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edição 212 9912345149-DR/BA Sebrae-Ba Mala Direta Básica ENTREVISTA Veja como ações de economia criativa reduziram a criminalidade na Colômbia EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA Projeto estimula empreendedorismo em escolas públicas Comprar do pequeno negócio desenvolve a economia local Comprar do pequeno negócio desenvolve a economia local

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Page 1: 9912345149-DR/BA Sebrae-Ba - Agência Sebrae de Notícias · 2015-12-23 · Unidade de Marketing e Comunicação Gerente Adriana Mira Jornalista Responsável Vanessa Câmera (DRT/RJ

edição 212

9912345149-DR/BASebrae-Ba

Mala DiretaBásica

ENTREVISTAVeja como ações de economia criativa reduziram a criminalidade na Colômbia

EDUCAÇÃO EMPREENDEDORAProjeto estimula empreendedorismo em escolas públicas

Comprar do pequeno negócio desenvolve a economia localComprar do pequeno negócio desenvolve a economia local

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SUA VIDA É SE SUPERAR A CADA DIA? ESTAMOS JUNTOS.

QUEM TRABALHA NO CAMPO SABE:

A COLHEITA SÓ ACONTECE DEPOIS DA PLANTAÇÃO.

É da porteira para dentro que a gestão,

inovação e produtividade fazem a diferença.

O Sebrae acredita e trabalha junto dos

empreendedores rurais. Se você quer crescer

mais, o Sebrae quer mais é estar ao seu lado.

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SUA VIDA É SE SUPERAR A CADA DIA? ESTAMOS JUNTOS.

QUEM TRABALHA NO CAMPO SABE:

A COLHEITA SÓ ACONTECE DEPOIS DA PLANTAÇÃO.

É da porteira para dentro que a gestão,

inovação e produtividade fazem a diferença.

O Sebrae acredita e trabalha junto dos

empreendedores rurais. Se você quer crescer

mais, o Sebrae quer mais é estar ao seu lado.

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Expediente

Publicação do Sebrae Bahianº 212, novembro de 2015 Filiada à Aberje

Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Bahia Antônio Ricardo Alvarez Alban

Diretor-superintendente Adhvan Novais Furtado

DiretoresFranklin Santana Santos Lauro Alberto Chaves Ramos

Unidade de Marketing e Comunicação

GerenteAdriana Mira

Jornalista ResponsávelVanessa Câmera (DRT/RJ 28363)

EquipeAlice Vargas, Isabela Oliveira, Mauro Viana, Pedro Soledade, Rafael Pastori e Vanessa Câmera. Estagiários: Alana Caiusca, Fernanda Leal, Isabel Santos, Laise Cruz e Lannah Cerqueira

Agência Sebrae de Notícias

(Varjão & Associados Comunicação)

Anaísa Freitas, Carla Fonseca, Carlos Baumgarten, Cristhiane Castro, Danielle Cristine, Fernanda Barros, Gustavo Rozario, João Alvarez, Laiana Menezes, Luciane Souza, Lucilene Santos, Maria Clara Lima, Nara Zaneli, Renata Smith, Silvia Araújo, Tamara Leal e Virgínia Mercês

RevisãoAnaisa Freitas

Edição Carla Fonseca

Edição de FotografiaJoão Alvarez

CapaJoão Alvarez

Projeto Gráfico OriginalSolisluna Editora

EditoraçãoObjectiva

ImpressãoQualigraf Serviços Gráficos e Editora Ltda

Tiragem20.000 exemplares

Cartas Sebrae – Unidade de Marketing e Comunicação Rua Horácio César, 64, Dois de Julho Salvador, Bahia. CEP: 40.060-350. [email protected]

Telefones 71 3320.4558/4367

Agência Sebrae de Notíciaswww.ba.agenciasebrae.com.br

Valorizar os pequenos negócios se traduz em um poder transformador.Reconhecendo isso, o Sebrae lançou, em todo o país, o Movimento Com-pre do Pequeno Negócio. E esse é o tema da reportagem principal desta edição da Revista Conexão. No Bra-sil, mais de 180 mil empresas apos-taram na ideia do Sebrae e partici-param do movimento, que na Bahia teve mais de 7,5 mil empresas par-ticipantes. Uma pesquisa mostrou que, no dia 5 de outubro, data marco do movimento e também o Dia da Micro e Pequena Empresa, a Bahia foi o estado que mais comprou de pequenas empresas. Nossa repor-tagem traz histórias de empresários que movimentam o cotidiano dos locais onde atuam, além de contri-buir com a circulação do dinheiro e geração de emprego.

Como ações de economia criativa podem mudar a realidade de uma cidade? Como Medellín, uma cidade colombiana famosa por ser a capi-tal do tráfico e da violência, passou a ser r e c o n h e c i d a como a mais inovadora do mundo?Essas e outras pergun-tas serão res-pondidas pelo ex-secretár io das pastas de Cultura Cidadã e Desenvolvi-mento Social de Medellín, na Colômbia, Jor-

ge Melguizo. O conferencista inter-nacional é o entrevistado da nossa publicação.

Você também vai conhecer a his-tória de sucesso do produtor da Cachaça Limoeiro, Raimundo Pri-mo Macêdo. Ele começou a receber consultorias do Programa Sebraetec, em 2013, e fez melhorias na estru-tura do negócio e na elaboração da bebida, a partir do subsídio de 80% nos custos, dado pelo Sebrae.

O curso Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), desenvolvi-do pelo Sebrae, também é tema de uma das reportagens da Revista Co-nexão. São histórias como a do alu-no Caio Vinicius dos Santos, de 14 anos, que cursa o ensino fundamen-tal, na Escola Municipal Hercília Ti-nôco Andrade, em Santo Antônio de Jesus, e que, a partir de atividades lúdicas e trabalho em equipe, apren-deu noções de empreendedorismo.

Boa leitura!

A utilização da marca Sebrae é de uso exclusivo do titular da mesma. Seu uso por terceiros, sem autorização prévia, expressa e formal da Unidade de Marketing e Comunicação do Sebrae Bahia, é passível de punição, conforme previsto pela Lei da Propriedade Industrial nº 9.279/96.

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Mais de 7,5 mil empresas baianas se cadastraram no Movimento Compre do Pequeno Negócio e a Bahia foi o estado que mais procurou pequenas empresas no dia 5 de outubro

Movimento Compre do Pequeno Negócio mostra poder das pequenas empresas

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6COMÉRCIO E SERVIÇOSCasal inova com fábrica de minissalgados

9POLÍTICAS PÚBLICASBahia tem maior número de MEI no Nordeste

13INOVAÇÃO E TECNOLOGIACom inovação, empresário melhora gestão e faturamento

16INDÚSTRIAO pão de cada dia

19AGRONEGÓCIOSebraetec leva qualidade à Cachaça Limoeiro

22PRINCIPAL – MOVIMENTO CPNPequenos notáveis

28EDUCAÇÃO EMPREENDEDORAEducação Empreendedora nas escolas contribui para a formação de estudantes

Sumário

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30MERCADOParticipação em feiras abre oportunidade de vendas

34ECONOMIA CRIATIVAEmpresas criativas alavancam economia local

37ENTREVISTA – JORGE MELGUIZOCidades Criativas

43MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUALIrmãs empreendedoras ajudam noivas a realizar sonho do altar

45EMPREENDEDORISMOProdução científica em formato de negócio

46SEBRAE PERTO DE VOCÊ

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COMÉRCIOE SERVIÇOS

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Para atender a demanda, o casal de empresários, Marcos e Maria Elisângela Vilas Boas, donos da Marelly Fast, aumenta número de funcionários de três para 15

Casal inova com fábrica de minissalgadosCapacitações do Sebrae ensinam empreendedores do Recôncavo a aprimorar gestão no ramo de alimentos

As soluções do Sebrae sempre se ajustam às necessidades do casal de empresários, Marcos e Maria Elisân-gela Vilas Boas. Ao conheceram as capacitações da instituição, eles as adotaram como grandes aliadas em

seus desejos de avançar no empre-endimento de produção e venda de minissalgados, localizado na região do Recôncavo baiano.

Em 2013, o casal montou a lan-chonete Marelly Fast, em Cruz das

Almas, e a minifábrica, em Muritiba. Dotados de forte tino empresarial, eles próprios elaboraram o plano de negócio e fizeram a pesquisa de mer-cado. A empresa alcançou o sucesso ao expor no Show Room Indústria,

6 REVISTA CONEXÃO

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evento realizado pelo Sebrae, em Santo Antônio de Jesus, em 2014. A originalidade dos minissalgados do tipo coxinha, então exclusivos na região, encantou a clientela. Os produtos tiveram grande aceitação no mercado, tanto os fritos na hora e comercializados a varejo na lan-chonete quanto os congelados para fornecimento em pontos de distri-buição da região.

Mas o desejo de inovar e estru-turar a gestão e a busca por novos desafios impulsionaram os em-presários a procurar o Sebrae. Eles queriam implementar ações de pla-nejamento, organização e susten-tabilidade do negócio, com um mo-

delo empreendedor de crescimento. “A relação deles com o Sebrae é tão forte que Marcos já veio aqui e pe-diu para indicar uma programação de cursos para a empresa dele parti-cipar”, lembra o gerente regional do Sebrae em Santo Antônio de Jesus, Carlos Henrique Nunes.

A primeira experiência perso-nalizada dos empresários com a instituição foi na consultoria do Programa Alimento Seguro (PAS). Com os conhecimentos adquiridos, investiram em soluções na gestão das empresas, favorecendo a mu-dança de hábito dos sócios e cola-boradores. Os resultados geraram a redução de desperdícios de ali-

mentos, qualificação dos produtos utilizados e o desenvolvimento da consciência ecológica. Na ocasião, eles foram incentivados pela con-sultoria a destinar o óleo de cozi-nha, utilizado na fritura dos salga-dos, para reaproveitamento pelas empresas circunvizinhas. E conti-nuam fazendo até hoje.

Conquistas

Após a consultoria, Marcos não se cansou e participou também do Seminário Empretec, o qual possibilitou a definição de metas de ação. “Foi uma semana intensa dedicada ao curso, mas revigoran-

Minissalgados disponíveis em 20 pontos de venda

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Saiba como participar das capacitações:

Gestão Financeira – Do Controle à Decisão

Integra o Programa Sebrae Mais, promovendo o de-

senvolvimento da competência do empresário para

o controle, análise e planejamento da vida financei-

ra da empresa para tomada de decisões, através de

orientação personalizada de consultoria. Oferecido

para micro e pequenas empresas consolidadas, mas

que precisam aprimorar sua atuação e competitivi-

dade no mercado.

Programa Alimento Seguro (PAS)

Como uma das ferramentas de Sebraetec, orien-

ta os empresários para que desenvolvam boas

práticas de higiene, manipulação, armazenamen-

to e transporte dos alimentos e evitem desper-

dícios durante processo de produção. Oferecido

para microempreendedores individuais e donos

de micro e pequenas empresas do ramo da indús-

tria e comércio

Procure o Sebrae de sua região ou ligue para a Central de Relacionamento (0800 570 0800).

te. As ações do Empretec muda-ram completamente minha visão de empreendedor, abriram novos horizontes e promoveram um ver-dadeiro upgrade nas empresas. Adquirimos um jeito diferente de administrar”, conta.

Entre os benefícios conquista-dos, o empresário lista com satis-fação: estabelecimento de metas, ampliação de parcerias com as lanchonetes, capacitação dos cola-boradores, melhoria do sistema de gerenciamento, escolha adequada de fornecedores, inovação de pro-dutos, fidelização do cliente com a melhoria do atendimento e busca de oportunidades.

Atualmente, a empresa dispõe de 20 pontos de distribuição de venda de minissalgados, situados em vá-rios municípios da região. Com eles, estabeleceram uma relação pecu-liar. “Quando fechamos com eles, além de apresentar o produto, nós oferecemos treinamentos gratuitos de manuseio do alimento e de ge-

renciamento”, explica Maria Elisân-gela. Com este público, o casal de empresários experimenta algumas metodologias próprias de comercia-lização. Antes de fornecer os novos produtos, eles comercializam na própria lanchonete, fazendo uma espécie de degustação para testar a aceitação do público para, daí então, fazer a distribuição.

