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ISSN 1518-0948 Mãos que fazem a ABEn (detalhe) Alessandro Amaral IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO Nº 9912152106 ECT/DR/DF ABEn - Assoc. Bras. de Enf. ACF CONIC - STO: 10900586 A ABEn na formulação e acompanhamento das políticas de saúde A ABEn na gestão 2004-2007 e, especialmente, neste ano deu passos significativos na sua agenda pelo desenvolvimento de protagonismo da enfermagem nas políticas de saúde; atuando no campo das lutas pela qualificação da formação de profissionais de enfermagem/ saúde, da produção do conhecimento em saúde, da gestão e do controle social no SUS. Para construir coletivamente as proposições da enfermagem de forma ascendente e contemplando as questões micro e macro; a ABEn trabalhou a articulação entre as pautas dos seus eventos nacionais desde a 68ª Semana Brasileira de Enfermagem (SBEn), realizada em todo o Brasil; o 14º Seminário Nacional de Pesquisa em Enferma- gem (SENPE), realizado em Florianópolis/SC; a programação de enfermagem na 59ª Reunião da SBPC (Belém/PA; e o I Seminário Nacional de Diretrizes para a Enferma- gem na Atenção Básica (I SENABS), em Natal/RN; assim como a sua articulação com eventos de parceiros como o IV Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, promovido pela ABRASCO, em Salvador/BA); também integrou a comissão organizadora, de comunicação e de coordenação da relatoria da 13ª CNS e está iniciando em 3 de dezembro deste ano, em Brasília/DF, o 59º Congresso Brasileiro de Enferma- gem (CBEn), à luz do tema “A Integralidade e a Enfermagem na construção da competên- cia coletiva para o cuidar em saúde”. A ABEn manteve sua atuação nos espaços institucionais constituídos legalmente pa- ra formular diretrizes para as políticas de saúde em conjunto com a FNE, especialmente o Conselho Nacional de Saúde (CNS), e na formulação, nos debates e lutas pela criação e implantação da Comissão Interministerial de Gestão da Educação em Saúde (CIGES) e da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS), integran- do oficialmente a última como membro titular nomeada interministerialmente pelos ministros da saúde e educação. A CNRMS já está em plena atividade na regulamentação da residência multiprofissional e das residências uniprofissionais e do processo de certi- ficação. Como membro da CIRH/CNS, a ABEn está atuando no grupo-tarefa para limpar a pauta nos prazos apertados de uma grande quantidade de processos no aguardo de emissão de parecer pelo CNS. Foi fundamental a atuação política da ABEn nos espaços específicos da profissão dos Fóruns Nacionais de Escolas de Enfermagem, Pesquisadores e de Editores de Enferma- gem, Fórum Nacional de Entidades de Enfermagem (FNEEnf); além do coletivo da saúde, como o Fórum Nacional de Entidades de Trabalhadores de Saúde (FENTAS), Fórum Nacional de Entidades de Ensino da Profissões de Saúde (FNEPAS), e no Fórum em Defesa da Reforma Sanitária. Nos espaços de Redes como a Unida, dos Conselhos de Saúde e plenária de conselhos estadual e nacional e no Controle Social no SUS. Para fortalecer o protagonismo da ABEn nesses espaços políticos em relação às po- líticas de saúde, o CONABEn aprovou o I Seminário Nacional de Diretrizes para a En- fermagem na Atenção Básica (I SENABS) como estratégia da sua agenda política para qualificar a participação técnica e política da enfermagem considerando a necessidade e prioridade da inversão do modelo de atenção à saúde. A experiência da ABEn e da FNE no controle social no SUS (conselhos de saúde e conferências nas esferas municipais, estaduais e nacional) é uma mão de dupla via como espaço de qualificação do protagonismo da enfermagem na perspectiva de uma prática cidadã, comprometida com a saúde de todas e todos os brasileiros, desenvolvendo o potencial de trabalho da enfermagem na atenção, educação, pesquisa, assistência e no campo político. Nesta dupla edição do jornal ABEn, na qual reunimos dois números num único vo- lume, a gestão atual da Associação Brasileira de Enfermagem, que tive a honra de pre- sidir durante dois mandatos consecutivos, despede-se fazendo algumas pontuações na perspectiva de um balanço da gestão. Agradecemos a todos os parceiros que nos auxiliaram nesta trajetória e renovamos o convite para continuarem a apoiar a ABEn na próxima gestão, a ser presidida por Ma- ria Goretti David Lopes, a quem desejamos êxito no caminho a percorrer de 2007 a 2010. Agradecemos também aos associados da ABEn e aos dirigentes das seções e re- gionais pelo relevante trabalho realizado em uma construção ascendente – do município ao plano federal – de fundamental importância para a saúde da população brasileira. Francisca Valda da Silva Presidenta da ABEn Nacional

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Page 1: A ABEn na formulação e acompanhamento das políticas de saúde · ntes do I SENABS vínhamos conversando sobre a possibilidade da composição de uma Rede de ato-res/enfermeiros,

ISS

N 1

518-

0948

Mãos que fazem a ABEn(detalhe) Alessandro Amaral

IMPRESSO ESPECIALCONTRATO Nº 9912152106

ECT/DR/DFABEn - Assoc. Bras. de Enf.

ACF CONIC - STO:10900586

A ABEn na formulação eacompanhamento das políticas de saúdeA ABEn na gestão 2004-2007 e, especialmente, neste ano deu passos significativos na suaagenda pelo desenvolvimento de protagonismo da enfermagem nas políticas de saúde;atuando no campo das lutas pela qualificação da formação de profissionais de enfermagem/saúde, da produção do conhecimento em saúde, da gestão e do controle social no SUS.

Para construir coletivamente as proposições da enfermagem de forma ascendentee contemplando as questões micro e macro; a ABEn trabalhou a articulação entre aspautas dos seus eventos nacionais desde a 68ª Semana Brasileira de Enfermagem(SBEn), realizada em todo o Brasil; o 14º Seminário Nacional de Pesquisa em Enferma-gem (SENPE), realizado em Florianópolis/SC; a programação de enfermagem na 59ªReunião da SBPC (Belém/PA; e o I Seminário Nacional de Diretrizes para a Enferma-gem na Atenção Básica (I SENABS), em Natal/RN; assim como a sua articulação comeventos de parceiros como o IV Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanasem Saúde, promovido pela ABRASCO, em Salvador/BA); também integrou a comissãoorganizadora, de comunicação e de coordenação da relatoria da 13ª CNS e está iniciandoem 3 de dezembro deste ano, em Brasília/DF, o 59º Congresso Brasileiro de Enferma-gem (CBEn), à luz do tema “A Integralidade e a Enfermagem na construção da competên-cia coletiva para o cuidar em saúde”.

A ABEn manteve sua atuação nos espaços institucionais constituídos legalmente pa-ra formular diretrizes para as políticas de saúde em conjunto com a FNE, especialmenteo Conselho Nacional de Saúde (CNS), e na formulação, nos debates e lutas pela criaçãoe implantação da Comissão Interministerial de Gestão da Educação em Saúde (CIGES)e da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS), integran-do oficialmente a última como membro titular nomeada interministerialmente pelosministros da saúde e educação. A CNRMS já está em plena atividade na regulamentaçãoda residência multiprofissional e das residências uniprofissionais e do processo de certi-ficação. Como membro da CIRH/CNS, a ABEn está atuando no grupo-tarefa paralimpar a pauta nos prazos apertados de uma grande quantidade de processos no aguardode emissão de parecer pelo CNS.

Foi fundamental a atuação política da ABEn nos espaços específicos da profissão dosFóruns Nacionais de Escolas de Enfermagem, Pesquisadores e de Editores de Enferma-gem, Fórum Nacional de Entidades de Enfermagem (FNEEnf); além do coletivo dasaúde, como o Fórum Nacional de Entidades de Trabalhadores de Saúde (FENTAS),Fórum Nacional de Entidades de Ensino da Profissões de Saúde (FNEPAS), e no Fórumem Defesa da Reforma Sanitária. Nos espaços de Redes como a Unida, dos Conselhosde Saúde e plenária de conselhos estadual e nacional e no Controle Social no SUS.

Para fortalecer o protagonismo da ABEn nesses espaços políticos em relação às po-líticas de saúde, o CONABEn aprovou o I Seminário Nacional de Diretrizes para a En-fermagem na Atenção Básica (I SENABS) como estratégia da sua agenda política paraqualificar a participação técnica e política da enfermagem considerando a necessidadee prioridade da inversão do modelo de atenção à saúde.

A experiência da ABEn e da FNE no controle social no SUS (conselhos de saúde econferências nas esferas municipais, estaduais e nacional) é uma mão de dupla via comoespaço de qualificação do protagonismo da enfermagem na perspectiva de uma práticacidadã, comprometida com a saúde de todas e todos os brasileiros, desenvolvendo opotencial de trabalho da enfermagem na atenção, educação, pesquisa, assistência e nocampo político.

Nesta dupla edição do jornal ABEn, na qual reunimos dois números num único vo-lume, a gestão atual da Associação Brasileira de Enfermagem, que tive a honra de pre-sidir durante dois mandatos consecutivos, despede-se fazendo algumas pontuações naperspectiva de um balanço da gestão.

Agradecemos a todos os parceiros que nos auxiliaram nesta trajetória e renovamoso convite para continuarem a apoiar a ABEn na próxima gestão, a ser presidida por Ma-ria Goretti David Lopes, a quem desejamos êxito no caminho a percorrer de 2007 a2010. Agradecemos também aos associados da ABEn e aos dirigentes das seções e re-gionais pelo relevante trabalho realizado em uma construção ascendente – do municípioao plano federal – de fundamental importância para a saúde da população brasileira.

Francisca Valda da SilvaPresidenta da ABEn Nacional

Page 2: A ABEn na formulação e acompanhamento das políticas de saúde · ntes do I SENABS vínhamos conversando sobre a possibilidade da composição de uma Rede de ato-res/enfermeiros,

E X P E D I E N T EDiretoria da ABEnPresidenta: Francisca Valda da SilvaVice-presidenta: Ivete Santos BarretoSecretária Geral: Tereza Garcia BragaPrimeira Secretária: Ana Lígia Cumming e SilvaPrimeira Tesoureira: Fidélia Vasconcelos de LimaSegunda Tesoureira: Jussara Gue MartiniDiretor de Assuntos Profissionais: FranciscoRosemiro Guimarães Ximenes Neto

Coordenação editorial e gráfica: UNAFone: (84) 9988-2812E-mail: [email protected] responsável: Marize CastroDiagramação e arte-final: Alessandro Amaral

SGAN Quadra 603 Avenida L2 NorteConjunto B Asa Norte CEP 70.830-030Brasília DF - Fone (61) 225.4473 - Fax 226.0653E-mail [email protected] www.abennacional.org.br

Diretor de Publicações e Comunicação Social: IsabelCristina Kowal Olm CunhaDiretora Científico e Cultural: Maria Emília de OliveiraDiretora de Educação: Carmen Elizabeth KalinowskiDiretora do Centro de Estudos e Pesquisas emEnfermagem: Josete Luzia LeiteMembros do Conselho Fiscal: Marta de Fátima Lima,José Rocha e Nilton Vieira do Amaral

ABEn - jun.ago.set./out.nov.dez 20072

ABEn - Jornal da Associação Brasileira de Enfermagem - Brasília/DF Ano 49.3/.4

Conselho editorial: Diretoria Nacional da ABEn

P a v i l h ã o

SENABS: transformação e construçãode novas redes que se tecem

Alexandre RamosEnfermeiro-Sanitarista

Coordenador de Gestão e ProjetosDAB/SAIS/SES-Bahia

ntes do I SENABS vínhamos conversando sobre apossibilidade da composição de uma Rede de ato-res/enfermeiros, sujeitos de diferentes projetos,processos, cenários e situações. No último e-mail

enviado o diálogo se ampliou no coletivo da ABEn. Reto-mo nesse momento nosso diálogo, bastante reflexivo apóso seminário.

Se Foucault um dia disse que o século XX seria deleuzi-ano. Digo agora: “O SENABS foi deleuziano!”. Nunca serefletiu tanto sobre a imagem-objetiva (inspirado no pro-fessor Ruben Matos) de um conceito, concepção, açãopráxica realizado pelo conjunto de sujeitos implicadosno saber, fazer e poder-fazer em saúde.

A Enfermagem é Ciência? Ou Arte? Fico aqui com oestado da Arte (inspirado na professora Cristina Melo)para a Enfermagem que é capaz de trazer todos os anosmilhares de novos sujeitos militantes ao mundo do traba-lho, porém nos fica a reflexão: mas que trabalho é esse?Quais são nossas lutas comuns na Enfermagem e na SaúdeColetiva?

Num espaço de planos micropolíticos e redes queconformam um novo rizoma a cada momento de encontroe transformação práxica na educação, no cuidado e nagestão (inspirado no professor Túlio Franco). Este mesmo,que nos trouxe as diferentes cenas no interior do processode trabalho das equipes de saúde, na qual a enfermagem– sujeito coletivo – arrisco afirmar, que muitas vezes cons-trói-produz seu espaço pautado nadivisão social e não na divisão técnica detrabalho, reproduzindo um certo pro-cesso de opressão, tal qual, um dia já foi(e por que não dizer, é) refém. Comoarticular novos sujeitos coletivos impli-cados com as lutas da Enfermagem, como Sistema Único de Saúde e com a defesada vida individual e coletiva.

Continuo minha inquietação trazen-do então, a necessidade de pensarmoscenários e tendências (inspirado na pro-fessora Maria Auxiliadora CórdovaChristófaro, a quem chamamos carinho-

samente de Dora) para percebermos que somente comuma análise política, social e filosófica da Enfermagempoderemos construir um projeto, capaz de sistematizar eminimizar as incertezas, para assim construir possibilida-des na definição de uma estratégia razoável, onde necessa-riamente precisaremos transformar a dimensão individuale individualista “imposta” em nossas escolas, por uma ver-dadeiramente comprometida social, política e ideologica-mente com a vida.

O SENABS foi um espaço bastante vivo, em ato, desco-brimos a polissemia e a polifonia da Atenção Básica, mastambém o potencial incrível na transformação e constru-ção de novas redes (sujeitos, grupos, coletivos e tambémdas instituições, entidades, organizações) que se tecem.Ainda poderia ter sido mais potencializado, porém ficamaprendizagens para o próximo momento. E a convocaçãoa todos que não participaram para virem a luta e se soma-ram aos que estiveram presentes!

Conversei com muitos profissionais e estudantes, en-gajados em lutas as mais diversas, todos com uma grandeexpectativa. Senti uma outra energia para diálogo e acredi-to que este é um momento bastante singular para nós(sujeitos, grupos ou coletivos comprometidos com a En-fermagem Brasileira), esta latência pode nos permitir fazeruma aproximação e propiciar um novo diálogo com ascompreensões da Enfermagem na sociedade que vive-mos.

Saí do SENABS acreditando aindamais na Enfermagem e na ABEn que“Sonha com um novo Brasil, construídopor uma nova Enfermagem!”.

Meus sinceros cumprimentos à ges-tão que termina (2004-2007) e meusvotos de muita força e serenidade a quese inicia (2007-2010).

Maria Auxiliadora Christófaro,presidenta da ABEn Nacional,Gestão 1992-1995

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ABEn - jun.ago.set./out.nov.dez 2007 3

JULHO

2 de julho – Despachos da secretaria, 59ª SBPC, 1ºSENABS, acompanhamento da execução de contratosde serviços;

3 de julho – Reunião com jornalista para a produçãodo jornal da ABEn, edição 49.2;

4 de julho – Reunião da Comissão Organizadora da13ª CNS;

5 de julho – Reunião com a Comissão Executiva do1º SENABS para discutir o item dos convidados e odo financiamento;

7 e 8 de julho – Oficina para fechar as programaçõescientífica e especiais: metodologia, convidados, etc;

10 de julho – Reunião do FENTAS e reunião com osfuncionários da ABEn;

11 e 12 de julho – Reunião do CNS;

13 e 14 de julho – Participação como debatedora emmesa-redonda sobre “Residência Multiprofissional eo desafio da interiorização”, na programação científicada 59ª Reunião Anual da SBPC em Belém-PA;

15 a 18 de julho – Participação como debatedora emMR sobre Regulação do Trabalho e da Educação:distribuição de RH e a eqüidade em saúde no VIICongresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanasem Saúde, em Salvador-BA;

17 de julho – Participação em reunião do FNEPAS;

18 de julho – Participação em reunião sobreFundação Estatal e na reunião do ConselhoConsultivo da Rede Unida;

23 e 24 de julho – Reunião do FNEPAS com aSGTES-MS na pauta avaliação do projeto decooperação com o MS na Educação eDesenvolvimento no SUS e articulação com as novasproposições para as políticas de educação e emseguida oficina de acompanhamento da agenda deoficinas regionais e planejamento;

24 de julho – Reunião com a Coordenação de Açõesde Ensino Superior do DEGES sobre a Rede MAESe a proposta da universalização da capacitação no PSFatravés de Curso de Especialização a Distância;

30 e 31 de julho – Despachos de correspondênciaspara o MS, FEPPEn, OPAS, CONASS, CONASEMS,SVS.

AGOSTO

2 de agosto – Reunião da Comissão Organizadora da13ª CNS;

3 de agosto – Agenda administrativa da ABEn e reuniãocom representantes da OPAS para atualizar agendade cooperação em torno de projetos;

6 e 7 de agosto – Seminário de Modalidades de Gestãono SUS;

12 a 14 de agosto – II Encontro de Ética em Pesquisa(ENCEP), promovido pela CONEP/CNS,em SP;

15 de agosto – Reunião com a 1ª tesoureira noacompanhamento da gestão compartilhada daspendências administrativas das seções e regionais;

17 de agosto – Reunião da Comissão de Relatoria da13ª CNS;

20 de agosto – Agenda administrativa da ABEn ereunião com a assessoria jurídica;

21 de agosto – 8ª Reunião da Comissão Organizadorada 13ª CNS;

22 de agosto – Reunião extraordinária do CNS; edespacho de correspondências para os Ministros doTrabalho, da Saúde e para Parlamentares;

23 de agosto – Conferencista no I CongressoNacional de Fisioterapia na Saúde Coletiva sobre oTema Integralidade na formação e na atenção: desafiospara uma saúde ao alcance de todos;

24 de agosto – Participação na reunião da CIRH/CNS na pauta emissão de parecer em três processosde reconhecimento e um de autorização e elaboraçãode agenda da CIRH para 2007;

28 de agosto - Reunião da Comissão de Relatoria da13ª CNS;

29 de agosto – Instalação da CNRMS e 1ª reunião dareferida comissão;

29 a 31 de agosto – Participação no Seminário SobreSaúde e Gênero promovido pela CISMU/CNS comorelatora e coordenadora dda mesa-redonda “OsPactos pela saúde: Limites e possibilidade para a saúdeda mulher”;

SETEMBRO

3 de setembro – Debatedora em mesa-redonda sobre“O desfio da Educação na Saúde Coletiva”, no 1ºSINPESC , promovido pela EEUSP;

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ABEn - jun.ago.set./out.nov.dez 20074

I

5 de setembro – Reunião da Comissão de Relatoriada 13ª CNS;

11 de setembro – Participação na reunião doFENTAS;

12 e 13 de setembro – Participação na reuniãoordinária do CNS;

14 de setembro – Reunião na ABEn-RJ;

19 de setembro – Eleição da ABEn Gestão 2007-2010;

21 de setembro – Reunião da 9ª reunião da ComissãoOrganizadora da 13ª CNS;

25 e 26 de setembro – Reunião da Força Tarefa paraanálise e emissão de parecer em 27 processos dereconhecimento e autorização para submeter ao CNSe ao MEC;

27 de setembro – Reunião da Comissão de Relatoriada 13ª CNS.

OUTUBRO

4 e 5 de outubro – Despachos do expediente internoda ABEn: correspondências e encaminhamentosoperacionais; preparação de proposições para asreuniões conselho geral da FEPPEN; levantamentobibliográfico e sistematização de artigo e apresentaçãopara em power point o 12º Congresso Panamericanoda FEPPEn;

9 a 13 de outubro – Participação nas reuniões doconselho geral da FEPPEn e em painel sobreCondições Sociolaborais na América Latina, no 12ºCongresso Panamericano da FEPPEn;

17 de outubro – Participação em reunião com adiretoria da ABEn-SP para elaborar agendaemergencial;

18 de outubro – Participação na reunião da Comissãode Relatoria da 13ª CNS;

29 de outubro a 2 de novembro – Participação naoficina de sistematização dos relatórios dasconferências estaduais de saúde como membro dacomissão de relatoria da 13ª CNS; participação nareunião da comissão organizadora da 13ª CNS;participação em duas reuniões com a comissãoorganizadora do 59º CBEn, revisão geral de todas assubcomissões e elaboração das últimas providênciaspara o congresso.

NOVEMBRO

6 e 7 de novembro – Produção de matérias para ojornal 49.2 e 49.3 e gerenciamento do recebimentode matérias pautadas; elaboração de editorial para aREBEn; sistematização do relatório anual dasatividades da presidente da ABEn de agosto de 2006a julho de 2007;

8 e 9 de novembro – Levantamento bibliográficopara sistematização de artigo e organização deapresentação em power point sobre o tema Ética emTele-enfermagem;

8 a 10 de novembro – Participação como debatedoraem mesa-redonda sobre Ética em Tele-Enfermagemno Congresso Brasileiro de Ética em Tele-Saúde noRJ;

11 e 13 de novembro – Participação na reunião da176ª ordinária do CNS; participação em reunião doFENTAS;

14 de novembro – Participação na reunião dacomissão de relatoria da 13ª CNS;

14 a 19 de novembro – Participação como relatorada 13ª CNS;

19 de novembro – Participação na 3ª reuniãoordinária da CNRMS, em Brasília;

20 a 23 de novembro – Produção de material para ojornal 49.4; despacho e encaminhamentosoperacionais da agenda política;

27 de novembro – Reuniões da ABEn ROD, CENE,CENRE-3, CONABEn.

DEZEMBRO

1 e 2 de dezembro – AND s extraordinárias porocasião do 59º CBEn;

2 e 3 de dezembro – Participação na coordenação da3ª AND ordinária gestão 2004-2007;

3 a 7 de dezembro – Participação nas atividadesoficiais da ABEn; sessão de abertura e participaçãoem mesa da programação científica; sessões especiaisda ABEn e sessão de encerramento do 59º CBEn;

7 de dezembro – Reunião ordinária do CONABEn;

8 de dezembro – Reunião Ordinária de diretoria depassagem do cargo.

Foto: Acervo ABEn Nacional

A ABEn Nacional, através da suapresidenta, presente no XII Congresso

Pan-Americano de Enfermagem

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ABEn - jun.ago.set./out.nov.dez 2007 5

Não houve eleiçõesNão houve eleições

Não houve eleições

Não houve eleiçõesEleição para chapa estadual pendente

Não houve eleições

Não houve eleiçõesNão houve eleições

Não houvel eleição para chapa estadualNão houve eleições

Não houve eleições

Não houve eleições

Não houve eleições

Resultado Final das Eleições ABEn 2007A Comissão Especial de Eleição Nacional (CEENa),constituídaatravés da Portaria nº 006/2006 (de 29/11/2006),considerando o que determina o Artigo 43 – Seção II – CapítuloIII – Título IV – do Regimento Especial de Eleição 2007, eCalendário Eleitoral 2007, provados na 53ª Reunião Ordináriado Conselho Nacional da ABEn (CONABEn) – Gestão 2004/2007:

1º. Divulga o Resultado Final das Eleições ABEn 2007 -(quadro abaixo), a partir dos votos apurados e aprovados; e,2º. Informa que o prazo para recurso dos resultados daapuração de votos referentes ao pleito eleitoral ABEn 2007será até 19 de outubro de 2007.

