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É inegável o esforço das cidades da América Latina paraencontrar modelos de desenvolvimento que permitam superaros sérios problemas que, em matéria de sustentabilidade, têmenfrentado durante anos. Nos últimos anos, observa-se umrenovado compromisso de governos, autoridades locais,organizações não-governamentais e a opinião pública emgeral para realizar ações e programas que permitam atenderàs demandas acumuladas do desenvolvimento urbanosustentável.

Com este fim, tem se levado adiante múltiples experiênciaspositivas, conhecidas como Melhores Práticas, originadas nosetor público ou privado, com as quais têm se alcançadoelevar a qualidade de vida de diferentes assentamentos

humanos, e que vale a pena serem apresentadas em outros lugares a fim de compartilhar aslições aprendidas e adotar modelos próprios de desenvolvimento.

Pensando nisso, o Foro Iberoamericano e do Caribe sobre Melhores Práticas desenvolveu asérie de publicações “Aprendendo da Inovação”, que busca inspirar praticantes e tomadoresde decisão para a execução de trabalhos similares, sucetíveis de serem implementados na suarealidade particular, bem como o de promover relações e intercâmbios entre pessoas einstituições preocupadas com o tema. As unidades (Nodos) subregionais do Foro divulgamnestas publicações o conhecimento que têm adquirido por meio do seu trabalho com MelhoresPráticas.

Se dá continuidade à atenção de uma das necessidades identificadas pela pesquisa realizadapelo Foro em 2002, entre governos nacionais e locais, atores trabalhando em projetos demelhoramento urbano e participantes do Prêmio Internacional de Dubai sobre Melhores Práticaspara Melhorar as Condições de Vida, onde ficou em evidência um vazio na divulgação deconhecimento sobre o tema dos assentamentos humanos.

Também destaca-se como suporte deste produto editorial o interesse demonstrado pelos quetrabalham em ONGs, prefeituras, diversas instâncias dos governos, organizações internacionais,setor privado e acadêmicos, sobre projetos de desenvolvimento exitosos na América Latina eo Caribe.

Agradeço aos sócios do Foro Iberoamericano de Melhores Práticas por fazer possível estapublicação bem como seu constante compromisso com a melhora das condições de vida nascidades da região.

Anna Kajumulo TibaijukaDiretora Executiva do UN-Habitat

PRÓLOGO

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Foro Iberoamericano y del Caribesobre Mejores Prácticas

Aprendiendo de la Innovación

8. DESENVOLVIMENTO LOCAL

2005

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DESENVOLVIMENTO LOCAL

HHS/902/07EISBN: 978-92-113-1926-2ISBN: 978-92-113-1890-6

RESPONSABILIDADE

As designações empregadas e a apresentação do material desta publicação nãoimplicam a expressão de nenhuma opinião por parte do Secretariado das Na-ções Unidas com respeito ao estatuto legal de nenhum país, território, cidade ouárea, ou de suas respectivas autoridades, ou com respeito à delimitação de fron-teiras ou limites, nem mesmo ao sistema econômico ou nivel de desenvolvi-mento. As análises, conclusões e recomendações da publicação não refletem,necessáriamente, os pontos de vista do Programa das Nações Unidas para osAssentamentos Humanos (UN-Habitat), do Conselho de Governo do UN-Habitatou de seus Estados Membros.

Realização: Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM)

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ÍNDICE

APRESENTAÇÃO .............................................................................................................................................................. 5

1. INTRODUÇÃO AO TEMA ............................................................................................................................................ 7

1.1 Descrição geral do tema ...................................................................................................................................... 7

1.2 Breve histórico do tema .................................................................................................................................... 10

1.3 Desafios apresentados pelo tema ...................................................................................................................... 12

1.4 Ações relacionadas ao tema .............................................................................................................................. 14

1.4.1 Na América Latina .................................................................................................................................. 14

1.4.2 No Brasil ................................................................................................................................................. 15

2. APRENDENDO COM O BEST PRACTICES ............................................................................................................. 17

2.1 Descrição de Melhores Práticas de interesse para o tema ................................................................................. 18

2.2 Lições aprendidas com as Melhores Práticas .................................................................................................... 32

2.3 Avaliação e recomendações sobre as lições aprendidas .................................................................................... 36

3. TRANSFERINDO O APRENDIZADO DO BEST PRACTICES ............................................................................ 37

3.1 Exemplos e análise de transferências promovidas ............................................................................................ 37

3.2 Avaliação da viabilidade de transferência do aprendizado do Best Practices na região ................................... 40

3.3 Recomendações de política referentes ao tema, baseadas nas experiências do Best Practices. ........................ 41

4. CONCLUSÃO ........................................................................................................................................................... 43

5. CONTATOS E FONTES PARA MAIORES INFORMAÇÕES ................................................................................ 43

6. TABELAS .................................................................................................................................................................... 45

NOTAS AO TEXTO.......................................................................................................................................................... 51

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................................... 52

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APRESENTAÇÃO

O presente trabalho, desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal –IBAM, é parte integrante das atividades do Fórum Ibero-Americano e do Caribe, que, atravésdo UN-HABITAT, está patrocinando uma série de publicações denominada “Learning fromInnovation”.

O objetivo principal dessa publicação é estimular patrocinadores e tomadores de decisão parao uso efetivo do conhecimento do Banco de Dados do Best Practices a respeito dos temasselecionados, despertando a replicabilidade das boas e melhores práticas desenvolvidas naAmérica Latina. Outros objetivos adicionais podem ser observados como: estabelecer a ligaçãoentre especialistas que trabalhem com questões relacionadas à área temática da publicação,desenvolvendo uma análise das lições aprendidas das boas e melhores práticas inscritas noBanco de Dados do Best Practices e facilitar a transferência através da disseminação de idéias,promovendo contato entre organizações latino-americanas que atuem na mesma área.

O tema escolhido aborda a experiência latino-americana sobre desenvolvimento local.Entendendo-se como uma integração dos recursos disponíveis de maneira sustentável, odesenvolvimento local é um valioso instrumento de combate à pobreza em razão de poderproporcionar um incremento da geração de emprego e renda.

A realização deste trabalho demonstrou que o conjunto de práticas selecionadas é capaz deoferecer valiosos ingredientes sobre a experiência latino-americana em desenvolvimento local,enfatizando a prioridade do tema para os governos da região poderem incrementar políticasbem-sucedidas.

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1. INTRODUÇÃO AO TEMA

O interesse pelo desenvolvimento local nasúltimas décadas está relacionado a razõeseconômicas, sociais e políticas.

A geração de trabalho e renda através doincremento de pequenos empreendimentoslocais vem ganhando consistência comoalternativa possível para os países emdesenvolvimento e de economia periférica,sobretudo quando considerada a fragilidadedos estados para continuar empreendendopolíticas econômicas convencionais.

Sob o aspecto social, os indicadores nessespaíses vêm refletindo os efeitos doinsuficiente crescimento econômico, com oconseqüente aumento da pobreza, que, porsua vez, vem sendo enfrentado por políticassociais compensatórias, nem sempresuficientes para superar os problemas sociaisdecorrentes.

Sob o aspecto político, as comunidades,assim como as instituições locais estão sendomobilizadas e compelidas a se habilitaremcomo sujeitos do desenvolvimento, reali-zando ações ou criando condições para suarealização com vistas ao desenvolvimentosustentável.

1.1 Descrição geral do tema

O tema tem sido exaustivamente focalizadopor instituições nacionais e internacionaisdedicadas ao estudo e fomento do desenvol-vimento econômico e do desenvolvimentourbano, entendendo-se que o desenvol-vimento local depende da capacidade deintegrar os recursos disponíveis e potenciaisde um dado território, mobilizando-os deforma sustentável para a satisfação dasnecessidades e equacionamento dosproblemas básicos de sua população.

Quanto aos recursos, se referem aos recursosfísicos, compreendendo os recursos naturais

e as infra-estruturas econômicas, técnicas esociais existentes no território; aos recursoshumanos, compreendendo a qualificação daforça de trabalho, o empreendedorismo e aparticipação cidadã; aos recursos socio-culturais, relativos ao nível de organizaçãosocial, cultura e identidade local; e aosrecursos econômico-financeiros, relativos aotecido empresarial local e ao volume decapital a ele atrelado.

A acepção de local, no que tange ao território,é considerada relativa, sendo assim, umbairro é local em relação a uma cidade, e,uma região, em relação ao Estado ou a umpaís. Trata-se de um espaço socialmenteconstruído com base territorial delimitada(segundo critérios geoeconômicos, geopo-líticos e geoambientais). O local é vistotambém como um espaço social onde seconformam comunidades e constroem-seidentidades territoriais.

Para um processo de desenvolvimento localsustentável, tem-se definido como referênciageopolítica o município. Esta definiçãoocorre principalmente pela existência deautoridades locais, com legitimidade políticaconferida através de processos eleitorais paraa organização dos serviços públicos e aregulação dos assuntos de interesse local.

Não obstante, tendo como referência omunicípio, são sempre abordados, principal-mente em termos econômicos, suas relaçõescom a região e os potenciais internos de cadacomunidade.

Nessa perspectiva, são configuradas trêsescalas de desenvolvimento local - regional,municipal e comunitário – as quais deter-minam formas de integração diferenciadasentre os diferentes atores sociais. A escalaregional recupera o potencial de integraçãoe identidade territorial dos municípios de umaregião, com a formação de mercadosregionais e de integração do marketingpúblico.

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O município representa, por sua vez, a escalaadministrativo-territorial à qual estãoassociados os atores locais e onde seconcretizam as iniciativas econômicas.

A terceira escala é a das comunidades ondese desenvolvem as alternativas de cooperati-vismo e associativismo voltadas à realizaçãode atividades econômicas ou sócio-comunitárias com impactos sócio-econô-micos, reforçando a identidade e auto-estimade um bairro, distrito, assentamentoresidencial ou de alguma parcela territorialrepresentativa do município.

Independentemente da escala, o desenvol-vimento econômico, sob a ótica local, éconsiderado também um processo dearticulação social que visa:

• a inserção de todos os segmentossociais a novas dinâmicas econômicase política-culturais;

• a geração e consolidação das iniciativasempreendedoras locais;

• a harmonização e regulação dasrelações entre cidadãos, comunidade eempresa em seu contexto sócio-ambiental;

• a construção da sustentabilidadeeconômica das atividades locais.

A noção de desenvolvimento local integradoe sustentável, que ora se difunde, secontrapõe às estratégias de desenvolvimentode caráter concentrador e, baseada na grandeempresa. Trata-se de um novo enfoque debaixo para cima, de caráter difuso, comdiversas fontes de propagação e efeitos defluência e sustentado por fatores não somenteeconômicos, mas também sociais, culturais eterritoriais, conforme apresentado porCOELHO (1), que indica as principaiscaracterísticas deste novo enfoque:

• maior preocupação com distribuição derenda, sustentabilidade ambiental,melhoria de qualidade de vida, melhoriade relações de trabalho e satisfação das

necessidades básicas;• potencialização dos recursos próprios;• desenvolvimento mais equilibrado

territorialmente;• descentralização política e gestão

democrática local;• iniciativas de desenvolvimento local de

articulação do tecido produtivo e degeração de trabalho e renda paraenfrentar a pobreza e a segregaçãosocial;

• criação de um entorno institucional,econômico, social, político e culturalpara desenvolver o potencial local.

Para melhor caracterizar o tema, leva-se emconsideração alguns conceitos a eleassociados, como abordados a seguir:

• Cooperação e capital social

Por capital social entende-se “a capacidadede organização de uma dada sociedade, ouseja, a capacidade das pessoas deestabelecerem relações de confiança, decooperação, de associação em torno deinteresses comuns” , significando também“cooperação ampliada, acumulada ereproduzida socialmente”, conforme citadopor SILVEIRA (2).

O capital social é também definido como oconjunto de normas e valores que regem asinterações entre os indivíduos, incluindo-seas instituições que governam a sociedade.

De fato, a existência de instituições estáveise regras claras de regulação das atividadeseconômicas, oferece condições para agarantia da execução dos contratos, facilitaa gestão de conflitos, limita as práticasmonopolistas e assegura que as infraçõessejam penalizadas e, portanto, desenco-rajadas.

Facilita também a transmissão da informaçãoe, portanto, a difusão e reprodução das boaspráticas, aumentando assim a sinergia entreas empresas locais. A essas regras formais,

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juntam-se ainda elementos informais, comoconfiança mútua e reputação, que fortalecema interação - fundamental nos arranjosprodutivos – entre as redes de empresas.

• Parcerias e rede

Entende-se por parceria a relação decooperação entre órgãos de governo,organizações da sociedade e de mercado quepossibilita alcançar resultados, bem comocompartilhar esforços e benefícios deprogramas e projetos de desenvolvimento.Constitui importante ferramenta demodernização de políticas públicas através daqual se objetiva assegurar o interesse público.Nos processos de desenvolvimento local, aimportância da parceria é enfatizada porenvolver a agregação de valor e a mudançade comportamento que se realiza durante ocurso da ação empreendida.

A rede, por seu turno, representa a formainstitucionalmente estruturada de organizaçãode atividades, inclusive econômicas, baseadana coordenação de relacionamentoscooperativos sistemáticos que se estabelecementre agentes.

Reconhece-se, no que se refere ao processode construção de redes, que a metodologia dedesenvolvimento econômico local devatrabalhar de forma específica os diversoscampos de políticas públicas capazes de criareste entorno institucional, político,econômico e cultural, potencializando osrecursos locais.

• Mobilização produtiva do território earranjos produtivos locais

Nos enfoques que acentuam a dimensãoeconômica do desenvolvimento local, ganhatambém destaque a questão da mobilizaçãoprodutiva dos territórios e, mais especifica-mente, o tema dos arranjos produtivos locais.

Arranjos produtivos locais (APL) sãoconsiderados um tipo particular de cluster,

formado por pequenas e médias empresas,agrupadas em torno de um negócio ouserviço de um mesmo setor, onde se enfatizao papel desempenhado pelos relacionamentos– formais e informais entre empresas edemais instituições envolvidas. As firmascompartilham uma cultura comum einteragem, como um grupo, com o ambientesociocultural local. Essas interações, denatureza cooperativa ou competitiva,estendem-se além do relacionamentocomercial e tendem a gerar, além de ganhosde escala, economias externas associadas àsocialização do conhecimento e à reduçãodos custos de transação. Caracteriza-se aindapor sua organização incipiente e também porsua identidade reconhecida internamentepelos próprios atores locais e, externamente,por sua projeção além do nívelmicroeconômico representado pelasempresas.

No Brasil, os arranjos produtivos locais são,em grande parte, produtores de bens deconsumo populares, artigos básicosconsumidos pela massa de trabalhadores.Uma pequena fração é exportada, sendo amaior parte da produção destinada aomercado interno.

Esses arranjos, em geral, nasceram à margemdo estado, sem políticas de incentivo público.A especialização regional verificada nagrande maioria dos territórios foi consolidadaantes de ter-se tornado objeto de atenção porparte dos atores públicos, de acordo comanálise do SEBRAE (3).

Com esse enfoque, no âmbito das políticaslocais de desenvolvimento, vem sendoenfatizada, mais recentemente, a constituiçãode entornos territoriais inovadores paraimpulsionar o desenvolvimento do potencialeconômico local. Para tanto, vem sendorequerida a articulação estratégica de atorespúblicos e privados com vistas à criação deinstrumentos institucionais referenciadosterritorialmente para a promoção empresariale produtiva.

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• Sustentabilidade

A noção de sustentabilidade, associada à dedesenvolvimento, vem sendo ampliada emdiferentes vertentes: político-institucional,onde são consideradas as questões dademocracia participativa com a ampliação daesfera pública; socioeconômica, envolvendoos desafios relativos à equidade, inclusãosocial e aos novos padrões de produção-circulação-consumo; ambiental, contem-plando as questões referentes à preservaçãoe recuperação da biodiversidade; e cultural,tratando dos aspectos da sociodiversidade.

No desenvolvimento local, são particular-mente enfatizados os aspectos doprotagonismo das bases da sociedade e doresgate do potencial econômico e deorganização social e política da populaçãolocal, seja região, cidade ou bairro.

A partir dessas noções, o desenvolvimentoeconômico local sustentável visaria alcançarbenefícios eqüitativos do desenvolvimentoe garantir uma estabilidade de longo prazo noemprego e na geração de renda de umalocalidade.

• Protagonismo local e desenvolvimentosustentável

O desenvolvimento sustentável não prescindedo protagonismo local. O próprio ambientesociocultural de onde emergem os atoreslocais – as pessoas e instituições que, nocampo político, econômico, social e cultural,se constituem em sujeitos do desenvol-vimento local – propicia o surgimento dessesagentes. Caracteriza-se uma relação depertencimento entre eles e o território. Sãoelementos conhecedores da realidade local e,integrantes da estrutura social local.

