9235c1efd0fddc

Upload: jonatas-de-lima-golzio

Post on 18-Oct-2015

171 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 5/28/2018 9235c1efd0fddc

    1/13

    1

    NOTA PROMISSRIA. Con cei to . Natu reza ju rdica. Carac terst icas. Figur as.Requis itos es senci ais. Nota promi ssria vinc ulada a cont rato. Clusu lamandato.

    1. Nota promissria

    Este ttulo uma promessa incondicional de pagamento. so suas partes oemitente, que o devedor direto, o beneficirio, e os possveis devedores indiretos,endossantes e avalistas. No existe nota promissria ao portador, devendo sersempre nominal.

    A nota promissria um ttulo abstrato, no causal, podendo ser emitida semvinculao a qualquer negcio extracambial.

    regida pela LUG, nas partes especficas, e tambm pelas regras relativas letra de cmbio. Os dispositivos especficos so os artigos 75 a 78 do Anexo II destediploma:

    Art. 75 - A nota promissria contm:1 - Denominao "Nota Promissria" inserta no prprio texto do

    ttulo e expressa na lngua empregada para a redao dessettulo;2 - A promessa pura e simples de pagar uma quantiadeterminada;3 - A poca do pagamento;4 - A indicao do lugar em que se deve efetuar o pagamento;5 - O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve serpaga;6 - A indicao da data em que e do lugar onde a notapromissria e passada;7 -A assinatura de quem passa a nota promissria (subscritor).

    Art. 76 - O ttulo em que faltar algum dos requisitos indicadosno artigo anterior no produzira efeito como nota promissria,salvo nos casos determinados das alneas seguintes.A nota promissria em que no se indique a poca dopagamento ser considerada pagvel vista.Na falta de indicao especial, lugar onde o ttulo foi passadoconsidera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmotempo, o lugar do domicilio do subscritor da nota promissria.A nota promissria que no contenha indicao do lugar ondefoi passada considera-se como tendo-o sido no lugar designadoao lado do nome do subscritor.

    Art. 77 - So aplicveis as notas promissrias, na parte em queno sejam contrarias a natureza deste ttulo, as disposiesrelativas as letras e concernentes:Endosso (artigos 11 a 20)Vencimento (artigos 33 a 37)Pagamento (artigos 38 a 42)Direito de ao por falta de pagamento (artigo 43 a 50 e 52 a 54)Pagamento por interveno (artigos 55 e 59 a 63)Cpias (artigos 67 e 68)Alteraes (artigo 69)Prescrio (artigos 70 e 71)

    Dias feriados, contagem de prazos e interdio de dias deperdo (artigos 72 a 74)

  • 5/28/2018 9235c1efd0fddc

    2/13

    2

    So igualmente aplicveis as notas promissrias as disposiesrelativas as letras pagveis no domicilio de terceiros ou numalocalidade diversa da do domicilio do sacado (artigos 4 e 27), aestipulao de juros (artigo 5), as divergncias das indicaesda quantia a pagar (artigo 6), as conseqncias da aposio deuma assinatura nas condies indicadas no artigo 7, as daassinatura de uma pessoa que age sem poderes ou excedendoos seus poderes (artigo 8) e a letra em branco (artigo 10).So tambm aplicveis as notas promissrias as disposiesrelativas ao aval (artigos 30 a 32) no caso previsto na ltimaalnea do artigo 31, se o aval no indicar a pessoa por quem edado entender-se- ser pelo subscritor da nota promissria.

    Art. 78 - O subscritor de uma nota promissria e responsvel damesma forma que o aceitante de uma letra.As notas promissrias pagveis a certo termo de vista devemser presentes ao visto dos subscritores nos prazos fixados no

    artigo 23.O termo de vista conta-se da data do visto dado pelo subscritor.A recusa do subscritor a dar o seu visto e comprovada por umprotesto (artigo 25), cuja data serve de incio ao termo de vista.

    aplicvel a normatividade da letra de cmbio, mas apenas naquilo que forpertinente. Por isso, por exemplo, no seria possvel aplicar s notas promissrias ovencimento a certo termo de vista, pela simples razo de que no existe aceite nestettulo. No existindo aceite, no existe a vista determinante do incio do prazo devencimento. Contudo, h quem entende que se se tomar este termo, vista, como aapresentao para pagamento, e no apresentao para aceite, possvel contar-seprazo de vencimento desde este momento. mera divergncia terminolgica, porm.

    A nota promissria transmissvel por endosso, dada a insero da clusula ordem como regra.

