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GRAFOS PERIPLANARES MAXIMAIS: SEQÜÊNCIA DE GRAUS HAMETONIANA E MAXREGULARIDADE Rosa Maria Nader Damião Rodrigues TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE SISTEMAS E COMPUTAÇÃO. Aprovada por: &&vb +i\ j, Prof blian Markenzon, D.Sc. A' A , {//L2 4 /17L Prof Nair Maria Maia de Abreu, D.Sc. ~rof. Cláudia Liphares Sales, Dr. - Prof Marcus ~ i h c i u s Soledade ?gggi dg~ragão, Ph.D. RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL NOVEMBRO DE 1997

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Page 1: A, 4 · Grafos periplanares constituem uma importante família de grafos planares, sendo a conceituação de ambos fortemente vinculada as suas representações gráficas

GRAFOS PERIPLANARES MAXIMAIS:

SEQÜÊNCIA DE GRAUS HAMETONIANA E MAXREGULARIDADE

Rosa Maria Nader Damião Rodrigues

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS

PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM CIÊNCIAS EM

ENGENHARIA DE SISTEMAS E COMPUTAÇÃO.

Aprovada por:

&&vb +i\ j, Prof blian Markenzon, D. Sc.

A ' A , {//L2 4 / 1 7 L Prof Nair Maria Maia de Abreu, D.Sc.

~ r o f . Cláudia Liphares Sales, Dr.

- Prof Marcus ~ i h c i u s Soledade ?gggi dg~ragão, Ph.D.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

NOVEMBRO DE 1997

Page 2: A, 4 · Grafos periplanares constituem uma importante família de grafos planares, sendo a conceituação de ambos fortemente vinculada as suas representações gráficas

RODRIGUES, ROSA MARIA NADER DAMIÃO

Grafos Periplanares Maximais: Seqüência de

Graus Hamiltoniana e Maxregularidade [Rio de

Janeiro] 1997

W, 140 p. 29,7 cm (COPPEíüFRJ, D.Sc.,

Engenharia de Sistemas e Computação, 1997)

Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro,

COPPE

1 . Grafos

I. COPPEIUFRJ 11. Título (série)

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AGRADECIMENTOS

Às professoras Nair Maria Maia de Abreu e Lilian Markenzon, pela efetiva, generosa e

constante orientação recebida; pela paciência com as minhas teimosias e pelo privilégio

do relacionamento amigo.

Ao professor Nelson Maculan Filho, pelo apoio e confiança.

Aos professores e amigos do Departamento de Análise do Instituto de Matemática da

UFF, pelo estímulo e confiança, concedendo-me o afastamento.

Aos professores Cláudia Linhares Sales, Samuel Jurkiewicz e Marcus Vinicius Soledade

Poggi de Aragão, por concordarem em participar da Banca Examinadora.

Ao nosso grupo de estudo - Nair Maria Maia de Abreu, Lilian Markenzon, Oswaldo

Vernet de Souza Pires e Cláudia Justel - pelas importantes sugestões, ao longo dos

nossos seminários.

A minha mãe, pelo exemplo de determinação, persistência e abnegação sadia.

Ao meu pai, pelo seu amor e carinho.

Ao Jaldo, por não me deixar esquecer de nossas vidas.

Aos meus filhos, Fernanda e Gustavo, pela convivência amiga, alegre, descontraída,

apaixonante. Enquanto profissionais, a Fernanda, pelas valiosas orientações de

assertividade durante minhas crises existenciais; ao Gustavo, pelos inestimáveis auxílios

na lida com o computador.

A todos que me deram amparo - intraflsica e extrafisicamente.

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Resumo da Tese apresentada a COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para

a obtenção do grau de Doutor em Ciências @. Sc.)

GRAFOS PERIPLANARES MAXIMAIS:

SEQUÊNCIA DE GRAUS HAMILTONIANA E MAXREGULARIDADE

Rosa Maria Nader Damião Rodrigues

Novembro11 997

Orientadores: Lilian Markenzon

Nair Maria Maia de Abreu

Nelson Maculan Filho

Programa: Engenharia de Sistemas e Computação

Apresentamos, neste trabalho, um estudo do conceito de periplanaridade,

definido por CHARTRAND e HARARY em 1967. Observando o processo de geração

de grafos periplanares maximais (mops), constatamos o surgimento de algumas

subfmílias especiais de mops, tais como os grafos coroa, leque, serpentina e grega, que

possuem propriedades relevantes, definidas através da construção de suas seqüências de

graus hamiltonianas. Generalizamos a obtenção de subcadeias proibidas as seqüências de

graus harniltonianas de mops e determinamos outras condições necessárias para que esta

seqüência possua um mop como sua realização. O conceito de (n, r)-maxregularidade é

introduzido como extensão do conceito de regularidade usual para grafos e investigamos

o efeito deste novo conceito na classe dos mops. Caracterizamos, então, os mops (n, r)-

maxregulares para cada r, r > 2. Para tal, vértices equilibradores foram definidos.

Finalmente, um estudo de valoração das arestas de um mop, segundo os graus de seus

vértices extremos, é também realizado.

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Abstract of Thesis presented to C0PPEAJFR.T as a partial filfillment of the requirements

for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)

MAXIMAL OUTERPLANAR GRAPHS:

HAMILTONIAN DEGREE SEQUENCE AND MAXREGULARITY

Rosa Maria Nader Damião Rodrigues

Novemberf 1997

Advisors: Lilian Markenzon

Nair Maria Maia de Abreu

Nelson Maculan Filho

Departament : Computing and Systems Engineering

We present, in this work, a study on the concept of outerplanarity, as defined by

CHARTRAND and HARARY in 1967. By observing the process of generating maximal

outerplanar graphs (mops), we noticed the appearance of some mop special subfamilies,

such as the crown, fan, strearner and lace graphs, which have relevant characteristics,

defined through the construction of their Hamiltonian degree sequences. We generalized

the achievement of substring forbidden to the Hamiltonian degree sequences of mops and

we determined other necessary conditions so that this sequence may have a mop as its

realization. The concept (n,r)-maxregularity is introduced as extension of the concept of

usual regularity for graphs and we investigated the effect of this new concept on the class

of mops. Thus, we characterized the (&r)-maxregular mops for each r, r 2 2. For that,

balancing vertices were defined. Finally, a study of the valuing of the edges of a mop,

according to the degrees of their extreme vertices, is also carried out.

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Introdução

I . 1 Apresentação da Tese ................................................................ 1.2 Conceitos Gerais e Nomenclatura ............................................

1.2.1 Grafos .............................................................................

1.2.2 Grafos Cordais ..............................................................

1.2.3 Cadeias .........................................................................

1.2.4 Seqüências de Graus Hamiltonianas ................................

Periplanaridade

11.1 Introdução .............................................................................. 11.2 Grafos Planares ......................................................................

.................................................................. 11.3 Grafos 2-caminhos

.................................................................. 11.4 Grafos 2-redutíveis 11.5 Grafos Periplanares .................................................................. 11.6 Generalizações dos Grafos Periplanares ...................................

Grafos Periplanares Maximais (MOPs)

III . 1 Introdução ..............................................................................

.................................................. III.2 Grafos Periplanares Maximais III.3 Assinatura em Grafos Periplanares Maximais ............................

..... III.4 Realização da Sequência de Graus Hamiltoniana de um MOP

Freqüência de Graus e Seqüência de Graus Hamiltoniana em MOPs

Introdução .............................................................................. Subfamílias Especiais de MOPs .................................................

IV.2.1 Grafo Leque .................................................................. IV.2.2 Grafo Serpentina ....................................................... IV.2.3 Grafo Grega ..................................................................

IV.2.4 Grafo Coroa .................................................................. Subseqüências Proibidas .......................................................

................................................... Outras condições necessárias Realização de MOPs por Freqüência de Graus .........................

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Maxregularidade: Conceito e Aplicações a MOPs

V . 1 Introdução ...............................................................................

V.2 Grafos (%r)-Maxregulares ........................................................

V.3 Aplicação a MOPs ....................................................................

.............................. V.3.1 MOPs (n,r )-Maxregulares. 2 1 r 1 4 ........................................... V.3.2 MOPs (r+ 1 ,r ).Maxregulares

............................ V.3.3 MOPs (n,r)-Maxregulares, para r fixo

Equilibradores

VI . 1 Introdução ...............................................................................

VI.2 Definições e Exemplos ............................................................

Equilibradores e Maxregularidade

VI1 . 1 Introdução ...............................................................................

VII.2 Regras Básicas de Construção dos MOPs (%r)-Maxregulares: r 25 VII . 3 MOPs (q5)-maxregulares ........................................................

VII.3.1 MOPs Básicos (q5)-maxregulares ..............................

VII.3.2 MOPs Não-Básicos (n,5 )-Maxregulares ......................

VII.3.3 Caracterização dos MOPs (n,5 )-Maxregulares ...........

VII.4 MOPs (n,r) -Maxregulares. r r 6 ............................................. VII.4.1 MOPs Básicos (n,r).Maxregulares, r r6 ......................

... VII.4.2 Caracterização dos MOPs (%r)-Maxregulares, r 2 6

Tensão em MOPs

VI11 . 1 Introdução ............................................................................... VIII.2 Cálculo das Tensões dos MOPs ............................................. VIII.3 Uma Aplicação da Tensão a Análise de Complexidade ...........

VIII.3.1 Algoritmos da Literatura .............................................

VI11 . 3.2 Algoritmo PERI-TESTE ............................................

Conclusão ..........................................................................................

vii

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Capítulo I

Introdução

1.1 Apresentação da Tese

Grafos periplanares constituem uma importante família de grafos planares, sendo

a conceituação de ambos fortemente vinculada as suas representações gráficas. Um grafo

é planar quando pode ser imerso no plano; nesse caso, se uma de suas faces contém

todos os vértices, ele é periplanar. Um grafo periplanar é maximal se a inclusão de

qualquer nova aresta acarreta a perda da periplanaridade.

O conceito de grafo periplanar aparece inicialmente em CHARTRAND e

HARARY (1967), que também estabeleceram a primeira caracterização dessa família

através de seus subgrafos proibidos. Antes disso, entretanto, TANG (1964) já havia

obtido vários resultados válidos para os periplanares biconexos com cinco ou mais

vértices, através dos seus estudos sobre as redes Zcaminhos. A prova da existência e

unicidade do ciclo hamiltoniano nos periplanares biconexos, por exemplo, é uma

conseqüência desse trabalho de TANG.

Os grafos periplanares são de grande interesse na área de grafos, porque, a

exemplo das árvores, formam uma família de instâncias fáceis para vários problemas NP-

Completos sobre grafos. Por exemplo, o problema de encontrar o ciclo hamiltoniano em

grafos quaisquer é sabidamente NP-Completo. Contudo, quase todos os algoritmos de

reconhecimento da periplanaridade da literatura, que são lineares, determinam

simultaneamente o único ciclo hamiltoniano do grafo, quando o grafo é periplanar

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biconexo. Esse fato tem estimulado pesquisas no sentido de generalizar grafos

periplanares para estender os resultados de complexidade e obter novas famílias de

grafos planares tratáveis. BAKER (1994), utilizando o conceito de grafos k-periplanares,

decompõe grafos planares e constrói um método para resolver, com algoritmos

aproximativos, vários problemas NP-Completos sobre grafos planares.

HOPCROFT e TARJAN (1974) criaram um algoritmo linear para testar a

planaridade de um grafo. Então, como um grafo G é periplanar se, e somente se, G + K1

(um novo vértice unido com todos os vértices de G) é planar, esse algoritmo pode ser

considerado o primeiro teste linear de reconhecimento para a periplanaridade.

BREHAUT (1977) adaptou esse algoritmo para grafos periplanares, obtendo o primeiro

algoritmo para reconhecer a periplanaridade, com rotinas mais simples e mantendo a

complexidade linear. Baseando-se em caracterizações de grafos periplanares, outros

algoritmos de reconhecimento apareceram, tais como o de SYSLO (1978), o de

MITCHELL (1979) e o de WIEGERS (1987).

O objetivo deste trabalho pode ser caracterizado por três aspectos distintos:

análise crítica e comparativa de resultados já existentes na literatura; registro de novos

resultados obtidos nessa ação comparativa; obtenção de resultados sobre a família dos

periplanares, a partir de novas questões propostas.

Na próxima seção, introduzimos os conceitos básicos da teoria dos grafos,

necessários a compreensão da nossa pesquisa. Estabelecemos ainda a nomenclatura

utilizada neste trabalho.

Iniciamos o capítulo I1 definindo grafos planares, classe que contém os

periplanares. Depois, definimos os grafos 2-caminhos e 2-redutíveis que utilizamos para

uma nova caracterização dos periplanares. Reunimos ainda vários resultados da literatura

evidenciando algumas correlações pertinentes sobre caracterizações e propriedades dos

grafos periplanares. Apresentamos, também da literatura, generalizações dos grafos

periplanares, ou seja, caracterizações de algumas famílias obtidas quando condições

necessárias a periplanaridade são relaxadas.

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No capítulo 111, estudamos separadamente os grafos periplanares maximais

(mops). Além de organizar os resultados existentes na literatura, apresentamos um novo

algoritmo, o algoritmo DESENHA_MOP, que determina a realização de uma seqüência

de graus hamiltoniana de um mop, através da sua representação grsca. Com isto,

explicitamos porque a representação de um grafo por listas de adjacência pode ser

substituída por sua sequência de graus hamiltoniana, quando o grafo é um mop.

No capítulo IV, apresentamos resultados sobre sequências de graus

hamiltonianas. São instrumentos teóricos úteis para rejeitar ou ajudar a construir

sequências de graus hamiltonianas de grafos cujas realizações sejam mops, a partir de

uma freqüência de graus dada. Definimos as subfamílias especiais de mops: leque,

serpentina, grega e coroa. Generalizamos, com o teorema 4.1, as subseqüências

proibidas as sequências de graus hamiltonianas de mops e determinamos outras

condições necessárias para que as sequências de graus hamiltonianas possuam mops

como suas realizações. É sabido na literatura que a sequência de graus hamiltoniana de

um mop o caracteriza unicamente. Destacamos, entretanto, que algumas famílias de

mops podem ser também determinadas, única e diretamente, por suas freqüências de

graus.

No capítulo V, estabelecemos um novo conceito aplicável a teoria dos grafos:

(n,r)-maxregularidade. Mostramos que pode ser visto como uma extensão do conceito

usual de (n,r)-regularidade e que é apropriado para famílias de grafos nas quais não

existem grafos (n,r)-regulares. Sendo a família dos mops o nosso objeto de estudo,

caracterizamos os mops (%r)-maxregulares, r 2 2. Para r = 2, exemplificamos com mais

de uma família. Mostramos a unicidade das famílias (%r)-maxregulares, para r = 3 e 4.

O conceito de vértices equilibradores, introduzido no capítulo VI, é utilizado na

caracterização dos mops (%r)-maxregulares, r 2 5, apresentada no capítulo VII. Como

resultado da integração destes dois conceitos, necessária nos casos onde r 2 5, surge o

que denominamos mops básicos (n,r)-maxregulares.

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No capítulo VIII, apresentamos um novo algoritmo de reconhecimento da

periplanaridade, o algoritmo PERLTESTE, elaborado a partir dos conhecidos

algoritmos de SYSLO (1978), MITCHELL (1979) e de WIEGERS (1987). Em todos

esses algoritmos aparece o teste de existência de arestas. Como a complexidade deste

teste é conseqüência da estrutura de dados utilizada para armazenar o grafo dado,

apresentamos um estudo particular para mops, considerando-se a estrutura mais simples

- as listas de adjacência. Para isso, definimos tensão de um grafo, valorando todas as

suas arestas com tensão igual ao menor grau dos seus vértices extremos.

1.2 Conceitos Gerais e Nomenclatura

1.2.1 Grafos

Um grafoflnito G consiste de um par ordenado (V,E) de conjuntos tais que

V = {vi, ..., v,,) é finito não-vazio e E c {{x,y)l x, y E V e x f y). Os elementos de V e

E são chamados, respectivamente, vértices e arestas. Em geral, o grafo é representado

por G(V,E) e, por simplicidade, (x, y) representa a aresta (linha) que une os vértices

(pontos) x e y. Esta definição de grafos exclui laços e arestas múltiplas. A or&m e o

tamanho de um grafo G(V,E) são, respectivamente, n = IVI e m = IEl.

Dois vértices, x e y, são adjacentes quando {x,y) E E. O conjunto de adjacência

de um vértice v, Adj(v), é o conjunto formado por todos os vértices do grafo que são

adjacentes a v. O grau de um vértice x, d(x), é a cardinalidade do seu conjunto de

adjacência. Um grafo é (n,r)-regular se todos os seus n vértices possuem o mesmo

grau r.

Sejam A um conjunto, A'gA e P uma propriedade aplicável em A. A' é marimal

em relação a P, quando não existe um subconjunto A satisfazendo P tal que A'c A".

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Portanto, um subconjunto maximal não é, necessariamente, o de maior cardinalidade

satisfazendo P. Um conjunto minimal é definido de forma análoga.

G7(V',E') é um subgrafo de G(V,E) quando V' c V e E' E E. No caso

particular de V' = V, G'(V7,E') é um subgrafo gerador de G(V,E). Dado S c V, o

subgrafo induzido por S, representado por Gs, é o subgrafo maximal de G com o

conjunto de vértices S, ou seja, se uma aresta e de G liga dois vértices de S então e é

uma aresta de Gs. Dados o grafo G(V,E) e S c V, o grafo G - S é o subgrafo de G

induzido por V - S, isto é, Gv-S. Para A c E, G - A é o subgrafo de G obtido deste

pela remoção de todas as arestas pertencentes a A.

Sejam os grafos Gl(V1, El) e G2(Vz7E2). São definidas as seguintes operações:

i) Gl u G2 = G(V,E), onde V = Vi u V2 e E = E1 V E2;

ii) Gl n G2 = G(V,E), onde V = V1 n V2 e E = E1 n E2;

iii) Gl + G2 = G(V,E), onde V = V1 u V2 e E = E1 u E2 u ((v,w) I v E V1 e w E V2).

Um grafo é completo, denotado por K,, se quaisquer dois de seus vértices são

adjacentes. Um subgrafb completo maximal de G é chamado c l i p e de G. Um vértice é

simplicial em G se o subgrafo induzido pelo seu conjunto de adjacência em G é uma

clique. Um 2-vértice é um vértice simplicial de grau dois. Sendo Gl(Vi, El) um grafo

qualquer, a inclusão de v em Gl como um vértice simplicial de grau r resulta num grafo

G(V,E), onde V = V1 u (v) e E = El u ((v,w) I w E K,, onde K, é uma clique de Gil.

Na figura 1.1, Gl, G2 e G3 são subgrafos de G, onde GI e G2 são subgrafos

induzidos e cliques maximais. Em Gl e G2, todos os vértices são simpliciais, enquanto

que em G3 nenhum de seus vértices o é. Assim, a é Zvértice em G e Gl, mas não

em G3. Podemos ainda dizer que G foi obtido de G2 pela inclusão do 2-vértice a.

figura 1.1 : subgrafos de G, onde G1 e G2 são subgrafos induzidos e cliques maximais.

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Uma seqüência de vértices vl, v2, . . ., vk, tal que (vi, E E, 1 5 i 5 k- 1, é

denominada um caminho de v1 a vk. Os vértices v1 e vk são denominados extremos do

caminho e os demais vértices são internos do caminho. Um caminho simples é um

caminho onde todos os vértices são distintos. Dois caminhos entre o mesmo par de

vértices são considerados caminhos disjuntos quando os vértices internos de um

caminho são todos diferentes dos vértices internos do outro caminho.

Uma distância d(u,v) entre dois vértices u e v de um grafo G pode ser tomada

como o comprimento (número de arestas) do mais curto caminho entre eles, se existe;

caso contrário, d(u,v) = ao. Num grafo conexo, esta distância é uma métrica: dados

quaisquer u, v e w vértices de um grafo, d(u,v) 2 0; d(u,v) = O se, e somente se, u = v;

d(u,v) = d(v,u); d(u,v) + d(v,w) 2 d(u,w).

Um ciclo é um caminho do tipo VI, v2, ..., vk, v1 onde k 23. Se o caminho

vi, v2, ..., vk for simples, o ciclo vi, v2, ..., vk, v1 também é denominado ciclo simples.

Qualquer aresta unindo 2 vértices não adjacentes de um mesmo ciclo recebe o nome de

corda. Por abuso de linguagem, as arestas que unem dois vértices consecutivos de um

ciclo serão denominadas aresta do cicb. Um ciclo simples que contém todos os vértices

do grafo é denominado ciclo hamiltoniano. Um grafo que possui um ciclo hamiltoniano

é denominado grafo hamiltoniano.

Sejam G um grafo hamiltoniano; C um ciclo hamiltoniano de G; (u, v) uma

corda de C; P1 e P2 os dois caminhos, sobre o ciclo C, determinados pela corda (u, v).

Um cruzamento de conexão com (u, v) em relação a C é qualquer corda (wl, w2) tal

que wl pertence ao interior do caminho P1 e w2 ao interior de P2.

Uma subdivisão de aresta de um grafo G é uma operação que transforma

alguma aresta (u, v) de G num caminho u, xl, ..., xk, V, onde k 2 O e os xi são

vértices de grau 2 adicionados a G. Dois grafos são homeomorfos se ambos podem ser

obtidos de um mesmo grafo por subdivisões de arestas. São exemplos de grafos

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homeomorfos: quaisquer dois ciclos; Kz3 e &', onde &' é menos qualquer uma

de suas arestas, como ilustrado na figura 1.2.

figura 1.2 : grafos homeomorfos.

Se quaisquer dois vértices de um grafo são ligados por um caminho, o grafo é

conexo. Caso contrário, é desconexo. Num grafo G desconexo, cada subgrafo maximal

conexo é chamado de componente conexo de G. Ponto de articula@o é qualquer

vértice que, se retirado de um grafo, aumenta o seu número de componentes conexos.

Assim, sendo G(V,E) um grafo conexo e v E V um ponto de articulação, G - {v) é

desconexo.

Dados o grafo G(V,E), u e v vértices não adjacentes e S c V, S é um

u-v separador se os vértices u e v pertencem a diferentes componentes conexas de

G-S. Portanto, S é um u-v separador minimal se não existe S' c S tal que S' é

um u-v separador.

Conectividade (de vértice) de um grafo conexo G, denotado por k(G), é o

menor número de vértices que ao serem retirados de G o torna desconexo ou trivial. Um

grafo G é n-conexo se k(G) 2 n. G é biconexo, no caso particular de k(G) r 2.

Como exemplo, todo ciclo simples é biconexo. Os teoremas, a seguir, são encontrados

em HARARY (1969) e caracterizam grafos biconexos. O primeiro deles é conseqüência

imediata da definição; o segundo é uma variação do teorema de MENGER, publicada

por WHITNEY em 1932.

Teorema 1.1 Um grafo G é biconexo se, e somente se, G é conexo e não

contém ponto de articulação.

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Teorema 1.2 Um grafo G é biconexo se, e somente se, existem pelo menos 2

caminhos disjuntos ligando cada par de vértices.

Teorema 1.3 Se G é um grafo hamiltoniano, então G é biconexo.

O grafo K2,3, figura 1.2, mostra que a recíproca do teorema anterior não é

verdadeira.

Um isomorfimto entre grafos é uma bijeção entre os seus conjuntos de

vértices que preserva a relação de adjacência dos grafos. Dois grafos são isomorfos se

existe um isomorfismo entre eles.

Um grafo é rotulado em vértices quando a cada vértice está associado um

rótulo(nome). Uma codzficação ou assinatura é uma função sobre os grafos tais que os

valores(rótu1os) atribuídos a G e G' são idênticos se, e somente se, G e G' são

grafos isomoríos.

Blocos de um grafo são os seus subgrafos maximais biconexos ou isomoríos a

K2. Portanto, um grafo biconexo tem exatamente um bloco.

Seja Q uma propriedade apropriada para grafos. Q é de hereditariedade se,

dado um grafo G satisfazendo a propriedade Q, qualquer subgrafo induzido de G

também possui a propriedade Q.

A representação computacional de um grafo se faz por meio de listas de

adjacência ou por sua matriz de adjacência. Dado um grafo G(V,E), a lista de adjacência,

para cada v E V, é definido por adj(v) = (w I (v,w) E E). A matriz de adjacência de G é

dada por &,, = (aij), onde aij = 1, quando vi E adj(vj ), e a;, = 0, caso contrário.

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1.2.2 Grafos Cordais

Um grafo é chamado cordzl se qualquer ciclo de comprimento maior que três

possui uma corda. Isto equivale a dizer que um grafo cordal não contém subgrafos

induzidos isomorfos a ciclos de comprimento maior que três. Na figura 1.3, o grafo Gi

é cordal enquanto que G2 não é, pois O ciclo abcda não possui corda.

'31 '32

figura 1.3 : grafos cordal e não cordal, respectivamente.

É imediato concluir que os grafos completos e os caminhos são cordais, enquanto

que os ciclos com mais de 3 vértices não são cordais.

Em 1960, Berge mostrou que a classe dos grafos cordais está contida na classe

dos grafosperfeitos, isto é, na classe dos grafos para os quais o tamanho da maior clique

é igual ao número cromático de qualquer dos seus subgrafos induzidos. O mímero

cromático de um grafo é o menor número de cores com as quais podemos colorir os

vértices do grafo de forma que vértices adjacentes recebam cores distintas.

Ser grafo cordal é uma propriedade de hereditariedade, isto é, todo subgrafo

induzido de um grafo cordal também o é.

Os resultados sobre grafos cordais a seguir podem ser encontrados em

GOLUMBIC (1980) e são, ambos, devidos a DIRAC.

Teorema 1.4 G é cordal se, e somente se, todo conjunto vértice separador induz

um subgrafo completo de G.

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Lema 1.1 Seja G cordal.

i) Se G é completo, então qualquer de seus vértices é simplicial;

ii) Se G não é completo, então G possui um par de vértices não adjacentes

que são simpliciais.

L2.3 Cadeias

Um alfabeto E é um conjunto finito de elementos quaisquer. Por simplicidade,

consideramos um conjunto finito de símbolos tais como numerais, letras e outros

caracteres comuns. Uma cadeia ou string ou palavra sobre um alfabeto é uma seqüência

finita de símbolos do alfabeto. Optamos pela notação de cadeia onde os símbolos

aparecem entre colchetes e separados por vírgulas.

O comprimento de uma cadeia w sobre Z, denotado por Iwl, é o número de

ocorrência de símbolos em w. Cadeia vazia, denotada por [ ] ou h, é aquela cujo

comprimento é zero.

ZY: é O conjunto de to& as cadeias, incluindo a vazia, sobre o alfabeto Z:

Portanto, ZY: é um conjunto infinito. Por exemplo, no nosso trabalho, para representar

sequências de graus, a ordem do grafo indicará o alfabeto a ser considerado: dado

um grafo G com n vértices, E = (0,1, 2, . . ., n-1 ) . Embora E* contenha cadeias

sobre (0, 1, 2, . . ., n-1 ) de qualquer comprimento, somente aquelas de comprimento n

serão necessárias para representar as sequências de graus de um grafo com n vértices.

Dada uma cadeia w E ZY: e 1 5 j 5 Iwl, w(i) representa o símbolo que

ocorre na j-ésima posição de w. Isto possibilita considerar, alternativamente, w

como uma função w: f 1, . . ., Iwl) + c*. Assim, torna-se imediata a relação de

igualdade entre cadeias: duas cadeias v e w são iguais se, e somente se, v(i) = w(i),

1 5 i 5 lvI = Iwl.

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Dadas duas cadeias x e y sobre o mesmo alfabeto, a operação de concaterqão,

que denotaremos por xoy, é definida por

w = xoy tal que Iwl= 1x1 + bl;

w(i) = x(i), para i = 1, ...,I xl;

~(1x1 + i) = ~ ( i ) , para i = 1, ..., M.

Para qualquer cadeia w e cada número natural i, a cadeia wi é definida como

w0 = [ 1, isto é, a cadeia vazia, e

wi = w i - l ow, para i 2 1.

Numa notação simplificada, entendemos que

[a, bi, c] = [a]. [blio[c] , para i r 1, e

[a, bi, c] = [a, c] , para i = 0.

A operação de concatenação é associativa: (x0y)oz = xoO.).z), para quaisquer

cadeias x, y, z. Isto nos autoriza, por abuso de notação, a escrever xoyoz.

Uma cadeia v é subcadeia de uma cadeia w se, e somente se, existem cadeias x

e y tais que w = xovoy. Portanto, toda cadeia é subcadeia de si própria (basta

considerar x = y = [ I) e a cadeia vazia é subcadeia de qualquer cadeia w (basta

fazer x = w e v = y = [ ] ) .

Dada uma cadeia w = [al, a2, ...,a,,], a cadeia reversa de w é:

wR = [a,,, a,,-1, - - - 7 ai].

Para qualquer cadeia não vazia w, a subcadeia &w de comprimento Iwl - 1 é

definida como

&w(i)=w(i), parai= 1, ..., n-1, se 1~122 ;

& w = [ ] , se Iwl=l.

Quando w é a cadeia vazia, definimos &w = [ 1.

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Dada uma cadeia w = xoy, onde 1x1 = k, a operação deslocamento ciclzco

esquerdo, representado por t ( w , k), é definida por

t ( w , k) = yox.

Analogamente, podemos definir a operação deslocamento cíclico direito, onde os

k elementos mais a direita de w são removidos e concatenados, em ordem, na sua

extremidade esquerda. Todo deslocamento cíclico direito pode ser representado por um

deslocamento cíclico esquerdo com resultado equivalente: para uma deslocamento

cíclico direito de k' elementos em w, o correspondente deslocamento cíclico esquerdo é

dado por t ( w , k), onde k = Iwl - k7. Por exemplo, sendo w = [a,b,c,d,e,f,g,h], o

deslocamento cíclico direito, onde os 3 elementos mais a direita de w são deslocados

para a sua extremidade esquerda, resulta numa cadeia w7= [f,g,h,a,b,c,d,e]. Então, w'

pode ser também representada por t ( w, 5). Portanto, sem perda da generalidade,

referências a deslocamentos cíclicos se aplicam indistintamente a deslocamento cíclico

esquerdo ou direito.

L2.4 Seqüências de Graus Hamiltonianas

Uma sequência de inteiros positivos n: = [gl, gz, . . ., g,] é uma seqüência gráfica

se existe um grafo G(V,E) que tenha 71 como a sequência de seus graus. Tal grafo é

chamado de uma realização de n:. Portanto, uma realização de n: é um grafo que teve

seus graus de vértices pré-escritos. Ao contrário, dado um grafo G(V,E), a sequência

formada pelos valores que representam os graus de cada vértice é denominada

seqiiência de graus do grafo dado. A figura 1.4 mostra três realizações não isomorfas

da sequência gráfica [4,3,3,2,2,2,2,2].

figura 1.4: realizações da seqiiência gráfíca [4,3,3,2,2,2,2,2].

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Quando G(V,E) é um grafo hamiltoniano, se ui, u2, .. ., u,,, ul é um de seus

ciclos harniltonianos e a sequência de graus D = [dl, d2, ..., d,] é escrita de acordo com

a ordem determinada pelo ciclo hamiltoniano, isto é, di é o grau de ui, 1 < i < n, D é

denominada seqüência de graus hamiltoniana de G(V,E), abreviadamente sgh-G.

Neste caso, considerando-se que o ciclo hamiltoniano pode ser escrito a partir de

qualquer vértice e em dois sentidos, todas as cadeias distintas obtidas de D ou D ~ , por

um deslocamento cíclico, representam a mesma sgh-G. Definimos como cadeias

sinônimas todas as cadeias distintas que representam a mesma sequência de graus

hamiltoniana de um grafo qualquer.