Âmbito

NACIONALSeção ALSeção APSeção AMSeção BAReg. Feira de SantanaSeção CESeção DFSeção ESSeção GOSeção MA

Seção MTSeção MSSeção MGReg. ItajubáReg. UberabaSeção PASeção PBSeção PRReg. CascavelReg. LondrinaReg. MaringáSeção PESeção PISeção RJReg. NiteróiReg. Volta RedondaSeção RNReg. MossoróSeção RSReg. Caxias do SulReg. Rio GrandeReg. Santa MariaSeção ROSeção SCSeção SPReg. AraraquaraRegional CampinasReg. Ribeirão PretoRegional S. J. Rio PretoReg. SantosRegional TaubatéSeção SESeção TO

Chapa

Participe

Enfermagem – Conquistar e ValorizarSempre ABEnMobilizar para AvançarParticipação, Compromisso e ÉticaParticipe ABEn-DFUnidade: Serviço e FormaçãoChapa ÚnicaChapa 1 – Integração e Fortalecimento da EnfermagemParticipar na ABEn para Fortalecer a Enfermagem

ABEn AtuanteChapa únicaChapa únicaChapa únicaAdministração 2007 - 2010 = ParticipeABEn no Rumo CertoParticipe ParanáReavivarFaçABEnChapa única

ABEn – Visibilidade e AçãoAmpliando a ParticipaçãoChapa únicaAVANCEnNovo ContextoReconceituar Participação

União

Reconceituação

Fênix

Renascer

Chapa únicaContinuar Lutando

VotosVálidos

911

196017408615293215

22431411292677199

17

1331329648

34

18

96

49

15

1423

Brancos69

----5---1

-1---17---

3--1-3--

3

-

-

--

Nulos13

-2--3---1

----

-----

1-----1-

1

-

-

--

Total

993

196217409415293217

22441411292784199

17

1371329658

37

18

100

49

15

1423

Balanço Patrimonial Encerrado em Setembro de 2007 - BALANCO PARA PUBLICAÇÃO

Sônia Maria AlvesCoordenadora

A T I V O

Ativo circulanteDisponivelCreditos realizaveis

Ativo permanente

Total ativo

397.213.23356.498,60

40.714,63

3.479.926,13

3.877.139,36

P A S S I V O

Passivo circulantePatrimonio socialSuperavit acumuladoSuperavit- exer. Em cursoDeficit do exercicio

Total passivo

42.729,11

3.743.969.59292.145,39

(201.704,73)

3.877.139,36

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ABEn - jun.ago.set./out.nov.dez 20076

I n f o r m e s

AS MULHERES (ENFERMEIRAS)DISCUTEM O BRASIL

A II Conferência Nacional de Políticas para asMulheres, organizada pelo Conselho Nacionaldos Direitos da Mulher, Secretaria Especial dePolíticas para as Mulheres e o Governo Federal,aconteceu em Brasília, de 17 a 20 de agosto,reunindo representantes da sociedade civil edo governo para analisar e discutir a situaçãoatual da população feminina e a consecução doPlano Nacional de Políticas para as Mulherescom programas e metas nas áreas da promoçãoda autonomia e da igualdade no mundo do tra-balho; da educação; saúde, direitos sexuais ereprodutivos; enfrentamento à violência, e aparticipação nos espaços do poder.

Tendo aproximadamente 3.000 delegadas,a II CNPM contou com a presença do presiden-te Lula, ministros de Estado, especialmente asministras Nilcéa Freire, Dilma Roussef, MarinaSilva, Marta Suplicy e Matilde Ribeiro e inú-meras outras autoridades do Executivo e doParlamento, com destaca para Luiza Erundinae Jandira Feghali. Está disponível na página webda SPM (http://www.spmulheres.gov.br) fo-tos e moções aprovadas na Conferência.

Entre tantas lideranças do movimento demulheres e feminista encontravam-se Enfer-meiras de vários estados da federação que con-tribuíram principalmente nas discussões do di-reito à saúde, do aborto legal e seguro, da eli-minação de todas as formas de violência contraa mulher, da valorização do trabalho femininoe da participação das mulheres na política.

Por três dias de trabalho a II CNPM sistema-tizou as propostas advindas das conferências es-taduais e deliberou sobre as prioridades para aimplementação do Plano Nacional de Políticaspara as Mulheres, com propostas que avançamna transversalidade de gênero nas ações gover-

namentais e reafirmam o compromisso da ges-tão pública e da sociedade civil com a eliminaçãoda desigualdade entre homens e mulheres, nabusca da justiça social e da democracia.

A ABEn se compromete em tão logo sejapublicado o Relatório Final da II CNPM darampla divulgação para seus associados, acompa-nhar o desenvolvimento do PNPM, ampliar adebate sobre gênero, raça e etnia no âmbitoda Entidade e dos eventos promovidos e a conti-nuar lutando pelos direitos das índias, negras,lésbicas, idosas, jovens, deficientes, ciganas,profissionais do sexo, rurais, urbanas, enfim detodas as mulheres. (Maria Goretti David Lopes.Vice-presidente da ABEn-PR. Conselheira Estadual daMulher do Paraná. Coordenadora da I ConferênciaMunicipal de Políticas para as Mulheres de Curitiba.Delegada da II CNPM)

Encontro de estudantes deliberafortalecer a identidade da enfermagemcomo profissão de luta social

O 30º Encontro Nacional dos Estudantes de En-fermagem, realizado no Rio de Janeiro, em 4de agosto de 2007, resultou, entre outras, nasseguintes deliberações:1) Acompanhar as discussões com os movi-

mentos sociais que tem representação noconselho nacional de saúde a partir de umaarticulação com os mesmos;

2) Incentivar a inserção dos DAs e CAs nosmovimentos sociais na perspectiva de dis-cussão de controle social;

3) Estimular o Movimento Estudantil de En-fermagem a participar dos Conselhos Mu-nicipais e locais de saúde;

4) Coordenação de educação popular e exten-são estimulará criação de extensão no cur-so de enfermagem na perspectiva da edu-cação popular em saúde.

5) Investimento na semana de calouros paraapresentar o movimento, problematizandoa saúde atual, ampliando a proposta paraas universidades privadas;

6) Realização de grupos de discussão, semanade enfermagem, semana de calouros inte-grada, para aprofundar o diálogo, aproxi-mar a relação discente/ docente, conscien-tizando para luta social;

7) Fortalecer a identidade da enfermagemcomo profissão de luta social;

8) Criar uma pauta de Saúde no FENEX parafortalecer a articulação;

9) Posicionamento contra as fundações de di-reito privado e as estatais de direito priva-do;

10) Participar de encontros de outras executi-vas, para fortalecer a discussão sobre saú-de;

11) Incentivar o Controle Social através da or-ganização das bases;

12) Utilizar o conselho para adquirir informa-ções antecipando a luta na organização dabase;

13) Fomentar criação de fóruns nas escolas deenfermagem pelos DAs e CAs e feito rela-tórios repassando para executiva;

14) Criação de um calendário de eventos quedebata sobre controle social com outrasescolas de saúde;

15) Produção de uma cartilha pela coordenaçãode saúde da ENEEnf sobre analise de con-juntura da saúde (Controle social, forma-ção em saúde e SUS);

16) Realização de um seminário com os movi-mentos sociais de saúde inicialmente, eexecutivas da saúde para construir camposde articulação da saúde;

17) Levar enquanto executiva o debate sobrea saúde no FENEX e outros espaços de luta;

18) Construir o diálogo com os sindicatos quesão do setor saúde;

19) Que a ENEEnf participe de estágios devivência e se possível construa (EIV eJORNEXU);

20) Mobilizar universidades particulares paraa luta através de formação política;

21) Articular com outras executivas de cursose movimentos sociais na perspectiva daconstrução de um campo de saúde;

22) Que a ENEEnf compareça a 13ª conferên-cia nacional de saúde;

Estudantes de enfermagem em sala de aula

Enfermeira integrante do Sistema Único de Saúde

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I n f o r m e s

23) Reafirmar a saúde como direito e instru-mento de luta,

Conselho Nacional de Saúde realiza o IIEncontro de Comitês de Ética emPesquisa

O CNS promoveu através da Comissão Nacio-nal de Ética em Pesquisa (CONEP/CNS) reu-niões regionais para divulgação e discussão dapauta do II Encontro Nacional de CEPs comoetapa preparatória do encontro nacional.

O evento trabalhou como tema Os avan-ços, qualificação e desafios do SistemaCEP/CONEP foram questões debatidas no IIEncontro Nacional de Comitês de Ética emPesquisa, dias 12, 13 e 14 de agosto, em SãoPaulo/SP na Conferência Magna: Controle socialna ética em pesquisas com seres humanos e em trêseixos temáticos: O Sistema CEPs/CONEP –avanço em construção; Qualificação e fortalecimentodo Sistema CEPs/CONEP; e Desafios para o SistemaCEPs/CONEP.

A polêmica girou em torno dos critériospara o credenciamento e recredenciamento dosCEPs sendo aprovado pelos grupos de trabalhoa revisão da resolução do CNS que dispõe so-bre o assunto.

A ABEn participou do evento através da suapresidenta, Francisca Valda da Silva, na relatoriae coordenação de plenária.

Ex-presidenta do COREN/SP morre emSão Paulo

A enfermeira e professora Maria Lúcia Pimen-tel de Assis Moura, ex-presidenta do COREN/SP, faleceu no mês de novembro, em São Paulo.

A ABEn lamenta essa perda e reconhece aimportância de Maria Lúcia Pimentel de Assisno cenário da enfermagem brasileira.

ABEn participa do Seminário Nacionaldos Hospitais Universitários

A ABEn Nacional, representada pela enfer-meira Simone Peruzzo (presidenta da ABEn-PR), esteve presente na cerimônia de aberturae na primeira mesa de trabalhos como deba-tedora no Seminário Nacional dos HospitaisUniversitários, organizado pela FASUBRA eMinistério da Educação (MEC), realizado nasdependências da Confederação dos Trabalhado-

res na Indústria, em Brasília- DF, nos dias 29 e30 de outubro de 2007.

O evento buscou provocar uma reflexão so-bre os hospitais universitários, sua concepção,papel, missão em consonância com as finalidadesde ensino, pesquisa e extensão. A ABEn junta-mente com a FASUBRA, ANDIFES e o MECdeclararam que até o presente momento o de-bate sobre a temática não foi concluído juntoaos seus pares e conseqüentemente nenhumaposição está firmada com relação ao melhormodelo de gestão para as instituições HUs.

A representante da ABEn foi enfática ao afir-mar que todo e qualquer tipo de mudança norelacionamento com esses hospitais ficará preju-dicada caso não seja definido o financiamentodos mesmos por parte dos ministérios da saúde,educação e ciência e tecnologia. Salientou a lutados movimentos sociais, até o momento semsucesso, para a aprovação da regulamentaçãoda Emenda Constitucional 29 e ponderou a uti-lização do imposto criado para ser aplicado naárea da saúde, a CPMF, destinar-se a todo oconjunto das ações sociais de governo.

Importante salientar o número expressivode Enfermeiros/as no Seminário que ao se ma-nifestarem reforçaram as inúmeras dificuldadesvivenciadas pelos hospitais universitários naárea de recursos humanos, espaço físico, abaste-cimento, entre outras. As colegas reafirmaramque o núcleo dessa discussão é o financiamentoe temem que mudanças nas relações com osHUs aumentem o conflito com os envolvidosem prejuízo à população assistida. Para refletir!

O Seminário ao final reafirmou a Missãoque “Os hospitais universitários, os hospitais

de ensino e os centros de saúde escolas tempor missão gerar, sistematizar e socializar oconhecimento e o saber, produzidos na área desaúde e áreas afins, através de ensino, pesquisae extensão, servindo de campo moderno e dinâ-mico de promoção da assistência e de excelên-cia à saúde do cidadão, integrando-se às políticaspúblicas de saúde e formando profissionais ecidadãos capazes de construir uma sociedadejusta e igualitária” e como Papel “a práticade ensino, pesquisa e extensão, indo desde apromoção junto às coletividades até as unidadesambulatoriais e hospitalares”, acolhendo as ati-vidades curriculares de todas as profissões dasaúde.

O Seminário também indica a necessidadede controle social representativo de todosos atores, através de conselhos gestores nestasunidades acadêmicas e os critérios para acomposição do financiamento para oshospitais universitários e unidades de ensinoteórico-prático, entre o MEC, o MS e o MCT.Apresenta ainda propostas para o modelo degestão pública destas unidades, tendo comobalizador o controle social.

Dia Mundial de Luta Contra a Aids:ABEn conclama seus associados

A Associação Brasileira de Enfermagem, in-tegrada na luta política pelo benefício da saú-de da população brasileira, solidariza-se comas ONGs AIDS e conclama seus associados aparticiparem das diversas manifestações queocorrerão no país em 1º dezembro de 2007, Dia Mundial de Luta Contra a Aids.

Devemos lembrar que a Tuberculose é aprincipal co-infecção associada à AIDS, e adoença oportunista de maior impacto empessoas vivendo com HIV/AIDS.

Simone Peruzzo representou a ABEn noSeminário Nacional dos Hospitais Universitários

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C A R T A D A B A H I A58º Congresso Brasileiro de Enfermagem

Cuidado de Enfermagem: Autonomiae regulação do trabalho em saúde. Comeste tema central, o 58 Congresso Brasileirode Enfermagem promoveu discussões entreos dias 6 e 9 de novembro de 2006 em buscade respostas para muitas das grandes questõesque emergem do tema e que determinam aprática profissional.

Mas quais as perguntas e respostas essen-ciais para direcionar a prática das profissõesda enfermagem no Brasil de hoje?

Preocupada com uma reflexão que setraduza em práxis, a Associação Brasileira deEnfermagem (ABEn) e as(os) congressistasdemonstram como nos inquieta o contextoatual onde se insere nossas práticas profissio-nais e nossa ação cidadã.

Com o tema deste Congresso, o cuidado,a autonomia e a regulação do trabalho emer-gem como conceitos que precisam ser defini-dos e compreendidos pelos profissionais deenfermagem para que possam cumprir suafinalidade de iluminar o que se faz. Mas seriamestes os conceitos essenciais? As discussõesparecem indicar alguns elementos funda-mentais nesta direção.

O primeiro deles é indagar se estamosfazendo as perguntas certas para esclarecer as

nossas inquietações. A primeira das perguntas:qual conceito de saúde assumir? Um conceitopolítico? Técnico? Ou ambos? O que é a saúdeda qual falamos? Um processo de adaptação?Uma reação autônoma e culturalmente mol-dada? A habilidade de adaptar-se aos ambien-tes mutáveis? A capacidade de recomeçar?Um direito de todos e dever do Estado? Ouum recurso para a vida cotidiana e não umobjetivo em si do viver, dado nossa condiçãohumana de sermos simultaneamente doentese sãos?

Cuidar é um ato que prestamos a nós pró-prios, desde que adquirimos nossa autonomia,mas também é um ato de reciprocidade quesomos levados a prestar às outras pessoas,temporária ou definitivamente, quando estas nãopodem assumir as suas necessidades vitais, porinsuficiência, diminuição ou perda de autonomia.

E quanto ao cuidado de enfermagem? Esteé parte do cuidado em saúde, compreendidocomo uma ação coletiva realizada por diferen-tes profissionais, onde as pessoas que são cui-dadas, também são sujeitos deste cuidado deque se necessita em um determinado mo-mento da vida.

Compreende-se que os cuidados deenfermagem se baseiam nas normas que

presidem a saúde e com as quais se confun-dem, porque são da mesma natureza e diri-gem-se às pessoas saudáveis ou aos doentes,nos ensinou Florence Nigthingale há mais deum século. Mas, e o cuidado exercido comoprática profissional numa sociedade desigual?E o cuidado exercido predominantementeem um processo de trabalho organizado e hie-raquizado e demarcado por uma profunda efragmentada divisão social e técnica? As dis-cussões neste evento indicam transformaçõesque desestruturam esse modelo tradicionalde organização do trabalho na saúde e em en-fermagem.

Compreendemos que cuidar é manter avida garantindo a satisfação de um conjuntode necessidades indispensáveis e que sãodiversificadas na sua manifestação. Velar, cuidar,tomar conta representa um conjunto de atosque têm por finalidade manter a vida dos seresvivos. O cuidado, portanto, não é um mo-mento de consumo eventual ou episódico,mas deve ser percebido como parte integran-te da afirmação dos fins que se almejam alcan-çar no modo de viver das pessoas, de acordocom sua autonomia e seus direitos de pessoa,nos reiterou Roberto Passos Nogueira du-rante este evento.

Solenidade de aberturado 58º Congresso

Brasileiro deEnfermagem, em

Salvador/BA,novembro de 2006

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A pessoa não é, portanto, objeto portadorda doença, mas se constitui na finalidade emsi mesma do cuidado. Este cuidado não adqui-re, senão a partir da pessoa cuidada, aquiloque é. O cuidado não tem sentido senão emrelação com a realidade e o contexto externoe interno da pessoa de quem se cuida, isto é,em relação à maneira como vive, e dentre ou-tras coisas, como vive a sua saúde e a suadoença.

Mas, ao cuidar nos deparamos com umasituação dialética entre a proteção e a opressãodo outro, como nos indica a reflexão deLeonardo Boff. E qual é o caminho escolhidopor nós? Uma prática de cuidado regidapredominantemente pela técnica, pelasnormas das organizações de saúde, pelasrotinas de enfermagem, pelo sistema deprotocolos de sistematização da prática? Ouuma prática de cuidados que expresse amística cósmica da compaixão e da solidarie-dade para com todos os outros, não importasua condição social, política, racial, étnica,religiosa? Somos capazes de uma aliança emdefesa da teia da vida entre aqueles que cuida-mos e de nós os que cuidam? Somos capazes,como nos disse Maria Júlia Paes, de amar oque fazemos e cuidar com amor daquele queé diferente de nós?

Para tanto precisamos aprofundar o nossoconhecimento sobre o processo de cuidar deoutros em todas as direções. Isso nospermitirá cuidar melhor, nos permitirá cuidarpara confrontar num dado contexto, e possi-velmente cuidar para emancipar quem cuidae quem é cuidado.

Precisamos compreender também que ocuidado é um poder intrínseco para quemcuida e uma latente possibilidade de sub-versão. Por quê? Cuidar é um poder conce-dido e muitas vezes não sabido por quem écuidado. Por isso o cuidar traz em si umalatente possibilidade de subversão, porqueexiste em potência neste ato uma possibili-dade de aliança entre quem cuida e quem écuidado. Esta aliança, se praticada, poderáromper a determinação normativa dasorganizações de saúde.

O cuidado de enfermagem pode ser umpoder libertador na medida em que elepermite às pessoas que dele necessitam utilizaro poder que eles próprios têm. Na medidaem que restitua ou aumente o poder de cadacomo uma pessoa única e de autonomia.

O cuidado em enfermagem pode servirpara emancipar se quem cuida reconhece osaber próprio das pessoas cuidadas e os

permite exercerem, eles próprios seu poderterapêutico sobre si e sobre os outros, o quenos inclui, como enfatizam Jairnilson Paim eMarie François Collière em relação à gestãopolítica do cuidado em saúde e enfermagem.

O cuidado como ato de emancipaçãoacontece quando se dá um encontro em queas duas partes diretamente envolvidas assu-mem riscos e ousadias nesta relação para quese conduzam na direção do projeto defelicidade daquele que é cuidado e de quemcuida ressalta José Ricardo Ayres.

E como cuidar com autonomia?A autonomia é a capacidade de quem dirige asi mesmo, baseado em leis geradas do interiore não do exterior. Se assim é, pensar emautonomia técnica-profissional significacompreender e exercitar uma organização deprocesso de trabalho de saúde que tomecomo guia a autonomia dos usuários docuidado de enfermagem. Daí ser a regulação,como processo social e político, o foco paraconformar a relação ética e técnica das(os)profissionais de enfermagem com quem écuidado. Isto descarta que seja a autonomiaprofissional o princípio organizador da práticasocial de qualquer profissão da saúde. O sabertécnico-científico que conforma as diferentesprofissões da saúde é, sim, inseparável daorganização técnica-profissional e política soba égide de normas instituídas na e pelasociedade, através do Estado afirmou MariaAuxiliadora Christófaro.

E quanto ao auto-cuidado? Este, numasociedade desigual como a nossa e sob a égidede políticas neoliberais é entendido comocada um que cuide de si, dado que vivenciamoscada vez mais a não responsabilidade doEstado com a saúde dos cidadãos e a preca-riedade ou fragmentação das políticas públicasde saúde. O auto-cuidado é adotado emorganizações de saúde como norma para

redução de custos, principalmente com ostrabalhadores. O auto-cuidado, portanto, nãopode ser o meio utilizado pelas organizaçõesde saúde para cuidar de pessoas quando estasperdem a autonomia de cuidar de si mesmas.A saúde é uma tarefa pessoal, se consideramosque os sujeitos são autônomos, mas tambémé resultante de uma intervenção social comrecursos manipulados por outros, os quecuidam. Este é o equilíbrio que deve serbuscado se compreendemos que cuidar dooutro, em um determinado momento da suavida, implica em responsabilidade social.

A partir de tais constatações qual projetodeve a ABEn conduzir? Seguramente um quetome por cerne o trabalho coletivo dosprofissionais da enfermagem e da saúde. Umprojeto que inclua a regulação profissionalrepensada com vistas nos resultados dotrabalho coletivo da saúde e para além doexclusivo controle de cada uma das corpora-ções. Um projeto que precisa ser amplamentedisseminado e comunicado com todas asprofissionais de enfermagem e com asociedade. Um projeto que não permita oauto-engano de bandeiras fáceis e que nãoalimente a falsa consciência daquelas quefazem a enfermagem brasileira. Um projetoque não assuma como seu cerne os ganhoscorporativos para as que fazem a enfermagem,mas que se constitua em uma parceria efetivana transformação da sociedade com aquelesde quem cuidamos. Para tanto, reflexão e açãosão inseparáveis, não há um ordenamento oupriorização entre tais atos.

Salvador, 9 de novembro de 2006.

58º Congresso Brasileiro deEnfermagem

Sessão de lançamentode livros

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Autonomia e uso de protocolos assistenciaisESTÁ ABERTA A DISCUSSÃO!

urante o 58o Congresso Brasileiro de En-fermagem, realizado em Salvador de 5 a9 de novembro de 2006, a Comissão de

Temas pautou o tema prescrição/transcriçãode medicamentos que, como tudo que foi dis-cutido neste evento, foi perpassado pelos con-ceitos de autonomia e regulação.

A Comissão tinha clareza de sua importân-cia para a categoria e reconhecia que havia poucadiscussão acumulada sobre o tema, para tanto,tomou como estratégia a roda de conversa oque permitiria um aprofundamento a partir dosconhecimentos e concepções de seus partici-pantes e entregou a tarefa de coordenação àsprofessoras Norma Carapiá Fagundes e MariaÂngela do Nascimento. A professora NormaC. Fagundes construiu o termo de referênciaque norteou os integrantes do grupo a (re)pen-sar a temática. No dia de sua realização foramtantas(os) as(os) interessadas(os) que torna-ram-se necessárias a troca de sala e a adaptação

da metodologia proposta. Valeu a pena! Emboraincipiente, agora a categoria tem um documen-to para ponto de partida.

Este documento foi construído a partir dascontribuições de Giovanni Gurgel Aciole1 –Prescrever? Para quê? Para quem? De quemdeve ser? Novas questões para uma velha dispu-ta; Francisco Rosemiro Guimarães XimenesNeto2 – Prescrição, transcrição de medicamen-tos, ações de apoio diagnóstico em enfermagem:autonomia e uso de protocolos assistenciais;Francisca Nazaré Liberalino3 – Prescrição demedicamentos: autonomia relativa e responsa-bilidade compartilhada; Sônia Barros4 – A auto-nomia profissional do enfermeiro: transfor-mando práticas na equipe multidisciplinar; Ca-mila Leal Motta Valente5 – Ponto de vista deuma graduanda; Evelin Bezerra6 – Autonomia,prescrição e transcrição: reflexões do movi-mento estudantil de enfermagem. Norma Ca-rapiá Fagundes – Prescrição, transcrição de

medicamentos, ações de apoio diagnóstico emenfermagem, autonomia e uso de protocolosassistenciais: está aberta a discussão!(síntese ela-borada a partir das falas dos integrantes da rodae das falas da platéia), cujos textos na íntegraestarão compondo o CD-ROM do Congresso.

Durante o debate, questões importantes efundamentais para a ampliação da discussão so-bre o tema “Prescrição e transcrição de medica-mentos e ações de apoio diagnóstico em enfer-magem: autonomia e uso de protocolos assis-tências”, foram colocados na roda. Retomare-mos, a seguir, algumas dessas questões, nãocom a intenção de uma conclusão ou síntesede um debate que está apenas começando, masapenas como uma forma de juntar alguns ele-mentos que foram falados pelos diversos com-ponentes da mesa e também da platéia, no senti-do de dar mais visibilidade aos argumentosapresentados e recolocar questões que poderãoalimentar o debate a partir desse momento,sobre uma temática que vem suscitando tantapolêmica.

Um primeiro ponto a ser enfatizado nestatentativa de sistematização é o grande interesseque o tema despertou. Sobre isso muitas ques-tões foram levantadas: “por que esse debatesuscita tanta mobilização? Por que nos interessatanto discutir o poder prescricional? Quem éque tem, deve ter, a prerrogativa, ou não, deprescrever?” Como interrogou Giovanni e co-mo bem lembrou Rosemiro, “de que este éum tema que já deveria vir sendo pautado noscongressos de enfermagem, desde, pelo menos,uma década atrás”.

Questão I - No contexto atual, onde se localizaa discussão sobre o poder prescricional?Logo no inicio da sua fala Giovanni nos convidaa sairmos da perspectiva limitada entre ser a fa-vor ou contra o enfermeiro ou outros profissi-onais, que não sejam o médico, realizarem aprescrição de medicamentos e a solicitação deexames e, em seguida, nos convoca a uma refle-xão acerca do momento especial que estamos

Prescrição, transcrição de medicamentos, açõesde apoio diagnóstico em enfermagem

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Na realidade das práticas de atenção à saúde,

sobretudo na atenção básica, a falta de acesso ao

médico tem empurrado constantemente as cercas

que limitam os territórios das práticas profissionais

compartilhando atualmente, “que é o da buscade possibilidades na reorganização das práticasde saúde a partir do enfoque da integralidade”.