    A natureza jurdica da nota promissria de declarao unilateral de vontade.Em regra, a responsabilidade de quem emite nota promissria pro solvendo,

    por bvio, como regra para qualquer ttulo de crdito. A responsabilidade prosolvendo no implica em novao de obrigaes subjacentes, extracambiais, pelo queas excees pessoais podem ser invocadas, mas na emisso pro soluto(expressamente consignada no ttulo), h efeito novativo, mas mesmo assim podemser alegadas questes subjacentes ao ttulo pelo subscritor, a no ser que a crtulacircule, quando a oponibilidade depender da anlise da boa-f do terceiro.

    Os requisitos essenciais devero estar presentes, sob pena de perda da foraexecutiva, pois no valer como ttulo executivo. Por exemplo, se faltar a designao

    do nome do ttulo, tal documento no valer como nota promissria. Os requisitosessenciais esto no j transcrito artigo 75 da LUG.

    J a falta de requisitos no-essenciais ter a sua a omisso suprida pelaprpria LUG. O aval dado em branco, sem designao do avalizado, por exemplo,considera-se dado em favor do emitente.

    A nota promissria vinculada a contrato no perde as fora executiva, no sedesnatura como ttulo executivo. A vinculao, claro, deve estar expressa na crtula,para ser oponvel, ante a vigncia do princpio da literalidade. Sobre este assunto,contudo, veja a smula 258 do STJ:

    Smula 258, STJ:A nota promissria vinculada a contrato de

    abertura de crdito no goza de autonomia em razo dailiquidez do ttulo que a originou.

  • 5/28/2018 9235c1efd0fddc

    3/13

    3

    Veja tambm a ementa do seguinte julgado:

    PREQUESTIONAMENTO. SMULA 211. CONTRATO DECONFISSO DE DVIDA. ASSINATURA DE DUASTESTEMUNHAS. FALTA. NOTA PROMISSRIA VINCULADA.FORA EXECUTIVA. - Inadmissvel recurso especial quanto questo que, a despeito da oposio de embargos declaratrios,no foi apreciada pelo Tribunal a quo. - Contrato de confissode dvida sem assinatura das duas testemunhas no esvazia afora executiva da nota promissria a ele vinculada. O ttulocambial autnomo. (AgRg no Ag 879.660/PR, Rel. MinistroHUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA,julgado em 18/10/2007, DJ 31/10/2007 p. 329)

    O analfabeto poder assumir obrigao cambiria, consistente na emisso deuma nota promissria, mas no diretamente: deve faz-lo por procurao, eminstrumento pblico, e com poderes especiais para tanto havendo quem entenda

    aplicvel a teoria da aparncia, quando o analfabeto souber desenhar seu nome,valendo o ttulo.A nota promissria poder ser emitida em branco, podendo o credor complet-

    la posteriormente, como autoriza a smula 387 do STF:

    Smula 387, STF: A cambial emitida ou aceita com omisses,ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-f, antesda cobrana ou do protesto.

    Veja alguns julgados:

    PROCESSO CIVIL - RECURSO ESPECIAL - EXECUO -

    NOTA PROMISSRIA - DATA DA EMISSO - REQUISITOESSENCIAL INEXISTNCIA. 1 - Consoante firmeentendimento jurisprudencial, a ausncia da data da emisso nanota promissria descaracteriza-a como ttulo executivo. 2 -Recurso especial conhecido e provido para julgar procedente aexceo de pr-executividade. (Resp 94.229/BA, Rel. MinistroJORGE SCARTEZZINI, QUARTA TURMA, julgado em14/11/2006, DJ 18/12/2006 p. 400)

    TJRJ. AGRAVO DE INSTRUMENTO 2008.002.15480 CIVILE PROCESSO CIVIL.TTULO DE CRDITO. NOTAPROMISSRIA. AUSNCIA DE DATA DE EMISSO.

    REQUISITO ESSENCIAL DO TTULO. PERDA DO CARTERDE TTULO EXECUTIVO. EXECUO. IMPOSSIBILIDADE. Anota promissria emitida sem a data de emisso, nopreenchendo os requisitos do art. 889 do Cdigo Civil e do art.75 do Decreto 57.663/66, perde o carter executivo.Precedentesdo STJ.A execuo ajuizada com base em crtula sem data deemisso deve ser extinta sem julgamento do mrito, em razoda nulidade do ttulo executivo.Provimento liminar do recursopara acolher a exceo de pr-executividade e extinguir oprocesso de execuo sem julgamento do mrito, condenando oexeqente no pagamento das custas processuais e honorrios

    de advogados, que se fixa em 10% do valor da causa. DES.LINDOLPHO MORAIS MARINHO - Julgamento: 29/05/2008 -DECIMA SEXTA CAMARA CIVEL.

