a agência internacional de energia atômica

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................ 2 2 DESENVOLVIMENTO ....................................... 3 2.1 O que é a AIEA / Histórico .......................... 3 2.2. Estrutura de funcionamento / Departamentos e orçamentos ......................................................... 4 2.3. Funções e forma de ação..............................6 3. CONCLUSÃO ............................................ 9 4. REFERÊNCIAS .......................................... 10

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descrição das ações realizadas pela Agência internacional de energia atômica.

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Page 1: A Agência Internacional de Energia Atômica

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 2

2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................. 3

2.1 O que é a AIEA / Histórico ....................................................................... 3

2.2. Estrutura de funcionamento / Departamentos e orçamentos ............. 4

2.3. Funções e forma de ação........................................................................ .6

3. CONCLUSÃO .............................................................................................. 9

4. REFERÊNCIAS ............................................................................................ 10

Page 2: A Agência Internacional de Energia Atômica

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INTRODUÇÃO

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), uma organização

internacional da família da ONU, é responsável por coordenar e auxiliar os países no

desenvolvimento de seus programas nucleares para uso seguro e pacífico da

energia atômica, além de ajudar a assegurar o uso da tecnologia nuclear para o

desenvolvimento sustentável. É função da Agência, monitorar e verificar a

observância dos Estados às obrigações para com a não proliferação de armamentos

nucleares, através de acordos e tratados internacionais, buscando assegurar que

materiais e instalações nucleares não sejam utilizados para fins militares.

A pesquisa divide-se necessariamente em duas partes: uma parte mais

empírica, onde abordaremos o histórico/o que é a AIEA, objetivos da agência,

estrutura de funcionamento, departamentos e orçamento. Por fim, faremos um

estudo de caso acerca de um acontecimento histórico em que houve uma

participação da organização internacional como mediadora para solução do

problema.

Page 3: A Agência Internacional de Energia Atômica

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 O que é a AIEA / Histórico

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) é uma organização

internacional autônoma, com relações diretas com a ONU (Organização das Nações

Unidas). É voltada para o uso seguro e pacífico da energia atômica. Ela foi

estabelecida em 29 de julho de 1957. A agência é responsável por coordenar e

auxiliar os países no desenvolvimento de seus programas nucleares mediante suas

solicitações.

Logo após o fim da Segunda Grande Guerra - em 1945, iniciou o período da

Guerra Fria e com isso a conhecida corrida armamentista. Nessa corrida, os Estados

Unidos saíra na frente, pois já na Segunda Guerra Mundial, em 1939, Albert Einstein

- o criador da formula nuclear, escreveu uma carta ao presidente dos Estados

Unidos (Franklin Roosevelt) temendo que sua fórmula, da bomba atômica, chegasse

à mão dos Soviéticos antes mesmo que os EUA as possuíssem. Então, em 1942

foram redobrados os investimentos dos norte-americanos em tecnologias nucleares

com o “Projeto Manhattan”. Em 1943 os Soviéticos já tinham o conhecimento do

projeto americano e também fizeram grandes investimentos para desenvolver sua

bomba atômica.

Em 1945 é lançada a primeira bomba atômica dos EUA em solo japonês,

causando grandes estragos. Essa bomba ficou conhecida como Hiroshima e

Nagasaki, o mesmo nome das cidades atingidas. Com a repercussão e os estragos

visíveis a essas cidades, os Soviéticos intensificam suas pesquisas e, alguns anos

depois - em 29 de agosto de 1949, a União Soviética também testa sua primeira

bomba com sucesso e é dada a largada na corrida armamentista

Neste período, surgiu uma crescente onda de desconfiança no sistema

internacional, o medo da disseminação de energia nuclear para fins bélicos e suas

possíveis conseqüências no globo terrestre. Este assunto foi pauta principal da

recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU), que fez sua primeira reunião

em dezembro de 1945 a fim de discutir as conseqüências provenientes da

descoberta de energia atômica. Através da primeira Comissão de Energia Atômica

Page 4: A Agência Internacional de Energia Atômica

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das Nações Unidas, em 29 de julho 1957, foi fundada a Agência Internacional de

Energia Atômica (AIEA).