Os atores locais são assim, líderes políticos,empresariais ou comunitários dotados decapacidade e unicidade de ação e que atuamna concepção e na condução de atividades de

desenvolvimento e bem estar da comunidade.Sua proximidade e envolvimento com osproblemas e potencialidades locais fazemcom que os atores locais constituam o eloindispensável entre o desenvolvimento e oprotagonismo local.

1.2 Breve histórico do tema

A América Latina e o Caribe, com umapopulação da ordem de 527 milhões dehabitantes em 2001 (Tabela 1), apresentou,nas últimas décadas, um processo deurbanização particularmente dinâmico,havendo a população urbana regionalcrescido 240% no período 1970-2000. Aconcentração da população nas áreas urbanas,que era de 42% em 1950, passou a 75% em2000.

A região passou a ser a mais urbanizada domundo em desenvolvimento e algumas desuas cidades figuram entre as maiores domundo.

No entanto, em relação ao desenvolvimentoeconômico, os resultados alcançados ficaramaquém dos desejáveis. No período 1990-2004, a taxa média anual de crescimento doPIB foi de somente 2,7%, ou seja, cerca demetade da taxa de 5,5% correspondente aoperíodo de 1950-1980. Ao mesmo tempo, odesempenho da América Latina e o Caribenos anos noventa foi claramente inferior aode outras regiões em desenvolvimento, aexemplo do Sudeste da Ásia que se expandiua uma taxa média de 6%, conformedocumento das Nações Unidas (4).

A região, em relação aos paísesdesenvolvidos, continua a apresentar umagrande distância em termos de produto percapita (Tabelas 2 e 3), além da persistênciada situação interna de desigualdade dedistribuição de renda (é a região maisdesigual do mundo), de elevados índices depobreza e da indigência. Em 2002, apopulação abaixo da linha de pobreza era de

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44% (Tabela 4), correspondendo a cerca de210 milhões de pessoas, dos quais 153milhões nas áreas urbanas.

Por sua vez, a abertura comercial, aliberalização dos mercados financeirosnacionais e a crescente liberalização dosfluxos de capitais com o exterior criaramnovas oportunidades para economias latino-americanas, mas geraram, por outro lado,cenários de incerteza e instabilidade nocrescimento local dos países da região.Verificou-se, como conseqüência, um notávelaumento do desemprego – de 6,9% docomeço dos anos noventa para 10,0% em2004. Este aumento do desemprego esteveacompanhado pelo crescimento dainformalidade, que determinou que, durantea última década, 70% do aumento doemprego estivesse concentrado nos setoresinformais, com expressiva parcela ematividades de subsistência, segundo asNações Unidas (5).

Nesse contexto, a geração de trabalho e rendaatravés de pequenos empreendimentos locaisvêm ganhando consistência na região, comoalternativa possível concebida pelos atoreslocais dos países que a integram.

As Tabelas 5 e 6 mostram que 96% dasempresas de países latino-americanos sãomicro e pequenas empresas (até 50empregados), detendo 56,5% do emprego dototal de estabelecimentos e 77% sãomicroempresas (até 5 empregados), detendo27,4% do emprego do total de estabele-cimentos.

Os setores pobres representam, assim, umpotencial significativo de trabalho e demercado na região.

Constatou-se que a comunidade local, atravésde seus atores e a cidade como marcoterritorial e de gestão, passaram a suprir, emcerta medida, as lacunas deixadas pelo estadoformal e tradicional. Compõe-se, assim um

novo sistema de decisões sobre o desenvol-vimento, que fortalece as micro-decisões nacomunidade e localidades, articuladas com asde caráter macro.

A cidade torna-se reconhecida, dessa forma,como a dimensão operativa para a gestaçãode processos de melhoramento da qualidadede vida, conforme JORDAN (6).

Sua funcionalidade, segundo ainda o autor(7) poderá limitar ou facilitar aspossibilidades de inserção mundial daseconomias latino-americanas, com especifici-dade regional, ou seja, de uma integração apartir da diversidade, que gere opções eoportunidades para o alcance de melhoresníveis de vida e desenvolvimento.

Daí a importância que hoje têm osmunicípios para o desenvolvimentosustentável das cidades da região. A Tabela7 mostra, em 17 países da região, o númerode municípios, que totaliza 16.392 entesgovernamentais.

Por ser ao mesmo tempo o último escalão doaparato do estado e o primeiro degrau deacesso ao sistema público por parte docidadão, o governo local ocupa um lugarprivilegiado para o desenvolvimento e ofortalecimento da democracia, a construçãoda cidadania, a extensão do direito à cidadea todos seus habitantes e também a melhoriados padrões de vida de seus habitantes.

No Brasil, de acordo com estudo do InstitutoBrasileiro de Administração Municipal –IBAM (8), novas abordagens sobre odesenvolvimento local passaram a serformuladas e experimentadas somente nasegunda metade dos anos 90, trazendo umdiferencial significativo: a busca de umaintervenção territorializada, onde não se trataapenas de realizar um projeto isolado, mas degerar um conjunto de projetos e açõescontinuadas, a partir da mobilização dosdiferentes atores presentes nos respectivosterritórios.

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Além de ações em parceria e de carátermultisetoriais, formulou-se uma perspectivasistêmica de articulação socioinstitucional esocioprodutiva para transformação dosterritórios, tendo os atores locais comoprotagonistas, possibilitando, assim, criarbases consistentes para uma sustentabilidadeampliada do desenvolvimento.

Foi nessa perspectiva - e tendo algumasexperiências embrionárias como referência -que um conjunto amplo e plural deformuladores e gestores - agentes dasociedade civil, órgãos governamentais eorganismos internacionais- veio a construir,no Brasil, a noção de Desenvolvimento LocalIntegrado e Sustentável - DLIS, que ganhouseu primeiro corpo no “Fórum Nacional deApoio ao Desenvolvimento Local, Integradoe Sustentável”, no período de 1997 a 1999.

A partir dessa época, a trajetória dodesenvolvimento local no Brasil pode serresumida nos seguintes tópicos:

• criaram-se ou consolidaram-se estraté-gias e programas com diferentesabordagens e metodologias, associadasa perspectivas sistêmicas de desenvol-vimento com base territorial.

• ampliaram-se as iniciativas, que vêmsendo experimentadas em diferentesescalas – sub-municipais, municipais,microrregionais etc.

• surgiram centros de capacitação(formação de facilitadores, multiplica-dores, agentes de desenvolvimento),estudos e pesquisas, em diferenteslugares do país, relacionados aos temasbásicos do desenvolvimento local.

• ao final de 2002, a primeira Expo BrasilDesenvolvimento Local contribuiupara revelar a vitalidade dos temas e dasexperiências ligadas à perspectiva dedesenvolvimento local sustentável: dasparcerias orgânicas à democraciaparticipativa, do microcrédito aosarranjos e cadeias produtivas, da

relação urbano-rural-ambiental àrelação local-global, além dos riscos,desafios e dificuldades identificadas.

Vale apontar, ainda, no caso do Brasil, osurgimento de arranjos produtivos locais, apartir do colapso do crescimento do país nosanos 1980, em meio à crise do modelofordista e à crise fiscal brasileira e suasconseqüências prejudiciais sobre o emprego.

Os APLs em geral nasceram à margem doEstado, por iniciativa das pessoas excluídasdo mercado formal de trabalho e semalternativa de sobrevivência, com escassosrecursos próprios, sem crédito e orientação,organizando-se em pequenas unidadesprodutivas, a grande maioria, estritamentefamiliares.

Os APLs estão presentes em todo o territóriobrasileiro, nas grandes, médias e pequenascidades, confundindo-se com as mesmas, nocaso das pequenas e médias, ou, com seusbairros, no caso das grandes. Fazem parte dasidentidades desses territórios e, portanto, seudesenvolvimento significa o desenvol-vimento das respectivas comunidades,estando estreitamente relacionado aodesenvolvimento local. Envolvem um grandenúmero de pessoas, com proporção signifi-cativa da população economicamente ativa.Polarizam outras cidades, gerando uma redeintegrada com forte potencial de crescimento.

1.3 Desafios apresentados pelo tema

O trabalho de desenvolvimento local esbarraem grandes dificuldades, particularmentepela prevalência da política macroeconômicaassociada aos grandes agregados e vinculadaàs políticas voltadas às grandes empresas.

Estas dificuldades se situam, em primeirolugar, na ausência de uma base de informaçãoeconômica desagregada que permita umaanálise mais apurada da economia local. Emsegundo lugar, na formulação de programas

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econômicos descentralizados, quer em suadimensão financeira, com a ampliação defundos regionais envolvendo entidadesprivadas e governos locais (para ampliar acobertura e dar solidez ao sistema degarantias), quer em uma dimensão político-institucional, com a formação de agências dedesenvolvimento local voltadas para aprestação de serviços a este nível.

Como a estruturação das áreas urbanizadasna região se associa à existência de umvínculo entre desenvolvimento econômico edesenvolvimento da cidade, é necessário ummelhoramento constante no nível de serviçose equipamentos públicos para se alcançar umaumento nos benefícios e na produtividade daatividade econômica.

Sob a ótica da sustentabilidade, isto significaconsiderar as condições materiais implícitasnas dimensões do desenvolvimento urbanopara alcançar graus crescentes de funciona-lidade nas cidades.

Além disso, resulta chave para os desafiosque virão, a acumulação de capital social e aquestão de mudanças e transformações nagovernabilidade.

Contudo, não se vem trabalhando em nívelnacional, na medida das necessidades, umaorganização institucional que ampare o novopapel do município de promotor dodesenvolvimento econômico, principalmente,tendo em conta o número de municípios daregião.

Deste modo, o conceito de desenvolvimentoeconômico local como ação coordenada,descentralizada e focalizada, destinado aativar e melhorar, de maneira sustentável, ascondições de vida dos habitantes de umalocalidade, e no qual o desenvolvimentoestimula a ampla participação de todos osatores relevantes, resume os seguintesdesafios, conforme apontados porCOELHO (9):

• a mobilização de recursos humanos efinanceiros locais, permitindo aacumulação local através de pequenosempreendimentos, do associativismo,do direcionamento da ação local àintegração do mercado popular, com ocircuito de acumulação que surge coma reestruturação econômica;

• criação e fortalecimento de iniciativaseconômicas municipais para melhorar ainfra-estrutura produtiva, permitindoaumentar suas escalas econômicas;

• capacitação de agentes regionaispúblicos e privados para ofereceremopções de integração municipal eregional que privilegiem a utilização derecursos endógenos;

• fortalecimento de ambientes decooperação, tais como fóruns,consórcios e outras formas deorganização capazes de construirparcerias de forma democrática, porparte dos novos atores do processo:empreendedores locais, bancos eagências regionais, cooperativas eórgãos públicos locais e ONGs, dentreoutros;

• estruturação de políticas socioeco-nômicas regionais que integremcircuitos produtivos agrários e urbanos;

• fortalecimento do governo local comopromotor do desenvolvimento e daparticipação organizada da comunidade;

• criação de ambiente propício àformulação de planos estratégicos dedesenvolvimento local.

Portanto, um dos maiores desafios seencontra na mudança de papel do governolocal - de autoridade administrativa parapromotor do desenvolvimento econômico,uma vez que esta não é uma área em que eleatue tradicionalmente, pois as questõeseconômicas estariam afetas ao âmbito deatuação federal ou estadual. Este desafiovem sendo enfrentado por muitasadministrações locais que, na ausência de

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políticas nacionais de desenvolvimento, e emface ao agravamento da situação da pobrezae do desemprego em seus territórios, vêminovando a administração local e desenvol-vendo novas atividades de promoção dodesenvolvimento econômico local, quepermitam elevar o padrão de vida de seushabitantes.

No atual modelo de globalização, este novopapel do município vem carecendo dereferenciais nacionais, onde as questões dodesenvolvimento econômico e do debate dadescentralização envolvido mereceriam serreavaliados.

1.4 Ações relacionadas ao tema

1.4.1 Na América Latina

O apoio aos pequenos empreendimentos, quegeram a maior parte do emprego na região,constituiu-se em uma preocupaçãoimportante de muitos municípios latino-americanos. Como eixo programático de umaagenda urbana sensível à pobreza, o interessedos países em prover espaços produtivos nosassentamentos subnormais já se concretizouem importantes experiências na AméricaLatina.

Em Villa El Salvador (Lima, Peru), aintenção de reservar espaço para um parqueindustrial se concretizou desde o início desseassentamento de 324.000 habitantes,regularizado em 1971. Entretanto, odesenvolvimento posterior de Villa ElSalvador não conseguiu atrair uma atividadeindustrial significativa. A iniciativa dedesenvolver este parque industrial contoucom o apoio permanente de organizações nãogovernamentais e internacionais. Para acionaro projeto foi criada, em meados dos anosnoventa uma oficina de desenvolvimentolocal e um centro de desenvolvimentoempresarial. Os industriais se encontramassociados e, hoje, a Autoridade Autônomado Parque Industrial é uma entidade público-

privada. Em que pese a descontinuidade doprojeto associada a flutuações de apoiopolítico e, a uma escassa capacidade técnicada municipalidade, para apoiar o processo,foram gerados mais de 12.000 empregosnesta área em que habitam famílias deescassos recursos.

Outro exemplo é o do município deCórdoba, Argentina, que impulsionou acidade como promotora de seu desenvol-vimento econômico, centrando seu interesseno apoio às micro, pequenas e médiasempresas. O Plano Estratégico de Córdoba(1995-2000) foi formulado de formaparticipativa para alcançar uma integraçãoentre os atores públicos e privados. Desseprocesso participam 200 organizações.

Foi estruturado um arranjo institucional parapromover o desenvolvimento produtivo,composto pela Subsecretaria de Desenvol-vimento Econômico da Municipalidade, aAgência para o desenvolvimento Econômicoda Cidade de Córdoba (da qual participam omunicípio e o setor privado); e umaincubadora de empresas (com a participaçãode duas universidades). Este processo foiafetado por um lado, por uma coordenaçãoinadequada com o governo provincial enacional, e por outro lado, por uminsuficiente compromisso do setor privadocom relação à cadeia produtiva local.

A experiência de Cajamarca, Peru, que tratade participação democrática e deplanejamento, também é merecedora deatenção. A municipalidade promoveu, em1992, convênios de cooperação com umaampla gama de atores locais (ONG, empresas,universidade, igreja, estado, organizaçõessociais, etc.) com o objetivo de criar umaMesa Diretora e seis Mesas Temáticas,posteriormente formalizadas, visando oplanejamento local do desenvolvimento.

Ainda que o processo tenha sofridopercalços, inclusive com o afastamento da

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prefeitura, os acontecimentos serviram deprecedente para a retomada de um novoprocesso que deu lugar à elaboração do PlanoDiretor de Desenvolvimento RegionalCajamarca 2010, cujo objetivo principal é ocombate à pobreza. Depois de cumprir váriasfases, no último evento denominado Fórumde Mesas Temáticas, consolidaram-se osprodutos de todas as mesas e se iniciou aelaboração do Plano Diretor de Desenvol-vimento Regional Cajamarca 2010, aprovadoem 2000, com força legal.

Além das experiências isoladas, paraenfrentar a situação desfavorável do mercadode trabalho, muitos países da regiãoimplementaram políticas de emprego, que,todavia, demonstraram uma eficáciarelativamente reduzida para o equacio-namento do problema da pobreza urbana.

A maioria dos países dispõe de programasnacionais que concedem crédito, capacitaçãoe apoio a unidades produtivas pequenas.

O BANCOSOL, primeiro banco comercial daBolívia, orientado a micro-financiamento, foifundado em 1991 por um organismo sem finslucrativos com apoio do BID. Hoje é aentidade de micro financiamento maisimportante da América Latina e o Caribe,com mais de 80.000 créditos e uma carteirade US$75 milhões.

A Financeira Calpia teve apoio inicial do BIDem 1991 para estender sua ação aos microempresários de El Salvador. Em 1994, estaONG se converteu em entidade formalintermediária, sendo, atualmente, uma dasorganizações mais importantes neste campo,com mais de US$22 milhões em créditosconcedidos para 29.000 clientes. Aumentouainda sua ação para operar com depósitos depoupança e cartão de crédito.

Por fim, podem ser citados os fundos deinvestimento social (FOSIS no Chile, FIS naBolívia, FISDL em El Salvador) que

instrumentaram programas mais específicospara gerar emprego e renda em áreas depobreza e vulnerabilidade.

Durante a década de noventa, os recursos eresponsabilidades para desenvolver estesprogramas de emprego foram transferidos aosmunicípios ou a outras entidades de nívelsubnacional. Entretanto, as experiênciasmunicipais neste campo foram, até omomento, em escala menor, e de efetividadelimitada pela aguda insuficiência de recursosfinanceiros e técnicos para esse fim,conforme verificado pelas Nações Unidas(10).