Sempre dispostos à inovação, eles seguiram sugestão do Sebrae de co-mercializar produtos no tamanho tradicional – empadas, pãozinhos e doces, abrindo novos nichos de ne-gócios nas linhas festas, buffets e coquetéis. O crescimento da deman-da foi inevitável, sendo necessária a ampliação do quadro de colabora-dores de três para 15 e o investimen-to em capacitação - de Atendimento ao Cliente, àqueles que atuam na recepção, e de Higiene e Saúde, aos que trabalham nas minifábricas, ambas ministradas pelo Sebrae. A saúde financeira também recebeu atenção especial do empresário que

participou da turma do curso de Gestão Financeira – Do Controle à Decisão. A preocupação em registrar e patentear a logomarca Marelly Fast também foi agilizada com as orientações da consultoria de Regis-tro de Marcas do Sebrae.

No futuro próximo, os empresá-rios vislumbram uma série de proje-tos. Pretendem seguir a tendência de salgados congelados pré-assados e explorar a linha de supermercados. Com foco neste conceito de expan-são do negócio, querem comercia-lizar para todo o Recôncavo, depois o estado e, futuramente, fornecer para outras regiões. Para Elisângela, ter o apoio do Sebrae em suas ações é fundamental para o posiciona-mento e expansão do Grupo Marelly Fast no mercado. Além das capaci-tações, os empresários participaram do Seminário Desafio do Crescimen-to, sendo Marcos um dos apresen-tadores, relatando sua experiência em participar do Empretec, além de palestras, missões e eventos.

8 REVISTA CONEXÃO

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Bahia tem maior número de MEI no NordesteTrabalhadores conseguiram incrementar a renda com a formalização

POLÍTICAS PÚBLICAS

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Lu do Coco, que desde 2005 vende água de coco nas ruas de Salvador, já havia trabalhado como gerente de lotérica, ajudante de cozinha e vendido tempero verde e amendoim

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Que o baiano é empreendedor já não é mais novidade. Além dos tantos exemplos conhecidos do estado, como artistas e empresários renomados, a Bahia também não fica atrás com seus milhares de empreendedores que enfrentam a rotina diária de traba-lho. São cabeleireiros, ambulantes, diaristas, pedreiros e muitos outros trabalhadores que decidiram seguir o caminho da formalização e alcança-ram a estabilidade financeira com seu próprio negócio.

De acordo com dados da Receita Federal de agosto de 2015, no estado, são mais de 334 mil microempreen-dedores individuais (MEI) cadastra-dos. Com a marca, a Bahia desponta no cenário nordestino com o maior número de registros, ficando tam-bém em quarto colocado no Brasil (atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais).

Em todo o país, o montante já ul-trapassou os 5 milhões de empreen-dedores, número que só aumenta desde 2008, quando foi sancionada a Lei Complementar nº 128 (que criou a figura do MEI). Na Bahia, a formalização como MEI passou a va-ler dois anos depois, a partir do dia 8 de fevereiro de 2010.

Um dos primeiros a investir no ca-minho da formalização foi o empre-sário Paulo Bonfim. Desde a década de 1970, ele já trabalhava com repa-ros e manutenção de equipamentos eletrônicos. Em menos de um mês após a chegada do registro no es-tado, no dia 1º de março, ele se for-malizou como microempreendedor individual.

“Nessa época, eu já fazia manu-tenção em edifícios e prestava ser-viços de segurança predial. Come-

çaram a me pedir nota fiscal e foi, justamente, quando surgiu essa oportunidade de me tornar MEI”, conta o empresário. “Ouvi no rádio a notícia e fui a sede do Sebrae, em Salvador. Já conhecia a instituição desde a década de 1990. Tinha feito cursos de atendimento ao cliente e gestão, por exemplo”, completa.

Com a formalização, o empreen-dedor conseguiu aumentar a sua clientela. “Novos clientes foram surgindo, porque eu tinha um CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurí-dica). Além disso, tive a oportuni-dade, em dois momentos, de pegar crédito no banco, e usei para inves-tir em meu negócio”. Na época, ele também contratou um funcionário que cuidava da parte administrati-va da empresa.

Com a qualidade no serviço (Paulo tem clientes ativos há mais 20 anos), formalização e planejamento, o re-sultado não poderia ser outro. O em-presário viu o seu negócio prosperar e, em 2014, extrapolou o faturamen-to permitido pela categoria, migran-do para microempresa (ME).

Hoje, ele fornece serviços de segu-rança eletrônica, como a instalação de câmeras, sistema de monitora-mento interno e portões eletrôni-cos, para edifícios empresariais e residenciais. Como ME, as despesas aumentaram e, na conjuntura atual brasileira, o empreendedor planeja investir ainda mais em seu negócio. “Preciso dar um salto maior para romper barreiras. Eu vejo a crise como um desafio para o empresário e, para passar por ela, já estou me planejando para prospectar mais clientes e investir em estratégias de marketing”, comenta.

O MEI

O Microempreendedor Individual é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pes-soa jurídica. Para se formalizar, o empreendedor deve faturar, no má-ximo, até R$ 60 mil por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. Além disso, ele também movimenta a econo-mia e promove a geração de posto de trabalho na medida em que pode contratar um funcionário de cartei-ra assinada.

A formalização traz ainda outras vantagens, como o enquadramento no regime tributário Simples Na-cional, que isenta o profissional dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). Com isso, o MEI paga apenas o valor fixo mensal de R$ 40,40 (comércio ou indústria), R$ 44,40 (prestação de serviços) ou R$ 45,40 (comércio e serviços) - que será destinado à Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS, respectivamente. Os valores são atualizados anualmente, de acordo com o salário mínimo, e garantem ao trabalhador o acesso a benefícios como auxílio-maternida-de, auxílio- doença e aposentadoria.

Segundo dados da Receita Federal de 25 de julho de 2015, os setores de Comércio (com 145.329), Serviços (115.349), Indústria (44.210), Cons-trução civil (22.615) e Agropecuária (1.190) são aqueles que registram o maior número microempreende-dores individuais formalizados na Bahia. A vendedora Lucineide Lima está no primeiro deles.

Assim como Paulo, ela se formali-zou no dia 1º de março de 2010. Lu do Coco, como é conhecida, já havia

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trabalhado como gerente de lotéri-ca, ajudante de cozinha e vendido tempero verde e amendoim. Em 2005, passou a vender coco nas ruas de Salvador e, após avaliar as van-tagens do registro como MEI, optou pela legalização da atividade.

“Abri uma conta no banco, o CNPJ me ajuda para comprar material e emitir nota fiscal e sai mais em conta para pagar o imposto”, con-ta Lu, destacando ainda as vanta-gens da previdência. “É um meio do trabalhador se firmar um pouco”, completa.

Para a gerente da Unidade de Polí-ticas Públicas do Sebrae Bahia, Ma-ria Thereza Andrade, o movimento em prol da formalização desse tra-balhador, que antes atuava como autônomo, traz uma série de bene-fícios. “A formalização permite um grau de proteção grande e é decisivo para que o trabalhador realize sua atividade com mais segurança. Ao legalizar sua atividade, ele também tem acesso a oportunidades de mer-cado, facilitadas especialmente por conta do CNPJ. Essa é uma maneira de estimular quem tem talento para empreender”, afirma.

Maria Thereza acredita que, quando o trabalhador se formaliza, profissionaliza e desenvolve o seu negócio, ele também pode migrar de categoria, aumentando o seu faturamento. “A formalização abre uma porta para esse crescimento. O empreendedor passa a ter um CNPJ e pode acessar mercados e oportu-nidades que antes não conseguia”, exemplifica.

Entretanto, a gerente destaca a necessidade da capacitação profis-sional para o desenvolvimento dos

negócios. “Não basta se formalizar,

é preciso buscar, permanentemente,

as capacitações empresariais. O em-

preendedor, ao obter mais conheci-

mento, também ganha vantagens

competitivas no mercado”.

Na Bahia, são mais de 334 mil microempreendedores individuais (MEI) cadastrados. O empresário Paulo Bonfim faz parte desse universo

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INOVAÇÃO ETECNOLOGIA

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Mário Lopes, dono da Real Material de Construção, em Feira de Santana, adotou medidas simples após participação no Programa Agentes Locais de Inovação (ALI)

Com inovação, empresário melhora gestão e faturamentoDa identidade visual à gestão, veja como o programa pode alavancar os negócios

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O empresário Mário Lopes é dono da Real Material de Construção, empresa que inaugurou há 20 anos, em Feira de Santana. Já com tradição no mer-cado feirense, ele não imaginava que poderia melhorar a gestão do seu ne-gócio até conhecer as soluções ofereci-das pelo Sebrae, em 2012. Na ocasião, o empresário resolveu ampliar seus conhecimentos e aderiu ao Programa Agentes Locais de Inovação (ALI), logo após receber a visita de uma agente em sua loja. De lá para cá, já soma mais de 15 capacitações em parceria com a instituição.

Mário foi atendido durante os anos de 2013 e 2014, no Ciclo II do progra-ma – um acordo de cooperação téc-nica entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecno-lógico (CNPq) e o Sebrae. Os agentes locais de inovação visitam as empre-sas e entregam aos proprietários os diagnósticos gratuitos do que podem melhorar no negócio, com indicação de capacitações e mudanças possí-veis de serem realizadas.

“Com a orientação do ALI, primei-ro fiz o Empretec, que mudou com-pletamente a minha visão enquanto empreendedor. Percebi que poderia avançar na minha forma de admi-nistrar”, conta Mário. Como princi-pal melhoria, o empresário destaca a percepção de que, sozinho, não conseguiria manter a administração de seu negócio. Agora, ele conta com duas pessoas no setor de cobrança, uma no caixa e uma secretária. “An-tes, eu exercia todas essas funções. Nunca havia tirado férias na minha vida, porque estava sempre sobre-carregado e tudo dependia de mim. Após o ALI, contratei mais quatro funcionários e dividi as tarefas, de

forma que consigo perceber tam-bém a melhoria na gestão da em-presa”, afirma.

Hoje, a Real Material de Constru-ção possui 20 funcionários – sete a mais que em 2012 – entre vendedo-res, equipe administrativa, setor de distribuição e office boy. Além disso, o empresário também investiu na capacitação dos seus colaboradores – alguns que já trabalhavam na em-presa há mais de cinco anos e nun-ca haviam tido essa oportunidade. “Minha equipe é mais motivada e se sente mais valorizada após esses treinamentos, que vão desde atendi-mento ao cliente a relações no am-biente de trabalho”, detalha.

Inovação na empresa

Durante o ALI, Mário participou ainda do Workshop de Inovação, palestra Internet na Medida, semi-nário Desafios do Crescimento e da solução Gestão Financeira, do Sebrae Mais. Além disso, com a orientação do Sebrae, ele conseguiu crédito no Banco do Nordeste e investiu tam-bém no visual de sua loja. Atendido pelo programa Sebraetec, voltado para inovação nos negócios, o em-presário mudou a fachada e balcão, além de plotar os carros, motos e caminhões de trabalho. “Temos hoje uma identidade visual. Antes, era só o nome da empresa na fachada, não tinha uma marca, um padrão. Essa

mudança trouxe mais credibilidade para a minha empresa”, afirma.

De acordo com ele, as mudanças realizadas e o investimento em ca-pacitação contribuíram para um aumento de cerca de 30% no fatura-mento da Real Material de Constru-ção. Agora, mais atento ao mercado e sempre em busca do diferencial no seu negócio, o empresário modi-fica mensalmente o visual da loja, seguindo as dicas que aprendeu no workshop. Sua empresa é totalmen-te climatizada, com sala de espera com televisão, café e chá, e ainda realiza pesquisa de opinião com os clientes. Para ele, essas mudanças, feitas ao longo dos dois anos no Pro-grama ALI, impactaram diretamen-te no seu negócio.

