9.1. introdução :
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9.1. Introdução : – o pagamento indevido (arts. 876 a 883) e o enriquecimento sem causa (arts. 884 a 886) disciplinados no atual Código entre os atos obrigacionais unilaterais. 9.2. Enriquecimento sem causa. Conteúdo : - PowerPoint PPT PresentationTRANSCRIPT
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DIREITO CIVILDIREITO CIVIL
Sílvio de Salvo Venosa
Sílvio de Salvo Venosa
TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES ee
TEORIA GERAL DOS CONTRATOSTEORIA GERAL DOS CONTRATOS
99
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V. II 22
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.1. Introdução:
– o pagamento indevido (arts. 876 a 883) e o enriquecimento sem causa (arts.
884 a 886) disciplinados no atual Código entre os atos obrigacionais unilaterais.
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V. II 33
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.2. Enriquecimento sem causa. Conteúdo:
– o enriquecimento que se opera sem fundamento, sem causa jurídica, desprovido de conteúdo jurígeno;
– a presença de um desequilíbrio patrimonial, e a função primordial do direito de manter o equilíbrio social, como fenômeno de adequação social.
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V. II 44
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.3. Enriquecimento sem causa e pagamento indevido como fonte de obrigações:
– obrigações que nascem de fatos ou atos que não se amoldam às fontes clássicas dos vários sistemas jurídicos, nas quais incluem-se o pagamento indevido e o enriquecimento sem causa, o primeiro como parte integrante do segundo;
– o pagamento indevido titularizando o solvens para a ação de repetição, criando uma nova obrigação.
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V. II 55
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.4. Tratamento da matéria no Direito Romano:
– a preocupação dos romanos em encontrar soluções de eqüidade, para
corrigir desequilíbrios patrimoniais imprevistos e injustos;
– a teoria do enriquecimento injusto na época clássica;
– Institutas de Justiniano (III, 27, 6) enquadravam entre os quase contratos
a indebiti solutio, o pagamento indevido.
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V. II 66
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.4.1. A condictio indebiti:
– ocorria quando alguém pagava por erro, sempre, contudo, no
intuito de liberar-se de uma obrigação; o elemento erro escusável deveria estar presente na solutio.
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V. II 77
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.4.2. Outras condictiones:
– a condictio causa data non secuta;
– a condictio ob injustam causam;
– a condictio ob turpem causam.
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V. II 88
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.4.3. Síntese do pensamento romano:
– a datio que importasse em transferência da propriedade constituía requisito comum das condictiones;
– o princípio do injusto enriquecimento de noção romana e muitas
outras expressas nos textos legais atuais, como a irrepetibilidade das obrigações naturais.
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V. II 99
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.5. Direito moderno. Sistema alemão e sistema francês:
– inexistência de princípio expresso de enriquecimento nas legislações
do tipo causalista, cujo paradigma é o direito francês;
– o BGB alemão lidera as legislações que dão contorno legislativo ao enriquecimento sem causa;
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V. II 1010
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
– o Código suíço circunscreve o campo de ação do injusto enriquecimento àquele que, sem causa legítima, se enriquece à custa de outrem;
– o atual Código Civil italiano enfrenta o pagamento indevido e o enriquecimento sem causa como fontes de obrigações;
– o atual código português, de 1966, consagra, no art. 473, o princípio geral do enriquecimento sem causa, como fonte autônoma de obrigações.
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V. II 1111
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.6. Aplicação da teoria do enriquecimento sem causa no direito brasileiro:
– o Código de 1916 já admitia o princípio geral, com a ação de
enriquecimento aplicável subsidiariamente, emergindo apenas na ausência de outra tutela jurisdicional;
– o enriquecimento sem causa admitido atualmente como fonte autônoma
de obrigação, como ato unilateral.
