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OBTENÇÃO DE ENERGIA Biologia e Geologia 10º Ano 2009/2010

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OBTENÇÃO DE ENERGIA Biologia e Geologia

10º Ano

2009/2010

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Metabolismo celular

A fotossíntese assegura o fluxo energético que se inicia no Sol e continua através dos seres vivos.

Os compostos orgânicos sintetízados durante a fotossíntese são altamente energéticos, no entanto não podem ser utilizados directamente nos processos bioquímicos que ocorrem no interior das células, pelo que têm que ser degradados de forma a libertar a energia formando ATP, a qual já pode ser utilizada.

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Metabolismo celular

Nas células ocorrem muitas reacções químicas essenciais à vida.

Ao conjunto de todas essas reacções dá-se o nome de Metabolismo celular, podendo no entanto distinguir-se dois tipos:

Metabolismo

Catabolismo

Compostos orgânicos são decompostos em moléulas mais simples, ocorrendo libertação de energia.

Anabolismo

Reacções onde ocorre fiormação de moléculas mais complexas a partir de moléculas simples, havendo consumo de energia.

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ATP

A libertação de energia dos compostos orgânicos faz-se por etapas.

Caso contrário a libertação de calor seria tal que se tornaria incompativel com a vida.

Assim a obtenção de energia dá-se através de uma sequência de reacções em cadeia nas quais a energia vai sendo libertada e acumulada em compostos energéticos intermédios como o ATP.

De facto o ATP é o composto energético intermédio mais comum nos seres vivos, sendo por isso considerado o transportador universal de energia, a nível celular.

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Transportadores e aceptores

Existem diversas vias catabólicas capazes de transferir a energia contida nos compostos orgânicos para moléculas de ATP.

Nestas intervêm compostos como o NAD que transporta protões e electrões do hidrogénio desde o substracto (composto orgânico incial) até a um aceptor final.

Se o aceitador (aceptor) final for uma molécula inorgânica, o conjunto destas reacções denomina-se de respiração.

Se a aceptor for o oxigénio dá-se o caso particular da respiração aeróbia.

Se o aceptor final for outro composto inorgânico como por exemplo o Nitrato, o Sulfato ou o Dióxido de Carbono estamos perante a respiração anaeróbia.

Por outro lado se não existir um aceptor final externo, mas sim um derivado do substracto inicial, como por exemplo o piruvato, então estamos perante o caso da fermentação.

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Respiração vs Fermentação

Seres vivos simples como algumas bactérias, utilizam a fermentação como via única de obtenção de energia, denominam-se anaeróbios obrigatórios.

No caso do Homem, e de outros seres vivos como as leveduras, utiliza preferencialmente a respiração aeróbia, pois através dela retira grandes quantidades de energia.

No entanto e perante uma situação de ausência desse gás, concentrações baixas ou ainda situações onde é necessário energia extra, alguns destes seres vivos são capazes de realizar fermentação como uma via alternativa, por isso se denominam de anaeróbios facultativos.

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Fermentação

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Fermentação

No ínicio do século XIX, Louis Pasteur realizou uma série de experiências com leveduras, com vista a conhecer melhor o processo de fermentação.

As leveduras são fungos (eucariontes) unicelulares com grande capacidade de multiplicação perante as condições necessárias.

Meios ricos em açucares;

Temperaturas amenas.

A velocidade de reprodução das leveduras varia por exemplo com:

Quantidade de substracto;

Quantidade de produto final resultante.

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Fermentação

Pasteur realizou várias experiências, uma das mais simples foi aquela em que apenas variou a presença ou não de oxigénio.

Verifica-se que o processo aeróbio deverá ser mais rentável pois a quantidade de levedeuras final é muito maior do queno caso anaeróbio.

Outro facto visível é que um dos produtos finais da fermentação (anaeróbia) é um álcool etílico, razão pelo qual se denomina a este processo, fermentação alcoólica.

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Fermentação

A fermentação levada a cabo pelas levedura é responsável pela produção/transformação de muitos dos produtos alimentares humanos.

A fermentação é um processo simples e, em termos evolutivos, primitivo.

Ocorre no hialoplasma das células e divide-se em:

Glicólise – conjunto de reacções que degradam a glicose até ácido pirúvico ou piruvato.

Redução do piruvato – conjunto de reacções que conduzem à formação dos produtos de fermentação.