  • 5/28/2018 9235c1efd0fddc

    4/13

    4

    A nota promissria pode ser emitida com base em compra e venda mercantil: oartigo 2 da Lei 5.474/68 apenas veda a emisso de outro titulo que no seja aduplicata para documentar o saque do vendedor (credor); em se tratando de notapromissria, a emisso feita pelo devedor (comprador). Veja:

    Art . 2 No ato da emisso da fatura, dela poder ser extradauma duplicata para circulao como efeito comercial, no sendoadmitida qualquer outra espcie de ttulo de crdito paradocumentar o saque do vendedor pela importncia faturada aocomprador.(...)

    1.1. Clusula-mandato

    A clusula-mandato inserida nos cartes de crdito, segundo a qual aadministradora fica autorizada a emitir uma cambial para a cobrana do dbito dousurio do carto de crdito vlida? Ao contratar o crdito bancrio, havendo esta

    clusula, o consumidor autoriza que a instituio capte no mercado emprstimo queservir para cobrir o valor que deixar de pagar, e garantir tal crdito por meio de notapromissria emitida contra si mesmo, em seu nome, pela instituio que suamandatria.

    O TJ/RJ entende vlida esta contratao, o que se v na sua smula, noverbete 77:

    Smula 77, TJ/RJ: CARTO DE CRDITO. CLUSULA-MANDATO. VALIDADE.A clusula-mandato inserida nos contratos de emisso de cartode crdito vlida e no viola o dever de informar dofornecedor.

    O STJ, porm, conta com entendimento sumulado no seu enunciado 60, quediz:

    Smula 60, STJ: nula a obrigao cambial assumida porprocurador do muturio vinculado ao mutuante, no exclusivointeresse deste.

    A posio do STJ firme neste sentido, mas ressalva justamente o contrato decarto de crdito. Para contrato bancrio, ou qualquer outra situao, vige a smula60, para o STJ; para carto de crdito, esta no aplicvel, sendo vlida a clusulamandato.

    Em sntese, portanto: STJ e TJ/RJ se coadunam no mesmo sentido,entendendo vlida a clusula-mandato em contratos de carto de crdito, na formaexemplar da smula 77 do TJ/RJ. Para os demais casos, clusula invlida, na formada smula 60 do STJ. Veja julgados exemplificativos:

    RECURSO ESPECIAL. AGRAVO REGIMENTAL. CONTRATOBANCRIO. EMISSO DE TTULO DE CRDITO.ABUSIVIDADE. SMULA 60/STJ. A orientao desta Corte nosentido de que a clusula contratual que permite a emisso danota promissria em favor do banco caracteriza-se comoabusiva, porque violadora do princpio da boa-f, consagrado no

    artigo 51, inciso IV, do Cdigo de Defesa do Consumidor.Aplicao da Smula 60/STJ. Agravo improvido. (AgRg no REsp

  • 5/28/2018 9235c1efd0fddc

    5/13

    5

    1025797/RS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRATURMA, julgado em 10/06/2008, DJe 20/06/2008)

    CIVIL E PROCESSUAL. AGRAVO REGIMENTAL. CONTRATODE ABERTURA DE CRDITO. QUALIFICAO. INSTNCIASORDINRIAS. CLUSULA-MANDATO. NULIDADE. SMULAN. 60-STJ. TEMA PACIFICADO. RECURSOMANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE. MULTA, ART. 557, 2, DO CPC. I. A qualificao do contrato recebida pelo STJconforme definida pelas instncias ordinrias. II. Salvo noscontratos de carto de crdito, " nula a obrigao cambialassumida por procurador do muturio vinculado ao mutuante, noexclusivo interesse deste" (Smula n. 60-STJ). III. Sendomanifestamente improcedente e procrastinatrio o agravo, dese aplicar a multa prevista no art. 557, 2, do CPC, de 1% (umpor cento) sobre o valor atualizado da causa, ficando ainterposio de novos recursos sujeita ao prvio recolhimento da

    penalidade imposta. (AgRg no REsp 899.358/RS, Rel. MinistroALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em24/04/2007, DJ 28/05/2007 p. 367)

    Casos Concretos

    Questo 1

    Augusto Silva emitiu em branco uma NP e a entregou a Bernardo Cunha, aquem devia determinada quantia. Bernardo transferiu o ttulo, por tradio, para CarlosS e este, por sua vez, endossou para Daniel Rocha. Vencido o ttulo, o portadorpreencheu a cambial inserindo seu nome como beneficirio e promoveu ao de

    execuo contra o emitente (Augusto). O executado, em embargos, argiu falta decausa debendi, em razo de no ter nenhum vnculo jurdico com Daniel, pessoa quesequer conhece. Daniel refutou as alegaes, no sentido que o preenchimento dottulo se deu de boa-f, descabendo ao devedor qualquer possibilidade de exceo oudefesa pela circulao do ttulo. Decida a questo fundamentadamente.