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V. II 1212
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.6.1. Requisitos do enriquecimento sem causa:
– existe enriquecimento injusto sempre que houver uma vantagem de cunho
econômico, sem justa causa, em detrimento de outrem;
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V. II 1313
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
– o enriquecimento pode ter como objeto coisas corpóreas ou incorpóreas;
– o enriquecimento promanado de uma omissão;
– a ação de in rem verso objetiva tão-só reequilibrar dois patrimônios, desequilibrados sem fundamento jurídico;
– a relação de imediatidade, o liame entre o enriquecimento e o empobrecimento nos requisitos para a ação específica.
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V. II 1414
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.6.2. Aplicação do instituto. A jurisprudência brasileira:
– no campo dos títulos de crédito, a maior aplicação da ação in rem verso
no direito brasileiro;
– a admissão, no nosso sistema, da ação de locupletamento indevido quando da obrigatoriedade do registro de títulos de crédito;
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V. II 1515
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
– a referência expressa, no direito positivo, à ação de enriquecimento indevido no art. 48 da Lei no 2.044, de 1908;
– a eqüidade no reajuste do preço, nos contratos de empreitada;
– aplicação da teoria do enriquecimento injustificado extravasando os limites do campo civilístico ou privatístico.
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V. II 1616
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.6.3. Objeto da restituição:
1) não pode ultrapassar o enriquecimento efetivo recebido pelo agente em detrimento do devedor;
2) o limite do empobrecimento do outro agente, isto é, o montante
em que o patrimônio sofreu diminuição.
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V. II 1717
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.7. Ação de in rem verso:
I) enriquecimento: que pode resultar da aquisição ou do implemento de um direito;
II) empobrecimento correlativo: necessário que exista uma pessoa que sofra o
empobrecimento;
III) ausência de causa jurídica: inexistência do ato jurídico que explica, que justifica a aquisição de um direito;
IV) ausência de interesse pessoal do empobrecido: as obrigações decorrentes do enriquecimento sem causa nascem independentemente da vontade dos agentes.
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V. II 1818
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.7.1. A subsidiariedade da ação:
– a ação é a última ratio de que se pode valer a parte, inexistindo qualquer outra no sistema jurídico e seus efeitos serão sempre menores do que os da ação derivada de um contrato ou da responsabilidade aquiliana.
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V. II 1919
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.8. Síntese conclusiva do enriquecimento sem causa. Prescrição:
– que não se confunde o que se concede a título de ressarcimento
injustificado, com a indenização decorrente de responsabilidade contratual ou aquiliana;
– a verdadeira medida do enriquecimento e do empobrecimento revelando o
caso concreto.
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V. II 2020
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.9. Pagamento indevido:
– a matéria no atual diploma entre os atos unilaterais, com disposições específicas e caráter próprio, ainda que este seja uma modalidade de enriquecimento ilícito.
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V. II 2121
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.9.1. Pagamento em geral. Conteúdo:
– o adimplemento voluntário de qualquer obrigação, por meio do cumprimento do objeto da prestação;
– pressupõe a existência de uma obrigação, a intenção de pagar, a possibilidade do cumprimento dessa obrigação, a existência de quem paga (o solvens) e a existência de quem recebe (o accipiens).
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V. II 2222
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.9.2. Posição da Matéria na Lei: Fontes de Obrigações Derivadas:
– as situações de fato a que a lei atribui o efeito de suscitarem obrigações, ao lado da gestão de negócios;
– a atual lei civil considera o pagamento indevido e o enriquecimento sem causa como fontes de obrigações derivadas de atos unilaterais.
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V. II 2323
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.9.3. Pressupostos do pagamento indevido:
– os contornos gerais do instituto no art. 876;
– os aspectos objetivo e subjetivo do pagamento;
– a necessidade em primeiro lugar do pagamento, o animus solvendi;
em segundo lugar, a inexistência do débito ou o pagamento dirigido a pessoa que não o credor.
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V. II 2424
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.9.4. Erro do solvens:
– a involuntariedade do adimplemento no art. 877;
– a natureza do erro, não discriminada na legislação pátria, para
viabilizar a repetição;
– indébito objetivo, erro atinente à existência da própria obrigação;
– o erro quantitativo em que cabe a restituição quando se paga mais do que se deve.