1.4.2 No Brasil

A criação, no âmbito do Instituto Brasileirode Administração Municipal - IBAM , deuma rede de desenvolvimento local integradoe sustentável vem permitindo acompanhar eregistrar os avanços alcançados em relação aodesenvolvimento local. De acordo comSILVEIRA(11), desde a década de 1990 vemocorrendo um florescimento de iniciativaslocais, na forma de ações e projetosrelacionados ao combate à pobreza, àdesigualdade ou à exclusão, em camposestratégicos de políticas públicas.

Desde então, cresceu a percepção danecessidade de registro e visibilidade de todoeste leque de experiências localizadas,constituído a partir de diferentes vetores efocos temáticos. Pesquisas, construção debancos de dados de projetos, identificação deboas práticas, premiações de projetos eexperiências (sobretudo de iniciativasmunicipais) começaram naquele período apermear o cenário.

Surgem também esforços de criação deespaços e fóruns de debates que, entre seusobjetivos, incluem a circulação e disse-minação de práticas inovadoras, como fatorde aprendizagem e construção de referências.Desse modo, associada à idéia de disse-

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minação de experiências, aparece a hipóteseda multiplicação de ações que seriamexemplares.Foi, também, elaborada, pelo IBAM, umaMetodologia de redes para o desenvol-vimento econômico local – REDEL –constituindo-se num guia para orientar aimplantação de ações de cooperação e dedifusão de apoio ao processo de desenvol-vimento local.

No contexto da política industrial maisampla, o governo federal recentementeincluiu o desenvolvimento dos ArranjosProdutivos Locais - APL como uma dasestratégias de política industrial, contandocom a atuação do SEBRAE que já se fazpresente, de forma contributiva, em cerca de230 APLs disseminadas em todo o territórionacional.

Constituem objeto das ações previstasaquelas concentrações empresariais dedi-cadas a um certo tipo de produto – calçados,confecções, móveis, alimentos, máquinas,componentes, serviços – que surgiram emtodo o país, permitindo o aproveitamento devantagens comparativas localizadas.Sua transformação em redes empresariais, nabusca de vantagens competitivas constitui oobjetivo do projeto APL.

Com o objetivo de contribuir para o aumentoda capacidade competitiva das pequenasempresas produtoras de bens serviçosintegrantes dos APL, as linhas de ação visam:

• construção de uma dinâmica de distrito- melhorar a capacidade local deatuação em favor do desenvolvimentocompetitivo das empresas, tanto dasinstituições quanto dos empresários, emuma ótica de cooperação

• desenvolvimento da produção e daempresa - apoiar os processos dereorganização da produção daspequenas empresas, melhorando suacompetitividade

• busca de acesso a novos mercados -facilitar o acesso a mercados e aidentificação ou o fortalecimento doscanais apropriados

• promover a inserção das empresas maisdinâmicas no mercado nacional einternacional

• Como exemplo, podem ser citados osseguintes Arranjos Produtivos Locais

• Pólo de confecções de Tobias Barreto– SE (43.172 hab. em 2000)

• Constituído por 492 empresas,contando com 2.500 empregados e3.000 provedores ou unidadesfamiliares, é voltado à confecção deprodutos de cama, mesa e banho eartigos para recém-nascidos

• Paragominas PA (76.450 hab.),integrante do Pólo de móveis do Pará

• Constituído por 70 unidades produtorasde móveis e utensílios de madeira

• Pólo de confecções de moda íntima deNova Friburgo – RJ(173.418 hab)

• Constituído por 600 estabelecimentosformais e informais, com participaçãode 20% na produção nacional delingerie

• Pólo de couro e calçados de CampinaGrande – PB (355.331 hab.).

Constituído por 615 empresas, das quais 468operam na informalidade, conta com o apoiodo Centro nacional de Tecnologia do couroe do calçado Albano Franco – CENATEC,localizado em Campina Grande.

O SEBRAE também identificou, nos últimosanos, as práticas bem sucedidas em prol dodesenvolvimento local implementadas pelosgovernos locais, através do Concurso PrefeitoEmpreendedor, uma iniciativa que teve lugara partir do ano de 2000.

Em quase todas, a preocupação dasadministrações locais focava a questão dodesemprego. Muitas estão voltadas àpromoção de atividades do agro-negócio.A título de exemplo, apresenta-se a seguir umbreve resumo dessas experiências.

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• Tubarão – SC – “Santo de casa aqui fazmilagre”

• Voltado a ampliar a perspectivacomercial das empresas locais a partirde pesquisa que identificou os setorescom maior potencial de desen-volvimento do município (móveis,confecções, mercados de bairro eturismo rural)

• Sorriso – MT – Distrito industrial NovaPrata

• Com a maior área de soja plantada domundo, o município criou o distritoindustrial e concedeu incentivos (ofertade infraestrutura e incentivo fiscal),resultando no aumento do nº deempresas no município

• Mossoró – RN – Calendário de eventos• A prefeitura incrementou o turismo

local através da instituição de umcalendário de eventos e de sua promo-ção, construindo também espaçosadequados para sua realização,inclusive um teatro

• Anteriormente a administração localhavia desenvolvido o Projeto Caprinoo-vinocultura, através do qual incentivavae apoiava a atividade no âmbitomunicipal

• Sobral – CE – Projeto Trabalho Pleno• Consiste na articulação do financia-

mento às micro e pequena s empresas;no apoio à formação de empresas e àcolocação da mão-de-obra desempre-gada;criação de nova cultura agrícola(pimenta tabasco) no perímetro irrigadodo Município(Jaibaras), gerandoocupação e renda para a populaçãodesfavorecida

• Teresina – PI – Pólo de Moda eShopping Natureza

• Com o objetivo de criar novosempregos e novas oportunidades detrabalho, o projeto contemplou asseguintes ações: implantação de infra-estrutura física, apoio ao empreende-dorismo, divulgação, implantação dehorta comunitária e elaboração do

Plano de Desenvolvimento Sustentávelde Teresina – Agenda 2015

• Nazareth da Mata – PE – 12 Projetospara Diversificar a Economia

• O município partiu de um diagnósticoreal das potencialidades locais. Osprojetos, relacionados com o microcrédito, turismo e cultura, tendo porobjetivo gerar renda e emprego, tiveramsua administração compartilhada com ainiciativa privada e ONGs. Foi criadauma Agência de Trabalho paradirecionar o trabalhador desempregado.

• Cabaceiras – PB – Pacto Novo Cariri• Com ações voltadas para a ovinoca-

prinocultura, produção leiteira eturismo, o projeto conta com o apoio doSEBRAE, parceria com 31 municípiosda região do Cariri, Programa Leite doEstado PB, Fome Zero e Fórum deDesenvolvimento Local.

Compreende: melhoramento genético dorebanho, beneficiamento da pele e do leite,programa de apoio à produção de forragens,usina de leite (instalada pela Associação dosCriadores de Caprinos e Ovinos deCabaceiras) e promoção do turismo.

Como atividades de apoio ao turismo podemser citados os festivais e festas (“Festival decaprinos e Ovinos”, “Festa do Bode Rei”,“Festival Nacional de Buchadas”, dentreoutros), a criação da Companhia de Culturado Município, o tombamento do centrohistórico de Cabaceiras e a criação de áreade preservação ambiental.

2. APRENDENDO COM O BESTPRACTICES

As práticas descritas neste item foramselecionadas do Banco de Dados do BestPractices , a partir de temas relacionadoscom o desenvolvimento local, tais comoRedução da Pobreza, Governança Urbana eDesenvolvimento Econômico. A Tabela 8

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lista essas práticas, inscritas entre 1996 e2006, todas de origem latino-americana.

2.1 Descrição de Melhores Práticas deinteresse para o tema

Programa de Agricultura Urbana emCuenca e sua periferia - Cuenca,Equador (Boa Prática-2000)

Iniciado em Janeiro de 1998, o Programa deAgricultura Urbana em Cuenca – PAUCconta com a participação de 28 Instituições,com ações direcionadas a Projetos deProdução e Comercialização Sustentável deHortifrutigranjeiros, incluindo legumes,frutas, cereais, fertilizantes e pequenosanimais.

O executor do projeto é a Prefeitura deCuenca e, os principais parceiros, aAGROSERVET (instituição privada), quefornece assistência técnica e a FundaciónABITIERRA (ONG), que colaborafinanceiramente e tecnicamente.

Com recursos do Programa, foi financiada aCooperação Técnica em agricultura urbanadurante 2 anos. Os demais custos e despesascom as atividades relacionadas ao Projetoforam realizados por cada instituiçãocomponente da equipe do Projeto.

O Programa utilizou, também, fundosoriundos do Projeto HABITAT, para apoiaros grupos comunitários produtores,proporcionando aos mesmos financiamentosa taxas de juros correspondentes a 2% a.a..

Foram selecionadas terras de propriedadeprivada e pública, nas regiões urbana eperiférica de Cuenca com o objetivo deinduzir a população local à utilização dasáreas sub-utilizadas, tanto para a produção delegumes e frutas, quanto para a criação depequenos animais, havendo sido cedidasáreas públicas com essa finalidade.

Uma equipe interinstitucional atua nacoordenação das atividades do Programa,trabalhando em 4 áreas de interesse comum:na comercialização, na tecnologia susten-tável, na capacitação e nos Projetos deReciclagem (de materiais orgânicos proce-dentes dos terrenos públicos e dos mercados).

Cerca de 189 famílias, apoiadas porInstituições, passaram a produzir alimentosorgânicos, para comercialização e consumopróprio, utilizando-se das facilidades criadaspelo Programa.

O desenvolvimento de todas as atividadesenvolve cerca de 833 pessoas, incluídosestudantes e jovens sem qualificação eaposentados.

Os resultados produtivos foram significa-tivos, beneficiando direta e indiretamentecerca de 3.000 pessoas com inclusão social.

Com o objetivo de melhorar e incentivar asformas de participação das comunidadeslocais, no que tange à cidadania, gestãoambiental e garantia de alimentação, estãosendo incorporadas aos Planos de Utilizaçãodo Solo e à Legislação Urbana local asdiversas modalidades de atuação vivenciadaspelo Programa.

Programa de Desenvolvimento Social,garantia de alimentação e reciclagem emTomé – Chile (Boa Prática-2000)

O propósito fundamental deste Programaconsiste em reduzir a pobreza urbana,utilizando uma combinação de váriasestratégias, relacionadas ao desenvolvimentosustentável, de cunho ambiental, econômicoe social.

O executor do Projeto é o Governo local comas seguintes parcerias: Centro de Educacióny Tecnologia - CET, Gobierno Regional,International Council for LocalEnvironmental Initiatives – ICLEI e

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Corporación para el Desrarollo de Santiago( Municipalidad de Santiago).

Para atingir as metas do Programa, foramutilizadas as seguintes estratégias:

• identificação das rendas, obtidas peloshabitantes da cidade, destinadas a supriras necessidades das suas famílias;

• seleção dos recursos materiais etécnico-científicos disponíveis; e

• avaliação da capacidade dos habitantes,para participar de Programas pertinen-tes aos da natureza proposta.

Foram promovidas atividades de educaçãosocial e ambiental, sendo que o Programaprivilegiou o envolvimento das mulheres,devido ao seu papel fundamental na obtençãode bem-estar para suas famílias e, também,por sua espontaneidade na participaçãovoluntária em programas desta natureza.

Foram também implementadas a coletaseletiva de lixo e a produção de compostocom base nas experiências desenvolvidaspelo Centro de Estúdios y Acción Ambiental– CEAA, da Argentina.

Como consequência das estratégias adotadase, devido à troca de experiências entre asmulheres de diferentes posições sociais, tantodo ponto de vista familiar, quanto docomunitário, foram obtidos os principaisresultados práticos:

• melhoria significativa da garantia dealimentação das famílias pobres;

• aumento da renda per capita dasmulheres que vivem na cidade; e

• melhorias na qualidade de vida, devidoao uso mais racional dos espaçosreferentes às áreas dos edifícios, àscalçadas e aos bairros em geral, doponto de vista do meio ambiente e dodesenvolvimento sustentável.

• Os esforços, despendidos na educaçãosocial e ambiental, proporcionaram:

• a intensificação da coleta seletiva delixo assim como, também, a consoli-dação dos conhecimentos, por parte dapopulação envolvida, a respeito deprodução de alimentos, nutrição,garantia de alimentação e gestãoambiental;

• a conscientização da comunidade e dasorganizações locais, no sentido depromover a criação de associaçõeslocais, que possam representá-los,atuando, conjuntamente, com asGestões municipais.

Por fim, foi obtido apoio financeiro dogoverno regional, o que motivou o acordoformal entre o Programa, la Universidad deConcepción, o Consórcio Latinoamericanosobre Agroecologia y Desarrollo – CLADESe CET, para dar início, na região, ao projetoTransição para uma Cidade Sustentável.

Programa Soja Solidária em Berazategui– Argentina (Melhor Prática – 2004)

O Programa consiste em incentivar aparticipação conjunta da comunidade e doGoverno Local, visando a melhoria daqualidade de vida da população local, atravésdo fomento da educação alimentar enutricional, baseados no consumo deprodutos e alimentos derivados da soja,utilizados como elementos de prevenção eatenção à saúde.

O executor do Projeto é o Governo Local eas principais parcerias realizadas foram coma Casa de la Mujer del Mercosur –CAMUMER(ONG) e com instituiçõesfinanceiras e empresas do setor privado.

Foi dimensionada, de maneira simplificada,a demanda das famílias em situação de riscoalimentar e, concomitantemente, buscou-se aparticipação de empresários e entidades jáenvolvidas em outras ações sociais.

Foram convocados para capacitação eintegração da equipe do Programa auxiliares

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técnicos tais como: estudantes de medicina,nutricionistas, comunicadores visuais,psicólogos, assistentes sociais e operadorescomunitários, além de instituições sociaiscom experiência relacionadas ao objetivo doPrograma.

Neste sentido, foi estabelecida parceria como setor privado para capacitar o pessoaltécnico envolvido no Programa, com ênfasena educação alimentar, principalmente, noaspecto referente às mudanças de hábitosalimentares, já que não existia o hábito deconsumo deste produto, responsabilizando-se, também, a instituição pela distribuiçãodas sementes de soja.

Outra parceria importante foi a realizada coma ONG Casa de la Mujer del Mercosur, queorganiza seminários e congressos sobre otema do Programa, divulgando, desta formaseus resultados e, também, financiandogastos correntes de interesse do Programa.

Os principais alvos das ações e atividadesdesenvolvidas foram: os chefes de famíliadesempregados, restaurantes comunitários,creches e jardins de infância comunitários,bairros em situação de risco, escolas maisdesfavorecidas, centros e associações deaposentados e associações de terceira idadeem geral..

Os operadores comunitários e multipli-cadores, formados no âmbito de cadainstituição envolvida no Programa, fazem aavaliação e monitoramento das atividades decada área.

O governo local incentiva o consumo dosprodutos derivados da soja, promovendo aimplantação de hortas comunitárias,conjuntamente com o fornecimento desementes de soja, sendo também incentivadosa produção e o consumo de verduras ecereais.

Em síntese, as principais realizações doprograma consistiram na introdução deatividade de processamento de alimentos àbase de soja, concessão de incentivos(fornecimento de sementes), implantação dehortas comunitárias e na implantação deprocessos de recolocação de postos detrabalho direcionados, principalmente, aoschefes de família desempregados.

O sucesso do empreendimento, em grandeparte, se deveu à colaboração do Governolocal, que, além de se responsabilizar pelaampla divulgação do Programa, também, tevepapel fundamental, na convocação dasinstituições civis atuantes em atividades derecolocação direcionados aos chefes defamília desempregados.

O Programa já envolveu 93 instituições dacomunidade, com participação diretaestimada de 2.100 pessoas.

Vale registrar, também, que 290 líderescomunitários, formados pelo Programa, sãoamplamente reconhecidos na comunidade,sendo, inclusive, requisitados para trabalhose atividades em outros bairros e instituições.A elaboração de produtos e alimentos,confeccionados à base de soja, tornou-se umaatividade sistemática de mecanismo paramelhorar a saúde e incentivar o desenvol-vimento sustentável da comunidade.

Programa de Agricultura Urbana emRosário – Argentina (Premiada – 2004)

O Programa de Agricultura Urbana – PAUfoi iniciado em fevereiro de 2002, comoforma de diminuir os impactos causados pelacrise econômica na Argentina em 2001 que,somente em Rosário, elevou o nível depobreza a 70%, com o objetivo de promoverProjetos auto-sustentáveis, a partir damobilização da comunidade em atividades de

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produção, transformação, comercialização econsumo de alimentos sadios.

O executor do projeto é o Governo local emparceria com o Centro de Estudios deProducciones Agroecológicas (ONG).

Destacam-se como principais açõespromovidas pelo Programa:

• a implantação de 791 hortas comuni-tárias; e

• a criação de uma rede de economiasolidária composta de 342 gruposprodutivos, que participam em 3 feiraslocais por semana.