    Resposta Questo 1

    Na falta de requisito essencial, o aponte do beneficirio, a nota inexigvel,sendo vlida a defesa do emitente. A nota promissria no pode ser criada aoportador, no havendo que se falar em preenchimento de boa-f deste requisito, nocaso, porque aquele eu preencheu j figurava como endossatrio, quebrando a

    presuno da boa-f. Seria um ttulo nulo, portanto.Vale ressaltar que, se h a boa-f clarificada, a smula 387 do STF permite o

    preenchimento da crtula.

    Questo 2

    Incorporadora Imobiliria S.A. contratou com a Edificadora Construa Fcil S.A.uma construo multifamiliar, para entrega em 40 meses. A Incorporadora se obrigouao pagamento das prestaes, mediante a emissso de notas promissrias mensais,vinculadas ao contrato. Faltando 10 meses para seu trmino e como a obra seencontrasse cronologicamente com 50% realizados, sem tempo para concluir-se no

    prazo ajustado, a Incorporadora Imobiliria S.A. suspendeu os pagamentos das notaspromissrias, alegando exceptio nom adimpleti contractus.. Em ao de execuo, aEdificadora Construa Fcil S.A. exige o pagamento dos ttulos vencidos, sustentando

  • 5/28/2018 9235c1efd0fddc

    6/13

    6

    que o prazo global no se esgotara. Procede a defesa da executada? Decidir aquesto, com fundamentao adequada.

    Resposta Questo 2

    O ttulo em questo tem natureza pro solvendo, em razo da inexistncia declusula expressa em contrrio, caso em que a executada poderia alegar em sede deembargos a causa debendido ttulo para justificar o seu inadimplemento: a sustao devida.

    Questo 3

    Maria do Cu negociante de imveis e precisa de esclarecimentos sobre autilizao de nota promissria. Suas dvidas so: Por que a obrigao contida numttulo de crdito pe quesvel? O que diferencia a nota promissria emitieda em carterpro soluto da nota promissria emitida em carter pro solvendo? Qual o efeito de cada

    uma delas, em decorrncia da falta de pagamento, quando emitidas em razo dacompra e venda de um imvel?

    Resposta Questo 3

    quesvel porque o lugar do pagamento, no sendo requisito essencial dottulo, no domiclio do devedor, e, portanto, a iniciativa do pagamento cabe ao credor.

    A diferena entre as notas promissrias encontra-se no efeito novativo (ou no)da subscrio. Na emisso pro soluto(expressamente consignada no ttulo), h efeitonovativo e no podem ser alegadas questes subjacentes ao ttulo pelo subscritor(como exemplo, no inadimplemento contratual); j na emissopro solvendo (que contacom presunojuris tantum), as excees pessoais podem ser invocadas.

    Duplicata

    O vendedor quem saca a duplicata: o sacador da duplicata o emitente dafatura de compra e venda ou prestao de servios. O devedor, comprador, osacado deste ttulo. A emisso da duplicata, por bvio, posterior venda ouprestao do servio que a ela corresponda.

    Da se v que a duplicata um ttulo causal: s pode ser emitida com base emum contrato subjacente, relao extracambial que a fundamente.

    Toda emisso de duplicata deve ser registrada: o registro contbil da emissode duplicata imperativo. Veja o que diz o artigo 19 da Lei 5.474/68:

    Art .19. A adoo do regime de vendas de que trata o art. 2desta Lei obriga o vendedor a ter e a escriturar o Livro deRegistro de Duplicatas. 1 No Registro de Duplicatas sero escrituradas,cronolgicamente, tdas as duplicatas emitidas, com o nmerode ordem, data e valor das faturas originrias e data de suaexpedio; nome e domiclio do comprador; anotaes dasreformas; prorrogaes e outras circunstncias necessrias. 2 Os Registros de Duplicatas, que no podero conteremendas, borres, rasuras ou entrelinhas, devero ser

    conservados nos prprios estabelecimentos.