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V. II 2525
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.9.5. Pagamento de dívida condicional:
– pagamento de dívida condicional, como caso especial de pagamento indevido, de acordo com o art. 876, segunda parte.
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V. II 2626
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.10. Casos em que aquele que recebeu não é obrigado a restituir:
– os pagamentos sem substrato jurídico, “dívida judicialmente inexigível” (art. 883).
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V. II 2727
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.10.1. Dívida prescrita e obrigação natural:
– o atual Código, substitui a referência à obrigação natural, por
“obrigação judicialmente inexigível”;
– as obrigações naturais e as dívidas prescritas são judicialmente inexigíveis não conferindo
ao seu titular o direito de exigir seu cumprimento.
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V. II 2828
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.10.2. Pagamento para fim ilícito, imoral ou proibido por lei:
– não há direito à repetição quando as duas partes se
associam em causa torpe, conforme art. 883 do Código.
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V. II 2929
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.10.3. Outra hipótese de não-repetição. O art. 880:
– quem recebe pagamento por conta de dívida
verdadeira, ou inutiliza o título, ou deixa prescrever a ação cabível, ou abre mão das garantias do crédito, para ele resolvido, não é obrigado a restituir.
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V. II 3030
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.11. Pagamento indevido que teve por objeto um imóvel:
– quem transfere um imóvel em pagamento indevido pode tê-lo de
retorno, provando que incidiu em erro; volta-se ao estado anterior, incidindo os arts. 876 e 877 do Código;
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V. II 3131
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
– procedendo ambas as partes em boa-fé no negócio, o accipiens é tratado como possuidor de boa-fé (art. 878);
– o art. 879 do Código apresenta as hipóteses a serem consideradas quando da alienação do imóvel indevidamente recebido em pagamento.
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V. II 3232
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.11.1. Accipiens aliena de boa-fé por título oneroso:
– primando pela aparência, o legislador dispõe que o accipiens fica obrigado a entregar ao solvens, o preço que recebeu do adquirente.
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V. II 3333
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.11.2. Accipiens aliena de boa-fé por título gratuito:
– a lei protege o que teve empobrecimento indevido de seu
patrimônio, permitindo-lhe reivindicar o bem imóvel, ainda que o adquirente a título gratuito esteja de boa-fé.
![Page 34: 9.1. Introdução :](https://reader035.vdocuments.com.br/reader035/viewer/2022062309/568141c0550346895dad995f/html5/thumbnails/34.jpg)
V. II 3434
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.11.3. Accipiens aliena a terceiro de má-fé:
– a reivindicação é autorizada se o terceiro adquirente é sabedor do pagamento indevido, com ciência de que adquire a non domino, sendo indiferente se a alienação foi gratuita
ou onerosa, conforme o parágrafo único do art. 879;
– não tem validade aqui o princípio da boa-fé, tendo plena
aplicabilidade os princípios do domínio.
![Page 35: 9.1. Introdução :](https://reader035.vdocuments.com.br/reader035/viewer/2022062309/568141c0550346895dad995f/html5/thumbnails/35.jpg)
V. II 3535
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.11.4. Síntese:
– o art. 897 aplicado aos casos de pagamento indevido,
podendo ser estendido às aquisições a non domino; o respeito aos terceiros de boa-fé sempre que houver aparência de direito.
![Page 36: 9.1. Introdução :](https://reader035.vdocuments.com.br/reader035/viewer/2022062309/568141c0550346895dad995f/html5/thumbnails/36.jpg)
V. II 3636
9. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO
9.12. Conclusão:
– na eqüidade e nos princípios gerais de direito que
encontramos o nascedouro dos princípios do enriquecimento sem causa e do pagamento indevido;
– o pagamento indevido, é espécie do enriquecimento sem
causa, porém com disposições próprias.