• Como resultado das ações obteve-se:• a participação direta de 10.000 famílias

na produção de verduras orgânicas, quealém do consumo próprio, abastececerca de 40.000 pessoas;

• geração de renda mensal da ordem deUS$ 40 a US$ 150;

• a alta qualidade dos produtos; e• a melhora da paisagem urbana e das

condições de vida dos bairros.• Com os trabalhos e atividades desen-

volvidos, tornou-se também possível:• aumentar a produção para novos cli-

entes, tais como Restaurantes Popu-lares;

• possibilitar às famílias pobres acessoà posse de terrenos produtivos;

• institucionalizar a Agricultura Urbana –como política pública do GovernoLocal; e

• agregar e incentivar a participação deoutros setores da economia local taiscomo: fabricação de ferramentas ecercas de cimento.

A excelência das atividades do Programa, olegitimaram como Projeto permanente.

Estratégias Sociais: Cooperação e Criaçãode Redes Sociais no Município de MonteCaseros – Argentina (Boa Prática – 2000)

O Programa foi iniciado em 1995, tendocomo idéias centrais o fortalecimento dopoder de decisão dos municípios e o

estabelecimento de uma nova relação entre oGoverno e a Sociedade.

O executor do Projeto é o Governo local eos principais parceiros são: a Compañia deAbastecimento de Agua para Corrientes,Escuela Técnica Pedro Ferré e a SecretariaNacional de Desarrollo Social.

As principais estratégias adotadas foram:

• criação de condições para coordenaçãoe negociação, no âmbito dos Projetosdesenvolvidos na Comunidade, entre osvários atores sociais participantes(empresas, ONGs, Instituições Civis eAssociações de Bairro); e

• mudança no organograma do GovernoMunicipal, para incluir as Coordena-dorias necessárias.

Os principais Projetos desenvolvidos seencontram listados a seguir:

• Recuperação de Espaços Arborizados ePreservação das Árvores.

• Criação e Manutenção da Infra-estrutura de Turismo da Área.

• Criação de Espaços de Recreação paraos Jovens.

• Estímulo à Comunidade para participa-ção em Eventos Cívicos, Culturais eSociais.

• Criação da Oficina de Produção(produtos agrícolas): 216 projetosapresentados, 188 avaliados, 115selecionados (cerca de US$ 563 milaplicados), 92 empresários formados,211 empregos mantidos e 183 novosempregos criados.

• Geração de Emprego: 7 Projetosproporcionaram a geração de 1.460novos empregos.

• Atenção à Mulher.• Estímulo à Associação de Bairros: 47

Projetos de infra-estrutura para osbairros.

• Acesso à Moradia Digna: 206 novasmoradias e 100 moradias reconstruídas.

• Controle e prevenção de Acidentes noTráfego

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Comunidades de produção em domicílio edesenvolvimento local em Manágua –Nicarágua (Boa Prática – 1996)

Iniciado em outubro de 1992, o Programaconsistiu em capacitar e financiarcomunidades de baixa renda de Manágua,incentivando um processo participativo esustentável, para gerar uma gestão autônomade seu próprio desenvolvimento, direcionadoà melhoria da qualidade de vida nacomunidade.

O executor do Projeto é a Asociación deComunidades Urbanas Productivas (ACUP)René Cisneros e as principais parcerias foramrealizadas com: o Instituto Nicaragüense parael Fomento Municipal – INIFOM, NaçõesUnidas, La Comunidade Europea y Suécia,Banco de Vivenda Nicaraguense – BAVINIC,Vivienda Productiva, Fondo de Inversiónpara Emergencia Social – FISE e Voluntáriosde Naciones Unidas en Nicarágua.

A Associação ACUP geriu um fundo rotativoque proporcionou créditos para atividadesprodutivas e para habitação, além da provisãode outros serviços e atividades comunitáriaspara a melhoria das condições de vida local.

Os resultados alcançados são descritosabaixo:

• 2.400 empregos (novos e mantidos);• 2.150 famílias aumentaram sua renda;• 800 mulheres receberam financiamento

para desenvolver atividades produtivas;• 6 associações de bairro foram criadas;• 500 conexões de água e esgoto

instaladas; e• 300 casas construídas em mutirão.

O sucesso deste Programa deveu-sefundamentalmente à colaboração dosparceiros envolvidos, principalmente no querespeita aos fundos financeiros, tanto paraatividades de fomento como para asatividades sociais. A mobilização dos

parceiros assim como a participaçãoorganizada de todos os agentes envolvidos,conforme foi realizado nesta prática, facilitaa previsão dos fluxos financeiros necessáriosao seu desenvolvimento, bem como adisponibilidade tempestiva dos recursosnecessários.

Realocação dos vendedores ambulantes,para recuperação dos espaços públicos doCentro Histórico de Lima – Peru (MelhorPrática – 2000)

O Programa foi criado, principalmente, parapromover a recuperação do centro históricode Lima, sujeito, por décadas seguidas, àdegradação e ocupação desorganizada dosespaços públicos.

O executor do Projeto é o Governo local,auxiliado diretamente pela MunicipalidadMetropolitana de Lima, tendo como parceriafinanceira a iniciativa privada local.

Tendo como base os principais objetivosestratégicos, estabelecidos pelo GovernoLocal, quais sejam: a ordem, a segurança e alimpeza, o Prefeito e sua equipe fixaram asseguintes metas, destinadas à recuperação docentro da cidade e das condições de moradia:

• desocupar, recuperar e revitalizar osespaços públicos ocupados pelosvendedores ambulantes;

• reassentar e integrar os ambulantes àeconomia formal e melhorar suascondições de vida; e

• promover a melhoria da qualidadeambiental no centro histórico.

A equipe de execução do Programa foiformada por habitantes da cidade, com acoordenação e apoio da Prefeitura, setorfiscal, defensoria pública e da polícianacional. Organizaram-se 20 operações,distribuindo-se as equipes de acordo com onúmero de ambulantes de cada área (mínimode 90 e máximo de 1.200).

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Além dos recursos financeiros municipais,firmou-se, também, parceria com a iniciativaprivada para o financiamento da construçãodos centros comerciais.

Os principais resultados do Projeto foram:

• a ordenação da cidade e a revitalizaçãodo uso do solo;

• o incremento do investimento privado(as obras no centro histórico aumen-taram 800%);

• a melhoria das condições de habita-bilidade urbana;

• os vendedores melhoraram suascondições de trabalho e começaram aprogredir comercialmente;

• o organismo municipal recobrou oprincípio de autoridade com capaci-dade operacional e de gestão;

• economia com gastos de limpezapública na zona recuperada;

• construção de 50 centros comerciais,para realocação dos ambulantes(149.000 m2);

• 10% dos ambulantes permaneceram nocentro em postos de venda padroni-zados, incorporados à sua infraestruturaturística;

• recuperação de 15 praças e parques, 5passeios e avenidas e 194 estradas;

• valorização dos bens imóveis da áreaem até 6 vezes; e

• fortalecimento da cultura empresarial

O projeto destacou que a realocação dosvendedores ambulantes deve ser consideradacomo parte de um processo extenso econtínuo de reordenação urbana das ativi-dades econômicas e de serviço, dentro daestruturação da economia da cidade.Portanto, concluiu que as políticas municipaisdevem incluir linhas promocionais de açãodirigidas ao micro e pequeno empresário.

Desenvolvimento Econômico, Justiça Sociale Cidadania em Vitória da Conquista –Brasil (Melhor Prática – 2004)

O Programa foi iniciado em 01/01/1997, como estabelecimento das prioridades da gestão

municipal direcionadas para a recuperaçãodas finanças e da estrutura administrativa domunicípio, para que o mesmo voltasse a terautonomia política.

O executor do Projeto é o Governo local comas parcerias do Forum Intersindical e Populare do Sindicato dos Servidores Municipais deVitória da Conquista.

Estabeleceu-se o Orçamento Participativo,com consultas permanentes à sociedade, queem reuniões com os membros da GestãoMunicipal, decidiam sobre a aplicação dosrecursos públicos.

O processo participativo evidenciou aimportância do entendimento, em primeirolugar da necessidade de cobrança deimpostos e, em segundo, dos benefícios desua aplicação, em termos de melhorias dequalidade de vida e da garantia desustentabilidade do desenvolvimento local.

As principais medidas tomadas foram:

• execução de planejamento financeiro efiscal, visando o pagamento das dívidase a obtenção do equilíbrio do orça-mento;

• estabelecimento de alíquotas dosimpostos proporcionais à renda; e

• isenção de impostos para os pobres.

As experiências administrativas forampositivas, gerando os seguintes resultados:

• equilíbrio do orçamento;• liquidação das dívidas;• pagamento dos salários atrasados de 5

meses; e• incremento dos recursos próprios e

externos.

Destaque-se que os resultados alcançados,devem seu êxito, em parte significativa, aduas medidas paralelas: a otimização dafiscalização e à flexibilização dos impostose taxas.

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O sucesso, alcançado pelo programa deVitória da Conquista lhe valeu o reconhe-cimento nacional, que resultou em 5premiações, correspondentes às áreas deadministração pública, cidadania, atenção àinfância, adolescência e saúde.

O Programa de Fortalecimento Financeirocom Justiça Social e Cidadania recebeu, daFundação Ford/FGV, o Prêmio Adminis-tração Pública e Cidadania.

Cidade Flor – Solidariedade econõmicacom comunidades de baixa renda emMaracás – BA - Brasil (Melhor Prática –2004)

O Programa foi concebido a partir da aptidãonatural da cidade de Maracás, conhecidanesta região do estado da Bahia com o nomede Cidade Flor, devido a suas vantagensambientais, traduzidas em um clima e solopropício ‘a implantação de empreendimentosde floricultura.

O Governo local, atento à necessidade demelhoria na qualidade de vida da população,viu neste aspecto uma oportunidade para ageração de emprego, para as famílias debaixa renda, dando início em 1998 àmobilização de recursos para a implantaçãodo Programa Cidade Flor, que já em 2002,apresentava resultados.

O executor do Projeto é o Governo local eas principais parcerias foram realizadas com:o SEBRAE, a Caixa Econômica Federal, aCompanhia de Engenharia Rural da Bahia, oConsórcio Intermunicipal do Vale deJiquiriçá, a Companhia de Desenvolvimentoe Ação Regional, a Secretaria de Agricultura,Irrigação e Reforma Agrária, a EmpresaBaiana de Desenvolvimento Agrícola, aAssociação dos Trabalhadores Rurais doBoqueirão, a Associação Comunitária Bairrode São Mateus e a Associação dos PequenosFloricultores de Maracás.

As principais ações empreendidas foram:

• cessão de terrenos;• introdução de técnicas de cultivo; e• serviços de consultoria.

O Governo do Estado da Bahia financiou aaquisição das primeiras incubadoras, câmarase caminhões refrigerados.A prefeituraproporcionou apoio financeiro, através daAssociação Comunitária Bairro de SãoMateus, o que permitiu a 25 famílias iniciara produção.

As atividades de produção são desenvolvidaspor associações comunitárias (Associaçõesde Floricultores, organizadas a partir dainscrição dos interessados em Centros Sociaise sua posterior capacitação), jardins privadose pequenos produtores independentes, aosquais é proporcionado acesso ao transporteadequado do produto para seu destino emSalvador, apoio administrativo e técnico eaconselhamento comercial.

Os principais resultados alcançados foram osseguintes:

• 219 famílias trabalhando, hoje, nestaatividade;

• 4 associações de produtores• 18 famílias cultivando em seus próprios

jardins;• criação de um Bosque com vegetação

nativa e árvores frutíferas;• proteção dos mananciais do rio Jiquiriça

(plantação de mais de 5.000 árvores naárea); e

• geração de novas oportunidades denegócios, no ramo do vestuário e decerâmica.

Este conjunto de experiências indicaclaramente que o salto qualitativo provocadopelo Programa Cidade Flor na economia deMaracás consolidou este processoirreversivelmente, ensejando a reprodução deseus efeitos em outras realidades emcondições similares.

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Gestão Municipal participativa emParanavaí - PR - Brasil (Boa Prática –2000)

O Programa foi concebido e implementadopela Prefeitura, com o objetivo de adotar umaadministração pública responsável eparticipativa com vistas à melhoria daqualidade de vida da população de Paranavaí.

O Governo Local foi auxiliado diretamentepelo Forum Permanente para o Desenvol-vimento de Paranavaí e a UAMPAR –Associação de Vizinhos de Paranavaí.

Especificamente, os objetivos estabelecidosforam: desenvolvimento das diversascolaborações; desenvolvimento dos recursoshumanos e fomento à capacidade deliderança; descentralização administrativa efinanceira, mobilização de recursos,transparência; e democracia e participaçãocidadã.

As principais ações desenvolvidas foram:

• criação do Forum de Desenvolvimentoe do Conselho de Desenvolvimento deParanavaí - CODEP;

• concepção e implemetação do Orça-mento Participativo;

• reforma administrativa com o estabele-cimento do Gestor Municipal e doConselho Diretor, através dos quaiscomeça a participação efetiva dacomunidade nas decisões adminis-trativas; e

• execução do Programa “Introdução aoorçamento participativo nas áreas deEducação, Saúde e Atenção Social”.

O programa foi conduzido com recursosfinanceiros do próprio município, contando,ainda, com a cooperação dos seguintesprogramas Sociais do Governo Federal eEstadual: PSF - Programa de Saúde daFamília, PAC – Programa Agentes Comuni-tários, Vilas Rurais, Atuação Sanitária, Saúde

Infantil nas Escolas, Sorria Alegremente, DaRua para a Escola e Sistema de Gestão deInformação.

Na Gestão da Informação, o propósito écolocar a informática à disposição dapopulação, bem como a capacitação nece-ssária à sua utilização.

Foi implementado ainda o Programa deRenda Mínima, que outorga às famílias maisdesfavorecidas um complemento de renda,além de formação técnica e apoio para inserirseus membros no mercado de trabalho.

O Forum Permanente para o Desenvol-vimento de Paranavaí viabiliza a participaçãode uma forma ampla, desde a formulaçãoinicial das idéias até a execução final,envolvendo os conceitos de colaboração,mobilização social, igualdade e inclusãosocial e os aspectos financeiros e de retornodos investimentos.

Como resultado das ações empreendidas,foram registradas mudanças importantes naatitude e no comportamento dos cidadãos emconjunto, com uma participação real dapopulação nos diversos projetos e com suaincorporação nos processos de tomada dedecisões, através da colaboração em todos osníveis, aportando recursos humanos, técnicose financeiros.

Os principais resultados verificados atravésde índices foram a redução da mortalidadeinfantil e a diminuição significativa da evasãoescolar.

Complexo de indútrias florestais emXapuri (PIFLOR) - Acre - Brasil (MelhorPrática – 2004)

O complexo PIFLOR, criado pelo governomunicipal e em operação desde 1996, tempor objetivo a industrialização local nosprocessos de extração dos produtos dafloresta, que são borracha e noz.

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Trabalha em colaboração com vários sóciose se propõe a promover e manter de formasustentável, projetos que se adaptem aosmúltiplos recursos da floresta. Pretende dessaforma, através da capacitação da comunidadelocal e fortalecimento da iniciativaempresarial, gerar e expandir postos detrabalho e renda na região do Acre econtribuir para a estruturação de um modeloque garanta e consolide o desenvolvimentosustentável da Amazônia.

O executor do programa é Governo Local,através do Complexo de Indústrias Florestaisde Xapuri (PIFLOR) e os principais parceirosdo Programa são: o SEBRAE – Serviço deApoio à Pequena e Média Empresa, aAssociação dos Produtores AgroextrativistasChico Mendes (OBC), Aver Amazônia Ltda,Secretaria da Floresta do Governo do Estado– SEF, Diocese Católica de Rio Branco,Associazione Brianca-Amazzonia (ONG),Superintendência da Zona Franca de Manaus– SUFRAMA, Serviço nacional deAprendizagem Industrial – SENAI, Banco daAmazônia – BASA, Fundo Nacional para aVida Selvagem – WWF (ONG), INPA –Instituto nacional de Pesquisas da Amazônia,Escola Superior de Agricultura Luiz Queirozda USP – Universidade do Estado de SãoPaulo e Fundação de Tecnologia do Estadodo Acre.

As atividades que norteiam o gruporesponsável se baseiam em quatro objetivos:a sustentabilidade do projeto; a estruturavertical dos processos da cadeia de produção;a gestão e a difusão do conhecimento.

Até 2003 o complexo PIFLOR já haviainstalado em Xapuri uma fábrica de borracha,uma fábrica de noz e unidades básicas parao funcionamento de um complexo de móveis.Já se encontram em funcionamento umaescola, uma oficina de formação de trabalhoem madeira, uma fábrica de móveis (AverAmazônia) e uma cooperativa de extração(CAEX) que comercializa borracha e nozesbrasileiras.