  • 5/28/2018 9235c1efd0fddc

    7/13

    7

    3 O Registro de Duplicatas poder ser substitudo porqualquer sistema mecanizado, desde que os requesitos dsteartigo sejam observados.

    O livro de registro de duplicatas um dos livros obrigatrios, para o empresrioque emite estes ttulos. Exigida sua apresentao, imperativo que o faa, pois oempresrio que deixa de registrar suas operaes contbeis est irregular, podendoat mesmo incidir em falncia fraudulenta, se vier a falir, recaindo sua conduta, nomnimo, no artigo 178 da Lei 11.101/05:

    Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes oudepois da sentena que decretar a falncia, conceder arecuperao judicial ou homologar o plano de recuperaoextrajudicial, os documentos de escriturao contbilobrigatrios:Penadeteno, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fatono constitui crime mais grave.

    Veja que, inclusive, no basta possuir o livro: preciso t-lo autenticado pelorgo competente, geralmente a junta comercial. o livro que confere regularidade atividade empresarial relacionada, servindo-se de prova em favor do empresrio que oescritura corretamenteou contra, se estiverem irregulares seus livros.

    Vale dizer que os livros do empresrio so sigilosos, mas a sua exibio podeser determinada judicial ou administrativamente. Quando a exibio for determinada,h que se atentar para a adstrio apenas s partes do seu teor que forem pertinentes investigao que estiver em curso. Veja o artigo 1.191 do CC:

    Art. 1.191. O juiz s poder autorizar a exibio integral doslivros e papis de escriturao quando necessria para resolver

    questes relativas a sucesso, comunho ou sociedade,administrao ou gesto conta de outrem, ou em caso defalncia. 1 O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou deao pode, a requerimento ou de ofcio, ordenar que os livros dequalquer das partes, ou de ambas, sejam examinados napresena do empresrio ou da sociedade empresria a quepertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles seextrair o que interessar questo. 2 Achando-se os livros em outra jurisdio, nela se far oexame, perante o respectivo juiz.

    A smula 439 do STF pertinente:

    Smula 439, STF: Esto sujeitos fiscalizao tributria ouprevidenciria quaisquer livros comerciais, limitado o exame aospontos objeto da investigao.

    Se se tratar de falncia, ou dissoluo de sociedade, o livro pode serintegralmente exibido, pois no causar prejuzo atividade empresria.

    Os requisitos da duplicata esto no artigo 2 da Lei 5.474/68, e a doutrina osconsidera, a todos, essenciais:

    Art . 2 No ato da emisso da fatura, dela poder ser extradauma duplicata para circulao como efeito comercial, no sendoadmitida qualquer outra espcie de ttulo de crdito para

  • 5/28/2018 9235c1efd0fddc

    8/13

    8

    documentar o saque do vendedor pela importncia faturada aocomprador. 1 A duplicata conter:I - a denominao "duplicata", a data de sua emisso e onmero de ordem;II - o nmero da fatura;III - a data certa do vencimento ou a declarao de ser aduplicata vista;IV - o nome e domiclio do vendedor e do comprador;V - a importncia a pagar, em algarismos e por extenso;VI - a praa de pagamento;VII - a clusula ordem;VIII - a declarao do reconhecimento de sua exatido e daobrigao de pag-la, a ser assinada pelo comprador, comoaceite, cambial;IX - a assinatura do emitente. 2 Uma s duplicata no pode corresponder a mais de uma

    fatura. 3 Nos casos de venda para pagamento em parcelas, poderser emitida duplicata nica, em que se discriminaro tdas asprestaes e seus vencimentos, ou srie de duplicatas, umapara cada prestao distinguindo-se a numerao a que serefere o item I do 1 dste artigo, pelo acrscimo de letra doalfabeto, em seqncia.

    Cada duplicata deve corresponder a uma fatura diferente, como dispe o 2deste artigo supra.

    2.1. Aceite

    Quando o sacado, comprador, no aceita a duplicata, no exara o aceite dacrtula, est negando adimplemento por servio ou mercadoria que j lhe foi prestadoou entregue. Sendo assim, a no ser que se encarte sua recusa nos motivos do artigo8 desta Lei de Duplicatas, ser uma recusa indevida:

    Art . 8 O comprador s poder deixar de aceitar a duplicata pormotivo de:I - avaria ou no recebimento das mercadorias, quando noexpedidas ou no entregues por sua conta e risco;II - vcios, defeitos e diferenas na qualidade ou na quantidadedas mercadorias, devidamente comprovados;

    III - divergncia nos prazos ou nos preos ajustados.

