99257287 tecidos-epiteliais-e-tecidos-conjuntivos

6

Click here to load reader

Upload: jaqueline-mesquita

Post on 01-Jul-2015

277 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 99257287 tecidos-epiteliais-e-tecidos-conjuntivos

1

s organismos atualmente classificados no Reino

Animalia (bem como os classificados no Reino Plantae) são pluricelulares, o que significa dizer que são formados por várias células. Diferentemente de um simples

agregado celular ou de uma colônia, contudo, animais e plantas apresentam clara (e complexa) diferenciação morfológica e fisiológica em suas células, que desta forma

apresentam-se especializadas para o desempenho de diferentes funções em diferentes posições no organismo. Os grupos celulares são classificados, de acordo com sua

função e origem, em tecidos.

TECIDOS EPITELIAIS

Os epitélios constituem um grupo distinto de tecidos que recobrem toda a superfície corporal, cavidades e tubos,

funcionando como interface entre os compartimentos biológicos. Por sua grande coesão celular, os tecidos epiteliais são

principalmente tecidos de delimitação, separando meios e cavidades no organismo. Contudo, outras funções são

desempenhadas pelos tecidos epiteliais. Desta forma, podemos citar como suas funções principais:

Revestimento

Proteção

Absorção

Secreção

Recepção (neuroepitélios)

Características das células epiteliais :

1 - Escassez substância intercelular: O contato entre as células é

feito através do glicocálix. O glicocálix consiste de proteínas e

fosfolipídeos conjugados com pequenos polissacarídeos, formando

um revestimento celular externo. Aparentemente tem função de

adesão entre as células, podendo simplesmente promover a proteção

mecân ica e química para a membrana plasmát ica.

2 – Presença de Lâmina Basal: Todos os epitélios são mantidos por

uma lâmina basal. Estas separam os epitélios dos tecidos conjuntivos

subjacentes.

3 - Avascularização: os epitélios não são penetrados por vasos

sanguíneos. A nutrição depende, portanto, da difusão de oxigênio e

de metabólitos a partir dos tecidos subjacentes.

4 - Polaridade celu lar: a distribuição de organelas nas células

obedece a uma polaridade. 0 pólo basal corresponde à região que

"olha" para a lâmina basal e o pólo apical é a região que está oposta

à lâmina basal.

5- Renovação constante pela atividade mitótica contínua das células,

isto porque o tecido epitelial é constantemente esfoliado; apesar de as células epiteliais apresentarem intensa adesão mútua.

Esta adesão é em parte devida ao glicocálix e reforçada por estruturas especiais.

Nos tecidos epiteliais, há notoriamente uma grande coesão entre as células. Esta coesão é mantida basicamente pelas

estruturas:

Nexus: Junções tipo GAP ou de união. Amplas áreas de membranas intimamente opostas onde não ocorre fusão das

membranas plasmáticas. Também permite a transferência de informação e de metabólitos de uma a outra célula

adjacente.

Complexo juncional: característica dos epitélios simples, formados por três tipos de estruturas de adesão:

a) Zônula de oclusão ou junção íntima: consistem de pequenas áreas nas quais a parte externa das membranas plasmáticas

opostas acham-se fundidas umas às outras. Entre as áreas de fusão existem áreas às quais a fusão não ocorreu. A junção íntima

isola o espaço intercelular da luz, impedindo a passagem de substância por entre as células. Tem efeito selador.

O

Histologia: Tecidos Epiteliais e Conjuntivos

Page 2: 99257287 tecidos-epiteliais-e-tecidos-conjuntivos

2

b) Zona de adesão ou junção adesiva: Junção celular constituída por cinturões densos de material citoplasmático , uma em cada

célula adjacente. Situam-se muito próximas uma da outra e são unidas por feixes de proteínas especiais.

c) Des mossomos: semelhantes à zona de adesão, diferenciam-se desta por serem descontínuos.