“Eu nunca havia ligado para um cliente meu para saber se o ma-terial tinha chegado no prazo, se era aquilo mesmo que ele queria. Nunca tinha oferecido um chá, um cafezinho. A sala de espera e o ar condicionado são medidas simples, que fazem a diferença no mercado altamente competitivo. Esse tipo de atitude foi o Sebrae que me fez en-xergar”, diz.

A inovação também levou a em-presa para o mundo virtual. Desde fevereiro de 2015, a Real Material de Construção passou a atuar também na internet pelo seu site, no Face-book e Instagram, além das vendas, que podem ser efetuadas no aplica-tivo WhatsApp. “A minha loja se di-vide em duas fases: antes e depois do ALI. Mas as mudanças não acon-tecem de um dia para o outro. Esta-mos há quatro anos com o Sebrae e, a cada orientação, colocamos o en-sinamento em prática. Aos poucos,

Empresa cresceu 30%

depois das inovações

propostas pelo ALI.

14 REVISTA CONEXÃO

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temos a percepção de que as coisas mudam para melhor”.

Para o gestor do Programa ALI no Sebrae em Feira de Santana, Eduardo Simas, o sucesso da Real Material de Construção pode ser atribuído ao fato de o empresário perceber suas falhas

e acreditar na parceria com o Sebrae. “Ele acreditou que poderia melhorar seu negócio e foi o que aconteceu. Hoje, a Real Material de Construção é um case de sucesso”, conta.

O empresário interessado em par-ticipar do Programa ALI em Feira de

Santana e região pode entrar em contato com o Sebrae do município ou pessoalmente na sede da ins-tituição (Rua Barão do Rio Branco, nº 1.225, Centro). A visita do agente local de inovação e os diagnósticos empresariais são gratuitos.

O Programa Agentes Locais de Inovação (ALI) na Bahia

Implantado em 2010 na Bahia, o ALI já

está no Ciclo III de atendimento, realiza-

do de 2014 até 2016. Com duração de 24

meses, em cada novo ciclo, o programa

amplia o número de agentes, de setores e

de empresa atendidas.

De acordo com o gestor estadual do ALI

na Bahia, Eduardo Garrido, neste Ciclo III, o

ALI vai atender 2.750 empresas em todo o estado, sendo

que até julho deste ano já atingiu cerca de 80% da meta.

O montante é uma parte significativa do total de 4,9 mil

empresas atendidas até então (2,7 mil nos ciclos I e II).

No total, são 55 agentes espalhados no estado – nas

cidades de Barreiras, Camaçari, Eunápolis, Feira de

Santana, Guanambi, Ilhéus, Itabuna, Jequié, Lauro de

Freitas, Porto Seguro, Salvador, Santo An-

tônio de Jesus, Teixeira de Freitas e Vitó-

ria da Conquista –, que atendem muni-

cípios próximos num raio de até 50 km

de distância. Os setores trabalhados são

os de Alimentos, Bares e Restaurantes,

Automecânica, Comércio Varejista, Cos-

méticos, Construção Civil, Educação, Ele-

troeletrônicos, Eletrodomésticos, Farmacêutico, Gastro-

nomia, Metal Mecânica, Moda, Movelaria e Decoração,

Saúde, Serviços Imobiliários, Tecnologia da Informação

e Comunicação, Turismo e Entretenimento, Transportes

e Vestuário e Confecção. De acordo com Garrido, essa

seleção de cidades e setores é fundamentada em estu-

dos e dados empresariais do estado.

Como funciona?

Os agentes são bolsistas do CNPq e profissionais re-

cém-formados, capacitados pelo Sebrae nas áreas de

gestão empresarial e inovação. Todo o trabalho conta

com o suporte de um consultor sênior da instituição

e é alinhado com o gestor local do programa nas uni-

dades do Sebrae.

Garrido explica que o agente visita os empreen-

dimentos, preferencialmente Empresas de Pequeno

Porte (EPP), apresenta soluções e oferece respostas às

demandas do negócio. Essas decisões são embasadas

pela aplicação do Diagnóstico Empresarial e Radar da

Inovação e, após essa etapa, o agente propõe um plano

de ação para a empresa. “Como o ALI atua em ciclos e

visita o empreendimento durante dois anos, é possível

mensurar os resultados quando ele executa o plano

de ação. O agente conclui a etapa, volta na empresa e

faz um novo Radar de Inovação, construindo, assim, a

evolução do negócio”, detalha Eduardo Garrido.

Para o gestor, a inovação é possível ser aplicada em

qualquer empresa, não somente nas grandes. “Inovar

é trabalhar seus conceitos, verificar oportunidades de

atuar de maneira diferente em aspectos como produ-

tos, serviços, organização, marketing e processos, de

modo que você consiga obter um melhor resultado,

principalmente, no financeiro”, afirma. “A ideia é ex-

pandir cada vez mais as nossas ações para criar uma

cultura de inovação no estado”, completa. O Programa

ALI trabalha com parcerias locais em todo o estado.

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INDÚSTRIAFo

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Empresário Eduardo Souza Dias, dono da Padaria Pão Bom no centro de Teixeira de Freitas, comemora os resultados das ações recomendadas pelo projeto

O pão de cada diaEmpreendimentos da cadeia do trigo na Bahia recebem apoio do Sebrae pelo Projeto Setorial de Panificação

De fato, o brasileiro tem o pão como um dos principais itens do café da manhã. A pesquisa do Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria (ITPC) confir-ma este comportamento, revelando que o setor de panificação e confeitaria al-cançou, em 2014, um faturamento de R$ 82,5 bilhões, no país, corresponden-

do a um crescimento de 8,02%. Deste total, uma grande fatia (96,3%) é in-tegrada por micro e pequenas empre-sas, conforme Estudos de Tendências – Perspectivas, realizado pelo Sebrae em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Panificação e Padaria (ABIP) - 2009/2017.

A Bahia contribui com o mercado com 1.262 micro e pequenas empre-sas formalizadas em seus principais municípios, responsáveis pela cres-cente geração de emprego e renda. E é neste cenário que a Coordenação de Indústria do Sebrae Bahia desen-volve o Projeto Setorial de Panifica-

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ção e Confeitaria nos municípios de Feira de Santana, Barreiras, Ilhéus, Jacobina, Juazeiro, Santo Antônio de Jesus, Irecê, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista, além de Salva-dor e Região Metropolitana.

O apoio técnico aos donos dos em-preendimentos envolvidos no proje-to tem provocado mudanças signifi-cativas em seus empreendimentos, fundamentais para a qualificação do serviço e o combate ao desper-dício, principais entraves do cresci-mento. “Iniciamos o mapeamento das empresas nestas cidades, fize-mos um diagnóstico de cada uma delas, levantamos as potencialida-des e necessidades e construímos para cada uma planos de ação es-pecíficos”, destaca a coordenadora de Indústria do Sebrae Bahia, Elane Fróes. De acordo com a gestora, o projeto sinaliza para o desenvolvi-mento da qualidade, produtividade e sustentabilidade do segmento da panificação, com foco na inovação, saúde e segurança alimentar, em busca do aumento de vendas e fide-lização de clientes.

Em suas ações estratégicas, o projeto conta com o Programa de Apoio à Panificação (Propan Pleno). A iniciativa, criada pela ABIP e fruto da parceria entre Sebrae e o ITPC, conquistou os empresários baianos. O seu conteúdo programático é dis-seminado em sistemas de treina-mentos e consultoria especializada, com abordagem de assuntos rele-vantes à sobrevivência do negócio, como eliminação do desperdício, hoje responsável pela perda do fa-turamento em 12%, padronização dos processos de produção, melho-ria da qualidade de atendimento,

aperfeiçoamento dos produtos e otimização das vendas.

Quem bem sabe disso é o empre-sário Eduardo Souza Dias, dono da Padaria Pão Bom, no centro de Tei-xeira de Freitas, sul da Bahia. Como integrante do projeto desde 2014 e com entrada no Propan este ano, o empresário comemora os resultados das ações recomendadas, sobretudo nas vendas. “A gente já tinha pen-sado em aderir ao Propan por conta própria, mas o Sebrae providenciou isso”, conta ele com entusiasmo, apontando o setor financeiro como o que mais avançou na sua empresa com a adoção das medidas inovado-ras, favorecendo o aumento de 10% no faturamento dos negócios, nos últimos seis meses. “Passei a plane-jar e controlar melhor as finanças, a aplicar preços diferenciados”, sa-lienta o empresário, lembrando que passou a fazer o controle de estoque, reduzindo o desperdício, e a ofertar uma maior variedade de produtos, impulsionando as vendas.

Outras medidas simples foram aplicadas na Pão Bom, rompendo pa-drões de gestão dos negócios, manti-dos há pelo menos 22 anos. “As ações foram funcionais e não demandaram altos recursos financeiros, conduzin-do à redução de desperdícios, como fazer o recheio de salgados por peso e não por unidade”, acrescentou. Na estrutura da loja, o empresário ele-vou o telhado e instalou uma telha termoestática para combater a alta temperatura do ambiente da cozi-nha, preservar a qualidade dos pro-dutos e contribuir para o bem estar dos colaboradores. “A cada módulo, percebia uma série de mudanças que precisava fazer. O programa me abriu

os olhos para muitos aspectos. Agora tenho uma visão moderna e já posso começar a planejar os próximos pas-sos para enfrentar o mercado mais preparado”, disse o empresário, lem-brando o treinamento que o progra-ma propiciou aos oito funcionários do balcão, que refletiu na melhoria do atendimento.

Inovação em família

O Propan também deu asas aos planos do estudante de administra-ção de empresas, Rodrigo Almeida Carvalho, que gerencia a Filadélfia, padaria da família, localizada em Trancoso, Porto Seguro. Ele pensava em investir nas intervenções que contemplassem toda a cadeia do negócio – atendimento, produção, organização dos custos, despesas e investimentos.

“Uma empresa familiar tende a ficar defasada com a sequência de anos sob a mesma visão. Eu queria inovar, melhorar a padaria para o cliente e também aumentar a ren-tabilidade”, argumenta o empre-sário que integrou o programa em janeiro deste ano. O desperdício foi um ponto que mereceu atenção de Rodrigo, com identificação de fontes que ocasionavam prejuízos. Optou por uma variedade de estoque da mercadoria, em detrimento a pro-dutos mais caros, que funcionavam como chamariz. “No primeiro mó-dulo já identifiquei alguns gargalos, como prejuízos com sobras e des-perdício de matéria prima, e percebi que muita coisa precisava ser me-lhorada”, finalizou.

Atualmente, Rodrigo está traba-lhando em um projeto de reforma

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e ampliação da padaria, a fim de otimizar o atendimento e promo-ver mais conforto e qualidade para o cliente. A previsão é que obra seja concluída até o ano que vem. “O programa é excelente! Acabou com meu ‘achismo’, agora tenho mais controle dos meus resultados e, com isso, posso tomar decisões mais assertivas. Ainda tenho mui-to para inovar, quero modernizar o negócio e aumentar a lucrativida-de”, concluiu.

Para o gerente regional do Sebrae em Teixeira de Freitas, Alex Brito, os dois exemplos ilustram as atitudes reflexivas dos empresários sobre seus negócios para a tomada de decisões acertadas, de acordo com a realida-de do empreendimento, provocadas pelo Projeto Setorial de Panificação

e intensificadas pelo Propan. “O tra-balho estimula um aprofundamento sobre o segmento, desde a produção de alimentos até a aquisição de equi-pamentos e reformas estruturais que aumentam consideravelmente as chances de sucesso no mercado”, salientou Alex.

Propan desperta consciência do empresariado

Para o empresário Fred Cosme San-tana, dono da Delicatessen Buona Massa, no município Coração de Ma-ria, no Centro Norte da Bahia, o Pro-pan despertou a consciência do em-presariado da sua região, tirando-o da zona de conforto. Ele aderiu ao pro-grama em 2014 e aprendeu a adotar

medidas simples para conter o des-perdício e aumentar em 12% o fatu-ramento do negócio. Uma das ações imediatas foi o controle unificado do estoque, permitindo uma melhor ges-tão dos produtos. “O Propan nos ensi-na a aproveitar o que temos de forma eficiente. Sem falar na gestão empre-sarial que mudou completamente, pois eu nunca havia participado de qualquer treinamento”, diz.

