9° sinageo - a dinÂmica erosiva em frutal _ mg_ anÁlise empÍrica de vertente

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  • 7/23/2019 9 Sinageo - A DINMICA EROSIVA EM FRUTAL _ MG_ ANLISE EMPRICA DE VERTENTE

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    07/01/2016 9 Sinageo - A DINMICA EROSIVA EM FRUTAL / MG: ANLISE EMPRICA DE VERTENTE

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    GEOMORFOLOGIA E EVENTOS CATASTRFICOS:passado, presente e futuro.

    Anais: Outros

    A DINMICA EROSIVA EM FRUTAL / MG: ANLISE EMPRICA DE VERTENTE

    AUTORESFerreira, J.G. (UEMG-CAMPUS DE FRUTAL) Silva, V.C. (UEMG-CAMPUS DE FRUTAL) Pinheiro, L.S. (UEMG-CAMPUS DE FRUTAL)

    RESUMOA intensa ocupao e a forma de uso do solo vm pro vocando u m processo d e degra dao de sordenado, tendo como uma das conseqnci as negativas, odesenvolvimento dos processos erosivos. Diante disso, realizou-se uma pesquisa no municpio de Frutal MG, com objetivo da utilizao de parcelas experimentais paraa quantificao de perdas de solo em reas rurais prximas cidade. Para quantificao do material erodido utilizou-se da tcnica dos Pinos de Eroso, apresentandoresultados satisfatrios.

    PALAVRAS CHAVESprocessos e rosivos p arcelas experimentai s pin os de eroso

    ABSTRACTThe intense occupation and the way of use of the soil its been causing a process of unorganized degradation, having as the one of the problems the development oferosive process. Therefore, has begun a research inside Frutal MG, having as objective the use of experimental parcels for the qualification of losses of the soil in ruralareas on the nearby of the city. For the qualification of the eroded material, was used the technique of Erosion Pines, showing satisfactory results.

    KEYWORDSerosive process experimental parcels erosion pines

    INTRODUONas ltimas dcadas a intensa ocupao e a forma de uso do solo vm provocando um processo de degradao desordenado, no havendo, em sua maioria, diagnsticodas reas sensveis a degradao ambiental. O intenso manejo inadequado do solo est sendo uma das principais causas da degradao, tanto em reas urbanas, comotambm em reas rurais. Silva (2006-a, p.14) afirma que necessrio atentar para os dias atuais, para as implicaes decorrentes dessas intervenes no ambientenatural que, muitas vezes, esto despreocupadas com as consequncias que podem ser negativas para a prpria sociedade. A agricultura uma das atividades que mais

    degradam o relevo, pois o intenso desmatamento antes do incio dessa atividade uma das aes mais preocupantes, uma vez que na maioria das vezes, prticasconservacionistas no so adotadas. Inmeras consequncias negativas so desenvolvidas atravs destas aes antrpicas, como, por exemplo, o desenvolvimento dosprocessos erosivos. Os processos erosivos so eficazes no trabalho de esculpimento do relevo, contudo esta dinmica pode ser potencializada atravs de algumasvariantes, como a textura e permeabilidade do solo, regime climtico local, topografia, uso e ocupao do solo. Dessa forma, a interveno antrpica pode resultar emdiferentes condies para a superfcie do solo um manejo inadequado permite a acelerao da eroso causando impactos ambientais muitas vezes irreversveis(PINHEIRO, 2008). Assim sendo, os estudos sobre a eroso so de grande importncia. De acordo com Guerra (2007, p.187) um dos principais objetivos em se darcontinuidade s pesquisas em eroso dos solos o de resolver os problemas oriundos desse processo, que, em ltima anlise, geram uma srie de impactos ambientais.Portanto, o presente trabalho teve por objetivo estudar os processos erosivos em vertentes, quantificando as perdas de solo no perodo de 11 meses no municpio deFrutal-MG.