A polarização entre ser a favor ou contra osenfermeiros realizarem a prescrição ou trans-crição de medicamentos e ações de apoio diag-nóstico, é colocada por Nazaré “como um cami-nho a ser superado”. Para ela a ênfase deve serdada na discussão sobre as mudanças necessári-as no modelo de atenção à saúde, na organizaçãodas práticas a partir dos princípios da integrali-dade, da acessibilidade, da universalidade e daresolutividade. Isto requer muitas mudançasna forma de praticar e pensar a saúde no Brasil.Entre essas mudanças está a redefinição não sódas práticas, mas também dos referenciais comcada profissão tradicionalmente trabalha.

Ainda sobre o risco de emparedamento dadiscussão entre ser a favor ou contra, Rosemironos lembra que “o momento não é de radicali-zação, nem pelo sim, nem pelo não”. Nos convi-da a refletir sobre o quanto as profissões mu-dam, como as práticas se constroem, se des-constroem e se reconstroem com o tempo.No momento atual, a imperiosa necessidadede mudança no paradigma da assistência vemsuscitando o confronto de corporações e, nessejogo, não podemos pensar na mudança dos mo-delos assistenciais apenas a partir da vontadedos profissionais e dos gestores de saúde, preci-samos incluir nessa pauta o usuário. “Este simdeve ser o centro da atenção e não as nossasvontades, os nossos quereres corporativos”.

Na realidade das práticas de atenção à saúde,sobretudo na atenção básica, a falta de acessoao médico, como foi levantado no debate, temempurrado constantemente as cercas que limi-tam os territórios das práticas profissionais. Afalta de assistência médica a um grande contin-gente populacional, não só pela falta do profissi-onal, mas também pelo fato de que, mesmoestando presente, este, muitas vezes não secompromete, se omite, tem reforçado a neces-sidade da busca de outros caminhos para se teralgum grau de resposta estruturada para as lacu-nas da assistência. A população está lá deman-dando resolução para os seus problemas equem sempre esteve mais perto, mais acessívele com competência para tal, terminou sendoconvocado para ampliar seu papel nesse âmbitoda atenção à saúde. Esta situação, que está direta-mente relacionada à materialização dos princípi-os da acessibilidade e da resolutividade, se porum lado, como diz Nazaré, “traz dificuldades,por outro traz potencialidades, pois abre a pos-sibilidade concreta de se rever a situação dahegemonia do médico dentro da equipe desaúde”, abrindo espaço para a construção de

projetos de cuidado fundamentados na assun-ção da interdependência que de fato existe en-tre a prática dos diversos profissionais e na cola-boração objetiva entre estes. Essa forma deconceber a organização do cuidado em saúdevai exigir negociações, entendimentos que ne-nhuma normalização, a priori, poderá dar contatotalmente.

Na continuidade da discussão dessa ques-tão, Nazaré refere que, para a construção desseprojeto compartilhado de cuidado, “é necessá-rio que os papéis dos profissionais não sejamdefinidos de uma forma muito rígida, pois a si-tuação de saúde específica dos sujeitos em umcontexto real vai sempre demandar ações quenão estavam totalmente previstas a priori”. Acomplexidade das práticas de saúde requer otrabalho em equipe, com algum grau de flexi-bilidade nos papéis de-sempenhados por cadamembro, “pois é a situa-ção singular e local quevai fornecer os elemen-tos para a decisão sobrequem vai atender o quê”.É aí que entra a decisãosobre quem tem o po-der/saber e está prepa-rado para prescrever, in-clusive, medicamentos, se eles forem neces-sários.

A fala de um participante da platéia, referin-do-se às constantes soluções de continuidadena assistência, causado por constantes suspen-sões dos protocolos assistenciais em seu muni-cípio, devido à ação da corporação médica, ilus-tra bem essa questão: “eu faço o preventivo decâncer, o exame clínico das mamas e eu me es-barro justamente no momento em que a mu-lher tem uma candidíase, por exemplo. Comopensar no bem-estar dessa mulher se não te-nho respaldo para prescrever um medicamen-to para esse tipo de problema. A coitada damulher tem que voltar no outro dia de madru-gada, pegar uma ficha pra poder consultar como médico. [...] Lidar com a mulher, com essaperspectiva holística do cuidado implica emmais autonomia técnica de poder prestar essecuidado. É preciso alguma coisa que nesse mo-mento faça uma diferença pra essa mulher, pre-cisa ter resolutividade, voltar no outro dia praconsulta médica é muito difícil, conseguir umencaminhamento também não funciona”.

Esta fala nos leva a refletir sobre o porquêde, mesmo parecendo tão evidente a necessi-dade de desterritorialização /reterritorializaçãode algumas práticas para uma mudança maisefetiva no grau de resolutividade das ações saú-

de, a questão da prescrição de medicamentoscontinua sendo alvo de tanta disputa. Comobem aponta Giovanni, “a forma que historica-mente se sobressaiu na idéia de cuidar, pelomenos no campo predominantemente contro-lado pelos médicos, associou cuidar à capacida-de de medicar, de uma forma central, forte.Isso desenhou um modelo de atenção que asso-cia saúde ao acesso e consumo de procedimen-tos, medicamentos e outras intervenções. Essemodelo se consolidou cultural e socialmente;construiu um imaginário sobre saúde, que con-fere a quem detém a autorização para colocar apessoa que sofre em contato com a medicaçãoque vai aliviá-lo, um poder muito evidente. En-tretanto, não devemos esquecer que apesar demuito valorizado, este modelo tem trazido con-seqüências desastrosas para a sociedade, entre

elas o problema da automedicação, o consumodesenfreado de medicamentos. Essa é umaquestão a que temos dado pouca ênfase nosquestionamentos ao modelo biomédico, masque é fundamental quando discutimos a amplia-ção do poder prescricional para outras cate-gorias”.

Trazendo essa questão para o campo especí-fico da saúde mental, Sônia nos alerta sobre aprescrição médica abusiva de medicamentosneurolépticos e as consequências que isto trazpara o exercício da cidadania por parte das pes-soas com transtornos mentais, além do fomentoda excessiva dependência dos serviços de saúde.Nesse contexto, percebe-se também um outroproblema grave que é o da medicalização deproblemas da própria existência como a triste-za, a ansiedade.

A complexidade desses problemas nos levaa pensar como Nazaré, que estes demandamsoluções compartilhadas, análise complexa,profunda e amadurecimento. Exige muita nego-ciação e, sobretudo, a consciência do que é quequeremos em termos da construção de umapolítica de saúde que promova a acessibilidadee a integralidade, que assegure a resolutividade.Fazer isso, certamente, “vai significar (des)cons-truir algumas práticas profissionais consolida-das e rediscutir o lugar que cada um tem que

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No campo da saúde, o que predomina ainda não é o

exercício da co-gestão e da co-responsabilidade entre

os profissionais de saúde, e entre esses e os usuários.

O que persiste é o isolamento entre as profissões e o

alijamento do usuário das decisões sobre o cuidado

com a sua saúde individual e coletiva

ocupar neste processo, de forma solidária, inte-gral e integrada”. É nesse contexto que o debatesobre a prescrição e outros atos profissionaisdeve ser colocado.

Questão II – Qual, ou quais projeto(s) decuidado em saúde estamos querendoconstruir?O debate travado nesta roda expressa clara-mente a realidade permeada de conflitos e con-tradições que vivemos hoje no campo da aten-ção à saúde. O modelo biomédico, centradona figura de um profissional nuclear – o médi-co, fragmentado, prescritivo e com ações limi-tadas para responder à complexidade da realida-de de saúde da população, mesmo dando sinaisevidentes de esgotamento, parece ainda ter fô-lego para continuar a direcionar a organizaçãodas práticas no campo da saúde. É nesse terrenominado que estamos tentando construir umnovo projeto de cuidado.

Um dos princípios chave desse novo mo-delo é a integralidade, que traz em si muitossentidos, entre eles o do fortalecimento dasequipes multiprofissionais, entendidas como abase organizativa do trabalho em saúde; o dainclusão dos usuários na elaboração de seusprojetos de saúde (individuais e coletivos); odo desenvolvimento de práticas que favoreçamao uso adequado de medicamentos e à desme-

dicalização, sempre que se fizer necessário, e oda necessidade de um maior aporte de referen-ciais no campo de atuação das profissões desaúde. Nesse sentido, tomar o princípio da inte-gralidade como eixo norteador das práticas desaúde, requer um alargamento da possibilidadede intervenção nesse campo, “incorporandopráticas que foram esquecidas, escamoteadas,postas de lado pela supervalorização da atençãoassociada à prescrição de medicamentos, inter-venção, diagnóstico e terapêutica” (Giovanni).A grande responsabilidade da enfermagem, co-mo uma profissão que esteve sempre ligada aocuidado, na construção desse modelo parece

evidente. Sabemos que dentro da enfermagemexistem muitas concepções de cuidado, masquando o relacionamos à integralidade, este to-ma o sentido que nos ensina Collière7 – “Cuidarsitua-se na encruzilhada do que faz viver e mor-rer... é comunicar vida, é deixar existir, é desen-volver o que permite viver, é compensar o quecoloca obstáculo à vida... é acompanhar asgrandes passagens da vida... os momentos difí-ceis... a doença, é mobilizar as capacidades devida existentes e/ou restantes... é ajudar a nas-cer... e a renascer...é acompanhar a morte...écriar no quotidiano. Isso exige reencontrar: aanima: o sopro da vida, o que insufla a vida edá vontade de viver, a sabedoria: o que temsentido, o que dá sentido, a ciência: que vai aoencontro da sabedoria, ou seja, o que questionae a forma como se colocam as questões, o quegera o conhecimento, a arte: o que se aperfei-çoa a partir do que se descobre da vida, o queconstrói um saber alimentado de emoções esentimentos, libertando uma inventividade es-clarecida”.

Sabemos das dificuldades e obstáculos a se-rem enfrentados para a construção das condi-ções de efetivação dessa concepção de cuidadonos serviços de saúde, este é o desafio que nosfalou Giovanni, “de construir um projeto decuidado, que sem negar ou rejeitar a participa-ção, a fundamentação técnico/científica dos

procedimentos di-agnóstico-terapêuti-cos e medicalizado-res, possa incorporaroutras práticas pro-fissionais, que nãosejam somente cen-tradas no procedi-mento, mas que in-clua e seja alimenta-da pela questão rela-cional do encontrousuário-trabalhadorde saúde, pela con-

solidação da participação solidária de todas aspráticas profissionais num trabalho em equipe.É desse contexto que se coloca o debate sobreo poder prescricional, em outra dimensão quenão seja apenas o do que cada um deve fazer apartir do seu saber/fazer exclusivo e fragmen-tado, mas a partir de conceitos unificadorescomo a integralidade do cuidado em saúde, res-peito ao outro, humanização”. Esses princípios,comprovadamente, só ganham sentido emcontextos relacionais, intersubjetivos, que tra-gam, entre outras coisas, a possibilidade de seconstruir uma outra relação entre os profis-sionais de saúde.

Questão III – Como construir ou fortalecerpráticas de co-gestão e de co-responsabilidadeno processo de trabalho em saúde?No campo da saúde, o que predomina aindanão é o exercício da co-gestão e da co-responsa-bilidade entre os profissionais de saúde, e entreesses e os usuários. O que persiste é o isolamen-to entre as profissões e o alijamento do usuáriodas decisões sobre o cuidado com a sua saúdeindividual e coletiva. Esta é mais uma conse-qüência do modelo biomédico, ainda hegemô-nico na atenção à saúde e na formação, que diz,como colocou Giovanni, que “cada um de nósaprende uma determinada parte da coisa, e so-mos ensinados, formatados e reproduzidosnessa lógica. Se somarmos as partes de cadaum, acreditamos obter como resultado umproduto final chamado usuário tratado. Penaque isso não seja necessariamente verdade!”

Nesse sentido, o que predomina nos servi-ços de saúde, é uma compreensão muito restri-ta do trabalho em equipe, que se restringe àcoexistência de vários profissionais numa mes-ma situação ce trabalho, compartilhando o es-paço físico e a clientela. Na percepção de Naza-ré, a problemática da acessibilidade aos servi-ços e a resolutividade das ações de saúde “estáimpondo a necessidade de redefinição dessaforma de conceber o trabalho das equipes desaúde. A necessidade de articulação entre asações executadas pelos profissionais demanda,não só um processo de reorganização dos ser-viços locais – em termos de trabalhar as situa-ções com planejamento compartilhado, inclu-indo o usuário, até a redefinição das relaçõesde poder e de saber dentro das equipes multi-profissionais. Esta não é uma tarefa simples, épolêmica e exige preparo, acordos instituciona-is e profissionais. Para começar, é preciso substi-tuir a relação de competição, por uma de coor-denação, cooperação e co-responsabilidades”.

Reforçando essa afirmativa, Sônia reivindicapara a equipe de saúde mental o poder de deci-dir sobre quando diminuir a dose, ou até mes-mo retirar determinados medicamentos, “quan-do o que está em jogo é o aumento da autono-mia do sujeito para cuidar de si mesmo”. Para ela,esse ato, não pode depender somente da açãomédica, “porque é um ato que busca a qualificaçãodo cuidado, é um ato que resulta da interlocução,da conversa entre os diversos saberes quecompõem a saúde. É um ato que favorece aconstrução de práticas interdisciplinares”.

Questão IV - O que a discussão sobreprescrição e transcrição de medicamentos eações de apoio diagnóstico pode contribuirpara repensar a enfermagem?

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A discussão em torno das possibilidades daconstrução, reconstrução ou desconstrução doser enfermeira (o), do ser da enfermagem apartir das questões colocadas na roda, foi, cer-tamente, a que mais tempo ocupou, a que trou-xe simultaneamente muitos elementos diver-gentes e convergentes, ou seja, foi onde a polê-mica realmente aconteceu, o que aliás, era pre-visível.

Para começar, Rosemiro nos convida a umresgate da história da enfermagem no Brasilnos anos de 1970 e 1980, quando o Ministérioda Saúde convoca os enfermeiros, para umaparticipação ativa em programas como o daAtenção Integral a Saúde da Mulher e da Crian-ça, o de controle da Tuberculose, da Hansenía-se, entre outros. No âmbito desses programas,“a prescrição de medicamentos e a realizaçãode ações de apoio diagnóstico, já estavam previs-tas. Portanto, essas não são ações novas no cam-po de atuação dos enfermeiros. A principal mo-tivação da convocação dos enfermeiros naquelaépoca foi a necessidade de reverter indicadoresde mortalidade, de morbidade que se encontra-vam muito elevados”. A Lei n. 7.498/1986que regula o Exercício Profissional de Enfer-magem, no seu Artigo 11, inciso II, alínea c, es-tabelece que, como integrante da equipe desaúde, compete ao enfermeiro “prescrição demedicamentos estabelecidos em programas desaúde pública e em rotina aprovada pela institui-ção de saúde”.

Mais recentemente a Portaria n. 648/2006que estabelece a Política de Atenção Básica noPaís reafirma o que estabelece a Lei 7. 498/86, no item 2, inciso II, p.45: “conforme proto-colos ou outras normativas técnicas estabeleci-das pelo gestor municipal ou do Distrito Fede-ral, observadas as disposições legais da profissão,realizar consulta de enfermagem, solicitar exa-mes complementares e prescrever medica-ções”.

O Programa de Saúde da Família-PSF, im-plementado a partir do ano de 1994, comouma das mais importantes estratégias de for-talecimento da atenção básica no país, mantéma participação dos enfermeiros nos programasacima citados e amplia a ação desses profissio-nais, sobretudo na atenção ao pré-natal, naabordagem sindrômica das DST, na atenção àcriança, através da estratégia AIDPI (AtençãoIntegral das Doenças Prevalentes na Infância).Entretanto, em que pesem as normas em vigorestarem muito claras quanto à ação restrita dosenfermeiros em relação à prescrição de medica-mentos e ações de apoio diagnóstico, a implan-tação do PSF trouxe novos elementos que ter-minaram por acirrar a disputa por espaços de

atuação com o profissional médico.Contudo, essa incursão da enfermagem em

áreas que antes eram território exclusivo dosmédicos, não preocupa somente a esses profis-sionais, mas, sobretudo a nós enfermeiros. So-bre isso, Rosemiro levanta um aspecto que éda maior relevância, que é o perigo de alguns(muitos) enfermeiros “parecerem estar gostan-do muito dessa história de prescrever e se es-quecem que a essência do nosso trabalho nãoé isso. Onde está ficando o nosso cuidar holísti-co? Aonde nós vamos ou queremos parar?Prescrever e diagnosticar em situações específi-cas sim, mas sem esquecer que somos priorita-riamente promotores de saúde, educadores emsaúde, profissionais que trabalham a pre-venção”.

Sabemos o quanto a prescrição é valorizadaem um modelo centrado em procedimentos,mas devemos estar atentos à questão que umacolega da platéia colocou, conclamando a todos– enfermeiros e médicos a uma maior reflexãosobre a prescrição desenfreada de medicamen-tos. Chama a atenção sobre a falta de embasa-mento científico com que essa prática vem sedando, e a necessidade de se conhecer melhoros usuários para poder prescrever medicamen-tos. Reafirma que contatos esporádicos, rápidosnão autorizam ninguém a prescrever fármacos,mesmo aqueles que aparentemente pareçambanais. Esta fala corrobora a de Nazaré, quandodiz que “a prescrição de medicamentos não po-de ser considerada como central na prática deenfermagem” e que devemos ter cuidado paranão estarmos, ao lutar por esse espaço, buscan-do abrigo exatamente no modelo que tantocriticamos.

Ainda sobre essas preocupações, Nazaré en-fatiza a grande responsabilidade que assumimosquando prescrevermos/transcrevermos umamedicação, não apenas quando decidimos “seisto ou aquilo é necessário ou não, mas tambémpor tudo aquilo que vem depois, as conseqüên-cias ocasionadas por este ato. Esta é uma decisãoque só deve ser tomada com sólida base técnicae cientifica, com seriedade, competência profis-sional e ética. O ato de prescrever não é umsimples ato de alivio de uma dor, ou alívio deum determinado sintoma, agressão ou sofri-mento físico de alguém”. Como nos lembraCamila, precisamos perguntar sempre: “queconhecimento tenho e qual preciso ter parafazer as atividades a que eu me proponho?”

Camila traz ainda a questão de que compro-misso significa ter uma obrigação solene comaquilo ou com quem nos comprometemos, ealerta para o fato de que se comprometer podetambém significar ficar em uma situação des-

confortável, ficar exposto. Diante disso ela nosquestiona: “Qual é o compromisso que a gentequer? Até que ponto nós queremos nos com-prometer?”

Entre os desconfortos que a questão daprescrição de medicamentos e ações de apoiodiagnóstico traz para nós enfermeiros, está umainquietação que permeou algumas falas da mesae da platéia, sobre a necessidade de estarmosatentos para não sermos utilizados apenas co-mo mão de obra substituta do médico, que équem tem carga horária, formação e autorizaçãopara fazer isso, mas muitas vezes não faz.

Para Sônia, o debate deixou claro o quantoprecisamos continuar a conversa sobre o tema,pois “autonomia profissional não significa assu-mir parcelas do trabalho de outros profissio-nais, mas sim, atuar com co-responsabilidade,pactuação, tendo em vista o direito do usuárioa uma saúde qualificada e acessível”.

As duas estudantes que participaram da ro-da – Camila e Evellin e alguns participantes daplatéia colocaram que talvez esta discussão so-bre prescrição tenha tanta importância devidoà indefinição do papel do enfermeiro: Se nãosabemos o que é ser enfermeira (o) hoje, comovamos saber qual é a enfermagem que quere-mos construir?

A falta de clareza sobre o que é o objeto detrabalho do enfermeiro e, conseqüentementesuas prioridades, faz com que, como disse Cami-la, uma estudante fique muito tempo tentandoentender o que uma enfermeira faz e quandose questiona sobre isto, muitas pessoas respon-dem: “depende. Depende de onde você traba-lha, depende se é serviço aberto ou fechado,se é atenção básica ou hospitalar”. Essa situação

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de dependência do contexto parece incomodarmuito, pois, além das estudantes, alguns partici-pantes da platéia também colocaram sobre anecessidade de uma definição mais clara do pa-pel do enfermeiro, sobretudo na atenção pri-mária, onde estes têm assumido de uma formapouco crítica as funções que lhes são delegadas.Percebe-se, dessa forma, que essa é uma ques-tão sobre a qual precisamos nos debruçar, poismesmo tendo em conta que a construção deum modelo de atenção à saúde focado nas ne-cessidades de saúde locais, requer uma maiorflexibilidade na organização da atenção e nopapel dos profissionais cuidadores, não é dese-jável que um profissional fique tão à mercêdos humores de cada contexto para exercersua prática.

Para discutir essa questão, podemos seguira pista dada por Evellin: “o que é que realmentea gente quer para a enfermagem? Queremosuma enfermagem unida, mas isso não significaque ela só olhe para o seu umbigo. É precisover o que se passa além dela. Sem isso pode-mos nos tornar aquilo que a gente muitas vezescritica. Falamos que queremos ser uma profis-são valorizada, mas o que é ser uma profissãovalorizada? O que é hoje para a gente, social-mente falando, ter uma profissão valorizada?”

Questão V – Como fica a formaçãoprofissional do enfermeiro no contexto dasquestões trazidas para esta roda?A formação foi um ponto discutido principal-mente pelas estudantes e professoras, tanto damesa como da platéia. As questões levantadasforam relacionadas principalmente ao fato deestarmos assumindo responsabilidades novase as implicações que isso traz, principalmenteem relação a disciplinas como farmacologia,cujo conteúdo foi considerado pelas estudantescomo insuficiente. Aliás, para estas, não apenasa farmacologia, mas toda a fundamentação cien-tífica na formação do enfermeiro precisa serampliada e contextualizada em relação à realida-de atual do trabalho do enfermeiro.

Evellin faz referência às diretrizes curricula-res, levantando que “estas explicitam que o en-fermeiro deve ser capacitado a atuar com sensode responsabilidade social e compromisso coma cidadania, na qualidade de promotor da saúdeintegral do ser humano”. E é a partir desse ângu-lo de visão que ela questiona o processo deformação e as bases de luta para a construçãoda “enfermagem que queremos ser e do sistemade saúde que queremos ter”.

A necessidade de repensar a formação dosprofissionais de saúde foi ressaltada por Nazaré,no sentido de se rever “o saber que é necessário

para a atenção integral, posto que é esse horizon-te que torna possível a redefinição das compe-tências, limites e possibilidades de cada catego-ria dentro de um processo mais amplo”.

Questão VI – Qual o significado dos protoco-los assistenciais?Nazaré definiu protocolos assistenciais comosendo “um acordo, um pacto institucional ecoletivo onde se estabelecem as regras para selidar com uma dada situação. Cada situação éanalisada pela comunidade e pela equipe desaúde de forma integrada e, a partir daí se tomaa decisão sobre o que é desejável, do ponto devista da qualidade, da acessibilidade, da resoluti-vidade e da humanização do cuidado. Define-se quem pode ou deve fazer o quê, delimitandoas competências de cada um. Os protocolosassistenciais resultam de acordos baseados emcritérios científicos, experiências exitosas e nalegislação em vigor. Estes, apesar de representa-rem uma norma geral, têm flexibilidade parase adaptarem às situações locais e às possibilida-des das equipes”.

Para Rosemiro, “protocolar ou não a açãodos profissionais de saúde, no caso específico,o enfermeiro, é sempre uma questão que levan-ta muitas discussões. O estabelecimento deprotocolos assistenciais tem sido uma soluçãoencontrada por países que têm uma atençãoprimária mais avançada, como por exemplo, aInglaterra e a Espanha. Essa ação tem favorecidoa que os enfermeiros, nesses países, tenham asua competência técnica, ética e legal reconhe-cida, podendo assim, trabalharem com maistranqüilidade”.

Evellin chama a atenção para o cuidado quedevemos ter no uso dos protocolos assistenci-ais, pois estes, sem a devida atenção, “podemcompartimentalizar ainda mais a ação. Se os uti-lizamos de forma mecânica, estes podem setransformar em mais um instrumento que nosimpeça de ver o outro, no caso o usuário, na suasingularidade, em suas demandas mais subjetivas”.

Questão VII – A ação realizada pelosenfermeiros, tomando como base osprotocolos assistenciais, é de prescrição oude transcrição?Para Nazaré as ações desenvolvidas pelos enfer-meiros não podem ser chamadas de transcriçãoe sim de prescrição. Mesmo que esta ação tenhasido fundamentada num acordo internacional,nacional ou local, ela requer uma decisão técni-ca, política e ética. Esta é uma ação que temmuitas implicações – “Então é uma prescriçãosim! Temos que desmistificar isso!”

