolvimento econômico sustentável!

Foto: Perspectiva do Estádio Mineirão, Belo Horizonte, Brasil

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J A m A I C A

Bauxita 6.

PRodUção dE MATéRIAS-PRIMAS IMPoRTAnTES

Fonte: Ministério Federal da Economia e Tecnologia

L Eg E n dA : o número que sucede à matéria-prima indica o lugar ocupado pelos países no ranking da produção mundial

P E r u

Prata 1.Cobre 2.Estanho 3.Zinco 3.ouro 5.

v E n E z u E L A

Óleo pesado 1.Óleo cru 7.Bauxita 9.Minério de ferro 1 1.

b r A S I L

Bauxita 1.Minério de ferro 1.Estanho 5.Lítio 6.ouro 1 3.

C H I L E

Cobre 1.Lítio 1.Prata 4.

m é x I C o

Prata 3.Óleo cru 6.Zinco 7.

b o L í v I A

Estanho 4.Zinco 1 1.

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umpapelcentralnapolíticadematérias-pri-masdoGovernoFederal.NaAméricaLatinaexistemenormesjazidasdemineraiscomoferro,cobre,estanhoelítio.Assim,oChileeoPerusãoosmaioresprodutoresmundiaisdecobre.Praticamente60%daproduçãomun-dialdelítio,necessárioparaafabricaçãodebateriasaíonsdelítio,utilizadas,porexem-plo,emcarroselétricos,vemdaAméricaLati-na.Elastêmcapitalimportâncianãosóparaaindústriadetransformaçãomastambémparaodesenvolvimentoeautilizaçãodetec-nologiasdofuturo.AcrescequeopapeldaAméricaLatinaserácadavezmaisimportanteparaoabastecimentodosmercadosmundiaiscompetróleoegásnatural.Jáhojecercade13%daproduçãodepetróleonomundotemlugarnaAméricaLatina.TantonaAlemanhacomonosoutrospaísesindustrializadosdaEuropa,asegurançadefornecimentodema-térias-primasdeve-se,emprimeirainstância,àauto-responsabilidadedosetorprivado.OGovernoFederalauxilia,noquadrodapolíticaderelaçõeseconômicasexternas,aindústrianoseuempenhamentonaAmé-ricaLatinaatravésdeamplasmedidasdeapoioedemedidasconexas.

o Governo Federal • acompanhaprojetosconcretosdaindús-

triaparaconseguiracessoamatérias-pri-

mastambémnaAméricaLatinaepresta–dentrodopossível–apoiocasoacaso.

• defendeareduçãodebarreirasnoacessoamatérias-primasparagarantirobomfuncionamentodosmercadoseacompeti-tividade.Exemplosdetaisbarreirassão,doladodaAméricaLatina,impostosdeexportaçãoe,doladodaUE,altosdireitosaduaneirosexternosparamatérias-primasregeneráveis.

• dávaloraumaextraçãoeumcomérciosustentáveisdematérias-primas.QuercooperarcomosEstadosdaAméricaLatina,afimdegarantirumusosustentáveldesuasmatérias-primas.

• fomentaaIniciativadeTransparênciadasIndústriasExtrativas24(ITIE),bemcomomedidasdecertificação.

Comograndeprodutoreexportadordebensagrícolas,aAméricaLatinaéumparceiroimportanteeimprescindívelparaaAlemanhanosetoragrário.AAméricaLatinadispõedamaioráreaagricultáveldomundo.Acarne,sobretudoacarnebovinaeacarnedeaves,asoja,ocafé,ocacau,asfrutas,amadeirae,deformacrescente,osbiocombustíveissãoprodutosquerequeremespecialmenção.Aregiãotambémadquirecadavezmaisim-portânciacomomercadodevendasdeprodutosdosetoragroalimentarede

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Participação na produção global de importantes bens agrícolas no ano de 2008 em %

Fonte: Ministério Federal da Alimentação, Agricultura e Proteção dos Consumidores

global América Latina incl. Caribe *América Latina sem Caribe

100

80

60

40

20

0

60,3

50,6 50,1

26,321,4 19,1

13,7 11,7

Café cru Cana de açúcar

Feijão de soja*

Carne bovina

Carne de aves

Frutas madeira** Amêndoas de cacau

**madeira de corte e em toros

Comércio agrícola alemão com a América Latina em bilhões de €

7,5

2008

2007

2006

2005

Fonte: Ministério Federal da Alimentação, Agricultura e Proteção dos Consumidores

0,75 1,5 2,25 3,0 3,75 4,5 5,25 6,0 6,75

5,050,15

5,420,23

6,270,25

7,000,29

Importações da América Latina Exportações para a América Latina

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tecnologiaagrícolaalemães.Opapel-chavedealgunspaíseslatino-americanosnapolíticadecomércioagrícolaprovocouumaintensifi-caçãododiálogonestedomínio.

Estepapel-chaverevela-se,antesdemaisnada,nocontextodaOrganizaçãoMundialdoComércio,mastambémnasquestõessanitáriasefitossanitárias25.Alémdisso,aadaptaçãodaproduçãoagrícolaaosefeitosdamudançaclimáticaéumtemadecrescenteatualidadenaAméricaLatina.

o Governo Federal • queraprofundaraindamaisodiálogoem

matériadepolíticaagrícola.AInitiativaAgribusinessBrasil-AlemanhaeoGrupodeTrabalhoBiocombustíveisaoabrigodoAcordoentreoBrasileaAlemanhasobrecooperaçãonosetordeenergiasãoexem-plosdeplataformasadequadas.

• apostaemprojetosdecooperaçãoembenefíciorecíproco,sobretudoemáreascomoapesquisaagráriaouocoopera-tivismo.

• apóiaasustentabilidadenaproduçãodebensagrícolas.

• querprestarumacontribuiçãoparaasegu-rançaalimentarnaregiãoeomelhoramen-todaalimentaçãomundial,estreitandoacooperaçãocomentidadesinternacionais

comoaOrganizaçãoparaaAgriculturaeaAlimentação(FAO)ouoComitêdeSeguran-çaAlimentarMundial(CFS)eexecutandoprojetosconjuntoscomaAméricaLatina.

