8 de março: dia internacional da...

2
FEV VEREIRO 2 2011 • N 7 ANO O 2 8 de Março: Dia Internacional da Mulher No dia 8 de março de 1857, ope- rárias de uma fábrica de tecidos em Nova Iorque zeram um movimento de greve para reivindicar melhores salários, condições de trabalho ade- quadas, redução da carga horária e tratamento digno. A manifestação foi reprimida com violência. Aproxi- madamente 130 tecelãs foram tran- cadas na fábrica e queimadas vivas, num ato totalmente desumano. A parr desse episódio, o Movimento Feminista começou a se estruturar e foi ganhando força e credibilidade mundo afora. Em 1910, durante uma confe- rência na Dinamarca, cou decidido que o dia 8 de março seria o Dia Inter- nacional da Mulher em homenagem às tecelãs que morreram reivindican- do seus direitos. Porém, apenas em 1975, por meio de um decreto, a Or- ganização das Nações Unidas (ONU) ocializou a data que hoje é reconhe- cida no mundo inteiro. Após tantos anos, as mulheres connuam lutando por seus diretos, vencendo preconceitos e tabus que ainda persistem na sociedade. O SIMTED de Ponta Porã foi ouvir a professora Edna Benedicto, representante do Colevo das Mu- lheres da FETEMS, no Município. Pro- fessora na ava, Edna defendeu em sua pós-graduação o tema “Controle social do corpo da mulher – uma aná- lise das idéias jurídicas”. A professora fez algumas considerações sobre as diculdades que as mulheres enfren- tam na sociedade atual. “Ainda co surpresa com a situ- ação de algumas mulheres. São pro- vedoras economicamente de seu nú- cleo de família, adquirem patrimônio familiar e mesmo assim se submetem aos abusos de violência pracados por seus companheiros. Se há crise econômica, os homens cam subem- pregados e os postos de trabalho são ocupados pelas mulheres com ga- nhos menores. Mulheres vímas de violência são a principal causa de morte no mundo. Em 2010, entre os países lanos, o Brasil ocupou a 7ª posição em número de mortes de mulhe- res vímas de violência domésca. Atualmente, ocupa a 12ª posição do ranking mundial. Em meu estudo “Controle social do corpo da mulher – uma análise das idéias jurídicas” , pude perceber que o arcabouço jurídico que temos oferece proteção com forte controle moral, social e religioso sobre a mu- lher. Essa caracterísca está presente também nas demais instuições so- ciais. A mulher é protegida principal- mente em sua função reprodutora. Não é o ser feminino que é protegido, é a mãe, a que reproduz. Leis como as que tratam do sa- lário-maternidade, direito à creche e planejamento familiar protegem a função reproduva. Mesmo a lei de proteção à mulher em situação de violência só garante direitos em fun- ção da prole. No que diz repeito ao controle da reprodução, temos controle ape- nas sobre o corpo da mulher. Homens e mulheres fazem bebês. Quando acontece o aborto, às vezes por de- cisão de ambos, a lei condena a mu- lher. Homens não têm responsabili- dade no ato. Em Mato Grosso do Sul, 10 mil mulheres foram recentemente processadas por cometerem aborto. No caso de mulheres dependen- tes economicamente de seus compa- nheiros, quando sofrem agressões, recorrem às delegacias da mulher, que na maioria das vezes não dis- põem de prossionais e trabalham sem estrutura para atendimento. Não há instuições para acolhi- mento e apoio que ajudem essas mu- lheres a superar a dependência eco- nômica. E essas mulheres voltam para a mesma situação de risco. Por tudo isso, é preciso discur com a socieda- de uma maneira de superar as diferen- ças de gênero em nosso codiano." Professora Edna arma que mulheres independentes ainda sofrem violência domésca Sindicato Municipal do s Trabalhadores em Educação 16 de março Dia de paralisação nas escolas públicas INFORMATIVO DO SINDICATO MUNICIPAL DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DE PONTA PORÃ Nº 7 FEVEREIRO 2011 Congresso 31º Congresso de CNTE debate Piso Salarial, PNE e conquistas da categoria. Pág.3 Edna Benedicto diz que a mulher é prote- gida em função da prole. Úlma página Trabalhadores em Educação armam que governador não cumpre com as promessas de campanha e vão parar as avidades por 24 horas em todo o Mato Grosso do Sul. Pág.3 Dia da Mulher Sindicato Municipal do s Trabalhadores em Educação Filiadoà

Upload: hoanghuong

Post on 11-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

4 • FEVVEREIRO 22011 • NNº 7 • ANOO 2

8 de Março: Dia Internacional da Mulher

No dia 8 de março de 1857, ope-rárias de uma fábrica de tecidos em Nova Iorque fi zeram um movimento de greve para reivindicar melhores salários, condições de trabalho ade-quadas, redução da carga horária e tratamento digno. A manifestação foi reprimida com violência. Aproxi-madamente 130 tecelãs foram tran-cadas na fábrica e queimadas vivas, num ato totalmente desumano. A parti r desse episódio, o Movimento Feminista começou a se estruturar e foi ganhando força e credibilidade mundo afora.