Para fazer referência afreqiiência de um grau específico num grafo G, definimos

a função OG que, a cada grau di, associa a quantidade de vértices de G com este grau, ou

seja, ~ ~ ( d i ) = ni, onde ni é a quantidade de vértices de grau d; em G. Quando o contexto

não deixar dúvida quanto ao grafo que está sendo considerado, o~ pode ser

representada simplesmente por o. Dizemos que o(di); o(d2); ...; o(dk) é a

freqüência í.k graus de G se di, 1 I i I k, são todos os graus distintos que ocorrem no

grafo G.

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Capitulo 11

Periplanaridade

11.1 Introdução

Inicialmente, apresentamos os conceitos e resultados básicos sobre planaridade e

os resultados obtidos por Tang (1964) e Wiegers (1987) para os grafos que

denominamos 2-caminhos e 2-redutíveis, respectivamente. Caracterizamos, no teorema

2.4, os grafos 2-caminhos através de subgrafos proibidos e, então, obtivemos uma

nova caracterização para os periplanares, a partir dessas duas famílias, através do

teorema 2.12.

Em seguida, organizamos os resultados conhecidos sobre grafos periplanares,

que recolhemos de várias fontes, como por exemplo (HARARY, 1969, SYSLO, 1978,

MITCHELL, 1979), numa seqüência lógica, unificando a notação e evidenciando

correlações pertinentes. Os grafos periplanares maximais, uma família importante dos

periplanares, serão estudados no próximo capítulo, por constituírem o objeto de pesquisa

dos demais capítulos.

E.2 Grafos Planares

Um grafo G é imersível numa superfície S se existe uma representação de G,

desenhada sobre S, tal que duas arestas não se interceptem, fora das extremidades. Numa

tal representação de G, diz-se que G está zmerso em S. Um grafo é planar quando pode

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ser imerso num plano; uma representação plana de um grafo planar é a sua

representação, quando imerso num plano. Portanto, o conceito de planaridade do grafo

está vinculado a sua representação gráfica no plano. Por exemplo, a figura 2.l(i) mostra

uma representação não plana de &, enquanto que as figuras 2.l(ii) e 2.l(iii) ilustram

representações planas desse grafo. Portanto, & é um grafo planar.

figura 2.1 : representações gráfícas de &.

Seja R a representação plana do grafo planar G, imerso no plano P. R divide P

em regiões denominadas faces de R. A única face que não é limitada por arestas de R

chama-se face externa. O número de faces não muda quando a representação plana é

modificada, conforme expresso no próximo teorema. Como ilustração, as figuras 2.1 (ii)

e (iii) mostram 4 faces para &.

Como na fórmula de Euler para poliedros, os números de faces (+), vértices (n) e

arestas (m) de um grafo planar estão relacionados entre si da seguinte forma:

Teorema 2.1 Se G é um grafo planar conexo, então, para qualquer

representação plana de G, 4 = m - n + 2.

O grau de uma face, 6(9, é o número de arestas limitando a face f Como cada

aresta pertence a duas faces, obtemos a seguinte relação:

Lema 2.1 Em qualquer representação plana de um grafo planar biconexo G,

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A partir desses resultados, podemos concluir que o número máximo de arestas

para um grafo planar é dado pela desigualdade: m S3n - 6. Toma-se imediato constatar

que KJ e K3,3 são não planares. Este fato fornece uma caracterização dos grafos

planares, devido a KURATOWSKI, expressa pelo seguinte teorema:

Teorema 2.2 Um grafo é planar se, e somente se, não contém um subgrafo

homeomorfo a KS ou K3,3.

Os primeiros algoritmos de reconhecimento de planaridade surgiram a partir

desse teorema. GOLUMBIC (1980), expõe a evolução desses algoritmos desde o criado

pelo próprio KURATOWSKI em 1930, de complexidade exponencial e baseando-se nos

subgrafos proibidos, até o obtido por HOPCROFT e TARJAN em 1974, realizado em

O(n).

Um grafo G é imersível num plano se, e somente se, é irnersível sobre uma esfera.

O resultado, a seguir, é conseqüência de uma projeção estereográfica de um grafo,

imerso na superficie de uma esfera, sobre um plano. Em GIBBONS (1989), encontramos

as provas desses resultados.

Teorema 2.3 Sejam G um grafo planar e fuma face qualquer de G. Então, existe

uma representação plana para G, onde f é a face externa.

II.3 Grafos 2-caminhos

As definições e resultados, a seguir, são baseados no trabalho de TANG (1 964).

Um grafo G(V,E) é denominado grafo 2-caminhos quando existe no máximo

dois caminhos disjuntos de comprimento maior que 1 entre quaisquer dois vértices do

grafo. Se um grafo não é 2-caminhos, o grafo possui pelo menos 5 vértices, uma vez

que deve existir pelo menos um par de vértices com 3 ou mais caminhos disjuntos de

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comprimento maior que 1 entre eles. O K2,3 é O menor grafo que não é 2-caminhos.

Conseqüentemente, todos os grafos com IVI 1 4 são 2-caminhos.

Teorema 2.4 G(V, E) é grafo 2-caminhos se, e somente se, G não contém

subgrafo homeomorfo a K2,3, exceto &'.

Prova:

(3) Seja um grafo G(V,E) contendo um subgrafo G' # &' homeomorfo a K2,3.

Então, G' é obtido de K2,3 por subdivisão de arestas. Sabemos que K2,3 é O grafo

de menor ordem que não é 2-caminhos e que a operação subdivisão de arestas

preserva caminhos disjuntos. Então, G' não é 2-caminhos e é constituído por três

caminhos disjuntos de comprimentos maiores que 1 e que ligam dois vértices: u e

v. G é obtido de G' por inclusão de vértices elou arestas. Logo, estes três

caminhos disjuntos de comprimentos maiores que 1, ligando os vértices u e v

também existem em G. Portanto, G não é 2-caminhos.

(c) Seja G um grafo que não possui subgrafo homeomorfo a K2,3, exceto &'.

Suponhamos por absurdo que G não seja 2-caminhos. Então, existem dois

vértices, u e v, que são ligados por pelo menos três caminhos disjuntos de

comprimentos maiores que 1: P1, P2 e P3. Seja G' = Pl u P2 u P3. G' é

homeomorfo a Kz3, é diferente de &' e é subgrafo de G. Uma contradição. I

Teorema 2.5 Todo grafo 2-caminhos é planar.

Prova: Suponhamos G(V,E) um grafo não planar. Então G contém um subgrafo

homeomorfo a K5 ou K3,3. A figura 2.2 mostra que, em ambos os casos, existem

3 caminhos disjuntos de comprimento maior que 1 entre os vértices u e v, a

saber: u, a, v; u, b, v; u, c, v. I

figura 2.2: os grafos K5 e K3,3, respectivamente.

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Teorema 2.6 Se G(V,E) é um grafo 2-caminhos biconexo com n 2 3, então

G(V,E) contém um ciclo hamiltoniano e, quando n 2 5, este ciclo é

único.

Prova: Seja G(V,E) um grafo 2-caminhos biconexo com n 2 3.

Vamos provar, inicialmente, a existência do ciclo hamiltoniano.

Sejam Ck O maior ciclo simples em G ( sempre existe, pois G é biconexo) e k o

número de vértices de Ck. Obviamente, 3 4 k r n. Se k = n, Ck é um ciclo

hamiltoniano e o problema da existência fica resolvido. Se k < n, existe pelo

menos um vértice do grafo que está fora do ciclo Ck. Sejam v E V - Ck e P1

um caminho de v até algum vértice w E Ck tal que Ck n P I = {w). Sabemos

que P1 sempre existe, pois G é biconexo. Se todos os caminhos possíveis entre

v e todos os outros vértices de Ck passassem por w, G possuiria w como ponto

de articulação, contrariando a biconexidade de G. Então, existe um caminho P2

de v até um outro vértice u E Ck, u f W, tal que Ck n P2 = {u). Duas

possibilidades podem ocorrer: (u,w) E Ck OU (u,w) P Ck. Se (u,w) E Ck, O

ciclo (Ck - {(u ,~) ) ) V Pl v P2 com mais de k vértices pode ser construído,

contrariando a maximalidade de Ck. Se (u,w) P Ck, três caminhos disjuntos

unindo u a w, todos de tamanho maior que 1, podem ser construídos: os dois

caminhos gerados sobre o ciclo Ck pelos vértices u e w e o outro caminho

formado por Pi u P2, contrariando a hipótese de G ser um grafo 2-caminhos.

Logo k = n, ou seja, G possui um ciclo hamiltoniano.

Para provar a unicidade do ciclo hamiltoniano, admitamos n 2 5. Já provamos

que G contém um ciclo hamiltoniano. Suponhamos a existência de dois diferentes

ciclos harniltonianos Cl e C2. Então, existe uma aresta (u, v) que pertence a Cl

mas não pertence a C2. Neste caso, a aresta (u, v) é uma corda de C2, que o

divide em dois caminhos disjuntos Pzl e P22, unindo u a v. Sejam e A22,

os dois subconjuntos disjuntos de V formados pelos vértices interiores dos

caminhos P21 e Pz2, respectivamente. Assim, C1 passa de u para v através

da aresta (u, v) e vai para outro vértice qualquer que pertence ou a OU a

A22 A partir daí, ou C1 não passa por nenhum vértice do outro conjunto e não

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é hamiltoniano, contrariando a hipótese, ou faz um cruzamento de conexão com a

corda (u, v). Se isto ocorrer, consideremos a configuração dada pela figura 2.3,

sem perda da generalidade. Neste caso, entre os vértices u e a existem três

caminhos disjuntos de comprimento maior que 1: u,. . .,x,. . .,a; u,v,. ..,a; u,. ..,b,a.

Uma contradição, pois G é 2-caminhos. Portanto existe um único ciclo

hamiltoniano em G, quando n 2 5. .

figura 2.3: grafo homeomorfo a i&, ilustrando um cruzamento de conexão.

Corolário 2.1 Se G(V,E) é um grafo 2-caminhos biconexo, com n 2 5, então em

G(V,E) não existem cruzamentos de conexão com respeito ao

ciclo hamiltoniano.

Corolário 2.2

Corolário 2.3

Se G(V,E) é um grafo que contém um subgrafo homeomorfo a &,

então ou G(V,E) é isomorfo a Kq OU G(V,E) contém também um

subgrafo homeomoríb a K2,3.

Todo grafo 2-caminhos biconexo com n 2 5 não contém subgrafo

homeomorfo a &.

O grafo da figura 2.4 mostra a importância da biconexidade no corolário anterior.

O grafo possui subgrafo homeomorfo &, embora seja um grafo 2-caminhos.

figura 2.4: grafo 2-caminhos não biconexo.

Teorema 2.7 Em todo grafo 2-caminhos biconexo com n 2 5, m I 2n - 3.

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Prova: Por indução.

i) Para n = 5, pelo corolário 2.1, o grafo 2-caminhos com o maior número de

arestas é único, a menos de isomorfismo, como mostra a figura 2.5. E um grafo

biconexo com 7 arestas e, portanto, vale a igualdade: m = 2n - 3;

ii) Suponhamos que o teorema valha para qualquer grafo 2-caminhos biconexo

com 5 < n < k ;

iii) Seja G(V,E) um grafo 2-caminhos conexo com n = k. Então, pelo teorema

2.6, existe um único ciclo harniltoniano C em G. Se o grafo possui somente as

arestas do ciclo, isto é, m = n = k, o teorema vale, desde que n 2 2.

Suponhamos que G # C. Então, C possui uma corda (u, v). Sejam A1 e A2 OS

dois subconjuntos disjuntos de V formados, respectivamente, pelos vértices

interiores dos dois caminhos disjuntos gerados sobre o ciclo C pelos vértices u e

v. Como, pelo corolário 2.1, nenhuma aresta liga um vértice de A1 com outro

de A2, os subgrafos gerados por Al u{u, v) e A2 u{u, v) são grafos

2-caminhos biconexos, com os números de vértices nl e n2 e de arestas ml e

m2, respectivamente, onde n = nl + n2 - 2 e m = ml + mz -1. Pela hipótese de

indução, m1 1 2nl - 3 e m2 I 2n2 - 3. Então, ml + m2 I 2(nl + n2 ) - 6, o

queacarreta m + l I 2(n+2)-6. Logo,mI2n-3.

figura 2.5: grafo 2Caminhos com o maior número de arestas, para n = 5.

Podemos reparar que o grafo & é um grafo 2-caminhos biconexo, mas não

satisfaz a inequação do teorema anterior.

2.4 Grafos 2-redutiveis

WIEGERS (1987) define grafos Zredutíveis da seguinte forma: G(V,E) é um

grafo 2-redutível se, e somente se, E = 0 ou 3v E V com d(v) 2 1 tal que Gv = G - (v)

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seja 2-redutível ou 3v E V com d(v) = 2 tal que Gv seja 2-redutível, onde Gv é o grafo

G - (v) acrescido da aresta que une os dois vizinhos de v, caso não exista. Dizemos que

Gv é obtido de G pela redução do vértice v. O grafo da figura 2.6 é exemplo de grafo

2-redutível.

figura 2.6: grafo 2-redutível.

O lema a seguir mostra que para estes grafos também vale a relação entre n e m

estabelecida para os grafos 2-caminhos biconexos.

Lema 2.2 Se G(V,E) é um grafo 2-redutível com n r 2, então m I 2n - 3.

Prova: Por indução.

i) Para n = 2, os grafos Zredutíveis são: ou dois vértices isolados ou dois vértices

unidos por uma aresta. Então, a relação vale, trivialmente;

ii) Suponhamos que o lema valha para qualquer grafo 2-redutível com 2< n k;

iii) Seja G(V,E) um grafo 2-redutível com n = k. Se E = 0, o teorema vale,

pois k é inteiro maior que 2, Se E # 0, então existe v E V com d(v) I 2 tal

que G, = G'(V', E') é Zredutível, onde (V7( = n -1 e podemos ter os

seguintes casos para (E'(: se d(v) = 0, I E'( = m; se d(v) = 1, (E'( = m - 1; se

d(v) = 2 e (vi, v2) P E, onde vi e v2 são OS dois vértices adjacentes a v,

IE'I = m - 1; se d(v) = 2 e (vl, vz) E E, (E'I = m - 2. Pela hipótese de indução,

JE'J r 2JV'J - 3. Portanto, m - 2 I IE'J 12(n - 1) - 3, ou seja, m 1 2 n - 3. . WIEGERS (1987) utiliza o lema a seguir, devido a DIRAC(1953), na

demonstração do teorema 2.8, que caracteriza grafos Zredutíveis através de subgrafos

proibidos.

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Lema 2.3 Se G(V,E) é um grafo biconexo com grau mínimo maior ou igual a 3,

então G possui um subgrafo homeomorfo a L.

Teorema 2.8 G(V,E) é um grafo 2-redutível se, e somente se, G não contém

subgrafo homeomorfo a &.

Prova:

(z) Seja G um grafo que possui um subgrafo G' homeomoríb a &. Então, G' é

obtido de & por subdivisão de arestas e, reciprocamente, & é obtido de G' pela

operação redução de vértices, aplicável em qualquer ordem. Então, G' não é

2-redutível. G é obtido de G' por inclusão de vértices elou arestas. Com estas

inclusões, ou G continua podendo ser reduzido ao & OU esta redução é

interrompida por falta de vértice com grau menor ou igual a 2. Em qualquer caso,

G não é 2-redutível.

(c) Seja G um grafo que não possui subgrafo homeomorfo a &. Suponhamos, por

absurdo, que G não seja 2-redutível. Suponhamos G' um grafo nestas condições,

tal que posssua o menor número de vértices, isto é, não seja possível aplicar

redução de vértices a G'. Então, todos os vértices de G' possuem graus maiores

ou iguais a 3. Se G' é biconexo, então temos uma contradição com o lema 2.3.

Se G' não é biconexo, então existe pelo menos um vértice de grau menor que 3,

pela contra-positiva do lema 2.3. Uma contradição com a minimalidade de G'.

Ser 2-redutível é uma propriedade de hereditariedade. Obviamente, se um

subgrafo de G contém algum subgrafo homeomorfo a &, G também o contém.

lI.5 Grafos Periplanares

Um grafo é periplanar (em inglês outerplanar) se possui uma representação

plana com uma das faces contendo todos os vértices, chamada representação periplana.

Por exemplo, a figura 2.7(i) mostra a representação não periplana de um grafo G,

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enquanto que as figuras 2.7 (ii) e (iii) exibem representações periplanas desse grafo.

Portanto, o grafo G da figura 2.7 é periplanar.

( i > (4 (Ui) figura 2.7: diferentes representações de um grafo periplanar.

Como conseqüência da definição, todo grafo periplanar é planar. A recíproca,

porém, não é verdadeira. Os grafos I(4 e K2,3 não são periplanares, embora sejam

planares, pois não satisfazem, respectivamente, as condições necessárias indicadas nos

dois próximos lemas. Todas as representações planas desses grafos são como as da

figura 2.8, nas quais um vértice sempre fica no interior do ciclo externo.

( i > (i> figura 2.8: representações planas dos grafos I<4 e K2,3, respectivamente.

O resultado do próximo lema será estendido para qualquer grafo periplanar não

trivial no teorema 2.14.

Lema 2.3 Se G(V,E) é periplanar biconexo, então m 5 2n - 3.

Prova: Se G é periplanar biconexo, uma face é determinada por n arestas (a face que

contém todos os vértices) e as demais por no mínimo 3 arestas cada. Então,

onde 6(5 ) é o grau de cada face e + é o número de faces de G. Aplicando esta

desigualdade ao teorema 2.1, obtemos

6 ( 5 ) - n + 3 >3(m-n+2) . 1

Finalmente, utilizando o lema 2.1, m I 2n - 3. .

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Lema 2.5 Se G(V,E) é periplanar biconexo com nenhuma de suas faces triangulares,

3n - 4 então m I ---- 2 .

Prova: Análoga a prova do lema anterior, desde que a desigualdade inicial considerada

seja ti($) > n + 4(4 - 1). 1

O corolário a seguir é conseqüência imediata da definição de periplanar e do

teorema 2.3, razão pela qual muitos autores utilizam-se dele como definição.

Corolário 2.4 Para qualquer grafo periplanar biconexo, existe uma representação

periplana onde a face externa contém todos os vértices.

O próximo teorema justifica o reconhecimento da periplanaridade de um grafo

através do reconhecimento dos seus componentes biconexos. Por isso, muitos estudos

podem ser realizados impondo a restrição de biconexidade, sem reduzir a abrangência

dos resultados para os grafos periplanares mais gerais.

Teorema 2.9 Um grafo é periplanar se, e somente se, cada um dos seus blocos é

periplanar.

CHARTRAND e HARARY (1967) caracterizaram grafos periplanares com um

teorema análogo ao teorema de KURATOWSKI para grafos planares, a partir dos dois

grafos básicos: I(4 e K2,3. Tendo em vista o corolário 2.2, enunciamos o teorema da

seguinte forma:

Teorema 2.10 Um grafo é periplanar se, e somente se, não possui subgrafo

isomorfo a Kq OU homeomorfo a Kz,~, exceto h' onde &' é

o menos qualquer uma de suas arestas.

Prova:

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Seja um grafo G, contendo um subgrafo G' isomorfo a & OU homeomorfo a &,3,

exceto &'. G' é isomorfo a & OU é obtido de K2,3 por subdivisão de arestas.

Mas esta operação não transforma em periplanar um grafo não periplanar. Logo

G' não é periplanar. G é obtido de G' por inclusão de vértices elou arestas.

Analogamente, G não é periplanar.

Prova por indução sobre o número de vértices.

i) Para n = 1,2, 3 e 4 o teorema vale, trivialmente.

ii) Suponhamos que o teorema valha para 4 < n < k. Isto é, se G não possui

subgrafo isomorfo a & OU homeomorfo de K2,3, exceto L', então G é

periplanar.

iii) Seja n = k. Suponhamos que um grafo G não contenha subgrafo isomorfo a

I<4 OU homeomorfo K2,3, exceto &', mas que, por absurdo, não seja periplanar.

Então, G é biconexo, caso contrário, cada componente biconexo, claramente com

menos do que n vértices, seria periplanar pela hipótese de indução e,

conseqüentemente, G seria periplanar, pelo teorema anterior. Como G não possui

subgrafo homeomorfo a K2,3, pelo teorema 2.4, G é um grafo 2-caminhos. Logo,

G é planar e possui um ciclo hamiltoniano, pelos teoremas 2.5 e 2.6. Se G é

planar e não é periplanar, então, em qualquer que seja a representação plana,

nenhuma de suas faces contém todos os seus vértices. Seja G uma representação

para G, onde todas as cordas sejam traçadas na região interior ao ciclo

hamiltoniano. Então, G não é uma representação plana de G. Assim, existem

pelo menos duas cordas do ciclo hamiltoniano que se interceptam quando

traçadas na região interior ao ciclo. Seja H o subgrafo formado pelas arestas que

formam o ciclo hamiltoniano e por estas duas cordas. Como ilustrado na figura

2.3, ou H é isomorfo a & (neste caso não é homeomorfo a KL3) ou é

"propriamente" homeomorfo a & (possuindo também um subgrafo homeomorfo

a KS3). Em qualquer caso, uma contradição com a hipótese. Logo, G é

periplanar.

Um outro teorema para caracterizar grafos periplanares pode ser assim

enunciado:

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Teorema 2.11 G(V,E) é periplanar se, e somente se, Kl + G(V,E) é planar.

Prova:

( a ) Trivial, desde que seja considerada a representação periplana de G com a face

externa contendo todos os vértices e o novo vértice seja colocado na face

exterior de G.

(e) Suponhamos que K1 + G(V,E), com n vértices, seja planar. Então, G é planar.

Se n = 3, G é periplanar, trivialmente. Se n = 4, G # &. Caso contrário, K1 +

G(V,E) = K5, contradizendo a hipótese. Portanto, se n = 4, G é periplanar. Seja

n 2 5. Suponhamos, por absurdo, que G não seja periplanar. Então G contém

um subgrafo H homeomorfo a I(4 OU &,3, exceto L'. Seja H' = K1 + H.

Então, H' é subgrafo de K1 + G(V,E). Mas, por construção, H' possui um

subgrafo homeomorfo a K5 ou K3,~ (respectivamente, se H contém & OU K2,3).

Uma contradição com a hipótese.

Com o teorema a seguir, determinamos uma nova caracterização para a classe

dos grafos periplanares: é exatamente a interseção entre as classes dos grafos 2-caminhos

e 2-redutíveis.

Teorema 2.12 G(V,E) é periplanar se, e somente se, G(V,E) é 2-caminhos e

2-redutível.

Prova:

( z ) Seja G(V,E) um grafo periplanar. Pelo teorema 2.10, G não possui subgrafo

isomorfo a I(4 e nem homeomorfo a K2,3, exceto &'. Então, pelo corolário 2.2, G

também não possui subgrafo homeomorfo a &. Portanto, pelos teoremas 2.4 e

2.8, respectivamente, G é um grafo 2-caminhos e 2-redutível.

(c) Imediata, pelos teoremas 2.4,2.8 e 2.10.

Portanto, considerando um grafo qualquer, ser 2-caminhos não é condição

suficiente para um grafo ser periplanar. Por exemplo, & é um grafo 2-caminhos mas não

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é periplanar. O grafo da figura 2.4 mostra a importância da biconexidade no próximo

resultado.

Teorema 2.13 Seja G(V,E) um grafo biconexo, com n 2 5 vértices. G é

periplanar se, e somente se, G é 2-caminhos.

O teorema 2.13 garante que todo grafo periplanar biconexo satisfaz as condições

do teorema 2.6, quando n 2 5 vértices, e do corolário 2.1, dando origem aos corolários a

seguir? que serão utilizados nas formulações de muitos outros resultados na classe dos

periplanares.

Corolário 2.5 Todo grafo periplanar biconexo possui um único ciclo

hamiltoniano.

Prova: Pelo teorema 2.6, o corolário é imediato para grafos com 5 ou mais vértices. Os

casos restantes, K3, K2,~ e &' (estes são os únicos periplanares biconexos com 3

e 4 vértices), por exaustão, possuem um único ciclo hamiltoniano.

Assim, a face externa contendo todos os vértices de um grafo periplanar

biconexo é determinada de forma única. Por esta razão, num grafo periplanar biconexo,

denominamos arestas externas as arestas do ciclo hamiltoniano e arestas internas todas

as demais.

Corolário 2.6 Em todo grafo periplanar biconexo, não há cruzamento de

conexão em relação ao ciclo hamiltoniano.

O corolário 2,7, a seguir, sintetiza os seguintes resultados anteriores: corolário

2.5 e teorema 1.3.

Corolário 2.7 Seja G um grafo periplanar, com n 2 3 vértices. G é biconexo se,

e somente se, G é hamiltoniano.

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A partir da deíinição de grafo periplanar e dos teoremas 1.2 e 2.12, o seguinte

resultado é obtido imediatamente:

Corolário 2.8 Seja G um grafo periplanar, com n 2 3 vértices. G é biconexo se, e

somente se, existem exatamente 2 caminhos disjuntos ligando cada

par de vértices não adjacentes.

O teorema a seguir estende o lema 2.4 a todo grafo periplanar diferente do grafo

trivial. No caso do grafo trivial, isto é, n = 1 e m = O, a desigualdade m I 2n - 3 não se

verifica.

Teorema 2.14 Se G é um grafo periplanar, com n 2 2 vértices e m arestas,

então m I 2 n - 3.

Prova: Seja G um grafo periplanar, com n 2 2 vértices e m arestas. Se m = O, a

igualdade é trivialmente satisfeita. Suponhamos m 2 1. Seja G' um componente

conexo de G e um grafo não trivial, com n' vértices e m' arestas. Sejam BI,

B2, ..., Bh, h 2 1, OS blocos de G' com Q vértices e mi arestas, 15 i r h,

respectivamente. Então, pelo lema 2.4, para cada B; a desigualdade m; r 2ni - 3

é verdadeira. Como a 2 2 e mi 2 1,

Daí, m' I 2[ n' + (h - l)] - 3h, o que acarreta m' r 2n7 - (h + 2). Como h r 1,

temos que h + 2 2 3 e, então, m' I 2n' - 3. Portanto, esta desigualdade vale para

cada componente conexo de G, diferente do grafo trivial, desde que as

quantidades de arestas e de vértices sejam específicas de cada componente.

Somando-se membro a membro as desigualdades correspondentes aos

componentes conexos (que são grafos não triviais) e considerando-se que a

existência de vértices isolados em G aumentaria, apenas, o valor do termo a

direita da desigualdade, fica provado que m 5 2n - 3.

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Sabendo-se que cada aresta contribui com o acréscimo de 1 grau para dois

vértices, concomitantemente, o próximo corolário é resultado imediato do teorema

anterior.

Corolário 2.9 Em todo grafo periplanar, ziw(i) 5 4n - 6.

O teorema 2.15, a seguir, estabelece uma condição necessária para a fiequência

de graus de um grafo periplanar qualquer. Específico para grafos periplanares, é um

resultado análogo a um clássico para grafos planares, que pode ser encontrado em

(JURKIEWICZ, 1990).

Teorema 2.15 Num grafo periplanar com n 2 3 vértices, pelo menos três

vértices possuem grau menor ou igual a 3, mais precisamente,

o(1) + o(2) + o(3) 2 3.

Prova: Seja G um grafo periplanar com n 2 3 vértices. Se o(0) + 0, consideramos o

subgrafo periplanar G', obtido de G pela retirada de todos os seus vértices

isolados. Isto não perde a generalidade, pois a relação de adjacência de cada

vértice de G permanece inalterada em G' e, portanto, o(i), i = 1, . . ., n tem o

mesmo valor em G e G'. Suponhamos o(0) = O. Do corolário 2.9, o teorema fica

provado com a solução do seguinte problema:

minimizar o(1) + o(2) + o(3)

ou seja,

minimizar o(1) + o(2) + o(3)

s.a 3o(1) + 2o(2) + o(3) > 6.

o(i)>O,i= 1, ..., n.

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Corolário 2.10 Se G é periplanar biconexo com n > 3, então pelo menos quatro

vértices tem grau menor ou igual a 3, isto é, 0(2) + 0(3) 2 4.

Corolário 2.11 Se G é periplanar biconexo e 0(2) = 2, então 0(3) r 2.

TRUSCZYNSKI (1984) prova os dois próximos resultados relativos aos grafos

periplanares.

Lema 2.6 Sejam G um grafo periplanar de ordem n 2 3 e G uma representação

periplana de G. Se (x,y) é uma aresta externa de G, então

d(x) + d(y) 5 n + 1.

Teorema 2.16 Sejam G um grafo periplanar de ordem n r 3 e [dl, dz, . . ., dn] n

uma seqüência de graus de G. Então, z d i < n2 + 7n - 18. A i = I

igualdade é verificada se, e somente se, G é o grafo da figura 2.9

ou G = K1 + Pn.1, onde P,I é um caminho simples com n - 1

vértices.

figura 2.9: grafo periplanar com n = 6 que satisfaz a igualdade do teorema 2.16.

Os grafos citados no teorema anterior são membros de famílias que definimos no

capítulo IV e, como veremos, possuem interessantes propriedades.

Ser periplanar é uma propriedade de hereditariedade. Considerando a

representação de um grafo periplanar G(V,E), cuja face externa contém todos os seus

vértices, qualquer subgrafo G'(V', E') induzido de G, que é obtido de G pela retirada

dos vértices pertencentes a V - V', mantém todos os seus vértices numa face externa

(neste caso, a face externa de G' contém a face externa de G).

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II.6 Generalizações dos Grafos Periplanares

Vimos que os grafos periplanares podem ser caracterizados de vários modos.

Então, a cada condição necessária aos periplanares que relaxamos, obtemos uma

generalização para esta família.

Assim, dos teoremas 2.4 e 2.8, temos que as classes dos grafos 2-caminhos e dos

grafos 2-redutíveis são duas generalizações dos periplanares, obtidas quando,

respectivamente, somente os subgrafos homeomorfos a Kz3, exceto h', e somente os

subgrafos homeomorfos a I(4 são subgrafos proibidos. É conseqüência imediata dos

mesmos teoremas que o conjunto dos grafos periplanares seja exatamente a interseção

entre estas duas classes.

Quando a própria definição de periplanar é relaxada, encontramos algumas

generalizações em SYSLO (1986). Neste caso, para um grafo planar G(V,E), se não

existe uma de suas faces contendo todos os seus vértices, qualquer que seja a

representação plana de G, então podemos desejar determinar:

(i) a "maior" face de G, isto é, a face de G de tamanho maximal. Este problema é

facilmente resolvido se G é 3-conexo, já que neste caso G possui um único

conjunto de faces. Temos que, um grafo planar G' é periplanar se, e somente se,

o tamanho da sua maior face é igual a n.

(i) a face que contém um subconjunto fixo W de vértices de G. Deste problema

surge a definição dos grafos W-periplanares: para W E V, o grafo planar G(V,E)

é W-periplanar se G tem uma face contendo todos os vértices de W. A W-

periplanaridade pode ser testada em tempo linear.

(iii) o menor mímero de faces (disjuntas em vértices) em alguma representação

plana de G que contenha todos os vértices de G. Portanto, este é um problema

de cobertura de faces independentes por vértices.

Além dessas, outras duas generalizações dependem da decomposição do grafo

em subgrafos.

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Os grafos k-periplanares são, intuitivamente, os que possuem representações

planas com ciclos propriamente disjuntos e aninhados numa profundidade máxima k.