Com o final do programa e já sen-tindo a evolução e o diferencial no seu negócio, não pôs fim à sua parce-ria com o Sebrae. “Sinto que o Propan foi apenas o pontapé para que eu cresça cada vez mais, como gestor”, complementou, informando que já participou do Seminário Empretec e também do curso de Gestão Finan-ceira, e vai participar do Sebraetec.

Padarias ainda podem participar

Resultado do convênio entre Sebrae, ITPC e ABIP, o projeto Setorial de Panificação reúne ações de capacitação e consul-

toria, essenciais para o fortalecimento da gestão dos negócio, qualificação de serviços e produtos e criação de ambientes

de negócios competitivos para a conquista e manutenção de mercados. A ação reúne grupos de empresas que são devi-

damente mapeadas e diagnosticadas. A depender de cada perfil, os empresários participam de consultorias, capacitações

e missões empresariais, que contemplam soluções de saúde e segurança do trabalho, boas práticas de fabricação e efici-

ência energética. “Os grupos não estão fechados. Os empreendimentos que desejam aderir ao projeto devem entrar em

contato com o Sebrae da sua região”, explica a coordenadora de Indústria do Sebrae Bahia, Elane Fróes, acrescentando

que o planejamento da instituição prevê a implantação de 10 projetos de Panificação e Massas Alimentícias em Feira de

Santana, Barreiras, Ilhéus,Jacobina, Juazeiro, Santo Antônio de Jesus, Irecê, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista, além

do Projeto de Encadeamento Produtivo Moinho Dias Branco na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

Propan Pleno

O Programa de Apoio à Panificação (Propan Pleno) é fruto da parceria entre o Sebrae e a Associação Brasileira das

Indústrias de Panificação e Confeitaria (Abip) e está inserido na área de tecnologia e inovação do Projeto Setorial de

Panificação. Apresenta-se num formato integral, dividido em sete módulos, para serem trabalhados num período de

quatro meses. Atende de forma coletiva e personalizada o empresário, com abordagens de diversos aspectos dos seto-

res de produção, gestão de pessoas e marketing. O programa é subsidiado em 80% pelo Sebrae, restando apenas 20%

para empresário. Para o técnico do Sebrae Feira de Santana, Luiz Eduardo Xavier, “o fato de ter a instituição financiando

parte do programa atrai muitos participantes. Muita gente tem vontade, mas não tem o dinheiro para custear”.

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AGRONEGÓCIO

A partir de consultoria, o empresário Raimundo Primo Macêdo aprimorou o processo da produção da cachaça e já planeja exportação

Sebraetec leva qualidade à Cachaça LimoeiroMudanças na produção da bebida e no visual da marca ampliam a competitividade do empreendimento

Desde que o produtor Raimundo Pri-mo Macêdo, da Cachaça Limoeiro, começou a receber consultorias do Programa Sebraetec, em 2013, ele fez melhorias na estrutura do ne-

gócio e na elaboração da bebida, a partir do subsídio de 80% nos cus-tos, dado pelo Sebrae. A Fazenda Li-moeiro, que fica em Várzea da Cruz, município de Feira da Mata, Oeste

da Bahia, recebeu a primeira ação do programa por meio das consultorias para confecção e registro de marca junto ao Instituto Nacional da Pro-priedade Industrial (INPI).

Foto

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A etapa seguinte contemplou o processo de aprimoramento na pro-dução da cachaça, que contou com o auxílio do consultor do Sebrae Nacional e credenciado do Sebra-etec, o professor Rogélio Brandão. Através da empresa Cerlev - Proje-tos e Inovação na Biotecnologia da Fermentação, uma parte das leve-duras utilizadas na fermentação da Cachaça Limoeiro foram modifica-das em laboratório e reintroduzidas no processo produtivo. “Com isso, a produção de cachaça passou a ser feita de forma padronizada, em vir-tude do uso dessa levedura. E, como ela somente existe na região, pode-mos dizer que a Cachaça Limoeiro tem DNA próprio”, detalha Rogélio, que também instalou um processo de multiplicação de leveduras na unidade de produção, a fim de per-mitir a reposição constante no pro-cesso de produção.

Além da introdução de procedi-mentos operacionais que garantem uma cachaça de elevado padrão, houve o curso de formação de mes-tres alambiqueiros, orientando os colaboradores sobre os vários aspec-tos da produção que influenciam na qualidade do produto final.

Em 2014, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), no âmbito do Sebraetec, orientou as ações para obtenção do licencia-mento ambiental, de forma a aten-der às exigências legais relaciona-das a efluentes, resíduos sólidos e emissões atmosféricas; e ainda a regularização rural do negócio, acompanhando todo o processo do Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Rurais (CEFIR), conhecido na Bahia como Cadastro Ambien- Melhoramento da produção garante diferencial de sabor, aroma, e buquê da Cachaça Limoeiro

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tal Rural (CAR), obrigatório junto ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA).

O engenheiro ambiental e con-sultor no Senai Cimatec, Pedro Pozzi, acompanhou a atividade e explica que a primeira frente de trabalho foi baseada no levanta-mento de dados secundários, como possíveis Áreas de Preservação Per-manente (APP) e Unidades de Con-servação, Vegetação, além de fases do processo produtivo.

“A segunda etapa foi pautada no levantamento de dados na Fazenda Limoeiro, confirmando aqueles ob-tidos a partir de fontes secundárias e avaliando os impactos ambientais associados à produção da cachaça e a plantação da cana”, revela Pedro, destacando que foram 120 horas de trabalho em uma equipe multidis-ciplinar com vários profissionais. O engenheiro explica ainda que, a par-tir da documentação formalizada, “o empreendedor passa a ter maior visibilidade no cenário nacional e internacional, além de ter acesso às linhas de financiamento para ex-pandir seus negócios”.

Há quinze anos no mercado de destilados da cana-de-açúcar, Rai-mundo conta que desde a parceria com o Sebrae que a bebida vem ganhando potencial competitivo no mercado. “Tivemos melhora-mento da nossa produção após a seleção de leveduras, além de adequar todo processo do plantio, equipamentos e colaboradores a um padrão. Isso nos confere uma qualidade que chamo de DNA da cachaça, com um grande diferen-

cial de sabor, aroma e buquê”, co-memora o produtor.

As mudanças impulsionaram a empresa na busca pelo mercado internacional, através da partici-pação em eventos como a Exposi-ção Comercial Internacional do Pa-namá (Feira Expocomer), em abril de 2013, pela Missão Empresarial do Sebrae. “No evento, a mercado-ria foi selecionada por importado-res da Alemanha e Itália e já temos negociações e contatos em anda-mento”, revela.

A proteção da propriedade in-dustrial, feita pelo Programa, dá à Cachaça Limoeiro a condição para atender aos pré-requisitos exigi-dos para exportação, como explica o gerente do Sebrae no Oeste da Bahia, Emerson Cardoso. “Para a venda ao exterior, estamos auxi-liando o empresário na confecção de uma nova marca que tradu-za uma identidade geográfica da Bahia e do Rio São Francisco. Um produto diferenciado com garrafas e design especiais que qualifiquem o produto a ser consumido”, deta-lha o gerente.

“Tivemos melhoramento da nossa produção após a seleção de leveduras,

além de adequar todo processo do

plantio, equipamentos e colaboradores a

um padrão. Isso nos confere uma qualidade

que chamo de DNA da cachaça, com um grande diferencial de

sabor, aroma e buquê”

Como participar do Sebraetec

O Sebraetec atua em sete áreas de conhecimento da inovação: Design; Produti-

vidade; Propriedade intelectual; Qualidade; Inovação; Sustentabilidade e Tecnolo-

gia da Informação e Comunicação.

Para saber mais ou participar, basta acessar o link do programa (bit.ly/1HrPrhw) ou ligar na Central de Relacio-

namento do Sebrae (0800 570 0800). É possível ainda ir até um dos pontos de atendimento do Sebrae da cidade com

identidade e número do CNPJ da empresa.

Durante o atendimento, o empreendedor explicará em quais dos sete pontos quer inovar, e o Sebrae aciona um dos

prestadores de serviços tecnológicos cadastrados para viabilizar o processo na empresa.

Além do subsídio de até 80% do investimento, o empresário recebe acompanhamento que assegura os melhores

resultados

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Movimento Compre do Pequeno Negócio mobiliza mais de 7,5 mil empresas baianas. A Bahia foi o estado que mais procurou pequenas empresas no dia 05 de outubro

Pequenos notáveisMovimento nacional desperta nos consumidores a consciência do poder transformador que há em comprar dos pequenos empreendimentos

PRINCIPAL MOVIMENTO CPN

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No salão de beleza de Gerusa Menez-zes, no bairro do Curuzu, a relação de intimidade com o cliente vem de mais de 10 anos. Eles são homens e mu-lheres que encontraram nas mãos da profissional e de sua equipe a confiança necessária para arriscar um novo penteado. Pelas paredes, em meio a fotos de clientes e suas tranças, é possível ver produtos es-pecíficos para o tratamento do cabe-lo afro, que muitas vezes são com-prados, mas não saem do salão: os donos preferem deixar o material, identificado com os seus nomes, para a próxima visita. “Eles se sen-

tem à vontade aqui. Alguns chegam às 9h, vão ficando e saem às 22h. Meus clientes são uma família”, or-gulha-se a cabeleireira, que durante o Carnaval costuma dormir no salão para atender os seguidores do bloco do Ilê Aiyê, que batem à porta a par-tir das 3 horas da manhã.

E se os clientes ficam o dia inteiro no salão - pelo ambiente agradável ou por serviços mais longos, que podem chegar a 5 horas de dura-ção, no caso de tranças jamaicanas - surgem oportunidades para outros pequenos negócios. Gerusa conta que uma empreendedora local, de

uma pizzaria, é sua parceira, e faz entregas no salão. Se a cliente que se arruma em um Dia de Noiva ti-ver problemas com uma linha fora do lugar no vestido, não há pânico: uma costureira dos arredores é cha-mada para o reparo. E se a surpre-sa de última hora acontece com o calçado, o sapateiro do bairro está a postos para atender. “É importan-te que essa maneira de trabalhar se prolifere, que um ajude o outro, ofe-reça um serviço bom e com mão de obra de qualidade”, defende Gerusa, que aprendeu técnicas em um curso de vendas do Sebrae. “Temos que fa-

“Temos que fazer pelo cliente como se fizéssemos por nós mesmos”, diz Gerusa, dona de salão de beleza no bairro do Curuzu

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zer pelo cliente como se fizéssemos por nós mesmos”.

Toda essa movimentação entre empreendedores do Curuzu, tran-çada a partir das mãos da cabe-leireira, ilustra como os pequenos negócios fazem o dinheiro circular

no bairro, fortalecendo a economia local. E fomentar esse desenvolvi-mento é um dos objetivos do Movi-mento Compre do Pequeno Negó-cio, lançado pelo Sebrae Nacional para despertar nos consumidores a consciência do poder transforma-

dor que há em comprar dos peque-nos empreendimentos.

“O movimento quer lembrar à nossa sociedade que, ao comprar do pequeno negócio, estamos valorizan-do a economia regional e gerando emprego”, reforça Adhvan Furtado,

“É como se tivesse um pai que está ali falando: compre do meu filho. É muito bacana que tenha alguém levantando a nossa bandeira e pedindo atenção”, comemora Patric, startup Maqhin Soluções Tecnológicas

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superintendente do Sebrae Bahia. A observação de Adhvan faz coro aos números referentes à participação das empresas de micro e pequeno porte na economia brasileira. No país, o segmento representa 95% do tecido empresarial, e gera 52% dos empregos com carteira assinada. Apenas em território baiano, os microempreen-dedores individuais (MEI) e as micro e pequenas empresas (MPE) somam mais de 605 mil negócios, que fatu-ram até R$ 3,6 milhões por ano.