Epitélios de Revestimento e Epitélios Glandul ares:

Os epitélios que participam das funções de proteção e

absorção são os epitélios de revestimento. Aqueles que tem funções

secretoras estão geralmente dispostos em estruturas denominadas

glândulas.

Conceitualmente podemos dizer que o epitélio de

revestimento constitui um tecido cujas células são justapostas,

organizando uma ou mais camadas de revestimento contínuo, seja da

superfície externa, como na epiderme, ou de superfície interna como

no endotélio dos vasos.

Classificação dos Epitélios de Revestimento:

Os epitélios são classificados de acordo com três

características morfológicas:

- Número de camadas celulares: uma única camada de células

epiteliais caracteriza um epitélio simples, enquanto os epitélios

compostos de mais de uma camada são denominados epitélios

estratificados.

- Forma das células: quando observadas em cortes obtidos

perpendicularmente à superfície epitelial. A forma varia desde

achatadas até cilíndricas altas. Nos epitélios estratificados a forma da

camada das células mais externas determina a classificação.

Exemplos de Epitélios de Revestimento:

1 - Epitélio Simples: são definidos como epitélios superficiais constituídos de uma única camada de células. São quase sempre

encontrados em superfícies absorventes ou secretoras e fornecem pequena proteção contra abrasão mecânica. As células que

compreendem os epitélios simples variam na

forma, desde achatadas até cilíndricas altas, e

disto depende sua função. Os epitélios simples

podem apresentar microvilosidades e cílios,

que facilitam suas funções superficiais

específicas.

1.1 - Ep itélio Pavimentoso Simples: composto

por células achatadas, de forma irregular, que

constituem uma superfície contínua,

geralmente comparada a um pavimento.

Encontrado revestindo superfícies envolvidas

no transporte passivo de gases e líquidos

como a superfície pulmonar e os capilares

sanguíneos (endotélio).

1.2 - Epitélio Cúbico Simples: num corte

perpendicular à membrana basal, as células

epiteliais parecem quadradas. Geralmente

reveste ductos e túbulos que podem ter função

excretora, secretora ou absorvente, como os

túbulos coletores do rim, glândulas salivares e

pâncreas.

1.3 - Epitélio Cilíndrico (ou Pris mático) Simples: é formado por células altas com núcleos elípticos, alongados, podendo se

localizar na base, no centro e ocasionalmente no ápice do citoplasma. É encontrado geralmente em superfícies intensamente

absorventes, como o intestino delgado e superfícies secretoras, como o esôfago.

1.4 - Epitélio Cilíndrico (ou Pris mático) Ciliado: Célu las cilíndricas que apresentam cílios, presentes no aparelho genital

femin ino.

1.5 - Ep itélio Cilíndrico ou Prismát ico Pseudo-Estratificado Ciliado: Célu las cilíndricas altas, também ciliadas. 0 termo

pseudo-estratificado se deve a aparência de que existe mais de uma camada de células, quando observado em cortes.

Entretanto, é um ep itélio simples porque todas as células repousam sobre a membrana basal. Estão presentes nas vias aéreas,

traquéia e brônquios, dos mamíferos.

Page 3: 99257287 tecidos-epiteliais-e-tecidos-conjuntivos

3

2 - Epitélios Estratificados: Contém

mais de uma camada de células, tem

principalmente função protetora e o

grau e a natureza da estratificação se

relacionam com os tipos de desgastes

físicos aos quais a superfície se expõe.

A classificação dos epitélios

estratificados geralmente se refere à

estrutura das células da camada

superficial.

2.1 - Epitélio Pav imentoso

Estratificado: Consiste em um número

variável de camadas celulares que sofre

transição morfo lógica e funcional

desde as células cúbicas da base para as

células superficiais achatadas. As

células basais sofrem div isões mitóticas

regulares dando origem a uma sucessão

de células que são progressivamente

empurradas para a superfície livre. Durante a migração, as célu las passam por um processo de maturação e depois de

degeneração, na proporção em que se distanciam dos nutrientes, fornecidos pelo tecido conjuntivo subjacente. As células

superficiais degeneradas são continuamente descamadas e substituídas pelas camadas mais profundas. Este epitélio constitui o

revestimento da cavidade oral, faringe, esôfago, canal anal e vagina, lugares sujeitos à abrasão mecânica moderada e mantidos

úmidos por secreções glandulares locais.