Esta classe pode ser definida da seguinte forma recursiva: seja G uma representação

plana do grafo planar G; todos os vértices sobre a face externa de G são vértices de

nível I ; se f é uma face interior do subgrafo induzido pelos vértices de nível i, então f é

uma face nível i; se Gf é o subgrafo induzido por todos os vértices de G , localizados no

interior da face f, onde f é face de nível i, então os vértices sobre a face exterior de Gf

são vértices de nível i + 1; uma representação plana de um grafo é k-periplana se não tem

vértices de nível maior que k. Um grafo planar é k-periplanar se tem uma representação

k-periplana.

Portanto, o grafo l-periplanar é equivalente ao grafo periplanar. Todo grafo

planar possui uma representação k-periplanar, para algum k. BIENSTOCK e MONMA

(1990) mostram que uma representação k-periplanar, onde o k seja mínimo, pode ser

obtida em tempo linear no número de vértices. Diante disto, BAKER (1994) descreve

uma técnica geral que pode ser usada para obter esquemas de aproximação para vários

problemas NP-Completos sobre grafos planares: decompõe um grafo planar dado em

subgrafos k-periplanares e faz uma combinação das soluções ótimas desses subgrafos,

obtendo uma solução aproximada para o grafo original.

Outra decomposição de um grafo, não necessariamente planar, em grafo

periplanares teve sua origem em problemas de layout. Consiste em fazer a imersão do

grafo num "livro", isto é, dispor todos os vértices sobre a espinha dorsal do livro (uma

linha reta) e suas arestas sobre as folhas (serni-planos), de tal modo que em cada folha as

arestas não se cruzem. É fácil ver que o problema é equivalente a decompor G em grafos

periplanares com todas as representações periplanas subordinadas a mesma localização

dos vértices. O número mínimo de grafos periplanares em tal decomposição é chamado o

número de págznas de G. Então, G é periplanar se, e somente se, o número de páginas

de G é igual a 1.

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Capitulo III

Grafos Periplanares Maximais

m.1 Introdução

Destacamos a classe dos grafos periplanares maximais, porque é o nosso objeto

de pesquisa nos próximos capítulos. Apresentamos, neste capítulo, os resultados

conhecidos na literatura sobre esta família, organizando-os, unificando a notação e

evidenciando correlações pertinentes. Entre outras fontes, citamos (HARARY, 1969,

BEYER et al. , 1979, COLBOURN e BOOTH, 1981).

Inicialmente, tratamos das definições e caracterizações da família. Em seguida,

mostramos a importância da sequência de graus hamiltoniana para os grafos periplanares

maximais, na medida em que sua realização é única, a menos de isomorfismo. Com isso,

se D é a sequência de graus hamiltoniana de um grafo periplanar maximal G, qualquer

que seja a cadeia obtida de D ou de D~ por um deslocamento cíclico (qualquer cadeia

sinônima) representa G, isto é, codifica G. Em virtude desse resultado, o problema de

assinaturas para esta família é resolvido em tempo linear. Ressaltamos, ainda, a

importância da regra de obtenção recursiva de grafos periplanares maximais, pela

inclusão ou retirada de um 2-vértice, a partir da sequência de graus hamiltoniana de um

grafo periplanar maximal dado. Por fim, apresentamos um algoritmo para determinar o

grafo periplanar maximal diretamente da sua sequência de graus hamiltoniana, o que é

realizado através do seu traçado. A partir daí, explicitamos a seguinte conclusão de

repercussão computacional: os grafos desta subclasse podem ser representados pelas

suas seqüências de graus harniltonianas, em vez da matriz ou listas de adjacência.

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III.2 Grafos Periplanares Maximais

Um grafo periplanar maximal é um graf'o periplanar tal que a inclusão de uma

aresta, entre quaisquer dois vértices não adjacentes, resulta num grafo não periplanar. É

referido, de forma abreviada, por rnop (do inglês, maximal outerplanar graph).

Por definição, o grafo trivial e o K2 são mops. Porém, estes mops estão excluídos

da construção recursiva, proposta a seguir:

Um mop, com n 2 3, pode ser definido pela seguinte recursão:

(i) O grafo K3, é um mop;

(ii) Um rnop com n+l vértices pode ser obtido de algum rnop G, com n vértices,

pela inclusão de um novo vértice adjacente a dois vértices consecutivos sobre o ciclo

hamiltoniano de G.

Trata-se, portanto, de sucessivas inclusões de 2-vértices (definido na seção 1.2. l),

tomando-se a clique K2 de G uma aresta do ciclo hamiltoniano, único em todo mop. O

teorema 3.2, a seguir, mostra porque somente esta forma de incluir um 2-vértice constrói

mops a partir de mops. Assim, neste e nos próximos capítulos, sempre que realizarmos

uma operação deste tipo, estaremos considerando o K2 restrito as arestas do seu ciclo

harniltoniano. Mais adiante veremos que todo rnop pode ser construído deste modo.

Essa construção recursiva deixa claro que existem pelo menos dois vértices de

grau dois em qualquer rnop com 3 ou mais vértices. O teorema 3.2, comprovará este

resultado.

Todos os mops com 3 5 n 5 7 são mostrados na figura 3.1. Podemos observar

que para n = 3,4 e 5, existe um único mop, a menos de isomorfkmo.

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figura 3.1 : todos os mops com até 7 vértices.

Na figura 3.2, G é um grafo periplanar maximal e G - {u) é periplanar, mas não

maximal. Portanto, ser periplanar maximal &o é uma propriedade de hereditariedade.

G G-{u)

figura 3.2: um mop G e um subgrafo seu que não é mop.

Teorema 3.1 Se G é periplanar maximal, então G é cordal.

Prova: Seja G periplanar maximal. Suponhamos G não cordal. Então, existe um ciclo C

em G, de comprimento maior que três, que não possui cordas. Sejam u, v e w

vértices consecutivos do ciclo C, isto é, u e w vizinhos de v no ciclo C. Assim,

G', obtido de G pela inclusão da corda (u,w), é periplanar, já que esta corda não

acarreta cruzamento de conexão em relação ao ciclo considerado. Então, G não

é maximal, contrariando a hipótese.

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O teorema 3.2, a seguir, caracteriza os mops com 3 ou mais vértices.

Ressaltamos a importância desse resultado, porque os algoritmos de reconhecimento de

grafos periplanares, que analisaremos no capítulo VIII, são construídos a partir dele.

Teorema 3.2 Um grafo G, com n 2 3 vértices, é periplanar maximal se, e

somente se, ou G é um triângulo ou

(i) G tem pelo menos dois 2-vértices;

(ii) nenhuma aresta de G pertence a mais de dois triângulos;

(iii) qualquer 2-vértice u, G-{u) é periplanar maximal.

Prova:

(3) Seja G periplanar maximal, com n 2 3 vértices. G é um triângulo ou

(i) do teorema 3.1 e do lema 1.1, G tem dois vértices sirnpliciais não adjacentes.

Além disso, um vértice simplicial de G tem grau dois, pois, caso contrário, G

possuiria um clique de tamanho 4, contradizendo a periplanaridade de G.

Portanto, G possui pelo menos dois 2-vértices;

(ii) suponhamos que uma aresta (x, z) de G pertença a mais de dois triângulos.

Assim, existem pelo menos três vértices u, v e w, cada um adjacente a x e z.

Sem perda da generalidade, qualquer representação de G possui como

subgrafo um grafo numa das duas representações da figura 3.3, contradizendo a

periplanaridade;

(iii) suponhamos que exista em G um 2-vértice u tal que G - {u) não seja

periplanar maximal. G - {u) é periplanar, pois ser periplanar é propriedade de

hereditariedade. Assim, uma aresta (v, w) pode ser incluída em G - (u), sem

que este grafo perca a periplanaridade. Sejam ul e u2 os dois vértices adjacentes a

u. A aresta (ul, u2) pertence a G - (u), desde que G é um maximal. Portanto, a

aresta (v, w) pode incidir em ul ou em u2, mas não em ambos. Então, a aresta

(V, W) é uma nova corda em G - (u) e, conseqüentemente, em G, contrariando a

maximalidade de G.

(c) Se G é triângulo, então G é periplanar maximal. Seja G, não triângulo,

satisfazendo as condições de i até iii. Por (i), existe u que é 2-vértice em G e,

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por (iii), G - {u) é periplanar maximal. Sejam v e w os dois vértices

adjacentes de u. A aresta (v, w) pertence a G, pois u é um 2-vértice, mas não

pertence a mais de dois triângulos em G, por (ii). Ou seja, v e w são vértices

consecutivos no ciclo harniltoniano de G - (u). Então, a regra de recorrência

para construir mops pode ser aplicada a G - {u) para obter G, incluindo o

vértice u como adjacente de v e w. Portanto, G é periplanar maximal.

figura 3.3: grafos com a aresta (x,z) pertencendo a mais de um triângulo.

Esse teorema garante que qualquer mop pode ser reduzido ao K3, por sucessivas

retiradas de 2-vértices. Conseqüentemente, qualquer mop pode ser gerado pela

construção recursiva, definida no início desta seção, bastando considerar o triângulo

obtido como o inicial e realizar n - 3 inclusões sucessivas de 2-vértices, na ordem inversa

da utilizada no processo de redução.

Já estava garantido, pelo corolário 2.11, que a(2) + a(3) 2 4. Com o teorema

anterior, podemos melhorar essa restrição, pois se um grafo periplanar com o maior

número de arestas possível sempre possui pelo menos dois vértices de grau 2,

obviamente o mesmo pode ser garantido para um grafo periplanar que não possua o

número máximo de arestas permitido. O corolário a seguir registra esse fato.

Corolário 3.1 Se G é periplanar biconexo, então G possui 0(2) 2 2.

Lema 3.1 Se G é periplanar maximal, então todo vértice de grau dois é um

2-vértice.

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Prova: Seja G periplanar maximal. Suponhamos que v seja um vértice de G de grau 2,

mas não um 2-vértice. Então, seus dois vértices adjacentes, u e w, não são

vizinhos entre si. Seja G' um grafo obtido de G pela inclusão da aresta (u, w). G'

é periplanar, pois: (u, w) não acarreta cruzamento de conexão, caso contrário, v

teria grau 3; na representação periplana de G, onde a face externa contém todos

os seus vértices, a aresta (u, w) de G' pode manter todos os vértices sobre a face

externa de G'. Mas, então, G não é maximal, contrariando a hipótese. Portanto,

todo vértice de grau dois de um mop é 2-vértice.

Num grafo periplanar qualquer, se dois vértices adjacentes possuem grau 2, ou

nenhum deles é 2-vértices ou pertencem a um bloco que é isomorfo a K3. Portanto, o

corolário 3.2, a seguir, segue imediatamente do lema anterior.

Corolário 3.2 Se G é periplanar maximal com n > 3, então não existem dois

vértices adjacentes, ambos de grau dois.

Teorema 3.3 Se G é um grafo periplanar maximal, com n 2 3 vértices, então

G é biconexo.

Prova: Seja G periplanar maximal, com n 2 3, numa representação periplana onde a

face externa contenha todos os seus vértices. Suponhamos G conexo, mas não

biconexo. Então, existe um vértice v tal que G - (v) possui mais de um

componente conexo, onde cada um deles é periplanar. Sejam u e w dois

vértices de componentes distintos, tais que as arestas (u, v) e (u, w) estão

sobre a face externa de G, como mostra a figura 3.4. Assim, a aresta (u, w) pode

ser acrescentada a G sem perda da periplanaridade. Daí, G não é maximal,

contradizendo a hipótese.

figura 3.4: parte de um grafo periplanar, contendo um ponto de articulação.

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Tendo em vista o corolário 2.7, o próximo resultado é imediato.

Corolário 3.3 Se G é um grafo periplanar maximal, com n 2 3 vértices , então G

é harniltoniano.

Teorema 3.4

Lema 3.2

G é um grafo periplanar maximal, com n 2 3 vértices, se, e

somente se, G é um grafo periplanar hamiltoniano cordal.

Seja G um grafo periplanar maximal, com n 2 3 vértices sobre a

face externa. Então, G tem n - 2 faces internas.

O resultado a seguir é corolário deste lema.

Coroiário 3.4 Seja G um grafo periplanar maximal, com n 2 3 vértices sobre a

face externa. Então, todas as suas faces internas são triângulos.

A prova do próximo lema baseia-se na rotulagão recursiva, definida por BEYER et al. (1979).

Lema 3.3 Todo grafo periplanar maximal, com n 2 3 vértices, pode ser

reduzido a qualquer um dos seus triângulos, por n - 3 sucessivas

retiradas de 2-vértices.

Prova: Sejam um mop G com n 2 3 vértices e qualquer um de seus triângulos. Seja uma

rotulação dos vértices de G determinada do seguinte modo: os vértices do

triângulo escolhido recebem os rótulos 1, 2 e 3; os demais vértices são rotulados

com números naturais de 4 até n, sucessivamente e na ordem crescente, na

medida em que se tornam adjacentes a dois outros vértices já rotulados. O

teorema 3.2 e o corolário 3.4 garantem que esta rotulação é sempre possível para

mops, uma vez que toda aresta pertence a algum triângulo e no máximo a dois

triângulos. Então, pelo teorema 3.2, após n - 3 retiradas sucessivas de 2-vértices,

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segundo a ordem decrescente de seus rótulos, G é reduzido ao triângulo

inicialmente escolhido (cujos rótulos de seus vértices são 1,2 e 3).

Teorema 3.5 Seja G periplanar, com n 2 2 vértices e m arestas. G é

maximal se, e somente se, m = 2n - 3.

Prova: Seja G periplanar com n vértices e m arestas. Se n = 2, G = Kz e o teorema vale

trivialmente. Seja n 2 3.

(a) Seja G maximal. São necessárias: n arestas para formar a face que contém todos

os vértices (a única face que não é triângulo) e mais (n - 2) - 1 arestas para obter

as n - 2 faces internas, garantidas pelo lema 3.1. Daí, n + (n - 2) - 1 = 2n - 3

arestas são necessárias em G, para G ser um grafo periplanar maximal.

(c) Seja m = 2n - 3. Então, pelo teorema 2.14, G tem o número máximo de arestas

permitido para um grafo periplanar, ou seja, se ao grafo G for acrescentado uma

aresta a mais, G deixa de ser periplanar. Portanto, G é periplanar maximal.

Como conseqüência deste teorema e do corolário 2.10, obtemos o seguinte

resultado:

Corolário 3.5 Seja G periplanar, com n 2 2 vértices e m arestas. G é

maximal se, e somente se, x io( i ) = 4n - 6.

A função que determina a média dos graus dos vértices de um mop é dada por 6

qn) = 4 - - A convergência desta função, na medida em que o número de vértices do n ' mop cresce, é dada por:

Lema 3.4 lim qn) = 4. n + m

Teorema 3.6 Se G é periplanar maximal, com n 2 3, então G é 3-cromático.

Prova: Como todo grafo cordal é perfeito, se G é periplanar maximal, então G é perfeito.

Ou seja, o tamanho da maior clique de G é igual ao número cromático de G. Seja

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G um grafo periplanar maximal. Pelos corolários 3.4 e 2.2 e teorema 2.10, o

tamanho do maior clique de G é 3. Portanto, três é o número cromático de G.

Deste teorema e do corolário 3.4, obtemos o seguinte resultado:

Corolário 3.6 Todo grafo periplanar maximal é unicamente 3-colorível.

Em geral, os grafos periplanares não maximais possuem mais de uma coloração.

WAKELIN e WOODALL (1992) mostram como caracterizar os grafos periplanares

pelo seu polinômio cromático.

lIL3 Assinatura em Grafos Periplanares Maximais

Encontrar uma codificação ou assinatura para uma determinada família de grafos

é, essencialmente, o mesmo que resolver o problema de isomorfismo de grafos nesta

família. Para isso é necessário buscar processos de rotulação que, de alguma forma,

guardem informações específicas dos grafos, ou seja, que a partir da rotulação inicial dos

vértices evoluam para a rotulação de todo o grafo. Por exemplo, no caso dos grafos

periplanares biconexos, é natural que a existência de um único ciclo harniltoniano seja

uma característica importante a ser aproveitada.

A figura 3.5 mostra dois grafos periplanares biconexos não isomorfos com a

mesma sequência de graus harniltoniana [2,3,2,2,3,2,3,2,2,3]. Então, este exemplo

mostra que se o grafo não é periplanar maximal, só a sua seqüência de graus

harniltoniana não é suficiente para determiná-lo. Entretanto, se informações sobre a

adjacência, construídas para cada vértice e a partir do ciclo hamiltoniano, são

incorporadas a sequência de graus hamiltoniana, toma-se possível determinar o grafo

periplanar (biconexo), a menos de isomorfismo. COLBOURN e BOOTH (1981) e

MANNING e ATALLAH (1992) utilizam este recurso: os dois primeiros, procuram

determinar somente os isomorfismos; os outros, identificam simetrias nessa classe de

grafos.

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figura 3.5: dois grafos periplanares não isomorfos com a mesma sgh.

O teorema 3.7, a seguir, garante que um rnop G fica completamente

caracterizado por sua sequência de graus hamiltoniana.

Teorema 3.7 Sejam G um grafo periplanar maximal, com n 2 3, e D =

[dl, d2, ..., d,] a sequência de graus hamiltoniana de G. Se G' é

qualquer rnop obtido como realização de D, então G e G' são

isomorfos.

Prova: Prova por indução:

a) Para n I 5 vértices, o teorema é trivialmente verdadeiro, pois existe um único

rnop com 3 ,4 e 5 vértices, respectivamente, a menos de isomorfismo;

b) Suponhamos que o teorema valha para todos os mops com n vértices, n I k;

c) Sejam D = [dl, d ~ , . . ., dk, dk+l] a sgh de algum rnop G e ul, u2, . . ., uk, uk+l

a correspondente sequência de vértices. Como G é um mop, pelo menos dois

de seus vértices são 2-vértices. Sem perda de generalidade, suponhamos ui

um 2-vértice de G, 1 < i < k +l. Assim, u; é adjacente a ui-1 e ui+l que

são adjacentes entre si. Seja o rnop G" obtido de G pela retirada do 2-

vértice ui. Assim, D" = [dl, d2, . . ., di-i - 1, di+l- 1 ,. . ., dk, dk+l] é a sequência de

graus hamiltoniana de G", que possui k vértices. Mas, pela hipótese de indução,

este rnop é único, a menos de isomorfismo. Conseqüentemente, o rnop

determinado por D é único, a menos de isomoríismo.

A prova do teorema anterior evidencia um método recursivo de obtenção de

seqüências de graus hamiltonianas de mops, pela inclusão ou retirada de um 2-vértice, a

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partir da sequência de graus hamiltoniana de um mop dado. Esse procedimento pode ser

enunciado como no corolário a seguir:

Corolário 3.7 Uma seqüência [dl, d2, ..., di-1, 2, di+i ,..., d,] é a seqüência de

graus hamiltoniana de um grafo periplanar maximal se, e somente

se, a sequência [d~ , d2, ..., di-1-1, di+1-l ,..., d,,] é a sequência de

graus hamiltoniana de um grafo periplanar maximal.

O corolário 3.7, num sentido, indica como construir seqüências de graus

hamiltonianas, recursivamente, a partir da sgh-K3 = [2,2,2], tais que possuam mops

como suas realizações, sem o conhecimento gráfico dos respectivos mops. No outro

sentido, o corolário nos possibilita verificar se uma dada sequência de graus, que se

supõe hamiltoniana, pode ter um mop como sua realização gráfica. Para isso, de acordo

com o teorema 3.2, é preciso que cada sequência obtida com a retirada de um valor 2

tenha a(2) 2 2 e que no final do processo, após o corolário ter sido aplicado n - 3

vezes, a sequência [2,2,2] seja obtida.

A figura 3.6 mostra cada passo da construção da sequência de graus hamiltoniana

de um mop, acompanhada da respectiva realização gráfica.

seqüência de graus harniltoniana a b c 2 2 2

figura 3.6: constnição recursiva de sghs de mops e suas respectivas realizações gráficas.

realização gráfica

a A c

a d b c 3 2 3 2

a d b e c 3 2 4 2 3

a d b e f c 3 2 4 3 2 4

a d b e f c g 4 2 4 3 2 5 2

d*

dx2?.%5bf C

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BEYER et al. (1979), baseando-se nos dois últimos resultados, apresentam um

algoritmo, de complexidade linear que, para cada sgh, produz o único mop

correspondente. Na medida em que a sgh vai sendo reduzida pelo processo indicado no

corolário 3.7 até restar [2,2,2], é gerada uma rotulação recursiva (cada vértice que vai

sendo retirado da sgh recebe o mais alto rótulo ainda não utilizado de um conjunto I =

(1, 2, ..., n)) para o mop. A partir desta rotulação recursiva, uma representação

(chamada canônica) é obtida para o mop, onde as suas arestas internas ficam

determinadas. Também baseado nesses dois resultados, com a mesma finalidade,

apresentaremos na próxima seção um algoritmo que determina a representação gráfica

do mop, a menos de isomoríismo, obtido diretamente da sua sgh. Neste caso, estamos

atribuindo a sgh uma nova forma de representação do mop.

Como existe um único mop associado a uma dada seqüência de graus

hamiltoniana, o problema de isomoríismo de mops é reduzido ao problema de

reconhecer quando duas cadeias são sinônimas, isto é, representam a mesma sequência

de graus hamiltoniana de um grafo. Para isso, as seguintes observações devem ser

levadas em conta: para um mesmo mop, mais de uma cadeia, representando a sequência

de graus hamiltoniana, pode ser construída, desde que não partam de um mesmo vértice;

mesmo que ambas as cadeias partam de um mesmo vértice, elas podem ser construídas

percorrendo o ciclo hamiltoniano em sentidos opostos.

BEYER et al. (1979) apresentam dois algoritmos para resolver esse problema em

tempo linear, em número de vértices: o primeiro é baseado no Algoritmo Casamento de

Cadeias de MORRIS e PRATT, citado por AHO, HOPCROFT e ULLMAN (1974); o

segundo algoritmo determina um conjunto de dois ou três vértices, que são unicamente

identificados num mop, a partir do qual, quatro ou seis cadeias representativas da

sequência de graus hamiltoniana devem ser construídas (começando por cada vértice e

nas duas orientações do ciclo) para um dos mops, sendo necesssário somente uma

sequência para o outro mop, que deve ser verificado se coincide ou não com alguma das

outras.

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Os próximos resultados, que seguem imediatamente do teorema 3.7 e das

observações anteriores, tùndamentam a solução casamento de cadeias do problema de

isomoríismo de mops.

Teorema 3.8 Sejam G e G' grafos periplanares maximais com suas sequências

de graus hamiltonianas D e D', respectivamente. G e G' são

grafos isomorfos se, e somente se, D' é um deslocamento cíclico

e/ou inversão de D.

Considerando $ um marcador separador-de-cadeia, o próximo corolário segue

do teorema 3.8, imediatamente.

Corolário 3.8 Sejam G e G' grafos periplanares maximais com suas seqüências

de graus hamiltonianas D e D', respectivamente. G e G' são

isomorfos se, e somente se, D7 é uma subcadeia de

DoDo[$]oDRoDR.

Finalmente, para construir uma codificação ou assinatura para a família de grafos

periplanares maximais, basta determinar como será escolhida, entre todas as possíveis

cadeias que representam a sequência de graus hamiltoniana de um dado mop, aquela que

será associada ao grafo. Por exemplo, escolher a menor cadeia, lexicograficamente.

IíI.4 Realização da Seqüência de Graus Hamiltoniana de um MOP

Vimos, na seção anterior, que a sgh determina um único mop, a menos de

isomoríismo. Entretanto, a sgh de um rnop pode corresponder a outras realizações: um

rnop (único nesta classe) e outros grafos não mops. Por exemplo, podemos verificar

facilmente que a sequência [2,3,4,3,2,4,4] pode ser a sgh de um mop, único a menos de

isomoríismo. Porém, a figura 3.7 mostra que esta sequência de graus hamiltoniana

possui, além do mop, um grafo não periplanar como sua realização.

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figura 3.7: um rnop e um grafo não periplanar como realização de uma mesma sgh.

Por essa razão, qualquer algoritmo que determine se uma dada seqüência de

graus hamiltoniana pode ser a de um rnop não é apropriado para reconhecer se um grafo

é ou não um mop, a partir da sua sgh.

Nos próximos capítulos vamos deíinir famílias de mops, a partir de suas sghs. Por

esta razão, necessitamos dispor de um algoritmo que exiba a realização do mop, em

tempo linear, a partir da sua sgh. No algoritmo DESENHA - MOP, a seguir, optamos por

encontrar uma disposição gráfica para a realização de uma sgh, da qual já se sabe poder

obter um mop.

Algoritmo DESENHA-MOP

Entrada: D = [d(ui), d(~2)7 ..., d(Ufi)l sgh do m0p G; C = [ul, u2, .. ., UJ seqüência de vértices correspondentes;

Saída: disposição gráfica da realização da sgh; Início

dispor graficamente os vértices de C em um ciclo; traçar as arestas desse ciclo; para i = 1 até n faça

se d(uJ = 2 então lista t ui ;

mo = n; enquanto mo # 3 faça

v t lista; mo :=mo - 1; w, z := vértices vizinhos de v em C; % C é considerada seqüência circular % d(w) := d(w) - 1; se d(w) = 2 então

lista t w; d(z) := d(z) - 1; se d(z) = 2 então

lista t z; incluir a aresta (w,z) na disposição gráfica; c := c - {v]

Fim.

Teorema 3.9 O algoritmo DESENHA - MOP determina corretamente o mop

como realização da sequência de graus harniltoniana de um mop,

através da representação gráfica.

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Prova: Pelo lema 3.1, num rnop todo vértice de grau 2 é um 2-vértice em um mop.

Como o algoritmo DESENHA-MOP parte sempre de uma sgh de um mop,

identificando-se pela sgh um vértice de grau 2, seus dois vizinhos são sempre

adjacentes entre si, ou seja, sempre existe uma aresta entre eles. Esta é aresta

interna do mop. O algoritmo determina todas as arestas internas baseado em dois

resultados conhecidos: pelo corolário 3.7, tirando-se um 2-vértice, a sgh

resultante é sempre de um mop; pelo teorema 3.2, todo rnop possui pelo menos

dois 2-vértices, ou seja, o vetor lista nunca fica vazio. O algoritmo termina

somente quando a cadeia [2,2,2] é encontrada. I

Teorema 3.10 O algoritmo DESENHLMOP é linear

Prova: O algoritmo começa com o ciclo hamiltoniano de comprimento n e vai reduzindo

este ciclo até encontrar o triângulo. Cada vértice é considerado uma vez e

retirado do ciclo; a pesquisa de seus vizinhos no ciclo pode ser executada em

tempo constante, 0(1), se a sequência de vértices for armazenada em uma lista

circular duplamente encadeada; a retirada do vértice, após seu processamento,

também toma O(1) nessa estrutura. O algoritmo pára em n-3 iterações.

Portanto, o algoritmo DESENHA-MOP é linear. I

Concluímos, então, que a representação do grafo por listas de adjacência pode

ser substituída pela sequência de graus hamiltoniana, sempre que o grafo for um mop.

Neste caso, a sequência de graus hamiltoniana de um rnop é mais uma forma de

representação dos mops.

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Capítulo IV

Freqüência de Graus e Seqüências de Graus Hamiltonianas de MOPs

IV.l Introdução

Como concluímos no capítulo anterior, no universo dos grafos

periplanares, as sequências de graus hamiltonianas são mais uma forma de representação

dos mops. Diante disso, a importância dessas sequências é indiscutível e, neste capítulo,

as abordamos em duas vertentes: na primeira, determinamos regras de construção de

seqüências de graus hamiltonianas que definem subfamilias especiais de mops e, na outra,

identificamos condições necessárias - ora subsequências proibidas, ora subseqüências

impostas - a existência de sequências de graus hamiltonianas de mops, a partir de um

dada freqüência de graus.

A figura 4.1 mostra todos os mops com n 5 6, evidenciando sua unicidade até

n = 5. Assim, podemos considerar que os demais mops com mais de 6 vértices são

gerados, por inclusão sucessiva de 2-vértices, a partir desses três mops de ordem 6. São

com esses mops que surgem as ramifícações das subfamilias de mops, algumas das quais

caracterizamos na próxima seção. Podemos estabelecer regras distintas de inclusão de 2-

vértice, tais como: o novo 2-vértice é adjacente aos vértice de mais alto grau do grafo

corrente; o novo 2-vértice é adjacente ao dois vértices vizinhos de maiores

excentricidades (a distância máxima entre um vértice e os demais de um gráfico conexo)

do grafo corrente. As subfamilias de mops são criadas pela repetição sistemática de

determinada regra. Na realidade, os demais mops são obtidos por variações combinadas

destas regras.

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figura 4.1: geração dos mops até n = 6.

Por outro lado, conhecendo-se somente a frequência dos graus de n vértices,

podemos construir até n! cadeias distintas. Porém, duas cadeias representam a mesma

sgh, ou seja, são cadeias sinônimas desde que uma seja a reversa elou o deslocamento

cíclico da outra. Assim, de uma dada frequência de graus, supondo-se tratar de um grafo

hamiltoniano, obtemos até seqüências de graus hamiltonianas distintas, para cada 2n

uma das quais podemos verificar, em tempo linear, a existência de um mop como sua

realização. Portanto, determinar se uma dada frequência de graus pode corresponder a

frequência de graus de um mop, por enumeração, torna-se exponencial. Então, a

caracterização de subseqüências proibidas e a formulação de outras condições

necessárias a sgh de um mop constituem instrumentos teóricos que facilitam o trabalho

de rejeitar ou de construir seqüências de graus hamiltonianas realizáveis para mops, a

partir de uma frequência de graus dada.

Entre os resultados apresentados neste capítulo, destacamos o teorema 4.1 que

generaliza a determinação de subcadeias proibidas as sghs de mops. Este teorema mostra

como subcadeias proibidas são obtidas, a partir da sgh de um dado mop. Tendo em vista

que um mesmo mop é identificado por qualquer uma das cadeias sinônimas, o resultado

torna-se ainda mais abrangente.

Na última seção, mostramos que existem casos em que uma dada freqüência de

graus gera somente uma seqüência de graus hamiltoniana realizável para mops. Dizemos

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que esse mop fica caracterizado pela sua freqüência de graus. Como exemplo provamos

que encontram-se neste caso os grafos das subfamílias que denominamos leque e

serpentina. Mostramos, ainda, que essas duas subfamílias de mops possuem o tipo

particular de hereditariedade, onde a retirada de qualquer 2-vértice gera um mop da

mesma família.

IV.2 Subfamílias Especiais de MOPs

Definimos, neste trabalho, três novas subfamílias de mops: leque, serpentina e

grega, através de suas sequências de graus hamiltonianas. Apresentamos, ainda, uma

construção recursiva das seqüências de graus hamiltonianas dos grafos Coroa, defuidos

por JUSTEL (1996).

IV.2.1 Grafo Leque

Seja G um mop com n 2 3 vértices. G é um grafo leque, denotado por L,,,

quando é obtido de uma seqüência de graus hamiltoniana gerada pela seguinte regra:

sgh-L, = [2,n -1,2] 0 [31"~.

As figuras 4.2 (i) e (ii) mostram, respectivamente, as realizações gráficas dos

mops sgh-L5 = [2,3,3,2,4] e sgh-h = [2,3,3,3,3,3,3,2,8].

figura 4.2: os grafos leques L5 e Lg.

De outro modo, podemos definir os grafos leques como L, = K1 + P,l, onde Pn-1

é o grafo constituído por um caminho de comprimento n - 1, ou seja, L,, é o grafo

obtido de P,1 pela inclusão de um vértice adjacente a todos os vértices de Pn-1.

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IV.2.2 Grafo Serpentina

Seja G um mop com n 2 3 vértices. G é um grafo serpentina, denotado por S,,

quando G é o K3 OU G é obtido de uma sequência de graus hamiltoniana gerada pela

seguinte regra:

se n é par; sgh- S, =

[2,310[4~~10[3,210 [4] [++I , se n é ímpar.