Centro de Competência mercosul para o Agribusiness da Alemanha em São Paulo A intensificação do comércio e da coopera-ção entre a Alemanha e o Brasil é um ele-mento central das relações bilaterais. Isso também é levado em conta no setor agro-alimentar. o Centro de Competência para o Agribusiness, inaugurado em 2009 no German Business Center da Câmara de Co-mércio (AHK) São Paulo, é o primeiro centro dessa natureza de uma AHK alemã a nível mundial. oferece apoio técnico consultivo tanto a importadores do Mercosul como também a exportadores de alimentos ale-mães. As ofertas abrangem desde rodadas de negócios, passando por viagens de pros-pecção de mercado e viagens de serviço, até estudos de mercado. Acrescenta-se a possibilidade oferecida a produtos alemães, que gozam de excelente fama, para utiliza-rem a plataforma de feiras, marcando pre-sença sob o lema “Made in Germany”.

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Aluno do Colégio Humboldt, São Paulo, Brasil

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4. Uma parceria a favor das pessoas: aprender reciprocamente

Interconectar a pesquisa, estimular a inovação Tambémnaáreadaciência,dapesquisaedainovaçãoaimportânciadaAméricaLatinaaumentacontinuamente.OsinvestimentosnacionaisnaeducaçãoenapesquisatrazemfrutosnaAméricaLatina,demodoquemui-tospaísesdaregiãopassamaserparceiroscadavezmaisimportantesparaaAlemanha.Oselementoscentraisdapolíticaalemãnodomíniodaeducaçãoedapesquisaformamabasedacooperação.FazempartedamesmaaEstratégiaHighTech26,oPactoparaaPesquisaeaInovação27eaIniciativadeExcelência28.

Osistemaalemãodefomentoàpesquisaofereceótimascondiçõesparaumaestreitacooperação.Noquadrodessacooperaçãodesenvolveram-seecontinuarãoaintensi-ficar-semúltiplasrelaçõesemáreascomopesquisabásicaemciênciasnaturaisehuma-nas,desenvolvimentosustentávelcompatívelcomomeio-ambiente,novastecnologias,tecnologiasdainformaçãoecomunicação,ciênciasdavida,gestãodotrabalho,incentivoestruturalàpesquisanasuniversidades,bemcomofomentodainovaçãoetransferênciadetecnologia.Devidoàcrescenteimportância

daAméricaLatinanomundoeaointensoprogressodaregiãotorna-senecessáriointen-sificarascooperações,dando-lhesumaorien-taçãoestratégica.UmmóduloimportantedaestratégiadeinternacionalizaçãodoGovernoFederalnaáreadaciênciaedapesquisacon-sistenarealizaçãodeAnosInternacionaisdaCiênciaquecontribuemparafortaleceraAlemanhaenquantoespaçovotadoàciência.Assim,transcorre,emcooperaçãocomogo-vernobrasileiro,oAnoBrasil-AlemanhadaCiência,TecnologiaeInovação2010/2011.

Naáreadaciência,inovaçãoetecnologiaaAlemanhadispõedeestruturasimportantes,eficientes,inovadorasebeminterconectadas.AAméricaLatinarevela-se,nestasáreas,comoregiãoatraenteparaoinvestimento.Atravésdarealizaçãodefórunsdeinovaçãoedapar-ticipaçãodefeirasespecializadas,asportasdaAméricaLatinaabrem-seàsempresasalemãsorientadasparaapesquisaeodesenvolvi-mentointensos.Ametaconsisteemintensi-ficaracooperaçãocomaAméricaLatinaemáreasestratégicas,bemcomoemdesenvolvereimplantarformasnovaseeficazesdecoo-peração,porexemplomedianteacriaçãodefundosbilateraisdeapoioàpesquisa.

Háquelevaremconsideraçãoaprogressivain-ternacionalizaçãodacooperaçãoacademica.

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Porconseguinte,tambémnaAméricaLatinadevemserconjugadosesforçosparareuniracompetênciatécnicadasváriasuniversi-dadeseinstituiçõesdepesquisa.Dessamaneira,arepercussãopositivadasofertasdepesquisaedecursossuperioresanívelregionalseráaindamaisintensa.

AAlemanhaapóiaestacooperaçãojádesdeacriaçãodedoiscentrosdeexcelênciaAle-manha-AméricaLatinasediadosnoChileenaColômbia.Apromoçãodestescentros,anco-radosnumacooperaçãodelongosanoscomosparceirosalemães,écomplementadapelascátedrasGropius,HumboldteMartiusnaArgentina,noMéxicoenoBrasil.Tradicional-mentecabeàpesquisaalemãsobreassuntoslatino-americanosumimportantepapelme-diadornacooperaçãocientíficacomaAméri-caLatina.Alémdisso,elaserveparafornecerconsultoriapolíticanotocanteàconfiguraçãopráticadacooperaçãobilateraleglobal.

Pesquisa sem fronteiras: Centros de Excelência bilaterais no Chile e na ColômbiaConectar excelentes cientistas do exterior com a pesquisa e o ensino em universidades alemãs: eis o objetivo dos centros de exce-lência instituídos no âmbito da Iniciativa de Política Científica Externa do Ministério Federal das Relações Exteriores. Foram criados, no total, quatro centros entre os quais dois na América Latina. no Chile, a Universidade de Heidelberg coopera com a Universidad de Chile e a Pontífica Universi-dad Católica nas cadeiras física médica, informática, geociências/ciências ecológi-cas e astronomia. na Colômbia, as Univer-sidades de Gießen e Kiel, bem como o Centro Leibniz de Ecologia Tropical Marinha de Bremen constroem, junto com três universidades colombianas, um centro de ciências do mar em Santa Marta.

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o Governo Federal • apóia,sobosauspíciosdainiciativadaFun-

daçãodaEconomiaAlemãnaArgentina,acriaçãodeumcentrouniversitárioalemão-argentinoafimdepropulsionar,atravésdeconsultoriaemedidasdefomento,cursosuniversitáriosalemães-argentinos,diplo-masduploseoutrasformasdecooperaçãouniversitáriaentreosdoispaíses.