2.2 - Ep itélio Pavimentoso Estratificado Queratinizado: Constitui a superfície epitelial da pele e se acha adaptado a abrasão e

dessecação constantes. Durante a maturação as células epiteliais sofrem um processo denominado queratinização resultando na

formação de uma camada superficial não celular que consiste de queratina, uma proteína fibrosa, e dos remanescentes das

células epiteliais degeneradas.

2.3 - Epitélio de Transição: Ep itélio estratificado quase que unicamente presente nas vias urinárias de mamíferos. É

especializado para sofrer distensões e a resistir à toxidez da urina. No órgão distendido o epitélio de transição ap arece com uma

ou três camadas celulares, como no epitélio cúbico estratificado; no órgão vazio parece ter quatro ou cinco camadas, como no

epitélio pavimentoso estratificado.

2.4 - Epitélio Cilíndrico (ou Pris mático) Estratificado: contém várias camadas de células cilíndricas, encontra-se revestindo a

conjuntiva do olho e sua função é de proteção.

Classificação dos epitélios glandulares:

O epitélio que participa principalmente da secreção está geralmente disposto em estruturas denominadas glândulas.

As substâncias sintetizadas e liberadas pelas células glandulares recebem denominação de produto de secreção e este varia

quimicamente conforme a glândula considerada. As glândulas são invaginações de superfícies epiteliais que se formaram

durante o desenvolvimento embrionário pela proliferação do epitélio no tecido conjuntivo subjacente.

A classificação das glândulas é realizada segundo a liberação do produto de secreção. Algumas mantêm continuidade

com a superfície epitelial, através de um canal, são denominadas glândulas exócrinas e secretam para a superfície livre. Em

alguns casos, o canal degenera durante o desenvolvimento e deixa ilhas de tecido epitelial secretor profundamente isoladas

dentro de outro tecido, são as glândulas endócrinas. Estas secretam diretamente na corrente sanguínea e suas secreções são

conhecidas como hormônios.

Glândulas Exócrinas: ou glândulas de secreção externa, são aquelas que possuem ductos que conduzem o produto de secreção

para a superfície do corpo ou para a luz de órgãos. Nestas glândulas se distinguem 2 partes:

- uma porção secretora: célu las responsáveis pela secreção e/ou síntese do produto de secreção;

- ductos glandulares ou excretores: são canais por onde a secreção é eliminada.

Morfologia das Glândulas Exócrinas: com base na morfo logia da porção secretora as glândulas exócrinas, podem ser divididas

em:

- Tubulosas ou Tubular: a porção secretora assume a forma de tubo;

- Acinosas ou Alveolares: a porção secretora assume a forma de um cacho de uvas;

- Composta túbulo-acinosa: quando se encontram na mesma glândula porções secretoras tubulosas e acinosas.

Eliminação da secreção das glândulas exócrinas. Quanto à eliminação da secreção pela glândula, esta pode ser classificada em:

- Merócrina: quando a secreção é eliminada sem perda do citoplasma.

-Apócrina: quando a secreção eliminada contém produto de secreção mais parte do citoplasma das células secretoras. Exemplo :

glândulas mamárias.

-Holócrina: quando a secreção eliminada é constituída pelas próprias células secretoras, cujo acúmulo de secreção determina

sua morte. Exemplo : glândula sebácea.