As figuras 4.3(i) e (ii) mostram, respectivamente, as realizações gráficas dos

mops sgh-Ss = [2,3,4,2,3,4] e sgh-Sll= [2,3,4,4,4,3,2,4,4,4,4].

figura 4.3: os grafos serpentinas S6 e SI, .

No próximo capítulo vamos mostrar que, para n # 6, os grafos serpentinas são os

que possuem o maior número de vértices de grau 4 e, pelo lema 3.6, são os que

possuem o maior número de vértices de grau médio. Por este motivo, também são

denominados grafos equilibrados.

IV.2.3 Grafo Grega

Seja G um mop com n 2 6 e n par. G é um grafo grega, denotado por Gn,

quando sgh-G = [2,4,2,4,2,4] ou G é obtido de uma sequência de graus harniltoniana

gerada pela seguinte regra:

k - 4 k - 4 n 1 [2,4,2,5]0 [2,61i 0[2,4,2,5]0 [2,61i, se k = - > 4 e k é par; sgh-Gn = 1 2 -

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As figuras 4.4 (i) e (ii) mostram, respectivamente, as realizações gráficas dos

mops sgh-G8 = [2,4,2,5,2,4,2,5] e sghmGl8 = [2,4,2,5,2,6,2,6,2,5,2,4,2,6,2,6,2,6].

C.> figura 4.4: os grafos gregas G8 e Gi8.

Podemos observar, tanto graficamente quanto através das sgh, que os mops S,

podem ser obtidos dos mops gregas Gh pela retirada simultânea de todos os seus n

2-vértices.

IV.2.4 Grafo Coroa

Os grafos k-coroas, definidos por JUSTEL (1996), denotados por Ck, constituem

uma subclasse importante dos mops, cujas seqüências de graus harniltonianas podem ser

construídas recursivamente da seguinte forma.

Considerando que o grafo Ck possui n = 3(zk) vértices, para k 2 0, sua

seqüência de graus harniko~ana é obtida por: sgh-Ck = ~ ( k ) ~ , onde

I "Iy

se k = 0;

c(k) =

[ c(k-1) 0 .Ic(k-1) 0 [ ~ k + 21, se k 2 1,

As figuras 4.5 (i) e (ii) mostram as realizações gráficas dos mops sgh-C1 =

[2,4,2,4,2,4] e sgh-C4 = c(413, onde c(4) = [2,4,2,6,2,4,2,8,2,4,2,6,2,4,2,10],

respectivamente.

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( i > (i)

figura 4.5: os grafos coroas C , e Cq.

Podemos observar que o grafo C1 pertence também a família dos grafos

"star n-gon", definido em Golumbic(l980). É o grafo "star 3-gon".

JUSTEL (1996) prova que todo mop é subgrafo de um Ck, para algum k. O

contrário não é verdade, como mostra o grafo da figura 4.6, que é um subgrafo do C3.

Entretanto, se G' é subgrafo biconexo do Ck, com n7 vértices e m' = 2n7- 3 arestas,

então G' é um mop.

J figura 4.6: subgrafo, não mop, de C J .

IV.3 Subsequências Proibidas

Dada a sequência de graus hamiltoniana de um mop qualquer de ordem n,

podemos gerar subcadeias que, necessariamente, não ocorrem como subseqüências nas

seqüências de graus harniltonianas dos demais mops. O teorema 4.1, desta seção, mostra

como obter estas subseqüências proibidas. Embora o resultado possua um caráter

generalizador, não conter uma subcadeia proibida não é suficiente para determinar se

uma dada seqüência de graus hamiltoniana tem um mop como sua realização. Antes,

apresentamos os três próximos lemas, que serão utilizados na prova deste teorema.

O primeiro dos três lemas oferece uma argumentação teórica que substancia os

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estudos de casos encontrados em MANVEL (1971), quando resolve o problema de

reconstrução de um mop. O problema de reconstrução de um grafo consiste na

determinação do grafo, conhecendo-se todos os seus subgrafos, obtidos pela retirada de

um dos seus vértices. MANVEL resolveu este problema para a família dos mops,

recuperando a sgh do mop, a partir das seqüências de graus obtidas dos subgrafos dados.

Lema 4.1 Se M é um grafo periplanar maximal e v é um de seus vértices, de grau r,

então M - (v) é um periplanar com r -1 blocos, todos mops.

Prova: Seja v qualquer vértice de um rnop M. Por hereditariedade, M - (v) é um grafo

periplanar. Suponhamos, por absurdo, que B seja um bloco de M - (v), mas que

não seja um mop. Então, B é biconexo (caso contrário, B seria isomorfo a K2 que

é mop) e, dado que B é periplanar, existe uma aresta que pode ser incluída em B,

sem que o grafo resultante perca a periplanaridade. Conseqüentemente, o grafo

M acrescido desta aresta é periplanar, contrariando a maximalidade de M. Logo,

todo bloco biconexo de M - (v) é mop. Vamos mostrar que se r é o grau de v,

então M - (v) possui r - 1 blocos. Sejam xl, x2, . . ., x,, OS vértices adjacentes a v,

ordenados segundo a sgh de M. Então, como todas as faces internas do rnop são

triângulos, existem as arestas (xl, XZ), (~2 , x3), ..., (x,+ Xr) Suponhamos que cada

xi, i = 2, ..., r-1, não seja ponto de articulação entre os blocos Bi-1 e Bi do

grafo M - (v), como indica a figura 4.7. Então, existem dois caminhos disjuntos

de comprimento maior que 1 em Bi.1 u Bi, unindo xi-I e xi+l. Com isto, em M

teríamos um terceiro caminho disjunto, dado por x;+l, x;+z, . . ., x,, V, x1, ..., Xi.1, e

M não seria mop, pelo teorema 3.3. Portanto, x;, i = 2, ..., r-1 são pontos de

articulação de M - (v). Daí, M - (v) é composto de r - 1 blocos que, pela

primeira parte da prova, são todos mops.

figura 4.7: esquema de um rnop M e dos r - 1 blocos de M - (v}, onde v tem grau r.

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Podemos observar que no caso de r = 2, o periplanar resultante é um mop,

conforme visto no teorema 3.2 de caracterização de mops.

Lema 4.2 Se D = [dl, d2, ..., dn] é a sequência de graus hamiltoniana de um grafo

periplanar maximal M, com mais de 3 vértices, então existe uma sequência

de retiradas sucessivas de vértices de grau 2 que reduz D ao grafo leque

Prova: A retirada do vértice v, correspondente ao grau dl em D, determina um grafo

M - (v) com dl - 1 blocos mops, pelo resultado anterior. Cada um desses blocos

ou é isomorfo a K2 ou pode ser reduzido, pelo lema 3.3, ao triângulo onde um

dos seus lados é a aresta (xi, xi+l), sendo os vértices xi e xi+l os adjacentes a v em

M, como ilustrado na figura 4.7. Logo, em M, utilizando-se as mesmas sucessões

de retiradas de vértices de grau 2 realizadas nos blocos de M - (v) e, em seguida,

retirando-se todos os vértices de grau 2, que não são adjacentes a v, obtemos o

resultado. I

Por este resultado, quando dl = 2, D é reduzida ao triângulo [2,2,2], que é o

menor grafo leque.

Lema 4.3 Se [dl, d2, ..., d,,] é a sequência de graus hamiltoniana de um mop M,

com mais de 3 vértices, então a cadeia [d2, ..., dn] não representa a

sequência de graus hamiltoniana de nenhum mop.

Prova: Se dl # 4, O resultado é válido, trivialmente, pelo corolário 3.5.

Suponhamos dl = 4. Pelo resultado anterior, [dl, d2, ..., dn] pode ser reduzido a

[dl, 2, 3d1-2, 21. Então, utilizando-se a mesma sequência de operações de

redução em [d2, . . ., dn], obtemos a cadeia [2, 3d1 - 2 , 21. Esta cadeia não pode

representar a sgh de nenhum mop, caso contrário, o mop conteria dois vértices

adjacentes, ambos de grau 2, contrariando o corolário 3.2.

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Teorema 4.1 Sejam G(V,E) um grafo periplanar maximal com n 2 3, S a sua

sequência de graus harniltoniana e D = [dl, d2, ..., dn] qualquer

cadeia obtida de S ou sR por um deslocamento cíclico. As

subcadeias obtidas de D, uma pela remoção de dl e outra pela

remoção de dn, são subseqüências proibidas as seqüências de graus

hamiltonianas de todos os grafos periplanares maxirnais, distintos

de G(V,E), com mais de 3 vértices.

Prova: Sejam G um mop qualquer com n vértices e S a sua sequência de graus

harniltoniana.

Para n = 3, o resultado é válido, imediatamente, pelo corolário 3.2.

Seja n > 3. Suponhamos que D = [dl, d2, ..., dn] seja qualquer uma das cadeias

obtidas por um deslocamento cíclico de S ou de sR. Suponhamos, por absurdo e

sem perda de generalidade, que D' seja a sequência de graus hamiltoniana de um

mop G', contendo [d2, ..., dn], tal que G' seja diferente de G. Conseqüentemente,

se n' é o número de vértices de D7, n7 2 n - 1. Temos três casos:

i) se n' = n, D' e D são distintas por um único valor, contrariando o

corolário 3.5;

ii) seja n' = n - 1. Então, D7 = [d2, . . ., dn], contrariando o lema 4.3.

iii) seja n' > n. Então D7= Ao[d2, ..., dn]oB, onde IAoBI 2 2. Pelo corolário 3.7 e

pelo lema 4.2, D' pode ser reduzida ao mop D = Ao[2, 21.B. Seja

n" = IDI. Então, IAoBI = n" - dl i 2 e Z A oB = 4(n" - di) + dl - 4. Daí, graus

A 0 B > dl + 4. Portanto, em no máximo dl - 2 sucessivas retiradas de pra"=

vértices de grau 2, que ocorrem como vizinhos da cadeia formada de valores 3,

obtemos uma seqüência de comprimento maior que três, na qual ocorre a

subsequência [2,2], contrariando o corolário 3.2. . Como exemplo do teorema anterior, podemos considerar os mops da figura 4.8.

O mop Gl gera as seguintes cadeias proibidas para os demais mops: [3,3,2,4]; [2,3,3,2];

[2,4,2,3]; [3,2,4,2]; [4,2,3,3]. Vale observar que a sgh-G2 contém a subseqüência

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[2,3,3,4], que foi obtida da sgh-G1 = [2,3,3,2,4] pela exclusão de um elemento que

ocorre fora dos extremos. Portanto, as subcadeias proibidas são geradas somente quando

um dos extremos de uma dada cadeia, que representa a sequência de graus hamiltoniana

de um mop, é retirado.

figura 4.8: mops.

Corolário 4.1

Corolário 4.2

A cadeia [2,2] é proibida como subsequência da sequência de

graus hamiltoniana de qualquer mop diferente do K3.

As cadeias [3,2,3] e [2,3,2] são proibidas como subseqüências

da sequência de graus hamiltoniana de qualquer mop diferente do

L'.

Os corolários 4.1 e 4.2 podem ser vistos como casos particulares do próximo

corolário.

Corolário 4.3

Corolário 4.4

As cadeias [2]0[3]~-~0[2], [31~-~0[2, k- 1] e [3IPo[2, k- 1,2]0[3]~,

onde p + q = k - 4, são proibidas como subseqüências da

sequência de graus hamiltoniana de qualquer mop diferente do Lk,

k 2 3 .

As cadeias [4,2,4,2,4] e [2,4,2,4,2] são proibidas como

subsequências da sequência de graus hamiltoniana de qualquer

mop diferente do Ci.

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IV.4 Outras Condições Necessárias

Teorema 4.2 Em todo mop diferente de Lk, 2 < m(2) < &(i). i > 3

Prova: A primeira desigualdade é imediata do teorema 3.2. A outra vem dos corolários

4.1 e 4.2, pois como o valor 3 não pode ser usado para intercalar dois valores

2, nos mops diferentes dos L*, temos que 4 2 ) 5 & ( i ) . . i > 3

Considerando que &(i) = n - 4 2 ) - 0(3), chegamos facilmente à seguinte i > 3

equivalência: m(2) 5 &(i) o m(2) < L - 2 3 ) 1 . Assim, podemos enunciar o i > 3

seguinte corolário do teorema anterior:

Corolário 4.5 Em todo mop diferente de Lk, 2 5 042) 5 L" - ~ ( 3 ) 1

Como m(3) > 0, segue imediatamente do corolário anterior que 4 2 ) < I:]. Esta desigualdade também pode ser obtida diretamente do corolário 4.1, pois numa

seqüência de graus harniltoniana com m(2) > A, ocorreria a subcadeia proibida [2,2]. 2

Como conseqüência, enunciamos os dois corolários a seguir.

Corolário 4.6 Todo mop com m(2) = , n 2 6 e n par, tem 4 3 ) = 0.

Corolário 4.7 Todo mop com m(2) = - , n 2 6 e n ímpar, tem m(3) 5 1. 121 Pelo corolário 4.2, caso o mop possua exatamente dois vértices de grau 2 e

n > 4, temos a ocorrência obrigatória de cada valor 2 em subcadeias da forma [g,2,3]

ou [3,2,g], onde g 2 4, como determina o teorema a seguir.

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Teorema 4.3 Seja G um rnop com n > 4 e 0(2) = 2. Então, 0(3) 2 2 e a

subseqüência [2,3] ocorre duas vezes na sgh-G, intercaladas por

cadeias não vazias.

Prova: Seja G um rnop com 0(2) = 2. Então, pelo corolário 2.11, 0(3) 2 2. Se os

vértices adjacentes de cada um dos 2-vértices possuíssem, ambos, graus maiores

que 3, ao retirarmos estes dois 2-vértices do mop, o grafo resultante não teria

vértices de grau 2 e, do teorema 3.2, não seria mop. Pelo corolário 4.2, qualquer

2-vértice não pode ter seus dois vizinhos de grau 3 e nenhum par de vértices de

grau 2 pode ter um vizinho comum de grau 3.

O teorema a seguir mostra que uma seqüência constituída somente de valores 2

e de valores maiores que 4 não pode ser a sequência de graus hamiltoniana de um mop.

Teorema 4.4 Nas seqüências de graus hamiltoniana de qualquer mop ocorrem,

necessariamente, a(2) 2 2 e a(3) + 0(4) 2 2.

Prova: Suponhamos um mop, cuja sequência de graus hamiltoniana seja constituída

somente de 2 e de valores maiores que 4. Então, pelo corolário 2.10, a(2) 2 4.

Consideremos, num primeiro caso, um rnop tal que sua sequência de graus

hamiltoniana seja [2,gi72,g2,2,g3,. . .,2,gt], onde t 2 4 e gi > 4 para 11 i I t.

Pelo corolário 3.7, retirando todos os vértices de grau 2 obtemos um rnop

cuja seqüência de graus hamiltoniana é dada por [gl-2,g2-2,g3-2,. . .,gt-21,

contrariando o teorema 3.2, já que gi - 2 2 3, i= 1, ..., t. Num caso mais geral,

suponhamos que entre quaisquer dois vértices de grau 2 ocorram quantidades

variadas de vértices de graus maiores que 4. Então, quando todos os vértices de

graus 2 forem retirados, os demais vértices passarão a ter, no grafo resultante,

seus graus no máximo duas unidades a menos do que no grafo inicial. Neste

caso, o grafo resultante não possui vértices de graus 2, contrariando o teorema

3.2. ,

Como conseqüência deste teorema, utilizando o mesmo raciocínio de prova e

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observando os corolários 4.1,4.2,4.3 e 4.4, que destacam algumas subcadeias proibidas,

obtemos os seguintes resultados para mops com mais de 6 vértices.

Corolário 4.8

Corolário 4.9

Corolário 4.10

Corolário 4.1 1

Se o rnop G possui a(4) = 0, então a(3) 2 2 e a subsequência

[2,3] ocorre duas vezes na sgh-G, intercaladas por cadeias não

vazias.

Se o rnop G possui a(3) = 1 e a(4) = 1, então a(2) 2 3 e as

subsequências [2,3] e [2,4,2] ocorrem uma vez cada na sgh-G,

intercaladas por cadeias não vazias.

Se G possui a(3) = 0, então a(4) 2 2,0(2) 2 4 e a subsequência

[2,4,2] ocorre pelo menos duas vezes na sgh-G, intercaladas por

cadeias não vazias.

Na sequência de graus hamiltoniana de todo rnop ocorre,

necessariamente, [2,3] ou [2,4,2].

Quando duas ou mais cadeias do tipo [2,3], [3,2] e [2,4,2] ocorrem numa

sequência de graus hamiltoniana de algum rnop com mais de 6 vértices, elas aparecem,

necessariamente, intercaladas por cadeias não vazias, pois senão ocorreriam

subsequências proibidas. Obviamente, que esta não é uma condição suficiente.

Os corolários 4.1 e 4.2 justificam o porquê de não existirem mops constituídos

somente de vértices com graus 2 e 3, a menos do rnop &'. O teorema 4.5, a

seguir, mostra o análogo para os graus 2 e 4.

Teorema 4.5 O único mop que admite uma seqüência de graus hamiltoniana

constituída somente de 2 e de 4 é o grafo coroa CI.

Prova: Para 3 I n I 5, o teorema é satisfeito trivialmente, pois os Únicos mops são:

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[2,2,2]; [2,3,2,3] e [2,3,3,2,4], respectivamente. Todos os mops com n = 6 são

obtidos do mop [2,3,3,2,4] pela inclusão de um 2-vértice. Então o mop sgh-C1 =

[2,4,2,4,2,4] é o único cuja sequência de graus hamiltoniana é constituída de 2

e 4. Suponhamos que para n > 6 existam mops cujos vértices possuam somente

graus 2 e 4. Então, pelo corolário 4.4, todos os graus 2 ocorrem em subcadeias

da forma [4,4,2]0[4]~0[2,4,4], k > 2, que ao serem retirados pelo corolário 3.7,

gera uma contradição com o teorema 3.2. . IV.5 Realização de MOPs por Freqüência de Graus

É comum identificar os mops por sua sequência de graus hamiltoniana.

Observamos, porém, que certas famílias de mops também podem ser caracterizadas

conhecendo-se apenas a frequência dos graus. Nesta seção, provamos este resultado para

os leques e serpentinas.

Segue-se da definição que o grafo leque L,, possui a seguinte freqüência de graus:

0(2) = 2, 0(3) = n - 3 e o(n-1) = 1. Para essa frequência de graus, existe uma única

sequência de graus hamiltoniana realizável para mops, cuja realização também é única,

como será provado no teorema 4.6. O próximo lema mostra a unicidade da construção

de leques, pois L,, só pode ser obtido do grafo leque L.1.

Lema 4.4 Seja n 2 4. Se o grafo leque L,, é obtido do mop G pela inclusão de um

único 2-vértice, então G é o grafo leque L,,-1.

Prova: Seja G um mop com n-1 vértices tal que L,, possa ser obtido de G pela inclusão

de um 2-vértice. Então, G pode ser obtido de L,,, pela retirada de um de seus 2-

vértices. Como sgh-L,, = [2,n -1,2] 0 [31"~, qualquer que seja o 2-vértice

escolhido em L,, para ser retirado, resulta em sgh- 1 - 1 = [2,n -2,2] 0 [31n4.

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Teorema 4.6 G é um mop que possui 0(2) = 2, 0(3) = n - 3 e o(n-1) = 1 se, e

somente se, G é o grafo leque L,,.

Prova:

( ) Para n = 3, 4 e 5 o resultado se verifica trivialmente, pela unicidade dos mops.

Suponha que G possua 0(2) =2, o(n-1) = 1 e 0(3) = n - 3, para n r 6. Com

esta frequência de graus, pelo corolário 4.2, a única sequência de graus

hamiltoniana admissivel para mop é [2,n -1,2] 0 [31n", onde n é o número de

vértices. Então, G é um grafo leque L.

(e) Imediata, por definição do grafo leque L,.

De forma análoga, o grafo serpentina S,, que por definição possui a freqüência de

graus 0(2) = 2, 4 3 ) = 3 e 0(4) = n - 4, também satisfaz aos seguintes fatos: o grafo

serpentina S, é a única realização de mop possível com essa frequência de graus e,

considerando a inclusão de somente um 2-vértice, o grafo serpentina S, só pode ser

obtido do grafo serpentina S,I.

Lema 4.5 Seja n 2 4. Se o grafo serpentina S, é obtido do mop G pela inclusão de

um único 2-vértice, então G é o grafo serpentina S,I.

Prova: Seja G um mop com n-1 vértices, n 2 4, tal que S, possa ser obtido de G pela

inclusão de um 2-vértice. Então, G pode ser obtido de S,, pela retirada de um de

seus 2-vértices. Como,

se n é par; sgh- S, =

[2 ,3 ]0 [4~~~0[3 ,2 ]0 [4] l q + l

, se n é ímpar,

para qualquer n, par ou ímpar, e qualquer que seja o 2-vértice escolhido para ser

retirado de S,, obtemos sgh- S,I .

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Teorema 4.7 Seja G um mop com n 2 4. G possui a(2) = 2, a(3) = 2 e

a(4) = n - 4 se, e somente se, G é o grafo serpentina S,.

Prova:

(a) Prova por indução:

i) Para n = 4 e 5 o resultado se verifica trivialmente, pela unicidade dos mops.

ii) Suponhamos que, para 6 5 n 5 k, os grafos serpentinas sejam os únicos mops

que possuam a(2) = 2,0(3) = 2 e a(4) = n - 4.

iii) Seja G' um mop com n' = k + 1 vértices, tal que possua 4 2 ) = 2,043) = 2 e

a(4) = n' - 4. G' é obtido de algum mop G com n = k vértices, pela inclusão de

um 2-vértice. Então, para que seja possível obtermos os n7- 4 vértices de grau 4,

após a inclusão de um 2-vértice, existem somente duas possibilidades para G: G

possui a(4) = n7 - 6 e pelo menos dois vértices vizinhos no ciclo hamiltoniano de

grau 3, ou G possui a(4) = n' - 5 e pelo menos um vértice de grau 3, onde este

tem um de seus adjacentes no ciclo hamiltoniano de grau 2. Pela soma dos graus,

pelos teoremas 3.2 e 4.3 e pelo corolário 4.2, G deve possuir: no primeiro caso,

a(4) = n' - 6 = n - 5 , a(3) = 3 e a(2) = 2, contrariando o fato de nenhum grafo

possuir número ímpar de vértices de grau ímpar; no segundo caso, 4 2 ) = 2,

a(3) = 2 e a(4) = n' - 5 = n - 4, que pela hipótese de indução temos G = S,. Pela

k-4 k-4

definição do grafo serpentina, se n = k é par, sgh-G = [2,3]0 [4]70[2,3]o[4]T.

Como a inclusão deve ser feita entre os vértices de graus 2 e 3, em qualquer das

duas possibilidades o resultado é o grafo SR+l). Se k é ímpar, sgh-G =

' O /-'I+ I . halogamente, a inclusão de um 2-vértices entre os [2,310[4 [3,210[4

vértices de grau 2 e 3, em qualquer das duas possibilidades, resulta no grafo

SWi,. Portanto, G' é o grafo S&+1).

(e) Imediata, por definição do grafo serpentina S,.

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Maxregularidade: Conceito e Aplicação a MOPs

V.l Introdução

O conceito de maxregularidade surgiu quando, cientes da inexistência de mops

regulares com mais de 3 vértices, passamos a investigar quais grafos periplanares

maximais possuíam o maior número de vértices de mesmo grau. Embora tenha surgido

numa situação particular, a maxregularidade é uma generalização do conceito de

regularidade usual, aplicável a qualquer família de grafos.

Iniciamos este capítulo definindo grafos (%r)-maxregulares e, em seguida,

aplicamos este novo conceito a classe dos mops, caracterizando todos os mops

(n,r)-maxregulares, para 2 I r I 4. Os mops (n,r)-maxregulares, para r 2 5, serão

determinados no capítulo VII, através de um procedimento construtivo baseado no

conceito de equilibradores, a ser desenvolvido no capítulo VI. Nas duas últimas seções

apresentamos alguns resultados mais gerais sobre mops (n,r)-maxregulares.

V.2 Grafos (n,r)-maxregulares

Sejam P um conjunto de restrições ou propriedades que define uma classe de

grafos, G um grafo de ordem n que satisfaz P e r 5 n - 1. Dizemos que G é

(n,r)-maxregular quando G possui o maior número possível de vértices de grau r, dentre

todos os grafos de ordem n que satisfazem P. Assim, se G satisfaz P, G é (n,r)-

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maxregular se, e somente se, %(r) = max{%?(r) I G' é grafo de ordem n que satisfaz P).

Esta definição induz o seguinte problema: para uma dada familia Tp, caracterizada por

P, quais grafos são (n,r)-maxregulares?

Por exemplo, na família dos mops, o grafo Gl da figura 5.1 é um mop (10,2)-

maxregular, pois, pelo teorema 4.2, não existe mop com o(2) > 5, para n = 10.

Obviamente, os mops G2 e G3, da mesma figura, não são (10,2)-maxregulares. Porém,

Gl não é (10,5)-maxregular nem (10,6)-maxregular, porque o(5) = 4 em G2 e o(6) = 2

em G3. Para n = 10, não existem mops com 0(5) > 4 e o(6) > 2, tendo em vista a

biconexidade e a soma dos graus dos vértices dos mops. Daí, G2 é (10,5)-maxregular e

G3 é (10,6)-maxregular. O mop G3, apesar de ter a fiequência do grau 2 superior a do

grau 6, é (10,6)-maxregular mas não é (10,2)-maxregular. Assim, num mop

(n,r)-maxregular pode existir um grau r'# r tal que o(r7) 2 o(r).

figura 5.1: mops (10,2)-maxreguiar, (10,5)-maxreguiar e (10,6)-maxregular, respectivamente.

É interessante observar que estamos apresentando um conceito aplicável a

qualquer que seja a família de grafos, definida por P. A maxregularidade é uma

generalização do conceito de regularidade, pois tornam-se equivalentes quando P é

vazio, ou seja, quando a família Tp é o conjunto de todos os grafos. A maxregularidade

como extensão da definição de regularidade também pode ser vista da seguinte forma: G

é (n,r)-regular (no sentido usual) se, e somente se, G é um grafo (n,r)-maxregular e

o(i) = O. Por exemplo, todos os k-cliques são (k,k-1)-regulares e, portanto, são i # r

(k,k-1)-maxregulares. Em geral, o conceito de maxregularidade torna-se mais apropriado

quando P, que determina a família, impõe limites a soma dos graus nos grafos elou

alocação de arestas, implicando em restrições de graus de vértices vizinhos.

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No caso dos grafos planares maximais com 3 ou mais vértices, como n - 1

conseqüência da propriedade P inerente à esta família, temos 2m = zim(i)= 6n - 12. i = 3

Daí, supondo-se G um grafo planar maximal regular, temos 6n - 12 = r.n, o que

12 acarreta n = --- 6 - r ' Portanto, não existem grafos planares maximais regulares para r 2 6

e, para r = 2, 3, 4 e 5, os grafos planares maximais (%r)-regulares possuem,

respectivamente, n = 3, 4, 6 e 12 vértices. O grafo da figura 5.2 ilustra um grafo planar

maximal com 14 vértices, que portanto é 3-conexo como visto em (HARARY, 1969),

onde w(6) = 10. Como num grafo planar 3-conexo com n > 4 existem pelo menos 4

vértices de grau igual ou menor que 5, conforme encontramos em (JURKIEWICZ,

1990), concluímos que G é (14,6)-maxregular.

5.2: grafo planar maximal(14,6)-maxregular.

Como podemos constatar, este conceito de maxregularidade é aplicável em

famílias T p as mais distintas, sobretudo quando P não permite a existência de grafos

regulares. No entanto, restringiremos o nosso estudo à família que estamos estudando,

ou seja, aos mops.

V.3 Aplicação a MOPs

Nossa motivação para o estudo da maxregularidade aplicada aos mops vem do

fato de que essa família não possui grafos regulares, com exceção do Kf, como mostra o

teorema 5.1 da próxima seção.

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V.3.1 MOPs (n,r)-maxregulares: 2 < r < 4

Nesta seção, caracterizamos os mops (n,r)-maxregulares, para 2 I r I 4 e n > r.

Mostramos ser muito fácil obtermos diferentes mops (~2)-maxregulares, enquanto que

para r = 3 e 4 os mops (n,r)-maxregulares são unicamente determinados. O próximo

teorema justifica porque o conceito de (%r)-maxregular é adequado a família dos mops.

Teorema 5.1 O K3 é o único grafo periplanar maximal regular, com n 2 3.

Prova: Pelo teorema 3.2, todo mop tem no mínimo dois vértices de grau 2 e, pelo

corolário 3.2, para n > 3, dois vértices consecutivos no ciclo hamiltoniano não

podem ter ambos grau 2. Portanto, a menos que o grafo seja o K3, não podemos

construir um mop regular.

Teorema 5.2 Seja G um grafo periplanar maximal com n 2 3 vértices. G é

(~2)-maxregular se, e somente se, G = K3 ou G possui

0(2) =I$], para n > 3.

Prova: Para n = 3, o teorema vale trivialmente.

Seja G um grafo periplanar maximal com n > 3 vértices.

( ) Suponhamos que G seja (~2)-maxregular. Então, G possui a maior quantidade de

vértices de grau 2 possível para os mops de n vértices. Do corolário 3.2,

4 2 ) 1 - , pois dois vértices adjacentes não podem ser ambos de grau 2. Por 121 outro lado, pelo corolário 3.7 é possível obter um mop cuja seqüência de graus

hamiltoniana apresente valores intercalados por 2. Portanto, se n é par, G possui

n n - 1 exatamente 3 vértices de grau 2; caso contrário, G possui 7 vértices de

grau 2. Portanto, G possui o(2) = - . L21

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(c) Seja G com 0(2) = - . Um mop G com esta quantidade de vértices de grau 2 L21 existe, como mostra as definições dos grafos coroa e grega, no capítulo anterior.

Suponhamos que exista um mop G' com 4 2 ) = - + 1. Então, [2,2] é li1 subcadeia da sgh-G', contrariando o corolário 4.1. Logo, não existe mop com

0(2) 2 - + 1. Portanto, G é ($2)-maxregular. i1

Os grafos coroa e grega constituem duas subfmílias interessantes de grafos

periplanares maximais (n,2)-maxregulares: o primeiro deles, como provado em

JUSTEL (1996), porque possui um aspecto de varredura do plano de forma apropriada

para assimilar qualquer outro mop, em virtude da sua definição recursiva em camadas

circulares, ou seja, onde cada Ck (grafo coroa com n = 3.2k vértices) é formado pela

inclusão de um 2-vértice em todas as posições possíveis do grafo Ck-1; O segundo, como

veremos no capítulo VIU, por ser o pior caso, entre os mops, do algoritmo

PERLTESTE, que reconhece a periplanaridade de um grafo biconexo.

O próximo teorema caracteriza os mops (n,3)-maxregulares e mostra que os

grafos leques L,, constituem a única família de mops com tal propriedade.

Teorema 5.3 Seja G um grafo periplanar maximal com n > 3 vértices. As

seguintes afirmações são equivalentes:

(i) G é (n,3)-maxregular;

(ii) G possui 0(2) = 2, o(n-1) = 1 e 0(3) = n - 3;

(iii) G é o grafo leque L,,.

Prova: Seja G grafo periplanar maximal com n > 3 vértices.