O complexo também organizou cinco cursosde desenho e fabricação de móveis para 200jovens de Xapuri.

Todos estes projetos beneficiamindiretamente cerca de 50% da populaçãolocal e geram 35 postos de trabalhodiretamente, com previsão de chegar até 70.

Somente a Aver Amazônia, instalada comincentivos fiscais estaduais, emprega cerca de29 empregados e exporta 40% de suaprodução.

Mais de 10 famílias estão envolvidas naprodução de madeira certificada.

O Projeto foi premiado pelo SEBRAE em2003 e classificado entre as 40 melhorespráticas concorrentes ao Prêmio Dubai em2004.

Programa para formação de pequenosprodutores rurais em Parauapebas – Pará- Brasil (Melhor Prática – 2004)

Com a finalidade de desenvolver a economiaagrária da municipalidade, o governo localconcentrou seus esforços na criação de novasoportunidades através do Programa para aPromoção de Pequenos Produtores Rurais,cujo objetivo principal é a promoção daagricultura da região, buscando alternativaspara que os pequenos produtores geremempregos e produzam benefícios em prol damelhoria da qualidade de vida local e dasustentabilidade ambiental e ecológica. Asprimeiras iniciativas datam de 1989, sendoque de os investimentos foram intensificadosno período de 2000 a 2003.

O principal executor do Programa é GovernoLocal com as seguintes principais parcerias:o SEBRAE – Serviço de Apoio à Pequena eMédia Empresa, Serviço Nacional deAprendizagem Rural – SENAR, Sindicatodos Produtores Rurais de Parauapebas –SIPRODUZ, Sindicato dos TrabalhadoresRurais de Parauapebas, Instituto Brasileiro de

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Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis– IBAMA, Alta Genetics, Empresa deAssistência Técnica e Extensão Rural do Pará– EMATER, Faculdades de Ciências Agráriasdo Pará da Universidade Federal Rural daAmazônia – FCAP/UFRA, Secretaria deEstado de Agricultura do Estado do Pará –SAGRI, Instituto de Colonização e ReformaAgrária – INCRA, Banco do Brasil e Bancoda Amazônia – BASA.

O programa consiste em um serviço deassistência técnica para a semeadura ecolheita, assim como para a produçãopecuária bovina, de intercâmbio para aprodução de frutas e plantas ornamen-tais,apoio à comercialização dos produtos locaise também na instalação de um lugaradequado para promover o comérciodiretamente entre o pequeno produtor e oconsumidor.

Os objetivos principais desta ação são acriação de emprego, bem como o alcance dosbenefícios seguintes: redução da pobreza;redução das desigualdades entre o campo ea cidade; e a melhoria da formação de mãode obra local.

Dentre as ações empreendidas destaca-se amobilização das instituições públicas eprivadas para atuar conjuntamente com ogoverno municipal e a promoção dasustentabilidade ecológica e ambiental.

Os principais resultados obtidos foram:

• a construção do Mercado Agrícola (120postos de trabalho) e de um Viveiro deMudas (capacidade de 500.000);

• transporte gratuito (4 caminhões) defrutas e legumes do campo à cidade(537t em 2001, equivalentes a US$ 300mil);

• formação de 27 empresários rurais emInseminação Artificial de Bovinos;

• 414 Projetos de aprendizagem rural;• hotel para pequenos produtores; e

• viabilização de maquinária agrícolapara uso dos pequenos empresários.

O Programa gera cerca de 300 empregosdiretos e beneficia cerca de 250 pequenosempresários rurais.

Banco popular de Palmeira em Fortaleza– Ceará – Brasil (Boa Prática – 2000)

A idéia de criar o banco surgiu em 1997. Osprimeiros recursos foram garantidos atravésda colaboração da ONG Ceará Periferia. OBanco, inaugurado em 1998, atingiu, já em1999, o total de 870 clientes.

O objetivo principal deste projeto é combatera pobreza dentro da lógica do crescimentoeconômico, utilizando para isso a mobili-zação social e o resgate da noção decidadania.

Neste contexto, os membros da Associaçãode Residentes do bairro Palmeira, fundaramo Banco Palmas, um banco popular quefunciona através de uma rede de solidari-edade entre os residentes.

O principal executor do Programa é a ONGCeará Periferia , em parceria com a Secretariade Ação Social e o Serviço de EmpregoNacional – SINE, ambos do GovernoFederal.

Todos os membros da equipe do banco sãoou residentes do bairro, ou voluntários oufazem parte da Associação. Para aorganização de sua gestão e administração,foi solicitada a colaboração externa do setorpúblico e de entidades não governamentais.

O Banco proporciona microcréditos a baixosjuros, destinados à criação ou ampliação depequenos negócios dedicados à comercia-lização e fabricação de produtos, a grupos demulheres (nestes casos os microcréditosincluem uma capacitação) e à habitação (osmateriais de construção devem ser

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comprados na mesma comunidade). Oscréditos são concedidos sem carência, comprazo de amortização de até seis meses e comjuros bem abaixo dos juros de mercado.

Inicialmente, a estratégia do Banco foi a deconceder empréstimos a 500 pessoas em trêsanos com os objetivos de:

• estabelecer uma estratégia local paradiminuir a pobreza através de umainfra-estrutura econômica que utilize evalorize o potencial do bairro;

• reforçar e fomentar a articulação e odiálogo entre o governo local e asociedade civil, buscando o fortale-cimento das relações e o estabele-cimento de políticas públicas; e

• desenvolver uma estrutura de créditofinanceiro para os mais pobres, emespecial para as mulheres, comoalternativa para superar a pobreza.

Os principais resultados do Programa sãorelacionados a seguir:

• foram criados vários empreendimentos,como: PalmaFashion (empresa deconfecção), PalmaLimpe (material delimpeza), PalmaNatus (produtosnaturais), PalmaCouros (cintos e bolsas)e Palmart (artesanato);

• 1.500 famílias foram beneficiadas pelosistema de crédito popular;

• as vendas do comércio local aumen-taram 30%, gerando 80 novos postos detrabalho;

• o número de membros da associaçãoaumentou de 500 para 1.300 em doisanos;

• foi recuperado o sentimento decidadania, entre as famílias mais pobresdo bairro, ao lhes ser oferecida a opor-tunidade de obter crédito do banco; e

• muitas famílias conseguiram melhorarseu nível de renda passando a teracesso aos serviços públicos de água eeletricidade.

Desde 2005 a metodologia do Palmas estásendo replicada em 12 municípios do Estadodo Ceará.

Centro de recursos locais em Limon -Costa Rica (Boa Prática – 1998)

Por iniciativa da comunidade, a partir de umaidéia surgida em 1994, foi criado um CentroComunitário em Limon com o perfil de seralgo mais que um simples edifício, destinadoa atividades sociais: um lugar em que osesforços produtivos e econômicos dacomunidade se unissem aos esforços dasorganizações locais e das entidades públicasde desenvolvimento local.

A comunidade mobilizou seus própriosrecursos financeiros e, com apoio dainiciativa privada e a ajuda de entidadesgovernamentais e não-governamentais,reuniu 70.000 dólares para a construção desseprédio, que foi inaugurado em 1998.

As organizações governamentais, motivadaspor esta construção e pela eficácia dasorganizações comunitárias, realizaraminvestimentos adicionais, financiando outrasobras situadas em zonas próximas ao Centro.

O programa conta com a parceria doProyecto de Fortalecimento a la AutogestiónComunitária – PROFAC, Mixed Institute forSocial Aid – IMAS, Port Management andAtlantic Region Development Board –JAPDEVA e do Local Resources CenterAssociation.

Os principais resultados alcançados foram:

• formação de 12 membros (60%mulheres), dedicado, exclusivamente, àimplantação e viabilização do Centro deRecursos Locais; e

• realização dos seguintes cursos:pequenos negócios –10 semanas, salõesde beleza – classes diárias durante 1mês - e formação de professores em 3dias por semana durante 1 ano.

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Existe uma grande demanda pelos serviços efacilidades oferecidos pelo Centro, o queprovoca um intensa programação deatividades que inclui a instalação de serviçosde disseminação de informações (redenacional e de internet), de apoio ao emprego,apoio comunitário, serviços bancários, deapoio à produção e gestão e programas deformação técnica.

Programa Integrado de Inclusão Socialcom prioridade para geração de empregospara as mulheres em Santo André – SãoPaulo - Brasil (Melhor Prática – 2004)

O Programa Integrado de Inclusão Social –PIIS, iniciado em julho de 1998, tem comoobjetivo principal o desenvolvimento de umconjunto de ações coletivas e simultâneas,realizadas no perímetro urbano, direcionadaspara a inclusão social, principalmente, dasmulheres.

O executor do Projeto é o Governo local comparcerias da Caixa Econômica Federal,Comissão Européia, UN-HABITAT –Programa de Asentamientos Humanos de lasNaciones Unidas, ABC – Instituto para laGestión y la Ciudadania, Instituto de EstudosEspeciais – Universidade Católica do Estadode São Paulo – PUC-SP, Secretaria Especialde Desenvolvimento Urbano, Ministério daSaúde, Secretaria Especial de AssistênciaSocial e Instituto Brasileiro de AdministraçãoMunicipal.

A execução do Programa, por parte doGoverno Local, conta com a participaçãofundamental do Centro de Estudos de Saúde– CES, que juntos formam a base de apoio,para os profissionais envolvidos nasatividades programadas.

O número de beneficiados alcança 3.600famílias, com foco principal na melhoria dequalidade de vida, na mobilização para usodos serviços sociais, na obtenção de trabalhoe emprego e na educação ambiental ecomunitária.

O Projeto abrange quatro áreas marginais dacidade – Tamarutaca, Sacadura Cabral,Quilombo II e Capuava – cuja populaçãosoma 16.000 pessoas.

O financiamento do Programa envolverecursos do Orçamento Municipal (45,3% -US$ 2,4 milhões), Comissão Européia(15,1% - US$ 0,8 milhão), do GovernoFederal, através do BID e Caixa EconômicaFederal ( 39,6% - US$ 2,1 milhões),totalizando US$ 5,3 milhões, para aplicaçãoem infra-estrutura e equipamentos nas 4 áreasdefinidas.

Os principais resultados alcançados peloPrograma, obtidos através de monitoramentoe avaliação da Equipe Executora, foram osseguintes:

• 66% das famílias vivendo com melhorqualidade de vida e 89% commanifestações de melhora em seusrelacionamentos familiares;

• foram criados 112 grupos de discussãosobre um dos principais temasrelacionados à questão da cidadania:violência contra a mulher;

• foram registrados, também, umaumento no registro de propriedades eresidências, além de um aumento noatendimento de coberturas de pré-natale da assistência aos recém-nascidos;

• foi criada uma Cooperativa deConfecção, formada exclusivamentepor mulheres;

• com fundos e colaboração do BancoPopular do Brasil, foi criada uma linhade microcréditos, que concedeu 60empréstimos, durante os seis primeirosmeses de atuação do Programa PIIS,dos quais 46% foram direcionados àsmulheres; e

• como resultado final, foi obtido ofortalecimento das comunidadesenvolvidas, no que se refere àparticipação e o desenvolvimento delideranças locais, para participação naGestão Municipal.

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A integração dos diversos projetos, medianteuma gestão do tipo matricial, para gerenciaras atividades desenvolvidas, provocou umenvolvimento crescente da comunidade,propiciando a formação de um grupo decoordenação coletivo, com espaço para odiálogo e o intercâmbio de experiências.

Integração escola-indústria e o desenvol-vimento do cluster de micro e pequenasempresas de base tecnológica em SantaRita do Sapucaí – Minas Gerais – Brasil(Prática inscrita – 2006)

O principal propósito da iniciativa foiincrementar o desenvolvimento econômicoda cidade de Santa Rita do Sapucaí e daregião onde se insere, apoiado nofortalecimento das micro e pequenasempresas locais de base científica etecnológica , combinado com a atração denovos recursos e negócios.

Em meados dos anos 1990 o setor deeletrônica e telecomunicações locais já haviaevoluído para a produção de componentes emontagem de produtos acabados alcançadaatravés da implementação de uma políticaestratégica de empreendedorismo, baseada naadaptação da infra-estrutura tecnológicaexistente, associada ao esforço conjunto delíderes dos setores: universitário, industrial,comercial e político locais.

A partir de então, representantes dos quadrosuniversitários, líderes políticos e governantesde Santa Rita do Sapucaí engajaram-se emum processo de parceria com organizaçõescomerciais e industriais locais com o objetivode definir um plano estratégico de longoprazo para a localidade. Tal iniciativadeslanchou um processo de estímulo daeconomia local através da promoção dodesenvolvimento sustentado apoiado napromoção de atividades produtivas baseadasem “tecnologias limpas”.

Em 1998 foi criado o Programa Municipal deIncubação Avançada (Lei 3.043/98) e, em1999, a Incubadora de Santa Rita do Sapucaí.

A “expertise” dos docentes e dos alunos depós-graduação, aliada à existência do apoiode farta documentação técnica disponível ede recursos computacionais do InstitutoNacional de Telecomunicações - INATEL edo Programa Municipal de IncubaçãoAvançada de Empresas de Base Tecnológica- PROINTEC passaram a reforçar ainda maisas interações com o setor empresarial e coma própria comunidade.

O Instituto Nacional de Telecomunicações -INATEL é a agência executora do Acordo deCooperação Internacional assinado entre ogoverno brasileiro e a Deutsche Gesellschaftfür Technische Zusammenarbeit - GTZ, comvistas à consolidação do Pólo Tecnológico deSanta Rita do Sapucaí.

O Governo de Santa Rita do Sapucaí vemdesempenhando um papel decisivo por meiode ações voltadas para o desenvolvimento denegócios pelas micro e pequenas empresas.Tais ações incluem a parceria conjunta como INATEL em treinamento e no desenvol-vimento tecnológico, envolvendo agênciastais como a GTZ. O governo local busca,ainda, manter a sustentabilidade dessasintervenções através da concessão desubsídios às empresas.

O governo local oferece às empresas de basetecnológica, instaladas no Distrito Industrialdo Município três anos de aluguel subsidiado,até que os lotes com infra-estrutura estejamdisponíveis para ocupação. Para os demaistipos de negócio, o período de aluguelsubsidiado é de dois anos.

O leque de serviços abrange também a ofertade crédito, aconselhamento técnico em basesindividuais, facilitação do acesso a mercados,o desenvolvimento de redes e degrupamentos de empresas de mesma base

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tecnológica, a disponibilidade de informaçõessobre várias áreas de negócios, tais comoequipamentos, tecnologia e mercados, bemcomo instalações físicas e serviçoscompartilhados.

Abrange ainda a implementação do programade empreendedorismo com foco napopulação infantil e adolescente.

Os recursos aportados foram provenientes dediferentes instituições, dependendo daespécie de apoio e da qualificação técnicanecessários: o governo municipal,responsável pela coordenação das atividades,pelo suprimento de espaços para a instalaçãodas empresas, comunicação entre os agentese pelo acesso às instituições governamentais,arcou com cerca de 22% dos investimentos;o governo federal e do Estado de MinasGerais, respectivamente representados peloBanco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social - BNDES e pelo Bancode Desenvolvimento de Minas Gerais -BDMG, foram responsáveis por cerca de77% dos investimentos.

Os resultados positivos da execução do planode desenvolvimento decorrem principalmentedo atendimento aos compromissos assumidospelos patrocinadores e da definição precisada missão atribuída a cada participante, emespecial, o Governo Municipal, INATEL e oPROINTEC, assim como os representanteslocais.

Como exemplo de benefício significativo,observado a partir da formação da rede deorganizações, pode ser citado o círculovirtuoso do aumento de demanda por mão-de-obra técnica especializada, pelos váriostipos de negócios desenvolvidos, o que gerouo aumento da demanda e da oferta deserviços de treinamento e de educaçãotécnica e universitária.

O governo local ocupou-se também dacriação de oportunidades de negócios alémde desempenhar o papel de líder do processo,

na condição de um dos importantesdemandantes de serviços: o sistema deeducação pública local, por exemplo, utilizaatualmente equipamentos e sistemas deinformática produzidos localmente,significando maiores oportunidades departicipação das empresas locais nosprocessos de licitação e nos mercados locais.

A disponibilidade de apoio financeiro einstitucional tem sido fundamental para aconsolidação e sustentabilidade do projeto.

Programa de desenvolvimento, emprego erenda de Tres Passos – Rio Grande do Sul– Brasil (Prática inscrita – 2006)

O Programa de Desenvolvimento, Empregoe Renda de Três Passos nasceu danecessidade de impulsionar a economia domunicípio, de 23.387 habitantes, que seencontrava estagnada e sem condições degerar novos empregos.

O Programa, de responsabilidade daPrefeitura Municipal, teve início emnovembro de 1998, estendendo suaimplantação até 2004. No período 1999-2004, a administração municipal destinoucerca de R$ 1,8 milhão para o seudesenvolvimento, enquanto que a iniciativaprivada investiu em torno de R$ 10,5 milhõesnas atividades envolvidas.