Glândulas Endócrinas:

Page 4: 99257287 tecidos-epiteliais-e-tecidos-conjuntivos

4

Consistem em aglomerados ou

cordões de células secretoras

envoltos por rede de capilares

sanguíneos. Em geral, todas as

glândulas possuem uma taxa basal de

secreção que é modulada por

hormônios.As porções secretoras de

algumas glândulas endócrinas são

dotadas de células contráteis que se

situam entre as células secretoras e a

membrana basal. Apresentam forma

estrelada com núcleo central e

citoplasma com longos

prolongamentos que envolvem a

porção secretora da glândula.

Classificação:

As glândulas endócrinas são

classificadas como:

- Glândula tipo cordonal: células se

arranjam em fileiras ou cordões

maciços anastomosados e separados

por capilares sanguíneos. Exe mplos:

adrenal, paratireóide, ilhotas de

Langerhans, hipófise.

- Glândula tipo vesícular ou

folicular: célu las agregadas

formando vesícula ou folículos de uma única camada de células. O pólo apical das células está voltado para o interior do

folículo e o pólo basal está relacionado com os capilares sanguíneos que banham o folículo. Exemplo : tireóide.

TECIDOS CONJUNTIVOS

Os tecidos conjuntivos caracterizam-se pelo alto conteúdo de substâncias intercelulares. As suas células estão em

maior ou menor grau distanciadas entre si. A estrutura deste tecido se adapta em cada caso às características ou exigências

mecân icas próprias do órgão em que se encontra. O material intercelular é constituído por uma substância fundamental amorfa

e por fibras protéicas diversas, que podem ser fixas ou móveis. Há vários tipos de Tecido Conjuntivo, dos quais citaremos os

mais comuns.

Os tecidos conjuntivos têm como componentes as células, a substância fundamental amorfa e as fibras protéicas

intercelulares.

Fibras

A resistência à tração apresentada pelo tecido conjuntivo deve-se às fibras colágenas, reticulares e elásticas.

Fibras Colágenas: as fibras colágenas são constituídas de uma denominada colágeno. São produzidas nos fibroblastos, células

do próprio tecido, a partir de moléculas de tropocolágeno segregadas pela célula no espaço intercelular. Possuem uma

espessura aproximada de 1 a 10 µm.

Fibras Reticulares: as fibras ret iculares são feitas de um tipo particular de colágeno, são mais delicadas e freqüentemente

formam retículos, ou redes, bastante delgadas. Elas podem também se anastomosar e se ramificar. São comuns em órgãos

lin fáticos e na medula óssea.

Fibras Elásticas: as fibras elásticas

são constituídas pela proteína

elastina, possuem uma estrutura

filamentosa ramificada e formam

rede tridimensional. Possuem

elasticidade e se encontram em quase

todos os tecidos conjuntivos.

Ocorrem em maior quantidade nas

artérias próximas ao coração e

também nos pulmões.

Substância fundamental

amorfa

Este material é produzido pelas

células fib roblastos e consiste

principalmente de

glicosaminoglicanas associadas à

proteínas, com maior proporção de

açúcares do que proteínas, íons e água. As glicosaminoglicanas mais comuns são o ácido hialurônico e o ácido

condroitinossulfúrico. O ácido h ialurônico, em solução aquosa, é muito v iscoso. Possui função de sustentação e impede a

Page 5: 99257287 tecidos-epiteliais-e-tecidos-conjuntivos

5

dispersão de bactérias através dele, muito

embora algumas contenham a enzima

hialuronidase, que despolimeriza o ácido

hialurônico.

Tipos celulares

Há vários tipos celulares no tecido

conjuntivo frouxo, a saber:

Fibroblastos: estas células possuem

variadas formas, segundo sua atividade.

Produzem a maior parte das fibras do tecido

conjuntivo. O citoplasma se apresenta

basófilo, resultado de um retículo

endoplasmático granular bastante

desenvolvido. O complexo de Golg i

também se mostra muito ativo.

Histiócitos ( macrófagos): são células

grandes, de forma variável e núcleo

periférico. Caracterizam-se pela grande

capacidade de fagocitar partículas estranhas

como, por exemplo, bactérias. Possuem alto

teor de fosfatase ácida e outras enzimas

próprias dos lisossomos. Emitem pseudópodos.