• apóiaaconstruçãodoInstitutoMaxPlanck,emBuenosAires,comoprimeiroInstitutoMaxPlanckparceironaAméricadoSul.

• querfortaleceraAlemanhaenquantoespaçovotadoàciênciapormeiodacoo-peraçãonosetordaciência,tecnologiaeinovaçãocomoBrasilentreoutrospaíses.Querqueasmúltiplaseestreitasrelaçõessetornemvisíveisaosolhosdopúblicoemgeral.

• incentivaativamenteacriaçãodenovoscentrosregionaisdeexcelênciaedees-pecializaçãoemestudoseuropeus,mi-neraçãoeenergiasrenováveisereforçaairradiaçãodoscentrosexistentesatravésdebolsasdeestudoparalatino-americanosealemães.

• reforçaacooperaçãoparceiraentreuniver-sidadesalemãselatino-americanasatravésdeparceriasuniversitáriasemdisciplinasespecíficas,porexemploatravésdoServiçoAlemãodeIntercâmbioAcadêmico(DAAD).

• procuraestenderoco-financiamentodeprogramasdebolsasdeestudobilaterais.

• reforça,empaíseslatino-americanossele-cionados,ofomentodeduplosdoutoradosrealizadosemparceriacomuniversidadesalemãs,tambémcomoapoiodoDAAD.

• continuaaenvidaresforçosafavordodes-envolvimentodapesquisasobreaAméricaLatinanaAlemanha.

Casa da Ciência e Inovação Alemã em São Paulo Em São Paulo, centro científico e econô-mico do Brasil, a Casa da Ciência e Inovação Alemã coloca em foco a Alemanha como pólo de inovação e convida para uma cooperação mais intensa entre os dois países. A Casa serve como plataforma para a apresentação conjugada das organiza-ções científicas alemãs e como foro para eventos e os respectivos serviços. A implan-tação da Casa ocorre em estreita concer-tação entre nossa Câmara de Comércio e o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (dAAd). Ambos cuidam de uma estreita coordenação entre os setores da ciência e da economia.

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Portal de entrada da Univer-sidade em La Paz, Bolívia

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Unir as pessoas: divulgar a língua e a cultura alemã DesdeasviagensdeAlexandervonHumboldtao“NovoMundo”aAméricaLatinaexerceespecialpoderdeatraçãosobreosalemães.MuitosalemãeschegaramàAméricaLatinacomoempresários,trabalhadoresecolonos.Levaramnabagagemsualínguaeculturae,simultaneamente,inovaçõestécnicas.Passaram,assim,aserparteimportantedodesenvolvimentodonovoambientequeosrodeava.Osquevoltaramtrouxeramsuasimpressõesdonovomundo,enriquecendoaarteeaculturadasuaterra.AscomunidadesalemãsradicadasemváriasregiõesdaAméri-caLatinafuncionamcomoponteimportanteentreasnossasculturas.Combasenesteslaçoshistóricos,aAlemanhapretende,pormeiodesuapolíticaculturaleeducacionalexterna,modernizareaprofun-darestasrelações.Paratanto,poderárecorreratodaumarededeinstituiçõesnaAméricaLatinaque,emparte,remontamatradiçõesmaisquecentenáriasequeestãoprofunda-menteenraizadasemseuspaísesdeacolhi-mento:osInstitutosGoethe,associedadesculturais,oscolégiosalemãeseoutrasescolasparceiras,bemcomoosleitoradosdoDAADassumemumpapelessencialnapreservação,consolidaçãoenoalargamentodoslaçoscul-turaisentreaAlemanhaeaAméricaLatina.

AlínguaalemãtemumatradiçãomuitolonganaAméricaLatina.Écultivadaporimigrantesalemãesnasregiõesondeseestabelecerameensinadahámaisde150anosnasescolasalemãs.Bonsconhecimentosdalínguaalemã,cujaaprendizageméamplamentepromovidapeloscolégiosalemãesnoestrangeiro,sãoachavedointercâmbioeconômicoecientíficocomaAlemanha.Facilitamosestudosemuni-versidadesalemãsetambémproporcionammaiorsucessoprofissionalnopaísdeorigem.Nosúltimosanos,ointeressepelalínguaalemãvoltouadespertarnaAméricaLatina.UmacontribuiçãodecisivanestesentidofoiainiciativadoGovernoFederal“Asescolas:parceirosdofuturo(PASCH)”.Noâmbitodessainiciativaonúmerodeescolasqueincluemoalemãonoseucurrículoaumentousensiv-

Presença cultural da Alemanha na América Latina e no Caribe

Centros alemães 2Escolas parceiras 184das quais escolas alemãs 37Goethe-Institut 1 5Sociedades culturais alemãs 42Escritórios regionais do dAAd 2Centros de informação do dAAd 7Leitorados do dAAd em universidades 32

Fonte: Ministério Federal das Relações Exteriores

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o Ministro Federal das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, descerra a “Placa PASCH” no Colégio Visconde de Porto Seguro, São Paulo

mente.67escolasemtodaaAméricaLatinaforamconquistadas,noâmbitodainiciativa,comonovasescolasparceiras,queagoraestãoaprofundandoasuaofertadecursosdeale-mãoouintroduzindooalemãocomolínguaestrangeira.Tambémocontatocomdetermi-nadosgrupos-alvo–jovensengenheiros,porexemplo–nasuniversidadesfoiumacontri-buiçãodecisivaparaocrescenteinteressepeloidiomaalemão.OsInstitutosGoethenaregiãoincentivamdeformadecisivaointeres-sepeloidiomaalemãoatravésdasuaofertadecursosdelíngua.

o Governo Federal • trataaAméricaLatinacomoregiãopriori-

táriadapolíticaculturaleeducacionalexternadaAlemanha.

• querreforçararededasinstituiçõescultu-raisalemãsnaAméricaLatinaafimdeaprofundaroentendimentoentreaspes-soasdeambasasregiões.

• querintensificaraindamaisointeressepeloalemãocomolínguaestrangeiraatra-vésdeumaofertaaprimoradadecursosdeaperfeiçoamentoedebolsasdeestudo.