Em 1910, durante uma confe-rência na Dinamarca, fi cou decidido que o dia 8 de março seria o Dia Inter-nacional da Mulher em homenagem às tecelãs que morreram reivindican-do seus direitos. Porém, apenas em 1975, por meio de um decreto, a Or-ganização das Nações Unidas (ONU) ofi cializou a data que hoje é reconhe-cida no mundo inteiro.

Após tantos anos, as mulheres conti nuam lutando por seus diretos, vencendo preconceitos e tabus que ainda persistem na sociedade.

O SIMTED de Ponta Porã foi ouvir a professora Edna Benedicto, representante do Coleti vo das Mu-lheres da FETEMS, no Município. Pro-fessora na ati va, Edna defendeu em sua pós-graduação o tema “Controle social do corpo da mulher – uma aná-lise das idéias jurídicas”. A professora fez algumas considerações sobre as difi culdades que as mulheres enfren-tam na sociedade atual.

“Ainda fi co surpresa com a situ-ação de algumas mulheres. São pro-vedoras economicamente de seu nú-

cleo de família, adquirem patrimônio familiar e mesmo assim se submetem aos abusos de violência prati cados por seus companheiros. Se há crise econômica, os homens fi cam subem-pregados e os postos de trabalho são ocupados pelas mulheres com ga-nhos menores.

Mulheres víti mas de violência são a principal causa de morte no mundo. Em 2010, entre os países lati nos, o Brasil ocupou a 7ª posição em número de mortes de mulhe-res víti mas de violência domésti ca. Atualmente, ocupa a 12ª posição do ranking mundial.

Em meu estudo “Controle social do corpo da mulher – uma análise das idéias jurídicas” , pude perceber que o arcabouço jurídico que temos

oferece proteção com forte controle moral, social e religioso sobre a mu-lher. Essa característi ca está presente também nas demais insti tuições so-ciais. A mulher é protegida principal-mente em sua função reprodutora. Não é o ser feminino que é protegido, é a mãe, a que reproduz.

Leis como as que tratam do sa-lário-maternidade, direito à creche e planejamento familiar protegem a função reproduti va. Mesmo a lei de proteção à mulher em situação de violência só garante direitos em fun-ção da prole.

No que diz repeito ao controle da reprodução, temos controle ape-nas sobre o corpo da mulher. Homens e mulheres fazem bebês. Quando acontece o aborto, às vezes por de-

cisão de ambos, a lei condena a mu-lher. Homens não têm responsabili-dade no ato. Em Mato Grosso do Sul, 10 mil mulheres foram recentemente processadas por cometerem aborto.

No caso de mulheres dependen-tes economicamente de seus compa-nheiros, quando sofrem agressões, recorrem às delegacias da mulher, que na maioria das vezes não dis-põem de profi ssionais e trabalham sem estrutura para atendimento.

Não há insti tuições para acolhi-mento e apoio que ajudem essas mu-lheres a superar a dependência eco-nômica. E essas mulheres voltam para a mesma situação de risco. Por tudo isso, é preciso discuti r com a socieda-de uma maneira de superar as diferen-ças de gênero em nosso coti diano."

Professora Edna afi rma que mulheres independentes ainda sofrem violência domésti ca

Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação

• 1 FEVVEREEIRO 22011 • NNº 7 •• ANOO 2

16 de marçoDia de paralisação nas escolas públicas

INFORMATIVO DO SINDICATO MUNICIPAL DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DE PONTA PORÃ • Nº 7 • FEVEREIRO 2011

Congresso31º Congresso de CNTE debate Piso Salarial, PNE e conquistas da categoria.

Pág.3

Edna Benedicto diz que a mulher é prote-gida em função da prole.

Últi ma página

Trabalhadores em Educação afi rmam que governador não cumpre com as promessas de campanhae vão parar as ati vidades por 24 horas em todo o Mato Grosso do Sul.