Os principais parceiros envolvidos foram: oServiço Brasileiro de Apoio à Micro ePequena Empresa – SEBRAE; a AssociaçãoRiograndense de Empreendimentos deAssistência Técnica e Extensão Rural –EMATER; a Universidade RegionalIntegrada do Noroeste do Estado do RioGrande do Sul – UNIJUI; o Serviço Nacionalde Aprendizado Industrial – SENAI e oServiço Nacional de Aprendizado Rural –SENAR.

Fruto de uma bem articulada estratégia queenvolveu diferentes setores da comunidade,

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o Programa se baseia em sete prioridadesestabelecidas objetivando dinamizar aeconomia local mediante ações indutoras dodesenvolvimento e da geração de emprego erenda. As prioridades, identificadas em umDiagnóstico Estratégico traduzem vocaçõespotenciais encontradas no quadro econômicoe social local.

Os sete setores priorizados foram estimuladosatravés dos seguintes programas:

• Programa de Expansão da Suinocultura• Programa de Desenvolvimento da

Bacia Leiteira• Programa da Fruticultura• Programa de Fortalecimento da

Agroindústria• Programa da Fumicultura• Programa da Indústria de Vestuário• Programa Pedagogia Empreendedora

Essas atividades foram objeto de semináriosespecíficos, onde foram elaborados projetosque, sob a liderança de comitês gestores,passaram a nortear as ações setoriais.

Esses comitês eram compostos porprodutores rurais, empresários, técnicos eoutros agentes, cujos interesses garantiam ofoco do trabalho. Uma agência, com estruturaadequada para gerenciar ações, coordenargrupos de trabalho e monitorar aimplementação dos projetos foi sendoestruturada. Atualmente, os projetosestratégicos de desenvolvimento municipalpassam, forçosamente, pela Agência deDesenvolvimento, que é o órgão executivo doConselho de Desenvolvimento Municipal,criado em 2003. Esta agência encontralegitimidade no seio da comunidade, tantocomo fomentadora do empreendedorismo,quanto como foro competente de debates esoluções.

O programa compreendeu, também, ações decapacitação e treinamento de mão-de-obra,concessão de incentivos fiscais e assistênciatécnica ao produtor rural.

Como resultados alcançados citam-se:acréscimo nos empregos gerados, aumentono número de empresas criadas (43 novasagroindústrias), aumento da produção desuínos, leite, frutas, fumo e de peças devestuário. A renda gerada nos diferentessetores tem crescido ano a ano em razão dosinvestimentos realizados e do crescimentodas atividades econômicas.

A dinâmica econômica se refletiu também namelhoria de indicadores sociais, como: 100%das famílias atendidas pelos AgentesComunitários de Saúde, 100% derecolhimento e destinação do lixo, mais de90% da população atendidas com água,eliminada a mortalidade infantil até oprimeiro ano de vida, redução significativa deevasão escolar e aumento do IDH.

O cenário anterior de apatia, desestímulo ede abandono das atividades rurais foitotalmente modificado e substituído porprocesso de euforia em razão da ativação dasatividades econômicas, ampliação do númerode emprego e aumento de renda para toda acomunidade. Essa mesma comunidadepassou a discutir ativamente os problemaslocais e participa, com sugestões, daspossíveis soluções.

2.2 Lições aprendidas com as MelhoresPráticas

O desenvolvimento do Programa deAgricultura Urbana em Cuenca - PAUCmostrou que, para obter resultados positivos,se faz necessária a vinculação das atividadesespecíficas dos projetos com aquelasreferentes à gestão ambiental, à erradicaçãoda pobreza e à gestão participativa noGoverno Local.

O PAUC demonstrou, também, que osvariados agentes urbanos, neste casoparticular envolvendo as Instituições Civis ede Ensino, o Governo Local e a População,podem colaborar na busca de um objetivo

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comum, ao utilizar, de forma otimizada, seusconhecimentos, suas atividades e seusrecursos.

No caso do Programa soja solidária emBerazategui, Argentina, ficou caracterizadoque o maior obstáculo à realização deprogramas sociais, reside na mobilizaçãoinstitucional e que o governo local tevedesempenho marcante para o sucesso desteempreendimento.

A implantação do Programa de AgriculturaUrbana – PAU, Rosário, Argentina, levou aoreconhecimento de que a participação dasfamílias pobres no desenvolvimento eexecução das atividades do Programa,favorece, significativamente, a sua inclusãosocial.

Entre outros aprendizados relacionados, foitambém observado em Rosário que:

• o sucesso dos Programas Sociais,destinados a instituir políticas públicasde inclusão social, está diretamenterelacionado com o estabelecimento daconfiança entre os atores, do estímuloao voluntariado, e, principalmente, àvontade política do Governo Local;

• é possível idealizar e implantarProgramas de Produção Solidária,quando se busca identificar e colocarem uso os recursos ociosos das cidadese comunidades; e

• as relações diretas entre produtores econsumidores proporciona base sólidapara construção de uma políticaeconômica de inclusão social.

O desenvolvimento e execução dasatividades do Programa Estratégias Sociais:Cooperação e Criação de Redes Sociais nMunicípio de Monte Caseros, Argentina,ressaltou como lição aprendida, os seguintesaspectos necessários na condução dosProjetos de Ação Social do GovernoMunicipal:

• análises periódicas e monitoramentopermanente das atividades desenvol-vidas;

• transparência e flexibidade no processode tomada de decisões; e

• adaptações imediatas da estrutura deorganização municipal às mudanças dorelacionamento Governo versus Soci-edade, decorrentes da dinâmica daglobalização.

O desenvolvimento e execução dasatividades do Programa Comunidades deProdução em Domicílio e DesenvolvimentoLocal em Manágua, Nicarágua, ressaltou osseguintes aspectos necessários na conduçãode Projetos de Ação Social de GovernoMunicipal:

• Os processos para implantação dosprogramas sociais são complexos elentos, mas podem ser acelerados,quando são adotadas uma estratégia deação integrada e progressiva, autilização de tecnologia e métodosadequados, além de uma participaçãoorganizada de todos os agentesenvolvidos.

• A programação e realização de açõesnas comunidades e bairros,permite aaplicação de uma estratégia integradade desenvolvimento. Cria-se, destaforma, a sinergia necessária paramaximizar os recursos existentes ereduzir os custos das atividades.

A principal lição destacada na práticaRealocação dos Vendedores Ambulantes paraRecuperação de Espaços Públicos no CentroHistórico de Lima, Peru, é a comprovação deque sem o comprometimento e vontadepolítica, não se consegue levar a caboprogramas desta natureza.

Ressaltado, ainda, que nos processos derealocação e reordenação urbana faz-seimportante que as políticas públicas incluamdentre os aspectos financeiros a serem

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considerados, a questão das linhas de créditopara os micro e pequenos empresários.

Conclui-se, também, pela importância daquestão do envolvimento da população,instituições e meios de divulgação, no sentidode obter apoio para realização das atividadese, fundamentalmente, a negociação constantecom os ambulantes.

Na prática Desenvolvimeto Econômico,Justiça Social e Cidadania em Vitória daConquista, Brasil, os resultados alcançadoscom a implantação do Orçamento Participa-tivo, destacaram a importância da transpa-rência na Gestão pública.

Particularmente, no tocante aos impostos,ficou igualmente constatada a importância doentendimento, por parte da sociedade , emprimeiro lugar da necessidade de suacobrança e, em segundo, dos benefícios desua aplicação, em termos de melhorias dequalidade de vida e da garantia desustentabilidade do desenvolvimento local.

O sucesso do Programa Cidade Flor –Solidariedade Econômica com Comunidadesde Baixa Renda em Maracás – BA, Brasil,deve-se, principalmente, ao comprome-timento e vontade política do Governo local,quando reverteu uma situação de descrença,acumulada nas gestões anteriores.

O planejamento, baseado na participação esustentabilidade, foi também, segundo seusexecutores, fator fundamental na obtençãodos resultados alcançados.

Nos 3 anos e meio do Projeto GestãoMunicipal Participativa em Paranavaí – PR,Brasil, ficou demonstrado que a populaçãopossui um grau considerável de maturidadecívica, estando consciente da importância daparticipação nas discussões e decisões sobrea Gestão Municipal.

Verificou-se também ao longo da execuçãodo Programa que a participação continuada

da população facilita e incentiva suacolaboração espontânea nas questões locaisde seu interesse.

Outra lição aprendida foi o reconhecimentoda importância de se manter o modusoperandi adotado, através de legislaçãoespecífica.

Finalmente, confirmou-se, também, que osucesso de experiências desta naturezadepende da negociação política, buscando oentendimento e a participação de todas astendências partidárias.

As lições aprendidas com a experiência doComplexo de Indústrias Florestais emXapuri, Acre, Brasil são importantes tanto anível local como regional, uma vez que oprojeto representou um marco na gestãoambiental e socioeconômica no âmbitomunicipal, já que são muitos os municípiose cidades latino-americanas que têm aresponsabilidade de enfrentar os desafios deconter a devastação florestal e responder àsdemandas de trabalho das populações maispobres.

As lições aprendidas com o Programa paraFormação de Pequenos Produtores Rurais emParauapebas – Pará no Brasil, foram averificação da possibilidade de ser oferecidaa nível local novos padrões de qualidade nagestão ambiental e socioeconômica doterritório municipal e a comprovação daviabilidade de os governos municipais seconverterem em agentes promotores docrescimento, abandonando ideologiasobsoletas sobre o papel centralizador dasatividades do governo.

No projeto do Banco Popular em Palmeira -Fortaleza, Ceara, desenvolveu-se acapacidade para dialogar com o governo,abrindo um espaço na engrenagem políticapara as pessoas com menor poder aquisitivo.Foi possível obter o apoio do governo nabusca de sócios e colaboradores e no aporte

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de recursos públicos direcionados aos maisnecessitados. Foi aperfeiçoado o sistema demicro-créditos do banco, baixando os jurose favorecendo a distribuição de renda.

No âmbito do Programa de Desenvol-vimento local no bairro Cristo Rei em SãoJosé, Costa Rica, as principais lições foramextraídas dos projetos de moradias baseadosna autoconstrução, que se constituiu umprincipio para os trabalhos realizados emCristo Rei.

Concluiu-se que a equipe que vai liderar umPrograma de Desenvolvimento Local deverealizar previamente um trabalho deinvestigação na comunidade com vistas adesenhar a estratégia de atuação local, poiscada comunidade é diferente em seusaspectos histórico, social, econômico,político , cultural e ambiental , e é freqüenteque as técnicas e estratégias postas em práticaem uma comunidade não sejam válidas paraoutras.

As três lições aprendidas com a implantaçãodo Centro de Recursos Locais, Limon, CostaRica , consideradas mais significativas,foram:

• importância da confiança nas relaçõesentre os líderes da comunidade e seusmembros; capacidade para geriradequadamente os fundos e transpa-rência na utilização dos recursos;

• maior viabilidade de conseguirparceiros para apoiar os esforços dacomunidade quando a organizaçãocomunitária e as técnicas de gestão sedemonstraram satisfatórias; e

• a prioridade dos projetos deve estarvoltada para o atendimento dasnecessidades da maioria da população.

No Programa Integrado de Inclusão Socialcom Prioridade para Geração de Empregospara as Mulheres de Santo André – SP,Brasil, ficou a lição de que a inserção da

universidade no processo foi bastanteprofícua, proporcionando a sedimentação deuma base crítica, que deve orientar ostrabalhos futuros desta natureza, devido àformação técnica e às ferramentas de controlegerencial das atividades colocados àdisposição, principalmente, no que se refereà questão de gênero.

Verificou-se na implantação da prática deIntegração Escola-Indústria e o Desenvol-vimento do Cluster de Micro e PequenasEmpresas de Base Tecnológica em Santa Ritado Sapucaí – MG, que foi importante aconstituição de uma equipe gerencialdedicada e treinada: o sucesso da iniciativadependeu de maneira significativa daexperiência e da capacidade gerencial dosrepresentantes das instituições envolvidas noprocesso.

Observou-se também a agregação de valoratravés da qualidade dos serviços prestadosàs empresas instaladas: o racional daincubação não significou apenas a provisãode espaços físicos, mas o aconselhamento,treinamento, disseminação da informação,sinergia entre as empresas, associados aoacesso fácil à rede de contatos externa,financiamento e apoio técnico e institucional.

No monitoramento do desempenho eavaliação de impacto, constatou-se que osdiversos parceiros acompanham a utilizaçãodos recursos financeiros e o progresso nosresultados da sua intervenção, deixandoevidente o processo democrático deplanejamento e de tomada de decisão.

Verificou-se ainda que o enfrentamento dasmudanças que acometeram os padrões detrabalho e tecnologia e a globalização dasrelações comerciais significaram a imposiçãode pesados desafios às agências incubadoras– e a seus clientes – o que as vêm forçandoa aumentar sua capacidade de planejamentoe implementação de ações, condição sine quanon para a sua sobrevivência e prosperidade.

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Por último, cabe apontar as lições aprendidascom a implantação do Programa deDesenvolvimento de Emprego e Renda deTres Passos - RS, destacando-se, primeira-mente, a evidência quanto à necessidade deplanejar pautada por cuidadoso diagnóstico,no caso, o que levantou o perfil econômicolocal e suas potencialidades; em segundolugar, a importância de se proporcionar umavisão integrada das diferentes atividades daeconomia local, na qual a relação campo-cidade se complementa, abandonando a visãoseparatista que comumente prevalece; emterceiro lugar, a importância da articulação dacomunidade, engajando-a nos propósitos doPrograma, fazendo-a participar e se envolvernos processos decisórios.

2.3 Avaliação e recomendações sobreas lições aprendidas

O aprendizado aqui descrito resultou daexperiência de quem concretamente realizouações voltadas para o desenvolvimento localem suas diversas dimensões.

Chama a atenção o fato de não haverem sidomuito ressaltadas as dificuldades e limitaçõesencontradas. Dentre elas, foram apontadas adificuldade de mobilização institucional e acomplexidade e lentidão dos processos deimplantação de programas de cunho social.

As lições aprendidas, contudo, refletem aforma através da qual foram contornados ouenfrentados os obstáculos, ou como asequipes executoras se tornaram maisconscientes e preparadas para enfrentá-los nofuturo.

Essas lições estão em grande parterelacionadas à forma de fazer, ou seja, ametodologias de trabalho e de gestão deprojetos. Nesse aspecto, foram apontados:

• Identificação de potencialidades locaise diagnósticos

• Utilização de lições aprendidas deexperiências anteriores

• Planejamento• Estratégias de ação integradas,

planejadas e com tecnologia e métodosadequados

• Flexibilidade e transparência dosprocessos decisórios

• Ferramentas para gerenciamento deatividades

• Eficiência na gestão de fundos• Monitoramento das atividades desen-

volvidas• Disponibilidade de instrumental técnicode avaliação

Em termos de cooperação e capital social, foiressaltada a relevância dos seguintes itens :

• Comprometimentos dos atores locais• Confiança mútua entre os atores

envolvidos• Empenho e vontade política dos

governos locais• Transparência na administração pública• Articulação e negociação política com

a população alvo• Processo participativo continuado• Estímulo ao voluntariado• Pluralidade de idéias e criatividade

para transformar a realidade• Institucionalização de métodos de ação

bem sucedidos• Exercício do direito constitucional de

manter controle social sobre as ações degoverno

As equipes locais consideraram, ainda, degrande importância para o sucesso dosrespectivos empreendimentos de desenvol-vimento local, as seguintes questões:

• Otimização dos recursos locais• Promoção de relações diretas entre

produtores locais e consumidores• Agilidade de adequação dos governos

locais em face a transformaçõeseconômicas e sociais

• Viabilização de novos padrões degestão ambiental para enfrentar o

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desmatamento e a demanda poremprego

• Disponibilidade de linhas de crédito

Embora, isoladas, essas experiências vão seacumulando, gerando lições para que os errosapontados sejam corrigidos ou evitados eque se continue a perseguir os acertos emoutros projetos de desenvolvimento local.

3. TRANSFERINDO OAPRENDIZADO DO BESTPRACTICES

3.1 Exemplos e análise detransferências promovidas

O Programa de Agricultura Urbana emCuenca – PAUC é perfeitamente aplicável aoutras cidades latino-americanas, estando aequipe do Programa envolvida na execuçãode Projetos similares no Equador (EloyAlfaro), Cuba (La Habana) e Venezuela(Maracaibo).

A equipe do PAUC participa, também, doPrograma Latinoamericano de GéstionUrbana sobre Agricultura Urbana ySeguridad Alimentaria. Neste aspecto,encontra-se já formado um Grupo deTrabalho, sobre este tema, nos municípios deCuenca, Quito, Guayaquil, Eloy Alfaro eCotacachi, todos no Equador.