Rosemiro coloca que o termo transcrição

não existe para a vigilância sanitária. O que esta“reconhece é o termo prescrição, este é o termoque é regulamentado por esse órgão. Antes dalei do exercício profissional da enfermagem,existiam alguns prescritores que eram: o médi-co, o dentista, o médico veterinário e o agrôno-mo. A Lei do Exercício Profissional da Enfer-magem regulamentou esta prática no trabalhodo enfermeiro”.

Considerações finaisPara finalizar, queremos chamar a atenção, quepelo que foi discutido, a luta não deve se centrarna disputa corporativa por fatias no mercadode trabalho. Ao ser colocada em discussão anecessidade do compartilhamento do poderprescricional por outros profissionais, entreeles o enfermeiro, o que está em jogo é o au-mento do acesso aos serviços de saúde e a reso-lutividade das ações. Esta é uma discussão quetem assento na defesa e empenho na consolida-ção do SUS, onde qualquer profissional queexerça esse poder deve fazê-lo com competên-cia, responsabilidade e vínculo. O enfrenta-mento dos problemas de saúde e a melhoriada qualidade de vida da população brasileirarequerem o trabalho das equipes multiprofis-sionais e, é nesse espaço, fundamentado noprincipio da integralidade das práticas de saúde,que se concebe a discussão sobre quem devefazer o que e o estabelecimento dos acordosde trabalho.

Devido ao grande interesse despertado pe-lo tema e a complexidade e diversidade dasquestões levantadas, sugerimos à ABEn a criaçãode espaços para continuidade da discussão aquiiniciada.

Norma Carapiá FagundesEnfermeira, doutora em educação,

professora da Escola de Enfermagem daUniversidade Federal da Bahia

Notas1 Médico, professor do curso de medicina da

UFSCar2 Enfermeiro, diretor de Assuntos Profissionais

- ABEn Nacional3 Enfermeira, professora do curso de

enfermagem da UFRN4 Enfermeira, professora do curso de

enfermagem da USP5 Estudante de Enfermagem-UFBA6 Represente da Executiva Nacional dos

Estudantes de Enfermagem7 COLLIÈRE, Marie-Françoise. Cuidar... A

primeira arte da vida. Lisboa: Lusociência,2003.

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C A R T A D E N A T A L

O Seminário de Atenção Básica em Saúde – I SENABS,realizado nos dias 11, 12 e 13 de outubro de 2007, emNatal-RN, centrou as suas discussões na interrogação daIntegralidade nas ações de saúde como espaço de constru-ção da enfermagem?

Durante os três dias diversos temas foram abordadosvisando a contribuir para o avanço na organização políticada atenção básica em saúde, destacando o papel do enfer-meiro enquanto sujeito de uma equipe multiprofissional,enfocando as responsabilidades: técnicas, políticas, éticas,sociais e sanitárias.

Partindo da conferência de abertura a integralidadese expressa pela recusa de reduzir o sujeito à doença ouà lesão que a caracteriza, o que exige a busca de compre-ender o sofrimento manifesto ou potencial, e as nossasofertas terapêuticas no contexto de vida do sujeito quesofre, seja este contexto apreendido em sua dimensãosocial, seja em sua dimensão singularizada.

Os temas seguintes trouxeram as múltiplas faces daintegralidade: no âmbito da política de atenção básica; naavaliação da qualidade dos serviços; na construção de re-des em um sistema pactuado em defesa da saúde e da vi-da; no território como norteador da organização da gestãodo cuidado; no controle social; bem como os cenários edesafios da formação, da educação permanente e do esta-belecimento e regulação de competências no trabalhocoletivo em saúde.

Amparados nos indicadores atuais, na legislação e noprojeto de expansão das políticas governamentais para asaúde, os discursos oficiais mostraram a fotografia darealidade da atenção básica em saúde, em uma perspectivaotimista e proativa.

No âmbito dos profissionais da saúde, as falas contem-plaram a perspectiva mais crítica dos cenários, tendênciase desafios vivenciados e a serem superados, na construçãode uma prática comprometida com a qualidade da atençãoem saúde. Tornou-se perceptível a relevância conferida àsubjetividade no contexto das relações profissionais dentroda equipe e desta com a população. Desse modo, sentimen-tos como desejo, comoção, solidariedade e liberdadepermearam as falas e as discussões nas diferentes mesas.

Assim, no sentido de contribuir para o fortalecimentoda atenção básica em saúde, o I SENABS assinala diretrizes

voltadas para a prática profissional, a formação e aeducação permanente, e para a formulação de novaspolíticas e re-construção das existentes, descritas a seguir:

Na prática profissional:• Os Protocolos do MS e de Secretarias de Saúde de

Estados e Municípios devem ser compreendidos comodiretrizes e que a implementação destes seja instituídapelos pactos e construções em nível local;

• A construção de protocolos assistenciais deve superaras fronteiras do conhecimento e dos saberesespecíficos na perspectiva da transdisciplinaridade -contemplando a articulação da ciência, da arte e dashumanidades; considerando o território como espaçode resolutividade, construção e regulação do trabalho;e, reconhecendo os saberes pautados na cultura e natradição;

• Se estabeleçam competências compartilhadas nasatribuições referentes aos diversos sistemas deregistros e divulgação das informações;

• Haja maior compromisso dos gestores com o processode trabalho, a equipe e comunidade;

Na formação e Educação Permanente é preciso:• Reafirmar as Diretrizes Curriculares Nacionais para

o Curso de Enfermagem como o eixo orientadorcomum para a formação geral e específica da profis-são. A partir dela é que se constroem os mecanismosde inovação em direção a uma formação geral,humanista e orientada pela integralidade;

• Promover discussões acerca da atual política deexpansão das universidades (REUNI) e suasimplicações na implementação e fortalecimento dasDCNs;

• Assegurar espaços de participação nas novasconfigurações estabelecidas pela Política de EducaçãoPermanente, principalmente, em nível local;

• Dar maior visibilidade ao conjunto de avançosdecorrentes das experiências inovadoras acumuladashistoricamente pela enfermagem brasileira frenteàs ações da atenção básica, principalmente asrecomendadas pela CIPESC;

• Trabalhar na construção de medidas para aferição da

qualidade do egresso dos cursos de enfermagem, noBrasil;

Na formulação e reconstrução de Políticas se reafirma:• A necessidade de consolidar e qualificar o pacto pela

saúde, principalmente nos eixos que incluem asformas diferenciadas de financiamento, as estânciasdescentralizadas de poder e decisão, restabelecendoa coerência entre a situação de saúde e o modelo deatenção, produzindo o debate entre gestores eservidores da saúde;

• A luta pela garantia dos direitos trabalhistas emelhores salários;

• A necessidade de se criar ou implementarmecanismos de monitoramento e avaliação dosserviços, apoiando novas formas de organização econsolidando a estratégia de saúde da família;

• A efetivação do plano de carreiras cargos e saláriosdo SUS que está em tramitação no CMS.

• A necessidade de mecanismos da gestão democráticae participativa.

A ABEn deve continuar investindo nesta agendapolítica do I SENABS de forma a qualificar a capacidadepropositiva da Enfermagem Brasileira na formulação depolíticas públicas para a Atenção Básica em Saúde e noacompanhamento crítico e avaliação de sua implemen-tação; visando ganhar espaço político e se tornar referên-cia nesta matéria junto à população, aos profissionais desaúde, gestores, à mídia e ao MS.

Reconhecemos que muito falta a ser feito. Osprofissionais da saúde vivenciam dificuldades estruturaise conjunturais que contribuem para a reprodução desituações injustas em suas práticas. Mas, frente a todos osdesafios reafirmamos nossa crença na força da organi-zação coletiva como capaz de promover a reconstruçãorumo a patamares históricos que contemplem a dignidadee a valorização dos trabalhadores e daqueles que por elessão cuidados.

Seminário de Atenção Básica emSaúde (SENABS)

Solenidade de abertura do I Seminário Nacional de Diretrizes de Enfermagem na Atenção Básica em Saúde

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ntre os múltiplos aspectos do períodopor nós vivido, é preciso reconheceras relações entre as condições derealização histórica e a revoluçãocientífica. A revolução que vivemos

atribui às ciências humanas e da saúde umlugar privilegiado no conjunto dos conhe-cimentos. Num mundo assim reestruturado,um papel particular é reservado às ciênciasda saúde - uma ciência da vida de homens emulheres – e devemos interrogar-nos sobreos problemas que, nessa ótica, se abrem à suarealização.

Não sem razão K. Polanyi falou de uma“Grande Transformação” para saudar as pro-fundas mudanças impostas à nossa civilizaçãodesde o início do século passado. Que dizer,então, da verdadeira subversão que o mundoconheceu a partir do final da Segunda GuerraMundial, quando, por intermédio da globa-lização, uma fase inteiramente nova da históriahumana teve início? Decerto, o que estamosvivendo agora foi longamente preparado, e oprocesso de internacionalização não data dehoje. O projeto de mundialização das relações

econômicas, culturais, sociais e políticascomeçou com a extensão das fronteiras docomércio no princípio do século XVI e avançapor saltos através de séculos de expansãocapitalista. Vivemos num mundo em que a leido valor mundializado comanda a produçãototal, por meio das produções e das tecno-logias.1

É possível discordar quanto à denomi-nação e às características do atual períodohistórico. Nós o vivemos, e nada é mais difícilque definir o presente. Porém já sabemos quenossa época implicou uma revolução globalnão totalmente acabada, mas cujos efeitos sãoperceptíveis em todos os aspectos da vida.Estaríamos no período do capitalismo tecno-lógico ou da sociedade tecnológica.

Esta “transformação total dos fundamen-tos da vida humana” teria sido impossível deoutra forma. Trata-se agora de uma verdadeirainterdependência entre a ciência e a técnica,contrariamente ao que acontecia outrora.

A tecnologia daí resultante é utilizada emescala mundial, e nada mais conta a não seruma busca desenfreada do lucro, onde quer

que as condições o permitam. Este é um dadofundamental da situação atual. O fato de atecnologia ter se tornado um elemento exóge-no, longe das possibilidades de consumo paragrande parte da humanidade, o que acarretaconseqüências de enorme alcance, já que suautilização universal, quase sempre sem relaçãocom os recursos naturais e humanos locais, écausa de graves distorções.

Desse modo, a mundialização que se vê éperversa. Concentração e centralização daeconomia e do poder político, cultura demassa, cientificização da burocracia, centrali-zação agravada das decisões e da informação,tudo isso forma a base de um acirramento dasdesigualdades entre países e entre classessociais, assim como da opressão e desintegra-ção do indivíduo.

As ciências da saúde não são exceções nes-se contexto. O mesmo movimento tambémas deformou e descaracterizou. Nunca édemais insistir no risco representado por umaciência da saúde monodisciplinar, desinte-ressada das relações globais entre os diferentesvetores de que a sociedade é constituída comoum todo. Incapazes de apreender a separaçãoentre princípios e normas e por isso mesmoempobrecida, não surpreende constatar asmúltiplas formas de sua submissão a interes-ses quase sempre inglórios do mundo daprodução. Elas se põem, por vezes semjulgamento crítico, a serviço da publicidade,de toda sorte de engenharia social e de produ-ção, sob encomenda das ideologias, reduzindoassim gradualmente suas possibilidades deatenção à saúde da população.

Assim, reduzindo seu alcance e fragmen-tando seu campo de ação, as ciências da saúdese internacionalizam, tornando-se incapazesde uma visão crítica. Os excessos de especiali-zação e a perda de ambição de integralidadesão dois aspectos de uma mesma questão epermitem a utilização perversa das ciênciasda saúde.

Embora assinalada por atividades quasesempre desviadas para preocupações imedia-tistas e consumistas, a atualidade encerraigualmente o germe de uma mudança detendência. Se, por um lado, a ciência se tornauma força produtiva de lucro, observa-se,por outro, um aumento da importância dehomens e mulheres – isto é, aumenta a valo-rização de seu saber – no processo produtivo.

A enfermagem e sua atuação naAtenção Básica em SaúdeDiscurso proferido na abertura doI SENABS, em Natal/RN

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Esse saber permite um conhecimentomais amplo e aprofundado do Planeta, cons-tituindo uma verdadeira redescoberta domundo e das enormes possibilidades que elecontém, visto ser revalorizada a própriaatividade humana. Só falta colocar essesimensos recursos a serviço da humanidade.

Trata-se de uma tarefa de longo fôlego,mas não impossível que supõe a existência deuma ciência autônoma. As novas realidadessão ao mesmo tempo causa e conseqüênciade uma multiplicação de possibilidades, nãose trata aqui de adaptação do passado, mas desubversão das concepções fundamentais, dasformas de abordagem, dos temas de análise.

È este o espírito da ABEn ao propor adiscussão de Diretrizes Nacionais para aAtenção Básica. Enquanto campo de açãopolítico-social construído ao longo de seus80 anos por diversos protagonistas individuaise coletivos, com seus ideais, sonhos, otimis-mo, interesses e projetos. Nessa trajetória, aABEn realizou vários movimentos paraassegurar uma ação propositiva no cenário daformulação de políticas públicas para aenfermagem, saúde e educação. Tais movi-mentos, em conjunto com outras forças,buscam ultrapassar o pensamento científico,fragmentado e positivista, bem como, sinto-nizar com a construção do pensamentocomplexo que no campo da saúde se expressana atenção integral à saúde.

Nesse movimento, é necessário registrar,a ABEn participou dos projetos de implanta-ção e reformulação da Atenção Básica à Saúde,cuja prática é orientada pela prevenção epromoção da saúde, e cuja expansão ocorreuao longo de todo o século XX. Pode-se dizerque seu início se deu nos anos 40, quando dacriação do Serviço Especial de Saúde Pública;avançando nos anos 60, nas SecretariasEstaduais de Saúde, com as ações voltadas para saúde da mulher e da criança. Continua, nosanos 70, com os programas de extensão dacobertura e nos anos 80, com o movimentode implantação dos Distritos sanitários, orga-nizados na lógica da territorialização e, final-mente, nos anos 90 chega-se ao processo deimplantação dos PACS e PSF.

Fechando esta breve síntese, é importanterepetir que os programas de Agentes Comuni-tários de Saúde e de Saúde da Família consti-tuem estratégias que visam contribuir na reor-ganização do modelo assistencial, partindo daatenção básica, em conformidade com osprincípios do SUS: universalização do acesso,descentralização das ações, integralidade daassistência e controle social.

A consolidação de tais políticas depende,ainda, de decisões políticas no que se refere àdesprecarização dos processos de trabalho,da inserção de outros profissionais de saúdena equipe básica de forma a ampliar o poten-cial resolutivo das ações desenvolvidas; daqualificação para o trabalho das equipes envol-vidas e da formação de profissionais voltadapara uma inserção na rede de atenção básica.Mas é inegável sua contribuição para recons-trução do modelo de atenção.

É indispensável, também, desenvolverações de expansão da cobertura, de inversãodo financiamento, ampliar as ações de inte-gração e articulação de esforços e definiçãode atribuições e responsabilidades nos trêsníveis de governo, pactuando princípios, dire-trizes e decisões operacionais; implementarum Plano de carreiras, cargos e salários paracada categoria profissional do SUS (reivindi-cação histórica dos trabalhadores da saúde),representando avanços no sentido de regularas relações de trabalho e estabelecer uma pos-sibilidade concreta de organizar a carreira,valorizando os trabalhadores.

A enfermagem tem buscado formas decontribuir, nos diferentes espaços de atuaçãodos trabalhadores, para o efetivo cumprimen-to desta agenda política. Suas intervenções vãodesde a ação direta com os indivíduos, famíliase comunidades, passando pela responsabi-lidade decisória na gestão dos sistemasmunicipais de saúde, pela gerênciadas unidades básicas, pela organiza-ção das ações programáticas, até adocência, com compromisso éticoe social de formar profissionaiscapazes de responder aos desafiosdo SUS, chegando à pesquisa comoforma de apontar resultados quecontribuam para a consolidação daatenção básica, alicerçada pela es-tratégia Saúde da Família, no Brasil.

Outro campo importante na di-reção da saúde que se quer é a consolidação daResidência multiprofissional em Saúde, movi-mento que busca avançar há mais de trinta anos.No momento atual, este movimento tem umpotencial de agregação e mobilização de movi-mentos sociais e institucionais que tem envolvi-do diversos atores: conselheiros de saúde, resi-dentes, estudantes de graduação, coordenado-res e preceptores, docentes, pesquisadores egestores, colocando-se no campo de lutas nadefesa da formação e especialização dos pro-fissionais voltadas para a lógica do SUS.

Os desafios aqui destacados nos mobili-zam na direção de uma reflexão sobre as

diretrizes de enfermagem de atenção básicaem saúde, foco das atividades deste Seminário.A ABEn entende que a enfermagem tem con-tribuído neste processo com sua participaçãonas práticas de intervenção, na gestão, naatenção, no controle social e no ensino, reafir-mando seu compromisso com o Pacto pelasaúde.

A partir do entendimento de que é urgen-te analisar e sistematizar coletivamente o papelda enfermagem neste processo, definindodiretrizes, promovendo o intercâmbio dasexperiências nesta área, no sentido de avançarna qualidade da atenção à saúde da população,é o nosso maior desafio neste encontro.

A ABEn reconhece a Estratégia de Saúdeda Família – ESF – como uma ação funda-mental para a reorganização da atenção básicaem saúde e como política em expansão noterritório nacional. Os números indicam ocrescimento da adesão dos municípios à im-plantação da estratégia. Em pesquisa realizadapelo Ministério da Saúde (2005), verifica-seque o número de municípios com o programaimplantado cresceu 411% de 1998 para2004, representando, hoje, cerca de 84% dosmunicípios brasileiros. O mesmo estudo indi-ca que cerca de 86 milhões de brasileiros sãoatendidos pelos profissionais de saúde da família,com uma cobertura de 46,19% da população.

O processo de atenção desenvolvidoenvolve aproximadamente 27 mil equipes de

saúde da família, onde atuam, aproximada-mente 222 mil agentes comunitários de saúde,cerca de 30 mil enfermeiros e 60 mil auxilia-res ou técnicos de enfermagem. No entanto,o crescimento apontado pelo estudo não ga-rante a reversão do modelo de atenção, eladepende da superação de alguns obstáculosrelacionados aos espaços da macro e micropolítica setorial, exigindo inversão de priori-dades de financiamento, da média e alta com-plexidade para a ABS, mudanças nos modosde produção de serviços e no modo de pro-dução de cuidado à saúde.

Neste cenário, trabalho da enfermagem

A ABEn participou dos projetos de

implantação e reformulação da Atenção Básica

à Saúde, cuja prática é orientada pela prevenção

e promoção da saúde, e cuja expansão ocorreu

ao longo de todo o século XX

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faz fronteira com os campos de outrosprofissionais de saúde o que lhe confere umpapel catalizador na produção do trabalhomultiprofissional, possibilitando uma maiorcriatividade e autonomia no desenvolvimentodas suas competências e por outro ladoampliando o nível de demandas e responsa-bilidade dos profissionais de enfermagem.

Assim, a pauta colocada em discussãoprecisa assinalar a emergência de uma outraglobalização, contra hegemônica, alternativa,organizada inversamente da base para o topoe constituída por redes e alianças que ultrapas-sam fronteiras para lutar contra os efeitos daglobalização neoliberal e em defesa daemancipação social. Nossa reflexão, nesteseminário, pressupõe o desencadeamento de“ações rebeldes” interligadas e de resistênciaàs diferentes formas de poder socialhegemônico. Entendendo que tais açõespodem ser realizadas através da participaçãocoletiva, dos sistemas alternativos deprodução, do multiculturalismo emancipa-tório, da biodiversidade, da justiça e dacidadania.2

Pensar em práticas emancipatórias,implica em desenvolver conhecimentos eexperiências que se destacam como formasde enfrentamento das práticas conservadoras,ou seja, como possibilidade de superar omodelo atual. Para tratar da emancipação éindispensável abordar as relações de poder,incluindo as relações interprofissionais nasequipes de saúde e de enfermagem, asrelações com os usuários do Sistema de saúde,tanto nos espaços de ensino quanto nos de

trabalho. Por isso entendemos que o campoda saúde não é privativo de nenhum núcleoprofissional, na medida em que cuidar depessoas se constitui em espaços de escuta, deacolhimento, de diálogo, de relação ética entreos atores implica-dos na produção docuidado. Assim, en-tende-se que o tra-balho em saúde é,por natureza, umprojeto e um con-trato coletivo.

A ABEn, comoparte da organiza-ção civil da enfer-magem brasileira,tem compromisso com a conquista demudanças que ultrapassem arranjos conser-vadores e que incluam a organização e aimplementação de processos estruturantes daconsolidação de práticas de saúde emanci-patórias. Nesse sentido, ao longo de seus maisde 80 anos de história, ela incorpora à suaextensa agenda o compromisso com odesenvolvimento técnico-científico, humanoe político da enfermagem na produção deserviços de saúde. Para tanto, propõe eorganiza mais um evento nacional para avaliara participação da enfermagem na AtençãoBásica de Saúde (ABS) e contribuir com aformulação de políticas para este nível deatenção que se somam aos movimentos dearticulação que temos desenvolvido nosespaços de luta pela construção dosprotocolos assistenciais, pela definição domodelo de gestão e do Pacto pela Saúde, pelaparticipação na Mesa de negociação deRecursos Humanos na ABS, pelo plano deCargos e carreiras na saúde (PCCS), açõesestas que estão pautadas na convicção de quea Estratégia Saúde da Família constitui-se emum potencial para a estruturação e reorgani-zação dos serviços rumo a integralidade e amelhoria da qualidade dos serviços prestados.

Quando Caetano Veloso reuniu poesia efilosofia na pergunta “Existir a que será quese destina?” oportunizou nosso exercício deousadia rumo ao futuro. Compreendendo quea história é complexa, dinâmica, caracterizadapor ser transversal entre passado, presente efuturo da enfermagem, pois “a história nãosó nos diz o que somos hoje, mas também oque estamos deixando de ser” (Deleuze).

Falta muito a ser feito. Os profissionais dasaúde vivenciam dificuldades estruturais econjunturais que contribuem para areprodução de situações injustas em nossas

práticas. Somos alvos de preconceitos e daperversidade do trabalho precário. Ainda te-mos muitos problemas e desafios que se inter-põem entre o hoje e o horizonte que traçamospara o futuro da enfermagem brasileira.

Mas, frente a todos os desafios, queremosreafirmar a nossa crença na força da organiza-ção coletiva como a única força capaz depromover a reconstrução rumo ao patamarhistórico que contemple a dignidade e avalorização dos trabalhadores da AtençãoBásica em Saúde.

Finalizamos, comungando com Mahata-ma Gandhi, quando afirma, sabiamente, “Nóstemos que ser a mudança que queremosver no mundo”!!

Jussara Gue MartiniSegunda tesoureira da ABEn Nacional

Ivete Santos BarretoVice-Presidente da ABEn Nacional

Notas1 SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço

habitado, fundamentos teóricos emetodológicos da geografia. São Paulo:Hucitec, 1988.

2 SANTOS, Boaventura de Sousa. A crítica darazão indolente, contra o desperdício daexperiência. São Paulo: Cortez, 2000.

A ABEn reconhece a Estratégia de Saúde da

Família como uma ação fundamental para a

reorganização da atenção básica em saúde e

como política em expansão no território

nacional

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A enfermagem na lutapela consolidação do SUS

Associação Brasileira de Enfermagem-ABEn,buscando contribuir com os debates e discussõesda 13ª Conferência Nacional de Saúde-XIII CNS,desde suas fases preparatórias nos Municípios e

Estados da Federação, no que concerne ao desenvolvi-mento da Enfermagem Brasileira e do Sistema Único deSaúde-SUS, vem propor:1. Garantir a jornada de trabalho máxima de 30 horas

semanais para os trabalhadores de enfermagem, semprejuízo do atendimento à população, levando emconsideração a carga horária estabelecida peloMinistério da Saúde para a Estratégia Saúde da Família.

2. Ampliar o número de equipes da Estratégia Saúdeda Família e redução do número de famílias porequipe.

3. Universalização da Residência em Saúde da Família,com financiamento público.

4. Garantir a isonomia no pagamento dos incentivos daEstratégia Saúde da Família.

5. Que o Ministério da Saúde e Estados cobrem dosMunicípios condições mínimas necessárias para odesenvolvimento do trabalho na Estratégia Saúde daFamília, tais como estrutura física, equipamentos,insumos, transporte seguro, além do PCCS-SUS.

6. Reestruturação e regulamentação dos protocolos eprogramas de Saúde Pública do Ministério da Saúde.

7. Fomentar a implantação e implementação do Sistemade Classificação das Práticas de Enfermagem emSaúde Coletiva-CIPESC na rede básica de saúde,como uma das formas de aumentar a produtividadeda Enfermagem e ampliar o acesso e a qualidade dasações e serviços de saúde.