Pág.3

Dia da Mulher

Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação

Filiado à

2 • FEVVEREIRO 22011 • NNº 7 • ANOO 2

EDITORIAL

Sindicato ofereceatividades esportivas

Durante o mês de janeiro o SIMTED de Ponta Porã ofereceu aulas de hidroginásti ca e natação para seus fi liados e dependentes. A programação de ati vidades esporti vas conti nua ao longo do ano.

Dança - Para quem gosta de dançar, quer se aperfeiçoar ou ainda aprender, o Sindicato oferece, a parti r do dia 26 de fevereiro, aulas de dança nos esti los samba no pé, samba gafi ei-ra, salsa e tango. As aulas acontecem uma vez por semana, aos sábados, a parti r das 15h. Mais informações pelo telefone (67) 3431-4531.

Uma publicação do Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Ponta Porã - [email protected] - Travessa Iguatemi, 38 - Centro - Ponta Porã - MS - CEP 79900-000. Fone: (67) 3431.4531.

Presidente: Denize Silva de Oliveira; Vice-Presidente: Marcia Cristina Ortis da Silva; Secretária Geral: Vitória Elfrida Antunes; Primeiro Secretário: Luiz Carlos Marques Valejo; Tesoureira Geral: Cléa Ca-navieira Fonseca; Primerira Tesoureira: Kedma Caroline de Souza Moraes; Secretário de Imprensa e Divulgação: Edivaldo Viera; Secretária Educacional: Maria Ramona Amâncio; Secretária de Formação Sindical: Kelem Cristiane Brum Carminate Pereira; Secretário Cultural e Social: Sergio Alencar Semensato; Secretária Ético-jurídica: Eva de Oliveira Freitas; Secretária de Política Municipal: Orízia Silva de Oliveira; Secretátio de Esportes: João Antonio da Silva Barbosa; Secretária de Política dos Administrativos: Luzia Alves Marques; Secretária de Política dos Aposentados: Maria Helena Simczak Zanin; Edição: Laura Samudio Chudecki (DRT-MS 242); Fotos: SIMTED de Ponta Porã, Léo Veras e Lécio Aguilera; Editoração, Revisão e Programação Visual: Íris Comunicação Integrada.

Começamos o ano de 2011 com a posse da primeira presi-denta do Brasil.

O movimen-to sindical bra-

sileiro espera do governo de Dilma Roussef a conti nuidade do avanço nas políti cas de inclusão social, do aumen-to da renda e da garanti a dos direitos do trabalhador.

Para nós, que lutamos pela supe-ração do papel subalterno da mulher na sociedade brasileira, esperamos que o Governo Dilma Roussef promo-

va novas práti cas e políti cas públicas para oferecer apoio às mulheres que ainda sofrem violência, têm a auto--esti ma desvalorizada e sobrevivem sem a própria autonomia econômica.

O ano de 2011 nos exige tam-bém muita organização e luta para a implantação do Piso Salarial Profi s-sional Nacional (PSPN) e do Plano de Cargos e Carreira dos profi ssionais da Educação, duas questões que o gover-no estadual e os governos municipais conti nuam ignorando.

Um governo que ignora leis, cer-tamente não tem condições de ofere-cer uma escola pública de qualidade,

nem garante o direito à Educação e muito menos promove a cidadania.

Outra questão que precisamos considerar neste editorial, é a meri-tocracia que vem sendo exercida pelo governo estadual de Mato Grosso do Sul. O mérito dos alunos que se so-bressaem é exclusivamente pessoal. O governo não pode se benefi ciar de um esforço individual do estudante para afi rmar que a Educação que pro-porciona é de qualidade.

Todos os alunos devem ter aces-so à tecnologia e não apenas aqueles com melhores notas. O desempenho de um aluno não pode ser medido

apenas pela nota, há uma série de fa-tores que precisamos considerar e a nota alta não pode ser uma condição para o aluno ter acesso a um compu-tador, seja ele portáti l ou não.

O governo não pode premiar al-guns e limitar o acesso à tecnologia a outros. As escolas devem ser 100% informati zadas, ter infra-estrutura adequada e profi ssionais valorizados. Hoje, a tecnologia, assim como a Edu-cação, já é um direito de todos.