• fomentaereforça,naAméricaLatina,arededeescolasparceirasqueincluemoalemãocomolínguaestrangeiranoseucurrículo.

• queraproveitarmelhoropotencialdosalunosegressosdecolégiosalemãescomomediadoresentreaAméricaLatinaeaAlemanha.

• querconquistarumnúmeromaiordealunosegressosdecolégiosparaumcursosuperioremuniversidadesalemãs.

• reforçaaformaçãoeoaperfeiçoamentodeprofessoresdealemãonaregiãoeincen-

tivaaampliaçãodorespectivolequede cursosacadêmicos. • querdespertareincentivarmaisaindao

interessepelaAlemanha,sobretudonageraçãojovem.

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Ascomemoraçõesemtornodobicentenáriodaindependênciade10Estadoslatino-ameri-canosservemdeensejoaoGovernoFederalparafomentar,cadavezmais,projetosnoâm-bitodacooperaçãocultural.Reportando-seàlongahistóriacomum,aAlemanhaapresen-ta-se,naocasião,comopaísmoderno,líderso-bretudonaáreadasciências.ACopadoMun-dode2014eosJogosOlímpicosde2016,ambossediadospeloBrasil,sãosinalvisíveldoapreçoqueoBrasileaAméricaLatinagozamanívelinternacional.

o Governo Federal • iráacompanharefortalecer,tambémno

futuro,asrelaçõescomaAméricaLatinaatravésdeprojetosselecionadosdacooperaçãocultural.

• irárealizar,em2013,um“AnodaAlema-nha”noBrasil,juntocomparceirosdosetoreconômico,científicoecultural,afimdeapresentaraAlemanhamodernaemsuasváriasfacetas,bemcomointensificareampliarasnumerosasparceriasexistentes.

• continuaráaintensificar,sobretudoemantecipaçãoàCopadoMundoeaosJogosOlímpicos,asrelaçõesdesportivasbilate-rais;fortalecerá,assim,oelevadoprestígiodaAlemanhanasrelaçõesdesportivasinternacionais.

• conferecaráterpermanenteaprogramasdevoluntariado,como“Weltwärts”ou“Kulturweit”naAméricaLatina,noâmbitodosquaisjovensalemãesprestamumser-viçovoluntárioplurimensalnoestrangeiroemáreascomoajudaaodesenvolvimentoouintercâmbiocultural.

• transmiteespecialmenteàjuventudelatino-americana,atravésdosCentrosAle-mãesnoMéxicoenoBrasil,aimagemdeumaAlemanhamoderna,multifacetada.

• fomenta,emsentidoinverso,tambémointeressedejovensalemãespelaAméricaLatinaeapóia,comestepropósito,ativida-desorganizadasnaAlemanha,porexem-plopeloCentroFederaldeEducaçãoCívica,quedivulgamumaimagemmodernadaAméricaLatina.

Setembro de 2007: 150 anos de relações entre a Alemanha e a Argentina

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5. Estruturar de modo ativo: a política alemã para a América Latina na Europa

ApolíticaalemãparaaAméricaLatinajánãoéconcebívelsemadimensãoeuropéia.UmaparteessencialdasrelaçõesentreaAlemanhaeaAméricaLatinaconcretiza-seatualmentenoquadrodaUniãoEuropéia.Ofatodenosempenharmospelofortaleci-mentodaparceriaestratégicaentreaUEeaAméricaLatina,dando-lheumcaráterconcre-toedinâmico,correspondetantoàdensidadedoamplolequederelaçõesentreaAlemanhaeaAméricaLatinacomoaonossopesonaUEeaosnossosinteresses.NasuacontribuiçãoparaasrelaçõesentreaEuropaeaAméricaLatinaoGovernoFederalobedeceàquelasli-nhasdeorientaçãoquetambémformamaba-sedapolíticanacionalparaaAméricaLatina.

Assim,apolíticadedireitoshumanosécom-ponentefundamentaldapolíticaexternaale-mã.OGovernoFederalexige,porconseguinte,emconcordânciacomaPosiçãoComumdaUEsobreCubade1996ecomasdecisõesdoConselhodosNegóciosEstrangeirosdaUniãoEuropéia,dosanos2008e2009,tantoanívelbilateralcomoaníveleuropeu,queCubares-peiteosdireitoshumanoseliberteospresospolíticos.NoquadrododiálogoUE-Cuba,ini-ciadoem2008,aUEsublinharegularmentea

necessidadedeprogressosnotocanteàdemo-cratização,aosdireitoshumanoseàsliberda-despolíticas.Oassimchamado“ProcessoUE-ALC”formaoquadronoqualseinsereacooperaçãointerre-gional.Acooperaçãobaseia-senaparceriaes-tratégicaqueteveinícioem1999,noRiodeJa-neiro.Asrelaçõesabrangemumagrandeamplitudedetemas.Fazempartedosmesmos,entreoutros,ocomércio,acoesãosocial,ainovaçãoeatecnologia,amudançaclimáticaeaproteçãoambiental,amigração,osdirei-toshumanos,bemcomoodiálogoestrutura-dosobreotemadalutacontraasdrogas.NaCúpulaUE-ALCemMadri,emmaiode2010,foiaprovadoumPlanodeAçãoqueprevêim-pulsosconcretosparaoscamposdainovação,ciênciaepesquisa,bemcomoparaasoluçãodoproblemamundialdasdrogas,atribuindoimportânciamaioràparceriaentreasregiões.