8. Democratizar a Política Nacional de EducaçãoPermanente do SUS para os diferentes atores doensino, da atenção, do controle social e da gestão.

9. Ampliar o número de profissionais da saúdecontratados via concurso público e implantar o Planode Cargos, Carreiras e Salários do SUS-PCCS-SUS.

10. Que o Ministério da Saúde e Estados assumam oreal papel regulador do SUS e redefina as formas definanciamento, com o conseqüente incremento dadescentralização. E que inclua a regulação profissio-nal repensada com vistas nos resultados do trabalhocoletivo da saúde e para além do exclusivo controlede cada uma das corporações

11. Investir na implementação do Programa HUMANI-ZASUS.

12. Que o Ministério da Saúde, Estados e Municípiosinvistam na qualidade de vida no trabalho dos traba-lhadores de saúde nos diferentes níveis de atenção.

13. Apoio institucional a reforma do ensino na Enfer-magem.

14. Fomento à pesquisa em saúde e em enfermagem.15. Que o processo dos cursos de graduação em enfer-

magem sejam melhor regulamentados, com critériosmais rígidos.

Regulamentação pelos Ministérios da Educação e daSaúde das especializações e residências de enfermagem.

Associação Brasileira de Enfermagem

Propostas da ABEn Nacional na 13ª Conferência Nacional de Saúde, 14 a 18 de novembro de 2007, em Brasília/DF

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EC 29:Qual regulamentação?No dia 31 de outubro de 2007 a Câmara dos Deputadosfinalmente aprovou o Projeto de Lei Complementar 01/2003, proposto pelo então deputado Roberto Gouveia,regulamentando a Emenda Constitucional 29/2000.Trata-se de uma vitória inegável para o SistemaÚnico de Saúde em diversos aspectos. Alguns delessão:

• A definição clara de que os recursos da saúde sejamaplicados apenas em ações e serviços públicos de acessouniversal, igualitário e gratuito;

• A proibição de que os recursos da saúde sejamdestinados ao pagamento de servidores inativos,serviços de clientela fechada, programas dealimentação e de saneamento (exceto alguns casosespecíficos);

• Mecanismos de fiscalização e transparência das contaspúblicas da saúde, inclusive fortalecendo os Conselhosde Saúde;

• A disposição de que a infração a essas normasconfigura ato de improbidade administrativa, sujeitoa punição para o gestor. No entanto, a versão aprovadanão vincula a despesa mínima federal a 10% daReceita Corrente Bruta, como constava no projetodesde agosto/2004 (substitutivo da Comissão deSeguridade Social e Família). Pelo contrário: foi aprovadaa contra-proposta do governo federal, que mantém ocálculo pela variação nominal do PIB e apenasacrescenta uma “fatia” adicional da CPMF, emcaráter excepcional durante os próximos quatro anos,sem garantia de incorporação ao orçamento apartir de 2012.

Os recursos adicionais da CPMF correspondem acerca de R$ 24 bilhões entre 2008 e 2011. A magnitudedo número engana: é muito menos do que o SUSprecisa! Comparando a versão aprovada com a propostade 10% da Receita Corrente Bruta, constata-se umadiferença de R$ 81 bilhões a menos ao longo dosmesmos quatro anos (segundo estudos de GilsonCarvalho). Como o projeto teve origem na Câmara dosDeputados, agora ele seguiu para o Senado, onde

ainda pode ser alterado – para melhor ou parapior. O que vai ocorrer lá depende da pressão políticaque os defensores do SUS deverão fazer a partir de agora.Não será uma disputa fácil, mas é absolutamentenecessária!

Nesse sentido, consideramos fundamental que a 13ªConferência Nacional de Saúde reafirme o

posicionamento político claro do Controle Social emdefesa de um piso financeiro adequado e definitivopara o SUS. Assim, precisamos nos dirigir aos senadorespara que seja resgatado o texto que fixa 10% daReceita Corrente Bruta como recurso mínimo a serdestinado à saúde pelo governo federal e para que sejaimediatamente aprovado o PLP 01/2003 (agoradenominado PLC 89/2007). Este papel precisa serassumido não apenas pelos órgãos de controle social aquipresentes, mas também por todos os movimentos sociaise todas as entidades que defendem a saúde!

Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, MinasGerais e Espírito Santo – APOINME, Associação

Brasileira de Enfermagem – ABEn, Associação Brasileirade Ensino em Fisioterapia – ABENFISIO, Associação

Brasileira de Pós- Graduação em Saúde Coletiva –ABRASCO, Associação Brasileira dos Terapeutas

Ocupacionais – ABRATO, Associação de DiabetesJuvenil – ADJ, Associação Nacional de Pós-Graduandos– ANPG, Associação Nacional do Ministério Público de

Defesa da Saúde – AMPASA, Centro Brasileiro deEstudos de Saúde – CEBES, Confederação Brasileira dos

Aposentados e Pensionistas – COBAP, ConfederaçãoNacional das Associações de Moradores – CONAM,

Confederação Nacional dos Trabalhadores emSeguridade Social – CNTSS/CUT, Conselho Federal de

Biologia – CFBio, Conselho Federal de Fisioterapia eTerapia Ocupacional – COFFITO, Conselho Federal de

Fonoaudiologia – CFFa, Conselho Federal deOdontologia – CFO, Conselho Federal de Serviço Social

– CFESS, Conselho Nacional de Secretários de Saúde –CONASS, Conselho Nacional de Secretarias Municipais

de Saúde – CONASEMS, Direção Executiva Nacional dosEstudantes de Medicina – DENEM, Executiva Nacionaldos Estudantes de Fisioterapia – ENEFi, Federação das

Associações de Renais e Transplantados do Brasil –FARBRA, Federação Interestadual dos Odontologistas –FIO, Federação Nacional das Associações de Portadores

de Hipertensão Arterial – FENAPHA, FederaçãoNacional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional –

FENAFITO, Federação Nacional dos Assistentes Sociais –FENAS, Federação Nacional dos Farmacêuticos –

FENAFAR, Federação Nacional dos Psicólogos –FENAPSI, Fórum contra as Reformas Neoliberais na

Saúde Pública, Fórum Nacional de ResidentesMultiprofissional em Saúde – FNRMS, Fórum Social

Mundial da Saúde – FSMS, Fórum Sul da Saúde,Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – IDEC,

Liga Brasileira de Lésbicas – LBL, Movimento deReintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase –

MORHAN, Movimento Nacional de Luta Contra a Aids,Movimento Popular de Saúde – MOPS, Pastoral da

Criança, Rede Nacional de Ensino de TerapiaOcupacional – RENETO, Rede Nacional Feminista de

Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, RedeUnida, União Nacional dos Estudantes – UNE

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Carta aberta do FENTASO Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores daárea da Saúde, composto por cerca de 35 entidadesrepresentativas de trabalhadores de Saúde, nas suasdiversas formas de organização (Associações,Confederações, Conselhos e Federações) presente à 13ªConferência Nacional de Saúde, posiciona-se,publicamente, sobre os temas que considera de extremarelevância e que serão objeto de discussão nas PlenáriasTemáticas e Final.

1. As Entidades manifestam-se contrárias à criação deFundações Estatais na área da Saúde, por entenderemque fere frontalmente os princípios do SUS e doControle Social, aprofundando distorções que hojeexistem e pondo em risco o acesso e a qualidade dosserviços aos usuários. Portanto, reafirma a posiçãocontrária do plenário do Conselho Nacional deSaúde.

2. As Entidades manifestam que a aprovação da EmendaConstitucional nº. 29/2000 (EC 29), nos termossubmetidos ao Congresso Nacional, significa umavanço do financiamento do SUS na forma deaumento dos recursos destinados pelo GovernoFederal, no estabelecimento de regras para aobediência dos Estados ao piso Constitucional, nadefinição do que pode ou não ser reconhecido comoefetiva ação de saúde e um rigoroso processo defiscalização do cumprimento da legislação comparticipação dos Conselhos de Saúde. É uma vitóriada mobilização do movimento social em defesa doSUS, que deve, no entanto, continuar fortalecendo aorganização em defesa da proposta original devinculação ao piso Constitucional do GovernoFederal em 10% das receitas, bem como priorizar,na execução orçamentária, a prevenção de doenças,a promoção da saúde, a gestão do trabalho naperspectiva de construção da carreira de saúde e doPlano de Carreira de Cargos e Salários (PCCS) doSUS, bem como a reestruturação e fortalecimentoda rede pública estatal.

3. As Entidades manifestam preocupação com oprocesso de aprovação do PAC pelo CongressoNacional e sua posterior implementação peloGoverno. Esclarece que está ao lado de um plano deaceleração do crescimento que combine a equaçãodesenvolvimento econômico/redução das desi-gualdades sociais/e respeito ao meio ambiente.Nesse sentido, defende que o Congresso Nacionalaprove metas para redução progressiva do aqueci-mento global por parte do Brasil, que é signatário doProtocolo de Kioto. Alerta às autoridades para que oprocesso de implementação do PAC seja acom-panhado de medidas governamentais que diminuamas iniqüidades sociais e o impacto nas condições devida e de saúde da população brasileira. Neste sentido,reafirma a necessidade de que haja participação doControle Social na formulação e aprovação do PACda Saúde.

4. As Entidades manifestam-se favoráveis à criação deNúcleos de Atenção Integral à Saúde da Família comoforma de ampliar a cobertura e a resolubilidade daAtenção Básica. Defendemos a sua implantação emtodas as unidades da Federação, com a garantia deuma equipe multidisciplinar que atenda àsnecessidades locorregionais e respeite a Resoluçãonº. 287/1998 do Conselho Nacional de Saúde, querelaciona as profissões da área da Saúde. Defendemosainda que a sua implantação somente ocorra apósanálise e aprovação pelos Conselhos Municipais deSaúde.

As entidades manifestam-se veementemente emdefesa dos princípios e diretrizes do SUS, pela garantiado direito à saúde e qualidade de vida da população, epelo fortalecimento do Controle Social.

Fórum das Entidades Nacionais dosTrabalhadores da área da Saúde

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ABEn - jun.ago.set./out.nov.dez 200722

Entre os dias 14 e 18 de novembro, um dos eventosmais importantes para consolidar uma das diretrizesdo Sistema Único de Saúde (SUS), a participaçãosocial, aconteceu 13a Conferência Nacional deSaúde, em Brasília, com a presença estimada dequase 4.000 pessoas, entre delegados definidos nasconferências estaduais que precedem a nacional,representantes do Ministério da Saúde, secretáriosde estados, usuários e convidados. Neste espaço deencontro de brasileiros interessadas na consolidaçãodo projeto democrático SUS houve entre tantasoutras representações de entidades, o estande doFórum Nacional de Educação das Profissões da Áreade Saúde (FNEPAS). As entidades que compõemeste Fórum e suas parceiras que estiveram presentesidentificando, tecendo caminhos e informando dassuas atividades, distribuindo folders informativos eexemplares de seus periódicos, livros e jornais foram:a Associação Brasileira de Ensino em Psicologia(ABEP), a Associação Brasileira de Educação emEnfermagem (ABEn), a Associação Brasileira deEducação em Odontologia (ABENO), a Rede Unidae a Associaçao de Educaçao Médica (ABEM). Alémdo apoio de outras entidades, por exemplo, oConselho Federal de Psicologia. Os representantesdas entidades Mônica Lima (ABEP), Tatiana Saldanha

Em todas as dez plenárias temáticas da 13ª Confe-rência Nacional de Saúde a proposta de criação defundação pública de direito privado na saúde,encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional,foi rejeitada. Apesar de não falar em retirada de pautado projeto, que também afeta órgãos ligados àcultura, ao esporte e ao turismo, o Executivo já indicauma ampliação do debate em torno de pontos dediscórdia.

A rejeição da proposta na conferência foimotivada pela “predisposição” do Conselho Nacionalde Saúde (CNS) em não fazer o debate necessárioem torno da questão. No CNS, porém, o sentimentoé de vitória e de resposta a críticas sofridas.

“Disseram que o conselho estava tomando umaposição precipitada, sem sustentação política, massabíamos que não era assim”, disse o presidente doCNS, Francisco Batista Júnior. “Mais de 90% dosdelegados foram contrários ao projeto e hojeestamos mais fortes para liderar, em todas as regiões,esse debate estratégico na vida do SUS.”.

Participação do FNEPAS na 13ª ConferênciaNacional de Saúde - novembro 2007

(ABEP), Nilce Tomita (ABENO), Francisca Valda(ABEn) e Luciana Pereira (Rede Unida) – inclusive,as duas últimas relatoras da 13ª CNS, buscaram nestemomento oferecer informações sobre a realizaçãodas Oficinas Multiprofissionais, que já acontecerãoeste ano e aquelas previstas para o ano de 2008. Osintegrantes do FNEPAS ressaltaram a satisfaçãol pelointeresse dos participantes da 13ª CNS pelo estandedo FNEPAS e a oportunidade de poder conversarcom os usuários, profissionais e gestores sobre osobjetivos do FNEPAS através de tais Oficinas, a saber:contribuir para o processo de mudança na graduaçãodas profissões da área de saúde, tendo como eixo aintegralidade da formação e da atenção à saúde, emconsonância aos princípios e diretrizes do SUS. Noentanto, os integrantes do Fórum ressaltam quemuitos ainda não conhecem o FNEPAS, apesar deficarem entusiasmados com a descoberta. Este é umdos principais desafios do Fórum para manter a pautapermanente das questões político-acadêmicas paraa implementação de mudanças efetivas no processode formação de profissionais de saúde, para alémdos objetivos específicos e particularidades dequalquer profissão de saúde. (Fonte: Secretaria doFNEPAS)

Os delegados com direito a voto na 13ªConferência Nacional de Saúde decidiramexcluir do relatório final do encontro arecomendação da proposta de descriminalizaçãodo aborto.

Por ampla maioria, os delegados votarampela supressão da proposta da política públicasobre o aborto. Cerca de 100 dos 1.627delegados que participam da plenária final daconferência votaram a favor do texto, mas foramvaiados.

A sessão foi marcada pela confusão em tornoda redação final da proposta, que excluiu apalavra aborto. O texto trazia a seguinte citação:“Assegurar os direitos sexuais e reprodutivos,respeitar a autonomia das mulheres sobre seucorpo, reconhe-cendo-o como problema desaúde pública e discutir sua descriminalizaçãopor meio de projeto de lei”.

Segundo os participantes da conferência, amenção ao aborto estaria na referência sobre ocorpo feminino. A redação foi contestada atépelas entidades contrárias ao aborto.

O tratamento do aborto como questão desaúde pública, com a descriminalização daprática, tinha sido encaminhado por dez estados.(Fonte: Agência Brasil)

A ABEn convida os estudantes e profissionaisde enfermagem a participarem deste debate noano de 2008, na perspectiva da construçãocoletiva de um posicionamento da nossaAssociação sobre o tema.

Proposta de criação de fundação pública dedireito privado na saúde foi rejeitada

Para Francisco, apesar das negativas do governo,as fundações estatais indicam a privatização da saúde,por supostamente permitirem o atendimento deinteresses de grupos organizados. “O projeto deixamuito claro que a indicação dos diretores dasfundações será feita por grupos políticos”, acredita.“Defendemos a profissionalização da gestão combase nos funcionários do SUS.”

O CNS também anunciou novos debates sobrea gestão dos serviços na saúde. Em dezembro, oórgão pretende realizar um grande seminário comrepresentantes da saúde de todas as unidades dafederação, das diferentes esferas do governo e dosPoderes Legislativo, Judiciário e do MinistérioPúblico. “Esse pode ser um ponto de partida paraum novo projeto que atenda às nossas reais necessi-dades”, destaca Batista Júnior. (Fonte: Agência Brasil)

Ler mais sobre o assunto no site do ConselhoNacional de Saúde (http://conselho.saude.gov.br).

Conferência rejeitadescriminalizaçãodo aborto

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Saúde democrática e jurídicaNo Estado democrático de direito, espera-se que os ministros deEstado sejam exemplares no respeito aos princípios e normasconstitucionais e, além disso, que sejam capazes de enfrentar osproblemas afeitos à sua pasta, propondo soluções compatíveis comos conceitos jurídico-administrativos já consagrados ou que, se foreminovadores, não deixem dúvidas quanto à constitucionalidade e aorespeito aos preceitos da legislação vigente. Declarações recentesdo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, deixam evidente seuautoritarismo e seu despreparo para acatar decisões democráticasque contrariem seus planos e a forma por ele concebida para executá-los. Nem a legitimidade democrática nem a legalidade são parâmetrospara suas decisões.

Como tem sido amplamente noticiado, oministro da Saúde tem um projeto decriação de Fundações Estatais de DireitoPrivado, elaborado segundo o figurino doneoliberalismo. Antes de tudo, éoportuno lembrar que o conceitode fundação, já consagrado, aplica-se à vinculação de um fundorentável à realização de certoobjetivo. Em palavras mais simples,alguém é proprietário de bens quepodem produzir renda, como ações de empresas,imóveis ou coisa semelhante. Essa pessoa decide doar essesbens para acomposiçãode um fun-do, estabe-l e c e n d oque todosos rendi-mentos queeles produzirem serão usados para um objetivo determinado. Issotudo é estabelecido num documento, onde se estabelece, inclusive,quem será o administrador do fundo, sobretudo para cuidar daobtenção do melhor rendimento possível e da aplicação dosresultados no objetivo estabelecido como finalidade do fundo. Aíestá, em síntese, o caminho para a criação de uma fundação.

É importante assinalar que os objetivos serão buscados com aaplicação dos rendimentos produzidos pelo fundo, não fazendo partedo conceito de fundação a dependência de dotações orçamentáriasdo poder público. O que se criou entre nós, com grande malícia,foram fundações sem fundos, ou seja, falsas fundações, que assumemtarefas do poder público, para serem executadas com dinheiropúblico, e são administradas segundo as conveniências dosinstituidores da falsa fundação ou de seus gestores.

O projeto do ministro Temporão não deixa dúvidas: as fundaçõesreceberiam recursos públicos e cumpririam metas governamentais.Como são fundações privadas, poderão contratar com terceiros aexecução dos serviços, sem estarem obrigadas a fazer licitação - ouseja, o dinheiro público vai ser usado para contratar serviços comparticulares livremente escolhidos pelos administradores dasfundações. A par disso, os empregados das fundações serão livre-mente escolhidos pelos seus dirigentes, sem a necessidade deconcurso público, podendo ser demitidos a qualquer momento,como nas empresas privadas.

Essa proposta do ministro da Saúde foi rejeitada pela ConferênciaNacional de Saúde, instituição de participação popular

que surgiu para dar efetividade à disposição dosartigos 1º e 198 da Constituição de 1988, segundo

os quais o poder público será exercidopelo povo, diretamente ou

através de representanteseleitos, e as ações e

serviços de saúdeserão efetivadoscom a participa-

ção da comuni-dade. Em relação à

criação das fundaçõesestatais de direito priva-

do, assim como no tocanteà descriminalização do

aborto, objetos de propostasdo ministro rejeitadas pela

Conferência, que reuniu maisde cinco mil especialistas da área

da saúde, a manifestação de Temporão, anteriorà decisão da Conferência mas já prevendo suaderrota, foi incisiva: “Se a Conferência rejeitar a

fundação estatal, o projeto será mantido no Congres-so Nacional”. O povo, ora o povo... A vontade do

ministro da Saúde é a lei, mesmo que isso represente gravedano à saúde da democracia e do direito.

Dalmo DallariProfessor e jurista

* Texto originalmente publicado no Jornal do Brasil, em 24 denovembro de 2007.

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REPRESENTAÇÃO e ORGANIZAÇÃO da ABEn na construçãode políticas públicas: assistência, trabalho e regulação profissional

O Pacto foi o marco na questão da Mortalidade Materna e Neonatal noBrasil. A discussão com várias categorias levou a uma reflexão nuncaantes abordada. O coordenador do programa, médico Adson Franca, foio articulador da união de todos os profissionais de áreas afins, na reduçãoda morbidade e mortalidade materna e neonatal. Os encontros queaconteceram em Brasília, foram marcados de oportunidades de se repensaro tipo de assistência que os profissionais da saúde da mulher e da criançaestavam prestando.

Discutido separadamente, o assunto Mortalidade Materna e Neonatalno Brasil, só poderia ter avanços com esforços conjuntos, entrerepresentantes do governo, sociedade e profissionais da saúde.

A inclusão social da mulher nas políticas de saúde e principalmente apreocupação do Ministério da Saúde com a redução dos elevados índicesde morte materna e neonatal serviu de alavanca para que se refletissesobre a questão que estava afligindo o País e que poderia ser revertidacom medidas básicas de prevenção, educação, suporte avançado e decomplexidade para atender a demanda.

A ABEn Nacional teve papel de destaque. Apresentou sugestões queestavam fora do Pacto, o olhar característico da enfermagem. Comoexemplo, citar-se-ia a atenção às mulheres ciganas, grupo que está presentena sociedade de forma esquecida.

Outra questão característica marcante da enfermagem nas reuniões:Apresentar a autonomia e competência da enfermeira obstetra e a interaçãocom a parturiente para o empoderamento no parto e nascimento, ajudandoa mulher reconhecer o potencial do seu corpo no processo natural daparturição.

As reuniões deram respaldo e conhecimento para as decisões quepodem ser tomadas com segurança e legalidade. Foi esclarecendo aosdemais participantes o papel da enfermagem obstétrica e neonatal na artedo cuidar.

A oportunidade foi considerada ímpar para expor a atuação daenfermagem e sua importância no cuidado com a mulher, família e orecém-nascido, na prevenção da mortalidade materna e neonatal.

Apresentada para a comissão, a atuação das residências e cursos deespecialização de enfermagem, nas áreas materno infantil e o impacto,com a atuação, na redução das cesáreas desnecessárias, sucesso noaleitamento materno precoce, e mudanças dos índices da morbidadeneonatal e materna e o reconhecimento da sociedade em relação a essemodelo assistencial humanístico e personalizado.

A ABEn colocou-se em favor das mulheres para que a lei 11.108/2005 fosse cumprida. Referida Lei deu à mulher o direito de ter no partoe nascimento um acompanhante de sua escolha, e que está sendo poucoaplicada na prática.

A Comissão de Monitoramento e Avaliação do Pacto Nacional pelaRedução da Mortalidade Materna e Neonatal continuam pugnando pelaconstrução de um modelo assistencial, capaz de atender as determinaçõesda OPAS/OMS, para que se possam atingir níveis aceitáveis dos índicesde mortes evitáveis.

A ABEn na Comissão de Monitoramento e Avaliaçãodo Pacto Nacional pela Redução da MortalidadeMaterna e Neonatal – Ministério da Saúde

A Associação Brasileira de Enfermagem, representando o segmento detrabalhadores, indicada pelo Fórum de Entidades Nacionais deTrabalhadores da Área da Saúde – FENTAS, mantém a titularidade com aenfermeira Maria Goretti David Lopes e a suplência com a enfermeiraMaria Gorete Lavor no Grupo de Trabalho para Acompanhamento dasPolíticas em DST e Aids desde a sua criação, conforme Resolução nº.323, de 08 de maio de 2003.

Em 2007, o Conselho Nacional de Saúde aprova em sua 171ª ReuniãoOrdinária do CNS a transformação do GT em Comissão paraAcompanhamento das Políticas em DST e Aids. Com a nova estrutura efuncionamento, o GT deixa de existir e seus integrantes passamimediatamente ao processo de estruturação da referida Comissão,organizando inclusive a importante ampliação do número de integrantes.

O objetivo da Comissão é assessorar o Plenário do CNS na articulaçãoe na formulação das políticas de prevenção, assistência e tratamento dasdoenças sexualmente transmissíveis, inclusive da Aids.

O Plano de Trabalho estabelecido ainda pelo GT e mantido pelaComissão para o período de maio de 2006 a junho de 2007 foi cumpridona totalidade, conforme atividades realizadas:• Elaborado Relatório de Atividades 2005/06.• Acompanhado 5 (cinco) Seminários Estaduais DST/Aids e Controle

Social no SUS (Goiás, Amazonas, Paraná, Rio Grande do Sul eTocantins).