2.2. Estrutura de funcionamento / Departamentos e orçamentos

A Comissão de Energia Atômica tem como objetivo principal orientar as

atividades relacionadas com essa forma de energia no sentido da paz, da saúde e

da prosperidade mundial promovendo o uso seguro e pacífico da energia atômica e

ajudando a assegurar o uso da tecnologia nuclear para o desenvolvimento

sustentável. A atual coordenação da Agência é feita por um Diretor Geral, apoiado

por seus escritórios, gerencia o organismo internacional juntamente com seis

departamentos, que executam os planos de ação da AIEA, sendo eles:

Departamento de Ciência Nuclear e Aplicações, Departamento de Energia Nuclear,

Departamento de Segurança Nuclear e Departamento de Salvaguardas e

Cooperação Técnica. (SINUS, 2014).

A AIEA tem a sua sede em Viena (Áustria), além disso, tem ligações

operacionais e escritórios regionais que se encontram espalhados por Genebra,

Nova York, Toronto e Tóquio. Atualmente, são membros da Agência Internacional de

Energia Atômica 138 países. Fazem parte da OI, a maioria dos países integrantes

da ONU. Representantes de cada estado se encontram anualmente para uma

Conferência Geral onde elegem 35 membros para o Conselho de Governadores -

cinco vezes por ano, preparando as decisões que serão ratificadas pela Conferência

Geral (49ª). Contudo, poderão se reunir sempre que julgarem necessário.

A Conferência Geral é composta por todos os países-membros da AIEA que

se reúnem para debater assuntos, como: fornecer recomendações tanto aos países-

membros quanto ao Conselho de Governadores, eleger parte dos membros deste,

discutir os poderes e funções dos demais órgãos da AIEA, aprovar admissões de

novos membros e suspender privilégios de outros, aprovar orçamento e aprovar

nomeação do Diretor Geral e o chefe da Agência, sendo o cargo mais alto dentro da

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organização. Ele é nomeado pelo Conselho dos Governadores, com aprovação da

Conferência Geral, para um mandato de quatro anos.

Contrário ao desejo soviético, a AIEA responde para a Assembleia Geral e

não ao Conselho de Segurança, onde todos os países com poder de veto são

assumidamente potências nucleares, dessa forma a Agência opera de forma menos

política e mais eficaz. Seu orçamento provém de doações e da verba regular

definida pela Conferência Geral, que é determinada anualmente, sendo ela

destinada à pesquisa nuclear com fins pacíficos, ao fundo técnico e ao

desenvolvimento de energia de forma segura. (AIEA, 2014).

O feito mais memorável da Agência Internacional de Energia Atômica foi a

criação do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) em 1970, onde os países que

ainda não possuíam armas nucleares não o fariam, e os que possuíam se

comprometeriam a diminuir sua quantidade. Esse Tratado é frequentemente

atualizado devido ao seu não cumprimento, e a cada cinco anos são realizadas

conferências para averiguar sua efetividade.

A Energia Atômica hoje é de fundamental importância por ser um dos

métodos mais limpos de produção de energia, ficando atrás apenas da Energia

Solar. Como provém de materiais químicos sua fonte é praticamente infinita, além

disso, não agrava o efeito estufa por não produzir gazes tóxicos e seu transporte é

considerado mais seguro, se o feito de forma correta, comparado ao de gás e óleo.

Sua importância é ressaltada pela ONU (2014):

Hoje, 439 reatores de energia nuclear produzem, aproximadamente,

16% da eletricidade mundial. Em nove países, mais de 40% da energia

provem da energia nuclear. A AIEA, uma organização internacional da

família da ONU, promove o uso seguro e pacífico da energia atômica e

ajuda a assegurar o uso da tecnologia nuclear para o desenvolvimento

sustentável.

Page 6: A Agência Internacional de Energia Atômica

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2.3. Funções e forma de ação

Tendo em vista as principais funções e formas de ações da organização, sua

principal função é coordenar e auxiliar os Estados no desenvolvimento de seus

programas nucleares através de suas necessidades. A agência também tem como

papel fundamental monitorar e verificar o cumprimento das obrigações dos Estados

com a não proliferação de armas nucleares, perante acordos e tratados

internacionais, garantindo que esses materiais e instalações nucleares sejam

utilizados para fins pacíficos e não militares.

