972 apostila processo do trabalho

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  • 7/31/2019 972 Apostila Processo Do Trabalho

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    TRT PE (6 Regio)

    Processo do TrabalhoAryanna

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    Professora Aryanna Manfredini

    1. ORGANIZAO DA JUSTIA DO TRABALHOA Justia do Trabalho composta por: [Art. 111, CF/88]

    TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO JUIZ DO TRABALHO

    Art. 111, CF. So rgos da Justia do Trabalho:I - o Tribunal Superior do Trabalho;II - os Tribunais Regionais do Trabalho;III - Juzes do Trabalho.

    O inciso III do artigo 111 foi alterado pela Emenda Constitucional n 24/1999, extinguindo a figurados juzes classistas (representantes da categoria econmica e profissional) e as juntas de conciliao ejulgamento.

    Tribunal Superior do Trabalho TST

    O Tribunal Superior do Trabalho tem sede em Braslia, possui jurisdio em todo o territrionacional, e composto por EXATOS 27 ministros, que devem ser brasileiros, com mais de 35 e menosde 65 anos, nomeados pelo Presidente da Repblica, aps aprovao pela maioria absoluta do SenadoFederal. [Art. 690, CLT]

    Um quinto de seus membros ser composto por advogados e membros do Ministrio Pblico(quinto constitucional) com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e de efetivo exerccio,respectivamente. Os demais membros sero desembargadores dos Tribunais Regionais do Trabalho,oriundos da magistratura de carreira, indicados pelo prprio Tribunal Superior. [Art. 111-A, CF/88]

    Funcionaro junto ao TST a ESCOLA NACIONAL DE FORMAO E APERFEIOAMENTO DOSMAGISTRADOS DO TRABALHO e o CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIA DO TRABALHO.

    Tribunal Regional do Trabalho TRT

    Os Tribunais Regionais do Trabalho compe-se de, no mnimo, sete juzes, recrutados, quandopossvel, na respectiva regio, e nomeados pelo Presidente da Repblica dentre brasileiros com mais de

    30 e menos de 65 anos. Na composio dos membros do TRT tambm se respeita o quinto constitucional.Atualmente, h 24 regies e 24 Tribunais Regionais do Trabalho, sendo dois deles situados no

    estado de So Paulo (um na Capital e outro em Campinas).

    No h Tribunal Regional do Trabalho nos seguintes Estados: Tocantins, Amap, Acre e Roraima.

    Os Tribunais Regionais devero criar a Justia Itinerante, com a realizao de audincias e demaisfunes de atividade jurisdicional, dentro do limite territorial de sua jurisdio, servindo-se deequipamento pblico e comunitrios.

    Juiz do Trabalho

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    O Juiz do Trabalho ingressar na carreira como Juiz do Trabalho Substituto, aps aprovao emconcurso pblico de provas e ttulos, sendo designado pelo Presidente do TRT para auxiliar ou substituirnas Varas do Trabalho. Aps dois anos de exerccio, o Juiz do Trabalho substituto torna-se vitalcio.Alternadamente, por antiguidade ou merecimento, o Juiz ser promovido a juiz Titular da Vara do Trabalho

    e, posteriormente, pelo mesmo critrio, a juiz do Tribunal Regional do Trabalho.1

    Nas Comarcas onde no houver juiz do trabalho, por lei, os Juzes de Direito podero ser

    investidos da jurisdio trabalhista. Das sentenas que proferirem caber Recurso Ordinrio para orespectivo Tribunal Regional do Trabalho. [Art. 112, CF/88 e Art. 668, CLT]

    2. COMPETNCIA DA JUSTIA DO TRABALHO

    A competncia ser designada da seguinte forma: em razo da matria, em razo das pessoas, emrazo da funo ou em razo do territrio.

    2.1 COMPETNCIA EM RAZO DA MATRIA E EM RAZO DA PESSOA

    Compete s Varas do Trabalho processar e julgar as aes oriundas das relaes de trabalhocomo determinado pelo art. 114 da Constituio Federal.

    Art. 114, CF. Compete Justia do Trabalho processar e julgar:I - as aes oriundas da relao de trabalho, abrangidos os entes de direitopblico externo e da administrao pblica direta e indireta da Unio, dosEstados, do Distrito Federal e dos Municpios;II - as aes que envolvam exerccio do direito de greve;III - as aes sobre representao sindical, entre sindicatos, entre sindicatos etrabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;IV - os mandados de segurana, habeas corpuse habeas data, quando o ato

    questionado envolver matria sujeita sua jurisdio;V - os conflitos de competncia entre rgos com jurisdio trabalhista,ressalvado o disposto no art. 102, I, o;VI - as aes de indenizao por dano moral ou patrimonial, decorrentes darelao de trabalho;VII - as aes relativas s penalidades administrativas impostas aosempregadores pelos rgos de fiscalizao das relaes de trabalho;VIII - a execuo, de ofcio, das contribuies sociais previstas no art. 195, I, a, eII, e seus acrscimos legais, decorrentes das sentenas que proferir;IX - outras controvrsias decorrentes da relao de trabalho, na forma da lei. 1 - Frustrada a negociao coletiva, as partes podero eleger rbitros. 2 - Recusando-se qualquer das partes negociao coletiva ou arbitragem, facultado s mesmas, de comum acordo, ajuizar dissdio coletivo de naturezaeconmica, podendo a Justia do Trabalho decidir o conflito, respeitadas asdisposies mnimas legais de proteo ao trabalho, bem como asconvencionadas anteriormente. 3 - Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de leso dointeresse pblico, o Ministrio Pblico do Trabalho poder ajuizar dissdiocoletivo, competindo Justia do Trabalho decidir o conflito.

    1SCHIAVI. Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 3 Ed. So Paulo: LTr, 2010. p. 147.

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    A Emenda Constitucional n 45/2004 foi responsvel por uma significativa ampliao dacompetncia da Justia do Trabalho:

    Em seu inciso I, o artigo 114 traz como competncia da Justia do Trabalho processar e julgar asaes oriundas da relao de trabalho, abrangidos os entes de Direito Pblico externo e da AdministraoPblica direta e indireta da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios.

    Contudo, o STF na ADI n 3395, repetindo o entendimento j expostos na ADI 492,tornou defeso Justia do Trabalho a apreciao de causas instauradas entre o Poder Pblico e os servidores a elevinculados por tpica relao baseada no regime estatutrio ou jurdico-administrativo.

    Conclui-se, que em se tratando de demanda entre o Poder Pblico e servidor pblico estatutrio,este no poder ajuizar reclamatria trabalhista na Justia do Trabalho. Tambm no poder demandar naJustia do Trabalho o servidor contratado pelo ente pblico, temporariamente, por regime especial previstoem lei municipal ou estadual, luz dos artigos 114 e 37, IX, da CF/1988, pois toda contratao temporriaapresenta ndole administrativa, se previsto regime especial em lei prpria.

    Assim, o processamento de litgios entre servidores temporrios e a Administrao Pblica na

    Justia do Trabalho afronta a autoridade da deciso exarada na ADI 3.395-MC/DF, o que levou osministros do Plenrio do STF, no exame do Recurso Extraordinrio n 573.202-9/AM, em 21/8/2008, adarem repercusso geral referida deciso, implicando, nos termos dos artigos 543-A e 543-B do CPC(Lei 11.418/2006), a objetivao do julgamento emitido pelo STF, ou seja, os casos anlogos serodecididos exatamente no mesmo sentido daquele deliberado pelo rgo pleno no RE 573.202/AM.

    Dessa forma, o TST cancelou a OJ 205 da SBDI-12, que previa a competncia da Justia doTrabalho quando alegado o desvirtuamento em tal contratao, mediante a prestao de servios Administrao para atendimento de necessidade permanente e no para acudir a situao transitria eemergencial.

    Sendo assim, possvel ajuizar RT contra Administrao Pblica, direta ou indireta, na Justia doTrabalho quando os servidores estiverem a ela vinculados por relao CELESTISTA.

    Nos demais casos:

    2OJ 205, SDI-1 (cancelada). COMPETNCIA MATERIAL. JUSTIA DO TRABALHO. ENTE PBLICO. CONTRATAOIRREGULAR. REGIME ESPECIAL. DESVIRTUAMENTO (cancelada) Res. 156/2009, DEJT divulgado em 27, 28 e29.04.2009I - Inscreve-se na competncia material da Justia do Trabalho dirimir dissdio individual entre trabalhador e ente pblico se hcontrovrsia acerca do vnculo empregatcio.II - A simples presena de lei que disciplina a contratao por tempo determinado para atender a necessidade temporria deexcepcional interesse pblico (art. 37, inciso IX, da CF/1988) no o bastante para deslocar a competncia da Justia do Trabalhose se alega desvirtuamento em tal contratao, mediante a prestao de servios Administrao para atendimento de necessidadepermanente e no para acudir a situao transitria e emergencial.

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    a) Tratando-se de servidor pblico federal a ao poder ser ajuizada na Justia Federal.b) Tratando-se de servidor pblico municipal ou estadual a reclamatria poder ser ajuizada na

    Justia Estadual.

    A Justia do Trabalho competente para julgar:

    Dano moral e patrimonial decorrentes das relaes de trabalho, inclusive em razo de acidente dotrabalho. Aes que envolvam o exerccio do direito de GREVE Representao sindical (sind. x empregador / sind. x sind. / sind. x empregado) Conflitos de competncia entre seus rgos, salvo nos casos de competncia do STJ e do STF. Mandado de segurana, habeas corpuse habeas data. Penalidades impostas pelos rgos de fiscalizao do trabalho (inclusive MS) Executar, de ofcios, as contribuies sociais decorrentes das sentenas que proferir. Ressalte-se,

    que quanto s contribuies fiscais, tem competncia apenas para determinar a sua reteno (smula 368do TST), no podendo execut-las de ofcio.

    Nos termos da smula 389, I, do TST, compete a Justia do Trabalho julgar as aes em que sepostule indenizao substitutiva pelo no fornecimento das guias do seguro desemprego.

    Smula 389, TST. I - Inscreve-se na competncia material daJustia do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendopor objeto indenizao pelo no fornecimento das guias doseguro desemprego.II - O no fornecimento pelo empregador da guia necessriapara o recebimento do seguro desemprego d origem ao direito indenizao.

    competncia da Justia do Trabalho processar e julgar as aes decorrentes do no

    cadastramento do empregado no PIS.Smula 300, TST. Compete Justia do Trabalho processar ejulgar aes de empregados contra empregadores, relativas aocadastramento no Plano de Integrao Social (PIS).

    Ressaltem-se as seguintes smulas vinculantes em matria de competncia da Justia doTrabalho:

    Smula Vinculante 22, STF:

    Smula Vinculante 22 do STF. A Justia do Trabalho

    competente para processar e julgar a ao de indenizao pordanos morais e patrimoniais decorrentes das relaes detrabalho propostas por empregado contra empregador,inclusive aquelas que no possuam sentena de mrito emprimeiro grau quando da promulgao da EmendaConstitucional 45/2004. DOU de 11/12/2009.