Como decorrência do Programa deDesenvolvimento Social, Garantia deAlimentação e Reciclagem em Tomé, Chile,foi firmado acordo com a Fundación del Sur(Argentina), destinado a promover Programasde Desenvolvimento Sustentável em Cidades.

Foi realizado, também, acordo formal entreo Programa, la Universidad de Concepición,el Consórcio Latinoamericano sobreAgroecologia y Desarrollo – CLADES e oCET, para dar início, na região, ao projetoTransição para uma Cidade Sustentável.,

demonstrando que a experiência de Tome foiprofícua em exemplos passíveis de seremreproduzidos em outras realidades.

A experiência do Programa Soja Solidária deBerazategui, Argentina foi transmitida aosmunicípios vizinhos, através de exposiçõessobre o Programa, como resultado dointeresse despertado pelas realizações e dosdecorrentes convites recebidos.

A coordenação do Programa de AgriculturaUrbana – PAU, Rosário, Argentina, temrecebido solicitações de informações e visitasde várias localidades, entre as quais, a cidadede Mar del Plata, que desenvolve, atualmenteo Programa Autoproducción de Alimentos,Localidad de Moreno, 9 de Julio (Provínciade Buenos Aires) e Camilo Aldao (Córdoba).

No Brasil, várias cidades tomaram essePrograma como referência, entre as quais,Governador Valadares (Minas Gerais) e PortoAlegre, Santa Maria, Viamão e Caxias do Sul(Rio Grande do Sul), sendo que, neste últimocaso, está sendo realizada assessoria, para suaaplicação no Programa Fome Zero.

Com relação ao Programa EstratégiasSociais: Cooperação e Criação de RedesSociais no Município de Monte Caseros,Argentina, outras cidades, instituições epaíses têm solicitado à coordenação doPrograma informações sobre os trabalhos eatividades desenvolvidos, entre as quais,podem ser relacionadas: Capital, CuruzuCuatia e Mocoreta (Corrientes - Argentina),Província de Santa Fé (Argentina), Colón(Entre Rios – Argentina), Escobar (BuenosAires – Argentina), Verona (Itália), Lisboa(Portugal), Granada (Espanha), Montevidéue Artigas (Uruguai) e Porto Alegre e Barrado Quareim (Brasil).

A equipe do programa tem tambémparticipado e divulgado as ações doPrograma, através de eventos relacionados aotema, tais como:

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Certamen de Municipalidades parapromoción de los Derechos de la Mujer(Quito – Equador - 1998); e I certamen deLatinoamérica y el Caribe – “AcciónAfirmativa para la Promoción de lapartipación de la Mujer en el GobernoLocal”, realizado pela UNIFEM – Programade la Mujer y Programa Habitat –Federación de Mujeres Municipales A.L. y elEl C. Pgu/Alc (Quito – Equador – febrero2000).

O sucesso de Programa Comunidades deProdução em Domicílio e DesenvolvimentoLocal em Manágua, Nicarágua deveu-sefundamentalmente à colaboração dosparceiros envolvidos, principalmente no querespeita aos fundos financeiros, tanto paraatividades de fomento como para asatividades sociais. A mobilização dosparceiros, assim como a participaçãoorganizada de todos os agentes envolvidos,conforme foi realizado neste projeto, facilitaa previsão dos fluxos financeiros necessáriosao seu desenvolvimento, bem como adisponibilidade tempestiva dos recursosnecessários, o que se constitui em um aspectode destaque desta prática a ser observado emprojeto semelhantes.

Com relação à experiência de Realocação dosVendedores Ambulantes para Recuperação deEspaços Públicos no Centro Histórico deLima, Peru, várias outras experiênciassimilares estão sendo realizadas no país,cabendo citar o êxito dos Programas dosdistritos de La Victoria, Rimac, Jesús María,San Miguel e San Martin de Porres. No casodas cidades, destaca-se o Programa que estásendo realizado em Trujillo y Cuzco, devidoa sua importância e condição de patrimôniocultural da humanidade.

Como o Programa se tornou referência, naAmérica Latina e Caribe, a equipe técnica éconvidada a participar dos principais eventossobre o tema, tais como, o UCCI, CIDEU,SIRCHAL e URBAL.

Quanto à prática, DesenvolvimentoEconômico, Justiça Social e Cidadania emVitória da Conquista (Bahia, Brasil) valeregistrar que outras experiências similaresestão sendo realizadas no país, cabendo citaraquelas realizadas em Porto Alegre, Santose Ipatinga.

O sucesso alcançado pelo Programa CidadeFlor - Solidariedade Econômica comComunidades de Baixa Renda em Maracás –BA, Brasil, coloca-o como referência paraimplantação de experiências semelhantes emoutras cidades do Nordeste e no restante dopaís.

As inúmeras e bem sucedidas parcerias quefortaleceram o Programa, contribuem paradisseminá-lo em outras áreas de atuação dasentidades colaboradoras.

Quanto à Gestão Municipal Participativa emParanavaí – PR, Brasil, o próprio projetocontou com o conhecimento assimilado deexperiências anteriores e com a colaboraçãotécnica de consultores provenientes deprojetos similares implantados em outrascidades brasileiras.

O sucesso alcançado pelo Programaproporcionou-lhe o recebimento de váriosprêmios, tais como, Prêmio ComunitárioPROVOPAR Paraná, concedido à iniciativaPequeno restaurante Italiano, Prefeitos pelaInfância (ABRINQ/UNICEF) e Organizaçãopor um Comércio Justo (FLO), concedido àempresa Paraná Citrus e à cidade, por nãoempregar mão-de-obra infantil nas plantaçõesde laranja, através dos quais aqueles aspectosrelevantes desta prática são divulgados.

A experiência de aprimoramento daadministração local de Paranavaí pode sertransferida a outros governos locais,mormente pela metodologia e soluçõesadotadas para viabilizar a incorporação daparticipação da população nas administraçõesvoltadas para o desenvolvimento.

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A iniciativa de criação e consolidação demicro e pequenas empresas, baseadas nagestão sustentável de recursos naturais dafloresta, implementada pelo projeto doComplexo de Indústrias Florestais em Xapuri(Acre, Brasil), constituiu-se em umaexperiência notável, para aumentar adinâmica do desenvolvimento sustentávellocal e da região da Amazônia. A visibilidadealcançada pelo êxito dessa prática, queobteve diversas premiações, poderá facilitara transferência das estratégias e mecanismosadotados para outras localidades.

Os mecanismos utilizados na implantação doPrograma para Formação de PequenosProdutores Rurais – Parauapebas (Pará,Brasil), tais como a promoção dos produtosagrícolas locais e a busca de atividadeseconômicas alternativas, para os pequenosprodutores rurais contribuíram para odesenvolvimento local e para revitalizar odesenvolvimento da Amazônia. Váriasmunicipalidades vizinhas visitaramParauapebas, com a finalidade de conhecerseu programa agrário. A prática dispõe deações passíveis de transferência, sendo a demaior relevo a de transformação do governomunicipal em agente promotor docrescimento.

O Banco Palmas criado no âmbito do projetoBanco Popular em Palmeira (Fortaleza,Ceará) possui uma estrutura simples,organizada pela própria associação devizinhos que administra o projeto compoucos gastos. Por suas características, apossibilidade de reprodução destaexperiência e de seus métodos em outroslugares é consideravelmente alta. Desde2005, a metodologia do Banco Palmas estásendo replicada em 12 municípios do Estadodo Ceará.

A metodologia de trabalho em equipeadotada pelo Programa de DesenvolvimentoLocal no Bairro Cristo Rei em São

José,Costa Rica, está sendo reproduzida, comas devidas adaptações, em projeto similar, emoutro município do país, com o apoio daprópria entidade que executou o programaem Cristo Rei, demonstrando seu êxito e aviabilidade de sua reprodução em outrasrealidades.

A exemplo do Centro de Recursos Locais(Limon, Costa Rica), as comunidades deParaíso e Pavas em Cartago e em São José,na Costa Rica estão preparando suasrespectivas versões do que poderia ser umCentro de Recursos Locais, adaptado às suasrespectivas necessidades.

Um dos principais exemplos de transferênciarealizada no âmbito do Programa Integradode Inclusão Social com Prioridade paraGeração de Empregos para as Mulheres deSanto André – SP, Brasil, reside no ProjetoGEPAM, desenvolvido pela GE Private AssetManagement, que impacta 53% domunicípio, realizado em parceria com IEE/PUC–SP – Instituto de Estudos Especiais daPontifícia Universidade Católica de SP. Esteprojeto consta da elaboração de um softwarepara aplicação em outros municípiosbrasileiros.

Além das solicitações para participação emvários eventos relacionados ao tema, oPrograma recebeu reconhecimento e prêmios,o que o qualifica para ser reproduzido emoutras municipalidades:

• Prêmio Gestão Pública Cidadã,concedido pela Fundação GetúlioVargas e Fundação Ford, em 2002;

• Prêmio da Caixa Econômica Federal,relacionado às Boas Práticas em GestãoLocal, em 2001, focando o Projeto deUrbanização de Sacadura Cabral;

• Citação na Conferência das NaçõesUnidas, realizada em Nova Iorque em2001, relacionada a AssentamentosUrbanos /Istambul ; e

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• elaboração, com patrocínio da CaixaEconômica Federal, de memória doPrograma, para divulgação e aplicaçãoem outros Programas semelhantes.

Como demonstrado no caso da práticaIntegração Escola-Indústria e oDesenvolvimento do Cluster de Micro ePequenas Empresas de Base Tecnológica emSanta Rita do Sapucaí – MG, o apoio àincubação de negócios, através da promoçãode empresas de base tecnológica, se constituiem elemento chave para a promoção dodesenvolvimento econômico. É necessário,porém, a existência de pessoas ou gruposlíderes, tal como o caso exposto,especialmente pela figura emblemática doINATEL e seu grupo de técnicos.

Dentre as ações governamentais, a maisimportante, especialmente pela suaobjetividade, foi o subsídio para o pagamentode aluguel concedido às empresas a seremincubadas, durante o período das obras deconstrução de suas futuras instalações. Esteé um exemplo de boa prática a ser seguidopor outros governos locais, ressaltando quenesse período de carência o desenvolvimentoda empresa deve ser constantementemonitorado e avaliado por grupo deespecialistas. Além disso, deve havernecessariamente a garantia de que o subsídioconcedido será compensado pelo aumento daprodutividade nos retornos da empresaincubada.

A introdução de conceitos e práticasempreendedoras às crianças é, da mesmaforma, uma importante ação de cunhoeducacional a ser transferida para outrasiniciativas.

O apelo na utilização de matérias primasapropriadas à conservação ambiental provouser bastante eficaz, devendo ser consideradocomo referência em outras experiências.

Outro ponto a ser ressaltado quanto àtransferência da experiência de Santa Rita doSapucaí é o que se refere à escala adequadado projeto. O PROINTEC vem desenvol-vendo ações voltadas para a garantia de quea incubadora irá aumentando o número deincubadas até o ponto em que as receitasmarginais de suas operações situem-se acimados custos marginais, decorrentes da entradade novas incubadas. Enquanto esse pontoótimo não for atingido, o PROINTEC devecontinuar a captar recursos de parceiros eassociados.

A disponibilidade de apoio financeiro einstitucional tem sido fundamental para aconsolidação e sustentabilidade do projeto, oque deve vir a ser observado em experiênciassemelhantes.

Finalmente, quanto ao Programa deDesenvolvimento de Emprego e Renda deTrês Passos, vale ressaltar que o mesmoadotou uma metodologia de trabalho que oSEBRAE tem aplicado com êxito em váriosmunicípios. Visa primordialmente organizaros diferentes agentes de desenvolvimento domunicípio para subsidiar a elaboração de umdiagnóstico estratégico, identificarprioridades, elaborar projetos e definir açõessetoriais. Como a metodologia já foiutilizada em outras localidades e, neste casode Três Passos, também foi exitosa, pode-serecomendar sua avaliação para utilização emsituações semelhantes.

3.2 Avaliação da viabilidade detransferência do aprendizado doBest Practices na região

As iniciativas, metodologias e técnicasadotadas nas ações empreendidas através dasmelhores práticas examinadas já seencontram disseminadas e podem despertaro interesse de outros atores locais da região,sugerindo-lhes alternativas e possibilidades

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para trilhar algum caminho rumo aodesenvolvimento local.

Torna-se recomendável, contudo, a análiseaprofundada das condições em que foramimplementados os projetos e dos processosque conduziram aos resultados alcançados,assim como a avaliação das limitações edificuldades enfrentadas, como forma deviabilizar e adequar as experiências exitosasa outros cenários e localidades diferentes.

3.3 Recomendações de políticareferentes ao tema, baseadas nasexperiências do Best Practices.

Os cenários futuros impõem a necessidade deuma organização territorial sólida em nívellocal que permita a articulação maisadequada do processo de urbanização com osobjetivos nacionais e regionais de desenvol-vimento econômico e, sobretudo, de reduçãoda pobreza.

Nesse sentido, vem sendo recomendada aadoção de uma política fiscal coerente como desenvolvimento dos espaços subnacionais,o estabelecimento de regulamentações paraa sustentabilidade das áreas urbanas, apromoção de arranjos para a cooperaçãopúblico- privada na provisão de equipa-mentos e infraestrutura e o desenvolvimentode mercados de bens e serviços a nível local,os quais integram as possibilidades ealternativas já em desenvolvimento emvárias cidades e localidades.

Vem sendo também sugerida uma políticaurbana compatível com os desafios que seimpõem, capaz de combinar, em um sóesquema de gestão, os assuntos relacionadoscom a produtividade do meio urbano,destinada o oferecer melhores possibilidadesà economia dos países da região, com osdesafios de uma maior inclusão social emitigação da pobreza.

Em razão das condições populacionais ehabitacionais do contexto latino-americano,são recomendadas as políticas públicas queaproveitem as potencialidades que a situaçãode expansão e consolidação dos assenta-mentos humanos traz consigo.

Os setores pobres, representados por mais de200 milhões de habitantes da região,representam, simultaneamente, um potencialde trabalho e de mercado.

Considerado o déficit de emprego na região,especialmente nos setores mais atrasados dapopulação, pode-se encontrar na construçãodo habitat uma das possibilidades dedesenvolvimento quando coordenada compolíticas urbano- territoriais, de forma asuperar as situações críticas de pobreza,desemprego e precariedade das condiçõeshabitacionais.

Uma grande parte (18%) das práticasintegrantes do acervo do Best Practices (até2002) está voltada para os temas deHabitação, Gestão do Uso do Solo ePlanejamento Urbano e Regional, sendo queno caso da habitação (10,5%), os problemasdetectados e as soluções apontadas quasesempre envolvem a questão do desempregoe a adoção de arranjos econômicos visandoa absorção de mão de obra e de melhoria darenda real das comunidades contempladas.

Nas políticas de construção de cidadesustentáveis, onde a questão do empregourbano deve ser prioritária, estão sendorecomendados o apoio às formas associa-tivas de produção do habitat, aos sistemasprodutivos sustentados por micro empresas,geralmente de raízes territoriais locais e àampliação do acesso aos meios de produção.

Dentre as práticas selecionadas (a partir detemas como Redução da Pobreza,Governança Urbana e Desenvolvimento

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Econômico) e analisadas, foram identificadasvárias linhas de políticas voltadas aodesenvolvimento local: aprimoramento dagestão local, melhoria dos sistemas deinformações locais, capacitação dos atores eagentes locais, apoio e promoção deatividades econômicas e democratização dedecisões locais associada a processosparticipativos, dentre outras.

Ficou evidenciado ainda como política e érecomendável como prática a identificaçãodas potencialidades dos municípios e de seuperfil econômico, fundamental também parase caracterizar a identidade regional,influenciada pelo sentido cada vez maisintegrador das municipalidades.

A particularidade local, bem como os fatoresque compõem a diferenciação do território,de natureza cultural, ambiental, paisagísticae socioeconômica devem ser analisados eexplorados a fim de tornar o territóriocompetitivo no contexto de um mercadoglobalizado e cada vez mais internacio-nalizado.

Ademais, a aplicação de políticas dedesenvolvimento, com especificidadeterritorial e sustentadas em processosparticipativos, oferece a possibilidade deconcretizar melhor os projetos estratégicosde escala nacional ou de país.

Com relação ao apoio e promoção deatividades econômicas, cabe caracterizar trêstipos de atividades encontradas nas práticasanalisadas:

• atividades de sobrevivência: serviços ounegócios que geram escassos recursos,têm poucas oportunidades de cres-cimento e onde se concentra osubemprego;

• atividades de expansão: empreendi-mentos com possibilidade de cresci-mento, porém sem transformar suaestrutura tecnológica e produtivainterna;

• atividades de acumulação: empresasque crescem em produção, número deempregados e transformam suaestrutura produtiva e sua modalidade deinserção no mercado.