Alémdisso,oProcessoUE-ALCéumforoparaodiálogopolíticosobrequestõesderelevân-ciaglobalqueservedebaseparaacoopera-çãonoseiodasNaçõesUnidas.AconstituiçãodaComunidadedosEstadosLatino-America-noseCaribenhos(CELAC)éensejopararefletirnovamentesobreaestruturaaconferiraosformatosemecanismosdoProcessoUE-ALC.Acordosdeassociaçãoedelivrecomércio,bemcomoparceriasentreaUEesub-regiões

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epaísessingularespossibilitamumacoopera-çãoampla,simultaneamentedirecionadaediferenciada,daUniãoEuropéiacomaAméri-caLatina.ConferemumcaráterdinâmicoàparceriaestratégicaUE-AméricaLatina,abremmercadosemambososladoseapóiamosparceiroslatino-americanosemrelaçãoaumdesenvolvimentosustentável.Alémdisso,reforçamaimportânciadaAméricaLatinanaEuropaeaimportânciadaEuropanaAméricaLatina,tambémnacompetiçãocomoutrasre-giõesepaíses.Acordossub-regionaisfavore-

cem,sobretudo,ointercâmbioeconômicoen-treosdiversospaíses.OGovernoFederalaprovaaabordagemdaUEquevisadarapoioaosesforçoslatino-americanosnosentidodeumacooperaçãoeintegraçãoregionalesub-regional.Estaabordagem,porém,nãodevebarrarocaminhodacooperaçãocombaseemacordosbilateraisoumultipartidos29.Princi-palmenteláondeosesforçosdeintegraçãochegamaseuslimitesouondeénecessáriodiferenciarentreospaísesaumentaaimpor-tânciadasrelaçõesbilaterais.

Acordos entre a UE e a América Latina e o Caribe (seleção)

Tipo Situação Tipos de acordos:

Chile A em vigor desde 2005Mercosul A em negociação

América Central A negociações concluídas em 2010 Bolívia L sondagens

Equador L sondagens

Colômbia L negociações concluídas em 2010

Peru L negociações concluídas em 2010 Comunidade Andina C assinado em 2003

Argentina C em vigor desde 1991

Brasil C em vigor desde 1995

México C em vigor desde 2000

Paraguai C em vigor desde 1991

Uruguai C em vigor desde 1994Cariforum E assinado em 2008

Fonte: Comissão Européia

A: Acordos de Associação da UE30

L: Acordos de Livre Comércio da UE31

C: Acordos de Cooperação da UE32

E: Acordos de Parceria Econômica33

A classificação tipológica dos acordos

deriva dos fundamentos jurídicos, se

bem que título e conteúdo podem

transcender o respectivo marco de

referência.

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o Governo Federal • consideraoprocessoUE-ALCcomo

impulsionadordodiálogoestratégicoentreasduasregiões.

• querpromovereinfluenciaracooperaçãoentreaUEeaAméricaLatinatambémnofuturopormeiodeatividadeseeventospróprios.

• empenha-se,noseiodaUE,porumprocedimentocoerenteeconcertadodosEstados-MembrosfaceàAméricaLatinaeaospaísesdaregião.

• darátambémmaiorênfaseacooperaçõessub-regionaise,eventualmente,bilaterais,casofaçasentidoesemabrirmãodoobjetivodacooperaçãointerregional.

• trabalhaparaarápidaconclusãoeratifica-ção,bemcomoaabrangenteaplicaçãodeacordosdeassociaçãoedelivrecomérciocompaíseseregiõesdaAméricaLatina.Apóiaativamenteaconclusãodeoutrosacordosdestanatureza.

• saúdaadecisãodeprincípiorelativaàcriaçãodeumaFundaçãoUE-ALCequerapoiá-laativamente.

A Chanceler Federal Angela Merkel, proferindo um discurso na Cúpula UE-América Latina e Caribe, em Lima

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6. Panorama futuro ApolíticaalemãparaaAméricaLatinaorien-ta-sepelosinteressesevaloresquecaracteri-zamtodaapolíticaexternaalemã.Simul-taneamente,elarespeitaasespecificidadesdosEstadoslatino-americanosecaribenhos.EntreoChileeasBahamas,oMéxicoeaAr-gentinacadaumdospaísessecaracterizaporumagrandeheterogeneidade,marcadapeladiversidadeculturalepelasdiferentesrealidadesgeográficas,econômicas,políticasesociais.Apolíticaalemãlevaemcontaestesfatorescomabordagensdiferenciadas.Existe,porém,umfundamentohistóricodeaspectoscoincidentesedelaçosculturais

queemprestamumcarátermuitoespecialàsrelaçõesdaAlemanhacomestaregião.ManteresolidificarestefundamentoéumimportanteobjetivodanossapolíticaparaaAméricaLa-tinaeoCaribe.Podemosassentar,nestecaso,emumacooperaçãoculturalecientíficacomraízesnopassadoeemcontínuocrescimento.MastambémqueremosbuscarnovasformasdecooperaçãoquefaçamjusaocrescentepesodaAméricaLatinaedoCaribenocenáriointernacional:umacooperaçãobilateral,embenefíciorecíproco,umacooperaçãomulti-lateral,emresponsabilidadepeloscidadãos,paraenfrentarmos,emconjunto,osdesafiosglobais.

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01_Estratégia de internacionalização do governo FederalA estratégia de internacionalização do Governo Federal é uma estratégia nacional e intersetorial destinada a apoiar a internacionalização da ciência e da pesquisa. São implementadas, com este propósito, entre outras, medidas que se destinam a uma melhor mobilidade de recursos humanos na área científica, à promoção da cooperação internacional por meio de programas de pesquisa e à definição de uma agenda de pesquisa acordada a nível internacional. Medidas conexas consistem na presença coordenada do setor científico alemão no estrangeiro, na informação prestada pelo setor econômico privado e pelo setor científico alemães e numa publicidade que focaliza a Alemanha como um espaço em que se concentram atividades acadêmicas, pesquisa científica e inovação.02_g20o G20 abrange países industrializados e países emer-gentes líderes, perfazendo um total de 19 Estados, acompanhados pela União Européia. dentre os países latino-americanos fazem parte do Grupo o México, o Brasil e a Argentina. Fundado em 1999 como formato dos ministros da fazenda e dos presidentes dos bancos emissores, o G20 foi uma reação à crise asiática dos anos noventa. desde o outono de 2008 o G20 reúne-se regularmente a nível de Chefes de Estado e de Go-verno. o Grupo cumpre importante papel no combate à crise econômica e financeira global.03_oCdEA organização para Cooperação e desenvolvimento Econômico foi fundada em 1961 e agrupa 31 Estados. os membros latino-americanos são o México e o Chile. os objetivos da oCdE consistem na coordenação e