(i) 3 (ii)

Suponhamos que G seja um mop (n73)-maxregular. Sabemos que grau(v) = v c G

4n - 6 e que 0(2) 2 2. Assim, se exatamente dois vértices tiverem grau 2, a

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soma dos graus dos n- 2 vértices restantes é dada por 4n - 10. Suponhamos que

cada um destes n - 2 vértices tenha grau 3. Então, 3(n - 2) = 4n - 10 e,

conseqüentemente, n = 4. Neste caso, G é único e é (4,3)-maxregular com

0(2) = 2 e 0(3) = 2. Para n > 4, 4n -10 > 3(n - 2) e, então, algum vértice de G

não poderá ter grau 3. Como G contém o maior número possível de vértices de

grau 3 e já possui dois vértices de grau 2, G deve admitir n - 3 vértices de grau 3

e um vértice de grau n - 1. Mops com com estas características existem, como

mostra a definição do grafo leque, no capítulo anterior.

(ii) 3 (iii) Imediata, pelo teorema 4.6.

(iii) (i)

Suponhamos G = L,,. Então G possui 0(2) = 2, o(n-1) = 1 e 0(3) = n - 3. Os dois

vértices de grau 2 existem em qualquer que seja o mop, pelo teorema 3.2. Para n

= 4, existe um único mop I(4' que satisfaz estas condições e que portanto

é ($3)-maxregular. Suponhamos que exista um mop G' com n > 4 vértices tais

que dois vértices tenham grau 2 e os demais n - 2 vértices tenham grau 3. Para

n ímpar, a contradição é imediata, pois não podemos ter quantidade ímpar de

vértices de grau ímpar em qualquer grafo. Por outro lado, para qualquer n > 4,

grau(v) = 4 + 3(n - 2) = 3n - 2 < 4n - 6, contrariando o fato de G' ser um V E G '

mop. Portanto G é ($3)-maxregular.

Corolário 5.1 Seja n'< n. O mop (n,3)-maxregular só pode ser obtido do mop

(n7,3)-maxregular.

Prova: Imediata do teorema anterior e do lema 4.4, aplicado recursivamente n - n'

vezes.

Analogamente, o próximo teorema caracteriza os mops ($4)-maxregulares e

mostra que os grafos serpentinas S, constituem a única família de mops com tal

propriedade, quando n ;t 6.

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Teorema 5.4 Seja G um grafo periplanar maximal com n 2 5 vértices. As

seguintes afirmações são equivalentes:

(i) G é (n,4)-maxregular;

(ii) G possui a(2) = a(4) = 3, quando n = 6,

G possui a(2) = 2,0(3) = 2 e a(4) = n - 4, caso contrário;

(iii) G é o grafo coroa Cl, quando n = 6,

G é o grafo serpentina S,, caso contrário.

Prova: Seja G um mop com n 2 5 vértices.

(i) a (ii)

Suponhamos que G seja (n,4)-maxregular.

Seja n = 6. Neste caso, existem apenas os mops Cl, L6 e S6, cujas sghs são,

respectivamente, [2,4,2,4,2,4], [2,3,3,3,2,5] e [2,3,4,2,3,4]. Então, C1 é o único

mop (6,4)-maxregular, com a(2) = a(4) = 3.

Seja n # 6. Para n = 5, existe um único mop, cuja sgh é [2,3,3,2,4], satisfazendo o

teorema. Suponhamos n > 6. Sabemos que a(2) 2 2. Vamos mostrar que

a(2) > 2 implica em a(4) < n - 4. Suponhamos um mop G com a(4) = n - 4 e

a(2) > 2. Temos dois casos para analisar: a(2) = 3 e a(2) = 4. No primeiro caso,

G possui mais um vértice de grau x, tal que x # 2 e x # 4. Então,

grau(v) = 6 + 4(n - 4) + x t 4n - 6, contrariando a soma dos graus de um V € G

mop. No segundo caso, a contradição com o teorema 4.5 é imediata. Portanto, se

G possui a(2) > 2, então G possui a(4) < n - 4. Consideremos, agora, um mop

com a(2) = 2. Pelo corolário 2.11, G terá que possuir também pelo menos dois

vértices de grau 3. Assim, a(4) 5 n - 4. Mops com a(2) = 2, a(3) = 2 e

a(4) = n - 4 existem, como mostra a definição dos grafos serpentinas, no

capítulo anterior. Logo os mops (n,4)-maxregulares possuem a(2) = 2,0(3) = 2

e a ( 4 ) = n - 4 .

(ii) (iii)

Para n = 6, o teorema se verifica trivialmente por enumeração.

Para n # 6, a prova é imediata pelo teorema 4.7.

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(Ti) 2 (i)

Só existem três mops com n = 6 e, por enumeração, vemos que o grafo coroa C1

é o único rnop (6,4)-maxregular.

Seja G o grafo serpentina S,, com n 2 5 e n # 6. O grafo S, possui a(4) =

Portanto, em qualquer dos dois casos, S, possui a(4) = n - 4. Ss é o único rnop

que existe com n = 5 e é (5,4)-maxregular, com a(4) = 1. Suponhamos que exista

um rnop G' com a(4) = n - 3, n > 6. Neste caso, a soma dos graus dos três

vértices restantes é 4n - 6 - 4(n-3) = 6, implicando que cada um deles possui grau

2. Então, G' é constituído somente de vértices com graus 2 e 4, contrariando o

teorema 4.5. Portanto, G é (q4)-maxregular.

Corolário 5.2 Seja n'< n. O mop (n,4)-maxregular só pode ser obtido do mop

(n',4)-maxregular.

Prova: Imediata do teorema anterior e do lema 4.5, aplicado recursivamente n - n'

vezes.

Tendo em vista a unicidade, a menos de isomorfísmo, dos mops com até 5

vértices, podemos concluir que &' é, ao mesmo tempo, (4,2)-maxregular e

(4,3)-maxregular e o rnop de 5 vértices, figura 4.2(i), é (5,r)-maxregular para r = 2, 3 e

4, simultaneamente.

V.3.2 MOPs (r+l,r)-maxregulares

O teorema apresentado nesta seção caracteriza os mops (r+l,r)-maxregulares.

Dele resulta um corolário que identifica os grafos (r+l,r)-maxregulares com os

(r+l,3)-maxregulares, provando, portanto, a sua unicidade. Tais resultados serão

utilizados nas provas do capítulo VII.

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Teorema 5.5 Seja r 2 2. G é um mop (r +l,r)-maxregular se, e somente se,

G é o grafo leque LI.

Prova: Seja G um mop com n = r + 1 vértices, r 2 2. Para 3 I n I 5, o teorema vale

trivialmente, pois os mops são únicos e todos são L,,. Vamos provar o teorema

para os mops com n > 5.

(e) Seja G = L i . Então, o(r) = 1. Suponhamos que exista um mop G' com dois

vértices, u e v, de grau r. Então, u e v são adjacentes a todos os demais vértices

de G'. Como n > 5, sejam x, y e z três outros vértices quaisquer de G'. Então,

G' contém um subgrafo isomorfo a K2,& formado pelos caminhos uxv, uyv e um,

contrariando o fato de G' ser um periplanar. Logo, G é um mop (%r)-maxregular.

(3) Suponhamos que G seja (r+l,r)-maxregular. Então, o(r) = 1, caso contrário, G

possui um subgrafo isomoríb a K2,& como provado na condição de suficiência.

Seja x o tal vértice de grau n - 1. Como x é adjacente a todos os outros vértices

do grafo, somente seus dois vizinhos no ciclo hamiltoniano podem ter grau 2,

para satisfazer o teorema 3.2. Os demais vértices possuem no mínimo grau 3,

pois são adjacentes a x e aos dois vizinhos do ciclo hamiltoniano. Daí, pelo

corolário 3.5, G possui o(n-1) = 1, o(2) = 2 e o(3) = n - 3. Pelos teoremas

3.5 e 3.4, G = L 1 .

Corolário 5.3 ~ o d o LI, para r 2 3, é ao mesmo tempo (r+173)-maxregular

e (r+ 1 ,r)-maxregular.

Prova: Imediata dos teoremas 5.3 e 5.5. . V.3.3 MOPs (n,r)-maxregulares, para r fmo.

Os resultados desta seção determinam o valor da freqüência dos vértices de

grau r nos mops (n+l,r)-maxregulares, supondo-se conhecer os mops (n,r)-

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maxregulares, e serão utilizados no decorrer das caracterizações dos mops (%r)-

maxregulares, onde r r 5.

Lema 5.1 Seja r 2 3. Suponhamos que os mops (%r)-maxregulares possuam

o(r) = x. Se os mops (n+l,r)-maxregulares possuem o(r) = x + 1, então

existe mop (n,r)-maxregular com o(r-1) 2 1.

Prova: Para r = 3 e 4, pela unicidade das famílias (&r)-maxregulares destes casos, o

teorema vale trivialmente. Seja r 2 5. Suponhamos por absurdo que todo

mop (n,r)-maxregular tenha o(r-1) = O e que x e x + 1 sejam, respectivamente,

as quantidades de grau r dos mops (%r)-maxregulares e (n+l,r)-maxregulares.

Então, os mops (n+l,r)-maxregulares não podem ser obtidos dos mops

(%r)-maxregulares pela inclusão de um 2-vértice. Seja G um mop (n+l,r)-

maxregular. Então, existe mop G', com n vértices que possui o(r) = x-1

(portanto, não é (n,r)-maxregular) e com pelo menos dois vértices consecutivos

no ciclo hamiltoniano de grau r-I, para que G possa ser obtido de G' pela

inclusão de um 2-vértice. Sejam u e v dois vértices consecutivos no ciclo

hamiltoniano de grau r-1 em G'. Pelo corolário 4.1 1, existe em G' um 2-vértice

adjacente a um vértice de grau 3 ou 4. Seja w um tal 2-vértice de G'. Então, três

possibilidades podem ocorrer:

i) w não é adjacente a u nem a v; seu outro adjacente possui grau diferente de r;

ii) w não é adjacente a u nem a v; seu outro adjacente possui grau r;

iii) w é adjacente a u ou a v.

Seja G", com n vértices, obtido de G' pela exclusão do vértice w e pela inclusão

de um 2-vértice adjacente a u e v. Então, respectivamente, ocorre o seguinte para

G":

i) o(r) = x +I, contrariando a hipótese de que os mops (%r)-maxregular

possuem o(r) = x;

ii) e iii) o(r) = x e o(r- 1) 2 1, contrariando a suposição.

Portanto, existe um mop (n,r)-maxregular e com pelo menos um vértice de

grau r - 1.

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Corolário 5.4 Se todos os grafos periplanares maximais (%r)-maxregulares

possuem o(r - 1) = 0, então os grafos periplanares maximais

(n+l,r)-maxregulares possuem a mesma freqüência de vértices de

graus r, o(r), que os (n,r)-maxregulares.

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CAPÍTULO VI

Equilibradores em MOPs

VI.1 Introdução

No capítulo anterior, caracterizamos os grafos (n,r)-maxregulares, 2 I r I 4,

utilizando somente resultados básicos sobre mops. Entretanto, para determinar as

famílias de mops (n,r)-maxregulares, r 2 5, como veremos no próximo capítulo, será

preciso utilizar também a estratégia da manutenção do "equilíbrio entre os graus dos

vértices": quando o grau de um vértice aumenta muito além da média, é necessário que

existam vértices de graus abaixo da média, tendo em vista o somatório dos graus de um

mop ser exato.

Assim, o conceito de equilibradores surgiu da necessidade de estabelecermos uma

regra construtiva para mops ($r)-maxregulares, r 2 5, partindo da distribuição dos 4n - 6

graus pelos n vértices, observando a média aproximada 4. Entretanto, as definições e

resultados que apresentamos são aplicáveis a qualquer mop e permitem estudar as

possibilidades de particionarnento de seus vértices, quando classifícados segundo o

conceito de equilibradores. Cabe ressaltar, ainda, que esse conceito, desenvolvido de

forma apropriada para a família dos mops, pode ser estendido a qualquer outra família de

grafos, e ser útil na sua caracterização, onde a média dos graus seja parâmetro

importante.

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Terminamos este capítulo mostrando, no teorema 6.2, que de fato os únicos

mops que não se utilizam de equilibradores são os (n,4)-maxregulares, porque não

possuem vértices de graus superiores a 4.

VL2 Definições, Resultados e Exemplos

Em qualquer mop com n 2 6, todo vértice de grau maior que 4 deve ser

"equilibrado" por vértices de grau inferior a 4. Entretanto, como a soma de todos os seus

graus não é um múltiplo de 4, nem todos os vértices de grau inferior a 4 poderão ser

utilizados como equilibradores. Assim, para os vértices de um mop qualquer G(V,E),

com n 2 6, definimos:

(i) Um vértice x é equilibrado se, e somente se, seu grau é 4, ou seja, d(x) = 4. O

conjunto desses vértices será notado por Q = (x E VI d(x) = 4);

(ii) Consideremos os subconjuntos S e I de V, que, respectivamente, possuem todos

os vértices de grau superior e inferior a 4. Isto é, S = (x E VI d(x) > 4) e

I = (x E VI d(x) < 43. Temos, então, que S, Q e I são subconjuntos disjuntos de

V e a coleção dos não vazios forma uma partição de V.

(iii) Dado X c S e X ;t 0, se existe Y c I, Y # 0 , tal que x €X y c Y =4, 1x1 + IYI

dizemos que Y é equilibrador de X e denotamos Y = EQx. Dizemos, ainda, que

X determina um equilibrador. Se X = S, então EQs é dito ser um equilibrador do

mop G. S sempre determina um equilibrador, como será provado no lema 6.2.

(iv) O conjunto N = I - EQs é constituído pelos vértices denominados

não-equilibradores. O lema 6.3 garante ser N # 0 e determina limites para sua

cardinalidade.

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(v) Consideremos os seguintes parâmetros:

õ (2) = a frequência dos vértices de grau 2 em N;

õ (3) = a Erequência dos vértices de grau 3 em N;

Para um dado X c S,

ox(2) = a freqüência dos vértices de grau 2 em EQx;

ox(3) = a freqüência dos vértices de grau 3 em EQx.

Então, temos: IEQx I = ox(2) + ox(3),

o(2) = os(2) + õ (2) e

a(3) = os(3) + õ (3).

(vi) Seja ( V,, V, ,. . ., V, ) a partição de V pelos subconjuntos de vértices de

mesmo grau ri, 1 5 i I k. Por conveniência, consideremos 9 para representar a

união dos conjuntos disjuntos determinados por esta partição. Assim, V =

V, 8 V, @ . . . 8 V, ressalta a ocorrência dos graus dos vértices do mop, com

k

suas respectivas f?reqüências, dada pela equação IVI = C o (r, ) . i = l

Lema 6.1 Se o subconjunto não vazio X c S determina um equilibrador, então

Prova: Seja X c S, X # 0, que determina um equilibrador. O resultado segue das

definições (iii) e (v), de onde obtemos C d(x) - 41x1 = 4JEQxl - C d(y) e x e X Y E EQx

4lEQxl- C d(y) = 4(ox(2) + M 3 ) ) - ( 2 ~ 4 2 ) + 3wx(3)), respectivamente. Y EEQX

Lema 6.2 S sempre determina um equilibrador.

Prova: Seja G(V,E) um mop qualquer. Do teorema 4.4 e dos seus corolários, G possui

uma dentre as três possibilidades seguintes: (i) 0(2) 2 2, 0(3) 2 2 e 0(4) 2 0;

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no primeiro caso, tomemos H c I, H = I - {vi, v2, ~ 3 , v4), onde v2, v3, v4 E 1,

d(vl) = d(v2) = 2 e d(v3) = d(v4) = 3. Então, como 111 = [H1 + 4 e C d(z) = z e1

C d(z) + i O, temos que z e H

Logo, existe EQx = H. Se G está em qualquer dos dois últimos casos, tomemos

H c i, H = i - {VI, v2, v3f7 onde VI, v2, v3 E I, d(v1) = d(v2) = 4 ~ 3 ) = 2.

Fazendo, 111 = [H1 + 3 e C d(z) = C d(z) + 6 no cálculo do caso anterior, fica z e1 z eH

provado o lema.

Dos dois últimos lemas, obtemos o seguinte corolário:

Corolário 6.1 C d(x) - 4 1 SI = 2042) + 043) x € S

O próximo lema garante que o conjunto dos não equilibradores N é sempre não

vazio e determina condições para a sua cardinalidade.

Lema 6.3 N = I - EQs ;t 0 e N é constituído por uma entre as quatro seguintes

possibilidades:

somente 3 vértices de grau 2

(õ(2) = 3; õ (3 ) = 0);

2 vértices de grau 2 e 2 vértices de grau 3

( E (2) = 2; õ (3) = 2);

1 vértice de grau 2 e 4 vértices de grau 3

(õ(2) = 1; õ(3) = 4);

somente 6 vértices de grau 3

(C (2) = 0; õ (3) = 6);

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Prova: Suponhamos N = 0. Isto acarreta os(2) = o(2) e os(3) = o(3). Então, pelo

corolário anterior e dado que ISI = n - (o(4) + a(3) + 0(2)), obtemos

z d ( x ) + 40(4) + 3o(3) + 20(2) = 4% contrariando a soma dos graus de um x € S

mop. Portanto, N = I - EQs + 0.

Vamos, agora, determinar a cardinalidade de N, que pela definição (v) é dada

por 0 (2) + õ (3).

Da /SI e dado que z d ( x ) = 4n - 6 - (40(4) + 30(3) + 20(2)), obtemos, x € S

pelo corolário anterior, 2 (o(2) - 0, (2)) + (o(3) - os (3)) = 6, o que acarreta

20(2) + õ(3) = 6. Como õ(2) e õ (3 ) são inteiros positivos, a igualdade

anterior se verifica somente para

(i) õ ( 2 ) = 3 e õ ( 3 ) = 0 ;

(ii) õ ( 2 ) = 2 e õ ( 3 ) = 2 ;

(Ui) õ ( 2 ) = 1 e õ ( 3 ) = 4 ;

(iv) õ ( 2 ) = O e õ ( 3 ) = 6 . . No caso dos mops serpentinas, por exemplo, o conjunto N é determinado de

forma única com õ (2 ) = 2 e õ (3 ) = 2, porque sendo S = 0, temos EQs = 0 e,

conseqüentemente, N = I e V = N $ Q. O exemplo a seguir mostra que, num mop

qualquer, EQs e N não são necessariamente únicos.

Embora possamos determinar os conjuntos N de um mop diretamente do lema

6.3, vamos, como exemplo, encontrar um EQs do mop G(V,E) da figura 6.1 e, depois,

obter N pela diferença I - EQs. Podemos escrever V = V2 Q V3 Q V4 $ V5 G3 V6 G3 V7,

onde: V2 = (a, 1); V3 = (b, c, d, e, h, i, j, n, P); V4 = (o);

v , = ( c & V6 = {m) v7 = {q) - Então,

S = V5 $V6$V7 = ( c g, m, q);

Q = V4= (o);

I=V2$V3={a,1 ,b ,c ,d ,e ,h , i , j ,p) .

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Do corolário 6.1, 7 = 2 ~ 4 2 ) + os(3). Sendo, esta, uma equação de inteiros não

negativos, obtemos as seguintes possibilidades de solução:

(i) os(2) = 3; os(3) = 1;

(ii) os(2) = 2; 0.43) = 3;

(iii) 042) = 1; os(3) = 5;

(iv) os(2) = O; os(3) = 7.

Como o(2) = 2 e o(3) = 9, a primeira possibilidade é descartada imediatamente,

restando-nos as demais, dentre as quais escolhemos a última. Para (EQsl = 7, uma vez

que temos 9 vértices de grau 3 em G, podemos obter 36 EQs distintos, e,

consequentemente, um N para cada um deles. Por exemplo, tomando-se EQs =

{ b, c, d, e, h, i, j), determinamos N = {a, 1, n, p) .

figura 6.1 : mop, cuja partição S = V5 @V6 @V7 determina uma partição de algum EQs.

Podemos observar ainda que, neste exemplo, considerando-se EQs constituído

somente por vértices de grau 3, os subconjuntos V5 , V6 e V7 não determinam uma

partição de EQs. verificamos, entretanto, que para o mesmo exemplo (figura 6.1),

tomando-se EQs7 constituído por dois vértices de grau 2 e três vértices de grau 3, os

subconjuntos V5 , V6 e V7 determinam equilibradores EQv5, EQv6 e EQv, tais que

EQs'= EQv5 8 EQv6 8 EQvl . Ou seja, a partição S = V5 $V6 @V7 determina a partição

de equilibradores EQs'= EQv5 8 EQv6 8 EQvl . Portanto, para o mop de figura 6.1, a

partição S = V5 $V6 8V7 determina uma partição de equilibradores, para algum

equilibrador do mop. No próximo exemplo, mostramos que isso nem sempre é possível.

Seja o mop G(V,E) da figura 6.2. Nesse mop, temos

V2 = {a, d, f , h, j, m, o); V3 = 0; V4 = {b, i, p) ;

V5 = {c, e7 g); V6={n); V7={1).

Pelo lema 6.3, como não há vértices de grau 3 nesse grafo, temos que a única

possibilidade para N é dada por õ (2) = 3 e õ (3) = O. Escolhendo-se N = {a, d, 0,

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temos EQs = (h, i, m, o) c V2. Neste caso, S = V5 @V6 @V7 não determina a

partição correspondente de equilibradores, pois V5 e V7 não determinam equilibradores.

Para que V5 determinasse um equilibrador, a equação resultante 3 = 2 o v5 (2) + 0 v5 (3)

deveria ter solução inteira positiva, o que não é possivel porque o(3) = 0. O mesmo

ocorre para V7.

figura 6.2: mop, cuja partição S = V5 @v6 @V7 não determina uma partição de EQs,

porque V5 e V7 não determinam equilibradores.

O teorema a seguir nos diz que V,, r 2 5, sempre determina um equilibrador,

exceto quando r e o(r) são ambos ímpares e o mop não possui vértice de grau 3.

Teorema 6.1 Seja r 2 5. Vr determina equilibrador num mop G se, e somente

se, uma das alternativas seguintes é verificada:

(i) r ou o(r) é par;

(ii) r e o(r) são ambos ímpares e a(3) # O em G.

Prova: Seja um mop G com r 2 5 e o(r) # O .

( ) Suponhamos que Vr determina equilibrador. Então, pelo lema 6.1, temos

(r - 4)o(r) = 2 o v (2) + o (3), onde o (2) e o (3) são inteiros não

negativos. Daí, o vr (3) = (r - 4)o(r) - 2 0 (2) é um inteiro, implicando em duas

possibilidades para G:

(i) r ou o(r) é par;

(i) r e o(r) são ambos ímpares e o(3) # 0.

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(c) (i) Suponhamos que r ou w(r) seja par. Então, - 4)w(r) é inteiro. Daí, 2

existe um EQvr constituído de o - 4b(r)} e wvr(3) = 2

(r - 4) @(r) - 2 0 vr (2). Portanto, V, determina equilibrador.

(ii) Suponhamos que r e w(r) sejam ambos ímpares e que w(3) # 0. Se w(3) 2

(r - 4)o(r), então existe EQvr constituído de w vr (3) = (r - 4)w(r) e w vr (2) = 0.

Se 1 1 w(3) < (r - 4)o(r), então existe EQvr constituído de 0 vr (3) = 2k + 1,

onde k é o maior inteiro não negativo tal que 2k + 1 1 w(3) e w vr (2) =

(r - 4b(r ) - a vr (3) 2

, que é inteiro, porque (r - 4)w(r) -o vr (3) é par. Portanto,

V, determina equilibrador.

O teorema anterior caracteriza a existência dos equilibradores de V,

isoladamente. Porém, isto não é suficiente para garantir que a partição dos vértices de

graus superiores a 4, S = Vrj @ Vrj+, @ . . . @ V, , onde r, > 5, determina a partição de

EQs = EQ v 0 EQ @ . . . @ EQ , para algum EQs. Por exemplo, o mop G(V,E) da

figura 6.3, possui: 0(2) = 9; w(3) = 1; w(4) = 4; w(5) = 3; 4 6 ) = 1; w(7) = 1; 4 9 ) = 1.

Como w(3) = 1, somente a alternativa (i) do lema 6.3 é válida e, então, o conjunto N,

dos vértices não equilibradores de G, possui õ (2) = 3 e õ (3) = O. Portanto, o42) = 6 e

os(3) = 1. Como 0(5), w(7) e w(9) são ímpares, o único vértice de grau 3 em G

pertence, simultaneamente, aos equilibradores de V5, V7 e Vg. Neste caso, então, S =

V5 @ V6 8 V7 @ V9 não determina uma partição de EQs, qualquer que seja EQs.

figura 6.3 : mop, cuja partição S = V5 @V6 @V7 @V9 não determina uma partição de EQs,

embora cada Vi , i = 5,6 ,7 e 9, determine o seu equilibrador correspondente.

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O teorema a seguir mostra que os únicos mops que não se utilizam de

equilibradores são os (n,4)-maxregulares, ou seja, os serpentinas e o coroa de n = 6

vértices. Por esta razão, passamos a denominá-los mops equilibrados.

Teorema 6.2 O único mop, com n > 6, que não possui vértices de graus maiores

que 4 é o serpentina S,. Para n = 6, os únicos mops nestas

condições são o serpentina Sg OU O coroa C1.

Prova: Se G possui S = 0, então EQs = 0 . Daí, I = N, isto é, os únicos vértices

que possuem graus menores que 4 são os não-equilibradores. Daí, os graus

dos vértices de G ou são 4 ou são correspondentes ao conjunto dos

não-equilibradores. Pelo lema 6.3 e pelos teoremas 4.4, 4.5 e 4.7, G = S, ou

G = C i .

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CAPÍTULO VII

Equilibradores e Maxregularidade

VII.1 Introdução

Nosso objetivo, neste capítulo, é caracterizar os mops (n,r)-maxregulares, para

r 2 5. Os resultados básicos sobre mops não foram suficientes neste caso. Utilizamos,

então, um procedimento construtivo, fundamentado no conceito de equilibradores

estudado no capítulo VI.

Construímos, inicialmente, os mops básicos (n,r)-maxregulares, onde os valores

de n são convenientemente determinados a partir do r. Em seguida, caracterizamos os

mops (n,r)-maxregulares para os demais valores de n. Essa construção é feita em duas

etapas: uma para r = 5 e outra para r 2 6. Como conseqüência desse processo

construtivo, estabelecemos uma classificação para os mops (%r)-maxregulares, r 2 5:

básicos e não-básicos.

O procedimento de construção proposto parte da média dos graus dos n

vértices de qualquer mop, que aproximadamente é 4 e resulta da distribuição da soma

exata dos seus graus, 4n - 6. Esta é uma condição necessária, mas não suficiente, para

realizar mops. Outras condições necessárias para que uma fi-equência de graus tenha um

mop como sua realização, estudadas no capítulo IV, serão também consideradas. Assim,

para caracterizar os mops (n,r)-maxregulares, r 2 5, vamos adotar a seguinte

metodologia:

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1". determinar freqüências de graus, que satisfaçam a algumas condições

necessárias para mops;

2". estudar a realização para mops das freqüências de graus encontradas.

VIL2 Regras Básicas de Construção dos MOPs @r)-Maxregulares: r 2 5

Como vimos no capítulo anterior, num mop qualquer n = \SI + 111 + o(4), onde S

e I são, respectivamente, os conjuntos dos vértices de graus superiores e inferiores a 4 e

o(4) é a quantidade de vértices de grau 4. Além disso, o conjunto I sempre pode ser

particionado em equilibradores de S e em não equilibradores, isto é, I = EQs8N,

resultando:

~ ( r ) = n -

Então, dados n e r, r 2 5, se desejamos construir mops ($r)-maxregulares

considerando-se a equação (I), obtemos o o(r) máximo, ao minimizmos a soma

IEQ,~ + /N/ + c o(i). N e EQs (desde que S # 0 ) são ambos não vazios e i > 4 e i z r

constituídos somente de vértices de graus 2 e 3, onde 3 I INI I 6, pelo lema 6.3.

A partir dessas considerações, iniciamos o procedimento de construção,

acrescentando-se as hipóteses simplificadoras S = V, e Q = 0, o que acarreta

C @(i) = O. Com isso e pelo colorário 5.4, obtemos o(r)(r - 4) = C (4 - d(y)). i > 4 e i # r Y c EQs

Assim, temos IEQsl mínima, quando EQs possui o maior número possível de

vértices de grau 2. Dado que

isto acontece quando os(3) é mínimo.

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Vamos mostrar, entretanto, que o conjunto EQs pode ser formado somente por

vértices de grau 2, quando r = 5 ou r = 6. Para r 2 7, encontraremos os(2) = o(r) e,

consequentemente, os(3) = (r - 6) @(r).

Pelo teorema 4.2, nos mops diferentes de Lk,

limitando a quantidade de vértices de grau 2 em EQs. De (2), (3) e como w(2) =

0142) + õ(2), a seguinte inequação deve ser satisfeita:

L

Do lema 6.3, õ (2) tem valor máximo igual a 3, enquanto que os(2) pode se tornar tão

grande quanto o(r). Assim, para a formulação das regras básicas devemos desprezar

ainda õ (2), resultando nas inequações:

Então, de acordo com (2) e (5), EQs pode ser formado exclusivamente de vértices de

grau 2, somente quando r = 5 ou r = 6. Quando r 2 7, podemos ter no máximo os(2) =

o(r), o que implica em os(3) = (r - 6)o(r). Vale observar que r = 6 pode ser tratado em

qualquer dos dois casos.

Com base em todas essas considerações, formulamos as duas regras básicas a

seguir, que iniciam o processo de construção dos mops (n,r)-maxregulares. Elas nos

fornecem os equilibradores EQvr de cardinalidade mínima, considerando-se como dado

o valor de o(r).

Regra básica 1: r = 5

O, se m(5) é par; 0 v, (3) = 1, se w(5) é ímpar.

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Regra básica 2: r 2 6

vr ( 2 ) =

o v, (3) = (r - 6)o(r).

A partir destas regras, serão, então, construídas freqüências para mops de modo

que seja determinado um valor mínimo para n, incluindo-se aí não só o o(r) dado e a

cardinalidade de EQvr calculada, mas também a cardinalidade de N. Obviamente, neste

caso, S = V, e, sempre que possível, o(4) = O. A esse processo de obtenção de uma

frequência de graus para mops denominamos construção básica e os mops assim obtidos

são chamados mops básicos. Na próxima seção, a determinação dos mops (&r)-

maxregulares inicia-se pela construção básica dos mesmos.

VI13 MOPs (n,5)-Maxregulares

Iniciamos esta seção determinando os valores de n para os quais os mops básicos

(n,5)-maxregulares existem, caracterizando-os. A partir deles, serão caracterizados os

mops (n,5)-maxregulares para os demais valores de n, que chamaremos mops

não-básicos (n,5)-maxregulares.

MOPs Básicos (n,S)-Maxregulares

Consideremos a construção de mops (n,5)-maxregulares pela regra

básica 1. Grosso modo, dois terços dos vértices recebem grau 5 e o restante grau 2.

Evidentemente, pelo teorema 4.4, mops constituídos somente de vértices de grau 2 e 5

não existem. Daí a necessidade da segunda fase, onde a frequência de graus obtida é

transformada numa freqüência de graus realizável para mops.

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Seja uma frequência de graus onde a(5) = 2x e a(2) = x. Para tornar esta

freqüência realizável para mop, devemos acrescentar os vértices de um conjunto V',

satisfazendo as seguintes condições:

i) V' deve ser de cardinalidade mínima, para garantir que a(5) = 2x seja máximo em

n - Iv'~ relação ao n obtido. Isto porque, sendo n = 2x + x + IV'I, temos x =

3 '

ii) pelo lema 6.3, V' deve conter N, o conjunto dos não equilibradores;

iii) pelo teorema 4.4, a freqüência obtida com a inclusão de V' deve satisfazer a

desigualdade a(3) + a(4) 2 2;

iv) pelo corolário 3.5, (4 - d(v)) = 6. Então, neste caso, V' deve ser constituído de V E V '

dois vértices de grau 2 e dois vértices de grau 3, implicando V' = N, quando 6 (2) = 2 e

õ (3) = 2. Qualquer outra alternativa para N acarretaria uma cardinalidade maior a V'.