Além de fiscalizar todos os países a organização possui um programa de

cooperação técnica em que auxilia e promove acordos de cooperação entre os

Estados, também foca na infraestrutura de segurança, no desenvolvimento

econômico e social de cada nação e na sustentabilidade dos mesmos. Para alcançar

um bom resultado em suas ações, o programa de cooperação técnica da Agência

engloba projetos regionais e inter-regionais, que tem como principal objetivo

desenvolver e aprimorar as peculiaridades de cada país ou região. Ela também

dividiu as regiões para cooperação técnica em: África Ásia e Pacífico; América

Latina e Europa. A Agência busca também incentivar acordos de cooperação

regional entre seus Estados membros reafirmando a importância dessas

cooperações para o fortalecimento da segurança nas bases nucleares, no transporte

e no descarte de materiais radioativos. Além disso, a Agência atua no

gerenciamento de crises decorrentes de acidentes relacionados à energia nuclear,

como o acidente ocorrido na Usina Nuclear de Fukushima, na província de

Fukushima Daiichi, no Japão, ocorrido em 15 de março de 2011 por decorrência de

um terremoto seguido de tsunami que arrasou a costa japonesa foi o pior acidente

nuclear desde Chernobyl, em 1984. Com o tsunami, a usina de Fukushima entrou

em colapso e os reatores 1,2 e 3 superaqueceram e explodiram, lançando dezenas

de toneladas de material altamente radioativo na atmosfera e no mar. Imediatamente

as autoridades japonesas iniciaram o processo de reparo da usina. Porém, este não

era um trabalho fácil.

Page 7: A Agência Internacional de Energia Atômica

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Neste caso em específico, a AIEA atuou de maneira a colaborar com as autoridades

locais na medição, acompanhamento e no envio de técnicos especializados para

ajudar na contenção do material radioativo. Seguindo os procedimentos de

segurança, os técnicos japoneses e estrangeiros conseguiram, aos poucos,

controlar o vazamento de radiação.

As diretrizes de segurança adotadas pela AIEA e repassadas às autoridades

japonesas foram seguidas de maneira exemplar pelos japoneses, que não

demoraram muito para evacuar a área próxima à região da usina. Um raio de 50 KM

teve de ser completamente evacuado, pois a “nuvem” de radiação avançou sobre a

área. Logo após a explosão dos reatores, foi necessário esfriar o interior destes, que

estavam muito quentes. Os técnicos começaram a despejar água do mar nos

reatores, pois ela é mais efetiva no resfriamento dos núcleos fundidos por conter

mais sais minerais que a água doce, além de a usina estar próxima ao oceano, o

que garantia acesso fácil a água salgada.

Entretanto, a água radioativa que saia dos reatores acabou escorrendo para o mar,

contaminando o oceano na região. Ambientalistas e a AIEA estavam preocupados

com a situação da vida marinha e com a contaminação do solo. A solução proposta

foi armazenar a água radioativa em contêineres e numa piscina que ficava no

subsolo da central nuclear. Tal solução era apenas paliativa, pois os reservatórios

logo estariam no limite de armazenamento, o que levaria os técnicos ao mesmo

problema: o que fazer com a água altamente radioativa? Em março de 2014, 3 anos

após o desastre, Yukia Amano, diretor-geral da AIEA apoiou o governo de seu país

a despejar um pouco da água no mar após trata-la. Seria um “vazamento

controlado”, apenas para aliviar um pouco os contêineres.

O destino da Central Nuclear de Fukushima foi sua desativação e completa

desmontagem, a qual demorará cerca de 30 anos, de acordo com a própria AIEA,

para ser concluída. Ainda em 2014, os moradores começaram a voltar para cidades

próximas à usina, num aceno do povo japonês de que a vida poderia, aos poucos,

voltar ao normal.

Page 8: A Agência Internacional de Energia Atômica

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Num âmbito nacional durante a construção de uma planta comercial de

enriquecimento de urânio na cidade de Resende, Rio de Janeiro, especulações

acerca da possibilidade de o Brasil estar desenvolvendo bombas nucleares

começaram a surgir. Incialmente, houve certa resistência por parte do Brasil em

permitir que os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA –

realizassem visitas às instalações da usina, por temer que os segredos relacionados

à tecnologia nacional fossem revelados. Segundo o Governo brasileiro, a planta

destina-se exclusivamente a enriquecer urânio a teores abaixo de 5% para alimentar

as usinas de Angra I e Angra II, ambas localizadas no Rio de Janeiro. (ITAMARATY,

2004).

