92705534 producao comercial de peixes piscicultura pdf

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  Tratamento de Água Piscicultura C ri ação de P eix es em Á g ua s C ont inent ais CURSO DE PISCICULTURA 1. Apresentação 03 2. Introdução 04 3. Características físico-químicas da água 04 4. Comunidade Biológica 09 5. Cadeia Alimentar 09 6. Biolog ia de Peixes 10 7. Constru ção de Viveiros e Açudes 11 8. Construções Aces sórias para Piscicultura 11 9. Criação de Peixes em Tanques Redes 12 10. Modalidade s da Piscicultura 13 11. Criação de Peixes de Água Parada 14 12. Criação de Peixes de Água Corrente 17 13. Policultivo 19 14. Piscicultura Consorciada 19 15. Adubação e Calagem 21 16. Cuidados especiais 22 17. Reprodução 23 18. Manejo Reprodutivo 24 19. Técnicas de Despesca e Comercial ização 25 20. Despesca com Arrasto 26 21. Venda de Pescado Resfriado 26 22. Venda de Peixe Vivo 26 23. Cuidados Especiais na venda de Peixe Vivo 27 24. Venda de Peixe Congelado 28 25. Evisceração 28 26. Contro le da Produção 28 27. Saúde e Segurança no Trabalho 28 28. Tabelas 29 AUTOR: Manuel dos S. P. Braz Filho   Cel.: 11 96423180 SNatural

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Tratamento de guaPiscicultura

Criao de Peixes em guas ContinentaisCURSO DE PISCICULTURA

SNatural

1. Apresentao 2. Introduo 3. Caractersticas fsico-qumicas da gua 4. Comunidade Biolgica 5. Cadeia Alimentar 6. Biologia de Peixes 7. Construo de Viveiros e Audes 8. Construes Acessrias para Piscicultura 9. Criao de Peixes em Tanques Redes 10. Modalidades da Piscicultura 11. Criao de Peixes de gua Parada 12. Criao de Peixes de gua Corrente 13. Policultivo 14. Piscicultura Consorciada 15. Adubao e Calagem 16. Cuidados especiais 17. Reproduo 18. Manejo Reprodutivo 19. Tcnicas de Despesca e Comercializao 20. Despesca com Arrasto 21. Venda de Pescado Resfriado 22. Venda de Peixe Vivo 23. Cuidados Especiais na venda de Peixe Vivo 24. Venda de Peixe Congelado 25. Eviscerao 26. Controle da Produo 27. Sade e Segurana no Trabalho 28. Tabelas

03 04 04 09 09 10 11 11 12 13 14 17 19 19 21 22 23 24 25 26 26 26 27 28 28 28 28 29

AUTOR: Manuel dos S. P. Braz Filho Cel.: 11 96423180

INTRODUOA piscicultura tem sua origem na China, quando monges capturavam alevinos de carpas e faziam a engorda em cativeiro a fim de se ter o pescado a qualquer poca do ano. No Japo, a criao de carpas em cativeiro era feita em tanques dentro das residncias e isso possibilitou o aparecimento de animais coloridos, que atravs de melhoramento gentico, deu origem as carpas Nishikigoi, conhecidas como as jias que nadam. A partir destas criaes rudimentares, a observao e a criatividade daqueles que se dedicaram a esta atividade fizeram com que a criao de peixes evolusse e nos dias de hoje se torne um ramo da zootecnia com um dos maiores ndices de crescimento no mundo.

Enquanto que na piscicultura podemos obter produtividade acima de 10 toneladas de pescado por hectare com baixo custo, a produo de carne bovina em rea correspondente, no passa de 60 quilos. A piscicultura possibilita o melhor uso racional de rea como alagados, rios, represas, reas escavadas por olarias, mangues, etc. Por ser o peixe um indicador de qualidade da gua, sua criao no compromete os recursos hdricos como as demais exploraes zootcnicas. Podemos dividir a piscicultura em trs modalidades, a extensiva, semi-intensiva e a intensiva. No primeiro caso podemos considerar criao de pescado em que os peixes no recebem alimentos, vivendo apenas da produo primria, ou seja, o seu nico alimento so os microorganismos que ele encontra na gua. A segunda modalidade, os peixes recebem uma suplementao alimentar que completa a dieta de microorganismos. J a criao intensiva, alm do peixe ser alimentado com rao balanceada, o seu cultivo feito em tanques apropriados onde a disponibilidade de oxignio, e as demais caractersticas da gua so controladas.

Categoria extensivo semi intensivo intensivo super intensivo

Produtividade p/hectare 3 a 4 toneladas 5 a 7 toneladas 10 a 30 toneladas 250 a 300 ton.