Assim, a frequência de graus até agora obtida totaliza: n = 3x + 4, onde 4 5 ) = 2x,

a(2) = x + 2 e 4 3 ) = 2.

Definimos mops básicos (n,5)-mmegulares como os obtidos da construção

básica, resultante da regra básica 1, tendo n = 3x + 4 vértices, cuja frequência de graus é

dada por 4 5 ) = 2x, a(2) = x + 2 e a(3) = 2. De imediato, pelo teorema 4.2, esta

freqüência de graus é inviável para x = 1. Fazendo k = x + 1, os próximos resultados

mostram que os mops básicos (n,5)-maxregulares existem, somente, para k 2 3 e

k ímpar.

Lema 7.1 Não existe mop com n = 3k + 1 vértices, k 2 2 e k par, possuindo

4 5 ) = 2k - 2; 4 2 ) = k + 1; a(3) = 2.

Prova: Por indução.

i) Seja k = 2. Então, n = 7,0(5) = 1, a(2) = 3 e a(3) = 2. Pelo teorema 4.2, esta

frequência não realiza mop.

ii) Suponhamos, por hipótese de indução, que para k = p 2 6, p par, não exista

mop com n = 3p + 1 vértices possuindo 0(5) = 2p - 2; a(2) = p + 1; a(3) = 2.

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iii) Seja k = p + 2. Suponhamos, por absurdo, que exista um mop G possuindo

n = 3(p + 2) + 1, 0(5) = 2(p + 2) - 2; 0(2) = (p + 2) + 1; 0(3) = 2. Pelos

corolários 4.1, 4.2 e 4.8, a subsequência [5,2,3,5] ocorre duas vezes

(possivelmente, numa das vezes ocorra o seu reverso) em sgh-G. Pelo corolário

4.3, em sgh-G não pode ocorrer a subsequência [3,2,5,2,3]. Também não pode

ocorrer a subsequência [5,2,3,5,2,3,5], pois se sgh-G = Ao[5,2,3,5,2,3,5], onde A

é uma cadeia formada somente de 5 e 2, obtemos, pela retirada de todos os

valores 2, uma sgh-G' = A'o[a]o[2,4,2]o[b], onde A' é uma cadeia que não

contém 2, a E (3,4) e b E (4,5). Mas, independente do valor de b, se a = 3 ou

a = 4 temos, respectivamente, pelo corolário 4.3 e pelo teorema 4.3 que G' não é

um mop, contrariando o corolário 3.7. Analogamente, [5,5,2,3,5] não ocorre em

sgh-G. Então, em sgh-G ocorre a subsequência [5,2,5,2,3,5]. Como a

subsequência [2,5,2,5,2,3,5,2] é proibida para mops diferentes de G2 da figura

7.1, temos que em sgh-G ocorre necessariamente uma das duas subsequências

seguintes: [5,2,5,2,5,2,3,5,5] ou [5,5,2,5,2,3,5,2,5]. Suponhamos que sgh-G =

A0[5,2,5,2,5,2,3,~,~]. Retirando seis vezes, sucessivamente, o valor 2 mais a

esquerda de cada sgh resultante, obtemos sgh-G' = Ao[5,2,3]. Pelo corolário

3.7, G' é um mop. Mas G' possui n = 3(p + 2) + 1 - 6, 0(5) = 2(p + 2) - 2 - 4;

0(2) = (p + 2) + 1 - 2; 0(3) = 2. Ou seja, o mop G' possui n = 3p + 1, 0(5) =

2p - 2; 0(2) = p + 1; 4 3 ) = 2, contrariando a hipótese de indução. O mesmo

ocorrese sgh-G=Bo[5,5,2,5,2,3,5,2,5].

figura 7.1: mop G1 e duas subseqiiências proibidas, resultantes da aplicação do teorema 4.1.

MOP

Lema 7.2 Seja G é um grafo periplanar maximal com n = 3k + 1 vértices, k 2 3 e k

ímpar. G é (~5)-maxregular se, e somente se, G possui 0(5) = 2k - 2.

Subsequências Proibidas 1

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Prova: Seja G um grafo periplanar maximal com n = 3k + 1 vértices, k 2 3 e k ímpar.

( 3 ) Suponhamos que G seja (n,5)-maxregular. A família de mops definida por

k - 1 k - l

sgh-M = [2,3]0[5,2,5]~ 0[2,3]0 [5,2,512, mostra a existência de mops básicos

(n,5)-maxregulares obtidos para n = 3k + 1, k 2 3 e k ímpar. A figura 7.2 ilustra

o rnop básico de ordem n = 16 desta família. Portanto, qualquer rnop

(3k+l,5)-maxregular, para k 2 3 e k ímpar, possui 4 5 ) = 2k - 2. Logo, G possui

a(5) = 2k - 2.

Suponhamos que G possua a(5) = 2k - 2. Para k 2 3 e k ímpar, mops com essas

características existem, tendo em vista as famílias definidas na primeira parte

desta prova. Suponhamos que exista um rnop G' com 0(5) = 2k - 1. Então, os

k + 2 vértices restantes possuem juntos 2k + 3, contrariando o fato de que 2 é o

menor grau possível de um mop. Portanto, G possui a maior quantidade

possível de vértices de grau 5, ou seja, G é (n,5)-maxregular.

Corolário 7.1

figura 7.2: um rnop básico (16,5)-maxreguiar.

Seja G um grafo periplanar maximal com n = 3k + 1 vértices,

k 2 3 e k ímpar. G é (n,5)-maxregular se, e somente se, G possui

a(5) = 2k - 2; a(2) = k + 1; 4 3 ) = 2 e é básico.

Prova:

( 3 ) Suponhamos que G seja um rnop (n,5)-maxregular com n = 3k + 1, k 2 2 e

k ímpar. Pelo lema 7.2, G possui 0(5) = 2k - 2. O teorema 4.4 e o corolário 3.5

garantem que a freqüência de graus 4 5 ) = 2k - 2, a(2) = k + 1 e a(3) = 2, é a

única possível de ser obtida para mops, quando ~ ( 5 ) = 2k - 2. Então, G é uma

realização desta freqüência e, por definição, um rnop básico (n,5)-maxregular.

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(c) Suponhamos que G seja a realização da frequência a(5) = 2k - 2, 0(2) = k + 1 e

a(3) = 2, onde n = 3k + 1, k 2 2 e k ímpar, isto é, G seja básico. Por construção,

G possui 0(5) máximo. Logo, G é (n,5)-maxregular. I

É interessante observar que, embora a frequência de graus determinada pela

construção básica dos (n,5)-maxregulares seja única, podemos construir mops básicos

(n,5)-maxregulares não isomorfos, ou seja, construir sgh distintas, a partir da frequência

de graus obtida pela construção básica. Por exemplo, os mops da família definida por

k - 3 k - 3

sgh-G = [2 ,5 ,2 ,3 ,5 ]0[5 ,2 ,5 ]~0[2 ,5 ,2 ,3 ,5 ]0[5 ,2 ,5 ]~ também satisfazem as condições do

corolário 7.1. A figura 7.3 mostra o rnop de ordem n = 16 desta família.

figura 7.3: rnop básico (16,5)-maxregular, não isomorfo ao da figura 7.2.

Corolário 7.2 Em todos os mops (n,5)-maxregulares com n = 3k + 1 vértices,

k 2 3 e k ímpar,a(4)=0.

Prova: Imediata do corolário 7.1. I

Corolário 7.3 Todo mop com n = 3k + 1 vértices, k 2 2 e k par, possui

0(5) < 2k - 2.

Prova: Pela construção básica de mops (n,5)-maxregulares, teorema 4.4 e corolário 3.5,

todo rnop com n = 3k +I, k 2 3, vértices possui no máximo 0(5) = 2k - 2. Além

disso, existe uma única freqüência de graus atingindo este máximo, dada por

a(5) = 2k - 2; a(2) = k + 1; 0(3) = 2. Pelo lema 7.1, esta frequência não realiza

rnop quando k é par. Portanto, todo rnop com n = 3k + 1 vértices, k 2 2 e k

par, possui 0(5) < 2k - 2.

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O lema 7.2 caracteriza os mops (n,5)-maxregulares para n = 3k + 1, k 2 3 e k

ímpar. Precisamos, ainda, descobrir como e quais são as frequências que realizam mops

(45)-maxregulares para os demais valores de n. Algumas informações já obtivemos dos

resultados anteriores, como por exemplo, para k par, necessariamente, um mop

(3k+l,5)-maxregular é não-básico e possui 0(5) < 2k - 2. A próxima seção trata dos

mops não-básicos (n,5)-maxregulares.

ViI.3.2 MOPs Não-Básicos (n,5)-Maxregulares

Os mops básicos (n,5)-maxregulares foram construídos, na seção anterior, pela

utilização da regra básica 1 e possuem n = 3k + 1 vértices, para k 2 2 e k ímpar. Nesta

seção, caracterizamos os mops (45)-maxregulares para os demais valores de n, ou seja,

os mops não-básicos (n,r)-maxregulares. A construção dos mops (3 k+ l,5)-maxregular,

quando k 2 2 e k é par, leva em conta o corolário 7.3 anterior. Na caracterização dos

demais mops (n,5)-maxregulares, consideramos a inclusão de um 2-vértices as possíveis

frequências de graus dos mops (n-l,5)-maxregulares. Neste caso, o valor de 4 5 ) do

mop (n-1,5)-maxregular é tomado como limite inferior para 0(5) do mop (n,5)-

maxregular. Na próxima seção, apresentamos o teorema de caracterização dos mops

(n,5)-maxregulares, que sintetiza todos esses resultados.

Lema 7.3 Seja G um grafo periplanar maximal com n = 3k + 1 vértices, k 2 2 e k

par. G é (n,5)-maxregular se, e somente se, G possui 4 5 ) = 2k - 3.

Prova: Seja G um mop com n = 3k + 1 vértices, k 2 2 e k par.

( ) Suponhamos que G seja (n,5)-maxregular. Pelo corolário 7.3, G possui

0(5) < 2k - 2. Suponhamos que exista um mop G' que possua 0(5) = 2k - 3.

Então, como a soma de todos os graus de G' é 4n - 6, sobram 2k + 13 graus para

serem distribuidos entre os k + 4 vértices restantes. Considerando-se a

biconexidade dos mops e observando-se que 2k + 13 = 2(k + 4) + 5, obtemos

como resultado dessa distribuição, 0(2) = k + 4 - t, 1 5 t 5 5, onde os t vértices

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possuem graus maiores que 2, gerados pela decomposição de 5 em t parcelas.

Assim, as 7 possibilidades dessa distribuição nos fornecem as freqüências de

graus, apresentadas na tabela da figura 7.4:

I I

caso 4 2k - 2 k + l I I

caso 5 2k - 3 k + 1

caso 6 1 2k - 3 I I I

figura 7.4: possíveis freqüênci, ; de graus para mops, com 4 5 ) máximo.

Os casos 1, 2 e 3 não são viáveis para mops, pelo teorema 4.4; o caso 4 não é

viável pelo lema 7.1. No caso 7, o teorema 3.2 inviabiliza a freqüência obtida

para k = 2. Nos demais casos, respectivamente, a existência das realizações das

fiequências são mostradas pelas famílias de mops definidas por:

[2,4,2,4,3,2,5], se k = 2 i) sgh-M = k - 4 k - 2

[2,4,2,5]0[5,2,5]20[5,2,4,3,2,5]0[5,2,5]2, se k r 4 e k par;

[2,4,3,3,2,5,3], se k = 2 ii) sgh-M = k - 2 k - 2

[3,2]0[5,2,5]~ 0[5,3,2,4,3]0 [5,2,512, se k 2 4 e k par;

k - 4 k - 4

iii) sgh-M = [3,3,2,5]0[5,2,5]~0[5,3,3,2,5,5,2,3,5]0[5,2,5]~, se k 2 4 e k par;

Os grafos G1, G2 e G3 da figura 7.5 ilustram, respectivamente, os mops de

ordem n = 13 dessas famílias. Portanto, G' pertence a uma destas três famílias,

provando que qualquer mop (3k+l,5)-maxregular, onde k 2 2 e par, possui 4 5 )

= 2k - 3. Logo, G possui a(5) = 2k - 3.

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(e) Suponhamos que G possua ~ ( 5 ) = 2k - 3. Mops com essas características

existem, tendo em vista as famílias definidas acima. Pelo corolário 7.3, G é

(n,5)-maxregular.

figura 7.5: mops (3k+l,5)-maxregulares, para k = 4.

Corolário 7.4 Seja G um grafo periplanar maximal com n = 3k + 1 vértices,

k 2 2 e k par. G é (n,5)-maxregular se, e somente se, em G ocorre

uma das seguintes freqüências de graus:

i) ~ ( 5 ) = 2k - 3; ~ ( 2 ) = k + 1; 0(3) = 1; ~ ( 4 ) = 2;

ii) ~ ( 5 ) = 2k - 3; 0(2) = k; ~ ( 3 ) = 3; 0(4) = 1;

iii) ~ ( 5 ) = 2k - 3; 4 2 ) = k - 1; ~ ( 3 ) = 5; 0(4) = 0, para k 2 4.

Prova: Imediata do lema anterior.

Lema 7.4 Seja G um grafo periplanar maximal com n = 3k + 2 vértices, k 2 2. G é

(n,5)-maxregular se, e somente se, G possui ~ ( 5 ) = 2k - 2.

Prova: Seja G um mop com n = 3k + 2 vértices, k 2 2.

(a) Suponhamos que G seja (n75)-maxregular. Se k é ímpar, pelos corolários 5.3 e

5.6 e lema 7.2, G possui ~ ( 5 ) = 2k - 2. Seja k um número par. Suponhamos que

G' seja um mop com 3k + 2 vértices, obtido de um mop G" pela inclusão de um

2-vértice. Se G" não é (3k+175)-maxregular, pelo lema 7.3, G' possui no máximo

~ ( 5 ) = (2k - 4) + 2. Este limite é atingido quando G possui ~ ( 5 ) = 2k - 4, a

sgh-G" contém a cadeia [4,4] e a inclusão do 2-vértice é feita entre os dois

vértices correspondentes a esta cadeia. A figura 7.6 ilustra esta situação, para k =

4. Se G" é (3k+175)-maxregular, pelo corolário 7.4, G possui 0(4) 1 1. Daí, G'

possui no máximo ~ ( 5 ) = (2k - 3) + 1. Este limite é atingido quando G" pertence

Page 102: A, 4 · Grafos periplanares constituem uma importante família de grafos planares, sendo a conceituação de ambos fortemente vinculada as suas representações gráficas

a qualquer das duas primeiras famílias definidas no decorrer da prova do lema 7.3

e a inclusão do 2-vértice é feita entre os vértices correspondentes a cadeia [2,4]

que ocorre em sgh-G". Então, para k par, existe mop com 4 5 ) = 2k - 2 e este é

o maior valor possível para a(5). Portanto G possui a(5) = 2k - 2.

Suponhamos que G possua 0(5) = 2k - 2. Mops com essas características

existem. Como exemplo citamos: para k par, os obtidos dos mops pertencentes as

duas primeiras famílias definidas no decorrer da prova do lema 7.3, pela adicão

de um 2-vértice entre os vértices correspondentes a cadeia [2,4]; para k ímpar, os

obtidos dos mops básicos pela inclusão de um 2-vértice entre os vértices

correspondentes a cadeia [2,3]. Suponhamos que exista um mop G' com 4 5 ) =

2k - 1. Daí, considerando-se a biconexidade de G' e sabendo-se que a soma de

todos os graus de seus vértices é 4n - 6, a única freqüência de graus possível

para G' é a(5) = 2k - 1, a(2) = k +2, 4 3 ) = 1, contrariando o teorema 4.4.

Portanto, G é (45)-maxregular.

Corolário 7.5

figura 7.6: mop com 13 vértices, que não é (3k+l,5)-maxregular,

possuindo m(5) = 4 e em cuja sgh ocorre a cadeia [4,4].

Seja G um grafo periplanar maximal com n = 3k + 2 vértices,

k r 2. G é (n,5)-maxregular se, e somente se, em G ocorre uma

das seguintes freqüências de graus:

i) a(5) = 2k - 2; a(2) = k + 2; 4 3 ) = 0; 4 4 ) = 2, para k par.

ii) a(5) = 2k - 2; a(2) = k + 1; a(3) = 2; 4 4 ) = 1;

iii) a(5) = 2k - 2; a(2) = k; a(3) = 4; a(4) = 0.

Prova: Seja G um mop com n = 3k + 2 vértices, k 2 2.

(3) Suponhamos que G seja (n,5)-maxregular. Pelo lema anterior, G possui 4 5 ) =

2k - 2. Daí, como a soma de todos os graus de G é 4n - 6, sobram 2k + 12 graus

para serem distribuidos entre os k + 4 vértices restantes. Considerando-se a

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biconexidade dos mops e observando-se que 2k + 12 = 2(k + 4) + 4, obtemos

como resultado dessa distribuição, 0(2) = k + 4 - t, 1 5 t 1 4, onde os t vértices

possuem graus maiores que 2, gerados pela decomposição de 4 em t parcelas.

Assim, as 5 possibilidades dessa distribuição nos fornecem as freqüências de

graus, apresentadas na tabela da figura 7.7:

figura 7.7: possíveis freqüências de graus para mops, com 4 5 ) máximo.

Os casos 1 e 2 não são viáveis para mops, pelo teorema 4.4. O terceiro caso não

realiza mop quando k é ímpar. Caso contrário, suponhamos G' um mop com

0(5) = 2k - 2, m(2) = k + 2 e 0(4) = 2. Como, pelo corolário 4.10, a cadeia

[2,4,2] ocorre duas vezes em sgh-G', podemos obter um mop G" com n =

3k + 4 pela inclusão de dois 2-vértices em G' entre os vértices de grau 2 e 4 em

cada uma dessas ocorrências. Então, fazendo k' = k + 1, G" possui 3k7 + 1

vértices com 0(5) = 2k' - 2, 0(2) = k' + 1, 0(3) = 2 e 0(4) = 0, onde k' é par,

contrariando o lema 7.1. Nos demais casos, a realização das freqüências é

garantida, respectivamente, pelas seguintes famílias de mops: k - 2 k - 2

i) sgh-G = [2,4,2,5]0[5,2,5]20[2,4,2,5]0[5,2,5]2, quando k é par e k 2 2;

k - 2 k - 2 [2,3]0[5,2,5]2~[5,2,3,4,2,5]0[5,2,5]2, se k é p a r e k 2 2 ;

ii) sgh-G = k - 1 k - l

[2,3]0 [5,2,512 0[3,2,4]0 [5,2,512, se k é ímpar e k 2 2;

Ui) sgh-G = I k - 3 k - 1

[2,3,3,5]0[5,2,5]~0[3,2,5,3]0[5,2,5]~, se k é ímpar e k 2 2.

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Na figura 7.8, os grafos G1, G2 e G4 ilustram, respectivamente, os mops de

ordem n = 14, dessas famílias; os grafos G3 e G5 são mops de ordem 17

pertencentes as duas últimas famílias, respectivamente. Assim, a freqüência de

graus de G é idêntica a um dos três 'ltimos casos, embora G não pertença

necessariamente a uma destas três famílias.

(c) Imediata, pelo lema anterior.

figura 7.8: mops (3k+2,5) -maxregulares, para k = 4 e k = 5 .

Lema 7.5 Seja G um grafo periplanar maximal com n = 3k vértices, k 2 2. G é

(n,5)-maxregular se, e somente se, G possui a(5) = 2k - 3.

Prova: Seja G um mop com n = 3k vértices, k 2 2.

(a) Suponhamos que G seja (n75)-maxregular. Se k = 2, pelo teorema 5.5, G = Lg,

que possui 0(5) = 2k - 3; a(2) = k ; a(3) = 3. Seja k 2 3. Suponhamos que G'

seja um mop com n = 3 k - 1 vértices, ou seja, n = 3 k' + 2, onde k' = k - 1, obtido

de um mop G" pela inclusão de um 2-vértice. Se G" não é (3k'+2,5)-

maxregular, pelo lema 7.4, G' possui no máximo a(5) = (2k7 - 3) + 2. Este limite

é atingido quando G possui a(5) = 2k' - 3, a sgh-G contém a cadeia [4,4] e a

inclusão do 2-vértice é feita entre os dois vértices correspondentes a esta cadeia.

A figura 7.9 ilustra esta situação, para k' = 4. Se G é (3k7+2,5)-maxregular,

pelo corolário 7.5, G" possui a(4) 5 2. Porém, pelo corolário 4.10, a cadeia

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[4,4] não ocorre nas sghs dos mops (3k7+2,5)-maxregulares com a(4) = 2, pois

nelas a(3) = O. Daí, G' possui no máximo a(5) = (2k7 - 2) + 1. Este limite é

atingido quando G" pertence a qualquer das duas primeiras famílias definidas no

decorrer da prova do corolário 7.5 e a inclusão do 2-vértice é feita entre os

vértices correspondentes a cadeia [2,4] que ocorre em sgh-G. Assim, existe

mop com 4 5 ) = 2k7 - 1, ou seja, a(5) = 2k - 3, e este é o maior valor possível

para a(5). Portanto G possui a(5) = 2k - 3.

(c) Suponhamos que G possua n = 3k vértices e 0(5) = 2k - 3. Mops com esta

característica existem. Como exemplo citamos os obtidos dos mops pertencentes

as duas primeiras famílias definidas no decorrer da prova do corolário 7.5, pela

adicão de um 2-vértice entre os vértices correspondentes a cadeia [2,4].

Suponhamos que exista um mop G' com a(5) = 2k - 2. Daí, considerando-se a

biconexidade e a soma dos graus dos mops, G' possui 4 5 ) = 2k - 2, 4 2 ) =

k +2, contrariando o teorema 4.4. Portanto, G é (n,5)-maxregular.

Corolário 7.6

figura 7.9: mop com 14 vértices, que não é (3k+2,5)-maxregular,

possuindo 4 5 ) = 5 e em cuja sgh ocorre a cadeia [4,4].

Seja G um grafo periplanar maximal com n = 3k vértices, k 2 2.

G é 5-maxregular se, e somente se, em G ocorre uma das duas

freqüências de graus:

i)a(5) =2k - 3; 0(2)= k + 1; a(3) = 1; 0(4)= 1, para kímpar;

ii) a(5) = 2k - 3; a(2) = k ; a(3) = 3.

Prova: Seja G um mop com n = 3k vértices, k 2 2.

(3) Suponhamos que G seja (n,5)-maxregular. Pelo lema anterior, G possui a(5) =

2k - 3. Daí, como a soma de todos os graus de G é 4n - 6, sobram 2k + 9 graus

para serem distribuídos pelos k + 3 vértices restantes. Considerando-se a

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biconexidade dos mops e observando-se que 2k + 9 = 2(k + 3) + 3, obtemos

como resultado dessa distribuição, a(2) = k + 3 - t, 1 5 t 5 3, onde os t vértices

possuem graus maiores que 2, gerados pela decomposição de 3 em t parcelas.

Assim, as 3 possibilidades dessa distribuição nos fornecem as freqüências de

graus, apresentadas na tabela da figura 7.10:

O caso 1 é inviável para mops, pelo teorema 4.4. O segundo caso não realiza

mops quando k é par. Caso contrário, suponhamos G' um mop com a(5) =

2k - 3, a(2) = k + 1,043) = 1 e a(4) = 1, onde k seja par. Então, pelo corolário

4.9, a cadeia [2,4,2] ocorre uma vez em sgh-G'. Daí, podemos obter um mop

G" pela inclusão de um 2-vértice em G' entre os vértices correspondentes aos

graus 2 e 4 desta cadeia. Então, G" possui 3k + 1 vértices com 4 5 ) = 2k - 2,

0(2) = k + 1, a(3) = 2 e a(4) = 0, onde k é par, contrariando o corolário 7.4.

Nos demais casos, a realização das freqüências é garantida, respectivamente,

pelas seguintes famílias de mops: k - 1 k - 3

i) sgh-G = [3,2]0[5,2,5]~ o[2,4,2,5]o[5,2,5]2, se k é ímpar e k 2 2

caso 1

caso 2

caso 3

k - 2 k - 2

[3,2]0[5,2,5]20[5,2,3,3]o[5,2,5]2, se k é par e k 2 2; ii) sgh-G =

k - 3 k - 3

[3,2]0[5,2,5]20[5,3,2]2 0[5,2,512, se k é ímpar e k 2 2;

figura 7.10: possíveis freqüências de graus para mops, com 4 5 ) máximo.

k + 2

k + l

k

a(5)

2 k - 2

2 k - 3

2 k - 3

Na figura 7.1 1, o grafo Gi ilustra o mop com n = 15 vértices da primeira família;

os grafos G2 e G3 ilustram, respectivamente, os mops de ordem n = 12 e n = 15

da segunda família.

(e) Imediata, pelo lema anterior.

a(3)

O

1

3

a(4)

O

1

O

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VII.3.3

Teorema 7.1

figura 7.11: mops (3k,5)-maxregulares, para k = 4 e k = 5.

Caracterização dos MOPs (n,5)-Maxregulares

Seja G um grafo periplanar maxirnal com n 2 6 vértices. G é

(n,5)-maxregular se, e somente se, G possui

2 (i) 4 5 ) = - (n - 4) - 1,

3 se n = 6k+ 1, k 2 l e

(ii) a ( i ) = 1; (n - 4)] , caso contrário

Prova: Seja G um mop com n 2 6 vértices.

( ) Suponhamos que G seja (n,5)-maxregular. Tomemos n = 3k + i, onde k 2 2 e

i = O, 1,2.

Se i = 1, dos lemas 5.6 e 5.7, temos 0(5) = 2k - 2, quando k é ímpar, e 0(5) =

2k - 3, quando k é par. Para k ímpar, fazendo-se k = 2t + 1, t 2 1, obtemos

2 n = 6t + 4 e 0(5) = 4t = - (n - 4) ; para k par, fazendo-se k = 2t, t 2 1, 3

2 obtemos n = 6 t + 1 e 0(5)= 4 t - 3 = -(n - 4)- 1; 3

Se i = 2, do lema 7.4, temos 0(5) = 2k - 2. Daí, 0(5) = 2 ( n - 2 ) - 2 = 3

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n Se i = O, do lema 7.5, temos a(5) = 2k - 3. Daí, a(5) = 2- - 3 = 3

2 Logo, G possui 0(5) = -(n - 4)- 1, se n = 6k + 1, onde k é par e k 2 1, ou 3

a(5) = - (n 4) , caso contrário. L: - 1 (e) Imediata, pelos lemas 5.6, 5.7, 5.8 e 5.9, tomando-se n = 3k + i, i = 0, 1,2. . VII.4 MOPs (n,r)-Maxregulares, r 2 6

Analogamente a construção do mops (n,5)-maxregulares, iniciamos esta seção

determinando os valores de n para os quais são encontradas as freqüências de graus

hamiltonianas dos mops básicos (n,r)-maxregulares, r 2 6, através da regra básica 2.

Primeiro, verificamos a realização destas freqüências para o caso particular r = 6, onde

caracterizamos os mops básicos (n,6)-maxregulares. Em seguida, determinamos os mops

básicos (n,r)-maxregulares, para r 2 7 qualquer. Por fim, caracterizamos os mops (n,r)-

maxregulares, r 2 6, para todo n.

VII.4.1 MOPs Básicos (n,r)-Maxregulares, r 2 6

Consideremos a construção de mops (&r)-maxregulares, r 2 6, pela regra

básica 2. Desejamos obter o valor de n o mais próximo possível da soma

a(r) + 0, (2) + a, (3), que, pela regra básica 2, temos w (2) = a(r) e

1 w, (3) = (r - 6)a(r). Daí, n E (r - 4)w(r). Assim, grosso modo, - dos vértices do r - 4

1 r - 6 mop recebem grau r; - dos vértices do mop recebem grau 2; - dos vértices do r - 4 r - 4

mop recebem grau 3. Uma freqüência assim constituída não realiza um mop, tendo em

vista que os vértices não equilibradores, existentes em qualquer mop, não foram ainda

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considerados. A seguir, levando-se em conta outras condições necessárias para mops,

determinamos as freqüências de graus para os mops básicos (n,r)-maxregulares, r 2 6.

Seja uma freqüência de graus onde o(r) = x; w(2) = x; o(3) = (r - 6)x . Para

tornar esta freqüência realizável para mop, devemos acrescentar os vértices de um

conjunto V', satisfazendo as seguintes condições:

i) V' deve ser de cardinalidade mínima, para garantir que o(r) = x seja máximo em

relação ao n obtido;

ii) pelo lema 6.3, V' deve conter N, o conjunto dos não equilibradores;

iii) pelo teorema 4.4, a frequência obtida com a inclusão de V' deve satisfazer a

desigualdade o(3) + o(4) 2 2;

iv) pelo corolário 3.5, (4 - d(v)) = 6. Como neste caso o(r) = o(2), dependendo da v € V'

alternativa tomada para N (que é constituído somente de vértices de grau 2 e 3) devemos

ter ainda alguns vértices de grau 4, para satisfazer a condição necessária expressa no

teorema 4.2. Obtemos, então, os quatro casos a seguir:

caso 1: V' contém N, onde õ (2 ) = 3 e õ (3 ) = O. Então, o(r) = x; o(2) = x + 3;

o(3) = (r - 6)x; o(4) 2 3. Seja 4 4 ) = y. Assim, n = (r - 4)x + 3 + y. Portanto,

n - 3 - y x = . Neste caso, x é máximo quando y = 3; r - 4

caso 2: V' contém N, onde õ (2 ) = 2 e õ (3 ) = 2. Então, o(r) = x; o(2) = x + 2;

o(3) = (r - 6)x + 2; o(4) 2 2. Seja o(4) = y. Assim, n = (r - 4)x + 4 + y. Portanto,

n - 4 - y x = . Neste caso, x é máximo quando y = 2; r - 4

caso 3: V' contém N, onde õ (2 ) = 1 e õ (3 ) = 4. Então, o(r) = x; o(2) = x + 1;

o(3) = (r - 6)x + 4; o(4) r 1. Seja o(4) = y. Assim, n = (r - 4)x + 5 + y. Portanto,

n - 5 - y x = . Neste caso, x é máximo quando y = 1. r - 4

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caso 4: V' contém N, onde õ ( 2 ) = O e õ (3 ) = 6. Então, o(r) = x; 4 2 ) = x ;

o(3) = (r - 6)x + 6; o(4) = 0. Assim, n = (r - 4)x + 6.

Em qualquer dos quatro casos n = (r - 4)x + 6, x 2 1, e o valor de o(r) = x

n - 6 máximo é dado por x = - r - 4 '

Definimos mops básicos (v)-maxregulares, r 2 6, como os obtidos da

construção básica, resultante da regra básica 2, tendo n = (r-4)x + 6 vértices, x r 1, cuja

frequência de graus é dada por uma das seguintes alternativas:

i) o(r) = x; 4 2 ) = x + 3; o(3) = (r - 6)x; o(4) = 3;

ii) o(r) = x; o(2) = x + 2; 4 3 ) = (r - 6)x + 2; o(4) = 2;

iU) o(r)=x; 0 (2 )=x+1 ; o(3)=( r -6)x+4; o(4)=1;

iv) o(r) = x; o(2) = x ; o(3) = (r - 6)x + 6; 4 4 ) = 0.