    Quando a recusa ao aceite for injustificada, ou seja, no se enquadrar nestashipteses do artigo supra, o credor, vendedor ou prestador do servio, dever efetuaro protesto por falta de aceite, e este protesto far com que a duplicata sem aceite sejaconsiderada ttulo executivo extrajudicial. Veja o artigo 15, II, especialmente a alneac, do diploma em comento:

    Art 15 - A cobrana judicial de duplicata ou triplicata serefetuada de conformidade com o processo aplicvel aos ttulosexecutivos extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Cdigo de

    Processo Civil ,quando se tratar: (Redao dada pela Lei n6.458, de 1.11.1977)

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15
  • 5/28/2018 9235c1efd0fddc

    9/13

    9

    I - de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou no;(Redaodada pela Lei n 6.458, de 1.11.1977)II - de duplicata ou triplicata no aceita, contanto que,cumulativamente: (Redao dada pela Lei n 6.458, de1.11.1977)a) haja sido protestada; (Redao dada pela Lei n 6.458, de1.11.1977)b) esteja acompanhada de documento hbil comprobatrio daentrega e recebimento da mercadoria; e(Redao dada pela Lein 6.458, de 1.11.1977)c) o sacado no tenha, comprovadamente, recusado o aceite,no prazo, nas condies e pelos motivos previstos nos arts. 7 e8 desta Lei.(Redao dada pela Lei n 6.458, de 1.11.1977) 1 - Contra o sacador, os endossantes e respectivos avalistascaber o processo de execuo referido neste artigo, quaisquerque sejam a forma e as condies do protesto. (Redao dadapela Lei n 6.458, de 1.11.1977)

    2 - Processar-se- tambm da mesma maneira a execuode duplicata ou triplicata no aceita e no devolvida, desde quehaja sido protestada mediante indicaes do credor ou doapresentante do ttulo, nos termos do art. 14, preenchidas ascondies do inciso II deste artigo. (Redao dada pela Lei n6.458, de 1.11.1977)

    A duplicata sem aceite, sem protesto, e sem comprovante de entrega demercadorias, pode ser habilitada como crdito no processo falimentar? claro queeste ttulo poder at ser apresentado, mas no ser habilitado ao final, ou seja, noser procedente o pedido de habilitao.

    2.2. Duplicata em contrato de leasing

    Duplicatas vencidas, protestadas e no pagas, representativas de prestaesde contrato de leasing, constituem ttulos executivos extrajudiciais idneos a embasarpedido de falncia? Veja o que disse o STJ, no antigo informativo de jurisprudncia 18:

    LEASING. DUPLICATAS. PROTESTO.A Turma conheceu em parte do recurso para determinar asustao ou cancelamento dos protestos das duplicatasenviadas a cartrio, por entender que o negcio de leasing noadmite a emisso de duplicata, ainda que avenada, razo pelaqual no pode tal ttulo ser levado a protesto. REsp 202.068-SP,

    Rel. Min. Ruy Rosado, julgado em 11/5/1999.

    O leasingno compra e venda mercantil, e por isso a duplicata no pode seremitida com este contrato por causa. Sendo assim, inidnea sua emisso, nestecaso, no tendo executividade.

    2.3. Endosso sem garantia e prazos prescricionais

    A duplicata mercantil comportaria o endosso sem garantia? O artigo 18, 2,da Lei 5.474/68 trata da questo:

    Art 18 - A pretenso execuo da duplicata prescreve:(Redao dada pela Lei n 6.458, de 1.11.1977)

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art15
  • 5/28/2018 9235c1efd0fddc

    10/13

    10

    I - contra o sacado e respectivos avalistas, em 3 (trs) anos,contados da data do vencimento do ttulo; (Redao dada pelaLei n 6.458, de 1.11.1977)lI - contra endossante e seus avalistas, em 1 (um) ano, contadoda data do protesto; (Redao dada pela Lei n 6.458, de1.11.1977)III - de qualquer dos coobrigados contra os demais, em 1 (um)ano, contado da data em que haja sido efetuado o pagamentodo ttulo.(Redao dada pela Lei n 6.458, de 1.11.1977) 1 - A cobrana judicial poder ser proposta contra um oucontra todos os coobrigados, sem observncia da ordem em quefigurem no ttulo. (Redao dada pela Lei n 6.458, de1.11.1977) 2 - Os coobrigados da duplicata respondem solidariamentepelo aceite e pelo pagamento.(Redao dada pela Lei n 6.458,de 1.11.1977)

    Seguindo-se este dispositivo, os coobrigados no poderiam desonerar-se dasua responsabilidade pelo pagamento, apondo a clusula sem garantia em seuendosso, como facultado na letra de cmbio. Outra corrente, ao contrrio, defendeque esta Lei de Duplicatas,na verdade, no trata do endosso sem garantia, e,destarte, permite que seja utilizada a fonte supletiva, qual seja, a LUG e l sepermite o endosso sem garantia, no j abordado artigo 15.