    Podemos esquematiza-la da seguinte maneira:

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    Em relao ao acidente do trabalho, vale destacar que a Justia do Trabalho competente paraprocessar e julgar tanto as aes indenizatrias ajuizadas pelo empregado contra o empregador, comotambm as movidas pelos sucessores contra o empregador. Em sentido contrrio era o entendimento doSTJ, consubstanciado na smula 3663, que foi cancelada. Dessa maneira inquestionvel a competnciada Justia z do Trabalho nos dois casos mencionados.

    Por fim, em razo do acidente do trabalho, 3 aes podem ser movidas:a) pelo empregado ou seus sucessores contra o empregadorb) pelo empregado ou sucessores contra o INSSc) pelo INSS contra o empregador

    No mesmo sentido o entendimento do STJ, consubstanciado na smula 367, para as demaisaes que se tornaram de competncia da Justia do Trabalho com a EC 45/2004. In verbis:

    Smula 367, STJ: A competncia estabelecida pela EC n.45/2004 no alcana os processos j sentenciados.

    Smula Vinculante 23, STF:Smula Vinculante 23 do STF: A Justia do Trabalho competente para processar e julgar ao possessria ajuizada

    3Smula 366, STJ.Compete Justia estadual processar e julgar ao indenizatria proposta por viva e filhos de empregadofalecido em acidente de trabalho.

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    em decorrncia do exerccio do direito de greve pelostrabalhadores da iniciativa privada. DOU 11/12/2009.

    Cumpre destacar que a Justia do Trabalho no tem competncia para apreciar controvrsiasdecorrentes do exerccio do direito de greve pelo servidor pblico estatutrio, uma vez que o STF, na ADI

    3395, excluiu da competncia da Justia do Trabalho as aes que sejam instauradas entre o PoderPblico e seus servidores estatutrios oriundas das relaes de trabalho, tal como a greve. Smula 363 do STJ

    Smula 363, STJ. Competncia - Processo e Julgamento -Ao de Cobrana - Profissional Liberal Contra ClienteCompete Justia estadual processar e julgar a ao decobrana ajuizada por profissional liberal contra cliente.

    Smula Vinculante 25 e ADI 3684, STF:

    Smula Vinculante 25 do STF: ilcita a priso de depositrio

    infiel, qualquer que seja a modalidade de depsito. DOU23/12/2009.

    O inciso IV do artigo 114 da CF/88 confere Justia do Trabalho competncia para processar ejulgar os mandados de segurana, habeas corpus e habeas data quando o ato questionado envolvermatria de sua jurisdio. Entretanto, vale mencionar que o STF, na ADI n 3.684, concedeu liminar comefeito ex tuncpara declarar a incompetncia da Justia do Trabalho para processar e julgar aes penais.

    A incompetncia em razo da matria absoluta. Pode ser declarada pelo Juzo, de ofcio, oumediante alegao das partes em qualquer tempo ou grau de jurisdio. [Art. 795, 1, CLT e Art. 113,CPC]

    A incompetncia material da Justia do Trabalho deve ser alegada em preliminar de contestao epor exceo de incompetncia.

    2.1 COMPETNCIA TERRITORIAL

    A regra para a definio da competncia territorial na Justia do Trabalho o LOCAL DAPRESTAO de servios, tratada no art. 651 da CLT.

    Art. 651, CLT: A competncia das Varas do Trabalho determinada pela localidade onde o empregado, reclamante oureclamado, prestar servios ao empregador, ainda que tenha

    sido contratado noutro local ou no estrangeiro.Esse artigo da CLT composto por trs pargrafos que prevem excees regra geral

    apresentada pelo caput.

    a) Empregado agente ou viajante comercial: [Art. 651, 1, CLT]

    1 Quando for parte no dissdio agente ou viajante comercial,a competncia ser da Vara da localidade em que a empresatenha agncia ou filial e a esta o empregado esteja subordinadoe, na falta, ser competente a Vara da localizao em que oempregado tenha domiclio ou a localidade mais prxima.

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    b) Competncia da Justia do Trabalho Brasileira para os empregados brasileiros trabalhando noestrangeiro: [Art. 651, 2, CLT]

    2 A competncia das Varas do Trabalho, estabelecida

    neste artigo, estende-se aos dissdios ocorridos em agncia oufilial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro eno haja conveno internacional dispondo em contrrio.

    A grande questo a seguinte: qual a legislao aplicvel quando o empregado brasileiro contratado no Brasil para trabalhar em outro pas? So duas as situaes:

    Empregado brasileiro contratado para trabalhar no estrangeiro por empresa sem sede noBrasil: a legislao aplicvel a do local da prestao dos servios. [Smula 207, TST]

    Smula 207, TST. CONFLITOS DE LEIS TRABALHISTASNO ESPAO. PRINCPIO DA "LEX LOCI EXECUTIONIS"(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

    A relao jurdica trabalhista regida pelas leis vigentes nopas da prestao de servio e no por aquelas do local dacontratao.

    Empregado transferido: aplica-se a legislao mais favorvel. [Lei 7064/82 alterada em 2009]Considera-se transferido:- empregado contratado no Brasil, trabalhando no Brasil e removido para o exterior;

    - empregado contratado no Brasil, trabalhando no Brasil , cedido empresa sediada no exterior, desdeque mantido o vnculo com o empregador brasileiro;

    - empregado contratado por empresa sediada no Brasil para trabalhar no exterior;

    Nesse sentido o art. 2 da Lei 7064/82. Observe-se:

    Art. 2, Lei 7064/82. Para os efeitos desta Lei, considera-setransferido:I - o empregado removido para o exterior, cujo contrato estavasendo executado no territrio brasileiro;II - o empregado cedido empresa sediada no estrangeiro,para trabalhar no exterior, desde que mantido o vnculotrabalhista com o empregador brasileiro;III - o empregado contratado por empresa sediada no Brasilpara trabalhar a seu servio no exterior.

    Para os empregados transferidos aplica-se a legislao material mais favorvel ao empregado, nostermos do art. 3 da Lei 7064/82, in verbis:

    Art. 3, Lei 7064/82. A empresa responsvel pelo contrato detrabalho do empregado transferido assegurar-lhe-,independentemente da observncia da legislao do local daexecuo dos servios:I - os direitos previstos nesta Lei;II - a aplicao da legislao brasileira de proteo aotrabalho, naquilo que no for incompatvel com o dispostonesta Lei, quando mais favorvel do que a legislao

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    territorial, no conjunto de normas e em relao a cadamatria.

    c) Empregador que promove realizao de atividade fora do lugar do contrato: [Art. 651, 3, CLT]

    3 Em se tratando de empregador que promova realizaode atividades fora do lugar do contrato de trabalho, assegurado ao empregado apresentar reclamao no foro dacelebrao do contrato ou no da prestao dos respectivosservios.

    So exemplos, as companhias teatrais ou circos, de modo que o empregado poder propor a aoonde foi contratado ou em um dos locais da prestao de servios. A regra do 3 do art. 651 aplica-setambm aos motoristas de nibus, contratados, por exemplo, em Curitiba, para fazer a linha Curitiba SoPaulo. Estes poderiam propor a ao tanto em Curitiba como em So Paulo.

    Caso a reclamatria trabalhista seja ajuizada em local diverso daquele onde ocorreu a prestaode servios, na audincia de instruo e julgamento pode ser apresentada Exceo de IncompetnciaTerritorial. Se esta Exceo no for apresentada, a competncia prorroga-se, pois trata-se de competnciarelativa.

    No h compatibilidade entre o artigo 111 do Cdigo de Processo Civil, que permite s partesinstiturem o foro de eleio, e o Direito Processual do Trabalho .

    3. Servios Auxiliares da Justia do Trabalho

    Os servios auxiliares da Justia do Trabalho so prestados por servidores e rgos de auxlio.

    O captulo VI da CLT (arts. 710 a 717) destinado apenas aos servios auxiliares da Justia doTrabalho.

    3.1. Secretarias

    Nos termos do art. 710 da CLT as secretarias so dirigidas pelo Diretor de Secretaria. Segundo MauroSchiavi4elas so compostas pelo Diretor de Secretaria; pelo Assistente de Diretor (que substitui o diretorem suas ausncias); um assistente de Juiz (que auxilia o juiz diretamente); um Secretrio de Audincias,tambm chamado de datilgrafo de audincias, a quem compete secretariar as audincias e digitar asatas; um assistente de clculos (a quem compete auxiliar o juiz na elaborao e conferncia dos clculosde liquidao); o oficial de justia avaliador, a quem compete o cumprimento dos mandados e dilignciassolicitadas pelo Juiz; e pelos demais funcionrios da Justia do Trabalho (analistas e tcnicos judicirios),que ingressam mediante concurso pblico de provas.

    Compete s secretarias realizar notificaes, autuaes, atendimento aos advogados e, ainda, sob asuperviso do juiz, nos termos do art. 162, 2, da CLT, atos meramente ordinatrios, como a juntada e avista obrigatria.

    Art. 162, 4, CLT. Os atos meramente ordinatrios, como a juntada e avista obrigatria, independem de despacho, devendo ser praticados deofcio pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessrios.

    4 Op. Cit, 152.

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    3.2. Dos Distribuidores

    Nas localidades em que houver mais de uma Vara do Trabalho e nos Tribunais, onde houver mais deuma turma, haver um distribuidor. Ser de sua competncia, entre outras, a distribuio do feito

    rigorosamente por ordem de entrada e o fornecimento de informaes sobre os processos distribudos(arts. 713 a 715, CLT).

    Os distribuidores so designados pelo Presidente do TRT, dentre funcionrios das Varas do Trabalho edo TRT, ficando subordinados diretamente a ele (art. 715, CLT).

    As atribuies do distribuidor esto disciplinadas no art. 714 da CLT. In verbis:Art. 714, CLT. Compete ao distribuidor:a) a distribuio, pela ordem rigorosa de entrada, e sucessivamente acada Junta, dos feitos que, para esse fim, lhe forem apresentados pelosinteressados;b) o fornecimento, aos interessados, do recibo correspondente a cada feito

    distribudo;c) a manuteno de 2 (dois) fichrios dos feitos distribudos, sendo umorganizado pelos nomes dos reclamantes e o outro dos reclamados-ambos por ordem alfabtica;d) o fornecimento a qualquer pessoa que o solicite, verbalmente ou porcertido, de informaes sobre os feitos distribudos;e) a baixa na distribuio dos feitos, quando isto lhe for determinado pelosPresidentes das Juntas, formando, com as fichas correspondentes,fichrios parte, cujos dados podero ser consultados pelos interessados,mas no sero mencionados em certides.