Os próximos lemas estudam a realização destas freqüências de graus para o caso

particular r = 6, onde n é par e n 2 7. Verifica-se, então, que os mops básicos (n,6)-

maxregulares existem, exceto para a frequência de graus obtida no primeiro caso e

quando n # 12.

Lema 7.6 Exceto para n = 12, não existe mop com n vértices, n par, com a seguinte

n - 6 frequência de graus: o(6) = - 2

n - 6 + 3 ; 0 ( 3 ) = 0 ; ~ ( 4 ) = 3 . ; o(2) = - 2

" -6 ; o(2)= - Prova: Seja a freqüência de graus dada por o(6) = - 2

n - 6 +3; o(3)=0; 2

o(4) = 3, paran 2 7 e n par.

Para n = 8 e n = 10, qualquer seqüência de graus formada, a partir da frequência

de graus correspondente, contém a cadeia proibida [2,4,2,4,2] e, portanto, não

realiza mop;

Para n = 12, o mop CZ, definido no capítulo anterior por sgh-C1 =

[2,4,2,6,2,4,6,2,4,6], mostra uma realização da frequência de graus neste caso;

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Seja n 2 14. Suponhamos que exista um rnop G, cuja frequência de graus

satisfaça a hipótese. Como w(3) = O e w(2) = w(6) + w(4) em G, pelos corolários

4.1 e 4.4 que proíbem as cadeias [2,2] e [2,4,2,4,2], a sgh-G deve ser da forma

[6,2,4,2]0[6,2]Po[6?2~4,2]0[6,2]qo[6,2,42][6,2]r7 onde p, q, r 2 O e p + q + r =

"-I2 . Então, eliminado-se todos os valores 2 de sgh-G de acordo com o 2

corolário 3.7, obtemos um rnop G' diferente do rnop coroa Ci, cuja sgh-G' é

constituída somente de 2 e de 4, contrariando o teorema 4.5. Portanto, esta

freqüência não realiza mop.

Lema 7.7 Seja G um grafo periplanar maximal com n 2 7 vértices. G é rnop básico

(n,6)-maxregular se, e somente se, ou G é o grafo coroa C2, neste caso

n = 12, ou G possui uma das seguintes freqüências de graus, com n par:

n-6 n - 2 i) w(6) = -, w(2) = 7, w(3) = 2 e w(4) = 2; 2

n-6 n - 4 ii) w(6) = 3-, "(2) = 2-? 0(3) = 4 e 0(4) = 1;

n - 6 n-6 iii) w(6) = -, w(2) = - e w(3) = 6, para n 2 10. 2 2

Prova: Seja G um grafo periplanar maximal com n vértices, n 2 7.

(3) Suponhamos que G seja um rnop básico (n,6)-maxregular. Daí, por definição, G

é a realização de uma das seguintes freqüências de graus, obtidas pela regra

básica 2, onde n é par:

n - 6 n caso 1: w(6) = --; w(2) = -; w(3) = 0; w(4) = 3. O rnop coroa Cz, definido no

2 2

capitulo anterior por sgh-C2 = [2,4,2,6,2,4,6,2,4,6], é a única realização desta

frequência de graus, para n = 12, pois qualquer permutação entre 4 e 6

acarretaria a ocorrência da cadeia proibida [2,4,2,4,2]. O lema anterior prova que

esta frequência não realiza mops para os demais valores de n.

n - 6 n - 2 caso 2: w(6) = T , m(2) = , w ( 3 ) = 2 e 4 4 ) = 2; 2

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n - 6 n - 6 caso 4: a(6) = -, a(2) = - 2 2 e 0(3)=6.

As famílias de mops, definidas a seguir, mostram a existência de realizações para

as freqüências de graus nos três últimos casos, valendo o caso 4 somente para

n 2 10, quando temos a(2) 2 2. Ou seja, existem os mops básicos para estas três

últimas freqüências. 2 k-3

[2,3,41 O [2,6 {'I 0 [2,4,3], se n = 4k, k 2 2; sgh-G =

Lk- 11 [2,4,3] 0 [2,6] 0 [2,4,3], se n = 4 k + 2, k > 2.

A figura 7.12 ilustra os mops de ordem n = 12 e n = 14 de cada uma destas

famílias, respectivamente. Pela construção básica estas frequências de graus,

n - 6 apropriadas para n par, são as únicas que possuem a(6) = 2, e este é o maior

valor possível para a(6), quando n é par. Portanto, se G possui 12 vértices, temos

que G = C2; para os demais valores de n, G possui uma das três freqüências de

graus enunciadas por este lema. Entretanto, desejamos observar que G não

pertence necessariamente a uma das três famílias definidas no decorrer desta

prova.

(e) Suponhamos que o mop G possua um número par de vértices e que seja ou o

grafo coroa C2, neste caso n = 12, ou possua uma das três frequências de graus

dadas no enunciado deste lema. Então, G é uma realização de uma das

frequências de graus obtidas pela regra básica 2. Daí, por definição, G é um mop

básico (n,6)-maxregular.

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figura 7.12: mops básicos (n,6)-rnaxregulares, para n = 12 e n = 14.

Embora as freqüências de graus dos mops básicos (n,6)-maxregulares, com n 2 7

e n par, tenham sido bem caracterizadas pelo lema 7.7, diferentes famílias de mops

realizam as tais freqüências de graus, ou seja, para cada freqüência de graus obtida

existem mops básicos não isomorfos. Este fato é ilustrado com os mops G1, G2 e G3 da

figura 7.13, todos de ordem n = 14, cujas sequências de graus hamiltonianas são: sgh-

G1 = [2,6,2,3,6,2,4,3,2,672767274], sgh-G2 = [2,6,2,3,6,2,4,3,2,6,3,2,6,3] e sgh-G3 =

[2,3,3,6,2,3,6,2,3,3,6,2,3,6]. Podemos observar que estas seqüências de graus

harniltonianas são diferentes das obtidas pelas definições dadas no decorrer da prova do

lema 7.7, para n = 14.

figura 7.13: mops básicos (14,6)-maxregulares,

não isomorfos aos mops da figura 7.9

De acordo com a construção básica, os mops básicos (n,r)-maxregulares, r 2 7,

devem possuir n = (r - 4)k + 6 vértices, para k 2 1. Os próximos lemas estudam a

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realização das quatro diferentes freqüências de graus, obtidas na construção básica para

r 2 7 .

Lema 7.8 Não existe mop básico (n,r)-maxregular, onde r 2 7 e n = (r - 4)k + 6,

com uma das freqüências de graus dadas:

para k = l ,2;

n - 6 n - 6 n - 6 ii) o(r) = - o(2) = - r - 4 ' r - 4 ' ~ ( 3 ) = (r - 6)- + 6 e o(4) = 0,

para k = 1.

Prova: Seja r 2 7 e k = 1. Daí, n = r +2.

No caso i), obtemos o(r) = 1, o(2) = 4, o(3) = r - 6 e o(4) = 3. Suponhamos

que exista um mop G' com esta freqüência de graus. Como 4 2 ) = o(4) + o(r),

os valores 2 ocorrem na sgh-G' intercalados pelos valores 4 e r, porque as

cadeias [2,2] e [2,3,2] são proibidas pelos corolários 4.1 e 4.2. Daí, sgh-G' =

[2]0.. . o[4]0.. .0[2]0.. .0[4]0.. .o[2]0.. .0[4]0.. .0[2]0.. .o[r].. . onde os espaços vazios

são preenchidos pelos valores 3 da freqüência de G'. Mas, qualquer que seja a

alocação desses valores 3, e para qualquer que seja r 2 7, temos uma contradição,

tendo em vista as seguintes cadeias proibidas: [2,4,2,3] e [4,2,3,3], pelo corolário

4.3; [2,4,2,4,2], pelo corolário 4.4; [4,3,2,4,3], pelo teorema 4.1 aplicado ao mop

serpentina Sg; todas as cadeias reversas destas anteriores.

No caso ii) obtemos o(r) = 1, o(2) = 1, o(3) = r e o(4) = 0. Esta freqüência

não realiza mop, porque o(2) < 2.

Seja r 2 7 e k = 2. Daí, n = 2r - 2 e o(r) = 2, o(2) = 5, o(3) = 2(r - 6) e

o(4) = 3. Análogamente ao caso i) anterior, se G' é um mop com esta freqüência

de graus, temos duas possibilidades para sgh-G':

1230 ...o[ 410 ...o[ 210 ...o[ 410 ...o[ 210 . . . o [ ] . . . [ ] . . . [ r] . o [ 2 . o [ r] o... ou

[2]0 ...o[ 410 ...o[ 210 ...o[ 410 ...o[ 210 ...o[ r10 ...o[ 210 ...o[ 410 ...o[ 210 ...o[ r] o... onde os

espaços vazios são preenchidos pelos elementos 3. Neste caso também, qualquer

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que seja a alocação desses valores 3, e para qualquer que seja r 2 7, temos uma

contradição, tendo em vista as mesmas cadeias proibidas citadas anteriormente.

Lema 7.9 Seja G um grafo periplanar maximal com n vértices. G é básico (n,r)-

maxregular, r 2 7, se, e somente se, n = (r - 4)k + 6, para r 2 7 e k 2 1 e

G possui uma das seguintes frequências de graus:

para k 2 3;

n - 6 n - 6 n - 6 ii) w(r) = - r - 4 ' a(2) = - + 2, w(3) = (r - 6)-- + 2 e w(4) = 2; r - 4 r - 4

n - 6 n - 6 n - 6 iii) o(r) = - a(2) = - + 1, a(3) = (r - 6)- + 4 e 4 4 ) = 1; r - 4 ' r - 4 r - 4

n - 6 n - 6 n - 6 iv) a(r) = - 4 2 ) = - r - 4 ' r - 4 ' a(3) = (r - 6)- r - 4 + 6 e a(4) = 0,

para k 2 2.

Prova:

( ) Suponhamos que G seja um mop básico (n,r)-maxregular, r r 7. Daí, por

definição, G é a realização de uma das frequências de graus, apresentadas na

tabela da figura 7.14, obtidas pela regra básica 2, onde n = (r - 4)k + 6 para r 2 7

e k r l :

figura 7.14: freqüências de graus, obticias pela regra básica 2.

caso I

caso 2

caso 3

caso 4

Nr)

- n - 6 r - 4

- n - 6 r - 4

- n - 6 r - 4

- n - 6 r - 4

n - 6 -+3 r - 4

n - 6 -+2 r - 4

n - 6 - + I r - 4

n - 6 - r - 4

a(3)

n - 6 (r - 6)-

n - 6 (r - 6)- + 2

n - 6 (r - 6)- + 4

n - 6 (r - 6)- + 6

o(4)

3

2

1

O

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Pelo lema 7.8, não realizam mop as frequências: do caso 1, para k = 1 e k = 2, e

do último caso, para k = 1. Nas demais situações, as seguintes famílias de mops

garantem a realização das freqüências de graus encontradas:

1 [2,r,2,3,4], para k 2 3 e ímpar sgh-G =

k k - 4 1 ([31r - 0 [2, r])io[2,37472]o([r72] O [31r ') o[r,2,]o[31r - 0[4]0[3]' - 0

1 [2,r,2,3,4], para k > 3 e par;

f k + l k - 1

1 ([31r-' O [2, r])'o[2,3,4]0([3]'. 0 [2, r])To[2,4,3], para k > 1 e ímpar;

sgh-G = k k

I ([31r- [2, r]) '0[2,4,3]0([3]~-~ O [2, r])10[2,4,3], para k > i e par;

k - 1 k - 1 ( [3]'-40[2,r,3]o([3]'. 0 [2, r])To[2,4,3]o([3]'- 0 [2, r]) T, para k > 1 e I

ímpar; sgh-G =

k k - 2 ( [31r-'0[2,r,3]0([3]'-" 0 [2, r]) ~0[2,4,3]0([3]'- 0 [2, r])', para k > 1 e

I par;

k - 3 k - 1 ( [3]'-*0[2,r,3]0([3]'- 0 [2, r])To[3]'-50[2,r,3,3]o([3]'-6 0 [2, r]) i I

para k 2 3 e ímpar; sgh-G =

k - 2 I ([a]'- 0[2, r])lio[3]' 50[27r7373]o([31r 0 [2, r])? O[)]' - 50[2,r,373]

para k > 3 e par;

A figura 7.15 ilustra os mops básicos (n,8)-maxregulares de ordem n = 26 e n =

30, ou seja, para k = 5 e k = 6, de cada uma destas famílias, respectivamente.

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figura 7.15: mops (n,8)-maxregulares com freqüências de graus distintas, para n = 26 e n = 30.

Corolário 7.7 Todos os grafos periplanares maximais básicos (n,r)-maxregulares,

r 2 6, com n = (r - 4)k + 6 vértices, k 2 1, possuem o(s) = 0,

paras=5,6, ..., r - 1 e s > r .

Prova: Imediata dos lemas 5.1 1 e 5.13.

Caracterização dos MOPs (n,r)-Maxregulares, r 2 6

O lema a seguir nos dá um limite superior para o(r), r b 6, em qualquer mop de

ordem n > r + 1. A existência de mops possuindo esta quantidade limite de vértices de

grau r será mostrada pelo teorema de caracterização dos mops (n,r)-maxregulares, onde

r 2 6 e n 2 r + 1.

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l n - 6 1 Lema 7.10 Se G é um mop com n > r + 1 vértices, onde r > 6, então o(r) < L- r - 41.

Prova: Suponhamos que G seja um mop com n > r + 1 vértices, onde r > 6, possuindo

I - ' + 1. Podemos escrever n = (r - 4)k+ 6 +i , para algum k > 1 e o(') =

i I O < i < r - 5 . Assim, o(r) =Lk+- r - 41 + 1 = k + 1. Então, como a soma dos

graus dos vértices de G é 4n - 6, os rk - 5k + 5 + i vértices restantes possuem

juntos 3rk - 16k + 18 + 4i - r graus. Considerando-se a biconexidade dos mops e

como 3rk - 16k + 18 + 4i - r = 2(rk - 5k + 5 + i) + (r - 6)(k - 1) + 2 + 2i, o menor

valor possível para o(2) é dado por (rk - 5k + 5 + i) - {(r - 6)(k - 1) + 2 + 2i),

acarretando o(3) = (r - 6)(k - 1) + 2 + 2i e o(s) = O, s > 4 e s 3c r. Então, se em

G ocorre exatamente w(2) = r + k - 3 - i, temos que o(2) 2 r + k - 3 - (r - 5) =

k + 2 > o(r), onde o(s) = O, s 2 4 e s # r, contrariando o teorema 4.2. Ainda pela

biconexidade dos mops, cada vértice de grau 3 + t, t > 1, gera mais t vértices de

grau 2. Com isso, a desigualdade 4 2 ) > x o ( i ) se mantém. Assim, se G possui i > 3

algum vértice de grau maior que 3, além dos k + 1 vértices de grau r, temos a

desigualdade o(2) > &(i), contrariando o teorema 4.2. Com maior razão, a i > 3

mesma contradição ocorre supondo o(r) > k + 1. Portanto, quando n > r + 1,

- 61 G possui no máximo Lr - 4 1 vértices de grau r.

Teorema 7.2 Seja G um grafo periplanar maximal com n 2 r + 1 vértices, r 2 6.

G é (n,r)-maxregular se, e somente se, G possui

Prova: Seja G um grafo periplanar maximal com n > r > 6 vértices.

(3) Suponhamos que G seja (n,r)-maxregular.

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Se n = r + 1, então G é o mop LI, pelo teorema 5.5. Portanto, G contém um

único vértice de grau r.

Se n = (r - 4)k + 6 onde k 2 1, pelos lemas 7.7 e 7.9, G é básico e possui

Suponhamos n = (r - 4)k + 6 + i, 1 5 i 5 r - 5. Por hipótese, G possui o maior

número possível de vértices de grau r, entre os mops de ordem n. Vamos mostrar

I n - que existe um mop M, com n vértices, possuindo o(r) = L- ti I. Seja G' um r - 41

mop básico (n',r)-maxregular, onde n' = (r - 4)k + 6. Então, pelos lemas 7.7 e

7.9, qualquer que seja a freqüência de graus de G', ocorre o(r) + o(4) = 42) .

Como conseqüência, no ciclo hamiltoniano de G', os adjacentes de todos os

vértices de grau 4 possuem graus 2 ou 3. Seja v um vértice de G' de grau 4.

Então, podemos obter um mop M, com n vértices, pela inclusão sucessiva de i

2-vértices entre v e seu adjacente no ciclo harniltoniano. Neste caso, v terá grau

4 + i I r - 1 em M. Como todos os vértices de grau r em G' permaneceram com

l n - 6 1 seus graus inalterados, M possui o(r) = L- r - 41 . Daí e do lema anterior, como

l n - 6 1 G é (%r)-maxregular, G possui o(r) = L- r - 41.

(c) Suponhamos que G possua n = r + 1 e o(r) = 1. Então, G é o mop LI . Pelo

teorema 5.5, G é (%r)-maxregular. Suponhamos que G possua n > r + 1 vértices

- 61 e o(r) = i%]. Mops com essas características existem, tendo em vista as

famílias definidas no decorrer das provas dos lemas 7.7 e 7.9. Daí e do lema

anterior, G é (n,r)-maxregular. I.

Pelo teorema anterior e por um raciocínio análogo ao utilizado na prova do lema

7.10, podemos observar que nos mops (%r)-maxregulares, r 2 6, não ocorrem vértices de

grau superior a r. O mesmo acontece para os mops (n,r)-maxregulares para r = 4 e 5.

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Capitulo VIII

Tensão em MOPs

VIII. 1 Introdução

Iniciamos este capítulo introduzindo o conceito de tensão de uma aresta, que

realça a relação existente entre a aresta e suas extremidades. É um tipo de valoração de

arestas que, neste caso, depende dos graus dos seus vértices extremos. Utilizando esta

valoração de arestas, calculamos a tensão dos mops (a soma das tensões de todas as suas

arestas) pertencentes a cada uma das subfamílias definidas no capítulo IV e dos mops

básicos (n,5)-maxregulares. Para os demais mops (n,5)-maxregulares e para os básicos

(n,r)-maxregulares, r 2 6, determinamos um limite superior para as suas tensões, tendo

em vista a variedade de freqüências de graus e suas possíveis realizações. Determinamos,

ainda, a soma das tensões das arestas internas de algumas dessas famílias de mops.

Provamos que os grafos serpentinas possuem a maior tensão e, como conseqüência, os

gregas a maior tensão interna entre todos os mops de mesma ordem.

Consideremos o grafo G, representado na memória por listas de adjacência. A

operação de acesso a uma aresta qualquer (v,w) de G é uma operação usual em

computação, com a finalidade de verificar a existência da aresta no grafo, recuperar

informações associadas a (v,w) ou mesmo para removê-la. Chamamos esta operação

exzste-aresta. A tensão de uma aresta, por nós definida neste capítulo, modela o custo

computacional do pior caso da operação existe-aresta, tendo em vista que, para executá-

la, é necessário percorrer a lista de adjacência de um de seus vértices extremos. Então, o

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escolhido deve ser o de menor grau por ser o que acarreta menor número de

comparações.

Em seguida, como exemplo de utilização da operação existe-aresta, citamos os

algoritmos de reconhecimento da periplanaridade de SYSLO (1978), MITCHELL

(1979) e WIEGERS (1987). Discutimos estes algoritmos e levantamos questões sobre o

estudo de suas complexidades. Apresentamos, então, o Algoritmo PERI-TESTE por nós

construído, que soluciona estes questionarnentos. O algoritmo utiliza uma estrutura de

dados simples e possui o mop grega como seu pior caso.

VIIL2 Cálculo das Tensões dos MOPs

Consideremos um grafo G(V,E,t) valorado por arestas, onde a tensão de uma

aresta e E E é dada pelo menor dos graus dos seus vértices extremos, como definido

pela função

t: E + N

e = (a, b) H rnin(grau(a), grau(b)).

Definimos tensão do grafo G, denotado por T(G), como a soma das tensões de

todas as arestas de G, isto é, T(G) = t(e). No caso particular dos mops, podemos e €E

determinar a tensão interna do grafo, TI(G), obtido quando somente as arestas internas

são consideradas.

No caso particular dos mops, obtemos os seguintes resultados.

Lema 8.1 Num mop, 2a(2) arestas possuem tensão 2 e são necessariamente

externas.

Prova: Pela biconexidade dos mops, as duas arestas incidentes a cada vértice de grau 2

possuem, ambas, tensão 2. Por outro lado sabemos que, se num dado grafo

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hamiltoniano existem vértices de grau 2, suas duas arestas incidentes pertencem a

todos os ciclos hamiltonianos do grafo. Portanto, num mop, tais arestas

pertencem ao seu único ciclo hamiltoniano e são, conseqüentemente, externas. I

Este lema nos dá exatamente o número de arestas de tensão 2 de um dado mop.

No entanto, considerando-se somente a freqüência dos graus, não é possível generalizar

tal resultado para as demais tensões. Apesar disso, no próximo lema, conseguimos

estabelecer limites para o número de arestas de tensão 3. Mais adiante, nos lemas 8.8 e

8.9, apresentamos outros limites.

Lema 8.2 Num mop, 2a(3) I x I 30(3), onde x é a quantidade de arestas de

tensão 3.

Prova: Pelo corolário 4.2, cada vértice de grau 3 pode ter como adjacente no máximo

um vértice de grau 2. Como os demais graus de um mop são iguais ou maiores

que 3, podemos ter duas situações limites: cada vértice de grau 3 possui um

vizinho de grau 2, acarretando a primeira desigualdade; todos os vértices de grau

3 possuem adjacentes de grau 3 ou mais, implicando na segunda desigualdade. I

A seguir estabelecemos as tensões e as tensões internas dos mops leque,

serpentina, grega e coroa.

Prova: Seja um grafo leque com n vértices. Temos: 2a(2) = 4 arestas possuem tensão 2;

todas as demais 2n - 7 arestas possuem tensão 3. Logo, T(L) = 8 + 3(2n - 7) =

= 6n - 13. Sabendo-se que quatro arestas externas do grafo leque possuem

tensão 2 e as n - 4 arestas externas restantes possuem tensão 3, obtemos

imediatamente TI&) = 3n - 9.

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Lema 8.4 T(SJ = 8n - 24 e TI(&) = 4n - 14, para n 2 6.

Prova: Seja G um grafo serpentina com n 2 6. Temos: 20(2) = 4 arestas possuem tensão

2; para cada vértice de grau 3, uma das suas arestas incidentes possui tensão 2

(portanto, sua tensão já está contabilizada) e as outras duas têm tensão 3, então

quatro arestas possuem tensão 3; as demais 2n - 11 arestas possuem tensão 4.

Logo, T(S,) = 8 + 12 + 4(2n - 11) = 8n - 24. Sabendo-se que quatro arestas

externas do grafo serpentina possuem tensão 2, duas arestas externas possuem

tensão 3 e as n - 6 arestas externas restantes possuem tensão 4, obtemos

imediatamente TI(Sn) = 4n - 14.

Lema 8.5 T(Gk) = 8n - 30 e TI(Gk) = 6n - 30, onde n = 2k, k 2 4.

Prova: Seja um grafo grega de parâmetro k 2 4, isto é, com n = 2k 2 8 vértices. As n

arestas externas têm tensão 2; para cada vértice de grau 4, duas de suas arestas

incidentes são externas e as outras duas têm tensão 4, então quatro arestas

internas têm tensão 4; para cada vértice de grau 5, duas de suas arestas incidentes

são externas, uma delas é incidente ao vértice de grau 4(portanto, sua tensão já

está contabilizada) e as outras duas têm tensão 5, então quatro arestas internas

têm tensão 5; as demais n - 11 arestas internas têm tensão 6. Logo, T(Gk) =

2n + 16 + 20 + 6(n - 11) = 8n - 30. Sabendo-se que as n arestas externas do

grafo grega possuem tensão 2, obtemos imediatamente TI(&) = 6n - 30.

Lema 8.6 T(Ck) = 8n - 610g2 - 18 e TI(Ck) = 6n - 610g2 - 18, onde n = 3.2k,

Prova: Por definição, um grafo coroa com n = 3.2k vértices, k 2 0, possui 3 vértices de

grau 2(k + I), correspondentes ao triângulo mais interno do grafo, e 3.2'-'

vértices de grau 2(k - i + I), para 1 5 i 5 k. Observando a sua construção

recursiva, feita em camadas, verificamos que todos os vértices de uma camada

nova possuem grau 2 e todos os graus dos vértices já existentes ficam

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aumentados de duas unidades. Portanto, a partir do triângulo inicial, cada vértice

de grau 2(k - i + I), 1 I i I k, é adjacente a exatamente dois vértices de graus

superiores ao seu (vértices pertencentes as camadas mais internas) e, existindo

outros adjacentes, todos os demais são de graus inferiores. Então, um grafo

coroa Ck possui 3 arestas de tensão 2(k + 1) e 6.2"l arestas de tensão

2(k - i + I), 1 I i I k. Portanto, a tensão do grafo coroa Ck é dado por:

= 8n - 610g2 - - 18, onde n = 3.2k, k 2 0. (11 Sabendo-se que as n arestas externas do grafo coroa possuem tensão 2,

obtemos imediatamente TI(Ck) = 6n - 610g2[:) - 18.

O próximo lema determina a tensão de qualquer mop básico (n,5)-maxreguIar.

Este resultado mostra que, para r = 5, embora a frequência básica de graus possua

diferentes realizações, a tensão de qualquer mop básico (n,5)-maxregular é única. O

mesmo não podemos garantir para os demais mops (~5)-maxregulares. Entretanto, o

lema 8.10 dá um limite superior para a tensão de todos eles.

Lema 8.7 Se G é um mop básico (~5)-maxregular, então T(G) = 8n - 27.

Prova: Seja G um mop básico (n,5)-maxregular. Pelo corolário 7.1, G possui a

frequência de graus: a(5) = 2k - 2; a(2) = k + 1; a(3) = 2, para n = 3k + 1

vértices, k 2 3 e ímpar. Então, independentemente da realização desta freqüência,

G possui: 2(k + 1) arestas de tensão 2, pelo lema 8.1; quatro arestas de

tensão 3, tendo em vista corolário 4.8; as demais 4k - 7 arestas de tensão 5.

Portanto, T(G) = 24k - 19, onde n = 3k + 1.

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Quando uma frequência de graus que define uma subfamília de mops possui

diferentes realizações, surge o problema de determinar um limite superior para a tensão

de mops que sejam realizações desta frequência. Neste caso, dada uma frequência de

graus, devemos construir uma relação de adjacência para um suposto rnop de tal forma

que possua a maior tensão possível. Ou seja, qualquer outro rnop com tal freqüência de

graus possui tensão inferior a obtida a partir dessa relação de adjacência. Os dois

próximos lemas serão utilizados para fiindamentar o procedimento de cálculo desse

limite.

Lema 8.8 Num rnop qualquer e para um dado grau r, se x o ( r i ) > 2, no máximo r i > r

2 x o ( r i ) - 3 arestas possuem tensões iguais ou maiores que r; r i > r

se x u ( r i ) = 1, nenhuma aresta possui tensão r. r i > r

Prova: Suponhamos que x o ( r i ) > 2, num rnop G. Então, o maior número de arestas r i t r

interligando estes o(ri) vértices, sem perda da periplanaridade, é dado por r i > r

2 x o ( r i ) - 3. Este número corresponde ao de um "mini-mop", contido em G, r i > r

onde nenhuma outra aresta pode ser incluída (neste caso, com tensão igual ou

maior que r) sem a perda da periplanaridade. Com isso, qualquer outra aresta do

rnop terá um de seus vértices extremos de grau inferior a r, ou seja, sua tensão

será menor que r. Caso x o ( r i ) = 1, nenhuma aresta possui tensão r, por r i > r

definição de tensão.

Corolário 8.1 Seja r o maior grau de uma frequência de graus realizável para

mops. Então, em qualquer rnop que seja realização desta

freqüência, se o(r) 2 2, no máximo 2o(r) - 3 arestas possuem

tensão r; se o(r) = 1, nenhuma aresta possui tensão r.

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Prova: Imediata do lema anterior.

Lema 8.9 Sejam a frequência de graus de um mop e qualquer uma de suas

realizações. Suponhamos que yi denote a quantidade de arestas de

tensão ri. Para qualquer que seja o grau r,, se x o ( r i ) > 2, e se existem r i > r ,

2 o(ri) - 3 arestas de tensões superiores a r,, então yj < 2m(rj). r i > r j

Além disso, se y, = 2o(r,) + q, então no máximo 2 x o ( r i ) - 3 - q l i > I )

arestas possuem tensões superiores a rj.

Prova: Seja G um mop realização de uma dada frequência, onde k r 2 vértices possuam

graus maiores que um dado grau r. Pelo lema anterior, no máximo 2k - 3 arestas

possuem tensões maiores que r em G. Suponhamos que G possua 2k - 3 arestas

de tensões maiores que r. Seja v um vértice qualquer de grau r em G (os demais

vértices de G são de graus menores ou iguais a r). A figura 8.1 mostra um

esquema representativo de G, onde o vértice v, de grau r, possui grau menor

do que cada vértice ui, 1 < i < k. Então, somente duas arestas incidentes a v são

também incidentes a vértices ui., (ambas de tensão r). Caso contrário, não existem

2k - 3 arestas (de tensões maiores que r) ligando os vértices ui7, entre si, pois para

que a periplanaridade seja mantida, se a aresta (v,u4) existe, alguma aresta

( ~ i , ~i+i), CU~OS vértices extremos sejam adjacentes a v, não pode existir. Como as

demais r - 2 arestas incidentes a v possuem tensões iguais ou menores que r,

quando uma aresta do tipo (ui, ui+i) é trocada por uma do tipo (v&, mantida a

frequência de graus e a periplanaridade do grafo, há uma diminuição na

quantidade de arestas de tensão superior a r se comparada com a do mop G

(onde 2k - 3 arestas possuem tensões superiores a r). Se considerarmos a

possibilidade de alguns dos vértices ui., possuírem também grau r, o mesmo

raciocínio pode ser feito, observando-se que, em alguns casos, a troca de arestas

pode ser feita entre arestas do tipo (ui, u ~ + ~ ) e do tipo (v,us), ambas de tensão r.

Neste caso, as quantidades de arestas de tensões superiores a r e de arestas de

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tensão igual a r não se alteram. Em qualquer hipótese, aplicando-se o mesmo

raciocínio sucessivamente para todos os vértices de grau rj, temos que yj = 20(rj)

é a maior quantidade de arestas de tensão rj, que permite a existência no rnop G

de 2 C o(ri) - 3 arestas de tensão superior a r,. . r i > r j

figura 8.1: Num mop, para a aresta ( v , ~ ) existir, o vértice u3 tem que tornar-se externo.

Portanto, dada uma freqüência de graus realizável para mop, com vértices de

graus superiores a 4 (caso contrário, o rnop seria o serpentina), o procedimento a seguir

resolve o seguinte problema: maxirnizar C ri yi , sabendo-se que C yi = 2n - 3;

yi 5 20(ri), para todo grau ri, exceto o de maior valor e, possivelmente, o de valor

imediatamente inferior. As restrições relativas a estes dois maiores graus, são obtidas por

análise de casos e aplicação dos resultados anteriores. Vale lembrar que, em qualquer

mop, existem exatamente 20(2) arestas de peso 2.

Procedimento TENSAO - LIMITE

(Calcula o limite superior para a tensão de um mop, dada uma freqüência de graus)

Entrada: freqüência de graus realizável para mop;

Saída: limite superior para a tensão, qualquer que seja realização da freqüência de graus;

passo 1 : (pelo corolário 8.1)

Sejam r o maior grau da freqüência e

s o grau imediatamente inferior a r na freqüência;

se o(r) = 1, então consideramos 2 (o(@ + 1) - 3 arestas de tensão s;

senão, consideramos 2o(r) - 3 arestas de tensão r;

passo 2: (pelo lema 8.9)

se o(r) = 1, consideramos que 2w(ri) arestas possuem tensão ri, para todo grau ri < S.

senão, consideramos 20(ri) arestas de tensão ri, para todo grau ri < r;

passo 3: (definição de tensão de um mop)

TENSÃO-LIMITE é a soma das tensões de todas as arestas.