As ações de cidadania conduzidas localmentetêm focado bastante as atividades desobrevivência, principalmente nas áreasurbanas, onde garantem o sustento demilhões de pessoas. Muitas das práticasvoltadas ao comércio ambulante, à produçãodoméstica de alimentos ou à coleta ecomercialização de material reciclávelpodem ser classificadas nessa categoria.

No caso das atividades em expansão, valeressaltar a importância dos programas eprojetos voltados à capacitação dos agenteseconômicos locais e da mão de obra, assimcomo dos arranjos para viabilizar recursospara investimento e capital de giro.

Para as atividades de acumulação, nestemundo globalizado, a experiência temapontado a necessidade de criar condições decompetitividade local. Assim, vem sendosugerida a adoção de políticas de apoio e depromoção daquelas atividades econômicaslocais com potencial de crescimento e detransformação, abrangendo os seguintesaspectos, alguns dos quais podem seridentificados nas práticas analisadas:

• sistema de informação de mercados;• instrumentos de comercialização;• integração horizontal de pequenos

empreendimentos do mesmo setoreconômico;

• integração vertical com outros setoreseconômicos (grandes empresas);

• integração dos interesses políticossetoriais;

• redução dos obstáculos para a garantiada competitividade, como burocracia,impostos, falta de infra-estrutura, baixonível de escolaridade, insuficientecapacitação profissional etc.

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Especificamente com referência aos arranjosprodutivos locais, a política recomendada porestudos sobre o assunto e instituições defomento consiste em atacar os pontos fracosdesses aglomerados de empresas, fomentarseus pontos positivos e avaliar e explorar asoportunidades mercadológicas através deuma política de desenvolvimento baseada nacapacidade de iniciativa dos atores locais.

4. CONCLUSÃO

As experiências aqui analisadas demonstramque, a partir da iniciativa dos atores locais foipossível acumular conhecimento sobre asrealidades locais e disseminar informaçõesimportantes para seu desenvolvimento;motivou-se também a ocorrência demudanças comportamentais tanto entre apopulação envolvida como entre instituições;permitiu-se o compartilhamento de lingua-gens e o encontro de diferentes saberes;incrementaram-se as disposições empreende-doras e foram abertos e intensificados canaisde comunicação e cooperação entre apopulação, as instituições públicas e o setorprivado.

Todos esses aspectos são considerados defundamental importância nos processos dedesenvolvimento local, representando a baseda construção social de territórios susten-táveis.

Embora uma grande parte das práticasanalisadas seja de caráter pontual, a vivênciaacumulada nas localidades beneficiadascertamente irá ensejar sua continuidade oumesmo poderá provocar desdobramentosatravés da implementação de novas açõesvoltadas para o desenvolvimento local.

Vale dizer que os caminhos para se alcançaro desenvolvimento econômico local já foramtraçados ou esboçados em muitas localidades,porém ainda se faz necessário o reforço dopapel dos governos locais e dos órgão defomento para ampliar e criar condições para

uma integração entre as potencialidadeslocais e os circuitos econômicos regionais enacionais.

5. CONTATOS E FONTES PARAMAIORES INFORMAÇÕES

Internacionais

Best Practices Program:www.bestpractices.org

Deutsche Geselischaft für TechnischeZusammenarbeit – [email protected]

Comissão Econômica para a AméricaLatina – CEPAL: http://www.CEPAL.org

UN– HABITAT: www.unhabitat-rolac.org

Setor Público

• ArgentinaMunicipalidad de Berazategui –[email protected] de Rosário –[email protected]@arnet.com.arProvíncia de Corrientes –[email protected]@caserosdugital.com.ar

• BrasilBanco de Desenvolvimento do Estado deMinas Gerais – [email protected]

Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social – BNDES:www.bndes.gov.br

Caixa Econômica Federal:www.caixa.gov.br

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dosRecursos Renováveis – IBAMA –[email protected]://www.ibama.gov.br

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Prefeitura Municipal de Maracás –[email protected]://www.maracasbahia.com.brPrefeitura Municipal de Parauapebas –[email protected]://www.parauapebas.pa.gov.brPrefeitura Municipal de Santa Rita doSapucaí – [email protected] Municipal de Santo André –[email protected]

[email protected] Municipal de Três Passos

Prefeitura Municipal de Vitória daConquista – [email protected]

Prefeitura Municipal de Xapuri –[email protected]

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro ePequenas Empresas – SEBRAE:www.sebrae.com.br

Serviço Nacional de Aprendizado Industrial– SENAI – [email protected]

• EquadorGobierno local de Cuenca –[email protected]

• ChileMunicipalidad de Tomé –[email protected]

• PeruMunicipalidad Metropolitana de Lima –[email protected]

Instituições Acadêmicas

• BrasilFaculdade de Ciências Agrárias do Pará daUniversidade Federal Rural da Amazônia –FCAP/UFRA – http://www.ufra.edu.br

Instituto nacional de pesquisa da Amazônia– INPA – http://www.inpa.gov.br

Instituto Nacional de Telecomunicações –INATEL – [email protected]

Universidade Regional Integrada doNoroeste do Estado do Rio Grande do SulUNIJUI – [email protected]

Setor Privado

• BrasilInstituto Brasileiro de AdministraçãoMunicipal – IBAM: www.ibam.org.br

Rede de Desenvolvimento Local Integradoe Sustentável/IBAM: www.rededlis.org.br

Serviço Nacional de Aprendizagem RuralSENAR – [email protected]://www.senar.org.br

• Costa RicaProyecto de Fortalecimiento a laAutogestión Comunitaria – [email protected]

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6. TABELAS

TABELA 1POPULAÇÃO TOTAL E URBANA NA AMÉRICA CENTRAL,

AMÉRICA DO SUL E O CARIBE (1.000 habitantes) – 2001

PAÍSES População Urbana População Total % População UrbanaAmérica Central 94.121 137.480 68,5

Belize 111 231 48,1Costa Rica 2.448 4.112 59,5El Salvador 3.935 6.400 61,5Guatemala 4.688 11.687 40,1Honduras 3.531 6.575 53,7México 74.846 100.368 74,6

Nicarágua 2.943 5.208 56,5Panamá 1.639 2.899 56,5

América do Sul 280.835 350.724 80,1Argentina 33.119 37.488 88,3Bolívia 5.358 8.516 62,9Brasil 141.041 172.559 81,7Chile 13.254 15.402 86,1

Colômbia 32.319 42.803 75,5Equador 8.171 12.880 63,4

Ilhas Malvinas 2 2 100,0Guiana Francesa 128 170 75,3

Guiana 280 763 36,7Paraguai 3.194 5.636 56,7

Peru 19.084 26.093 73,1Suriname 313 419 74,7Uruguai 3.097 3.361 92,1

Venezuela 21.475 24.632 87,2

Caribe 24.313 38.329 63,4Anguila 12 12 100,0

Antigua y Barbuda 24 65 36,9Aruba 53 104 51,0

Bahamas 274 308 89,0Barbados 136 268 50,7

Ilhas Cayman 40 40 100,0Ilhas Virgens Britânicas 15 24 62,5

Ilhas Virgens (EUA) 57 122 46,7Cuba 8.482 11.237 75,5

Dominica 50 71 70,4Rep. Dominicana 5.615 8.507 66,0

Granada 36 94 38,3Guadalupe 430 431 99,8

Haiti 3.004 8.270 36,3Jamaica 1.470 2.598 56,6

Martinica 367 386 95,1Montserrat 0 3 0,0

Antilhas Holandesas 151 217 69,6Porto Rico 2.987 3.952 75,6

Saint Kitts y Nevis 13 38 34,2Santa Lúcia 57 149 38,3

São Vicente e Granada 64 114 56,1Trinidad e Tobago 969 1.300 74,5Turcos e Caicos 8 17 47,1

Total Geral 399.269 526.533 100,0

Fonte: Pobreza y precariedad del hábitat de America Latina y Caribe – CEPAL.Com base em dados das Nações Unidas: World Urbanization Prospects –The 2001 Revision – New York, 2002

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TABELA 2PRODUTO INTERNO BRUTO PER CAPITA

NOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA1990-2000

US$ 1.00

Fonte: Anuário Estatístico da CEPAL, Serie ManualesNota: Preços constantes de mercado de 1995Países ordenados segundo o PIB per capita de 2000

TABELA 3PRODUTO INTERNO BRUTO PER CAPITA

NOS PAÍSES DO CARIBE1990-2000

US$ 1.00

Fonte: Anuário Estatístico da CEPAL, Serie ManualesNota: Preços constantes de 1995Países ordenados segundo o PIB per capita de 2000

PAÍSES 1990 1995 2000Antigua y Barbuda 5 987.4 6 481.4 8 054.9Barbados 6 378.8 6 036.3 7 060.6Saint Kitts y Nevis 3 833.8 4 860.4 6 428.2Trinidad y Tobago 4 009.3 4 238.4 5 349.6Dominica 2 778.1 3 070.8 3 410.0Granada 2 327.8 2 531.5 3 299.9Belize 2 147.2 2 429.4 2 744.1Santa Lúcia 2 483.5 2 621.7 2 672.3São Vicente e Granada 1 811.2 2 038.3 2 322.0Jamaica 2 034.8 2 119.5 1 986.7Suriname 1 373.7 1 269.9 1 490.1Guiana 433.8 642.2 760.5

PAÍSES 1990 1995 2000Argentina 5 544.6 6 843.9 7 303.3Uruguai 4 705.9 5 521.2 5 884.8Chile 3 424.6 4 588.3 5 309.1México 4 047.9 3 985.2 4 813.7Brasil 3 859.4 4 169.1 4 347.9Costa Rica 2 985.4 3 296.5 3 684.7Panamá 2 525.2 3 005.0 3 308.0Venezuela 3 029.6 3 247.7 3 096.6Peru 1 876.9 2 250.4 2 341.8Colômbia 2 146.7 2 400.0 2 286.5Rep. Dominicana 1 378.3 1 549.0 2 058.8Cuba 2 437.4 1 586.1 1 989.3El Salvador 1 405.9 1 674.9 1 753.0Guatemala 1 353.4 1 469.1 1 557.9Paraguai 1 696.7 1 730.6 1 552.5Equador 1 471.6 1 565.4 1 416.7Bolívia 833.3 905.8 950.8Honduras 685.7 700.4 710,0Nicarágua 454.2 426.3 482.4Haiti 474.3 351.1 356.6

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TABELA 4MEDIDA DA POBREZA E INDIGÊNCIA NA AMÉRICA LATINA

%

Fonte: Objetivos de Desarrollo del Milênio: Una Mirada desde America Latina y Caribe.Nota: Dados da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe – CEPAL.

1990 48,3 41,4 22,5 15,31994 45,7 38,7 20,8 13,61997 43,5 36,5 19,0 12,31999 43,8 37,1 18,5 11,32000 42,5 35,9 18,1 11,72001 43,2 37,0 18,5 12,22002 44,0 38,4 19,4 13,5

Populações abaixo da Linhade Pobreza

Populações abaixo daLinha de Indigência

Totais/Ano

Total Países Total ZonasUrbanas

Total Países Total ZonasUrbanas

TABELA 5IMPORTÂNCIA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – MPEs EM PAÍSES

SELECIONADOS DA AMÉRICA LATINA E CARIBE 2001

Argentina 0 a 30 96,5 47,0Bolívia 1 a 49 99,5 80,5Brasil 0 a 49 94,0 37,4Chile até 200 97,2 79,8Colômbia 0 a 49 95,9 66,4Costa Rica 0 a 49 96,0 43,3México 0 a 50 94,7 50,8Nicarágua 1 a 30 99,6 73,9Panamá 0 a 49 91,5 37,6Peru 1 a 50 95,8 40,2Uruguai 0 a 49 97,9 64,4média 96,2 56,5

PAÍSESMPEs segundo o

número deempregados

Número de Empresas (% do Total)

Participação noEmprego

(% do Total)

Fonte: Desenvolvimento Econômico Social, F.A. Llorens, 2001.Nota: Dados oficiais sobre estabelecimentos empresariais, com exceção daArgentina, Nicarágua, Panamá e Peru, os quais se referem aestabelecimentos manufatureiros.

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TABELA 6IMPORTÂNCIA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - MPEs

EM PAÍSES SELECIONADOS DA AMÉRICA LATINA E O CARIBE - 2001

Argentina 0 a 5 71,5 14,2Bolívia 1 a 4 88,9 48,0Brasil 0 a 4 61,5 7,5Chile menos de 10 82,8 43,3Colômbia 0 a 4 84,8 35,1Costa Rica 0 a 4 65,5 10,8México 0 a 5 89,2 36,6Nicarágua 1 a 5 95,1 58,3Panamá 0 a 4 50,5 6,1Peru 1 a 10 83,1 18,0Uruguai 0 a 4 73,9 23,4Média 77,0 27,4

PAÍSESParticipação no

Emprego (% do Total)

Fonte: Desenvolvimento Econômico Social, F.A. Llorens, 2001.Nota: Dados oficiais sobre estabelecimentos empresariais, com exceção da Argentina,Nicarágua, Panamá e Peru, os quais se referem a estabelecimentos manufatureiros.

Microempresassegundo o número de

empregados

Número de Empresas(% do Total)

TABELA 7QUANTIDADE APROXIMADA DE MUNICÍPIOS

EM PAÍSES SELECIONADOS DA AMÉRICA LATINA E O CARIBE - 1999

PAÍSES NÚMERO DEMUNICÍPIOS

Argentina 1.617Bolívia 312Brasil 5.581Chile 340Colômbia 1.068Costa Rica 496Equador 1.079El Salvador 262Guatemala 324Honduras 293México 2.418Nicarágua 143Paraguai 212Peru 1.808Republica Dominicana 90Uruguai 19Venezuela 330

Fonte: Gestión urbana para el desarrolo sostenibleem América latina y el Caribe - CEPAL.Nota: Com base em dados do Banco Mundial:Programa de IndicadoresUrbanos, Washington, D.C., 1994-1996.

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TABELA 8PRÁTICAS SELECIONADAS

Programas Local Premiação Ano

Desenvolvimento, Emprego e Renda Três Passos – Brasil inscrita 2006

Cluster: Micro e Pequenas EmpresasBase Tecnológica Santa Rita do Sapucaí – Brasil inscrita 2006

Formação de Pequenos Produtores Rurais Parauapebas - Brasil melhor 2004

Complexo de Indústrias Florestais Xapuri – Brasil melhor 2004

Inclusão Social Integrada Santo André - Brasil premiada 2002

Banco Popular de Palmeira Palmeira – Brasil boa 2000

Desenvolvimento Econômico, Justiça e Cidadania Vitoria da Conquista - Brasil boa 2000

Estratégias sociais: Cooperação e Criação de Redes Monte Caseros – Argentina boa 2000

Gestão Municipal Participativa Paranavai – Brasil boa 2000

Agricultura Urbana Cuenca – Equador boa 2000

Realocação de vendedores ambulantes Lima – Peru melhor 2000

Desenvolvimento Social, Alimentação e Reciclagem Tomé – Chile boa 2000

Centro de Recursos Locais Limon - Costa Rica boa 1998

Comunidades de ProduSoja Solidária Berazategui - Argentina melhor 2004

Agricultura Urbana Rosário – Argentina premiada 2004

Produção Local Maracás – Brasil melhor 2004

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NOTAS AO TEXTO

(12) COELHO, Francklin (Org.). Desenvolvimento Econômico Local : Temas e Abordagens.IBAM, SERE/FES, Rio de Janeiro, 1996.

(1) (9) COELHO, Franklin Dias e FONTES, Ângela. Desenvolvimento Econômico Local esustentabilidade institucional: as redes de desenvolvimento local. IBAM, 1998.

(6) (7) JORDAN, Ricardo y SIMIONI, Daniela. Gestión urbana para el desarrollo sostenibleen América Latina y el Caribe. CEPAL, 2003.

(4) (5) (10) NACIONES UNIDAS. Objetivos de Desarrollo del milênio: Una mirada desdeAmérica Latina y el Caribe. NACIONES UNIDAS, 2005.

(3) SEBRAE.Metodologia de desenvolvimento de arranjos produtivos locais – ProjetoPROMOS/SEBRAE/BID. SEBRAE, Brasília, 2004.

(2) (8) SILVEIRA, Caio Márcio. Desenvolvimento local: marcos conceituais e históricos.IBAM, 2005.

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BIBLIOGRAFIA

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COELHO, Franklin Dias e FONTES, Ângela. Desenvolvimento econômico Local esustentabilidade institucional: as redes de desenvolvimento local. IBAM, 1998.

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SEBRAE. Arranjos produtivos locais – Soluções coletivas para o acesso aos serviçosfinanceiros.

SEBRAE.Metodologia de desenvolvimento de arranjos produtivos locais – Projeto PROMOS/SEBRAE/BID. SEBRAE, Brasília, 2004.

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