    3.3. Oficiais de Justia:

    A CLT trata dos oficiais de Justia no art. 721 e seguintes. Observe-se:Art. 721 - Incumbe aos Oficiais de Justia e Oficiais de Justia Avaliadoresda Justia do Trabalho a realizao dos atos decorrentes da execuo dosjulgados das Juntas de Conciliao e Julgamento e dos TribunaisRegionais do Trabalho, que lhes forem cometidos pelos respectivosPresidentes. 1 Para efeito de distribuio dos referidos atos, cada Oficial de Justiaou Oficial de Justia Avaliador funcionar perante uma Junta deConciliao e Julgamento, salvo quando da existncia, nos TribunaisRegionais do Trabalho, de rgo especfico, destinado distribuio demandados judiciais. 2 Nas localidades onde houver mais de uma Junta, respeitado odisposto no pargrafo anterior, a atribuio para o comprimento do atodeprecado ao Oficial de Justia ou Oficial de Justia Avaliador sertransferida a outro Oficial, sempre que, aps o decurso de 9 (nove) dias,sem razes que o justifiquem, no tiver sido cumprido o ato, sujeitando-seo serventurio s penalidades da lei. 3 No caso de avaliao, ter o Oficial de Justia Avaliador, paracumprimento da ato, o prazo previsto no art. 888. 4 facultado aos Presidentes dos Tribunais Regionais do Trabalhocometer a qualquer Oficial de Justia ou Oficial de Justia Avaliador arealizao dos atos de execuo das decises dsses Tribunais.

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    5 Na falta ou impedimento do Oficial de Justia ou Oficial de JustiaAvaliador, o Presidente da Junta poder atribuir a realizao do ato aqualquer serventurio.

    4. Princpios Gerais do Processo do Trabalho

    4.1. Princpio da inrcia ou dispositivo ou da demanda:Nenhum juiz prestar a tutela jurisdicional seno quando a parte ou interessado a requerer, nos casos eformas legais (art. 2, CPC).

    Art. 2o, CPC. Nenhum juiz prestar a tutela jurisdicional seno quando aparte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.

    De acordo com o princpio da inrcia, s haver prestao da tutela jurisdicional por iniciativa da parte,a qual deve provocar o judicirio.

    No Processo do Trabalho h algumas excees aplicao do referido princpio. Observe-se:

    Artigo 856, CLT: o Presidente do Tribunal pode suscitar o dissdio coletivo na hiptese deparalisao do trabalho;

    Artigo 39, CLT: o juiz do trabalho poder processar e julgar a reclamao encaminhada pela SRT

    Superintendncia Regional do Trabalho e Emprego (antiga DRT), nos casos em que por no ter a suaCTPS assinada, o empregado propuser uma reclamao perante SRT e o rgo Administrativo constatar:a) que em sua defesa, o reclamado alega a inexistncia do vnculo de emprego ou b) que impossvelverificar esta condio pelos meios administrativos.

    4.2. Princpio inquisitivo ou inquisitrioO princpio do impulso oficial determina aos Juzos e Tribunais o dever de impulsionar o processo.O art. 262, CPC contempla tal princpio. In verbis:

    Art. 262, CPC. O processo civil comea por iniciativa da parte, mas sedesenvolve por impulso oficial.

    No Processo do Trabalho tal princpio est previsto principalmente no art. 765 da CLT. Observe-se:Art. 765, CLT:Os Juzos e Tribunais do Trabalho tero ampla liberdade

    na direo do processo e velaro pelo andamento rpido das causas,podendo determinar qualquer diligncia necessria ao esclarecimentodelas.

    4.3. Princpio da ConcentraoSegundo o princpio da concentrao, no Processo do Trabalho, em audincia concentram-se os atos

    de conciliao, defesa, provas e sentena.A CLT previu a audincia como una ou nica, conforme se observa pelos seguintes artigos:

    Art. 849, CLT. A audincia de julgamento ser contnua; mas, se nofor possvel, por motivo de fora maior, conclu-la no mesmo dia, o juizou presidente marcar a sua continuao para a primeira desimpedida,independentemente de nova notificao.Art. 852-C, CLT. As demandas sujeitas a rito sumarssimo sero

    instrudas e julgadas em audincia nica, sob a direo de juizpresidente ou substituto, que poder ser convocado para atuarsimultaneamente com o titular.

    Na prtica, o princpio da concentrao foi mitigado, sendo a audinciadividida, no procedimentoordinrio, em inicial, instruo e julgamento no procedimento ordinrio.

    4.4. Princpio da oralidadeApesar de no haver previso expressa no CPC, nem na CLT, o referido princpio possui grande

    destaque no Processo do Trabalho. Encontra-se implcito nas seguintes hipteses: possibilidade de seapresentar reclamatria trabalhista verbal (artigo 840, 2, CLT), na possibilidade de a defesa serapresentada de forma oral em audincia (artigo 847, CLT); nas provas que so produzidas de forma oral(depoimento das partes, oitiva de testemunhas) e nas razes finais que so apresentadas de forma oral,em 10 minutos (art. 850, CLT).

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    4.5. Princpio da identidade fsica do juizPrevisto no artigo 132 do CPC, o princpio da identidade fsica do juiz ensina que o juiz que presidiu a

    causa e concluiu a instruo probatria necessariamente dever proferir a sentena.Art. 132, CPC. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audincia julgara lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer

    motivo, promovido ou aposentado, casos em que passar os autos ao seusucessor.Conforme estabelecem as smulas 136 do TST e 222 do STF, o referido princpio no se aplica ao

    Processo do Trabalho. Tal inaplicabilidade era justificvel em razo das Juntas de Conciliao eJulgamento, formadas por um juiz presidente e dois classistas, sendo um deles representante dosempregados e outro dos empregadores. Tratava-se de um rgo colegiado caracterizado pela granderotatividade dos juzes classistas.

    Com o advento da EC 24/99, extinguiram-se as Juntas de Conciliao e Julgamento, de modo que,atualmente, a jurisdio exercida de forma singular, pelo juiz do trabalho titular e substituto, nas Varas doTrabalho. No h mais a rotatividade que justificava a no aplicabilidade do princpio da identidade fsicado juiz, mas, apesar disso, o TST e o STF continuam entendendo que tal princpio no aplicvel noprocesso do trabalho.

    4.6. Princpio da imediatidade ou da imediao:Segundo o princpio da imediatidade as provas devero ser produzidas com a participao do juiz.No CPC este princpio est previsto nos arts. 342, 440 e 446, II do CPC. In verbis:

    Art. 342, CPC. O juiz pode, de ofcio, em qualquer estado do processo,determinar o comparecimento pessoal das partes, a fim de interrog-lassobre os fatos da causa.Art. 440, CPC. O juiz, de ofcio ou a requerimento da parte, pode, emqualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de seesclarecer sobre fato, que interesse deciso da causa.Art. 446, CPC. Compete ao juiz em especial:I - dirigir os trabalhos da audincia;II - proceder direta e pessoalmente colheita das provas;

    Pode-se visualizar tal princpio na CLT em seu artigo 820, segundo o qual o juiz participar da colheitado depoimento das partes e das testemunhas. Observe-se:

    Art. 820, CLT. As partes e testemunhas sero inquiridas pelo juiz oupresidente, podendo ser reinquiridas, por seu intermdio, a requerimentodos vogais, das partes, seus representantes ou advogados.

    4.7. Princpio da Pertetuatio Jurisdictionis:

    Segundo o princpio da perpetuatio jurisdictionisa competncia absoluta (em razo da matria, dapessoa e da funo) imutvel, sendo determinada no momento da propositura da ao, salvo nashipteses do art. 87 do CPC: supresso de rgo judicirio ou alterao da competncia em razo damatria e/ou da hierarquia.

    Observe-se o art. 87 do CPC:

    Art. 87, CPC. Determina-se a competncia no momento em que a ao proposta. So irrelevantes as modificaes do estado de fato ou de direitoocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o rgo judicirio oualterarem a competncia em razo da matria ou da hierarquia.

    Equipara-se a hiptese de supresso de rgo judicirio a criao de vara no trabalho nashipteses em que antes eram inexistentes.

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    Quando houver supresso do rgo judicirio, criao de vara do trabalho ou alterao dacompetncia em razo da matria, todas as aes deslocar-se-o para o novo juzo competente, as jsentenciadas e as ainda no sentenciadas. Apenas quanto s aes que se tornaram de competncia daJustia do Trabalho com a EC 45/2004, por razes de poltica judiciria, o deslocamento para a Justia doTrabalho d-se exclusivamente quanto aquelas ainda no sentenciadas.

    4.8. Estabilidade da Lide

    Esse princpio informa o momento processual limite em que o autor poder modificar a petio inicialaps a propositura da ao.

    No Processo Civil, antes da citao, o autor ter ampla liberdade para modificar a petio inicial (art.294, CPC), aps a sua realizao, apenas com o consentimento do ru (art. 264, CPC) e aps o despachosaneador, em nenhuma hiptese (art. 264, pargrafo nico).

    No Processo do Trabalho no h despacho saneador e a defesa apresentada em audincia, de modoque o ltimo momento para o autor modificar a petio inicial em audincia, antes da apresentao da

    defesa. Deve o juiz, neste caso, conceder prazo no inferior a cinco dias para que o ru se manifestequanto s alteraes.

    4.9. Princpio da Eventualidade

    O princpio da eventualidade est previsto no art. 300 da CLT, o qual prev que Compe te ao rualegar, na contestao, toda matria de defesa, expondo as razes de fato e de direito, com que impugnao pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.

    Assim, de acordo com este princpio toda matria de defesa deve ser aduzida na contestao.

    4.10. Princpio da Finalidade ou da Instrumentalidade das formas

    O princpio da finalidade tambm denominado princpio da instrumentalidade das formas, compreviso nos arts. 154 e 244 do CPC, os quais em sntese estabelecem que quando a lei prevdeterminada forma para a prtica do ato processual, sem cominar nulidade, o ato ser considerado vlido,se realizado de outro modo alcanar a sua finalidade. Observe-se:

    Art. 154. Os atos e termos processuais no dependem de formadeterminada seno quando a lei expressamente a exigir, reputando-sevlidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidadeessencial.Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominao denulidade, o juiz considerar vlido o ato se, realizado de outro modo, Ihealcanar a finalidade.

    4.11. Princpio da Busca da Verdade Real

    O princpio da busca da verdade real equivale ao princpio de direito material denominado primaziada realidade, sendo o qual se busca no processo do trabalho a realidade.

    pela aplicao deste princpio que possvel invalidar recibos de pagamento, quando astestemunhas demonstram que no refletem a verdade real. Da mesma forma, quando contraditria a provadocumental, prevalece a prova testemunhal.

    4.12. Princpio da Extrapetio

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    Autoriza que o juiz condene o reclamado a certos pedidos que no constam na petio inicial doreclamante.

    exemplo de aplicao do princpio da extrapetio os juros e correo monetria que sero

    computados ainda que autor no formule pedido nesse sentido e, mais, mesmo que o juiz no os inclua nasentena sero includos nos clculos de liquidao. Nesse sentido o art. 293 do CPC e smula 211 doTST. Observe-se:

    Art. 293. Os pedidos so interpretados restritivamente, compreendendo-se, entretanto, no principal os juros legais.

    Smula 211, TST. JUROS DE MORA E CORREO MONETRIA.INDEPENDNCIA DO PEDIDO INICIAL E DO TTULO EXECUTIVOJUDICIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003Os juros de mora e a correo monetria incluem-se na liquidao, aindaque omisso o pedido inicial ou a condenao.

    4.13. Princpio da PreclusoComo afirma o professor Carlos Henrique Bezerra Leite ( Manual de Direito Processual do Trabalho.