Denize Silva de Oliveira Presidente do SIMTED

Ponta Porã

Expectativa, organização e meritocracia em 2011

Desde o mês de outubro do ano passado, o site do SIMTED de Ponta Porã está no ar. Para co-nhecer a página da enti dade basta acessar o seguinte endereço ele-trônico:

No site do SIMTED os inter-nautas encontram entrevistas, no-tí cias, arti gos, vídeos, fotos, mural de recados e outras informações.

www.simtedpontapora.com.br

Acesse o sitedo Sindicato

85 alunos estão matricula-dos nas aulas de natação e

hidroginásti ca

• 3 FEVVEREEIRO 22011 • NNº 7 •• ANOO 2

O SIMTED de Ponta Porã par-ti cipou do 31º Congresso da Confe-deração Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que aconteceu entre os dias 13 e 16 de janeiro, em Brasília (DF). O evento reuniu traba-lhadores de todas as regiões brasi-leiras e representantes de 23 países.

Na oportunidade, profi ssio-nais da Educação discuti ram políti ca sindical e educacional, Piso Salarial, aumento real dos salários, Plano Nacional de Educação (PNE), entre outros temas.

As conquistas da categoria nos

últi mos anos também foram ressalta-das durante o Congresso. Além do Piso Salarial Profi ssional Nacional (PSPN), os funcionários de escola ti veram al-guns direitos garanti dos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), garanti u-se o fi nanciamento público a toda Educação Básica, eliminou-se a incidência da Desvinculação das Re-ceitas da União (DRU) nos recursos da Educação e ampliou-se a obrigatorie-dade do ensino de crianças e jovens na idade de 4 a 17 anos.

Para a presidente do SIMTED de Ponta Porã, Denize Silva de Oliveira,

Em Brasília, SIMTED de Ponta Porãparticipa do 31º Congresso da CNTE

No dia 3 de fevereiro, o SIMTED de Ponta Porã realizou Assembleia com os fi liados da Rede Estadual para elaborar um conjunto de ações a ser adotado pela categoria caso não haja consenso entre o governo do Estado e os trabalhadores em Educação.

Em 2010, a categoria apresentou ao governo um plano de políti ca sa-larial para médio prazo, de 2011 até início de 2013, que possibilita a ob-tenção de um Piso Salarial equivalen-te ao valor atualizado do Piso Salarial Profi ssional Nacional (PSPN) para uma jornada de 20 horas semanais, além da reformulação do Estatuto dos Pro-fi ssionais da Educação Básica.

Em dezembro, o governo conce-deu aumento de apenas 6% aos pro-fessores, como medida de reposição da infl ação de 2010. Os administrati -vos não receberam reajuste.

Para os trabalhadores em Edu-cação, o governador André Puccinelli (PMDB) vem protelando o cumpri-

mento dos compromissos que assu-miu com a categoria durante as elei-ções.

Os 70 SIMTEDs de todo o Esta-do encaminharam suas propostas de ação para a FETEMS. Os trabalhadores sugerem paralisações de advertência mensais até que suas reivindicações sejam efeti vadas ou até que haja um acordo. No dia 16 de março, acontece a primeira paralisação das redes esta-dual e municipal. A data foi defi nida no dia 11 de fevereiro durante Assem-bleia Geral na sede da FETEMS, em Campo Grande.

Após a primeira paralisação es-tadual, a FETEMS aguardará as orien-tações da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) para as tradicionais paralisações que acontecem no mês de abril durante a Semana em Defesa da Escola Pública.

Município – Os trabalhadores da Rede Municipal de Ensino também aprovaram, no dia 4 de fevereiro, a su-

SIMTEDs apresentam propostas para paralisação das atividades

gestão de paralisações mensais. E de-fi niram a pauta de negociações junto à prefeitura: Piso Salarial de R$ 1.597,87 para os membros do Magistério, Piso igual ao salário-mínimo e jornada de trabalho de 6 horas para os funcio-nários administrati vos, abono saúde de 15% do salário-mínimo para todos os funcionários municipais, tornando

possível sua adesão à Caixa de Assis-tência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (CASSEMS), posse imediata do concurso do Magistério municipal, restabelecimento da regên-cia de classe, fornecimento de itens de segurança no trabalho para funcioná-rios municipais e discussão de critérios de avaliação no estágio probatório.

as conquistas da categoria são o refl e-xo dos anos de luta, união e perseve-rança dos trabalhadores. “Para se ter uma Educação de qualidade é preciso valorizar os profi ssionais, capacitá-los, oferecer salários dignos e condições de trabalho adequadas,” disse.

Ainda segundo Denize, os traba-lhadores em Educação têm grandes expectati vas no Governo Dilma Rous-sef. “É um governo que promete. Es-peramos que a presidenta conti nue ampliando as políti cas de inclusão e faça valer os direitos do trabalhador”, completou.

Assembleias para defi nir plano de ação foram realizadas em todo o Estado