8. verminose ovina ii

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PROFº M Sc. GUILHERME COLLARES

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PROFº M Sc. GUILHERME COLLARES

CONTROLE DA VERMINOSE OVINA

CONTROLE DA HELMINTOSE OVINA

Controle da Verminose

Conhecimento da epidemiologia da verminose:

Ovos não eclodem em baixas temperaturas;

Larvas sobrevivem por alguns meses nas pastagens, mas são bastante sensíveis à dessecação e baixas temperaturas;

As larvas não se desenvolvem em hospedeiros erráticos;

Larvas L1 e L2 não se desenvolvem, mesmo quando ingeridas pelo hospedeiro preferencial;

As L3 apresentam cutícula dupla e não se alimentam no meio ambiente;

Mudanças bruscas de temperatura agem de forma negativa para as larvas infectantes, pois obriga estas larvas a consumirem mais rapidamente suas reservas energéticas.

Epidemiologia da verminose ovina

Resposta imunológica aos parasitas

Controle da Verminose

Conhecimento do grau de contaminação das pastagens:

Solos arenosos facilitam a movimentação das larvas (maior porosidade); Solos argilosos dificultam a movimentação das larvas;

Terrenos em declive tendem a ser mais contaminados;

Medidas aplicáveis na fase de vida livre

Adequada carga animal por unidade de área

Rodízio de potreiros – descanso

Roçadeiras mecânicas ou biológicas

Separar animais jovens de adultos – evitar cordeiros junto com terneiros

Descontaminação de pastagens por pastoreio alternado entre bovinos e ovinos

Medidas aplicáveis à f. de vida parasitária

Controle baseado no sistema de criação:

Extensiva

Semi-Intensiva

Intensiva

Uso de anti-helmínticos;

Seleção de raças ou mesmo animais resistentes e cruzamentos de raças;

Utilização de anti-helmínticos

Fatores a considerar: Época do ano; Tipo de infecção; Idade dos animais

Condições de eficácia dos anti-helmínticos: Ser eficaz na maioria dos casos; Ser de amplo espectro; Isenção de toxicidade; Ser bem tolerado; Não causar efeitos colaterais; Ser palatável (quando por via oral); Baixo custo;

Sucesso do tratamento anti-helmíntico: Aplicação da via e técnica adequada;

RESPOSTA À INFECÇÃO

Resposta aos Parasitas

Os ovinos apresentam três tipos diferentes de comportamento frente às infecções parasitárias de acordo com Woolaston e Baker (1996):

RESISTENTES - A habilidade do indivíduo de suprimir o estabelecimento dos parasitos ou até mesmo de expulsar naturalmente as larvas;

RESILIENTES - Capacidade do hospedeiro de manter os níveis de produção mesmo sob infecção parasitária, e

SUSCEPTÍVEIS - Inabilidade do indivíduo em controlar a infecção parasitária e de apresentar perdas de produção.

Produção x Resistência

ÍNDICES ZOOTÉCNICOS x PRODUTIVIDADE

RESISTÊNCIA

SELEÇÃO ANIMAL x RAÇA

PROGRAMAS DE CONTROLE

DA VERMINOSE OVINA

Tratamentos curativos

Tratamento quando ocorrem sinais clínicos ou mesmo morte;

Mesmo que os animais se recuperem normalmente, já houve perda produtiva e alta contaminação das pastagens;

Tratamentos regulares

Baseados em exames laboratoriais e também no método Famacha:

Técnica qualitativa de Gordon & Whitlock – determinação do

grau de infecção do rebanho, permitindo que se recomende a dosificação antes de um grande nº de animais estar com OPG muito alto (evitando alta contaminação das pastagens);

Cultura de larvas – para identificar os gêneros de helmintos que estão ocorrendo, bem como determinar a sazonalidade dos vermes.

Obs.: É um dos métodos mais eficazes, OPG e Cultura de Larvas, desde que realizado mensalmente, aliado aos dados epidemiológicos.

Interpretação do OPG ovino

TIPO DE INFESTAÇÃO O.P.G.