    7 Ed. p. 69), o princpio da precluso ...decorre da prpria logicidade do processo, que andar parafrente, sem retorno a etapas ou momentos processuais j ultrapassados.

    A precluso pode ser consumativa (decorre da prtica do ato processual); temporal (caracteriza-sepela impossibilidade de praticar o ato processual aps expirado o prazo processual); precluso lgica(caracteriza-se pela impossibilidade de praticar um ato processual por mostrar-se contraditrio com o jpraticado); precluso ordinatria (pode ser definida como a impossibilidade de praticar um atoprocessual antes da realizao de ato que a legislao prev como precedente); precluso mxima(consiste na impossibilidade de interposio de qualquer recurso aps o transito em julgado); preclusopro judicato(consiste na impossibilidade de o juiz conhecer de questes j decididas, salvo nas hipteses

    de embargos de declarao e ao rescisria.

    5. ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS

    5.1. Ato Processual

    Os atos processuais so acontecimentos voluntrios que ocorrem no processo. So, em regra,pblicos, segundo estabelece o artigo 93, inciso IX da CF, mas correm em segredo de justia osprocessos: a) em que exigir o interesse pblico; e b) que dizem respeito a casamento, filiao, separaodos cnjuges, converso desta em divrcio, alimentos e guarda de menores.

    Os atos processuais podem ser praticados: a) pelo juiz: despachos, decises interlocutrias esentenas (art. 162 do CPC) e tambm a presidncia das audincias, a superviso dos trabalhos dasecretaria, o atendimento aos advogados e etc.; b) pelas partes: petio inicial, contestao, recursos,depoimento pessoal, entre outros; e c) atos dos auxiliares: notificao, penhora, avaliao, percia, etc.

    Devem ser realizados em dias teis, das 6h00 s 20h00 (Cuidado para no confundir com ohorrio das audincias, que das 8h00 s 18h00, com durao mxima de 5 horas, salvo em caso dematria urgente).

    A penhora PODE realizar-se em domingos e feriados mediante expressa autorizao do juiz,observado o disposto no art. 5, XI da CF: ningum pode penetrar na casa, asilo inviolvel do morador,

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    salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, pordeterminao judicial.

    Art. 770, CLT: Os atos processuais sero pblicos, salvoquando o contrrio determinar o interesse social, e realizar-se-

    o nos dias uteis das 6 s 20 horas.Pargrafo nico. A penhora poder realizar-se em domingoou dia feriado, mediante autorizao expressa do juiz.

    Art. 772, CLT. Os atos e termos processuais, que devam serassinados pelas partes interessadas, quando estas, por motivojustificado, no possam faz-lo, sero firmados a rogo, napresena de 2 (duas) testemunhas, sempre que no houverprocurador legalmente constitudo.

    possvel obter certido em processo que corre em segredo de justia, desde que haja despachodo juiz.

    Art. 781, CLT: As partes podero requerer certides dosprocessos em curso ou arquivados, as quais sero lavradaspelos escrives ou diretores de secretaria.Pargrafo nico. As certides dos processos que correm emsegredo de justia dependero de despacho do juiz oupresidente.

    possvel a prtica de ato processual por fac-smile, nos termos da Lei 9800/99 e da smula 387do TST.

    A smula 387 do TST, alterada pelo Pleno do TST em maio de 2011, estabelece o seguinte:

    Smula 387 RECURSO. FAC-SMILE. LEI N 9.800/1999(inserido o item IV redao) - Res. 174/2011, DEJT divulgadoem 27, 30 e 31.05.2011I - A Lei n 9.800, de 26.05.1999, aplicvel somente a recursosinterpostos aps o incio de sua vigncia. (ex-OJ n 194 daSBDI-1 - inserida em 08.11.2000)II - A contagem do quinqudio para apresentao dos originaisde recurso interposto por intermdio de fac-smile comea a fluirdo dia subsequente ao trmino do prazo recursal, nos termos doart. 2 da Lei n 9.800, de 26.05.1999, e no do dia seguinte interposio do recurso, se esta se deu antes do termo final doprazo. (ex-OJ n 337 da SBDI-1 - primeira parte - DJ 04.05.2004)III - No se tratando a juntada dos originais de ato que dependade notificao, pois a parte, ao interpor o recurso, j tem cinciade seu nus processual, no se aplica a regra do art. 184 doCPC quanto ao "dies a quo", podendo coincidir com sbado,domingo ou feriado. (ex-OJ n 337 da SBDI-1 - "in fine" - DJ04.05.2004)IV - A autorizao para utilizao do fac-smile, constante do art.1 da Lei n. 9.800, de 26.05.1999, somente alcana ashipteses em que o documento dirigido diretamente ao rgo

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    jurisdicional, no se aplicando transmisso ocorrida entreparticulares.

    Dos dispositivos legais e jurisprudenciais extrai-se que:

    a) Os originais devem ser juntados no prazo de cinco dias contados do dia subsequente ao trmino doprazo recursal e no do dia subsequente ao envio do fax. Assim, mesmo que o recurso seja enviado aorgo do poder judicirio via fax no terceiro dia do prazo recursal, o quinqudio para apresentao dosoriginais conta-se do dia subsequente ao oitavo dia do prazo;b) O primeiro dos cinco dias para a juntada dos originais pode coincidir com sbado, domingo ou feriado.c) O item IV da smula, recentemente acrescentado pelo Pleno do TST, destaca que a lei 9800/99permite a prtica dos atos processuais por fax, mediante o envio do documento diretamente ao rgojurisdicional. No admite que o documento seja transmitido entre particulares para somente depois, em atocontnuo, ser encaminhado ao rgo jurisdicional. Assim, os comprovantes de depsito recursal e decustas processuais encaminhados da matriz do escritrio de advocacia para a filial via fax e somentedepois, ato contnuo, encaminhados ao rgo jurisdicional no so reputados autnticos, segundo oentendimento do TST.

    5.2. TERMOS

    Termo a reduo escrita de um ato processual.

    Os atos processuais devem ser registrados. O objetivo do legislador que os registros sejam feitosde forma indelvel. Logo no se admite termos lanados a lpis.

    Na CLT h 3 artigos que tratam de termos processuais:

    Art. 771, CLT. Os atos e termos processuais podero serescritos tinta, datilografados ou a carimbo.

    Art. 772, CLT. Os atos e termos processuais, que devam serassinados pelas partes interessadas, quando estas, por motivojustificado, no possam faz-lo, sero firmados a rogo, napresena de duas testemunhas, sempre que no houverprocurador legalmente constitudo.

    Art. 773, CLT. Os termos relativos a movimento de processosconstaro de simples notas, datadas e rubricadas pelos Chefesde Secretaria ou escrives.

    Mesmo os atos processuais que podem ser praticados de forma oral devem ser reduzidos a termo.

    O CPC, em seus artigos 166 a 171, tambm traz diversas exigncias em relao a termosprocessuais, como a numerao e rubrica do escrivo em todas as pginas do processo, a vedao douso de abreviaturas, proibio de espaos em branco, emendas, rasuras (salvo se os espaos em brancoforem inutilizados e as rasuras expressamente ressalvadas) etc.

    5.3. PRAZOS

    Devem ser destacados dois momentos quanto aos atos processuais:a) O momento do incio do prazo: o prazo inicia-se no dia da notificao ou da intimao.

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    b) O momento do incio da contagem do prazo: o incio da contagem ocorre no primeiro dia tilsubsequente ao dia no incio do prazo.

    Art. 774, CLT. Salvo disposio em contrrio, os prazos previstosneste Ttulo contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for

    feita pessoalmente, ou recebida a notificao, daquela em que forpublicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente daJustia do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o editalna sede da Junta, Juzo ou Tribunal.Art. 775, CLT. Os prazos estabelecidos neste Ttulo contam-se comexcluso do dia do comeo e incluso do dia do vencimento, e socontnuos e irrelevveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelotempo estritamente necessrio elo juiz ou tribunal, ou em virtude defora maior, devidamente comprovada.

    Destacam-se as seguintes smulas que se referem ao incio e a contagem dos prazos processuais:

    a) Smula 1, TST. Quando a intimao tiver lugar na sexta-feira, ou a publicao com efeito de intimao for feita nesse dia,o prazo judicial ser contado da segunda-feira imediata,inclusive, salvo se no houver expediente, caso em que fluir dodia til que se seguir.

    b) Smula 262, TST. I - Intimada ou notificada a parte nosbado, o incio do prazo se dar no primeiro dia til imediato ea contagem, no subseqente.II - O recesso forense e as frias coletivas dos Ministros doTribunal Superior do Trabalho (art. 177, 1, do RITST)suspendem os prazos recursais.

    Quando a intimao ocorre no sbado, tem-se por realizada na segunda-feira (se dia til), sendoeste o dia do incio do prazo e tera-feira (se dia til), o dia do incio da contagem do prazo.

    c) OJ 310, SDI-I, TST. A regra contida no art. 191 do CPC inaplicvel ao processo do trabalho, em face de suaincompatibilidade com o princpio da celeridade inerente aoprocesso trabalhista.

    O art. 191 do CPC estabelece que litisconsortes com procuradores diferentes tem prazo em dobro.Como tal dispositivo legal no se aplica ao no Processo do Trabalho, tem-se que LITISCONSRCIO COMPROCURADORES DIFERENTES NO TEM PRAZO EM DOBRO NO PROCESSO DO TRABALHO.

    Ainda quanto aos prazos, vale destacar que a Fazenda Pblica e o Ministrio Pblico tem prazo emdobro para recorrer e em qudruplo para contestar.

    Art. 188, CPC. Computar-se- em qudruplo o prazo paracontestar e em dobro para recorrer quando a parte for aFazenda Pblica ou o Ministrio Pblico.

    O Decreto Lei n 779/69 em seu artigo 1, estabelece que nos processos perante a Justia doTrabalho constituem privilgio da Unio, dos Estados, do DF, dos Municpios, e das autarquias oufundaes de direito publico federais, estaduais ou municipais que no explorem atividade econmica:

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    - Inciso II: o qudruplo de prazo fixado no artigo 841, in fine, da CLT.- Inciso III: o prazo em dobro para recurso.

    Assim, tendo em vista que a Fazenda tem prazo em qudruplo para contestar e que a defesasempre apresentada em primeira audincia, ento para a Fazenda a audincia ser a primeira

    desimpedida depois de 20 dias.

    Quando a parte no comparecer a audincia em prosseguimento para prolao da sentena, o prazopara recurso ser contado da data de sua intimao (smula 197 do TST).

    Entretanto, se embora presente, a ata da audincia de julgamento for juntada ao processo no prazo de48 horas, o prazo para o recurso ser contado da data em que a parte receber a intimao (smula 30 doTST)

    Nos termos do art. 185 do CPC, no havendo previso legal ou fixao do prazo pelo juiz, ser de 5dias o prazo para a prtica do ato processual.

    Os prazos que se vencerem sbados, domingos ou feriados prorrogam-se para o prximo dia tilsubsequente. (art. 775, pargrafo nico, CLT)

    Em algumas hipteses, os prazos processuais podem ser suspensos (paralisa-se a contagem e quando

    concluda a causa suspensiva o prazo volta a fluir pelo que lhe resta) ou interrompidos (paralisa-se acontagem e quando concluda a causa interruptiva o prazo reinicia).