E os clientes desses estabeleci-mentos garantiram que no último dia 5 de outubro, data marco do mo-vimento e também o Dia da Micro e Pequena Empresa, o estado tenha sido o que mais procurou o pequeno negócio. Cerca de 5 milhões de baia-nos afirmaram ter comprado em estabelecimentos do segmento na data. O montante representa 42% dos consumidores acima de 14 anos ouvidos no estado, em pesquisa do Sebrae Nacional. O número mostra uma larga vantagem da intimidade entre consumidores e pequenos ne-gócios baianos em relação a outros estados: na sequência vêm São Pau-lo (35%), Rio Grande do Sul (33%) e Rio de Janeiro (32%).

No site da iniciativa, www.com-predopequeno.com.br, estabeleci-mentos como o de Gerusa podem ser encontrados, por geolocalização, pelos consumidores que buscarem pequenos negócios perto de casa ou do trabalho. Já as empresas que se cadastram têm acesso gratuito a um gerador de campanha digital, no qual podem ser criadas peças de comunicação. No início de outubro, já eram mais de 7,5 mil empreendi-mentos baianos cadastrados na pá-

gina, abraçando o movimento. Para

Adhvan, a mobilização pode ajudar

o Brasil a vencer os atuais desafios

econômicos. “Em tempos de crise, é

justamente o pequeno negócio que

mantém a economia seguindo em

frente”, afirma.

Pequeno também compra do pequeno

Engana-se, no entanto, quem pen-

sa que apenas os tradicionais mer-

cadinhos de bairro integram o perfil

dos empresários que aderiram ao

movimento. Imersos no mundo digi-

tal do Parque Tecnológico da Bahia,

os jovens empreendedores Patric

Piton, Rafael Câmara e Luciano

Navarro, que comandam a startup

Maqhin Soluções Tecnológicas, tam-

bém comemoraram o lançamento

do Compre do Pequeno Negócio. O

trio espera estreitar a relação com

os seus clientes, que, segundo Ra-

fael, são em sua maioria outros pe-

quenos empreendimentos baianos,

para quem desenvolvem aplicativos

para smartphones e tablets, entre

outros serviços.

“É como se tivesse um pai que está

ali falando: compre do meu filho. É

muito bacana que tenha alguém le-

vantando a nossa bandeira e pedin-

do atenção”, afirma Patric. “Acredi-

tamos que esta é uma oportunidade

de conhecer mais pessoas e empre-sas, além de abrir mercado”, conta o empreendedor, que já conseguiu conhecer novos parceiros e clien-tes em outras iniciativas do Sebrae, como em Rodadas de Negócios e na Feira do Empreendedor.

A relação “de pequeno para pe-queno” vivida pela Maqhin vem des-de os primeiros trabalhos realiza-dos, entre eles um cardápio virtual desenvolvido para um restaurante de Salvador. E apesar da área de atuação completamente diferente da mercearia do bairro, em que o dono conhece os clientes pelo nome, eles garantem que a empresa bus-ca manter esse diferencial. “Quando você compra do pequeno, cria uma intimidade com a empresa. Por mais que a gente tenha um mundo cada vez mais tecnológico, gostamos des-sa relação íntima e de confiança”, defende Patric.

Nascida em 2009, na incubadora de empresas da Universidade Fede-ral da Bahia (UFBA), a partir da ideia dos então estudantes universitários, hoje a empresa já conta com 11 co-laboradores e um maior leque de serviços de comunicação, incluindo as esferas de marketing, design e re-des sociais. Os sócios contam que a efervescência de ideias no escritório é tão grande que rendeu frutos. Da Maqhin, nasceu uma segunda em-presa, a MH2, voltada para projetos de engenharia e arquitetura.

A diversificação dos serviços ofe-recidos, implementada em 2014, permitiu que a empresa enfrentasse o momento de desafios econômicos do mercado com mais tranquilida-de. “Nós nos antecipamos à crise, e estamos conseguindo atender me-

5 milhões de baianos compraram de

Pequenos Negócios no dia 5 de outubro.

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lhor essas pequenas empresas”,

explica Patric, que acredita que o

fortalecimento do segmento deve

passar pela capacitação. “Boa parte

dos nossos clientes passou pelo Se-

brae, acredito que quem tem essa

experiência é mais propenso à ino-

vação e à competitividade”.

Inovação para conquistar, capacitação para desenvolver

E é possível inovar e superar ex-

pectativas mesmo depois de muitas

décadas de trabalho. Prova disso é a padaria Favorita, que desde 1952 funciona sob o comando da mesma família no bairro do Campo Grande, em Salvador. O pão de cada manhã já tem os seus clientes fiéis há anos, mas Maria Clara e Sandra Alban, que estão à frente da administração há cerca de dez anos, decidiram que era o momento de fazer algo novo.

A antiga padaria continua a aten-der os clientes do bairro, mas desde dezembro de 2014 o público passou a contar também com o Empório Favo-rita, uma loja em estilo delicatessen no Mercado do Rio Vermelho, a antiga

Ceasinha. No espaço, inspirado em uma padaria belga, a dupla de empre-sárias decidiu investir em um público novo e em produtos diferenciados. Se na loja mais antiga o carro-chefe é o pãozinho de sal, no Empório Favorita, quem conquista o cliente são os pães rústicos e artesanais.

“Hoje as pessoas querem produ-tos naturais, com fibras, querem qualidade de vida”, destaca Sandra. “Todo mundo pode vender pão, mas este é o nosso diferencial: temos qualidade. Nós nos reinventamos, mas sem sair da nossa essência”, reforça a sócia, Maria Clara. O local

“Todo mundo pode vender pão, mas este é o nosso diferencial: temos qualidade. Nós nos reinventamos, mas sem sair da nossa essência”, Maria Clara, sócia da padaria Favorita

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escolhido para a nova loja, aliás, é um convite ao consumo do peque-no negócio. “Aqui vende tudo que tem em um supermercado, mas com qualidade e variedade muito maiores”, destaca Maria Clara, elo-giando o resultado da reforma do Mercado do Rio Vermelho.

Mas se as escolhas para a novida-de foram acertadas, não foi obra do acaso. Sandra e Maria Clara elencam uma série de capacitações a que re-correram para desenvolver as duas lojas, como consultorias de marke-ting, a implantação de manual de boas práticas e o curso 5 Menos Que São Mais, do Sebrae, para organizar a produção e evitar desperdícios. “Não adianta querer abrir as portas, criar uma expectativa com a marca e o cliente se frustrar”, lembra Sandra.

As diversas capacitações não são restritas à gestão do negócio.

São com os colaboradores que

elas contam para mostrar a qua-

lidade dos produtos. Pensando

nisso, trouxeram recentemente

um padeiro francês para ensinar

novas técnicas à equipe, que já

oferece produto novos, como uma

baguete desenvolvida a partir do

treinamento.

O resultado do cuidado com o preparo dos colaboradores acaba inspirando os funcionários que atu-am nas duas lojas. Sandra e Maria Clara acabam de se despedir de um balconista da empresa, por um bom motivo. Com mais de 20 anos de casa, o empreendedorismo bateu à porta do colaborador, que decidiu ser dono de uma pequena padaria no seu bairro, em Sussuarana. “Digo que ele deixa de ser funcionário e passa a ser nosso parceiro”, conta Maria Clara, que lembra que o de-senvolvimento do segmento é posi-tivo para o empresário, o cliente e - como defende o Movimento Com-pre do Pequeno Negócio – a cidade inteira. O pensamento da empre-sária reforça, como bem mostrou o salão de Gerusa no início desta ma-téria, que o pequeno negócio não é só de seu dono - ele é de todos.

Semana de Capacitação Empresarial

Dentro da programação do Movimento Compre do Pequeno Negócio, foi realizada a Semana de Capacitação Empre-

sarial, de 21 a 26 de setembro. Durante a ação, que buscou capacitar e preparar os empresários baianos para receber

os clientes que abraçarem o movimento, a Bahia atendeu mais de 2,3 mil empresas. A programação abrangeu assun-

tos diversos, como gestão de pessoas, vendas, economia, marketing, entre outros. “Quando pensamos nesta semana,

o grande objetivo foi levar ao empresário participante informações técnicas que melhorem a gestão do negócio dele”,

explica Rogério Teixeira, gerente regional do Sebrae Bahia em Salvador. “Por isso uma programação tão diversificada,

para que ele pudesse elevar a competitividade em um momento econômico no qual a gestão eficiente e a inovação são

diferenciais no mercado”.

“Por mais que a gente tenha um mundo cada vez mais tecnológico, gostamos dessa relação íntima e de confiança”

Cinco razões para comprar do pequeno negócio

É perto da sua casa

É responsável por 52% dos empregos formais

O dinheiro fica no seu

bairro

O pequeno negócio

desenvolve a comunidade

Comprar do pequeno

negócio é um ato

transformador

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EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA

Educação Empreendedora nas escolas contribui para a formação de estudantesA proposta inovadora do Sebrae leva aos jovens práticas que privilegiam o desenvolvimento de comportamentos empreendedores e incentiva a transformação em suas realidades

Aluno da Escola Municipal Hercília Tinôco Andrade, em Santo Antônio de Jesus, Caio Vinicius dos Santos, de 14 anos, aprendeu que o reaproveitamento do lixo pode virar negócio

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O curso Jovens Empreendedores Pri-meiros Passos (JEPP), desenvolvido pelo Sebrae, trouxe ao aluno Caio Vini-cius dos Santos, de 14 anos, noções de empreendedorismo, trabalho em equi-pe e de autoadaptação a novas situa-ções. Ele faz parte do Ensino Funda-mental da Escola Municipal Hercília

Tinôco Andrade, em Santo Antônio de Jesus, que aderiu gratuitamente à proposta pedagógica de criar uma nova experiência de aprendizado por meio de atividades lúdicas.

“Com o JEPP, a gente desenvolveu atividades dentro e fora da sala de aula que sempre mostravam que é

possível mudar as coisas, transformar a realidade”, afirma o jovem, comen-tando sobre a atividade de Reciclagem de Lixo. Além de visitar o aterro sani-tário da cidade, a turma de Caio reali-zou também uma pesquisa na comu-nidade sobre coleta seletiva e pessoas que sobrevivem dessa atividade.

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Em equipe, os alunos realizaram a limpeza da escola, construíram vasos para coleta seletiva de resí-duos utilizando vasilhames doados pela Empresa de Medicamentos Natulab e criaram uma rádio esco-lar comunitária, para divulgar lem-bretes sobre saúde e preservação do meio ambiente.

O aprendizado do currículo escolar reflete na rotina, como garante Anto-nilda dos Santos, mãe de Caio. “Ele se tornou um menino mais dinâmico, mais esforçado, passou a ajudar ain-da mais nas coisas de casa. Sempre que a professora passa um trabalho, ele tem mais ideias pra fazer”.

A coordenadora pedagógica respon-sável pelo JEPP na Escola, Lígia Mota, explica que o início da ação se deu em 2014, quando o Sebrae e a Secretaria de Educação apresentaram a propos-ta pedagógica para a equipe gestora da escola. “A partir daí os professores foram convidados a conhecer como as atividades da solução educacio-nal seriam desenvolvidas na escola, e sete professores foram capacitados durante três dias para aplicar o conte-údo em sala”, relembra.

Ao todo, 195 alunos do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental já foram be-neficiados pelo JEPP na escola. Para a educadora, a formação empreende-dora é apenas um dos aspectos posi-tivos do curso. “A ação tem-se mos-trado eficaz junto aos educandos para o desenvolvimento de atitudes como fortalecimento da autoestima, consumo consciente, comprometi-mento, persistência, desenvoltura, construção de metas e busca de no-vas informações”, destaca.

Em Santo Antônio de Jesus, o JEEP teve início em 2013, com a capa-

citação de professores, feita pelo consultor do Sebrae Jean Marcos , e inserção em sala de aula já no ano seguinte. “Além de um aprendizado que servirá para a vida pessoal dos alunos, eles irão auxiliar até mesmo os pais que possuem um negócio”, acrescenta. Hoje, já são 11 escolas municipais envolvidas na ação.