A polêmica foi levantada quando o governo começou a dificultar as visitas da AIEA a

certas áreas da usina, o que levantou suspeitas de que algo estava sendo escondido

dos inspetores. O governo continuou afirmando que apenas estava protegendo os

segredos tecnológicos nacionais e que esta medida era dotada em todo o mundo e

que simplesmente estava negociando os termos da visita, através do qual seriam

definidos limites para proteger a tecnologia brasileira e saciar a necessidade de

dados dos inspetores. (VALOR ECONÔMICO, 2004).

As negociações avançaram até que em 2004 foi fechado o acordo de verificação de

salvaguardas da Usina de Resende. Mohamed El Baradei – então diretor-geral da

AIEA – realizou a inspeção juntamente com técnicos da Agência e divulgaram um

relatório 30 dias depois, no qual afirmou-se não existir qualquer irregularidade na

usina brasileira. (EBC, 2007).

Page 9: A Agência Internacional de Energia Atômica

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CONCLUSÃO

Com a crescente utilização da energia nuclear e o aumento da circulação de

materiais nucleares, é necessário garantir a segurança no uso e transporte destes.

Países desenvolvidos e que não possuem recursos naturais abundantes para gerar

energia elétrica suficiente para suprir a necessidade interna, acabam investido em

matrizes alternativas de produção energética, sendo a principal a matriz nuclear.

Este aumento na produção de equipamentos e usinas acaba trazendo consigo a

necessidade de controle e gerenciamento das capacidades nucleares por parte das

nações que dispõe de tal tecnologia, justamente para garantir a segurança da

população e do meio-ambiente.

Para tanto, a cooperação é necessária, inclusive para o aperfeiçoamento das

tecnologias existentes na atualidade. Este é o papel da AIEA – Agência Internacional

de Energia Atômica, que trabalha para viabilizar canais de conferência e assistência

à comunidade internacional no que se refere à energia nuclear de qualquer

natureza. Tal Agência procura, através de suas normas e regulamentações, oferecer

parâmetros seguros para o manejo de aparatos radioativos, atuando também na

assistência e colaboração em desastres nucleares, como o já citado caso da Usina

Nuclear de Fukushima, na província de Fukushima Daichii no Japão, ocorrido em

março de 2011 após um tsunami.

Entretanto, as ações da AIEA somente serão eficazes na manutenção da

segurança nuclear caso os Estados colaborem entre si na prevenção de acidentes e

auxílio no desenvolvimento de novas tecnologias com o intuito de espantar as

preocupações acerca do uso de armas e instalações de natureza nuclear.

Page 10: A Agência Internacional de Energia Atômica

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Referências Bibliográficas:

Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) – Guia de Estudos. Disponível em: <http://sinus.org.br/2014/wp-content/uploads/2013/11/AIEA-Guia-Online.pdf>. Acesso em 03/11/2014.

Guia de Estudos – Agência Internacional de Energia Atômica. SOI – Simulação de Organizações Internacionais. Disponível em: <http://www.soi.org.br/upload/6fe63f29cc025beb79528c650bb0aa201356598f22e110bd44db364fdaeea45c.pdf>. Acesso em 03/11/2014.

The "Atoms for Peace" Agency – About Iaea. International Atomic Energy Agency. Disponível em: < http://www.iaea.org/about/about-iaea>. Acesso em 03/11/2014.

A ONU e a energia atômica. ONU. Disponível em: < http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-em-acao/a-onu-e-a-energia-atomica/>. Acesso em 03/11/2014.

Diretor da AIEA visita indústria nuclear em Resende quinta-feira. Agência Brasil.

Disponível em: < http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2007-12-04/diretor-

da-aiea-visita-industria-nuclear-em-resende-quinta-feira >. Acesso em 04/11/2014.

País retoma negociação sobre inspeção nuclear. Valor Econômico (adaptação

Senado). Disponível em:

<http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/452114/noticia.htm?

sequence=1>. Acesso em 04/11/2014.

Programa Nuclear Brasileiro - Nota à imprensa nº 137. ITAMARATY. Disponível

em: <http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/2004/04/05/

programa-nuclear-brasileiro/print-nota >. Acesso em 04/11/2014.

Parecer da AIEA sobre fábrica em Resende 'sai em até 30 dias'. BBC Brasil.

Disponível em:

<http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2004/10/041020_uranio2rg.shtm

l>. Acesso em 04/11/2014.