    Smula 262, TST, II. O recesso forense e as frias coletivas dos Ministrosdo Tribunal Superior do Trabalho (art. 177, 1, do RITST) suspendem osprazos recursais. (ex-OJ n 209 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) .

    Art. 180, CPC. Suspende-se tambm o curso do prazo por obstculocriado pela parte ou ocorrendo qualquer das hipteses do art. 265, I e III;casos em que o prazo ser restitudo por tempo igual ao que faltava para asua complementao.

    Destaca-se que o ajuizamento da ao interrompe prazo de prescrio no Trabalho, diferentemente doProcesso Civil, em que a interrupo se d com a citao vlida. (art. 219, CPC e smula 268, TST)

    Principais Prazos TrabalhistasHipteses Prazo FundamentoAudincia Primeira desimpedida

    depois de 5 dias contadosdo recebimento danotificao

    Art. 841, CLT

    Defesa Verbal 20 minutos Art. 847, CLTManifestao do Exceto 24 horas Art. 800, CLT

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    em exceo deincompetnciaAudincia para instruo ejulgamento da exceo desuspeio e impedimento

    48 horas Art. 802, CLT

    Razes Finais 10 minutos Art. 850, CLTRecurso ordinrio 8 dias Art. 895, CLTRecurso de revista 8 dias Art. 896, CLTEmbargos ao TST 8 dias Art. 894, CLTAgravo de petio 8 dias Art. 897, a, CLTAgravo de instrumento 8 dias Art. 897, b, CLTEmbargos de declarao 5 dias Art. 897-A, CLTPedido de Reviso 48 horas Art. 2, 2, Lei 5584/70Recurso extraordinrio 15 dias Art. 102, III, CF e art. 266,

    1 do Regimento Internodo TST

    Embargos a execuo 5 dias contados dagarantia do juzo

    Art. 884, CLT

    Embargos execuopela Fazenda Pblica

    30 dias Art. 1-B, Lei 9494/97

    Ao rescisria 2 anos contados do diasubsequente ao trnsitoem julgado

    Art. 495, CPC e smula100, I, TST.

    Inqurito judicial paraapurao de falta grave

    30 dias contados dasuspenso do empregado

    Art. 853, CLT

    Mandado de segurana 120 dias contados dacincia do ato impugnado

    Art. 23, Lei 12016/2009

    Prazo para a Fazenda e

    Ministrio recorrer

    Prazo em dobro Art. 188, CPC e art. 1, III,

    Decreto-LeiAudincia para a Fazendae Ministrio Pblico nacondio de parte

    Primeira desimpedidadepois de 20 diascontados do recebimentoda notificao (prazo emqudruplo)

    Art. 188, CPC e art. 1, II,Decreto-Lei

    Prescrio bienal 2 anos contados dotrmino do contrato detrabalho

    Art. 7, XXIX e art. 11,CLT.

    Prescrio quinquenal 5 anos contados doajuizamento da ao

    Art. 7, XXIX e art. 11, CLTe smula 308, TST.

    Litisconsortes comprocuradores diferentes

    no tem prazo em dobro Smula 310, SDI-1, TST

    6. PARTES E PROCURADORES:

    6.1. IUS POSTULANDI

    a capacidade de postular pessoalmente em Juzo, sem necessidade de representao poradvogado. Na Justia do Trabalho, diversamente do que ocorre no processo civil, a capacidadepostulatria facultada diretamente aos empregados e aos empregadores.

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    Art. 791, CLT. Os empregados e os empregadores poderoreclamar pessoalmente perante a Justia do Trabalho eacompanhar as suas reclamaes at o final.

    importante observar que o referido artigo trata apenas de empregados e empregadores, portanto,

    para as novas aes acrescidas competncia da Justia do Trabalho pela EC 45/2004, a representaodas partes por advogado ser obrigatria.

    O TST firmou posicionamento no sentido de no ser conferida capacidade postulatria aostrabalhadores no empregados, como se extrai do art. 5 da IN 27/2005, que trata de normasprocedimentais aplicveis ao Processo do Trabalho em decorrncia da ampliao da competncia daJustia do Trabalho.

    Ressalte-se, entretanto, que o ius postulandisofreu limitao no entendimento do TST, conformese observa pela redao da recentemente editada smula 425.

    Smula 425, TST. O jus postulandi das partes, estabelecido no

    art. 791 da CLT, limita-se s Varas do Trabalho e aos TribunaisRegionais do Trabalho, no alcanando a ao rescisria, aao cautelar, o mandado de segurana e os recursos decompetncia do Tribunal Superior do Trabalho.

    Ressalte-se que por fora do art. 652, a, III, da CLT aos dissdios resultantes de contratos deempreitadas em que o empreiteiro seja operrio ou artfice, aplica-se a CLT, inclusive o art. 791, que tratadojus postulandi. O mesmo ocorre com o trabalhador avulso, nos termos do art. 643 da CLT: "Art. 643 -Os dissdios, oriundos das relaes entre empregados e empregadores bem como de trabalhadoresavulsos e seus tomadores de servios, em atividades reguladas na legislao social, sero dirimidos pelaJustia do Trabalho, de acordo com o presente Ttulo e na forma estabelecida pelo processo judicirio dotrabalho."

    6.2. REPRESENTAO POR ADVOGADO

    Na Justia do Trabalho faculta-se a representao do empregado e do empregador por advogado,porm, caso seja esta a opo da parte, o advogado dever fazer constar nos autos a devida procurao.Sem este instrumento de mandato, no poder ingressar nos autos.

    O artigo 37 do CPC, aplicvel ao Processo do Trabalho (segundo o artigo 5 da IN 25/2005 doTribunal Pleno do TST), ensina que sem instrumento de mandato, ao advogado no ser admitidoingressar em juzo.

    Poder, todavia, em nome da parte, intentar ao, a fim de evitar decadncia ou prescrio, bemcomo intervir no processo para praticar atos reputados urgentes.

    Nestes casos, o advogado obrigar-se-, independentemente de cauo, a exibir o instrumento demandato no prazo de 15 dias, prorrogvel at outros 15 por despacho do juiz.

    Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado no seradmitido a procurar em juzo. Poder, todavia, em nome daparte, intentar ao, a fim de evitar decadncia ou prescrio,bem como intervir, no processo, para praticar atos reputadosurgentes. Nestes casos, o advogado se obrigar,independentemente de cauo, a exibir o instrumento de

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    mandato no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogvel at outros 15(quinze), por despacho do juiz.Pargrafo nico. Os atos, no ratificados no prazo, serohavidos por inexistentes, respondendo o advogado pordespesas e perdas e danos.

    Entretanto, mesmo sem a juntada da procurao, a representao estar regularizada seevidenciada a procurao apud acta,para muitos tambm denominada de mandato tcito. A Lei 12437 de06 de julho de 2011 inseriu o pargrafo terceiro ao art. 791, passando a prever expressamente a talprocurao. Observe-se:

    Art. 791, 3, CLT. A constituio de procurador com poderespara o foro em geral poder ser efetivada, mediante simplesregistro em ata de audincia, a requerimento verbal doadvogado interessado, com anuncia da parte representada.

    Ateno! O detentor de procurao apud acta(mandato tcito) no tem poderes para

    substabelecer (OJ 200, SDI-1, TST)

    OJ 200, SDI-1, TST. MANDATO TCITO.SUBSTABELECIMENTO INVLIDO. Inserida em 08.11.00(inserido dispositivo, DJ 20.04.2005) invlido o substabelecimento de advogado investido demandato tcito.

    A Smula 395 do TST e a OJ 373, da SDI-1 tratam das condies de validade do mandato.Observe-se:

    Smula 395, TST. MANDATO E SUBSTABELECIMENTO.

    CONDIES DE VALIDADE (converso das OrientaesJurisprudenciais ns 108, 312, 313 e 330 da SBDI-1) - Res.129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005I - Vlido o instrumento de mandato com prazo determinadoque contm clusula estabelecendo a prevalncia dos poderespara atuar at o final da demanda. (ex-OJ n 312 da SBDI-1 - DJ11.08.2003)II - Diante da existncia de previso, no mandato, fixando termopara sua juntada, o instrumento de mandato s tem validade seanexado ao processo dentro do aludido prazo. (ex-OJ n 313 daSBDI-1 - DJ 11.08.2003)III - So vlidos os atos praticados pelo substabelecido, aindaque no haja, no mandato, poderes expressos parasubstabelecer (art. 667, e pargrafos, do Cdigo Civil de 2002).(ex-OJ n 108 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997)IV - Configura-se a irregularidade de representao se osubstabelecimento anterior outorga passada aosubstabelecente. (ex-OJ n 330 da SBDI-1 - DJ 09.12.2003)

    OJ 373, SDI-1, TST IRREGULARIDADE DEREPRESENTAO. PESSOA JURDICA. PROCURAOINVLIDA. AUSNCIA DE IDENTIFICAO DOOUTORGANTE E DE SEU REPRESENTANTE. ART. 654, 1,

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    DO CDIGO CIVIL (DEJT divulgado em 10, 11 e 12.03.2009)No se reveste de validade o instrumento de mandato firmadoem nome de pessoa jurdica em que no haja a sua identificaoe a de seu representante legal, o que, a teor do art. 654, 1, doCdigo Civil, acarreta, para a parte que o apresenta, os efeitos

    processuais da inexistncia de poderes nos autos.Segundo a OJ 52 da SDI-I do TST, a Unio, Estados, Municpios e DF, suas autarquias e

    fundaes pblicas quando representadas em juzo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estodispensadas da juntada de procurao.

    OJ 52, SDI-1, TST. MANDATO. PROCURADOR DA UNIO,ESTADOS, MUNICPIOS E DISTRITO FEDERAL, SUASAUTARQUIAS E FUNDAES PBLICAS. DISPENSVEL AJUNTADA DE PROCURAO. (LEI N 9.469, DE 10 DE JULHODE 1997). (inserido dispositivo e atualizada a legislao, DJ20.04.2005)

    A Unio, Estados, Municpios e Distrito Federal, suas autarquiase fundaes pblicas, quando representadas em juzo, ativa epassivamente, por seus procuradores, esto dispensadas dajuntada de instrumento de mandato.

    No preciso juntar os atos constitutivos da sociedade para regularizar a representao depessoas jurdicas, salvo se essa regularidade de representao for impugnada, neste caso sernecessria a juntada.

    OJ 255 SDI-1, TST. MANDATO. CONTRATO SOCIAL.DESNECESSRIA A JUNTADA. Inserida em 13.03.02O art. 12, VI, do CPC no determina a exibio dos estatutos da

    empresa em juzo como condio de validade do instrumento demandato outorgado ao seu procurador, salvo se houverimpugnao da parte contrria.