• Mantida a articulação com a CNAIDS, COGE e CAMS’s.• Mantida a comunicação com as demais Comissões do CNS sobre

pontos comuns de discussão e encaminhamentos em DST/Aids.• Mantido o acompanhamento da política de financiamento em DST/

Aids e das pactuações na Tripartide e de algumas Bipartites;• Realizado o I Seminário Nacional sobre a Capacidade de Produção de

Antiretrovirais da Indústria Brasileira.No âmbito da Comissão seguem as discussões das questões sobre o

AIDS 4, o Plano de Ações e Metas – PAM 2008, e ainda como dar osencaminhamentos do I Seminário Nacional sobre Capacidade de Produçãode Antiretrovirais da Indústria Brasileira, principalmente quanto àsustentabilidade dos insumos para o Programa Nacional de DST e Aids(PNDST/Aids). (Maria Goretti David Lopes)

Comissão para Acompanhamento das Políticas emDST e Aids do Conselho Nacional de Saúde

CNS retoma sua participação nos processos deabertura de novos cursos de Medicina, Odontologiae Psicologia atuação da ABEn no processo

O Pacto não está concluído, faz parte de um conjunto de ações sociaise de mudanças, que favoreçam avanços na assistência de qualidade,humanizada, na construção de uma vida melhor para as mulheres e suasfamílias. (Gerusa Amaral de Medeiros)

A questão da avalanche de abertura de novos cursos de graduação nasaúde no bojo do processo do crescimento da onda neoliberal daprivatização do ensino ganhou musculatura na virada do século e tem

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Em 15 de agosto de 2007 ocorreu no Auditório Emílio Ribas, Ministérioda Saúde a 10ª Reunião da Câmara de Regulação do Trabalho em Saúde,com a seguinte pauta:• Apresentação e discussão de projetos de lei que dispõem sobre a

instituição de datas oficiais comemorativas de categorias da área dasaúde: PL nº 6.367/2005 do Dep. Rafael Guerra (Institui o dia doIntensivista); PL nº 6.286/2005 do Dep. Vander Loubet (Institui odia nacional do Esteticista); PL nº 1.310/2007 (Institui o dia 12 demaio como o dia nacional dos trabalhadores da área da saúde) – foram

A ABEn na 10ª Reunião da Câmara de Regulação doTrabalho em Saúde

preocupado movimentos organizados no controle social no SUS: CIRH/CNS, conferências de saúde; assim como gestores da saúde e da educação.

A educação é um bem de interesse público, porém na suaregulamentação na Constituição Federal de 1988 não foi consideradacomo ação exclusiva do Estado. É preciso bom senso, a experiência revelaque educação não pode ser tratada como moeda de troca para fins deenriquecimento de pessoas e grupos, especialmente, a educação em saúdeque prepara profissionais para cuidar da promoção, proteção à saúde;prevenção e tratamento de doenças e da recuperação; neste contexto osprofissionais devem estar aptos a lidar e ajudar as pessoas em situaçõeslimites de vida e morte em momentos de grande carga de stress.Certamente o ensino atual passa longe da necessidade da população deencontrara nos serviços profissionais com a qualificação devida noscampos: técnico-científico, emocional, político, ético e humano.

A situação caótica decorrente da opção da elite governante e degovernos brasileiros de deixar para o Mercado a regulação do crescimentode oferta de vagas para cursos superiores, chegou ao limite e clama poruma ação responsável do Estado Brasileiro na regulação dos processosavaliativos para autorização, credenciamento e renovação docredenciamento de cursos.

Os grupos privados ganharam tanta força que hoje detém o podereconômico e controlam os espaços de decisão do MEC, o CongressoNacional e o Sistema Judiciário, determinando os rumos deste processo.É preciso realmente uma retomada por parte do Estado e do Controlesocial no SUS. O CNS entendeu a sua responsabilidade neste processo edeliberou retomar a emissão de parecer. No entanto de acordo com oDecreto Ponte e a Portaria Nº. 147-2007 – MEC, atualmente o CNS temparticipação no processo em caráter consultivo e apenas para a Medicina,Odontologia e Psicologia, porem o CNS já se posicionou a este respeitoindicando a necessidade de posicionamento do CNS em caráterterminativo e para todos os cursos da saúde das profissões reconhecidaspelo CNS através da Resolução Nº. 287 de1988 - CNS.

O CNS através da CIRH sua Comissão Intersetorial de RecursosHumanos esta com grupo tarefa em estado de vigília para limpar a pauta eemitir proposta de parecer para todos os processos dos processos deabertura dos cursos citados no parágrafo anterior que se encontramencalhados para apreciação pelo pleno do CNS e envio ao MEC. A ABEnparticipa ativamente deste esforço-tarefa na emissão de parecer no cicloavaliativo dos referidos cursos que esta comprometido com a melhoriada qualidade do ensino e especialmente das reuniões da CIRH/CNS, naqualidade de membro titular da mesma.

aprovados e os pareceres encaminhados posteriormente para oCongresso Nacional.

• Apresentação e discussão do PL nº 375/2007 do Dep. Izalci (Dispõesobre a obrigatoriedade da exibição nos hospitais e postos de saúde darede pública, de informações sobre profissionais de saúde) - foiaprovado e os parecer encaminhado posteriormente para a Câmara deDeputados.

• Debate sobre o PLS nº 26/2007 de autoria do Senador Tião Viana(Altera a Lei nº 7.438/86, que dispõe sobre o exercício daenfermagem e dá outras providências, para estabelecer prazo para aconcessão de registros aos atendentes, auxiliares e técnicos deenfermagem e às parteiras, bem como para assegurar a essesprofissionais acesso diferenciado aos cursos de graduação de nívelsuperior em enfermagem) – a ABEn se manifestou contrário aoreferido projeto de lei. A Câmara de Regulação posicionou-se contráriaao projeto de lei. O parecer foi encaminhado a Câmara de Deputadospelo Ministério da Saúde.

• Ao final da reunião ocorreu uma mesa-redonda: “Acupuntura eExercício Profissional”. A referida mesa-redonda abriu o debatedo processo de regulação da prática profissional na acupuntura.(Francisco Rosemiro Guimarães Ximenes Neto)

A CNRMS foi instalada no dia 29/08/2007 no MEC e iniciou seutrabalho de regulamentação da Residência Multiprofissional em Saúde edo processo de certificação de programas; na pauta também aregulamentação das Residências Uniprofissionais (específicas de cadaprofissão que ainda não foram reconhecidas).

A Comissão que é constituída por 13 membros (MEC/MS/CONASS/CONASEMS/IES/Residentes/Preceptores/FENTAS/FNEPAS) e também contara com Câmaras Técnicas para assessorar otrabalho da CNRMS. A ABEn participa da Comissão na representação doFNEPAS.

Até aqui já aconteceram três reuniões que aprovaram o regimento defuncionamento da CNRMS, e esta em fase de aprovação pela ordem: i) aresolução dos requisitos mínimos (instituições e programas), docertificado e do processo de credenciamento; ii) diretrizes curricularespara a residência multiprofissional; sistema de avaliação de programas. AComissão também esta com calendário para receber projetos para analisee credenciamento provisório até 15/4/2008 de residência(s)multiprofissional(is) e também para cadastramento das residênciasuniprofissionais.

Em seguida entrará na pauta a regulamentação das ResidênciasUniprofissionais.

Atenção residentes, preceptores, coordenadores de programas etod@s @s interessados no tema da residência multiprofissional em saúdee residência uniprofissional de enfermagem, estaremos na ABEn atravésdos Fóruns de Escolas de Enfermagem/Diretorias de Educação, comespaços nos eventos Estaduais, Regionais e Nacional da ABEn, paraatualização de informes, debates sobre esta temática e formulação deproposições para a CNRMS. Compareçam aos eventos da ABEn eparticipem!!!

Comissão Nacional de Residência Multiprofissionalem Saúde (CNRMS) - instalada com nomeaçãointerministerial do MEC e MS

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Caminhos percorridos pela ABEn no período2004-2007, balanço e possíveis horizontes

Cenário da retomada para esta etapaAs diretorias da ABEn Nacional, Seções e Regionais - iniciaramseu relevante mandato social em um cenário complexo e repletode instigantes desafios para a entidade: i) crescimento do quadrode associados para ampliar sua representatividade; ii) ampliaçãoda participação dos associados no cotidiano do seu trabalho; iii)capacitação de dirigentes para fortalecer a gestão; iv)diversificação das fontes de financiamento para alem dosrecursos arrecadados de contribuições de associados; v)ampliação da capacidade de representação da diretoria emrelação a seus associados e parceiros; vi) atuação qualificada juntoaos Movimentos Sociais, ao Estado e aos protagonistas dasRelações Internacionais.

Projetos – execução e avaliaçãoOs desafios nomeados foram trabalhados com projetos,elaborados para captar financiamento e realizar agendasestratégicas nas seguintes linhas de ação:

• Educação: Reorientação e qualificação do Ensino degraduação em Enfermagem (ABEn/MS); Mudança naEducação em Saúde (Entidades de Ensino das Profissões daSaúde/FNEPAS/MS/MEC); PROEnf (ABEn/Artmed);IEPE (ABEn/OPAS);

• Estudos e Pesquisas – CEPEn: BVS-Enf (ABEn/IES/BIREME-OPAS/MS); Preservação da Memória/acervo daABEn (ABEn/MS); Documentário ABEn 1976-2006

A vida bloqueada, instiga o teimosoviajante a abrir a nova estrada

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(ABEn/IES/MS); Criação do Fórum Nacional dePesquisadores em Enfermagem;

• Publicação e Comunicação Social: Qualificação da REBEnpara entrada na SCIELO, Acreditação do Jornal trimestral daABEn (impresso), Criação de boletim informativo quinzenal(eletrônico);

• Assuntos Profissionais: CIPESC (ABEn/SMS-Curitiba/MS); Pesquisa do Perfil dos enfermeiros no Brasil (ABEn/MS);

• Científico-cultural: Atualização da Política de Prêmios daABEn; Diretrizes para a Política Nacional de Especialidadesem Enfermagem e para o Mercosul, Formação e Organizaçãode Especialistas no Brasil, Criação do Fórum Nacional deSociedades de Especialistas vinculadas à ABEn;

• Desenvolvimento Institucional da ABEn: ABEn 80 Anos -Espaço, Memória e Ação; Diretrizes para atualização de suaAgenda Nacional de Eventos; Modernização da Gestão;Repensar a ABEn.

Balanço da GestãoAlguns desses projetos foram executados e concluídos nesteperíodo, outros foram executados em parte e alguns nãochegaram a ser iniciados por falta de financiamento e/ou decondições técnico-operacionais; embora sejam estruturantes dospróximos passos na construção técnica, política e social daABEn. Um balanço geral do trabalho realizado neste período,apesar das dificuldades, permite visualizar que o mesmo produziuprodutos e resultados importantes para a Enfermagem/Saúdee ampliou a capacidade propositiva da ABEn na interlocuçãocom movimentos sociais, institucionais, o controle social noSUS, MCT e MS, MEC, Judiciário, MPF e AGU.

A ABEn nesta gestão consolidou a ocupação de espaçosimportantes e conquistou novos como pode ser destacada a suaatuação: como conselheira titular eleita pelo seguimento dostrabalhadores da saúde no Conselho Nacional de Saúde (CNS);como membro de Câmaras Técnicas junto ao MS, MEC e deComissões Interintitucionais MEC/MS/MPO e como repre-sentante de instituições de ensino das profissões de saúde(FNEPAS) na Comissão Nacional de Residência Multiprofis-sional (CNRMS).

Algumas iniciativas por suas características estruturantes noâmbito da ABEn devem ser continuadas nos próximos anoscomo: CIPESC; IEPE; Preservação da Memória/ Acervo daABEn; Documentário ABEn 1976-2006; PROEnf. Assim como,as iniciativas realizadas em parceria com outras instituições: BVS/Enf junto a IES e BIREME; Agenda pela regularização político-administrativa, moralização e democratização da gestão doSistema COFEN/CORENs em conjunto com a FNE/CNTS/CNTSS; Educação e Desenvolvimento no SUS: EducaçãoProfissional, Graduação e a regulamentação da ResidênciaMultiprofissional em Saúde e das Residências Uniprofissionaisdas profissões reconhecidas na Resolução Nº. 287/1988 doCNS e Mestrado Profissional junto à Comissão Nacional deResidência Multiprofissional em Saúde (CNRMS) e a Comissão

Interministerial de Gestão da Educação, em articulação com oFNEPAS, CONASS, CONASEMS, IES, Preceptores, Resi-dentes, MS e MEC.

Demandas que permanecemA próxima gestão da ABEn 2007-2010, portanto, estará sedeparando com antigos e novos desafios como: i) Ampliar arepresentatividade social da Entidade e sua participação naformulação de proposições para políticas públicas do micro aomacro, buscando influenciar os centros de decisão das políticasde saúde, educação, trabalho e da ciência e tecnologia: ii)Reestruturar o modelo jurídico, político-administrativo (infor-matização, informação, comunicação, etc) e gerencial com oobjetivo de ampliar sua capacidade técnico-operacional; iii)Institucionalizar a CIPESC no SUS; iv) Consolidar sua agendapolítica pelo fortalecimento da atuação da Enfermagem na ABScomo base para a atenção integral à saúde, assim como, os desafiosnomeados no parágrafo anterior.

Considerações para prosseguirMas como a História não só nos diz o que somos hoje, senãoo que estamos deixando de ser (Deleuze), temos muito a fazer(fazendo a diferença) nesta reinvenção permanente de nósmesmos e da história, seguindo em frente na perspectivaapontada por Guilherme Arantes quando afirma (...) que ahistória não tem fim, continua sempre que você respondesim à sua imaginação, à arte de sorrir cada vez que omundo diz não.

Um balanço geral do trabalho realizado neste

período, apesar das dificuldades, permite

visualizar que o mesmo produziu produtos e

resultados importantes para a Enfermagem/Saúde

e ampliou a capacidade propositiva da ABEn na

interlocução com movimentos sociais,

institucionais, o Controle Social no SUS, MCT e

MS, MEC, Judiciário, MPF e AGU

Francisca Valda da SilvaPresidenta da ABEn Nacional

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Diretoria Científico-Culturaluma pauta de atuação em parceria com as demais diretoriasA Diretoria Científico-cultural da ABEn na gestão 2004/2007construiu sua pauta de atuação em parceria com as demaisdiretorias, buscando o fortalecimento da Associação e daEnfermagem brasileira. As metas definidas para a atuação destadiretoria foram: fortalecimento da articulação ABEn/Sociedadesde Especialistas; Coordenação Nacional da Semana Brasileira deEnfermagem; Fortalecimento da política de premiação da ABEnnos Congresso Brasileiros de Enfermagem; Participação nascomemorações dos 80 anos da ABEn e Fortalecimento da ABEn.Neste sentido, algumas estratégias foram elaboradas: Mantercontato com as Sociedades de especialistas, objetivando aumentaro contingente de vinculadas e estabelecer estratégias conjuntaspara o fortalecimento da ABEn e das Sociedades vinculadas; elaboraruma política de Educação Permanente e de formação deespecialistas; buscar apoio das diretorias científico-culturais dasSeções no sentido de promover parcerias com as Sociedades deespecialistas e Departamentos Científico-culturais; fortalecer apolítica de Educação Permanente nas Seções; acompanhar oencaminhamento do processo jurídico frente aos concursos deespecialistas, mantendo as Sociedades e os associados informadossobre o mesmo; apoiar a realização de concursos públicos detitulação de enfermeiros especialistas pelas Sociedades de

Especialistas vinculadas; prever reuniões ampliadas nos CongressosBrasileiros de Enfermagem (CBEn) com as Sociedades deEspecialistas e departamentos científico-cultural com o objetivode discutir assuntos de interesse da categoria (residência integrada,mestrado profissional, educação permanente, entre outros);atualizar o regimento de vinculação e desvinculação à ABEn dasSociedades de Especialistas e Departamentos científico-cultural;elaborar documento normativo para criação de departamentoscientífico-cultural; promover em parceria com a diretoria deassuntos profissionais e diretora do CEPEn a descentralização doconcurso público de titulação do enfermeiro especialista em saúdecoletiva; organizar banco de dados das Sociedades de especialistase de especialistas; regulamentar e implantar o Conselho ConsultivoNacional de Sociedades de Especialistas; fomentar a formação dosConselhos Consultivos estaduais, com o apoio das Seções, nosestados em que houver Sociedade de Especialistas; montar umacomissão nacional para elaboração de material alusivo a SemanaBrasileira de Enfermagem (SBEn); elaborar caderno de dicas daSBEn; elaborar cartaz da SBEn; propor concurso para elaboraçãodo cartaz da SBEn; disponibilizar em rede o modelo de relatório eo caderno de dicas da SBEn; reforçar junto às Seções a importânciadas comemorações do dia nacional de luta contra a impunidade,

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juntamente com as comemorações da SBEn; elaborar critériospara a criação de novos prêmios; atualizar o regimento de premiaçãodo CBEn; manter contato permanente com os promotores dosprêmios e viabilizar novas parcerias para premiação; encaminharos processos de avaliação e premiação dos trabalhos científicos noCBEn; coordenar a Sessão de Premiação no CBEn; promoverconcurso para a logomarca dos 80 anos da ABEn no ano de 2006,juntamente com o concurso do cartaz para a SBEn; promoverconcurso científico-literário sobre os 80 anos da ABEn no ano de2006; participar de todas as atividades referentes as comemoraçõesdos 80 anos da ABEn; participar de todas as atividades da diretoria;representar a ABEn nos diversos fóruns e instituições sempre quesolicitada; participar das discussões e apoiar a reformulação doestatuto; participar de projetos e atividades com as outras diretoriassempre que necessário, manter registros de atividades da diretoriacientífico-cultural.

A articulação da ABEn com as Sociedades de Especialistasmostra-se como um ponto crítico para a atuação desta diretoria.Mesmo mantendo contato permanente com as Sociedades atravésde correio eletrônico e mostrando-se disponível para participarde debates e encontrar soluções conjuntas não se conseguiu grandesavanços. As reuniões previstas para acontecerem por ocasião dosCBEn não contaram com um quorum significativo que propiciassea reflexão e tomada de decisões. Nesta gestão tivemos oportunidadede vincular a Sociedade Brasileira de Enfermagem em Genética(SOBREGEn) e de deliberar sobre a inserção do DepartamentoCientífico de Enfermagem Geriátrica e Gerontológica na estruturaorganizativa da ABEn, além de organizar e participar em parceriacom a Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetrasdo I Fórum de Qualificação Profissional em Enfermagem queocorreu em Ribeirão Preto em agosto de 2007. No entanto,considera-se de extrema importância que na nova gestão, estadiretoria continue buscando estratégias de integração ABEn/Sociedades.

O concurso de especialista em Enfermagem em Saúde Coletivaorganizado pela ABEn, foi descentralizado sendo que o mesmoaconteceu no ano de 2006 nas Seções, sendo coordenadonacionalmente por esta diretoria em parceria com a diretoria deassuntos profissionais (DAP) e diretoria do centro de estudos epesquisas em Enfermagem (CEPEn). No ano de 2007 não houveuma nova edição, devido a necessidade sentida pela diretoria daABEn, de repensar a forma como estão sendo organizados osconcursos. Sugere-se que esta deva ser uma preocupação da novagestão, liderada pela diretoria científico-cultural em parceria coma DAP e diretoria do CEPEn.

A diretoria científico-cultural coordenou juntamente com umaComissão Nacional a Semana Brasileira de Enfermagem, nos anosde 2004, 2005, 2006 e 2007, elaborando caderno de dicas,proposta de cartaz e relatório nacional, sendo que estes documentosforam disponibilizados na página da ABEn.

Em relação a comemoração dos 80 anos da ABEn no ano de2006, coordenou o concurso da logomarca juntamente com asegunda tesoureira Jussara Gue Martini e o concurso científico-literário ABEn – uma trajetória de 80 anos e os desafioscontemporâneos, além de contribuir nos projetos de outrosdiretorias.

Na organização dos Congressos Brasileiros de Enfermagemesta diretoria tem participado no encaminhamento das questões

relativas a premiação de trabalhos, sendo que manteve contatopermanente com os patrocinadores de prêmio, elaborou instruçãonormativa de concessão de prêmios, normas para organização daSessão de Premiação e coordena a Sessão de Premiação. Osregulamentos dos prêmios, bem como a instrução normativa paraconcessão de prêmios foram disponibilizados na página da ABenNacional. Na gestão 2004-2007 dois novos prêmios foramlançados o Prêmio Vilma de Carvalho patrocinado pela Escola deEnfermagem Anna Nery do Rio de Janeiro que destina-se aomelhor trabalho classificado na área de Ensino de Enfermagem eo prêmio Haydée Guanaes Dourado patrocinado pela ABEn –Seção RJ que destina-se ao melhor trabalho classificado na temáticarelacionada a ABEn: “Promoção do Desenvolvimento Técnico,Científico, Cultural e Político dos Profissionais de Enfermagem.

A diretoria científico-cultural buscando contribuir para ofortalecimento da ABEn participou das reuniões de diretoria, AND,CONABEns e CBEns, reuniões e discussões da CENRE, além deeventos organizados pela ABEn e seus parceiros.

Representou a Associação nas discussões sobre saúde sexual ereprodutiva dos adolescentes junto ao Ministério da Saúde,buscando contribuir na construção do marco conceitual emacroestratégias para subsidiar as políticas públicas em saúdesexual e reprodutiva para adolescentes. Participou também comorepresentante da ABEn na Comissão Nacional de Monitoramentoe Avaliação da Implementação do Pacto Nacional pela redução daMortalidade Materna e Neonatal, contribuindo com as discussõese sugestões de estratégias que implicam na expansão da atençãobásica, qualificação e humanização da atenção ao pré-natal, aoplanejamento reprodutivo e ao parto e nascimento; atençãohumanizada ao abortamento e ao parto domiciliar; apoio a criaçãode centros de parto normal garantia do direito a acompanhante eao alojamento conjunto; estímulo a formalização da referência econtra-referrência na atenção à mulher durante a gestação; reduçãoda transmissão vertical do hiv/aids e sífilis congênita; qualificaçãodas urgências emergências maternas e neonatais; redução dascesáreas desnecessárias; expansão e regionalização da rede de bancosde leite humano e da rede de hemoderivados; expansão da ofertade exames; vigilância do óbito materno e infantil; saúde da mulhertrabalhadora, das mulheres negras e ìndias e dos recém-nascidosnegros e indígenas; saúde da mulher portadora de transtornosmentais e da mulher privada de liberdade além do fortalecimentode projetos de premiação de serviços exemplares. A participaçãoda ABEn juntamente com outros atores sociais nestes fórums é desuma importância pois se consolida como um apoio aos gestoresde todas as esferas do governo, na elaboração de políticas locais ena organização e qualificação das ações de saúde que buscam apromoção da redução da mortalidade materna e neonatal.

Acredito que os desafios a serem enfrentados pela nova diretoriana gestão 2007-2010, tanto no âmbito interno quanto externo sãoconsideráveis. Estes desafios devem ser enfrentados cominteligência, criatividade, imaginação, generosidade eprincipalmente de forma articulada, sendo que a contribuição detodos os que fazem a ABEn é primordial para que possamoscontinuar lutando em prol de uma Associação e de umaEnfermagem sólida, atuante e de qualidade.

Maria Emília de OliveiraDiretora Científico e Cultural da ABEn Nacional

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Diretoria de Assuntos ProfissionaisRELATOS DE UMA GESTÃO

Diretoria de Assuntos Profissionais-DAPcriada estatutariamente nos 1990, a partirda Comissão de Legislação e Serviço deEnfermagem, possui atualmente as

seguintes competências:I – responsabilizar-se por assuntosrelacionados à inserção dos profissionais deenfermagem no sistema de saúde, nos seusaspectos éticos, legais e técnicos;II – responsabilizar-se por assuntosrelacionados às Políticas de Saúde;III – articular o trabalho das ComissõesPermanentes de Relações Trabalhistas e dePrática Profissional;IV – Coordenar a organização e a realizaçãodo SINADEn (ABEn, 2005, p. 17).

As Comissões Permanentes de RelaçõesTrabalhistas e de Práticas Profissionais, cons-tituídas por associadas da ABEn, que sãonomeados por meio de portaria, apóiam o diretorem pareceres acerca das práticas, regulação etrabalho em enfermagem.

Dos anos 1990 até os dias atuais, a DAP tembuscado qualificar o trabalho em enfermagem apartir de uma base científica de terminologiasdiagnósticas, utilizando-se da ClassificaçãoInternacional das Práticas de Enfermagem emSaúde Coletiva-CIPESC, que está em uso nomunicípio de Curitiba-PR. Como apoiadorestratégico da CIPESC a ABEn possui oDepartamento de Classificação de Diagnósticos,Intervenções e Resultados de Enfermagem-DECIDIRE. O DECIDIRE tem como objetivos:

I – Assessorar a ABEn na elaboração edesenvolvimento do projeto científico epolítico com vistas à construção de umaterminologia brasileira de enfermagem e àqualificação profissional para sua utilização.II – Promover estudos e discussões conti-nuados sobre terminologia e classificaçãodos elementos da prática profissional –diagnósticos, intervenções e resultados deenfermagem.III – Subsidiar a ABEn nas ações voltadaspara o desenvolvimento, implantação eutilização efetiva de uma terminologia deenfermagem nos sistemas de documentaçãoe informação da prática profissional.

IV – Coordenar os trabalhos de desenvol-vimento, implantação e utilização de umaterminologia brasileira de enfermagem,realizados nos estados e no Distrito Federal.V – Participar, junto a ABEn Nacional e àsSeções, do processo de socialização dosaspectos pertinentes à temática determinologia e classificação dos elementosda prática profissional – diagnósticos,intervenções e resultados de enfermagem(ABEn, mar. 2007).