Em Juazeiro, a experiência com a educação empreendedora proposta pelo Sebrae está em curso na Esco-la Municipal Paulo VI desde agosto de 2014. No total, 1.243 alunos do 3º ao 8ª anos do Ensino Fundamental se beneficiaram com a prática. “A principal melhora em sala de aula foi uma motivação maior pela dis-ciplina. Estudar empreendedorismo deixou de ser material para fazer avaliação e passou a ser conteúdo para vida, com real significado para nossos alunos”, revela uma das co-ordenadoras pedagógicas da escola, Clemilda Souza.

Ela explica que a I Feira do Em-preendedor foi planejada a partir do JEPP e que as turmas de alunos foram divididas por temáticas. Parte das tarefas dos alunos do 8º ano foi a produção de um painel fotográfico e uma maquete sobre uma proposta de revitalização de espaços sociais da cidade que se encontram desa-tivados ou abandonados. O 6º ano com bijuterias produzidas a partir de sementes e ecopapelaria com confecção de porta lápis e outros com garrafas PET, caixas de papelão, palitos de picolé, entre outros. Aos alunos do 7º ano, coube o artesana-to sustentável, com enfeites, lumi-nárias e bolsas criados com palhas de coco, sementes e outros objetos descartáveis.

Como implantar o JEPP em seu município

Para implantação do JEPP em um

município é preciso que a Secretaria

de Educação Municipal manifeste

interesse, entrando em contato com

a Unidade de Educação Empreende-

dora do Sebrae para mais informa-

ções sobre a apresentação de pro-

postas para 2016.

A partir daí, o município recebe

a visita de consultores credencia-

dos do Sebrae para formalização

da parceria, por meio de Termo de

Adesão que deverá ser assinado

pelo representante legal do mu-

nicípio. Serão realizadas ainda a

Palestra de Sensibilização com os

professores e a capacitação deles

na metodologia, que depois será re-

passada aos alunos, com o acompa-

nhamento do Sebrae.

Na Bahia, o projeto piloto do JEPP

teve início em 2013, quando capaci-

tou 937 alunos. No ano seguinte, a

solução foi incorporada ao Programa

Nacional de Educação Empreende-

dora e atendeu a 12 mil jovens, como

explica a gestora das Soluções para

Educação Básica do Sebrae Bahia,

Janaína Neves. “Esse ano, a nossa ex-

pectativa é alcançarmos 15 mil alu-

nos e, para isso, já capacitamos 551

professores do Ensino Fundamental

e, até o final do ano, esse número

deverá chegar a 1.026”, destacou, fri-

sando a presença da solução em 30

municípios, entre eles Juazeiro, Luís

Eduardo Magalhães, Santo Antônio

de Jesus, Pintadas e Maragogipe.

Para saber mais sobre o JEPP, aces-

se: bit.ly/1GyuxXv, e para o Progra-

ma Nacional de Educação Empreen-

dedora, bit.ly/1P3HKgG

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MERCADOFo

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“O Sebrae nos ofereceu a chance de sermos apresentados, de fato, ao mercado baiano”, Greice Costa, sócia da Amado Cacau

Participação em feiras abre oportunidade de vendasEmpresária convidada pelo Sebrae fechou negócios na SuperBahia

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Reaberta no mês de julho, após pas-sar por uma grande reforma, a tra-dicional loja “Tabuleiro”, localizada no Aeroporto Luiz Eduardo Maga-lhães, ganhou nas prateleiras um sabor especial. Chocolates finos do Sul da Bahia, da marca Amado Cacau, agora estão em exposição na empresa, que tem clientes do Brasil e do exterior visitando as suas instalações todos os dias. “O Sebrae nos ofereceu essa oportu-nidade que é a chance de sermos apresentados, de fato, ao mercado baiano, principalmente na capital”, elogia a empresária Greice Costa, sócia da marca.

A parceria foi possível graças a participação da Amado Cacau na SuperBahia 2015, 6ª Feira e Con-venção Baiana de Supermercados, Atacados e Distribuidores, realiza-da em julho, na Arena Fonte Nova, em Salvador. A convite do Sebrae, a empresa e outras importantes mar-cas integradas ao Projeto Indústria Setorial Ilhéus - Derivados de Cacau participaram do evento, conhece-ram mercados, novas tecnologias e atuaram em rodadas de negócio.

De acordo com o coordenador de Agronegócios, Edirlan Miranda, a SuperBahia sempre foi uma feira que proporcionou um ambiente fa-vorável para prospecção de negócios e parcerias consistentes aos empre-endimentos apoiados pelos projetos do Sebrae. “Nessa edição, ela aten-deu bem as nossas expectativas e a dos empreendimentos apoiados, cumprindo com o papel de promo-ver e proporcionar o acesso de ca-nais de comercialização para as em-presas das cadeias do agronegócio apoiadas pela instituição”, pontua.

Edirlan revela que no período da

feira foram realizados em torno de

140 contatos, entre fornecedores

e compradores do ramo varejista

de alimentos, sendo que 43 desses

com grande potencial para geração

de negócios efetivos. Numa ação

realizada pela Coordenação de

Agronegócios, estabeleceu-se uma

parceria com a empresária Angé-

lica Munford, proprietária da loja

“Tabuleiro”, para a exposição e co-

mercialização de produtos consi-

derados premium ou com alguma

certificação, que sejam caracterís-

ticos da Bahia. Ela terá uma gôndo-

la específica para os produtos dos

empreendimentos apoiados pelo

Sebrae Bahia.

“É a primeira vez que participo da

SuperBahia e não pouparei esforços

para estar na próxima edição. Ape-

sar do pouco tempo que tive na fei-

ra, pude perceber a qualidade dos

produtos expostos e acabei aprovei-

tando a oportunidade para abaste-

cer minha loja com produtos genui-

namente baianos e de comprovada

qualidade. Encontrei no mesmo lu-

gar o setor atacadista e varejista de

Salvador e de outros estados. É o

ambiente ideal para fazer negócios”,

sinaliza Angélica, que tem uma loja

no aeroporto há mais de 20 anos.

Oportunidade para empreendimentos rurais

Realizada pela Associação Bahia-na de Supermercados (Abase), em parceria com o Sindicato dos Su-permercados e Atacados de Auto Serviço do Estado da Bahia (Sindsu-per) e o Sebrae Bahia, o evento foi uma ótima oportunidade dos em-preendimentos rurais comerciali-zarem seus produtos junto ao setor atacadista e varejista de Salvador e de outros estados.

No estande da instituição, os visitantes tiveram acesso a um showroom destinado à apresen-tação de produtos dos setores de agronegócio e indústria de alimen-tos, originários de várias regiões do estado, a exemplo de chocolates, cachaças e mel, produzidos por em-presários participantes do Programa Sebraetec e de consultorias de Iden-tidade Geográfica (IG).

Mais negócios na SuperBahia

Durante os três dias de feira, R$ 400 milhões em negócios foram gerados e 12 mil pessoas circu-laram e puderam conhecer os 60 fornecedores da linha de alimen-tos e equipamentos. O Sebrae pro-moveu a Rodada de Negócios Iti-nerante, com visitas aos estandes dos participantes da feira e dispo-nibilizando sala de reunião para incentivar contato entre empresá-rios e fornecedores.

De acordo com o superintenden-te da Associação Bahiana de Super-mercados (Abase), Mauro Freire, a

3 dias de feira

R$ 400 milhões em negócios

12 mil pessoas

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cada ano os números de negócios e de participantes aumentam,, além da frequência de supermercadistas, atacadistas, distribuidores e food service. “É uma feira que reúne as principais indústrias do nosso esta-do. E apesar da crise, o impacto para o setor é mínimo”.

“É uma oportunidade para os empresários do Norte e Nordeste terem acesso ao que há de mais atual no setor em nível nacional

e internacional, tanto na área de alimentos como na de equipamen-tos”, disse o presidente da Abase, João Cláudio Nunes. Nos quatro primeiros meses de 2015, o seg-mento apresentou um crescimen-to de 0,5%, de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE.

Assim como a SuperBahia 2015, o Sebrae apoia uma série de eventos e feiras durante o ano, em todo o

estado, com a intenção de criar um ambiente ideal para que as micro e pequenas empresas possam se ca-pacitar, trocar informações, consoli-dar parcerias e negócios. Entre estes eventos estão: exposições agrope-cuárias, encontro de varejo, feiras de negócios, simpósios sobre café, cacau, mandioca e outros produtos do agronegócio, eventos de inovação e tecnologia, encontro de turismo e feira cosmética.

Amado Cacau terá espaço na loja Tabuleiro, no aeroporto de Salvador

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JÁ CAPACITAMOS MAISDE 200 MIL EMPREENDEDORES.

OU, PARA VOCÊ, CONCORRENTES.

O Empretec é uma capacitação desenvolvida por instituições ligadas

à ONU - Organizações das Nações Unidas, que possibilita melhoria no

desempenho empresarial para profissionais de cerca de 30 países. No

Brasil, o Empretec é realizado exclusivamente pelo Sebrae, com ótimos

resultados: contribui no preparo de metas e projetos dos negócios de 98%

dos participantes e ajuda aumentar a renda das empresas em mais de 50%.

Uma grande oportunidade para aumentar as suas chances de sucesso.ASSINATURA SEBRAE_ATUALIZADA.pdf 1 08/08/14 13:50

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ECONOMIACRIATIVA

A partir de experiências internacionais, Sebrae apresenta alternativas de empreendimentos criativos e economicamente viáveis para empresários baianos

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Empresas criativas alavancam economia localReunindo casos de sucesso internacionais, Sebrae realiza Encontros Criativos para inspirar empreendedores baianos

Que a Bahia é um celeiro criativo, ninguém duvida. Mas uma questão ronda a cabeça de muitos empreende-dores: este potencial é capaz de trans-formar a economia das cidades baia-nas? Certo de uma resposta positiva,

o Sebrae realiza mensalmente, em

parceria com a Barcelona Media Ino-

vação Brasil (BMi Brasil), os Encon-

tros Criativos. Criado para fomentar

o empreendedorismo no segmento

da Economia Criativa (conheça mais

no box informativo), o evento gra-

tuito já reuniu mais de 800 pessoas

em suas quatro primeiras edições,

realizadas em Salvador e Ilhéus, e

se prepara para chegar à região do

Recôncavo Baiano.

Sempre trazendo a apresentação

de casos de sucesso, já passaram pe-

los encontros relatos com a cara da

Bahia, como a associação Pracatum,

fundada por Carlinhos Brown, e o

restaurante Casa de Tereza, da chef

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Em outubro, participantes discutiram sobre a importância de valorizar a experiência vivida pelos visitantes dos espaços culturais. A convidada foi a gestora de Projetos de Cultura e Turismo da Fundação Barcelona Media, Mireia Mascarell.

Tereza Paim. Mas é de longe que vêm exemplos do que pode ser feito com todo o potencial baiano, para transformar não somente a realida-de de uma empresa, mas de cidades inteiras, impactando diretamente o desenvolvimento econômico local.

São os casos das Indústrias Cria-tivas de Buenos Aires, do Parque Tecnológico da vila portuguesa de Óbidos, e da transformação da ci-dade colombiana de Medellín, todos os três apresentados em edições do evento, por representantes de cada projeto. No exemplo argentino, as in-dústrias criativas já são responsáveis por mais de 8% do PIB da capital. Em Portugal, Óbidos abriga 60 empresas de pequeno e médio portes, a maio-ria da área de tecnologia da informa-ção (TI). E a experiência de Medellín uniu esforços público e privado para mudar o dia a dia da cidade, reduzin-do a criminalidade em mais de 93%.

“Um dos propósitos dos encontros

é despertar a comunidade empresa-

rial para a importância de sua parti-

cipação no reposicionamento destas

cidades vocacionalmente criativas,

atuando junto com a política públi-

ca local para esta transformação”,

explica Luciana Santana, técnica da

Coordenação de Turismo e Econo-

mia Criativa do Sebrae Bahia.

Luciana conta que, a partir dos encontros, já foi possível desdobrar algumas ações. Em Ilhéus, após o evento, o Sebrae e a prefeitura muni-cipal fecharam parceria para repre-sentar a produção cultural, turística e agroindustrial local no Festival do Chocolate, em Óbidos (Portugal).