    MATERIAL E MTODOSA pesqui sa buscou-se no mtodo indutivo de in vestigao, o qual parte da aceitao como ponto de partida de um caso pa rticular e para, p osteriormente, formular umenunciado geral: o empirismo tem por origem a procura de superao da especulao terica (DEMO, 1985, p.102). Utilizou-se tambm o mtodo dedutivo,possibilitando a anlise dos dados empricos. Buscou-se tambm na viso sistmica, o apoio terico-metodolgico para analisar os processos atuantes na dinmicaerosiva e, consequentemente, na perda de solos. Para quantificar a perda de solos, usou-se a tcnica dos Pinos de Eroso, por ser uma metodologia simples demonitoramentode eroso e de custo relativamente baixo, adquirindo barras finas de ferro. Esta tcnica foi proposta por De Ploey e Gabriels (1980), citados por Guerra(2005, p.34). A rea escolhida para o estudo foi uma vertente localizada na Estao de Tratamento de Esgoto ETE da Companhia de Saneamento de Minas Gerais(COPASA) no municpio de Frutal-MG. As parcelas foram instaladas em 1 m cada. Em cada parcela, foram distribudos 25 pinos de metais com 30 cm cada, sendo

    enterrados completamente no solo, ficando apenas a parte superior (colorida com tinta amarela) visvel. Para calcular as perdas de solos, utilizou-se a equao propostapor Bertoni e Lombardi Neto (1999), mostrada pela seguinte expresso: P = h . A . Ds, em que: P = perda de solo, em t.ha-1 h = mdia de alterao de nvel da superfciedo solo medida nos pinos em milmetros A = rea da parcela (m) e Ds = densidade aparente do solo (t/m). Para avaliar a susceptibilidade do solo da rea eroso,realizou- se a anlise da densidade do solo por meio do mtodo do torro, que consiste em, primeiramente, pesar o material indeformado mido e, depois seco, proceder nova pesagem e aplicar a frmula Ds = M / V, sendo Ds a densidade do solo, M a massa do solo seco e V o volume do solo. As anlises foram determinadas noLaboratrio de solos da UEMG-Campus de Frutal.

    RESULTADOS E DISCUSSOPor meio da pesquisa realizada, foi possvel analisar os fatores geomorfolgicos condicionantes na rea de estudo. Com seis parcelas distribudas na rea da pesquisa,acompanhou-se, durante o perodo de onze meses, a dinmica do processo de eroso no solo, quando este est coberto ou no e tambm quanto ao tipo de vegetao.

    As parcela s foram in staladas n o dia 02 de Abril de 20 10 e foram monitorad as quin zenalmente at 20 d e Maro d e 2011 , num perod o de onze meses, sen do estasinstaladas em 1 m cada (figura 1). Nas parcelas um e trs, houve maior perda de solo se comparadas com as outras, pois o solo no estava coberto por vegetao. Com osolo desnudo, o impacto da gota da chuva faz com que acontea a desagregao do solo, conhecido tambm como efeito splash. A partir desse processo, ocorresubseqente o processo da eroso laminar, a qual ocorre atravs do escoamento superficial difuso da gua da chuva. Quando acontece a eroso laminar, comea surgira eroso linear, que caracterizado por um escoamento concentrado da gua, atravs de linhas de fluxo bem definidas. Na rea da parcela trs, existe um soloencrostado, havendo assim, maior perda de solo. Sabe-se que superfcies encrostadas so mais compactas, apresentando maior densidade e, consequentemente, menorinfiltrao. De acordo com Guerra (2007, p.176) sobre estas crostas, ele descreve que: A grande importncia do estudo das crostas para o processo erosivo que, umavez formadas, a superfcie do solo se torna selada, diminuindo bastante a infiltrao de gua, aumentando, consequentemente, o runoff . Isso muda o sistema erosivo deelevada remoo/baixo transporte, antes de ocorrer o escoamento superficial, para baixa remoo/elevado transporte, durante a fase de escoamento superficial. Naparcela um a densidade foi de 0,70 g/ml enquanto a da parcela trs foi de 0,83 g/ml, assim, explicando a maior perda de solo na parcela trs. As parcelas dois e quatrotiveram perda de solo bem mais baixa se comparada com as parcelas um e trs. Foi possvel analisar nessas parcelas, que a vegetao foi o fator que diminuiu todo oprocesso erosivo. Nestas reas foi possvel perceber a diferena dos solos, pois houve perda de solo menor na parcela dois que na parcela quatro. Essa perda secaracterizou pela diferena da densidade do solo, logo que a densidade da parcela dois era de 0,70 g/ml enquanto da parcela quatro foi de 0,83 g/ml. A cobertura vegetalprotegeu contra o impacto das gotas de chuva (efeito splash) diretamente no solo, contribuindo para maior infiltrao e reteno da gua no solo, como tambmdiminuindo a velocidade do escoamento superficial difuso da gua da chuva, proporcionando assim, a sedimentao. Nas parcelas cinco e seis no foram constatadasnenhuma perda de solo, pois estas se diferenciavam das outras parcelas pela sua vegetao, que era do tipo mata fechada, com rvores de mdio porte, tendo bastantematria orgnica no solo (figura 2). A matria orgnica em decomposio protege o solo contra o carreamento de sedimentos pelos atuantes dos processos erosivos. Adensidade do solo deste local consiste para ambas as parcelas (cinco e seis), o mesmo valor, que de 0,81 g/ml. Vale lembrar aqui que a rea possui baixa declividade, oque explica a baixa perda de solos tambm. Com a ausncia da cobertura vegetal, o processo de escoamento superficial mais intenso e com maior velocidade cintica,acarretando consequentemente, a desagregao do solo. Nas parcelas com vegetao, os dados tambm se alteraram nos meses de precipitaes, ocorrendo o processode sedimentao. Muitos pinos de eroso foram cobertos, comprovando que a vegetao de suma importncia para o equilbrio deste processo. As razes das plantasimpedem que o escoamento acontea de forma rpida, segurando com maior tempo este escoamento, havendo maior infiltrao de gua no solo.