Mastócitos: células grandes, de forma variável, que se caracterizam por apresentar grânulos citoplasmáticos ricos em heparina

e histamina.

Adipócitos (células adiposas): são células globosas, especializadas no armazenamento de gordura que funciona como material

de reserva.

Podem aparecer outras células no tecido conjuntivo frouxo, cujas formas sempre estão relacionadas às respectivas localização e

função.

TECIDO CONJUNTIVO FROUXO

O tecido conjuntivo frouxo encontra-se amplamente espalhado pelo organismo, preenchendo espaços, envolvendo

vasos e nervos e servindo de conexão entre os diversos órgãos e partes destes órgãos. Contém um emaranhado de fibras sem

direção. As substâncias fundamentais ocupam vasto espaço.

TECIDO CONJUNTIVO DENSO (OU FIBROSO)

No tecido conjuntivo denso, os elementos fibrosos predominam sobre os celulares e há poucas células. Ele se

caracteriza por uma grande resistência mecânica e uma escassa atividade metabólica. Há um nít ido predomín io de fibras

colágenas, que se podem d ispor de forma desordenada, como nas cápsulas fibrosas de muitos órgãos, por exemplo, os

testículos, o baço, os rins, fígado e outros, ou então de forma orientada, como nos tendões e ligamentos.

TECIDO ADIPOSO

É constituído de células adiposas e possui várias funções; dentre elas, o armazenamento de material de reserva, pois a

gordura pode ser rapidamente metabolizada e degradada, liberando energia. Serve co mo isolante térmico, pois se encontra na

camada inferior (hipoderme) da pele, envolvendo todo o organismo de aves e mamíferos.

TECIDO CARTILAGINOSO

O tecido cartilaginoso é uma forma de tecido conjuntivo cuja substância fundamental está transformada em massa

homogênea, elástica e bastante consistente, com fibras colágenas. O crescimento da cartilagem ocorre por deposição de

material novo, intercelu lar.

As células cartilaginosas, também chamadas condrócitos, são células arredondadas ou elípticas que se reú nem em grupos,

cujos elementos descendem de uma mes ma célu la por mitoses. Os condrócitos sintetizam a substância fundamental e as fib ras.

As propriedades físicas da cartilagem, como elasticidade, resistência à tração e proteção nas articulações, variam se gundo as

regiões do organismo e se modificam com a ida de. Nos seres humanos, por exemplo, a cartilagem vai perdendo a consistência

e a elasticidade com o passar dos anos.

Nos vertebrados, podem-se distinguir três tipos de cartilagem, cuja d iferenciação se faz sempre em relação à proporção de

matriz e a abundância de fibras que contém:

Cartilagem hialina: é a mais comum; encontra-se no esqueleto embrionário, nas costelas, nas articulações, no nariz, na

traquéia e nos brônquios.

Cartilagem elástica: predominam fibras elásticas; ocorre no pavilhão auricular e na ep iglote.

Cartilagem fibrosa: predomín io de fibras colágenas, pouca substância fundamental e poucos condrócitos; ocorre nos discos

intervertebrais.

TECIDO ÓSSEO

O tecido ósseo é constituído de três tipos de células: osteócitos, osteoblastos e osteoclastos, mergulhados em uma

matriz sólida, com componentes orgânicos e inorgânicos. Os componentes orgânicos da matriz são as fibras colágenas (90%) e

Page 6: 99257287 tecidos-epiteliais-e-tecidos-conjuntivos

6

a substância fundamental amorfa de glicoproteínas. A fração inorgânica é constituída de fosfatos e cálcio (como a

hidroxiapatita), que representam em média 65% do peso total.

Os osteoblastos são as células que realizam a construção do tecido ósseo. Localizam-se na superfície e se organizam em

conjuntos epitelióides, de onde produzem as fibras colágenas e as glicoproteínas da matriz amorfa. Sua estrutura corresponde a

células de intensa atividade protéica, REG e complexo de Golgi muito desenvolvidos, e grânulos de secreção com substâncias

precursoras da matriz óssea.