definição de parâmetros para políticas econômicas nacionais e internacionais.04_medidas de mitigação e remediação das alterações climáticasA mitigação e a remediação são, junto com o financia-mento e a cooperação tecnológica, os temas centrais das negociações internacionais em matéria de pro-teção do clima. no caso da “mitigação” trata-se de reduzir as emissões globais de gases do efeito estufa prejudiciais ao clima, fixando limiares quantificados máximos de emissões pelo menos para todos os gran-des países emissores do mundo. no caso da “remedia-ção” trata-se da ajuda de países industrializados a paí-ses em desenvolvimento que sofrem dramaticamente com a mudança do clima, apoiando-os na implemen-tação de medidas de adaptação a condições de vida que resultam das alterações climáticas e que já não podem ser mudadas.05_Estratégia Européia de Segurança (EES)A Estratégia Européia de Segurança “Uma Europa segura num mundo melhor” foi aprovada em 2003 pelo Conselho Europeu em Bruxelas. Ela serve para definir a posição estratégica da União Européia após o final da Guerra Fria em 1989/1990 e os atentados de 11 de setembro de 2001. Ela forma a base para o diálogo estratégico com os nossos parceiros e a definição dos interesses comuns em matéria de segurança e, assim, para os interesses que envolvem o comércio externo da UE. Ela identifica as principais ameaças à segurança da UE, define os objetivos estratégicos, bem como os instrumentos do comércio externo da UE. A EES foi complementada em dezembro de 2008 pelo Con-selho Europeu mediante aprovação de um relatório de implementação e de declarações para reforçar as capacidades e a segurança internacional.

G L o S S á R I o

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06_Programa de Ação das nações unidas (onu) para a Prevenção, o Combate e a Erradicação do Comércio Ilícito de Armas Leves e de Pequeno Calibre (ALPC) o programa de ação das nações Unidas relativo às armas leves e de pequeno calibre foi aprovado, em julho de 2001, pela conferência da onU sobre todos os aspectos do comércio ilícito de armas leves e de pequeno calibre (“Conference on the Illicit Trade in Small Arms and Light Weapons in All Its Aspects”). Ele contém afirmações e recomendações relativas a qua-se todos os aspectos do controle de armas leves e é o ponto de partida para um grande número de iniciati-vas regionais no mundo inteiro. o objetivo é auxiliar os Estados na implementação do programa de ação e encontrar um consenso o mais amplo possível.07_medidas geradoras de Confiança e Segurança (CSbm)As primeiras medidas geradoras de confiança foram inscritas na Ata Final da Conferência para a Segurança e Cooperação na Europa (CSCE) em 1975, em Helsin-que. Seu objetivo consiste em reduzir o perigo de conflitos armados. Ao longo dos anos, as chamadas Medidas Geradoras de Confiança e Segurança (CSBM) passaram a servir, através de uma maior abertura e transparência, ao melhoramento progressivo da previsibilidade de questões militares. Hoje o chama-do acervo CSBM da organização para a Segurança e Cooperação na Europa (oSCE) consiste numa série de documentos que, via de regra, são politicamente vinculativos. Formam uma abrangente regulamenta-ção para o intercâmbio obrigatório e a supervisão de informações militares.08_Estratégia da uE de Luta contra a droga (2005-2012)A estratégia da UE de Luta contra a droga (2005-2012) define o quadro atual, adotado pela UE para um perí-odo de 8 anos, que regula o procedimento na área da prevenção, da redução do cultivo e do tráfico de dro-

gas. A estratégia serve de base para a elaboração dos planos de ação quadrienais de luta contra a droga da UE, atualmente para o período de 2009 a 2012.09_mecanismo de Coordenação e Cooperação uE-América Latina e Caribe (uE-ALC) em matéria de luta contra a drogao Mecanismo de Coordenação e Cooperação UE-ALC em matéria de luta contra a droga é um diálogo regu-lar da UE com Estados terceiros, neste caso com países da América Latina e do Caribe, sobre o tema drogas e é travado, em parte, a alto nível e, normalmente, a nível de peritos.10_diálogo estruturado uE-ALC sobre migraçõeso diálogo estruturado UE-ALC sobre migrações prevê a realização de um amplo diálogo sobre os aspectos da política de migração entre a UE e os Estados da América Latina e do Caribe. A base do diálogo é a declaração da Cúpula de Lima, de maio de 2007, bem como um documento de base conjunto (“Basis for Structuring the EU-LAC dialogue on Migration”), de junho de 2009.11_gestão de recursos hídricosA gestão de recursos hídricos tem por objetivo uma economia sustentável da água, de modo a maximizar o seu aproveitamento econômico e social. 12_Cooperação triangularAs cooperações triangulares são projetos de coope-ração planejados, financiados e realizados conjunta-mente por um país industrializado, um país emergente e um país em desenvolvimento. Além do objetivo de que o país em desenvolvimento usufrua do trabalho conjunto, estas cooperações contribuem, antes de mais nada, para promover a aprendizagem recíproca e o diálogo mútuo entre país emergente e política de desenvolvimento alemã. devido às mudanças ge-opolíticas e, sobretudo, à crescente importância de países emergentes como o Brasil, a China e a Índia, o significado das cooperações triangulares passou a ser cada vez maior.