    Figura 1

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    Foto da Instalao dos Pinos de Eroso. FONTE: FERREIRA, J.G., 2011.

    Figura 2

    Caracterstica do local das parcelas 5 e 6 mata fechada com matria orgnica. Foto: PINHEIRO, L. S. 2010

    CONSIDERAES FINAISLevando em considerao os objetivos propostos para a presente pesquisa, constatou-se que as tcnicas empregadas mostraram-se ao final da pesquisa, resultados

    satisfatrios para o estudo dos processos erosivos nas vertentes. Os Pinos de Eroso, sendo uma tcnica simples e barata, possibilitou uma anlise dos fatoresgeomorfolgicos atuantes nas vertentes, verificando que o relevo est em constantes mudanas. Por meio do uso das parcelas experimentais, com diferentescaractersticas, foi possvel caracterizar os processos atuantes no relevo. Notou- se a atuao do processo erosivo em diferentes maneiras, sendo possvel analisar comexatido a dinmica erosiva. Portanto, ao final da pesquisa, chegou-se a concluso de que a vegetao um dos fatores mais importantes no equilbrio do processoerosivo. Com a retirada da vegetao para as prticas antrpicas sem o devido manejo adequado do solo, altera-se a dinmica erosiva, havendo desequilbrio no sistemado relevo.

    AGRADECIMENTOSA FAPEMIG, pela op ortunidad e de desenvolver pesquisa de in iciao cientfica como a luna bolsista. A UEMG Camp us de Frutal , pelo apoio nos proced imentos dapesquisa. A CIA de Saneamento de Minas Gerais COPASA / FRUTAL que nos cederam a rea para realizarmos a pesquisa, fornecendo tambm os dadospluviomtricos mensais. Ao Prof. Dr. Alynsson Takehiro Fujita, atualmente professor efetivado da UEMG Campus de Frutal, que atravs do seu conhecimento, foi possvelrealizarmos a anlise do solo.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICABERTONI, J LOMBARDI NETO, F. Conservao do Solo. So Paulo : cone, 2005 5 edio.

    BORGES, P. A Evoluo dos Processos Erosivos na Bacia do Ribeiro Alam Grei SP: uma Contribuio ao Planejamento Ambiental. 2009. 121 f. Dissertao (Mestradoem Geografia) - Instituto de Geocincias e Cincias Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2009.

    DEMO, P. Introduo metodologia da Cincia. Editora Atlas S.A, So Paulo, 1985.

    GUERRA, A. J. T. O Incio do Processo Erosivo. In: GUERRA, A. J. T. SILVA, A. S. da BOTELHO, R. G. M. (Organizadores) Eroso e conservao dos solos: conceitos,temas e aplicaes. 2 ed., Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. Cap. 1, p. 17-50.

    _______ _______ _. Processos Erosivos nas Enco stas. In: GUERRA, A. J. T. CUNH A, S. B. da. (Organi zadores) Geomorfologia: U ma Atualizao de Bases e C onceitos, 7Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. 472p.

    PINHEIRO, L. S. Anlise da Dinmica Plvio-Erosiva na Bacia Hidrogrfica do Crrego da gua Branca (SP). 2008. 111 f. Dissertao (Mestrado em Geografia) - Institutode Geocincias e Ci ncias Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Cl aro, 2008.

    SILVA, J. B. da. Avaliao da Perda de Solo por Fluxo Superficial Utilizando Parcelas Experimentais: Estudo de Caso na Bacia Hidrogrfica do Crrego do Glria emUberlndia MG. 2006. 147 f. Dissertao (Mestrado em Geografia) - Instituto de Geografia UFU Uberlndia, 2006-a.