    6.3. HONORRIOS ADVOCATCIOS

    O TST adota corrente restritiva quanto aos honorrios advocatcios sucumbenciais, estabelecendonas smulas 219 e 329 e na OJ 305 da SDI-1, TST, que, em regra, nas relaes de emprego, no cabemhonorrios sucumbenciais no processo do trabalho, exceto em um caso, quando presentes dois requisitoscumulativos: reclamante beneficirio da justia gratuita + assistido por advogado de sindicato da categoria.Nesse caso, os honorrios sero de at 15%, reversveis ao sindicato da categoria.

    Smula 219. I. Na Justia do Trabalho, a condenao aopagamento de honorrios advocatcios, nunca superiores a 15%,no decorre pura e simplesmente da sucumbncia, devendo aparte estar assistida por sindicato de categoria profissional ecomprovar a percepo de salrio inferior ao dobro do salriomnimo ou encontrar-se em situao econmica que no lhepermita demandar sem prejuzo do prprio sustento ou darespectiva famlia.II - cabvel a condenao ao pagamento de honorriosadvocatcios em ao rescisria no processo trabalhista.III - So devidos os honorrios advocatcios nas causas em que

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    o ente sindical figure como substituto processual e nas lides queno derivem da relao de emprego.

    Smula 329. Mesmo aps a promulgao da CF/88, permanecevlido o entendimento consubstanciado no Enunciado n 219 do

    TST.OJ 305, SDI-I do TST. Na Justia do Trabalho, o deferimento dehonorrios advocatcios se sujeita constatao da ocorrnciaconcomitante de dois requisitos: o benefcio da justia gratuitaeaassistncia por sindicato.

    Ressalte-se que o item II da smula 219 foi modificado e o III inserido pela Resoluo 174 de maiode 2011 do Pleno do TST.

    Nos termos do art. 5 da IN 27/2005 do TST, cabem honorrios em decorrncia da mera sucumbncia naJustia do Trabalho quando se tratar de aes relativas nova competncia da Justia do Trabalho, nos

    termos do art. 20 do CPC, a razo de at 20%.

    IN 27/2005Art. 5 Exceto nas lides decorrentes da relao de emprego, oshonorrios advocatcios so devidos pela mera sucumbncia.

    6.4. JUSTIA GRATUITA E ASSISTNCIA JUDICIRIA GRATUITA

    Na Justia do Trabalho, a assistncia judiciria ser prestada pelo sindicato da categoriaprofissional a que pertencer o trabalhador. Desta feita, todo aquele que perceber salrio igual ou inferior aodobro do mnimo legal ter direito a assistncia judiciria prestada pelo sindicato. O benefcio tambm garantido ao trabalhador que perceber maior salrio, uma vez provado que sua situao econmica no

    lhe permite demandar sem prejuzo do sustento prprio ou de sua famlia (art. 14, 1, Lei 5584/70)

    Importante destacar que na assistncia judiciria so cabveis os honorrios advocatciosreversveis ao sindicato assistente. [Art. 16, Lei 5584/70]

    Art. 14, Lei 5584/70. Na Justia do Trabalho, a assistnciajudiciria a que se refere a Lei 1.060, de 5 de fevereiro de 1950,ser prestada pelo Sindicato da categoria profissional a quepertencer o trabalhador. 1. A assistncia devida a todo aquele que perceber salrioigual ou inferior ao dobro do mnimo legal, ficando asseguradoigual benefcio ao trabalhador de maior salrio, uma vez provadoque sua situao econmica no lhe permite demandar, semprejuzo do sustento prprio ou da famlia.Art 16, Lei 5584/70. Os honorrios do advogado pagos pelovencido revertero em favor do Sindicato assistente.

    Os 2 e 3 do artigo 14 perderam sua eficcia, tendo em vista que a OJ 304, SDI 1 do TSTdispensa as exigncias realizadas por estes dispositivos, firmando a posio de que atendidos osrequisitos da Lei 5584/70 para a concesso da assistncia judiciria, basta simples afirmao dodeclarante ou de seu advogado, na petio inicial, para se considerar configurada a sua situaoeconmica.

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    OJ 304, SDI 1, TST. Atendidos os requisitos da Lei 5584/70(art. 14, 2), para a concesso da assistncia judiciria, basta asimples afirmao do declarante ou de seu advogado, napetio inicial, para se considerar configurada a sua situaoeconmica.

    Portanto, na assistncia judiciria, temos o assistente (sindicato) e o assistido (trabalhador),cabendo ao primeiro oferecer servios jurdicos em juzo ao segundo. A assistncia judiciria gratuitaabrange o benefcio da justia gratuita.

    Ressalte-se que no Processo do Trabalho a assistncia judiciria gratuita regida pela Lei5584/70, de modo que a Lei 1060/50, juntamente com o art. 790, 3 da CLT, regulamenta a justiagratuita.

    Cumpre destacar ainda que desde a LC 132 de 2009, que inseriu o inciso VII no art. 3 da Lei1060/50, o beneficirio da Justia Gratuita tambm isento de depsito recursal.

    A justia gratuita est prevista no artigo 790, 3 da CLT, que faculta aos juzes de qualquerinstncia conceder este benefcio, queles que perceberem salrio igual ou inferior ao dobro do mnimo

    legal, ou declararem, sob as penas da lei, que no esto em condies de pagar as custas do processosem prejuzo do sustento prprio ou de sua famlia.

    Art. 790, CLT. Nas Varas do Trabalho, nos Juzos de Direito,nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma depagamento das custas e emolumentos obedecer s instruesque sero expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho.(...) 3. facultado aos juzes, rgos julgadores e presidentes dostribunais do trabalho de qualquer instncia conceder, arequerimento ou de ofcio, o benefcio da justia gratuita,inclusive quanto a traslados e instrumentos, queles que

    perceberem salrio igual ou inferior ao dobro do mnimo legal,ou declararem, sob as penas da lei, que no esto emcondies de pagar as custas do processo sem prejuzo dosustento prprio ou de sua famlia.

    OJ 305, SDI 1, TST. Na Justia do Trabalho, o deferimento dehonorrios advocatcios sujeita-se constatao da ocorrnciaconcomitante de dois requisitos: o benefcio da justia gratuita ea assistncia por sindicato.

    Nos termos do art. 18 da Lei 5584/70 o empregado no precisa estar associado para ter direito aassistncia judiciria gratuita. In verbis:

    Art 18, CLT. A assistncia judiciria, nos termos da presente lei, serprestada ao trabalhador ainda que no seja associado do respectivoSindicato.

    7. PRINCPIOS DAS NULIDADES PROCESSUAIS

    Seguem os princpios que norteiam o sistema de nulidades citados pela maior parte dosdoutrinadores:

    a) Princpio da transcendncia ou do prejuzo:

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    Ligado ao princpio da instrumentalidade da formas, o princpio da transcendncia, impe comocondio para a declarao de nulidade de determinado ato a existncia de prejuzo.

    possvel visualizar tal princpio no art. 794 da CLT, in verbis:Art. 794, CLT. Nos processos sujeitos apreciao da Justiado Trabalho s haver nulidade quando resultar dos atos

    inquinados manifesto prejuzo s partes litigantes.b) Princpio da instrumentalidade das formas ou da finalidadePelo princpio da instrumentalidade das formas ou da finalidade, caso a lei prescreva determinada

    forma sem cominao de nulidade, se o ato praticado de forma diversa alcanar a sua finalidade, serconsiderado vlido.

    Esse princpio est implcito nos arts. 244 e 154 do CPC:Art. 154, CPC. Os atos e termos processuais no dependemde forma determinada seno quando a lei expressamente aexigir, reputando-se vlidos os que, realizados de outro modo,Ihe preencham a finalidade essencial.Art. 244, CPC. Quando a lei prescrever determinada forma,sem cominao de nulidade, o juiz considerar vlido o ato se,

    realizado de outro modo, Ihe alcanar a finalidade.c) Princpio da convalidao ou da PreclusoSegundo o princpio da convalidao ou da precluso se a nulidade relativa no for argida no

    momento oportuno, os atos invlidos se tornaro vlidos (sero convalidados), de modo que a parteprejudicada no poder mais argui-la em outra oportunidade.

    possvel visualizar este princpio no art. 795 da CLT, in verbis:Art. 795, CLT. As nulidades no sero declaradas senomediante provocao das partes, as quais devero argi-las primeira vez em que tiverem de falar em audincia ounos autos.

    Este princpio consagrou o usual protesto judicial, utilizado em audincia pelas partes eprocuradores para arguio de nulidade relativa, evitando-se assim a precluso ou a convalidao.

    O art. 795, 2 da CLT, que estabelece que o juiz poder declarar ex officioa incompetncia deforo. No constitui exceo ao princpio da convalidao ou do prejuzo, uma vez que por incompetnciade foro deve-se entender incompetncia do foro trabalhista, ou seja, incompetncia da Justia doTrabalho (em razo da matria e das pessoas), portanto, incompetncia absoluta, a qual de fato pode serreconhecida de ofcio pelo Juiz ou Tribunal.

    Art. 795, 1, CLT. Dever, entretanto, ser declarada ex officioa nulidade fundada em incompetncia de foro. Nesse caso,sero considerados nulos os atos decisrios.

    d) Princpio do interesseSegundo o princpio do interesse, a ningum dado valer-se de sua prpria torpeza. O referido

    princpio consagra a impossibilidade de declarao da nulidade quando argida por quem lhe tiver dadocausa.

    Este princpio est explcito no art. 796, b da CLT, in verbis:Art. 796, CLT. A nulidade no ser pronunciada:(...)b) quando argida por quem lhe tiver dado causa.

    Tambm est previsto no art. 243 do CPC. Observe-se:Art. 243, CPC. Quando a lei prescrever determinada forma,sob pena de nulidade, a decretao desta no pode serrequerida pela parte que Ihe deu causa.

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    e) Princpio da economia processualTambm denominado de princpio da renovao dos atos processuais viciados ou saneamento das

    nulidades, segundo este princpio, somente sero anulados os atos processuais que no possam seraproveitados. Assim, a nulidade no ser pronunciada: a) quando for possvel suprir a falta ou repetir atoou b) quando a causa for julgada a favor de quem a alegao de nulidade aproveitaria.

    Nesse sentido o art. 796, a, da CLT, in verbis:Art. 796, CLT. A nulidade no ser pronunciada:a) quando for possvel suprir-se a falta ou repetir-se o ato;

    Tambm est previsto no CPC, nos arts. 113, 2 e 249. Vejamos:Art. 249, CPC. O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarar queatos so atingidos, ordenando as providncias necessrias, afim de que sejam repetidos, ou retificados. 1 O ato no se repetir nem se Ihe suprir a falta quandono prejudicar a parte. 2 Quando puder decidir do mrito a favor da parte a quemaproveite a declarao da nulidade, o juiz no a pronunciar

    nem mandar repetir o ato, ou suprir-lhe a falta.

    f) Princpio da utilidadeO princpio da utilidade consagra o maior aproveitamento possvel dos atos processuais.Segundo este princpio ao declarar um ato nulo o juiz declarar a que outros atos esta nulidade se

    estende. Nos termos do art. 798 da CLT, o juiz declarar nulo somente os atos posteriores que do nulodependam ou sejam conseqncia. Observe-se:

    Art. 798, CLT. A nulidade do ato no prejudicar seno osposteriores que dele dependam ou sejam conseqncia.