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13_metas de desenvolvimento do milênio (mdms)189 Chefes de Estado e de Governo adotaram, no qua-dro das nações Unidas (onU), no ano 2000, a declara-ção do Milênio, comprometendo-se a atingir objetivos comuns de caráter vinculativo. daí foram deduzidas, em 2001, oito Metas de desenvolvimento do Milênio (Millennium development Goals, MdGs). Incluem a redução, para a metade, da pobreza absoluta e da fome, a educação primária para todos, a promoção da igualdade entre os sexos, a redução da mortalidade em dois terços, e, das crianças menores de 5 anos, a redução da mortalidade materna em três quartos, o combate à propagação do HIV/AIdS, da malária e de outras epidemias, a compatibilidade ambiental dos processos de desenvolvimento, bem como a definição de uma parceria global para o desenvolvimento. A declaração do Milênio e os MdMs constituem atu-almente o referencial internacional mais importante para a política de desenvolvimento e a salvaguarda global do futuro.14_g8Fazem parte do G8 a Alemanha, a França, a Grã-Bretanha, a Itália, o Japão, o Canadá, a Rússia e os Estados Unidos da América. Além disso, também está representada a Comissão Européia. os Chefes de Estado e de Governo do Grupo encontram-se, desde a sua fundação em 1975, em reuniões de cúpula anuais. os temas tratados são a política econômica global, a política externa, a política de segurança e a política de desenvolvimento bem como a política climática e ambiental.15_Alterações do uso do soloPor “alterações do uso do solo” entendem-se as mu-danças na maneira de tratar as florestas e os solos. Faz parte das mesmas, por exemplo, a transformação de áreas florestais em áreas agrícolas. o tema é de gran-de relevância para as negociações climáticas interna-cionais, uma vez que os solos e as florestas provocam, por um lado, emissões de gases do efeito estufa mas

também absorvem dióxido de carbono, reduzindo, assim, a quantidade de gases do efeito estufa na atmosfera.16_Iniciativa para a Proteção Climática e AmbientalCom a Iniciativa para a Proteção Climática e Ambiental (IKLU) o Ministério Federal da Cooperação Econômica e do desenvolvimento (BMZ) financia, prioritariamente em países avançados e países emergentes, investimen-tos relevantes para o clima. o objetivo consiste em des-tinar, no período de 2008 a 2011, cerca de 2,4 bilhões de euros a projetos suscetíveis de rápida execução.17_Sistemas de mobilidade eficientes em consumo de energiao fomento de sistemas de mobilidade eficientes em consumo de energia abrange tanto a ampliação de determinadas redes de transporte, como o transporte ferroviário, o transporte rodoviário e o transporte urbano, como também a interconexão sistemática e inteligente entre estas redes. deverão ser favorecidos, no caso, também o lançamento de novas tecnologias no mercado e um comportamento sustentável em ter-mos de mobilidade. Assim, o consumo de energia po-derá ser reduzido e os efeitos prejudiciais sobre o meio ambiente, a saúde e o clima poderão ser mitigados.18_Iniciativa Internacional de Proteção do Clima (IKI)desde o início do ano 2000, o Ministério Federal do Meio Ambiente (BMU) dispõe de recursos orçamentais adicionais resultantes do leilão de certificados de re-dução de emissões e destinados à implementação de uma iniciativa de proteção do clima. o objetivo é ex-plorar de forma rentável os potenciais existentes para reduzir as emissões e para incentivar a implementação de projetos-modelo na área da proteção do clima. São fomentadas, concretamente, medidas de proteção do clima para aumentar a eficiência energética e reforçar o uso de energias renováveis. A Iniciativa Internacional de Proteção do Clima apóia, além disso, nos países em

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desenvolvimento e nos países emergentes, medidas de remediação das alterações climáticas e medidas de proteção da variedade de espécies, relevante para o clima.19_ofensiva da Economia Externa do governo FederalA ofensiva da economia externa, lançada em 2010, au-xilia o setor privado alemão a sair revigorado da crise econômica e financeira. A tarefa-chave da política econômica externa, no caso, consiste em facultar as melhores condições-quadro e em garantir que a livre concorrência e o comércio se desenvolvam, dentro do possível, sem entraves. Fazem parte da ofensiva da economia externa as medidas de apoio e as medidas conexas destinadas às empresas alemãs no estrangei-ro, a utilização de todos os instrumentos existentes no âmbito da promoção da economia externa, a desburocratização e a definição do quadro da política econômica externa. 20_global CompactA Global Compact das nações Unidas, instituída no ano 2000 por Kofi Annan, o então Secretário-Geral da onU, é atualmente a maior e mais importante rede em matéria de responsabilidade social das empresas. As empresas participantes assumem a obrigação de executar dez princípios inscritos nas áreas direitos humanos, normas laborais, proteção ambiental e luta contra a corrupção.21_Agência Internacional para as Energias renováveis (IrEnA)A Agência Internacional para as Energias Renováveis (IREnA) foi fundada em janeiro de 2009 por iniciativa da Alemanha. o Tratado IREnA já foi assinado por mais de 140 Estados e entrará em vigor, depois de ser rati-ficado por 25 Estados, em julho de 2010. o centro da atividade da IREnA será a consultoria prestada aos Estados-membros no campo da criação e ampliação de condições-quadro políticas no domínio das ener-gias renováveis. Além disso, a Agência presta apoio

em áreas como a transferência de tecnologia e conhe-cimentos e a aquisição de competências.22_mecanismo de desenvolvimento Limpo (mdL)o Mecanismo de desenvolvimento Limpo (MdL) (Clean development Mechanism, CdM) das nações Unidas permite que projetos em países em desenvolvi-mento que sirvam para reduzir ou extinguir a emissão de poluentes, além de gerar desenvolvimento, possam obter Certificados de Redução de Emissões. Estes cer-tificados podem ser comercializados e vendidos por empresas, sendo utilizados por países industrializados para atingir as reduções de emissões que subscreve-ram no âmbito do Protocolo de Quioto.23_Parcerias público-privadas As parcerias público-privadas com a indústria desig-nam a interação entre Estado e economia privada na realização de projetos que revelam uma utilidade que é do interesse público, sendo, simultaneamente, do in-teresse das empresas participantes. o Estado e as em-presas repartem os custos e participam da execução de projetos, dividindo oportunidades e riscos. desta maneira são mobilizadas adicionalmente contribui-ções do setor privado para processos e objetivos polí-ticos. As empresas lucram na medida em que recebem apoio para ter acesso a mercados novos. Simultanea-mente é fomentada, por exemplo, a transferência de tecnologias modernas para a América Latina.24_Iniciativa de Transparência das Indústrias Extrativas (ITIE)A Iniciativa de Transparência das Indústrias Extrativas (Extractive Industries Transparency Initiative, EITI) luta por uma maior transparência dos fluxos monetários em conexão com as riquezas do solo, a fim de reduzir a corrupção em países ricos em matérias-primas. A iniciativa foi lançada na Conferência Mundial sobre o desenvolvimento Sustentável em Joanesburgo, em 2002. o Governo Federal é membro do conselho fiscal global da ITIE e apóia a iniciativa em termos políticos e financeiros.