Na atual gestão da ABEn a Diretoria, buscoujunto ao Ministério da Saúde financiamento paraimplantação da CIPESC em todos os municípiosdo país. Quanto ao DECIDIRE ocorreureformulação do regimento interno e este seencontra em processo de constituição nasSeções.

Durante a fase de atualização dos procedi-mentos da tabela de pagamento do Sistema deInformação Ambulatorial-SIA do Sistema Únicode Saúde-SUS pelo Ministério da Saúde, a ABEnNacional com apoio efetivo e competente daABEn Seção Paraná e um grupo de associadoscontribui com uma lista de procedimentos, emque parte significativa foi absorvido.

Quanto ao 8º Simpósio Nacional deDiagnóstico de Enfermagem – SINADEN,ocorrido em João Pessoa-PB, no período de 23a 26 de maio de 2006, realizado pela Aben SeçãoParaíba, as discussões se acirraram quanto a

necessidade de construção de uma terminologiadiagnóstica brasileira. As diretrizes emanadas dosdebates no constituíram a Carta de João Pessoa:• Orienta que a enfermagem brasileira se

comprometa com o desenvolvimento,implantação e utilização efetiva de umalinguagem especializada nos sistemas dedocumentação e informação da práticaprofissional;

• Recomenda que as diretorias de assuntosprofissionais desencadeiem o processo deinstalação do DECIDIRE nas seções estaduais,para socialização dos aspectos pertinentes àtemática;

• Incumbe-se da elaboração de um projetopolítico amplo, com vistas à continuidade daconstrução de uma terminologia brasileira deenfermagem e de capacitação profissional parasua utilização.No ano de 2003, com a criação da Secretaria

de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde e deseu Departamento de Gestão e da Regulação doTrabalho em Saúde-DEGERTS pelo Ministérioda Saúde, o campo de atuação político da DAPteve ampliação, com sua participação na/o:

Câmara de Regulação do Trabalho emSaúde-CRTS – a ABEn tem participado naapreciação de projetos de lei, portarias e açõesde regulação profissional da enfermagem e dasdemais profissões e ocupações da área da Saúde,a exemplo dos Projetos de Lei dos Atos de

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Enfermagem e Médico, da ascensão dosauxiliares e técnicos de enfermagem aenfermeiros. Além de atuar na sugestão demecanismos de regulação profissional.

Como parte das atividades, foi constituído oGrupo de Trabalho-GT sobre Técnicos emImobilização Ortopédica-TIO, com objetivo deelaborar alternativa de proposta de regulação daatividade profissional de TIO ou justificar adesnecessidade de regulação da ocupação em 180dias. Par ticipam do GT entidades querepresentam os TIO, a Enfermagem, a Medicina,o Instituto Nacional de Tráumato-Ortopedia-INTO e a Gestão Tripartite do SUS (BRASIL,2007).

Comitê Nacional Interinstitucional deDesprecarização do Trabalho no SUS –ABEn junto ao comitê vem atuando com oposicionamento de buscar o fim do trabalhoprecário e desregulamento de enfermagem e emsaúde, além de procurar a efetivação do propostopela Lei Nº 8.142/1990 que é a institucionaliza-ção do Plano de Carreiras, Cargos e Salários doSUS-PCCS-SUS.

Comissão Especial para Elaborar asDiretrizes do Plano de Carreiras, Cargose Salários-PCCS no âmbito do SUS – a ABEncolaborou tanto durante os debates no Ministérioda Saúde, quanto na consulta pública, esperandoagora, sua transformação em projeto de lei.

Comitê Gestor Nacional de AtençãoIntegral às Urgências – a ABEn vemparticipando desde sua constituição, contri-buindo com o debate da atenção às urgências e aorganização do trabalho de enfermagem e desaúde no Serviço de Atendimento Móvel deUrgência-SAMU. Contribuindo inclusive, nacomposição do regimento interno do comitê.

Fórum Permanente Mercosul para oTrabalho em Saúde - GT 1-Formação -fórum objetiva propiciar a colaboração degestores e trabalhadores na atuação daCoordenação da Subcomissão de ExercícioProfissional da Comissão de Prestação deServiços de Saúde do Subgrupo de Trabalho nº11 do Grupo Mercado Comum, do MERCO-

SUL (BRASIL, 2006). O fórum possui três GT:Formação Profissional; GT Regulação doTrabalho; e Organização Política do Setor Saúde.A ABEn participa do GT1- Formação Profis-sional, juntamente com o MEC, ConselhosFederais de Biologia e Técnico de Radiologia e oDepartamento de Gestão e Regulação doTrabalho em Saúde-DEGERTS. Atualmente, asreuniões dos três GT vem ocorrendo unificada.Dentre os produtos do fórum, que a ABEn temcontribuído tem-se a construção do/a:• Princípios éticos do MERCOSUL.• Código de Ética Marco do MERCOSUL para

a saúde.• Definição das profissionais comuns aos

Estados Partes.• Matriz Mínima de Registro Profissional de

Saúde do MERCOSULComo parte da agenda do fórum foi

constituído o GT Especialidades de Enfermagem– MERCOSUL, que provocou dois movimen-tos: um interno, que foi a constituição da lista deespecialidades em enfermagem, reconhecidaspela ABEn; processo este coordenado pela DAP,Diretoria Científico-Cultura e Presidência, como apoio das demais diretorias. O externo foi aparticipação da ABEn na Reunião do SGT 11 emMontevidéo-Uruguai, com representantes daEnfermagem deste país, da Argentina e Paraguai,com o intui de constituir a lista de especialidadesde enfermagem comum a todos os EstadosPartes.

A DAP na Gestão 2004-07 atuou ainda nasseguintes frentes:• Na elaboração das Diretrizes nacionais

para o processo de educação perma-nente no controle social do SUS.

• Com a Presidência da ABEn e Diretoria deComunicação e Publicações junto aoMinistério da Saúde e a FIOCRUZ na buscade realização de pesquisa nacional acerca doperfil de enfermeiros, técnicos de enfer-magem e auxiliares de enfermagem.

• Contribuição com o debate da atuação doenfermeiro na prescrição de medicamentosna Estratégia Saúde da Família.

• Na 13ª Conferência Nacional de Saúde-XIIICNS, como delegadoAinda neste ano, a ABEn assumiu o desafio e

realizou em Natal-RN, o 1º Seminário Nacionalde Diretrizes de Enfermagem na Atenção Básica,que abriu um debate que deve ser permanente,acerca do trabalho de enfermagem.

Após três anos de gestão, vemos que aenfermagem brasileira, com sua força de trabalho,que congrega atualmente, mais de um milhão deprofissionais, a Diretoria de Assuntos Profis-sionais tem um papel de grandiosa relevânciapolítica e social, que necessita de grandesparceiros, de disponibilidade e muita dedicaçãopara seu exercício.

Após três anos de gestão, vemos que a enfermagem brasileira, com sua força de

trabalho, que congrega atualmente, mais de um milhão de profissionais, a Diretoria de

Assuntos Profissionais tem um papel de grandiosa relevância política e social, que

necessita de grandes parceiros, de disponibilidade e muita dedicação para seu exercício

Referências

Associação Brasileira de Enfermagem-ABEn.Estatuto. Goiânia: ABEn, 2005.

Associação Brasileira de Enfermagem-ABEn.Regimento do Departamento de Classificaçãode Diagnósticos, Intervenções e Resultadosde Enfermagem-DECIDIRE. Brasília: ABEn,mar. 2007.

Associação Brasileira de Enfermagem-ABEn.Carta de João Pessoa. João Pessoa-PB: ABEnNacional/ABEn Seção PB, maio 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria deGestão do Trabalho e da Educação na Saúde.Departamento de Gestão e da Regulação doTrabalho em Saúde. Resumo executivo daReunião de Instalação do Grupo de Trabalhodos Técnicos em Imobilização Ortopédica.Brasília: Ministério da Saúde, 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº929 de 2 de maio de 2006 - Institui o FórumPermanente Mercosul para o Trabalho emSaúde. Ministério da Saúde, 2006.

Francisco Rosemiro G. Ximenes NetoDiretor de Assuntos Profissionais da ABEn Nacional

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Relatório do Centro de Estudose Pesquisas em EnfermagemAssumimos em 5 de novembro de 2005, na Assembléia do 57º CBEn , em Goiânia

Das atividades desenvolvidasA bibliotecária Sonia Kazuko apresentou-me todo o CEPEn e comodesenvolvia suas atividades numa jornada de trabalho de 4 horas diária:atendimento ao público, incluindo estudantes, consulta através daInternet, além da indexação da REBEn.

Na realidade, preocupei-me bastante em ver um acervo de 4000exemplares de dissertações e teses, o maior, sem uma infra-estruturafuncional.Solicitamos um auxílio ao CNPq para comprar computador,elaborar banco de dados, etc., mas não logramos êxito. Outra tentativafoi com um edital da Caixa Econômica que exigiu um grande esforçoe desempenho do grupo administrativo, incluindo a secretária geralTeresa Garcia – infelizmente a ABEn não foi contemplada.

Os números de leitores e consultas atendidas encontram-se norelatório da secretária.

ReuniõesPara o 58º CBEn, agendamos com o apoio de seção Bahia uma reuniãopara os pesquisadores de Historia da Enfermagem Brasileira e umapara os pesquisadores do CNPq, pesquisadores em geral e dosCEPENs. Estas reuniões tiveram uma excelente freqüência e foimuitíssimo proveitosa inclusive com uma moção dos pesquisadoresde história.

Depois deste Congresso reunimos três vezes com oNUPHEBRAS na intenção de elaborarmos uma continuação dodocumentário da professora Anayde Carvalho. Não obtendo muitoêxito consultamos a presidenta da ABEn, professora Francisca Valda,que adotou a idéia e nos ajudou a constituir um grupo de trabalho.

Aprazamos inicialmente a entrega da primeira versão em maio de2007, mas infelizmente todos os compromissados pediramprorrogação do prazo o que fizemos até outubro de 2007. Mas porfalta de infra-estrutura para reunirmos os integrantes do grupo detrabalho nada mais podemos fazer, o que sentimos bastante porquetemos absoluta convicção que seria uma grande contribuição para aenfermagem brasileira.

ParticipaçõesComparecemos a reunião da BVS,em maio de 2006,em BH, onde aABEn tem dois projetos: Projeto CEPEn e projeto de Eventos .Nestareunião obtive uma colaboração da professora Isabel Cunha, editorada REBEn, que havia interinamente participado do CEPEn. E, tambémda EEAN, através de sua diretora que financiou toda minha ida. Aquifaremos um agradecimento.

Em dezembro de 2006 participamos na reunião do FENEPAS.No SENADEn, em Brasilia, coordenamos uma mesa de pós-

graduação ao tempo em que estávamos numa comissão de julgamentodo Edital Universal do CNPq.

Participamos do Comitê de Avaliação da Capes de 2004 a 2007.

Em junho de 2007 participamos representando a ABEn noCongresso de Tecnologia e Humanização na Comunicação em Saúde(CONTIG) e do Fórum Latino-Americano de Editoração Científicaem Enfermagem e Saúde, da Escola de Enfermagem de RibeirãoPreto.

Participação da bibliotecária no curso de Metodologia LILACS –LILDBI-WEB: descrição bibliográfica e indexação, realizado pelaBIREME – Centro Latino-Americano e do Caribe de Informaçãoem Ciências da Saúde, de 02 a 06 de Outubro de 2006, em SãoPaulo-SP, com 40 horas de duração.

Participação da bibliotecária no treinamento da MetodologiaScielo, realizado na Associação Brasileira de Enfermagem, no períodode 22 a 25 de Janeiro de 2007, em Brasília - DF, com 40 horas deduração

SENPEA partir de fevereiro de 2007 começamos a organização do 14ºSENPE com todo apoio da Seção de Santa Catarina. O eventoaconteceu em maio/junho de 2007 no Centro de Convenções daUFSC. Para este evento, conseguimos auxilio da CAPES e do CNPq,além dos que a seção conseguiu em nível local.

Outras atividadesPara o 59º CBEn agendei reuniões para pesquisadores de História,pesquisadores e CEPEn.

Consegui auxílio no CNPq para o mesmo 59º CBEn.Agradeço a toda a equipe técnica da ABEn, a diretoria e a

bibliotecária do CEPEn pelo maneira como conduziram o trabalhoem relação ao CEPEn

Josete Luzia LeiteDiretora do Centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem

da ABEn Nacional

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A Comissão Nacional de Reforma doEstatuto da ABEn teve como eixoRepensar a ABEn como organizaçãoA Associação Brasileira de Enfermagem, na AssembléiaNacional de Delegados (AND), realizada em Goiânia, emnovembro de 2005, aprovou a revisão do seu Estatuto, nosaspectos que atendem as exigências do Novo Código Civilbrasileiro. Definiu, também, a continuidade do processo de“Repensar a ABEn”, como já tinha sido deliberado na AND deGramado, em outubro de 2004.

A Comissão Nacional de Reforma do Estatuto da ABEn,desde sua constituição até outubro de 2005, seguiu um crono-grama de trabalho (apresentado em reunião do CONABEnde março de 2005) e encaminhado a todas as Seções e Regionaisda ABEn no país, tendo como eixo o “Repensar a ABEn” comoorganização, acumulando propostas e indicações que pudes-sem orientar a revisão do Estatuto.

As possibilidades de empreendermos o processo de ressi-gnificação da ABEn decidido pela AND, implicam no desen-volvimento de estudos das lógicas dos processos associativosda nossa cultura institucional, das transformações quedesejamos alcançar, dos nossos modos de crescimento e deestabilização, bem como, dos nossos conflitos e objetivosfundamentais.

Hoje, frente à reestruturação produtiva e às novas tecno-logias, enfrentamos novas exigências para que as associaçõesdos diversos segmentos se constituam legalmente. E, alémdos requisitos legais, os homens e mulheres que pretendamingressar em uma associação, precisam refletir sobre asmudanças comportamentais e culturais que daí decorrem.

Assim, para que a Associação se concretize e encontre seuscaminhos, o “nós” deverá ser mais valorizado que o “eu”, tantonas ações internas da entidade, como nas externas. Osprocessos de conjugação de interesses pressupõem umconjunto ou rede social de pessoas unidas por relaçõesintersubjetivas de interdependência recíproca, sejam elasrelações diretas, institucionais ou formas de relaçõestecnologicamente mediadas (em redes virtuais, por exemplo).

O processo de Repensar a ABEn implica, portanto, emcompreendermos nossos universos coletivos de sentidos ecomo construímos os sentidos particulares, os vínculoshumanos e os valores fundamentais, tanto da vida pública,como da vida privada. Segundo Vizer (2003), um aspectoprimordial a ser analisado quando pretendemos ressignificaruma entidade, é a discussão das diferentes formas de relação ede ação social, principalmente, em associações voluntárias,bem como, estudar as particularidades dos processos decomunicação e participação social, política e cultural na relaçãocom seus associados e nas relações estabelecidas com outrasinstituições da sociedade.

A ABEn, em consonância com sua histórica trajetória de80 anos de democracia e autonomia, criada e mantida porpessoas que acreditam que as mudanças são necessárias e quedesejam, elas mesmas, protagonizar as transformações,certamente estará articulada na construção do “Repensar aABEn”, comprometido com seu espírito empreendedor ecom seus valores fundamentais.

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O eixo norteador para repensar a ABEn deve contemplar a trajetória de mais de

80 anos da entidade dentro de um processo histórico diversificado,

contextualizado com o momento sócio-político e econômico do país, buscando

valorizar a construção da entidade e o enfrentamento dos desafios da

contemporaneidade

O processo de Repensar a ABEnO processo de Repensar a ABEn inicia-se pela deliberação da3ª AND – Gestão 1998-2001, indicando a realização de umaReforma do Estatuto na gestão 2001-2004.

A 1ª AND da gestão 2001-2004 realizada em 2002, emFortaleza, entendendo que era necessária uma reflexão sobrea ABEn e não apenas uma reforma estatutária, deliberou poriniciar um processo de Repensar a ABEn.

A Comissão,1 constituída na 3ª AND, em 2003, emGramado, propôs uma agenda de reflexões e debates em tornode teses para repensar o coletivo das organizações deenfermagem em uma Convenção Nacional.

A agenda proposta iniciou pela elaboração de umdocumento sobre “diretrizes para Repensar a ABEn”, a fim demobilizar os dirigentes e associados da ABEn sobre oscaminhos para Repensar a organização.

Considerando que a Associação Brasileira de Enfermagem(ABEn), constitui-se hoje em uma sociedade civil sem finslucrativos, uma entidade de direito privado, de caráter cultural,científico e político e a ela associam-se individual e livremente,Enfermeiros (as), Técnicos em Enfermagem e Auxiliares deEnfermagem como sócios efetivos e Estudantes dos cursosde graduação e de educação profissional habilitação técnicode enfermagem como sócios especiais.

Considerando ainda que suas principais finalidades econsiderando que no âmbito da entidade já existem discussõesa respeito da necessidade de uma reestruturação organizativada ABEn frente à evolução do conhecimento científico,transformações no mundo do trabalho, organização dasociedade civil e a modernização dos processos de gestão ecomunicação, a Assembléia Nacional de Delegados ocorridaem novembro de 2004, durante o 56º CBEn/Gramado decidiudesencadear uma reforma estatutária da Entidade.

Assim, uma proposta de refletir sobre a AssociaçãoBrasileira de Enfermagem implica em pensá-la como um todo,a partir de seus associados; sua gestão política, administrativa efinanceira; sua natureza como entidade representativa daEnfermagem; sua comunicação interna e externa; suasarticulações e vinculações dentre outros aspectos.

Nessa perspectiva o eixo norteador para repensar a ABEndeve contemplar a trajetória de mais de 80 anos da entidadedentro de um processo histórico diversificado, contextuali-zado com o momento sócio-político e econômico do país,buscando valorizar a construção da entidade e o enfrentamentodos desafios da contemporaneidade.

O processo de reforma estatutária da ABEn foidesencadeado com a constituição da Comissão Especial

Nacional de Reforma do Estatuto (CENRE) e será compostode etapas que incluem: a reflexão e construção de pensamentossobre a ABEn pelos diversos segmentos que compõem aEnfermagem; a mobilização e discussão disseminada entre ossócios da entidade que deverão ser conduzidas pelas Seções,Regionais e Núcleos da ABEn; a consulta a especialistas dasáreas jurídica e administrativa; a consulta ampla à EnfermagemBrasileira sobre os rumos da Entidade, finalizando com aelaboração de um relatório que contemple todos os passosdesse processo e a minuta de um novo estatuto.

A Comissão entendeu, ainda, que qualquer mudança deestrutura ou dos rumos da ABEn só será legítima se envolverenfermeiros, técnicos, auxiliares e estudantes de enfermagemna discussão e construção de novas propostas. Na intenção deenvolver o maior número possível de associados reuniu-seem Gramado (nov./2004) quando acordou as basesreferenciais para desenvolver seu trabalho e, seguindo osencaminhamentos definidos, formulou e enviou a todas asSeções e Regionais o documento “Diretrizes para repensar aABEn”. Em reunião realizada em Brasília/DF (março/2005)definiu seu plano de trabalho que foi apresentado e aprovadopelo CONABEn.

Além de encaminhar os documentos e plano de trabalhoàs Seções e Regionais da ABEn a Comissão “Repensar a ABEn”adotadou como estratégia privilegiada de comunicação edivulgação dos seus encaminhamentos o jornal da ABEn.2

A continuidade das discussões aconteceu em uma oficinade trabalho realizada em agosto 2005, em Natal, Rio grandedo Norte. A Oficina tinha por objetivos:• fazer um balanço do trabalho da “Comissão”;• discutir e analisar documentos e propostas referentes à

ABEn tendo como “provocação inicial” a síntese das opiniõesdos participantes do CONABEn, artigos do Jornal da ABEn,pareceres jurídicos relativos à adequação do estatuto atualao novo Código Civil e sobre OSCIP e documentosencaminhados pela Executiva Nacional dos Estudantes eSindicato dos AE e TE (RJ e DF).Além dos membros da Comissão “Repensar a ABEn” (o

representante dos Sindicatos de AE e TE justificou a ausência)participaram da Oficina representantes de Seções e membrosda Diretoria Nacional da ABEn.

A Oficina seguiu a programação proposta. Os trabalhosforam desenvolvidos por cinco (5) subgrupos que foramorganizados aleatoriamente e tiveram a incumbência de ler,discutir, identificar pontos e aspectos principais de matérias,documentos e pareceres, bem como, elaborar uma síntesepara apresentar em plenário.

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O Grupo 1 trabalhou com matérias publicadas no Jornalda ABEn, o Grupo 2 examinou os documentos enviados àComissão “Repensar a ABEn”, pela Executiva Nacional dosEstudantes de Enfermagem - ENEEnf. e pelo Sindicato dosAuxiliares e técnicos de enfermagem do Município do Rio deJaneiro - SATEMRJ. O Grupo 3 trabalhou com base nos itensVI (Organização da Categoria”) e VII (“Desafios e perspectivasda enfermagem”) do livro “Enfermagem BrasileiraContribuição da ABEn” de Mirian Santos Paiva (coord.) eoutros, Brasília, 1999.

O Grupo 4 discutiu o documento-síntese dos resultadosdo levantamento de opinião dos participantes da reunião doConselho Nacional da ABEn – CONABEn, realizada em 6 e 7de março de 2005, na sede da ABEn em Brasília. Finalmente,o Grupo 5 examinou os pareceres da Assessoria Jurídica daABEn sobre a adequação do atual estatuto da entidade àsexigências do novo Código Civil

A síntese dos grupos de trabalho, por orientação dacoordenação da Oficina, destacou as questões referentes oureferidas à organização da ABEn e/ou da enfermagem; asquestões-problema ou nós críticos identificados no materialanalisado e os aspectos referidos e que devem sercontemplados/aprofundados no processo de repensar aABEn.

No que se refere à adequação do atual estatuto da ABEn aonovo código civil, o grupo destacou que segundo as normaslegais vigentes a partir da aprovação do novo Código Civil aABEn, na qualidade de sociedade civil deve, obrigatoriamente,adequar-se a essas determinações. O prazo limite paraformalizar tal adequação é 11 de janeiro de 2006.

Cabe explicitar que essa adequação ocorrerá indepen-dentemente da finalização do processo de repensar a ABEn,hora em curso. Isto significa que, mesmo que até esta data aABEn não tenha concluído este processo ao ponto de já terformulado e aprovado um novo estatuto (caso seja esta aconclusão) a adequação referida se dará. Contudo, essaadequação vai exigir que alguns pontos do atual estatuto –flagrantemente em desacordo com princípios legais básicos –sejam revistos e reformulados no sentido de restaurar alegalidade. Entre eles o grupo aponta: direitos e deveres;normas de associação e desligamento; vinculação/associaçãode pessoa jurídica (escolas e sociedades de especialistas, porexemplo) e sócio individual; questões referentes a patrimônioe a natureza de organização de utilidade pública, entre outrosque deverão ser considerados.

Foi, então, definido um grupo de trabalho constituído commembros da Comissão “Repensar a ABEn” e da diretoria daABEn Nacional para, juntamente com a assessoria jurídica,aprofundar a análise da proposta de adequação do atual estatutoao novo Código Civil brasileiro. A primeira reunião desse

grupo-tarefa será nos dias 19,20 e 21 de agosto 2005, na sededa ABEn em Brasília.

O grupo que estudou o documento síntese das opiniõesmanifestadas pelos participantes da reunião do CONABEn,coletadas quando da reunião do Conselho em março de 2005,destacou que as opiniões impactam o processo de repensar aABEn, por terem como fonte primária a atual direção daEntidade uma vez que o CONABEn é formado pela diretorianacional e presidentes das Seções. Pela análise feita constatou-se que em relação à organização e ação da ABEn as opiniõespodem ser agrupadas em, pelo menos, três tendências:a) visão idealizada – a ABEn representa toda a enfermagem

brasileira; é o norte da Enfermagem brasileira; todas asquestões da enfermagem passam pela ABEn; é a ABEn quetem papel de destaque, que constrói a Enfermagem e queocupa importantes espaços nacionais e internacionais”;

b) visão pessimista – a ABEn não representa a enfermagem;ela é frágil e não tem organização; a ABEn está em francodeclínio; o trabalho voluntário é um sacrifício”;

c) visão operacional/contextualizada – a ABEnrepresenta parte da enfermagem; a crise atual da ABEnadvem da sua organização e da forma de participação dosseus sócios; a ABEn é promotora de eventos, formuladora/proponente de políticas para a saúde; a ABEn tem problemasadministrativos e financeiros; o trabalho voluntário é umaforça”.Dentre as manifestações dos participantes do CONABEn

algumas questões são consideradas como problemáticas: ainterdependência contábil da ABEn (nacional e seções); omodelo de gestão que a caracteriza (segundo as opiniões faltaum modelo que seja democrático, leve, flexível); a falta deunidade da enfermagem; a não visibilidade da ABEn; adiminuição de sócios.