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A figura 8.2 mostra dois mops não-básicos (13,5)-maxregulares, possuindo a

mesma frequência de graus, porém de tensões diferentes, isto é, T(G1) = 77 e T(G2) =

76. Aplicando-se o procedimento anterior a freqüência de graus destes mops, obtemos o

valor 77. Podemos observar que a tensão do mop G2 é menor que esse limite, porque

nele existem 2o(4) + 1 arestas de tensão 4 e, conseqüentemente, uma aresta de tensão 5

a menos que em G1.

figura 8.2: mops (13,5)-maxregulares de mesma freqüência de graus, com tensões diferentes.

Nos dois próximos lemas calculamos, respectivamente, o limite superior para a

tensão de todos os mops (n,5)-maxregulares, com o(5) 2 2, e de todos os mops básicos

(n,r)-maxregulares, r 2 6, com o(r) 2 2. Deixamos de calcular o limite das tensões para

os mops com o(r) = 1 pertencentes a estas duas subclasses, porque possuem número de

vértices muito pequenos. Entretanto, se desejarmos, o cálculo poderá ser efetuado,

utilizando procedimento anterior.

Lema 8.10 Se G é um mop (n,5)-maxregular com n vértices, n 2 8, então

T(G) 5 8n - 27.

Prova: Seja G um mop (n,5)-maxregular com n vértices, n 2 8.

Se n = 3k + 1, onde k 2 2 e ímpar, o resultado vale, pelo lema 8.7.

Se n = 3k + 1, com k 2 3 e par, pelo corolário 7.4, G possui uma das seguintes

freqüências de graus:

o(5)=2k-3; o ( 2 ) = k + 2 - j ; (u(3)=2j- 1; o(4)=3-j , para j = 1 7 2 e 3 .

Nos três casos, 0(5) 2 2. Pelo procedimento TENSÃO-LIMITE, obtemos:

2(2k - 3) - 3 arestas de tensão 5;

2(3 - j) arestas de tensão 4;

2(2j - 1) arestas de tensão 3;

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2(k + 2 - j) arestas de tensão 2.

Então, T(G) 1 24k - 19 = 8n - 27.

Se n = 3k + 2, onde k r 2, pelo corolário 7.5, G possui uma das seguintes

freqüências de graus:

a(5) = 2k - 2; 4 2 ) = k + 2 - j; 4 3 ) = 2j; a(4) = 2 - j, para j = 0, 1 e 2,

valendo j = O somente para k par.

Nos três casos, 4 5 ) 2 2. Pelo procedimento TENSAO-LIMITE, obtemos:

2(2k - 2) - 3 arestas de tensão 5;

2(2 - j) arestas de tensão 4;

2(2j) arestas de tensão 3;

2(k + 2 - j) arestas de tensão 2.

Então, T(G) 1 24k - 1 1 = 8n - 27.

Finalmente, se n = 3k, onde k 2 3, pelo corolário 7.6, G possui uma das seguintes

frequências de graus:

a (5)=2k-3 ; 0 (2 )=k+ 1 -j; a ( 3 ) = 2 j + l ; a (4)=1 -j, para j = O e l .

Nos três casos, 0(5) 2 2. Pelo procedimento TENSAO-LIMITE, obtemos:

2(2k - 3) - 3 arestas de tensão 5;

2(1 - j) arestas de tensão 4;

2(2j + 1) arestas de tensão 3;

2(k + 1 - j) arestas de tensão 2.

Então, T(G) 124k - 27 = 8n - 27.

Logo, se G é um mop (n,5)-maxregular com n 2 8 vértices, T(G) 1 8n - 27.

Lema 8.11 Seja G um grafo periplanar maximal com n = (r - 4)k + 6 vértices, r 2 6 e

k 2 2. Se G é (n,r)-maxregular e, conseqüentemente, básico, então

T(G) 5 8n - 12 -3r.

Prova: Seja G um mop com n = (r - 4)k + 6 vértices, r 2 6 e k 2 2. Pelos lemas 7.7 e 7.9,

G possui uma das seguintes freqüências de graus:

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n - 6 n -6 n - 6 ao-) = x; ~ ( 2 ) = ~ + 3 - j ; o(3)=(r-6)-+2j; r - 4 0(4)=3- j , para

j = 0, 1, 2 e 3, valendo j = O e r = 6, somente quando k = 2; j = O e r 2 7,

somente quando k 2 3.

Em todos esses casos, o(r) 2 2. Pelo procedimento TENSÃO-LIMITE,

obtemos:

n -6 2-- 3 arestas de tensão r; r - 4

2(3 - j) arestas de tensão 4;

2[(r - 6)- + 2j] arestas de tensão 3; r - 4

2 ( 3 + 3 - j) arestas de tensão 2.

Então, T(G) I 8n - 3r - 12.

É imediato verificar que, entre os mops avaliados até agora, o mop serpentina é o

de maior tensão. Contudo, no teorema a seguir mostramos que o grafo serpentina é o

mop de maior tensão entre todos os mops. Como conseqüência, o grafo grega é o que

possui a maior tensão interna.

Teorema 8.1 Os serpentinas S, e o coroa Cl são os grafos periplanares

maximais de tensão máxima.

Prova: Seja G um mop qualquer, com n vértices.

Se G não possui vértices de graus maiores que 4, isto é, S = 0, então G = S, ou

G = Ci, pelo teorema 6.2. Então, T(G) = 8n - 24.

Suponhamos que G possua pelo menos um vértice de grau maior que 4, isto é,

/S/ 2 1. Suponhamos, ainda, que a diversidade de graus acima de 4 em G seja

dada por k 2 1. Então, para 1 5 i 5 k , consideremos o(4 + h;) = x;, onde xi # 0,

k

ISI = Z x , + O e O < hl < ... < h. Consideremos, ainda, 4 4 ) = xo > O. Pelo i = l

k

lema 6.2 e por definição de equilibrador, em G existem m(3) = hixi - 2p e i = l

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w42) = p, para algum O 5 p 5 , e, pelo lema 6.3, existem

õ (2) = 3 - q e õ (3) = 2q, para algum O 5 q I 3. Daí, a freqüência de graus

de G pode ser representada genericamente por:

k

o(4 +h;) =xi, para 0 < i i k; w(3) = C h i x i - 2p + 2q; ~ ( 2 ) = p + 3 - q, i = l

~ f = ~ hixi onde O 5 p 5 1 e O i q i 3 .

k k

Portanto, o número de vértices de G é dado por n = z x i + C hixi - p + q + 3. i = O i = l

Calculamos o limite superior para a tensão de todos os possíveis mops que são

realizações desta frequência de graus, incluindo aí o próprio G, aplicando o

procedimento Tensão-Limite. Isto será feito em duas etapas: uma considerando

xk = 1 e outra para xk 2 2.

Suponhamos xk = 1. Pelo procedimento TENSÃOLIMITE, obtemos:

2 ( x ~ - ~ +I)- 3 arestas de tensão 4 + hk.1;

2 a - 2 arestas de tensão 4 + h - 2 ;

2 ~ k - ~ arestas de tensão 4 + hk-3;

2 Q arestas de tensão 4;

hixi - 2p + 2q) arestas de tensão 3; i = l

2(p + 3 - q) arestas de tensão 2.

Daí,

k-1 k

P(G)< (2xk-, - 1)(4+ h,,) + 2 ~ x k , ( 4 + h k , ) + 8 % + 6 C h i x i - 8p+ 8q+ 12 i = 2 i = l

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5 8n-26, pois xk=l , h 2 1 e h - 1 2 0 .

Então, T(G) 5 8n - 26 < 8n - 24 = T(Sn).

Suponhamos a 2 2. Pelo procedimento TENSÃO-LIMITE, obtemos:

2 - 3 arestas de tensão 4 + h;

2 xk-1 arestas de tensão 4

2 xk-2 arestas de tensão 4

2 xo arestas de tensão 4;

f k

hixi - 2p + 2q) arestas de tensão 3; I 2(p + 3 - q) arestas de tensão 2.

k-l k

T(G)< (2xk - 3)(4+hk) + 2 x ~ , ~ ( 4 + h , - ~ ) + 8x0 + 6 x h i x i - 8p + 8q+ 12 i = 1 i = l

5 8n- 27, pois h k 2 1.

Logo, T(G) 5 8n - 27 < 4n - 24 = T(Sn).

Portanto, em qualquer das duas hipóteses, temos T(G) 5 T(Sn).

Podemos observar, tanto graficamente quanto através das seqüências de graus

harniltonianas, que os mops serpentinas S, podem ser obtidos dos mops gregas G2n

pela retirada simultânea de todos os seus n 2-vértices. Deste fato, temos o seguinte

resultado:

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Teorema 8.2 Os gregas Gb e o coroa C2 são OS grafos periplanares maximais

de tensão interna máxima.

Prova: As arestas internas no mop grega G2n formam os mops S, ou C2 que, pelo

teorema anterior, são os mops de tensão máxima. Ou seja, o grafo induzido pelo

subconjunto de V, formado pelos vértices de G2n ou C2 que não são 2-vértices,

possui uma relação de adjacência que gera a tensão máxima. Por outro lado,

todas as arestas externas de Gz, e de C2 posssuem tensão 2, isto é, a soma das

tensões das suas arestas externas é a menor dentre todas de mops da mesma

ordem. Logo, Gh e C2 possuem tensão interna máxima.

VIIL3 Uma Aplicação da Tensão à Análise de Complexidade

Podemos mencionar uma interessante aplicação em computação do conceito de

tensão de um grafo, por nós definido. Em geral, sempre que um grafo é representado na

memória por listas de adjacência, para executar a operação existe-aresta percorre-se a

lista de adjacência de um de seus vértices extremos. Então, o escolhido deve ser o de

menor grau por ser o mais econômico. Assim, a tensão de um grafo modela o custo

computacional do pior caso, quando todas as arestas do grafo são visitadas.

Nesta seção, apresentamos alguns algoritmos de reconhecimento da

periplanaridade da literatura, todos utilizando-se do teste existe-aresta, embora com

formas diferenciadas de execução, e mostramos o algoritmo PERI-TESTE, como síntese

dos outros, cuja proposta é evidenciar que, mesmo utilizando a mais simples estrutura de

dados, o reconhecimento desta família pode ser feito em tempo e espaço lineares. Neste

caso, mostramos que a tensão de uma aresta modela o custo computacional do seu teste

de existência e, como conseqüência, a tensão interna do mop grega nos dá um limite

superior para o custo computacional do reconhecimento da periplanaridade pelo

algoritmo PERI - TESTE.

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Vm.3.1 Algoritmos da Literatura

Os grafos periplanares são reconhecidos em tempo linear. Em geral, os

algoritmos de reconhecimento da periplanaridade da literatura determinam

simultaneamente o único ciclo hamiltoniano do grafo, quando o grafo é periplanar

biconexo. Isto exemplifica como os grafos desta família são instâncias fáceis para um

problema NP-Completo sobre grafos. Vem daí o grande interesse pelo estudo desta

família de grafos.

Em 1974, HOPCROFT e TARJAN criaram um algoritmo linear para testar a

planaridade de um grafo. Podemos considerá-lo como um primeiro teste para reconhecer

a periplanaridade de um grafo dado, tendo em vista o seguinte resultado: um grafo G é

periplanar, se e somente se, G + K1 (um novo vértice unido com todos os vértices de G)

é planar. Contudo, o primeiro algoritmo linear de reconhecimento da periplanaridade foi

o de BREHAUT (1977) que adaptou esse algoritmo de reconhecimento da planaridade

para o caso particular da periplanaridade, obtendo um algoritmo com rotinas bem mais

simples. Depois, com o objetivo de simplificar cada vez mais, outros algoritmos de

reconhecimento apareceram, tais como: SY SLO (1 978), MITCHELL (1 979) e

WIEGERS (1987).

Os algoritmos de reconhecimento da periplanaridade podem ser aplicados aos

componentes biconexos do grafo de entrada, sem perda de generalidade e

comprometimento de suas complexidades, pelo teorema 2.9 e porque a separação de um

grafo em seus blocos pode ser feita em tempo linear.

O algoritmo criado por SYSLO (1978), aplicável aos componentes biconexos do

grafo, tem complexidades de tempo e espaço lineares. Baseia-se na caracterização de

grafos periplanares biconexos segundo a qual um grafo é periplanar se, e somente se, é

um ciclo ou pode ser reduzido a um ciclo. Neste algoritmo, todos os caminhos, cujos

vértices internos possuem grau 2, são reduzidos a uma aresta. Na rotina de redução, a

existência prévia desta aresta é sempre testada. Podemos observar que se todos os

caminhos tiverem comprimento 2, então o teste existe-aresta será realizado no número

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máximo de vezes, ou seja, essa operação efetua, de uma só vez, diversas operações do

tipo redução de vértices, descrita na seção 2.6. Por isso, a condição de redução ao ciclo

garante que em nenhuma iteração o grafo obtido contém subgrafo isomorfo a &. Para

detectar a existência de subgrafos homeomorfos a K2,3 , exceto &', SYSLO (1978)

inclui no seu algoritmo um processo de marcação das arestas, que neste caso é

apropriado para grafos biconexos.

Para garantir que o teste existe-aresta da regra de redução seja executado em

tempo e espaço lineares, SYSLO (1978) utiliza o seguinte artifício: faz uma busca em

profundidade para cada componente biconexo, numera os vértices por entrada e

determina quais arestas pertencem a árvore de busca e quais são as arestas de retorno. A

partir desta numeração, ordena as listas de adjacência e cria novas listas de adjacência

constituídas somente de arestas de retorno. Então, os caminhos válidos são os

considerados neste grafo orientado, cuja orientação das arestas foi dada pela busca. A

partir daí, elabora uma regra que em tempo constante responde se a aresta existe no

grafo. Assim, o seu algoritmo torna-se correto e eficiente.

A partir das idéias contidas no algoritmo de SYSLO (1978), MITCHELL (1979)

e WIEGERS (1987) apresentam algoritmos mais simples. Ambos trabalham com o

princípio da redução ao ciclo, porém retirando somente um vértice de grau 2 de cada vez

e utilizam, a cada iteração, um teste de existência de aresta, traduzindo com nitidez a

caracterização de mops dada pelo teorema 3.2.

MITCHELL aplica seu algoritmo aos componentes biconexos, não marca as

arestas testadas, mas constrói uma lista com elas e, então, se consegue chegar no

triângulo (menor ciclo), no final da execução verifica se não há duplicação das arestas na

tal lista; WIEGERS, que aplica seu algoritmo ao grafo inteiro, precisa utilizar três

marcas diferentes para detectar se uma aresta forma mais de dois triângulos no grafo e

reduzir o grafo de entrada ao grafo trivial.

O algoritmo de MITCHELL, que reconhece mops, constrói no passo de

inicialização uma lista de vértices de grau 2 sem exigir que sejam 2-vértices, ou seja, não

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realizando o teste existe-aresta entre seus vizinhos. A partir de então, no loop interno,

somente serão incluídos nesta lista os 2-vértices. Com isto, o teste existe-aresta será

executado menos vezes. Porém, o algoritmo não funciona se algum dos vértices

incluídos inicialmente na tal lista não for 2-vértice. Além disso, se o grafo de entrada for

representado por sua matriz de adjacência, o algoritmo tem complexidade tempo linear,

mas espaço n2; caso seja representado por suas listas de adjacência, a complexidade

tempo deixa de ser linear. O grafo da figura 8.3 ilustra um caso onde n - 3 iterações

serão realizadas, antes que o teste de duplicação de arestas responda que o grafo não é

periplanar. Com isso, o teste existe-aresta gasta neste grafo 0(n2) operações

(determinado por n - 3 percursos na lista de adjacência de n - 1 vértices).

figura 8.3: grafo não mop.

Para evitar isto, WIEGERS utiliza o artifício de pintar as arestas visitadas. Além

disso, seu algoritmo tem as vantagens de ser aplicado ao grafo inteiro, biconexo ou não,

e de reconhecer se um grafo é periplanar, não necessariamente maximal. E baseado no

conceito de grafos 2-redutíveis, descrito na seção 2.6. Então, o algoritmo retira

sucessivamente vértices de graus iguais ou menores que 2 para verificar se o grafo de

entrada pode ser reduzido ao grafo trivial, ou seja, se não contém subgrafo homeomorfo

ao h. Neste caso, o teste existe-aresta é utilizado todas as vezes que um vértice de

grau 2 é eliminado do grafo. Para verificar se o grafo de entrada não possui também

subgrafo homeomorfo ao &3, exceto &', WIEGERS utiliza a técnica da coloração

das arestas. Com a coloração das arestas, os passos de redução acumulam informações

sobre o grafo: se o grafo resultante é periplanar, a coloração garante a continuidade do

algoritmo; caso contrário, a coloração indica que o algoritmo deve parar. Portanto, é

um algoritmo correto.

WIEGERS garante a eficiência do seu algoritmo propondo que as listas de

adjacência sejam duplamente encadeadas e, além disso, mantenham ponteiros de

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cruzamento entre listas. Ou seja, o vértice y, que aparece na lista de adjacência do

vértice x, aponta para o vértice x, na lista de adjacência do vértice y. Assim, quando x é

eliminado da lista de adjacência de y, associa-se a eliminação de y da lista de adjacência

de x em tempo constante. Com isso, o custo do teste existe-aresta, que é realizado

sempre que um vértice de grau 2 é retirado do grafo, depende somente do menor grau

dos extremos desta aresta. WIEGERS afirma que o teste existe-aresta torna-se linear

porque no momento da redução do grafo, em geral, os dois vizinhos do vértice que está

sendo retirado possui grau menor ou igual que 3. Entretanto, este resultado não é muito

intuitivo, tendo em vista o esquema de grafo apresentado na figura 8.4.

figura 8.4: esquema parcial de um mop.

A coloração proposta por WIEGERS, para ampliar a condição de entrada no seu

algoritmo de grafos biconexos para grafos conexos quaisquer, permite que a existência

de uma mesma aresta seja testada duas vezes (número máximo). Por exemplo, no mop

da figura 8.5 o algoritmo testa duas vezes a existência da aresta (c,d) se os vértices a e b

são os primeiros a serem visitados.

figura 8.5: grafo periplanar não biconexo.

Entretanto, esta coloração, apropriada para grafos não biconexos, pode tornar-se

menos eficiente para grafos biconexos. A figura 8.6 ilustra um caso onde o grafo de

entrada é biconexo e o teste existe-aresta pode ser aplicado, inutilmente, várias vezes

antes que a coloração proposta faça o algoritmo parar. Por exemplo, se os vértices forem

visitados na ordem crescente de numeração, o algoritmo só pára no vértice 15.

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figura 8.6: grafo biconexo não mop.

Como conseqüência de todas essas considerações, construímos o algoritmo

PERLTESTE, apresentado na próxima seção, que é uma síntese dos três últimos

algoritmos mencionados.

VIII.3.2 Algoritmo PERLTESTE

Nesta seção apresentamos o algoritmo PERLTESTE propondo que a entrada do

grafo seja feita por listas de adjacência e utilizando uma coloração de arestas segundo a

qual os grafos não periplanares são detectados mais rapidamente, garantindo-lhe

complexidades de tempo e espaço lineares. Mostramos, ainda, que a complexidade de

tempo linear do algoritmo é garantida pela própria estrutura do grafo periplanar, como

conjecturou WIEGERS, quando exibimos a família de mops que se constitui no pior

caso para o algoritmo PERI-TESTE.

O algoritmo PERI-TESTE é aplicável aos componentes biconexos do grafo de

entrada e reconhece um grafo periplanar qualquer, cabendo o teste de maxirnalidade,

através da igualdade m = 2n - 3, somente se o grafo for, ele próprio, um bloco periplanar

com n 2 3. No algoritmo PERLTESTE, apresentado a seguir, a lista LIST contém

todos os vértices de grau 2 do grafo corrente. A cada iteração, um vértice NODE é

retirado de LIST, e é marcado, significando que, após seu processamento, é considerado

fora do grafo corrente. Se NODE não é 2-vértice, a aresta (NEXT, NEAR) é incluída

no grafo como aresta marcada pela cor 1, onde NEXT e NEAR são os vértices

adjacentes a NODE e existentes no grafo corrente, isto é, ainda não marcados; suas

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listas de adjacência são atualizadas (só em relação a inclusão de arestas). Esta inclusão

de aresta impede que o grafo corrente se transforme em não biconexo. Caso a aresta

(NEXT, NEAR) exista e possua cor 0, as cardinalidades dos conjuntos adj(NEXT) e

adj(NEAR) devem ser atualizadas, simulando a retirada do nó NODE, e a cor da aresta

deve ser mudada para 1, marcando a primeira visita a aresta. O algoritmo é aplicado

iterativamente enquanto o grafo corrente obedecer as seguintes condições: (i) possuir

mais que três vértices; (ii) tiver o número de arestas e de vértices satisfazendo a

desigualdade do Corolário 3.1; (iii) possuir a cardinalidade de LIST maior ou igual a

dois, de acordo com o Corolário 3.5; (iv) nenhuma aresta for visitada mais que uma vez.

Algoritmo PERI-TESTE { Grafo de Entrada = G(V,E), biconexo } n := IVI; m := IEI; continua := T; para v E V faça marca(v) := F; para e E E faça cor(e) := 0; LIST := {v I nro-adj(v) = 2); enquanto continua faça

se n > 3 então se m 1 2 n - 3 então

se size(L1ST) 2 2 então node t LIST; {selecionar e retirar NODE de LIST) marca (node) := T; near, next := vértices não marcados adjacentes a node; se existe-aresta(next, near) então

se cor((next, near)) = O então nro-adj(next) := nro-adj(next) - 1; se nro-adj(next) = 2 então

LIST := LIST u {next}; nro-adj(near) := nro-adj(near) - 1;

se nro-adj(near) = 2 então LIST := LIST u {near};

senão "Grafo não é periplanar-aresta visitada muitas vezes"; LIST := 0; continua := F;

senão adj(near) := adj(near) u next; adj(next) := adj(next) u near; m := m + 1;

cor ((next, near)) = 1 n : = n - 1 ; m:=m-2;

senão "Grafo não é periplanar - mo de 2-vértices"; LIST := 0 ; continua := F;

senão "Grafo niío é periplanar - mo de arestas"; LIST := 0 ; continua := F;

senão continua := F; se sobrou tnângub em LIST então "Grafo é Periplanar" end.

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Se o grafo tem 2n - 3 arestas (máximo permitido num periplanar), cada vértice

de grau 2 que não é 2-vértice acarreta a existência de uma corda que faz cruzamento de

conexão com alguma outra. Por esta razão o acréscimo de uma aresta deve ser

computado, para que esta condição de erro seja detectada numa próxima iteração. Por

exemplo, considerando-se o grafo G1 da figura 8.6, o algoritmo PERI-TESTE pára na

primeira iteração se iniciar visitando o vértice v, pois com a inclusão da aresta (w,u) o

número de arestas passa a ser excessivo, relativamente ao número de vértices. Outra

ocorrência possível em grafos não periplanares, detectada pela coloração das arestas, é a

existência de um vértice de grau 2 não pertencente a face que contém todos os demais

vértices, ou seja, de um subgrafo homeomorfò ao &,3. Neste caso, em alguma iteração,

o algoritmo produz uma aresta interna que pertence a mais de dois triângulos, como

ilustrado no grafo G2 da figura 8.7, onde a aresta (v,x) forma os triângulos uvx, vwx e

VXZ.

figura 8.7: grafos biconexos não mops.

Portanto, o algoritmo PERI-TESTE pára na segunda iteração se um grafo como

o da figura 8.5 for dado como entrada.

Podemos observar que, se o grafo de entrada é periplanar, os algoritmos de

reconhecimento da periplanaridade, que se utilizam do conceito de redução ao ciclo,

testam a existência de todas as arestas internas do grafo de entrada, e somente elas. Além

disso, se o grafo de entrada para o PERLTESTE é periplanar biconexo, o seu único

ciclo harniltoniano é constituído por todas as arestas do grafo que permanecerem com a

cor 0.

Como vimos, a entrada do grafo para o algoritmo PERI - TESTE é feita por listas

de adjacência, garantindo-lhe complexidade de espaço linear. A seguir, mostramos que o

grafo grega é o pior caso para o algoritmo PERI-TESTE, provando que mesmo

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utilizando uma estrutura de dados simples, o reconhecimento da periplanaridade pode ser

realizado em tempo linear.

Quando o grafo de entrada é periplanar, o algoritmo PERI - TESTE visita todas

as arestas internas do grafo, uma única vez cada. Assim, considerando-se que o teste

existe-aresta percorre o vértice extremo de menor grau da aresta e que o algoritmo

PERI - TESTE apenas simula a retirada dos vértices no processo de redução (a

atualização das listas de adjacência só é feita quando há acréscimo), o custo do teste

existe-aresta no final da execução é limitada pela soma das tensões das arestas internas

do grafo periplanar dado. Então, para um dado número de vértices n, o pior caso para o

PERI - TESTE é o mop com n vértices que possui a maior tensão interna. Portanto,

entre os mops, o pior caso para o algoritmo PERI-TESTE é o grafo grega,

comprovando a sua complexidade tempo linear. Além disso, como a entrada do grafo é

feita por listas de adjacência, o seu gasto com espaço é também linear.

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Capítulo M

Conclusão

Quando CHARTRAND e HARARY (1967) definiram e caracterizaram a família

dos grafos periplanares, já havia alguns resultados, encontrados por TANG (1964) no

seu artigo "Bi-Path Networks and Multicommodity Flows", que se aplicavam aos

periplanares e que eram de fundamental importância para esta família, como a existência

de um único ciclo hamiltoniano para os grafos periplanares biconexos. Na nossa

pesquisa, resgatamos a família de grafos definida por TANG (1964), denominando-a

família de grafos 2-caminhos, e a caracterizamos através de subgrafos proibidos.

Encontramos, então, uma nova caracterização para os periplanares: a interseção entre as

famílias dos grafos 2-caminhos e 2-redutíveis, esta definida por WIEGERS (1987).

Diante disso, apresentamos uma prova alternativa para o teorema de caracterização dos

periplanares, já provado por CHARTRAND e HARARY (1967).

Iniciamos nossa contribuição para o estudo de grafos periplanares maximais,

apresentando o algoritmo DESENHA_MOP, que garante, em tempo linear, a

representação gráfica do mop diretamente da sua sequência de graus hamiltoniana. Com

isso, evidenciamos uma nova possibilidade de representação computacional dos mops,

mais simples que a matriz ou listas de adjacência, dada por sua sequência de graus

hamiltoniana. Tomamos ainda mais acentuada a importância da sequência de graus

hamiltoniana para os mops, cuja correspondência biunívoca já havia sido comprovada

por BEYER et al. (1979). Passamos, então, a investigar uma questão mais abrangente:

dada uma freqüência de graus, é possível construir uma sequência de graus,

supostamente hamiltoniana, que tenha um mop como sua realização? Sabemos que, a

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partir de uma dada frequência de graus (supondo-se tratar de um grafo hamiltoniano),

podemos construir até seqüências de graus hamiltonianas distintas, ou seja, cadeias 2n

não-sinônimas. Mesmo conhecendo-se um algoritmo linear que reconhece a existência

de um mop como realização de uma seqüência de graus hamiltoniana, torna-se

exponencial responder ao nosso questionamento, caso o procedimento seja enumerativo.

A partir de então, passamos a determinar condições necessárias para que uma cadeia

represente a sequência de graus hamiltoniana de um mop. Entre os resultados obtidos,

alguns indicam subcadeias que são obrigadas a ocorrer em uma sequência de graus

hamiltoniana satisfazendo uma dada frequência, outros determinam cadeias proibidas

como subseqüências de sequência de graus hamiltoniana de um mop. Para este último

caso, enunciamos o teorema 4.1, cuja significância se deve ao seu caráter generalizador.

Por outro lado, mas ainda como subproduto da unicidade da realização das seqüências

de graus hamiltonianas de mops, definimos diversas subfamílias de mops através de

regras de construção das sequências de graus hamiltonianas. Os grafos leques,

serpentinas, gregas e coroas são algumas dessas subfamílias. Mostramos que pelo menos

duas subfamílias de mops - leques e serpentinas - são também únicas realizações para

suas respectivas freqüências de graus. Sugerimos, a partir daí, a possibilidade da

existência de outros casos, onde a própria frequência de graus determina unicamente um

grafo, tanto para a classe dos mops, quanto para qualquer outra classe de grafos.

Diante da inexistência de grafos regulares na classe dos mops, surge um segundo

questionamento: como caracterizar os grafos dessa família que concentram o maior

número de vértices de um mesmo grau? Definimos, então, grafos (&r)-maxregulares,

conceito que generaliza a regularidade usual em grafos e, portanto, é aplicável a qualquer

classe de grafos. Em geral, a maxregularidade toma-se mais apropriada para as famílias

de grafos caracterizadas por propriedades que imponham limites a soma dos graus dos

vértices de seus grafos elou restrições na sua relação de adjacência, como por exemplo

as árvores, os planares, etc. Sendo a família dos periplanares maximais o nosso objeto de

estudo, caracterizamos todos os mops (n,r)-maxregulares, para r 2 2 e n 2 r + 1.

Assim, dados n e r, somos capazes de exibir uma frequência de graus e sua realização

correspondentes a um mop (n,r)-maxregular. Numa das etapas dessas caracterizações,

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ocasião em que passamos a utilizar um procedimento construtivo, surgiu a necessidade

de um novo conceito: os equilibradores. Trabalhamos com a definição de equilibradores

no universo dos mops, porém sugerimos que este conceito também seja ampliado para

outras classes de grafos.

Nos grafos periplanares maximais a relação de adjacência é acentuadamente

dependente dos graus dos vértices. Surge, assim, a nossa terceira investigação:

valorando cada aresta de um rnop pelo menor grau de seus vértices extremos, que grafos

desta família maximizam a soma desses valores atribuídos as arestas? A partir desta

valoração de arestas, que denominamos tensão da aresta, calculamos a tensão e tensão

interna dos mops (n,r)-maxregulares, para alguns dos quais as somas encontradas são os

limites superiores e não a soma exata. Provamos que o rnop serpentina é o que possui a

maior tensão na sua classe e, como conseqüência, o rnop grega é o de maior tensão

interna. Como aplicação deste conceito, mencionamos o cálculo do custo computacional

na pesquisa da existência das arestas de um grafo, quando este é representado na

memória por suas listas de adjacência. Mostramos que o conceito de tensão interna de

um rnop fornece o pior caso para o algoritmo PERI-TESTE de reconhecimento da

periplanaridade, quando o grafo de entrada é um mop. Assim, mostramos que o rnop

grega é o pior caso para esse algoritmo, e provamos a conjectura de WIEGERS (1987):

que o teste existe-aresta toma-se linear em consequência de características intrínsecas

aos grafos periplanares.

Como temas para trabalhos futuros, tendo em vista a generalidade do conceito,

aqui estudado especificamente em periplanares, sugerimos aplicar o conceito de

maxregularidade em outras classes de grafos. Para estas famílias, devemos procurar

classifícar subfamílias coerentes, a semelhança do que realizamos para os mops. As

famílias das árvores e a dos planares são exemplos de nosso interesse. É nossa intenção,

ainda, estender este conceito para grafos orientados.

Propomos, também, a aplicação dos conceitos de tensão e de equilibradores em

estudos gerais de grafos.

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