    A pretenso executria da duplicata prescreve na forma dos incisos do artigo18, acima transcrito.

    2.4. Duplicata de prestao de servios

    Esta duplicata se utiliza das regras da duplicata mercantil, de mercadorias,

    guardando as devidas adaptaes. Assim como na mercantil, a duplicata de serviosno pode ser emitida sem o devido lastro no servio efetivamente prestado, ou serduplicata simulada, criminosa.

    Os artigos 20 a 22 da Lei 5.474/68 regulam as particularidades deste ttulo:

    Art . 20. As emprsas, individuais ou coletivas, fundaes ousociedades civis, que se dediquem prestao de servios,podero, tambm, na forma desta lei, emitir fatura e duplicata. 1 A fatura dever discriminar a natureza dos serviosprestados. 2 A soma a pagar em dinheiro corresponder ao preo dosservios prestados.

    3 Aplicam-se fatura e duplicata ou triplicata de prestaode servios, com as adaptaes cabveis, as disposiesreferentes fatura e duplicata ou triplicata de venda mercantil,constituindo documento hbil, para transcrio do instrumentode protesto, qualquer documento que comprove a efetivaprestao, dos servios e o vnculo contratual que aautorizou.(Includo pelo Decreto-Lei n 436, de 27.1.1969)

    Art . 21. O sacado poder deixar de aceitar a duplicata deprestao de servios por motivo de:I - no correspondncia com os servios efetivamente

    contratados;II - vcios ou defeitos na qualidade dos servios prestados,devidamente comprovados;

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del0436.htm#art3http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del0436.htm#art3http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del0436.htm#art3http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art18
  • 5/28/2018 9235c1efd0fddc

    11/13

    11

    III - divergncia nos prazos ou nos preos ajustados.

    Art . 22. Equiparam-se s entidades constantes do art. 20, paraos efeitos da presente Lei, ressalvado o disposto no Captulo VI,os profissionais liberais e os que prestam servio de naturezaeventual desde que o valor do servio ultrapasse a NCr$100,00(cem cruzeiros novos). 1 Nos casos dste artigo, o credor enviar ao devedor faturaou conta que mencione a natureza e valor dos serviosprestados, data e local do pagamento e o vnculo contratual quedeu origem aos servios executados. 2 Registrada a fatura ou conta no Cartrio de Ttulos eDocumentos, ser ela remetida ao devedor, com as cautelasconstantes do artigo 6. 3 O no pagamento da fatura ou conta no prazo nela fixadoautorizar o credor a lev-la a protesto, valendo, na ausncia dooriginal, certido do cartrio competente.

    4 - O instrumento do protesto, elaborado com as cautelas doart. 14, discriminando a fatura ou conta original ou a certido doCartrio de Ttulos e Documentos, autorizar o ajuizamento docompetente processo de execuo na forma prescrita nesta Lei.(Redao dada pela Lei n 6.458, de 1.11.1977)

    A duplicata de servios pode, igualmente, instruir pedido de falncias. De fato,h poucas diferenas deste ttulo para o mercantil.

    A smula 248 do STJ referncia:

    Smula 248, STJ: Comprovada a prestao dos servios, aduplicata no aceita, mas protestada, ttulo hbil para instruirpedido de falncia.

    2.5. Reteno da duplicata

    Quando o sacador remete a duplicata ao sacado, para que este aceite ou no aobrigao cambiria, pode o sacado no s se recusar expressamente ao aceite, mastambm reter consigo a crtula, no a devolvendo. Se h a reteno da duplicata pelosacado, o ideal que o sacador efetue o protesto por falta de devoluo, o jabordadoprotesto por indicaes.

    Lavrado o protesto por falta de devoluo, aps a intimao do devedor, noacontecendo pagamento espontneo, ser extrada certido do protesto e instruda,com esta, a execuo.