Entre outros nós críticos percebe-se que há uma certadistorção quanto às finalidades da ABEn, ou no mínimo, umacompreensão parcial tanto das finalidades como dos objetivosda Entidade assim como uma persistente visão dicotomizada(a ABEn representa/congrega aqueles que estão na “Academia”e não o pessoal de serviço). Foi consenso que há necessidadede aprofundar a análise da algumas questões nesse processode repensar a ABEn: atribuições da ABEn, quem a ABEncongrega e representa, modelo de gestão; viabilidadeoperacional e política (representatividade); imagem.

A organização político-social da enfermagem e os desafiose perspectivas da enfermagem foram, também, discutidos.Nesse ponto a discussão reportou a uma questão básica paraqualquer organização social: o sentido e o sentimento de“pertencer” a um determinado grupo social e, organizar-separa ser, coletivamente, reconhecido pela sociedade. Em geralo que se constata é que o “pertencer à enfermagem” como

A discussão das propostas e questões constantes dos documentados enviados

pela ENEEnf e SATEMRJ guardadas as devidas singularidades e diferenças têm um

denominador comum: tratam da questão do ser sócio da ABEn

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ABEn - jun.ago.set./out.nov.dez 200736

representação social não parece mobilizar seus exercentes (osenfermeiros, em especial). Além das questões e nós críticosadvindos desse aspecto e nos seus desdobramentos para aimagem, a representatividade da ABEn (reconhecimentoexterno X interno) e sua viabilidade operacional e institucional,há outras questões que devem ser consideradas como desafiospara uma organização de enfermagem como a ABEn:a) Repensar os paradigmas e princípios privilegiados adotados

pela enfermagem na organização do seu processo de

trabalho (o modelo biomédico vincula a enfermagem aque processo? Como a sociedade reconhece a enfermagemconsiderando sua inserção técnica e científica na sociedade?O cuidado de enfermagem – produto da enfermagem –situa a enfermagem em que espaço social? A autonomia, ainiciativa, a capacidade de resolver problemas e trabalharem equipe orienta a enfermagem para que tipo e forma deorganização/expressão social, científica, ética, política?

b)Dificuldade de a enfermagem organizar-se como classetrabalhadora - a luta da ABEn com a FNE por 30 horas,deu em quê? A entrada de novos atores com ações na saú-de/enfermagem (cuidadores de idosos, agentes comunitá-rios de saúde - ACS) nos mobiliza em que direção? A pre-carização dos contratos de trabalho dos profissionais deenfermagem, as diferenças de remuneração (via PSF, porexemplo) sem ter clara a posição das Organizações sobreestas questões? A participação de enfermeiros em pesquisaclínica sem os devidos créditos (qual a posição da entidade?A discussão das propostas e questões constantes dos

documentados enviados pela ENEEnf e SATEMRJ guardadasas devidas singularidades e diferenças têm um denominadorcomum: tratam da questão do ser sócio da ABEn.

a) Por que facultar ao estudante associar-se à ABEn (o queé sócio especial?); seria esta a forma de articulação da ABEncom os estudantes?

b) Para o SATEMRJ a mesma questão se coloca e é defundamental importância. Os argumentos apresentados seapóiam no que compreendem como “princípios da igualdadee da democracia” para afirmarem que não é tolerável ser sóciocom os mesmos deveres, porém sem os mesmos direitos.

Para a ENEEnf a ABEn deve constituir-se com finalidadesamplas de defesa do SUS, da educação pública, gratuita e dequalidade; da enfermagem como parte da equipe de saúde eser “uma entidade aberta e democrática com plena igualdadeentre seus membros”.

Os resultados obtidos com base nas análise das diferentesmatérias do Jornal da ABEn destacam alguns pressupostos,parâmetros e princípios relacionados à organização político-social das categorias profissionais da área de enfermagem, comespecial atenção, para a ABEn.a) a ampliação do reconhecimento social de uma categoria

somente ocorre pela via de sua organização desde queapresente forte estruturação interna e compreensão doseu papel e importância;

b) as entidades da enfermagem têm, historicamente, desem-penhado papel importante na construção e expressãopolítica da enfermagem;

c) é preciso reconhecer a audácia e o caráter inovador dasEntidades da enfermagem e da importância disso naexpressão da enfermagem;

d) é preciso desenvolver uma gestão compartilhada na ABEno que exige: mobilização, sócios atuantes, financiamento,trabalho coletivo.Reconhece-se que há premência em conhecer e analisar o

mais amplamente possível a situação da ABEn Nacional, seçõese regionais, buscando formas e alternativas (estruturais,organizativas, financeiras e de gestão) que viabilizem a ABEn,potencializando suas possibilidades de parcerias (internas eexternas), produção de serviços, representatividade.

Na 3ª AND extraordinária – Gestão 2004-2007, emGoiânia, 2005, foi apresentado o relatório da CENRE sobre oprocesso do repensar a ABEn e realizada a adequação doEstatuto em vigor, ao novo Código Civil Brasileiro. Na mesmaAND, foi aprovado o novo calendário para aprofundar oprocesso de “Repensar a ABEn”, com indicação de uma novaComissão Especial Nacional de Reforma do Estatuto –CENRE – 2.3 A AND apresentou como questões centraispara o aprofundamento do processo de RepensarABEn: osobjetivos da ABEn? Mais amplos ou mais restritos, em relaçãoao quê? Qual a relação com as escolas e outras organizações daenfermagem? A possibilidade de profissionais das três categoriasde associarem a ABEn significa o exercício dos mesmos direitose deveres, inclusive no que diz respeito a ocupação de cargosdiretivos em âmbito estadual e nacional? Como manter eampliar o acesso e as parcerias? Quais são as fontes de receitasda ABEn? Construção da nova política para eventos nacionais?Qual a pertinência da filiação da ABEn à organizaçõesinternacionais da enfermagem? Sustentabilidade política efinanceira?

Desse modo, a AND recomendou a articulação destasquestões com a formulação coletiva de um projeto daorganização que queremos para a Associação hoje, visandoconstruir a ABEn do amanhã.

Na tentativa de encontrar respostas para as questõescolocadas desenvolveu-se uma agenda de atividades paradiscutir-se o encaminhamento de uma Diretriz política para oprocesso de repensar a ABEn, considerando que temos,basicamente, dois cenários:

Reconhece-se que há premência em

conhecer e analisar o mais amplamente

possível a situação da ABEn Nacional, seções e

regionais, buscando formas e alternativas

(estruturais, organizativas, financeiras e de

gestão) que viabilizem a ABEn, potencializando

suas possibilidades de parcerias (internas e

externas), produção de serviços,

representatividade

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ABEn - jun.ago.set./out.nov.dez 2007 37

Após os encaminhamentos iniciais, a comissão iniciou adiscussão da agenda de atividades para o processo de repensara ABEn. Uma primeira proposta foi a de que as seções e osprofissionais de enfermagem pudessem discutir na SemanaBrasileira de enfermagem - SBEn sobre a “ABEn quequeremos”, com levantamento de pessoas “articuladoras” emcada seção/estado e a indicação de, pelo menos, um estudantepor estado para realizar a coleta de dados junto aos profissionaispresentes nas atividades.

O grupo entendeu que seria necessário sensibilizar aspresidentes das seções para a realização de uma ampladiscussão como forma de subsidiar as decisões da ABEn.Como forma de estimular as discussões foi elaborado umTexto base e um Roteiro para a consulta pública aosprofissionais de enfermagem nos estados. A comissão decidiu,ainda, que a consulta seria realizada, também, por meioeletrônico, com a disponibilização do Roteiro no Site da ABEn(www.abennacional.org.br), no período de abril a agosto de2006.

Os materiais coletados e enviados pelas seções e osinstrumentos respondidos por meio eletrônico na consultaPública foram codificados e tabulados pelos integrantes daComissão.

A comissão recebeu materiais referentes à consulta públicade onze estados da federação e do Distrito Federal, totalizando553 participantes. Entre os estados, os que tiveram maioresparticipações foram o CEARÁ: 115, BAHIA: 93 ; PARANÁ:83; SERGIPE: 62 e Brasília - DF: 59.

Os participantes foram predominantemente do sexofeminino, com 86,61%, sendo que os do sexo masculino

totalizaram 13,38%. A maioria dos profissionais e estudantesencontra-se na faixa etária dos 21 aos 40 anos, com 61,65%dos respondentes. Quanto a distribuição dos participantes nasdiferentes categorias profissionais da enfermagem, registra-seum certo equilíbrio entre enfermeiros/a e estudantes degraduação, totalizando 43,21% e 40,68%, respectivamente.

Outro aspecto curioso relaciona-se com o tempo deexercício profissional que está distribuído entre aqueles

profissionais com menos de 10 anos de formação, 50,2% edos que possuem mais de 15 anos de exercício profissional,44,76% dos informantes. Registra-se, ainda, que a maioria,66,36% dos estudantes e profissionais que participaram daconsulta pública não eram associados à ABEn.

Ao serem solicitados a explicitar qual o significado queatribuem a ABEn, os participantes referiram que a ABEn:• É a Entidade que representa a enfermagem no âmbito local,

regional, nacional e internacional;• Desenvolve o aperfeiçoamento dos profissionais de

enfermagem;• Promove o conhecimento técnico-científico da categoria;• Desde sua fundação luta pelo reconhecimento profissional

da categoria;• é o “porto seguro” da profissão;• Promove a inserção política e econômica da enfermagem

brasileira;• Aprimora a educação profissional;• Promove eventos científicos e culturais;• Entidade que historicamente tem construído a enfermagem

brasileira;• Órgão que busca a valorização profissional;• “Integra a classe de enfermagem”.• É uma entidade séria e ética, muito preocupada com a pós-

graduação da categoria”• “Competente, mas distante da categoria”.

Os profissionais e estudantes que participaram da consultapública referem que a ABEn atende suas expectativas naqualidade dos eventos; na luta pela profissão de forma ética eabrangente; nas ações na área educacional – diretrizes; comoresponsável pelas grandes conquistas para a categoria; quandorepresenta a enfermagem em órgãos públicos e privados epelo respeito aos profissionais e estudantes.

Os respondentes que consideram que a ABEn não atendeàs suas expectativas destacaram como argumentos, o de que aEntidade está distante dos associados e dos profissionais; queseus funcionários são mal informados; que os eventospromovidos são poucos e com alto custo das inscrições; quea ABEn possui pouca inserção em órgãos e cenários de decisão,apresentando vulnerabilidade política. Alguns acrescentaram,também, a pouca atuação nas seções e regionais, que, muitasvezes, não contatam com os associados e o pouco envolvimentoda categoria;

O desenho elaborado pelos participantes sobre a ABEnque desejam, aponta para uma organização presente nocotidiano da categoria, informativa, atuante, independente,democrática; que defenda os seus direitos. Destacam, ainda,seu desejo de que a ABEn seja referência de enfermagem paraa sociedade; atuando com mais proximidade e compro-metimento com a categoria e suas lutas. Deveria, também, seruma Entidade multidisciplinar, acessível, participativa, justa eabrangente, com maior comunicação, desde o ensino médioaté a pós-graduação, integrando universidade, hospitais e saúdepública; promovendo a união dos profissionais e incre-mentando a formação política dos profissionais e estudantesde enfermagem.

Na perspectiva de aproximar-se da ABEn desejada, osenfermeiros, técnicos de enfermagem e estudantes afirmaram

Os profissionais e estudantes que

participaram da consulta pública referem que a

ABEn atende suas expectativas na qualidade dos

eventos; na luta pela profissão de forma ética e

abrangente; nas ações na área educacional –

diretrizes; como responsável pelas grandes

conquistas para a categoria; quando representa

a enfermagem em órgãos públicos e privados e

pelo respeito aos profissionais e estudantes

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que mudariam a forma de organização da diretoria e regionais;promoveriam maior divulgação das ações realizadas, com umalinguagem mais próxima da categoria nos periódicos. Alémdisso, implementariam um maior envolvimento nas questõespolíticas, estando mais presente no cotidiano dos profissionais,com uma gestão mais dinâmica e empresarial.

A análise dos resultados da Consulta pública, representadapelos profissionais e estudantes de enfermagem pode contri-buir na compreensão do processo de RepensarABEn, princi-palmente, quando consideramos que a maioria dos aprtici-pantes não são associados da ABEn e que, mesmo assim,demonstraram uma preocupação com os rumos da entidade ecom sua articulação com a categoria e com a sociedade.

Os resultados da consulta pública foram apresentados naAssembléia Nacional de Delegados, em Salvador, BA, comoponto d epartida para as atividades de uma oficina de trabalho.O objetivo da oficina foi o de refletir sobre os modos deorganização, estrutura, objetivos e valores fundamentais daABEn, favorecendo o conhecimento das relações entre oscomplexos processos que nos constituem, enquanto umaentidade coletiva.

Outro aspecto importante a destacar é o de que embora aestrutura – o estatuto – seja essencial para que a organizaçãofuncione, o processo de “repensar” não se resume ou se esgotanele. É fundamental que tenhamos, como primeira meta, aconstrução coletiva de um projeto da “ABEn que queremos”,para então desenharmos um estatuto flexível, que respondaàs exigências de hoje, onde, em um período muito curto, oque parecia uma estrutura ideal, torna-se incoerente para aspessoas dentro e fora da entidade.

A ABEn, em consonância com sua histórica trajetória demais de 80 anos de democracia e autonomia, criada e mantidapor pessoas que acreditam que as mudanças são necessárias eque desejam, elas mesmas, protagonizar as transformações,certamente está articulada na construção do “RepensarABEn”,comprometido com seu espírito empreendedor e com seusvalores fundamentais.

As discussões realizadas apontaram como aspectos impor-tantes a inserção política da ABEn, congreganado enfermeiros,técnicos, auxiliares e estudantes, bem como, seu comprometi-mento com as questões da Educação em enfermagem.

Os Delegados presentes à AND apontaram que a ABEnprecisa articular ações de comunicação social – profissionali-zando a divulgação e a sensibilização dos profissionais ebuscando descobrir o que os enfermeiros do serviço, das esco-las e estudantes precisam como profissionais.

Sugerem, ainda, alianças com sociedades de especialistas,escolas de enfermagem, serviços de saúde e com os próprios

enfermeiros, ampliando as alianças com os órgãos governa-mentais, com parcerias sócio culturais e científicas. Outro as-pecto destacado foi a necessidade de potencializar os eventosda ABEn principalmente o SENADEn e o SENPE, como espa-ços de afirmação política da Entidade. Organizar uma progra-mação específica para os estudantes no CBEn e tentar aliançasa partir dos Centros Acadêmicos, não esquecendo do fortaleci-mento das alianças com os Sindicatos e Federação Nacional dosEnfermeiros, foram outras ações apontadas como importantespara a inserção da ABEn no âmbito profissional, social e político.

No que se refere à sustentabilidade financeira da ABEn, osdelegados sugeriram a realização de projetos com os órgãosgovernamentais, verba do Fundo de Apoio ao trabalhador,articulação com o Ministério da Saúde, Ministério de Ciênciae Tecnologia e Ministério da Cultura para o desenvolvimentode projetos, parcerias com instituições nacionais e interna-cionais e gestão profissional para garantir sustentabilidade.

Outras sugestões incluem projeto de divulgação da históriada Enfermagem ressaltando o papel da ABEn, seu valorhistórico e político; desenvolver política de markenting daABEn. Que os eventos contemplem atividades concomitantespara Auxiliares e Técnicos de Enfermagem.

Sobre as alianças que interessam a ABEn sugerem as aliançascom órgãos de fomentos, fortalecer os Fóruns de Escolasvinculadas, fazer pautas para o novo governo, fazer parceriascom Federação e Sindicatos, diálogos com movimentospopulares e articulação com entidades da área da saúde e daenfermagem. Sobre a sustentabilidade sugerem investir emanálise da conjuntura (porque o CBEn é forte?), formar novosquadros, administração profissional, planejamento estratégico,análise de custos, formar gestores, banco de dados , fazer ajustesno Estatuto e incluir Conselho de Departamentos do Serviço.

Considerações finaisAs questões apresentadas podem nos dar uma noção dasimplicações do trabalho que temos pela frente, visando realizarum processo de “RepensarABEn”. Nossa tarefa combina aprodução de conhecimentos com a auto-reflexão sobre osnossos modos de organização, sobre nossa estrutura, nossosobjetivos e valores fundamentais, favorecendo a compreensãodas relações entre os complexos processos que nosconstituem, enquanto uma entidade coletiva.

Com tais questionamentos, buscamos auxiliar o grupo naarticulação destas questões com a formulação coletiva de umprojeto da organização que queremos para a Associação hoje,visando construir a ABEn do amanhã.

É por esta razão, e para salvaguardar nossas possibilidadesde uma abordagem integral como a que propomos, que

As discussões realizadas apontaram como aspectos importantes a inserção

política da ABEn, congreganado enfermeiros, técnicos, auxiliares e estudantes,

bem como, seu comprometimento com as questões da Educação em

enfermagem

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julgamos necessário o desenvolvimento de um processo dereorganização pautado pelo envolvimento crescente de todose todas nós que fazemos a ABEn. Inicialmente, é indicadodiscutirmos sobre a definição dos motivos principais dareorganização, examinar nossos objetivos e nossa inserção juntoaos profissionais da enfermagem e no âmbito da sociedade,buscando identificar nossos problemas e propor soluções,examinando cuidadosamente as vantagens e desvantagens decada uma das opções.

É claro que precisamos, ainda, considerar que este não éum processo fácil. É irônico o fato de, apesar de comprometi-dos com as mudanças e o desenvolvimento da ABEn, sermostão conservadores quando tratamos de mudanças. Para Hud-son (1999), isso ocorre porque as mudanças são vistas comoameaças à independência da organização. Normalmente, acres-centa o autor, os favoráveis às mudanças argumentam em ter-mos de melhoria da capacidade para responder às demandasde seus associados e da sociedade; por outro lado, os que de-fendem o “status quo” argumentam que as mudanças propostasrompem valores importantes da organização. Geralmente,existe um fundo de verdade em ambas as posições, desse mo-do, em pouco tempo, as mudanças necessárias ficam encalha-das no “lodo” dos argumentos competitivos. A saída indicada peloautor é a construção do consenso sobre os processos de mudança.

Outro aspecto importante a destacar é o de que embora aestrutura – o estatuto – seja essencial para que a organizaçãofuncione, o processo de “repensar” não se resume ou se esgotanele. É fundamental que tenhamos, como primeira meta, aconstrução coletiva de um projeto da “ABEn que queremos”,para então desenharmos um estatuto flexível, que respondaàs exigências de hoje, onde, em um período muito curto, oque parecia uma estrutura ideal, torna-se incoerente para aspessoas dentro e fora da entidade.

Jussara Gue MartiniEnfermeira, Doutora em Educação. Docente e pesquisadora da

Universidade Federal de Santa Catarina. Coordenadora daComissão Especial Nacional de Reforma do Estatuto –

CENRE – fase 2 e Segunda Tesoureira da ABEn – Nacional,gestão 2004-2007

1 Membros titulares: Ivete Santos Barreto, Eucléa GomesVale, Ângela Maria Alvarez, Cristina Maria Meira de Melo,Maria Auxiliadora Córdova Christófaro, Mauro A. P. Dias daSilva, Iraci Sofia Barbosa e Roberto Fernandes Pereira.Suplentes: Regina Coeli Nascimento, Isolina Lourdes RiosAssis, Alzirene Nunes de Carvalho, Maria Henriqueta LuceKruse, Milta Neide Freire Barron Torrez, Kátia Aparecidade Oliveira e João Cardoso da Silva.

2 Veja O Jornal da Associação Brasileira de Enfermagem,Brasília/DF Ano 47 No.1 Jan.Fev.Mar. 2005 (editorial,Deliberações da 47ª. Reunião do CONABEn 5 e 6 de março2005, p. 4; Diretrizes para repensar a ABEn p. 10; Repensara ABEn:atividades e linhas de ação p 11)

3 Jussara Gue Martini, Eucléa Gomes Vale, Maria HenriquetaLuce Kruse, Maria Cláudia Tavares de Matos, Vilma Lobo deOliveira, Ivete Santos Barreto, Ana Lígia Cumming e Silva,Isabel dos Reis Silva Oliveira e Amanda Martins Bastos.

Textos básicos

CARVALHO, Anayde Corrêa de. Associação Brasileira deEnfermagem 1926-1976 Documentário. Brasília –DF,1976.

PAIVA, Mirian Santos e cols. Enfermagem Brasileira:contribuição da ABEn. Brasília: ABEn Nacional, 1999.

Revista Brasileira de Enfermagem [publicação da] AssociaçãoBrasileira de Enfermagem. V .53, n.1, p. 153-388, abr./jun. 2001.

SILVA, Isília Aparecida; FELLI, Vanda Elisa; CIAMPONE,Maria Helena Trench. Projeto Pró-ABEn: subsídios ereflexões para o marketing da Associação. 2001. (mimeo).

VEIGA, Sandra Mayrink e DANIEL, R. Associações – comoconstituir sociedades civis sem fins lucrativos. Rio deJaneiro: Fase, 2002.

Editoriais dos Jornais da ABEn – Ano 46, n. 4 – 2004; ano47, n. 1, 2 e 3 – 2005

Jornal ano 47, n. 2 – 2005, p. 18 a 20.

Jornal ano 47, n. 1 – 2005, p. 10 e 11.

Referências

VIZER, Eduardo A. La trama (in)visible de la vida social:comunicación, sentido y realidad. Buenos Aires:La Crujía,2003.

HUDSON, Mike. Administrando organizações do TerceiroSetor: o desafio de administrar sem receita. São Paulo:Makron Books, 1999.

Para enfrentar os novos desafios, as organizações precisamde uma clara visão do que pretendem atingir, um sentido demissão permeando todas as instâncias da entidade, bem como,estratégias claras de inserção social, um Conselho forte e umaadministração flexível e organizada.

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ABEn - jun.ago.set./out.nov.dez 200740

“O passo a mais que, longe, muito longe, damos a cadacaminhada é o que nos coloca mais próximos de tudo o que

ainda podemos ser.”Que a Enfermagem seja capaz de dar um passo à frente,

com lutas, vontade e decisão de ousar.E que no Ano Novo possamos crer na liberdade, nos

impulsos da alma e na nossa intuição.Vamos praticar o sonho, acreditar e participar.

Vamos viver a vida e ser feliz!Feliz Natal!

ABEn - jan.fev.mar. 200740

A ABEn segue em frente... ABEn muito fez e continua fazendo em prol da En-fermagem. Contribui efetivamente para a consolida-ção do Sistema Único de Saúde e do controle socialno país. Investe nas políticas nacionais de educação,envolvendo nesse processo as Escolas, Faculdades

e Cursos de Enfermagem de nível médio, graduação e pós-graduação, mantêm a Revista Brasileira de Enfermagem eoutros periódicos – a exemplo deste jornal –, promove anual-mente os eventos de caráter científico, político e social egarante a oferta de programas de atualização em Enfermagem.

A entidade percorre seu caminho e sua história comcompetência, trabalho e determinação sabendo que é precisoseguir em frente e mobilizar a categoria para o enfrentamentodos desafios atuais, numa sociedade tão complexa, dinâmicae desigual.

Realizou neste ano um processo eleitoral transparente,ético, com votação direta, em escrutínio secreto, e para a ges-tão 2007-2010 da ABEn Nacional, Seções e Regionais.

Elegeu profissionais cientes que é fundamental provocara participação, despertar os ânimos e a coragem para a defesapermanente da Enfermagem e de seus espaços, ousar no for-talecimento da aliança com os usuários da saúde e na con-solidação da relação de respeito com os demais profissionais,

gestores e autoridades do sistema de saúde e com integran-tes dos parlamentos e da Justiça brasileira.

A disposição nos próximos anos é para preservar a históriada profissão, articular novas estratégias de ação para aumentaro reconhecimento e a visibilidade da Enfermagem no contex-to social brasileiro e mundial, fortalecer laços e construirnovos, lutar com os usuários do SUS e os trabalhadores deenfermagem pelo direito à saú-de, primar pela capacitação po-lítica e reafirmar a necessidadeda vida associativa.

Vida associativa que só épossível com participação. Parti-cipar e confiar na ABEn é de-monstrar que acredita na pro-fissão, no presente e no futuroda Enfermagem brasileira.

Maria Goretti David LopesPresidenta Eleita da ABEn Nacional

Gestão 2007-2010

“O passo a mais que, longe, muito longe, damos a cadacaminhada é o que nos coloca mais próximos de tudo o que

ainda podemos ser.”Que a Enfermagem seja capaz de dar um passo à frente,

com lutas, vontade e decisão de ousar.E que no Ano Novo possamos crer na liberdade, nos

impulsos da alma e na nossa intuição.Vamos praticar o sonho, acreditar e participar.

Vamos viver a vida e ser feliz!Feliz Natal!