Para Richard Alves, diretor geral da BMiBrasil, este intercâmbio de infor-mações é fundamental para o cres-cimento baiano. “Acreditamos que, para criar nossas próprias soluções para os desafios do desenvolvimento, podemos nos inspirar tanto em expe-riências bem sucedidas quanto em possíveis erros cometidos em outros locais”, afirma. “Uma das premissas para que uma cidade favoreça o de-senvolvimento da economia criativa é promover, além da conexão entre os próprios participantes, uma conexão com lideranças de outros países que estejam avançados na temática”.

“Um dos propósitos dos encontros é despertar

a comunidade empresarial para a importância de

sua participação no reposicionamento

destas cidades vocacionalmente

criativas”

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Os Encontros Criativos

Além dos casos de sucesso, os encontros aproximam os participantes dos produtos da economia criativa. “Busca-

mos associar o tema do encontro ao que temos de concreto, com uma amostra de empreendedores que tenham ser-

viços ou produtos da economia criativa”, conta Hirlene Pereira, gestora do Projeto de Economia Criativa. No evento

com o caso de Óbidos, por exemplo, a Associação das Rendeiras de Dias D’Ávila (Rendavan) mostrou peças criadas

com a renda de bilros, artesanato que chegou ao Brasil a partir dos portugueses. Quando o tema foi Medellín, cidade

que investiu em bibliotecas e tem em seu país a forte tradição do artesanato, o poeta Durray Carvalho levou ao en-

contro a declamação de poemas e o artesão Luis Santana mostrou, em tear de madeira, como desenvolve produtos

tecendo fios de algodão e palha de oricuri.

O que é economia criativa?

Quando se fala em economia, no senso comum, é normal que venham à cabeça números, gráficos e ternos com

gravatas. Mas a imaginação segue na direção contrária quando o assunto é criatividade. Unindo esses dois mundos

aparentemente opostos, a economia criativa mostra aos empreendedores que é possível desenvolver modelos de

negócios ou gestão a partir de atividades, produtos ou serviços que nasceram do conhecimento, criatividade ou

capital intelectual.

No Sebrae, a economia criativa é trabalhada alinhada à proposta da Unesco, também adotada pelo Ministério da

Cultura. O conceito abrange áreas como gastronomia, turismo, artesanato, audiovisual, moda e design, entre ou-

tras. Para estimular o segmento, a entidade realiza iniciativas de fomento a três tipos de desenvolvimento: setorial;

territorial, valorizando a vocação de cada local; e transversal, levando componentes da economia criativa a outros

segmentos e setores da economia.

Parcerias público-privadas são opção para desenvolvimento

Quem sonha em ver uma transfor-mação como as apresentadas acon-tecer na Bahia é Daniela Fernandes, coordenadora do Laboratório Audio-visual, que trabalha o fomento ao audiovisual baiano e integra o proje-to do setor do Sebrae Bahia, pelo qual já participou de rodadas de negócio e oficinas de capacitação. A empreen-dedora fez parte dos 200 inscritos no encontro em Salvador sobre o caso de Medellín, e acredita no potencial da troca de informações das parce-rias público-privadas, vitoriosas no caso da cidade colombiana.

“Vemos que políticas realizadas de dentro do gabinete não têm funcio-nado”, afirma. “O governo tem que ouvir cada vez mais quem está no dia a dia do setor”, defende a em-preendedora, que, para a realização anual do Nordeste.LAB, evento vol-tado para desenvolver a produção local audiovisual, conta com parcei-ros como o Sebrae, o Ministério da Cultura e a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

Formalizados há um ano, mas atuando no mercado há quatro, a empresa busca desenvolver ativi-dades de formação nas áreas de produção executiva e distribuição de longas, curtas e seriados, para preencher uma lacuna identificada

no estado, combatendo os desafios do setor. Na edição dos Encontros Criativos, Daniela conseguiu en-xergar a concretização de soluções possíveis para Salvador e outras ci-dades baianas.

“Uma das dificuldades que temos no setor é que os equipamentos culturais estabeleçam uma dinâmi-ca de diálogo com as comunidades locais. A experiência de Medellín mostra justamente isso”, analisa Daniela, ao lembrar os “parques-bi-bliotecas” instalados na periferia da ex-capital do tráfico e da violência. “Eles transformaram a realidade da cidade e acreditamos que haja um caminho para isso. Vemos esta reali-dade sendo possível para Salvador”.

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ENTREVISTA

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s: J

O A

LVA

REZ“Cada região tem que

encontrar suas próprias potencialidades para enfrentar os atuais desafios mundiais de desaceleração econômica”

Ex-secretário das pastas de Cultura Cidadã e Desenvolvi-mento Social de Medellín, Jorge Melguizo conta como a ci-dade colombiana deixou a fama de capital do tráfico para ser reconhecida como a mais inovadora do mundo.Com a experiência de quem atuou na transformação da cidade de Medellín, Jorge Melguizo foi o convidado da quarta edição dos Encontros Criativos. Pela primeira vez na Bahia, o ex-secretário compartilhou com empre-

endedores de Salvador, Lauro de Freitas e Ilhéus como os poderes público e privado se uniram neste desafio. O resultado das ações foi a redução da criminalidade em até 93,8%, o aumento da procura por turistas e um re-nascimento da cidade.Nesta entrevista, o consultor e conferecista internacional conta mais sobre essa inovação transformadora e também as suas impressões sobre as cidades baianas visitadas.

Jorge Melguizo

Cidades Criativas

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Como essas ações educativas, culturais e sociais realizadas em Medellín influenciaram os pequenos negócios e a economia da cidade?

Medellín é hoje a cidade com maior qualidade do país

e a que atrai mais investimento estrangeiro. Atividades

como o turismo têm sido incrementadas em mais de

400% (novos hotéis, restaurantes e incremento do co-

mércio).

Qual foi o papel da chamada “economia criativa” no desenvolvimento de Medellín? Há um diferencial entre ela e a economia formal nessa transformação da sociedade?

A economia da cidade, tradicionalmente baseada na

indústria, tem se transformado em uma economia de

serviços e a maior força das políticas públicas se con-

centra em incentivar o empreendedorismo. E tudo o que

se enquadra nessa ampla categoria de economias cria-

tivas é fundamental hoje na geração de novos postos de

trabalho: design, inovação social e inovação tecnológica,

criação, novos negócios e projetos culturais.

No Brasil, a economia criativa vem se desenvolvendo seguindo a lógica da economia formal, concentrada sobretudo nos estados do Sudeste. Eles são os primeiros colocados no ranking nacional em número de empresas e trabalhadores formais (349 mil – SP e 107 mil – RJ) da economia criativa (segundo IBGE). Em sua opinião, como a Bahia pode diminuir esta desigualdade em

relação a outras regiões brasileiras? O que podem e devem fazer esses empreendedores para desenvolver o setor no estado?

Não posso responder com certeza esta pergunta por meu desconhecimento das realidades da Bahia. Mas cada região tem que encontrar suas próprias potencialidades para enfrentar os atuais desafios mundiais de desacele-ração econômica. O novo aproveitamento sustentável, racional e criativo dos recursos naturais e dos recursos humanos qualificados é o desafio de cada região. Em Me-dellín, este desafio se enfrenta hoje a partir do incentivo à qualidade educativa em todos os níveis: Educação Infan-til, Educação Básica, Ensino Técnico, Ensino Tecnológico e Educação Superior, convencidos de que na qualidade humana e profissional de nossos habitantes está a chave real do desenvolvimento. Se tivermos boa qualidade edu-cativa seremos capazes de qualquer coisa.

“O novo aproveitamento sustentável, racional e criativo

dos recursos naturais e dos recursos humanos qualificados

é o desafio de cada região”

Com base na experiência de Medellín, qual é o maior obstáculo a ser ultrapassado para o desenvolvimento inovador de uma cidade?

A corrupção política e institucional, alimentada pela corrupção empresarial e industrial. Esse é o maior obs-táculo para o desenvolvimento de uma sociedade. E essa corrupção se combate, principalmente, de três manei-ras: com uma política pública de transparência, com o fortalecimento das instituições públicas e com o fortale-cimento do controle cidadão. Uma cidadania ativa, dinâ-mica e comprometida com o público é o melhor controle para evitar a corrupção e a deterioração do público.

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“Nossas crises profundas têm levado à construção

de grandes saídas inovadoras”

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Qual é a relação entre a inovação de uma cidade e a desigualdade social? Seria correto dizer que uma cidade inovadora é uma cidade menos desigual? Por quê?

Medellín foi qualificada em 2013 como “A cidade mais

inovadora do mundo” (concurso internacional no qual

participaram 250 cidades, como Tel Aviv e Nova York),

mas hoje é ainda uma das cidades com maior desigual-

dade da Colômbia e do continente. A busca da equidade

é hoje o maior desafio, pois já temos resultados impor-

tantes na superação da pobreza.

Uma cidadania ativa, dinâmica e comprometida com o público é o melhor controle para evitar a corrupção e a

deterioração do público.

Entre 2002 e 2008, a Colômbia cresceu 15,5% ao ano nas exportações de bens criativos e o Brasil somente 5%. O Brasil tem um reconhecido potencial cultural a ser trabalhado, e cada uma de suas regiões também tem um arsenal cultural bastante vasto. Quais foram as ações realizadas na Colômbia para este resultado e como podemos trilhar o caminho de exportação de bens culturais? (Dados da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad).

Não conhecia esses dados comparativos. A Colômbia

é um país estranho, pois em meio a um histórico con-

flito guerrilheiro (desde princípios dos anos 60) e com a presença de um narcotráfico violento há 40 anos, tem crescido e está avançando. Alguns lançam a hipótese de que, precisamente, nossas crises profundas têm levado à construção das grandes saídas inovadoras. Creio que o que está ocorrendo é que muitas regiões se converte-ram em verdadeiros laboratórios sociais e culturais e os resultados começam a aparecer. Um exemplo: Artesa-natos de Colômbia, entidade de caráter público, é um exemplo mundial há mais de 20 anos no estímulo do artesanato como atividade econômica importante. For-mação, cuidado de matérias primas, novos designs, rede de comercialização, internacionalização e, especialmen-te, máxima qualidade (mestres artesãos em todo o país) se converteram em marca.

Qual foi a sua impressão sobre a Bahia nesta primeira visita ao estado, às cidades de Lauro de Freitas, Salvador e Ilhéus? Qual mensagem deixaria aos empreendedores baianos?

Minhas impressões destas três cidades estão marca-das pela rapidez com que as percorri e com o pouco que pude me aprofundar em suas realidades. Em Lauro de Freitas, me impressionou a diferença brutal entre uma região e outra da cidade: um contraste urbano tremen-do, que geram contrastes sociais mais graves. Em Sal-vador, me impressionou sua beleza física, como cidade, mas ao mesmo tempo certo caos urbano. Me encan-tou a avenida da orla, em especial pelo recente trabalho do calçadão para pedestres. Dar prioridade ao pedestre sobre o automóvel sempre será uma medida excelen-te, ainda que gere controvérsias. Em Ilhéus me chamou a atenção algo que dá má impressão: a imagem na in-ternet é melhor que na realidade, pelo descuido com as ruas, com as calçadas, com as edificações, inclusive com as históricas. Não pude conhecer a maravilhosa paisa-gem natural que a rodeia. Nas três cidades, em contras-te, o melhor que vi é a sua gente: o desejo, os sonhos, as realizações apesar das dificuldades e das incertezas atuais. E esse é, sem dúvida, o principal capital de qual-quer região: sua gente.

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“E esse é, sem dúvida, o principal capital de qualquer região: sua gente”

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MICROEMPREENDEDORINDIVIDUAL

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A loja das irmãs Gilvana e Joelma Santos de Souza oferece aluguel de vestidos para noivas e festas, com peças variam de R$ 180 a R$ 1,8 mil a diária

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Irmãs empreendedoras ajudam noivas a realizar sonho do altarApós formalização com auxílio do Sebrae, irmãs apostam no diferencial e na capacitação em busca do sucesso

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O dinheiro não compra a felicida-de do futuro casal, mas pode aju-dar muito na hora de bancar uma linda festa de casamento. Entre os itens mais caros está o vestido da noiva, se a peça é nova e exclusi-va. Para quem não tem orçamento neste perfil, as irmãs Gilvana e Jo-elma Santos de Souza, em Ilhéus, têm a solução na medida para tor-nar o sonho do altar uma realida-de mais em conta. Formalizadas como Microempreendedoras Indi-viduais (MEI) com ajuda do Sebrae, elas alugam vestidos para noivas e festas. “Nossas peças variam de R$ 180 a R$ 1,8 mil a diária, acom-panhando o poder aquisitivo do cliente”, afirma Joelma.