Alimentao plncton plncton rao balanceada rao balanceada

Controle do tanque nenhum nenhum O2 - pH -transp.DBO - DQO - O 2

- pH -

Transparncia

CARACTERSTICAS FSICO-QUMICAS DA GUA:

A gua o meio em que os peixes vivem; neste meio que eles encontram proteo, alimento, condies para sobreviver e se reproduzir. Ao contrrio do meio ambiente terrestre, dentro da gua no ocorre mudanas bruscas de temperatura e as demais caractersticas podem ser consideradas estveis visto que as alteraes se processam lentamente dando plenas condies ao peixe de se adaptar. Por isso que o estudo das caractersticas fsico-qumica da gua importante, pois devemos criar as espcies que se adaptam ao recurso hdrico que possumos, por exemplo: a truta que um peixe da gua fria e limpa morreria em gua quente e com grande quantidade de plncton, j o tambaqu que vive em guas quentes e com bastante plncton no sobreviveria em guas frias e lmpidas. As principais caractersticas da gua a saber so: cor, transparncia, turbidez, pH, dureza e temperatura. COR - Quando dizemos que o mar azul ou que o lago verde estamos nos referindo ao tipo de cor que refletido pelo corpo aqutico. Esta cor resultante da luz refletida pelas partculas que esto em suspenso na gua e que, sendo algas azuis refletiro a luz azul, algas verdes refletiro o verde, o castanho decorrncia da presena de matria orgnica em soluo ou de muito zooplncton (microorganismos animais) e as guas tingidas de marrom ou acre apresentam uma grande quantidade de argila.

guas cristalinas so indicadas para criao de trutas e para laboratrio de ecloso de ovos de peixes. As guas com presena de algas so adequadas para criao de espcies fitfagas (que se alimentam de algas) e para todas as espcies de larvas de peixes. TRANSPARNCIA - a capacidade que a luz tem de penetrar dentro da gua. Se a gua muito limpa, a luz pode penetrar dezenas de metros, o que no ocorreria se a gua apresentasse muitas partculas em suspenso. O ideal que a luz penetre cerca de 0,4 a 0,8 metros e que as partculas em suspenso na gua sejam formadas pela presena de plnctons. Para se medir a transparncia da gua usamos o disco de Secchi, que um disco pintado com faixas pretas e brancas intercaladas, com cerca de 30 cm de dimetro, suspenso por uma corda graduada em centmetros. A leitura feita mergulhando o disco de Secchi at no ser possvel v-lo pela perpendicular, anotamos a profundidade e multiplicamos por dois. Exemplo: Se ao afundarmos o disco de Secchi e ele se torna invisvel com 50 cm porque a luz est chegando at 100 cm (a luz desceu 50 cm at o disco e voltou mais de 50 cm at atingir nossos olhos). A transparncia ideal para a piscicultura est em torno de 20 a 40 cm. TURBIDEZ - a quantidade e a qualidade das partculas presentes na coluna de gua. O tipo de partculas daro as caractersticas de cor e a quantidade de partculas transparncia. Argila e/ou silte em grande quantidade podem provocar entupimento das brnquias e causar mortalidade nos peixes. pH - a concentrao de ons hidrognio na gua, determinando se cida ou bsica. Assim como nos solos para o plantio, a gua tambm apresenta diferentes nveis de acidez, devendo-se em alguns casos fazer a correo para que se possa fazer a criao. A maioria dos peixes vivem em um pH que varia de 6,5 a 9,0. Para determinar este valor usamos medidores qumicos encontrados em lojas de aqurios ou em casas que comercializam produtos para piscinas. Os valores de pH variam entre 0 e 14, sendo neutro o valor de pH = 7. Valores abaixo de 7 cido e acima alcalino ou bsico. O primeiro caso resolvido com a adio de calcrio e no segundo com hmus ou p de xaxim. Em guas muito cidas, os peixes apresentam um excesso de produo de muco enquanto que em guas alcalinas o muco ausente. Durante o processo de fotossntese as algas retiram o CO2 elevando o pH, a noite, com a respirao, ocorre a acidificao da gua pela produo do mesmo gs. ALCALINIDADE E DUREZA - Representa a quantidade de Carbonato de Clcio (CaCO3) presente na gua. guas duras apresentam mais de 40 mg/litro, abaixo deste ndice so consideradas macias. guas com menos de 20 mg/litro apresentam baixa produtividade por no apresentarem respostas a Adubao. A presena de CaCO3 promove um efeito tampo na gua, evitando grandes mudanas de pH. Para aumentar a disponibilidade de clcio na gua podemos fazer a calagem do tanque ou manter um saco de calcrio dolomtico preso ao canal de abastecimento. Caso o pH fique acima de 8, retiramos o saco de calcrio dolomtico. TEMPERATURA - A temperatura fator de grande importncia para a criao de peixes, visto que se ela aumentar os animais iro crescer mais rpido ocorrendo o inverso se ela diminuir. Isso se deve ao fato dos peixes serem animais pecilotrmicos, ou seja, a sua temperatura varia com a do ambiente. Este aumento ou diminuio da temperatura deve ser feito dentro de acertos limites para no provocar a dormncia dos animais em caso de temperatura baixa, ou de estresses calrico em temperaturas elevadas. Temperatura fora da zona de conforto ou variaes bruscas podem causar a morte nos animais. Por ser um fator de difcil controle, devemos analisar o clima onde ser feita a criao e escolher as espcies que se adaptam a ela. Algumas espcies toleram uma grande variao de temperatura, ex.: o pacu suporta temperaturas entre 10 a 40 C sendo que entre 24 e 28 C sua taxa de alimentao mxima, abaixo de 20 pra de se alimentar e acima de 35 o apetite diminui e pode vir a morrer. Durante os perodos mais frios, os peixes ficam mais suscetveis a doenas (parasitas, fungos e bactrias). Isso se deve ao fato do animal reduzir a alimentao, diminuindo sua resistncia consequentemente. Nessas pocas no recomendado manejar os animais. Temperaturas elevadas tambm podem ser perigosas pois a cada 10C que a temperatura aumenta, o efeito das substncias txicas duplicam.