    8. PROCEDIMENTOS NO PROCESSO DO TRABALHO

    O procedimento comum se divide em: SUMRIO: at 2 salrios mnimos [Lei 5584/70] SUMARSSIMO: acima de 2 e abaixo de 40 salrios mnimos [Art. 852-A e ss, CLT] ORDINRIO: mais de 40 salrios mnimos

    O que define o procedimento o valor da causa. Para a fixao do procedimento constitucional ouso do salrio mnimo (smula 353, TST).

    O salrio mnimo nacionalmente unificado, sendo atualmente de R$ 545,00. Vale destacar quequarenta salrios mnimos correspondem a R$ 21.800,00.

    8.1. PROCEDIMENTO SUMRIO

    O procedimento sumrio, institudo pela Lei 5.584/70, no est previsto na CLT. Tem por finalidadegarantir maior celeridade aos processos trabalhistas cujo valor da causa no ultrapasse dois salriosmnimos. Estas causas trabalhistas, tambm chamadas de dissdios de alada, possuem caractersticasrelevantes, previstas nos pargrafos 3 e 4 do artigo 2 da referida lei:

    Quando o valor da causa for inferior a dois salrios mnimos, ser dispensvel o resumo dosdepoimentos, devendo constar na ata a concluso do juiz quanto matria de fato.

    No caber nenhum recurso das sentenas proferidas nas aes sujeitas a esse procedimento,considerando o salrio mnimo vigente na data de ajuizamento da ao, EXCETO se versar sobre matriaconstitucional, caso em que caber a interposio de recurso extraordinrio, que ser apreciado pelo STF.

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    Art. 2, 4, Lei 5.584/70. Salvo se versarem sobre matriaconstitucional, nenhum recurso caber das sentenas proferidasnos dissdios da alada a que se refere o pargrafo anterior,considerado, para esse fim, o valor do salrio mnimo data doajuizamento da ao.

    No mesmo sentido, tem-se a smula 640 do STF:Smula 640, STF. cabvel recurso extraordinrio contradeciso proferida por juiz de primeiro grau nas causas dealada, ou por turma recursal de juizado especial cvel ecriminal.

    Alguns doutrinadores, a exemplo do prof. Renato Saraiva, defendem que a lei 9957/2000, queinstituiu o procedimento sumarssimo, absorveu o procedimento sumrio, previsto na Lei 5584/70.

    8.2. PROCEDIMENTO SUMARSSIMO

    A Lei 9.957/00 trouxe uma srie de alteraes no texto da CLT, entre elas a insero dos artigos852-A a 852-I, instituindo o procedimento sumarssimo. Seu intuito privilegiar a celeridade e a economiaprocessual.

    O procedimento sumarssimo aplica-se aos dissdios individuais, cujo valor no exceda a 40 vezeso salrio mnimo vigente na data do ajuizamento da ao.

    Art. 852-A, CLT. Os dissdios individuais cujo valor no excedaa quarenta vezes o salrio mnimo vigente na data doajuizamento da reclamao ficam submetidos ao procedimentosumarssimo.Pargrafo nico. Esto excludas do procedimento

    sumarssimo as demandas em que parte a AdministraoPblica direta, autrquica e fundacional.

    Este procedimento no se aplica administrao direta, autrquica e fundacional. s empresaspblicas e sociedades de economia mista no se garante a mesma prerrogativa. Isto ocorre porqueestas entidades exploram a atividade econmica, de modo que no seria lgico gozarem dos benefciosconcedidos a administrao pblica no exerccio de funes pblicas. Isso ocasionaria uma desigualdadede mercado em relao aos particulares.

    O procedimento sumarssimo no se aplica aos dissdios coletivos.

    O artigo 852-B da CLT apresenta os requisitos da petio inicial no procedimento sumarssimo.Observe-se:

    Art. 852-B. Nas reclamaes enquadradas no procedimentosumarssimo:I - o pedido dever ser certo ou determinado e indicar o valorcorrespondente;II - no se far citao por edital, incumbindo ao autor a corretaindicao do nome e endereo do reclamado;III - a apreciao da reclamao dever ocorrer no prazo mximo dequinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial,

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    se necessrio, de acordo com o movimento judicirio da Junta deConciliao e Julgamento. 1 O no atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I eII deste artigo importar no arquivamento da reclamao econdenao ao pagamento de custas sobre o valor da causa.

    2 As partes e advogados comunicaro ao juzo as mudanas deendereo ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes asintimaes enviadas ao local anteriormente indicado, na ausncia decomunicao.

    No procedimento sumarssimo fundamental que os pedidos formulados sejam lquidos. Emrelao a cada pedido o reclamante dever especificar qual o valor requerido, sob pena de arquivamentoda reclamatria trabalhista. Tambm resultar o arquivamento do processo, se o reclamante no fornecero endereo correto do reclamado, tendo em vista que vedada a citao por edital neste procedimento.

    Embora, em regra, o procedimento seja definido com base no valor da causa, ainda que este estejaacima de dois salrios mnimos e no ultrapasse quarenta salrios mnimos, o procedimento ser

    ordinrio, caso o reclamante desconhea o endereo do reclamado, j que no procedimento sumarssimono h citao por edital e aplica-se em nosso ordenamento jurdico o princpio constitucional dainafastabilidade da jurisdio.

    O procedimento sumarssimo caracteriza-se pela audincia una, ou seja, todos os atos daaudincia inicial, bem como os de instruo e julgamento, realizar-se-o em uma audincia. [Art. 852-C,CLT]

    Segundo o art. 852-B, III, da CLT, a audincia, na qual dever se proferida a sentena deve serdesignada para o prazo mximo de 15 dias, podendo, entretanto, ser interrompida. Neste caso, o seuprosseguimento e a soluo da lide devem ocorrer no mximo em mais 30 dias, totalizando um total de nomximo 45 dias para o julgamento da lide.

    Segundo o artigo 852-H, todas as provas devero ser produzidas na audincia, ainda que norequeridas previamente.

    A audincia una obriga a parte a impugnar todos os documentos apresentados pela parte contrriaoralmente naquela sesso, salvo em caso de absoluta impossibilidade, a ser apontada pelo juiz. [Art.852-H, 1, CLT]

    As partes devem observar o limite mximo de duas testemunhas, as quais devero comparecerespontaneamente na audincia. [Art. 852-H, 2, CLT]

    Caso a testemunha no se apresente, o juiz s determinar a intimao da mesma, diante daapresentao do convite. Se porventura, aps a intimao a testemunha no comparecer na audincia,ser ordenada a sua conduo coercitiva e o pagamento de multa. [Art. 852-H, 3, CLT]

    possvel produzir prova pericial no procedimento sumarssimo, quando depender dela a provado fato ou por imposio de lei. De imediato o juiz fixar o prazo, o objeto da percia e nomear o perito.[Art. 852-H, 4, CLT]

    As partes TERO O PRAZO COMUM de 5 dias para manifestao em relao ao laudo pericial.[Art. 852-H, 6, CLT]

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    Caso a audincia precise ser interrompida, o juiz deve providenciar que o seu prosseguimento e asoluo do processo ocorram no prazo mximo de trinta dias, salvo motivo relevante, justificado nosautos (no ser uma nova audincia, ser o prosseguimento da mesma). [Art. 852-H, 7, CLT]

    O artigo 852-E da CLT instrui que o juiz detm a faculdade de realizar a tentativa conciliatria em

    qualquer momento da audincia.No procedimento sumarssimo, conforme o artigo 852-G, todos os incidentes e excees que

    possam interferir no prosseguimento da audincia e do processo devero ser decididos de plano. Orestante das questes ser decidido na sentena.

    EM SNTESE: Aplica-se aos dissdios individuais cujo valor no exceda a quarenta vezes o salrio mnimo vigente

    na data do ajuizamento da reclamao No se aplica a administrao direta autrquica e fundacional; O procedimento sumarssimo no se aplica aos dissdios coletivos. A audincia una. A causa deve ser apreciada no prazo mximo de 15 dias. Entretanto, se for

    interrompida a audincia, o seu prosseguimento e a soluo do litgio podero demorar mais nomximo 30 dias.

    As provas devero ser produzidas na audincia, ainda que no requeridas previamente. O nmero mximo de testemunhas de duas. Elas devem comparecer em audincia

    independentemente de intimao ou de notificao. Caso no compaream o juiz s as intimar secomprovado o convite. E, se intimadas, ainda assim no comparecerem, o juiz determinar suaconduo coercitiva.

    possvel produzir prova pericial no procedimento sumarssimo, quando depender dela a provado fato ou por imposio de lei.

    Em audincia o juiz fixar o perito, objeto e o prazo. Apresentado o laudo pelo perito as partes tero o prazo COMUM de 5 dias para se manifestarem.

    8.3. PROCEDIMENTO ORDINRIO

    o procedimento mais utilizado na Justia do Trabalho. Todas as disposies da CLT que no sereferirem ao procedimentos sumarssimo ou sumrio se aplicam ao ordinrio.

    9. COMISSO DE CONCILIAO PRVIAO objetivo da comisso de conciliao prvia a realizao de acordo extrajudicial entre as partes

    conflitantes. A Comisso de Conciliao Prvia competente para conciliar apenas os conflitos individuaisdo trabalho, (art. 625-A da CLT).

    Sua composio paritria, sendo metade dos seus membros formada por representantes do

    empregador e a outra metade eleita pelos empregados. Apenas os representantes dos empregados,titulares e suplentes, so detentores de estabilidade provisria no emprego, sendo vedada a sua dispensasem justa causa at um ano aps o trmino do mandato (art. 625-B,1, CLT).

    O representante dos empregados na CCP desenvolver seu trabalho normalmente na empresa,afastando-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar como conciliador, sendocomputado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade (art. 625-B,2, CLT).

    A comisso poder ser instituda no mbito das empresas ou dos sindicatos. Nesta hiptese tersua constituio e normas de funcionamento definidas em conveno ou acordo coletivo (art. 625-C, CLT).

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    A passagem pela comisso de conciliao prvia era obrigatria, nos termos do artigo 625-D da CLT.Entretanto, recentemente, o STF deferiu parcialmente medidas cautelares em duas aes diretas deinconstitucionalidade (ADI 2139 e ADI 2160 ver informativo n. 546 do STF), a fim de restringir aaplicabilidade deste artigo da CLT. O STF entendeu caracterizada a ofensa ao Princpio do Livre Acessoao Judicirio (art. 5, XXXV, CF/88), concedendo liminar, por maioria de votos, suspendendo o caput do

    artigo 625-D da CLT. Dessa maneira, a passagem pela CCP faculdade da parte.A passagem pela comisso de conciliao prvia suspende os prazos de prescrio bienal e

    quinquenal at a data da sesso ou at 10 dias, o que ocorrer antes.