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25_questões sanitárias e fitossanitáriasAs questões sanitárias e fitossanitárias dizem respeito ao Acordo sobre a Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da organização Mundial do Comércio. Estas medidas incluem a proteção da vida e da saúde das pessoas e dos animais e a proteção vegetal diante de perigos resultantes da introdução, do estabele-cimento ou da propagação de parasitas, doenças, organismos que transmitam ou provoquem doenças ou diante de perigos resultantes de aditivos, sujidades, toxinas ou organismos contaminantes em produtos alimentares, bebidas ou alimentos para animais. 26_Estratégia High TechA Estratégia High Tech é uma estratégia nacional e intersetorial que deverá conduzir a Alemanha ao topo mundial dos mais importantes mercados do futuro. A Estratégia High Tech visa o acesso a mercados líderes, o fortalecimento da cooperação entre ciência e eco-nomia e o melhoramento das condições-quadro para a implementação de resultados de pesquisa orientados para a aplicação prática.27_Pacto para a Pesquisa e a Inovação (PPI)Como organização de apoio à pesquisa, o Pacto para a Pesquisa e a Inovação (PPI) auxilia e fortalece as orga-nizações científicas e os institutos de pesquisa fomen-tados conjuntamente pela Federação e pelos estados federados. o Governo Federal e os governos estaduais conferem segurança financeira ao planejamento das organizações e aumentam, num mínimo de três por cento, os fundos anuais atribuídos, respectivamente, até o ano de 2010. As organizações, por sua vez, au-mentam a qualidade, a eficiência e o desempenho de suas atividades de pesquisa e desenvolvimento.28_Iniciativa de Excelênciao objetivo acordado, em 2005, entre a Federação e os estados federados consiste em fomentar, nas escolas superiores, uma inovadora pesquisa de ponta para que as universidades e instituições de pesquisa se tornem visíveis e competitivas a nível internacional.

As escolas superiores deverão igualmente ser melhor estruturadas como centros de formação para jovens cientistas, sendo capacitadas a exercer maior atração sobre estudantes e cientistas excelentes da Alemanha e do estrangeiro.29_Acordos multipartidários da uETrata-se de acordos formalmente autônomos e de conteúdo praticamente idêntico, que a UE conclui simultaneamente com determinados Estados indivi-duais. Pretende assim, sublinhar a interrelação entre os mesmos sobretudo a nível de associações regionais.30_Acordos de associação da uEos acordos de associação da UE ao abrigo do artigo 217 do Tratado sobre o Funcionamento da União Européia (Tratado de Lisboa) referem-se à cooperação abran-gente com um ou mais países terceiros ou com uma ou mais organizações internacionais, com os quais são acordados direitos e deveres recíprocos, procedimen-tos conjuntos e processos específicos.31_Acordos de livre comércio da uEos acordos de livre comércio da UE são acordos bila-terais da UE ao abrigo do artigo 207 e 218 do Tratado sobre o Funcionamento da União Européia (Tratado de Lisboa) na área das trocas comerciais. Trata-se de acordos obrigatoriamente conformes às regras da organização Mundial do Comércio (oMC).32_Acordos de cooperação da uE os acordos de cooperação da UE ao abrigo do artigo 207 e dos artigos 209 e 352 do Tratado sobre o Funcio-namento da União Européia (Tratado de Lisboa) insti-tuem uma parceria em questões políticas e relevantes em matéria de segurança, através do diálogo político e de uma liberalização progressiva do comércio, com vistas à criação de uma zona de livre comércio. 33_Acordos de parceria econômica A negociação de acordos de parceria econômica (APE) ficou decidida ao abrigo do Acordo de Parceria (Acor-do de Cotonou) entre a Comunidade Européia e os Estados da áfrica, do Caribe e do Pacífico (ACP), assina-

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Imagens

vario images: títuloRussell Gordon/das Fotoarchiv: título Walter G. Allgoewer/JoKER: título

Ministério Federal das Relações Exteriores: título, páginas 28/64

BPA (departamento de Imprensa e Informação do Governo Federal):Reinecke/BPA: página 10Bergmann/BPA: página 56

Fototeca:Thomas Imo: página 8 Thomas Trutschel: páginas 17/52Thomas Köhler: páginas 20/32

Florian Kopp: páginas 12/29gmp International: página 41Christian nusch/VISUM: página 40Colégio Humboldt, São Paulo: página 46Linear/das Fotoarchiv: página 50natascha Senftleben/dpa: página 53

do no ano 2000. o Acordo prevê uma revisão da políti-ca entre a UE e os Estados ACP na área da cooperação econômica e comercial, com o propósito de buscar uma base para as relações comerciais que esteja em consonância com as regras da organização Mundial do Comércio (oMC). os APE estabelecem uma corre-lação entre aspectos da política do desenvolvimento e aspectos da política comercial. deverão ser suprimi-dos os entraves ao comércio e a cooperação regional deverá ser reforçada.

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Concepção e Realização

organizado pelo Ministério Federal das Relações Exterioresdivisão Relações Públicas Alemanha (607) Werderscher Markt 1, 10117 Berlin Tel.: +49 30 5000-0 Fax: +49 30 5000- 34 02 www.auswaertiges-amt.de [email protected]

Em colaboração com o:Ministério Federal do InteriorMinistério Federal da JustiçaMinistério Federal da FazendaMinistério Federal da Economia e TecnologiaMinistério Federal do Trabalho e dos Assuntos SociaisMinistério Federal da Alimentação, Agricultura e Proteção dos ConsumidoresMinistério Federal da defesaMinistério Federal da Família, Terceira Idade, Mulher e JuventudeMinistério Federal da SaúdeMinistério Federal dos Transportes, Construção e desenvolvimento UrbanoMinistério Federal do Meio Ambiente, Proteção da natureza e Segurança nuclearMinistério Federal da Educação e PesquisaMinistério Federal da Cooperação Econômica e do desenvolvimento

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