OXIGNIO - Por serem animais aerbios os peixes necessitam do oxignio para a sua sobrevivncia. Este se encontra na gua na forma de soluo e sua concentrao depende da temperatura (quanto menor, maior a concentrao de oxignio) e da demanda qumica (substncias qumicas que absorvem o oxignio) ou biolgica (oxignio consumido pela respirao dos seres vivos aquticos). Na gua o oxignio dissolvido (O2D) varia entre 0 e 13 mg/litro. As guas a 15C podem conter at 10,05 mg de oxignio dissolvido e com 30 apenas 7,57 mg de oxignio dissolvido. O oxignio proveniente da atmosfera, da fonte de renovao de gua ou das plantas que vivem na gua (fotossntese) Dependendo da espcie o excesso de oxignio dissolvido pode provocar a morte dos peixes por embolia e a falta por asfixia. A concentrao ideal de O2D est entre 5 a 8 mg/litro. A falta de O2D observada pela presena de peixes na superfcie da gua pela manh, principalmente aps dias nublados. Nesse caso devemos suspender o fornecimento de rao e de Adubao, aumentar ao mximo a renovao da gua at que o quadro se reverta. NUTRIENTES - O nitrognio, fsforo e o potssio so de grande importncia para o desenvolvimento da vida dentro do viveiro, visto que sem eles no haveria o desenvolvimento de algas que so a base da cadeia alimentar. O nitrognio elemento essencial para a formao de protenas, enquanto que o fsforo participa de reaes de troca de energia dentro e entre as clulas. Encontramos o nitrognio na gua nas seguintes formas: amnia, nitrito, nitrato e vrias formas de nitrognio ligados a outras molculas. A forma em que o nitrognio mais absorvida pelos vegetais so as de amnia, nitrito e nitrato que apresentam uma toxidade descendente para os peixes. O fsforo encontrado na forma de fosfato e ortofosfato, sendo este ltimo absorvido pelos vegetais. O potssio se encontra na forma de carbonato. Uma anlise da gua pode determinar a quantidade existente desses elementos para determinar o nvel de adubao a ser feito no tanque. Um captulo a parte ser dedicado a este tema.

Variveistemp. da gua pH O.D. (mg/l) O.Cons. DBO (mg/l) DQO (mg/l) Coliformes fecais (n Mp/ 100 ml) Coliformes totais N - amoniacal (mg/l) N - nitrito (mg/l) N - nitrato (mg/l) N - kjeldahl (mg/l) N - total (mg/l) Fsforo total (mg/l)

Limites Recomendados

Referncias

Ortofosfato (mg/l PO4) Resduo fixo (mg/l) Resduo voltil (mg/l) Resduo total (mg/l) Turbidez (UFT) (UNT) Cloro (mg/l) Cloreto (mg/l)

*** *** 6,5 a 9,0 EPA (9176) > ou = a 4,0 SEMA (1977) 2,5 a 5,0 < ou = a 10,0 (3 a 10) SEMA (9177) *** *** < ou = a 4.000 (200 a 1000) SEMA (1977) 8 (A)

Resduo total (mg/l) Turbidez (UFT) (UNT) Cloro (mg/l) Cloreto (mg/l) Sulfactantes (mg/l) Bro (mg/l) Brio (mg/l)

60 (A) 60 (A) 50 (A) 75 (A)

Cdmio (mg/l) Chumbo (mg/l)

Cobre (mg/l)

Cromo total (mg/l)

Estanho (mg/l)

Mercurio (mg/l) Zinco (mg/l)

Ferro (mg/l)

Mangans (mg/l)

leos e Graxas (mg/l)

Nquel (mg/l)

1 (A) 200 (A) < 17 x 103 (N) < 17 x 103 a 25 x 103 (M) 3 > 25 x 10 (A) 500 (A) 3 0,05 kg Temp. critica de manuseio e resistncia >25C - boa em Densidade (kg/1000 litros) e cuidados no transp. 200 - temp. 1,5 kg 5 a 8 - > 1,0 kg 5 a 8 - > 1,5 kg 10 a 3 - > 1,0 kg 11 a 2 - > 1,0 kg 10 a 3 - > 1,0 kg 9 a 3 - > 0,8 kg 9 a 3 - > 0,6 kg 8 a 3 - > 0,4 kg 9 a 3 - > 0,6 kg 10 a 3 - > 0,6 kg 4 a 9 - > 0,5 kg

temp.baixa >25C - boa entre 19 e 25C >25C - razovel >25C - boa entre 19 e 25C < 20C - boa entre 22 a 28C