    As Comisses de Conciliao Prvia tem prazo de dez dias para a realizao da sesso detentativa de conciliao a partir da provocao do interessado (art.625-F, CLT). Caso seja agenda paraperodo posterior, este poder aguardar a sua realizao, ciente de que aps o 10 dia o prazoprescricional voltar a correr ou optar por no esper-la. Neste caso, a Comisso deve conceder as partesuma declarao de tentativa conciliatria frustrada (art. 625-F, pargrafo nico, CLT).Caso o acordo seja celebrado, a Comisso lavrar o termo de conciliao, o qual constituir um ttuloexecutivo extrajudicial, que se descumprido poder ser executado na Justia do Trabalho (art. 625-E e art.

    876, CLT).

    O ttulo referido possui eficcia liberatria geral, ou seja, d quitao ao contrato de trabalho comoum todo, exceto quanto s parcelas expressamente ressalvadas (art. 625-E, nico, CLT).

    10. RECLAMATRIA TRABALHISTA VERBAL

    a. CONSIDERAES GERAISA Reclamatria Trabalhista verbal ser distribuda antes de sua reduo a termo e observar os

    mesmos requisitos da Reclamatria escrita.

    Art. 840, CLT. A reclamao poder ser escrita ou verbal.

    (...) 2. Se verbal, a reclamao ser reduzida a termo, em 2(duas) vias datadas e assinadas pelo escrivo ou chefe desecretaria, observado, no que couber, o disposto no pargrafoanterior.

    Uma vez distribuda, o reclamante dever, salvo motivo de fora maior, apresentar-se, no prazomximo de 5 dias ao cartrio ou secretaria, para reduzi-la a termo, sob pena de no poder ajuizar nova RTpelo prazo de 6 meses.

    Art. 731, CLT. Aquele que, tendo apresentado ao distribuidorreclamao verbal, no se apresentar, no prazo estabelecidono pargrafo nico do art. 786, ao Juzo para faz-lo tomar portermo, incorrer na perda pelo prazo de 6 meses, do direitode reclamar perante a Justia do Trabalho.

    Ao final, a reduo a termo ser assinada pelo escrivo ou chefe de secretaria e pelo reclamante.

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    b. RECLAMATRIA TRABALHISTA ESCRITAOs requisitos da reclamao trabalhista esto descritos no pargrafo primeiro do art. 840 da CLT.

    Art. 840, CLT. A reclamao poder ser escrita ou verbal. 1. Sendo escrita, a reclamao dever conter a designao

    do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem fordirigida, a qualificao do reclamante e do reclamado, umabreve exposio dos fatos de que resulte o dissdio, o pedido, adata e a assinatura do reclamante ou de seu representante.

    So eles, os requisitos: Endereamento Qualificao Breve relato dos fatos Pedido Data Assinatura

    No obrigatrio: Pedido de produo de provas Intimao da parte Valor da causa (no procedimento sumarssimo obrigatrio)

    Se na Petio Inicial no houver valor da causa, o juiz o fixar em audincia aps a primeiratentativa conciliatria. Caso a outra parte no concorde, ir se manifestar e reiterar nas razes finais.

    Se o juiz mantiver o valor inicialmente fixado para a causa ser possvel interpor um recursochamado PEDIDO DE REVISO a ser julgado pelo TRT (essa uma exceo regra da irrecorribilidade

    imediata das decises interlocutrias.No Inqurito judicial para apurao de falta grave a petio inicial DEVER SER ESCRITA.

    11. AUDINCIA

    a) NOTIFICAO:

    O termo notificao ora utilizado pela CLT como sinnimo de citao, ora como sinnimo decitao.

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    Uma vez ajuizada a Reclamatria trabalhista ela ser distribuda para uma das varas do trabalho,na qual o escrivo no prazo mximo de 48 encaminhar uma notificao para o reclamado comparecer emaudincia.

    Ressalte-se que no h no Processo do Trabalho despacho da petio inicial ordenando a citao.

    Sobre a notificao:a) a notificao encaminhada ao reclamado, via postal, em registro postal com franquia (art. 841, 1,CLT), ou seja, com aviso de recebimento;b) presume-se recebida no prazo de 48 horas, contados da sua postagem, sendo nus do destinatriocomprovar o no recebimento neste prazo (smula 16, TST);c) Caso o reclamado crie embaraos ao seu recebimento ou no seja encontrado, a citao ser feita poredital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou na falta, afixado na sede doJuzo (art. 841, 1, CLT). Ressalte-se que no procedimento sumarssimo no h citao por edital (art.852-B, II, CLT).

    b) a notificao poder ser recebida por: pessoa que tenha PODERES para receb-la, por qualquerEMPREGADO, pelo ZELADOR DO PRDIO COMERCIAL ou poder ser deixada na CAIXA POSTAL DAEMPRESA.

    Sobre a Audincia:a) Seja no procedimento sumrio, no sumarssimo ou no ordinrio a defesa ser apresentada emaudincia;b) A audincia ser a primeira desimpedida depois de 5 dias (art. 841, CLT), ou seja, entre a data dorecebimento da notificao e a da data da audincia dever decorrer pelo menos 5 dias, sendo este oprazo para a elaborao da defesa.

    Observe-se o art. 841 da CLT.

    Art. 841, CLT. Recebida e protocolada a reclamao, o escrivoou chefe de secretaria, dentro de 48 (quarenta e oito) horas,remeter a segunda via da petio, ou do termo, ao reclamado,notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer audincia dejulgamento, que ser a primeira desimpedida, depois de 5(cinco) dias. 1. A notificao ser feita em registro postal com franquia. Seo reclamado criar embaraos ao seu recebimento ou no forencontrado, far-se- a notificao por edital, inserto no jornal

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    oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta,afixado na sede da Junta ou Juzo. 2. O reclamante ser notificado no ato da apresentao dareclamao ou na forma do pargrafo anterior.

    b) NOES GERAISAs audincias no processo do trabalho sero pblicas, salvo quando contrariar o interesse social

    (art. 93, IX, CF).

    Art. 5, inciso LX, CF. A lei poder restringir a publicidadedos atos processuais quando a defesa da intimidade ou ointeresse social o exigirem.

    Sero realizadas no juzo ou tribunal, mas excepcionalmente podero realizar-se em outro localmediante edital fixado na sede do juzo COM 24 HORAS de antecedncia.

    O horrio das audincias das 8h00 s 18h00, em dias teis, com durao mxima de 5 horascontnuas, salvo quando houver matria urgente. permitida a convocao de audincias extraordinrias,desde que respeitada a regra de fixao do edital na sede do juzo com 24 horas de antecedncia.

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    H tolerncia para atraso do juiz ou presidente de at 15 minutos. Se aps esse lapso temporal eleno houver comparecido, os presentes podero retirar-se e o ocorrido dever constar no livro de registrode audincias (art. 815, , CLT)

    A mesma regra no se aplica para as partes.

    OJ 245, SDI-I, TST. Inexiste previso legal tolerando atraso nohorrio de comparecimento da parte audincia.

    O juiz ou presidente o responsvel por manter a ordem na audincia, podendo determinar que seretirem do recinto aqueles que perturbarem a tranquilidade, e at mesmo autuar e prender os

    desobedientes por desacato (art. 816, CLT).

    Os atos processuais devero ser registrados em ata, conforme o artigo 851, caput, da CLT. No sos atos, mas todos os fatos relevantes, como as ausncias, atrasos, requerimentos, protestosantipreclusivos, providncias determinadas pelo juiz etc. A ata ser assinada pelo juiz (art. 851, 2, CLT).

    c) TRMITE DA AUDINCIAc.1) NO PROCEDIMENTO ORDINRIO

    A audincia no procedimento ordinrio contnua. A ideia do legislador era de que a audinciafosse una, porm na prtica costuma ser dividida. Conforme j mencionado, a diviso normalmente se dda seguinte maneira: audincia inicial, audincia de instruo e audincia de julgamento.

    Art. 849, CLT. A audincia de julgamento ser contnua; mas,se no for possvel, por motivo de fora maior, conclu-la nomesmo dia, o juiz ou presidente marcar a sua continuao paraa primeira desimpedida, independentemente de novanotificao.

    Observe-se o trmite da audincia no procedimento ordinrio, pressupondo que ser dividida:

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    c.2) NO PROCEDIMENTO SUMARSSIMONo procedimento sumarssimo a audincia una (art. 852-C, CLT). Segue o trmite da audincia

    nesse procedimento.

    IMPORTANTE MEMORIZAR!Audincia una:

    Prego Primeira tentativa conciliatria; Leitura da inicial, caso no dispensada Apresentao da defesa IMPUGNAO AOS DOCUMENTOS (oralmente, na audincia) Depoimento das partes Oitiva de testemunhas, peritos e tcnicos RAZES FINAIS (no h previso na lei) Segunda tentativa conciliatria Sentena

    d) COMPARECIMENTO DAS PARTES

    * Smula 377 do TST: regra: o prepostos deve ser empregado da empresa;

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    excees: reclamao de empregado domstico: caso em que poder se fazer represnetar porqualquer membro da famlia;

    micro ou pequeno empresrio: caso em que poder se fazer substituir por terceiro quetenha conhecimento dos fatos;

    Nas reclamaes plrimas e aes de cumprimento os empregados podero se fazer representarpelo sindicato de sua categoria (art. 843, CLT).

    Art. 843, CLT. Na audincia de julgamento devero estar presenteso reclamante e o reclamado, independentemente docomparecimento de seus representantes salvo, nos casos deReclamatrias Plrimas ou Aes de Cumprimento, quando osempregados podero fazer-se representar* pelo Sindicato de suacategoria.

    e) CONSEQUNCIAS DO NO COMPARECIMENTO DAS PARTESObserve as conseqncias da ausncia das partes em audincia (art. 844, CLT).

    A presena s do advogado ainda que munido de procurao e defesa no afasta a revelia (smula122, TST). Tambm nos termos da smula 122 do TST apenas atestado mdico de declare aimpossibilidade de locomoo do reclamado hbil a afastar a revelia no Processo do Trabalho.

    Ressalte-se que um advogado no pode atuar em um mesmo processo na condio de patrono do

    empregador e seu preposto por vedao expressa do art. 23 do Cdigo de tica e Disciplina da OAB.Nos termos do art. 322 do CPC e art. 852 da CLT contra o ru revel, que no tenha patrono nosautos, os prazos correro independentemente de intimao, com exceo da sentena, cuja intimaodever ocorre na forma do art. 841, 1, da CLT, ou seja, via postal.

    Art. 322, CPC. Contra o revel que no tenha patrono nos autos,correro os prazos independentemente de intimao, a partir dapublicao de cada ato decisrio.Pargrafo nico O revel poder intervir no processo em qualquerfase, recebendo-o no estado em que se encontrar.

    Art. 852, CLT. Da deciso sero os litigantes notificados,pessoalmente, ou por seu representante, na prpria audincia. No

    caso de revelia, a notificao far-se- pela forma estabelecida no 1 do art. 841.

    A revelia no produz confisso na ao rescisria, pois considerando que a sentena o objetoatacado, envolve matria de ordem pblica. [Smula 398, TST]

    Caso o reclamante d causa a dois arquivamentos da reclamao trabalhista por no comparecerem audincia, no poder ajuizar nova reclamao trabalhista com a mesma causa de pedir e pedidospelo prazo de 6 meses (art. 732, CLT).

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    Art. 844, CLT. O no comparecimento do reclaman