Seguindo orientação do Sebrae, as irmãs apostam em seu diferen-cial e na capacitação em busca do sucesso. “Em um mercado em crise e tão competitivo, o MEI com maior qualificação tende a se sobressair, aproveitando melhor as oportuni-dades e criando alternativas para se desenvolver e se manter no mer-cado”, explica o técnico do Sebrae, Michel Lima.

A loja das irmãs empreendedoras fica em área nobre do comércio de Ilhéus. O espaço tem mais de 200 itens em exposição entre vestidos de noiva, ternos para noivos, vesti-dos para damas, roupas e acessó-rios para debutantes e convidados. A média é de 100 clientes por mês. O pagamento do aluguel da roupa é feito no ato da entrega da peça, em dinheiro ou dividido em até quatro vezes no cartão de crédito.

O sucesso é fruto de muito tra-balho das duas irmãs. Além do aluguel das roupas, elas mantêm

um ateliê, onde as peças são ajus-tadas de acordo com o manequim do cliente. “Tem dias que a gente fica modelando peças, recuperando roupas até três da manhã, mas vale a pena”, revela Joelma. “Uma clien-te gostou da roupa e tivemos que transformar, numa madrugada, um vestido tamanho M em GG, para ga-rantir a satisfação dela”, lembra.

Inspiração

A trajetória das irmãs em dire-ção ao próprio negócio começou há cerca de sete anos, quando ain-da trabalhavam como vendedoras no comércio. Houve caso em que, uma cliente afirmou ter tido uma intuição sobre o potencial de uma das jovens, através de um sonho e estimulou-a a investir em seu pró-prio projeto. Depois disso, durante várias noites, Gilvana sonhou com vestidos de noiva. “Eu pressenti que o caminho era esse”, lembra. Isso foi o bastante para uma gui-nada na vida.

Evangélica, ela entendeu os so-nhos como uma mensagem dos céus. Pediu férias e viajou para São Paulo em busca de inspiração para um novo negócio. O dinheiro para compra de mercadorias veio de um primo que a surpreendeu com a oferta de um empréstimo. Gilvana confessa que, inicialmen-te, ficou com medo: “Imagina, eu ganhava um salário mínimo, tinha medo de não conseguir pagar o empréstimo”.

Dividido em quatro parcelas, o dinheiro permitiu a compra de quatro peças de roupas de festas. E assim começou o próprio negócio,

informalmente. Com as primei-ras peças e os primeiros clientes, Gilvana passou a acreditar no in-vestimento. Deixou de atender em casa e alugou uma pequena sala numa galeria pouco movimenta-da do centro de Ilhéus. Chamou a irmã Joelma, que ainda trabalhava no comércio, para ajudá-la. A nova loja, atualmente, com direito a vi-trine, em área nobre, é a concreti-zação dos sonhos. O próximo passo é poder adquirir um ponto próprio. “O aluguel é sempre uma despesa, não?”, reflete.

Passos para a formalização

A exemplo das duas irmãs

empreendedoras, quem deseja

se formalizar como Microem-

preendedor Individual (MEI)

para crescer, pode procurar o

Ponto de Atendimento do Se-

brae ou o Balcão do Empreen-

dedor em sua cidade ou ainda

acessar o site do portal do em-

preendedor no endereço www.

portaldoempreendedor.gov.br. O

processo é simples, rápido e fá-

cil. Basta preencher o formulário

com dados cadastrais e em caso

de dúvidas, sobre o programa ou

o formulário, entrar em contato

com a Central de Relacionamen-

to do Sebrae (0800 570 0800). In-

formações podem ser obtidas no

Ponto de Atendimento do Sebrae

em Itabuna (rua Paulino Vieira,

175, Edf. Lizete Mendonça – Cen-

tro) ou em Ilhéus (Praça José

Marcelino, 100, Centro)

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O Seminário Empretec auxiliou o em-presário Bruno Balbi a conquistar algo raro no mundo dos negócios: transfor-mar projetos científicos em atividade empresarial. Bruno tinha concluído o curso de Oceanografia, na Uni-versidade Federal da Bahia (Ufba), em 2012, e desejava implementar a produção científica no ambiente de negócio, mas não tinha noção de por onde começar.

Com as orientações da solução Sebrae, montou, em 2013, com o colega da universidade e Mestre em Oceanografia, Mateus Lima, a Preamar – Consultoria em Oceano-grafia e Gestão Costeira, empresa incubada no Senai/Cimatec. Um ano depois, em 2014, a Preamar já gerava resultados, alcançando fa-turamento de 1.600%. “Começamos apenas com um cliente e depois fechamos três grandes projetos”, explica o empresário que também festeja não só o avanço financeiro, mas o destaque técnico ambiental do empreendimento.

A Preamar é pioneira no Brasil na criação de protocolo de otimização para certificação do Programa Ban-deira Azul, da Foundation for Envi-ronmental Education - Fundação para Educação Ambiental. Em par-ceria com a Fundação Baía Viva, a empresa adequou a praia de Ponta de Nossa Senhora de Guadalupe, na Ilha dos Frades, em Salvador, aos critérios da certificação. A praia re-

cebeu a placa piloto do programa internacional de qualidade ambien-tal, logrando a capital baiana como a primeira cidade do Nordeste a sustentar o selo, considerado o mais importante na categoria ambiental em todo o mundo.

Produção científica em formato de negócioEmpresa incubadora destaca-se como pioneira no país, criando protocolo de otimização para certificação do selo Bandeira Azul

Mateus Lima e Bruno Balbi idealizaram a Preamar- Consultoria em Oceanografia e Gestão Costeira,

empresa pioneira no Brasil na criação de protocolo de otimização para

certificação do Programa Bandeira Azul

EMPREENDEDORISMO

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Sebrae perto de vocêO Sebrae Bahia possui 31 Pontos de Atendimento, distribuídos em 10 Unidades Regionais, oferecendo aos empresários das micro e pequenas empresas informação, orientação, capacitação, apoio e soluções através de consultoria em gestão, acesso ao crédito e ao mercado, tecnologia e inovação.

O Ponto de Atendimento do Sebrae em Itabuna fica localizado na Rua Paulino Vieira, 175, Edf. Lizete Mendonça, Centro. Funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h

Pontos de Atendimento na Bahia

Unidade Regional 01 – Salvador / MercêsCentro de Atendimento ao EmpreendedorAv. Sete de Setembro, 261 – Mercês. CEP 40060-000. Tel.: (71) 3320-4526

Salvador / Boca do Rio - SAC EmpresarialAv. Otávio Mangabeira, 6929, Multishop – Boca do Rio. CEP 41706-690. Tel.: (71) 3281-4154

Salvador / ItapagipeRua Direta do Uruguai, 753, Bahia OutletCenter, Lojas 134/135 – Uruguai. CEP 40454-260. Tel.: (71) 3312-0151

Salvador / LiberdadeEstrada da Liberdade, 26, Lojas 13 e 26 – Liberdade. CEP 40375-016. Tel.: (71) 3241-8126

AlagoinhasRua Rodrigues Lima, 126-A – Centro. CEP 48010-040. Tel.: (75) 3422-1888

CamaçariRua do Migrante, s/nº – Centro. CEDAP – Casa do Trabalho. CEP 42800-000. Tel.: (71) 3622-7332

Lauro de FreitasLot. Varandas Tropicais, nº 279, Q. 3,Lote 16, Rua A, Galpão 01 – Pitangueiras. CEP 42700-000. Tel.: (71) 3378-9836

Unidade Regional 02 – BarreirasAv. Benedita Silveira, 132, Ed. Portinari, Térreo – Centro. CEP 47804-000. Tels.: (77) 3611-3013/4574

Unidade Regional 03 – Feira de SantanaRua Barão do Rio Branco, 1225 – Centro. CEP 44149-999. Tel.: (75) 3221-2153

Euclides da CunhaRua Oliveira Brito, 404 – Centro. CEP 48500-000. Tel.: (75) 3271-2010

IpiráPraça Roberto Cintra, 400-A – Centro. CEP 44600-000. Tel.: (75) 3254-1239

ItaberabaRua Rubens Ribeiro, 253,Ed. Tropical Center, salas 22/23 – Centro. CEP 46880-000. Tel.: (75) 3251-1023

Unidade Regional 04 – IlhéusPraça José Marcelino, 100, Térreo – Centro. CEP 45653-030. Tel.: (73) 3634-4068

ItabunaRua Paulino Vieira, 175, Ed. Lizete Mendonça - Centro.CEP 45600-171. Tel.: (73) 3613-9734

Unidade Regional 05 – JacobinaRua Senador Pedro Lago, 100, salas 01 e 02 – Centro. CEP 44700-000. Tel.: (74) 3621-4342

Senhor do BonfimRua Benjamin Constant, 12 – Centro. CEP 48970-000. Tel.: (74) 3541-3046

Unidade Regional 06 – JuazeiroPraça Dr. José Inácio da Silva, 15 – Centro. CEP 48903-430. Tel.: (74) 3612-0827

Paulo AfonsoRua São Francisco, 233 – CentroCEP: 48601-270. Tel.: (75) 3281-4333 / 4223

Unidade Regional 07 – Santo Antônio de JesusAv. Governador Roberto Santos, 31 – Centro. CEP 44572-000. Tel.: (75) 3631-3949

ValençaRua Barão de Jequiriçá, 297, Galeria Central, Centro. CEP 45400-000. Tel.: (75) 3641-3293

Unidade Regional 08 – IrecêRua Coronel Terêncio Dourado, 161 – Centro. CEP 44900-000. Tel.: (74) 3641-4206

SeabraRua Horácio de Matos, 25, salas 01 e 02 – Centro. CEP 46900-000. Tel.: (75) 3331-2368

Unidade Regional 09 – Teixeira de FreitasAv. Presidente Getúlio Vargas, 3986 – Centro. CEP 45995-002.Tels.: (73) 3291-4333/4777

EunápolisRua 5 de Novembro, 66, Térreo – Centro. CEP 45820-041. Tel.: (73) 3281-1782

Porto SeguroPraça ACM, 55 – Centro. CEP 45810-000. Tel.: (73) 3288-1564

Unidade Regional 10 - Vitória da ConquistaRua Coronel Gugé, 221 – Centro. CEP 45000-510. Tel.: (77) 3424-1600

BrumadoRua Marechal Deodoro da Fonseca, 89, Térreo – Centro. CEP 46100-000. Tels.: (77) 3441-3699/3543

GuanambiAv. Barão do Rio Branco, 292 – Centro. CEP 46430-000. Tel.: (77) 3451-4557

IpiaúPraça João Carlos Hohllenwerger, 39 – Centro. CEP 45570-000. Tels.: (73) 3531-6849/5696

ItapetingaAv. Itarantim, 178 – Centro. CEP 45700-000. Tel.: (77) 3261-3509

JequiéRua Felix Gaspar, 20 – Centro. CEP 45200-350. Tels.: (73) 3525-3552/3553

Atendimento a distância 0800 570 0800 Segunda a sexta-feira das 8h às 20h

Sede do Sebrae BahiaR. Horácio César, 64, Dois de Julho Salvador – Bahia. CEP: 40060-350. Tel. (71) 3320.4301.

OnlineAgenda de Capacitaçõeslojavirtual.ba.sebrae.com.br

Portal Sebrae Bahia e Chat Onlinewww.ba.sebrae.com.br

Agência Sebrae de Notíciaswww.ba.agenciasebrae.com.br

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Ouvidoria do Sebraehttp://web.ouvidoria.sebrae.com.br/

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