    Veja que a reteno no caso para emisso de triplicata: esta s pode ser

    emitida nos casos de perda ou extravio do ttulo, como determina o artigo 23 da Lei5.474/68, e no haveria, de fato, qualquer sentido em emitir esta crtula substitutivaquando no h devoluo, porque ainda seria caso de ser remetida novamente paraaceite, sendo novamente retida pelo devedor.

    Art . 23. A perda ou extravio da duplicata obrigar o vendedor aextrair triplicata, que ter os mesmos efeitos e requisitos eobedecer s mesmas formalidades daquela.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art22%C2%A74http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art22%C2%A74http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6458.htm#art22%C2%A74
  • 5/28/2018 9235c1efd0fddc

    12/13

    12

    Casos Concretos

    Questo 1

    IGOR emitiu nota promissria em favor de TIAGO para documentar obrigaodecorrente de contrato de compra e venda de mercadoria. Em razo de obrigaoinadimplida, o emitente foi demandado pelo credor, TIAGO, vendedor dasmercadorias. O devedor, em sede de embargos, alegou no ter a cambial foraexecutiva em razo da vedao do art. 2 da L. n 5.474/68. Assiste razo aoembargante? Resposta fundamentada.

    Resposta Questo 1

    No assiste razo o devedor. O artigo 2 da Lei 5.474/1968 norma dirigida aovendedor da mercadoria, no admitindo a emisso de ttulo diverso da duplicata paradocumentar o saque do vendedor pela importncia faturada ao comprador.

    Questo 2Centro-Sul Transportes Multimodais Ltda. sacou duplicata de servio, contra

    Agap Comrcio e Indstria de Mrmore Ltda., no valor de R$ 6.250,00, pagvel nodia 12/03/2007, no lugar de emisso. Antes do vencimento, o beneficirio da crtulatransferiu o crdito para Banco Peloponeso S.A. atravs de operao de desconto deduplicata. O no-pagamento da duplicata, sem aceite, motivou sua entrega paraprotesto. O sacado, aps ter obtido a sustao do protesto, ajuizou ao declaratriade inexistncia de dbito cumulada com perdas e danos, sob a alegao de que osaque fora fraudulento e de que havia responsabilidade do portador da duplicata peloenvio do ttulo a protesto. Analise a questo sob todos os aspectos.

    Resposta Questo 2

    O titular do direito a instituio bancria, eis que a operao de desconto lheentregou a propriedade do ttulo de crdito. E o banco quem dever comprovar queo servio foi efetivamente prestado, pois se no foi, ou se no o provou o beneficirio,a duplicata inexigvel. Sendo o caso, o protesto se faz indevido, e o banco deveresponder por seus danos.

    Questo 3

    FERNANDO, advogado, emitiu duplicata de prestao de servios em face deseu cliente MARCOS. Em razo do inadimplemento da obrigao o emitente ajuizouao de execuo para cobrana do valor devido. O executado, em exceo de pr-

    executividade, alegou falta de executoriedade do ttulo. Decida a questofundamentadamente.

    Resposta Questo 3

    O advogado pode emitir fatura de prestao de servios, e esta que serexecutvel, na forma o artigo 22, 1 e 4, da Lei 5.474/68, que autoriza esteprocedimento para o profissional liberal.

    Neste sentido, veja o seguinte julgado:

    Processo civil. Agravo no recurso especial. Honorrios de

    advogado. Prequestionamento implcito. Inocorrncia. Ausnciade demonstrao do dissdio jurisprudencial. Reexame deprovas. Inexistncia de contrato escrito. Emisso de faturas.

  • 5/28/2018 9235c1efd0fddc

    13/13

    13

    Inadmissibilidade. Cobrana judicial de honorrios advocatcios.Renncia ao patrocnio da causa. Representao por colega. -O prequestionamento do dispositivo legal tido por violadoconstitui requisito especfico de admissibilidade do recursoespecial. - O dissenso pretoriano deve ser comprovadomediante o cotejo analtico entre acrdos que versem sobresituaes fticas similares. - vedado o reexame de fatos eprovas em sede de recurso especial. - A em isso d e fatu raspa ra c ob rana de c rdi to por ho norri os advoc atcios s adm issvel quan do exis tir contrato esc rito entr e as partes.-O advogado que pretende a cobrana judicial de honorriosadvocatcios deve renunciar ao patrocnio da causa, fazendo-serepresentar por colega. Agravo no recurso especial no provido.(AgRg no REsp 730.554/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,TERCEIRA TURMA, julgado em 28/06/2005, DJ 01/08/2005 p.459)