Durante a produção da matriz óssea, os osteoblastos terminam sendo envolvidos pela mes ma e se transformam em osteócitos.

Os osteoblastos são abundantes em reg iões de formação de tecido ósseo.

Os osteócitos são as células próprias dos indivíduos adultos e equivalem aos osteoblastos em repouso, “presos” na matriz,

dentro de cavidades. Possuem numerosos

prolongamentos citoplasmáticos, que através de

canalículos comunicam as células umas com as

outras. Apresentam uma estrutura que mostra

atividade secretora diminuída. A função destas

células relaciona-se com o transporte de

substâncias através da matriz e com a manutenção

da própria matriz.

Os osteoblastos são células grandes, que

reabsorvem a matriz óssea calcificada. Sua

estrutura mostra um citoplasma com inúmeros

vacúolos e lisossomos, cujas enzimas se

relacionam com a reabsorção óssea. Nos ossos de

indivíduos jovens, o tecido ósseo renova-se

constantemente. Esta renovação compreende

inicialmente uma reabsorção e em seguida a

síntese de nova matriz.

A matriz óssea, uma vez calcificada, torna

impossível a difusão de nutrientes. Em

conseqüência disto, a nutrição dos osteócitos

ocorre através da extensa rede de canalículos que

comunicam os vasos sangüíneos com os

osteócitos. As fibras colágenas se dispõem em

lamelas paralelas concêntricas, em torno de canais

que contêm vasos sangüíneos e nervos,

denominados canais de Havers. Estes se

comunicam entre si mediante outros transversais - denominados canais de Volkmann - que também conduzem à superfície do

osso e que contêm um vaso sangüíneo.

TECIDO CONJUNTIVO RETICULAR (HEMATOPOÉTICO)

O tecido hematopoético é uma variedade de tecido conjuntivo especializado em produzir células sangüíneas. Denomina -se

também tecido hematopoético mieló ide, pois se localiza na medula óssea. A medula óssea pode ser de dois tipos. medula óssea

vermelha, que produz as célu las sangüíneas, e a medula amarela, rica em tecido adiposo.

O tecido hematopoético mieló ide produz as seguintes células:

- Eritrócitos (hemácias ou glóbulos vermelhos): são células bicôncavas, ricas em hemoglobina; quando adultas são anucleadas

(nos mamíferos), e sua função é transportar oxigênio dos pulmões às células.

- Leucócitos polimorfonucleares ou granulócitos: são glóbulos brancos que possuem núcleo de várias formas e o citoplasma

com grânulos com afinidade para corantes neutros, ácidos ou básicos. A saber:

1. Neutrófilo: núcleo tilobado; grânulos com afin idade para corantes neutros. Função: defesa, pois são muito ativos na

fagocitose.

2. Eosinófilo: núcleo geralmente bilobado; grânulos maiores, com afin idade para corantes ácidos. Função: defesa.

3. Basófilo: núcleo retorcido; grânulos maiores que todos os outros leucócitos e muitas vezes chegam a cobrir

parcialmente o núcleo, com afinidade para corantes básicos . Função: defesa. São pouco ativos na fagocitose.

- Leucócitos agranulócitos ou leucócitos mononucleados:

Os linfócitos são células pequenas com núcleo bastante grande e citoplasma reduzido a uma pequena faixa ao redor do núcleo.

Sua função é defesa, através da produção de anticorpos. Alguns podem se modificar em células rejeitadoras de transplantes,.

invadindo e destruindo órgãos transplantados.

Os monócitos são maiores do que os linfócitos, com núcleo em forma de rim e cito plasma abundante. Sua função é defesa,

através da fagocitose.

- Megacarióticos: são células grandes, com núcleo irregular, lobado. Orig inam os fragmentos celulares denominados

plaquetas.