Leve < 350

Moderada 400 – 950

Moderada a Pesada 1000 – 1950

Pesada > 2000

FAMACHA

Algumas parasitoses, em especial a hemoncose causam intensa anemia, que pode ser avaliada através do hematócrito, método mais confiável para identificação desta alteração;

Malan & Van Wyk (1992) observaram a correlação entre a coloração da conjuntiva ocular, o valor do hematócrito e a incidência do parasita hematófago Haemonchus contortus, Van Wyk et al. (1997) associaram então os valores de hematócrito com diferentes colorações da conjuntiva ocular, desenvolvendo um cartão contendo cinco classificações distintas de coloração, cada uma destas associadas a uma faixa específica de valor do hematócrito, com confiabilidade superior a 95%;

A este cartão (Figura 1) e aos métodos de utilização deste, deu-se o nome de Famacha®, em homenagem a um de seus idealizadores, o Dr. Faffa Malan (FAffa MAlan CHArt), que investigou vários animais fotografando a mucosa ocular destes, em diferentes graus de anemia, e determinou o valor do hematócrito correspondente (MALAN et al., 2001);

Para a verificação da cor da mucosa ocular, o examinador deve expor à conjuntiva como mostra a Figura 2, pressionando a pálpebra superior com um dedo e abaixar a pálpebra inferior com outro. Deve-se evitar a exposição parcial da terceira pálpebra e do olho. O ideal é observar a coloração na parte mediana da conjuntiva inferior, comparando-a com as cores do cartão.

Tratamentos estratégicos

Programa desenvolvido ainda nos anos 90, utilizado quando as estações do ano são perfeitamente distintas;

Baseia-se na aplicações dos tratamentos antes que se espere um aumento significativo da população de parasitas em épocas do ano pré-determinadas;

Tratamento estratégico e OPG

JANEIRO

AH – alto poder

residual e largo

espectro

MARÇO

AH – alto poder

residual e largo

espectro

ABRIL – DEZEMBRO

OPG

Apenas tratamentos estratégicos

JANEIRO

AH – alto

poder residual e largo

espectro

MARÇO

AH – alto

poder residual e largo

espectro

MAIO

AH – alto

poder residual e largo

espectro

JUL

AH – alto

poder residual e largo

espectro

SET

AH – alto

poder residual e largo

espectro

NOV

AH – alto

poder residual e largo

espectro

Tratamentos táticos

Utilizados sempre que as condições ambientais favoreçam o surgimento de surtos verminóticos;

Ex.: excesso de chuvas; rotação de potreiros; concentração de animais

Quando da compra e introdução de animais, medicá-los e deixá-los presos na mangueira por cerca de 8 horas antes de soltá-los a campo – evitar a contaminação das pastagens com novas cepas.

Manejo para cordeiros desmamados

Preparação de área livre e roçada para o desmame, previamente pastejada com bovinos ou equinos por 2 – 3 meses;

Fazer uma dosificação no desmame com anti-helmíntico com alto poder residual para Haemonchus contortus e amplo espectro e deixá-los presos na mangueira por 8 h antes de conduzí-los ao potreiro;

Havendo altas infecções, poder ser necessária a troca de potreiro;

O controle deve ser intensificado no final do verão e outono, devido à maior prevalência de vermes.

MEDIDAS GERAIS DE CONTROLE

Medidas gerais de controle

Vigilância intensificada do rebanho no final do verão e outono;

Quando houver dosificações, todos os ovinos devem ser tratados;

Não manter no mesmo potreiro categorias de animais altamente suscetíveis, como cordeiros e terneiros;

Não utilizar albendazole e oxfendazole durante o acasalamento e gestação para não prejudicar os índices reprodutivos;

O cálculo de doses deve ser feito com base nos animais mais pesados de cada categoria;

Antes e após o tratamento, por um período de cerca de 8 horas, os animais devem permanecer na mangueira – descontaminação das pastagens;

Revisar periodicamente as pistolas dosificadoras, aferindo-as e limpando cuidadosamente após usá-las. A utilização prolongada desse material, sem manutenção, pode acarretar a aplicação de sub-doses dos tratamentos.