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Glicolise

A glicose é uma molécula quimicamente inerte, assim para que a sua degradação se inicie é necessário activa-la através de energia fornecida pelo ATP. (FASE DE ACTIVAÇÃO)

De seguida ocorre uma sequência de reacções até à formação de ácido pirúvico com formação de ATP e NADH. (FASE DE RENDIMENTO)

Assim para activar cada glicose é necessário o gasto de 2 ATP com o ganho de 4 ATP e 2 NADH.

O Rendimento é assim de 2ATPs e 2NADHs.

Formando-se por cada glicose 2 Piruvatos.

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Redução do Piruvato

Os NADH formados durante a fase de activação, vão agora ser utilizados para reduzir o piruvato em condições de anaerobiose.

O produto final varia de fermentação para fermentação .

Fermentação alcoólica – álcool etílico;

Fermentação lactica – ácido láctico;

Fermentação acética – ácido acético;

Fermentação butírica – ácido butírico.

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Fermentação alcoólica e láctica.

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Respiração

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Mitocôndrias

Bactérias e leveduras não apresentam grandes gastos energéticos, pelo que a fermentação serve perfeitamente.

No entanto em células mais evoluídas as necessidades energéticas são superiores, pelo que em células eucariontes surgiram organelos especializados – as mitocôndrias – na oxidação completa do ácido pirúvico, o que permite aproveitar muito mais a glicose.

A processo é tão intenso e completo que o produto final obtido é extremamente simples, o CO2.

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Respiração aeróbia

Uma vez que este processo ocorre na presença de Oxigénio, denomina-se de Respiração Aeróbia.

Etapas da Respiração Aeróbia

Glicólise

(Citoplasma)

Formaçaõ do Acetil-CoA

(Mitocôndrias)

Ciclo de Krebs

(Mitocôndrias)

Cadeia Transportadora (Fosforilação oxidativa)

(Crista Interna das Mitocôndrias)

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Glicólise e formação do Acetil-CoA

• A glicólise é uma etapa comum à fermentação e à respiração. • Por cada molécula de Glicose formam-se:

• 2 moléculas de NADH; • 4 moléculas de ATP (embora se gastem 2 para activar a Glicose); • 2 moléculas de Ácido Piruvico.

• Na presença de Oxigénio o Ácido Pirúvico entra na Mitocôndria sofrendo uma

descarboxilação e é oxidado (perda de um H+ o qual é utilizado para reduzir NAD+ a NADH).

• Ao composto assim formado junta-se um cofactor denominado de Coenzima A, formando-se por cada molécula de ácido pirúvico um molécula de Acetilcoenzima A (Acetil-CoA).

• Assim por cada molécula de Glicose formam-se: • 2 moléculas de Acetil-CoA; • 2 moléculas de NADH; • 2 moléculas de CO2.

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Ciclo de Krebs

O Ciclo de Krebs, ou ciclo do ácido cítrico, é um conjunto de reacções metabólicas que leva à completa oxidação do Acetil-CoA, isto é, da glicose.

Decorre na matriz da mitocôndria.

É catalizada por uma série de enzimas onde se destacam as:

Descarboxilase;

Desidrogenase (cataliza as reacções de oxidação-redução que levam à formação do NADH).

Por cada molécula de Glicose têm que ocorrer dois ciclos de Krebs, pois formam-se dois Acetil-CoA, e por cada volta é gasto um.

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Ciclo de Krebs

O ciclo inicia-se com a junção de uma molécula de Acetil-CoA (2C) com uma molécula de ácido oxaloacético (4C), formando-se um composto de seis carbonos, o Ácido Cítrico.

De seguida ocorrem duas descarboxilações e duas oxidações, com a formação de 2 CO2 e 2 NADH.

Ocorre agora uma fosforilação de ADP em ATP.

Para terminar ocorrem duas oxidações com a formação de um NADH e um FADH2.

Depois deste processo forma-se um composto de quatro carbonos, ácido oxaloacético.

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Ciclo de Krebs

Por cada molécula de Glicose, no final de dois ciclos de Krebs formam-se:

Seis moléculas de NADH;

Duas moléculas de FADH2;

Transportador de electrões e protões semelhante ao NADH.

Duas moléculas de ATP;

Duas moléculas de CO2.

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Cadeia Transportadora

As moléculas de NADH e FADH2 formadas nas etapas anteriores vão agora transportar os electrões até uma série de aceptores/transportadores de electrões que se encontram na membrana interna da mitocôndria.

Estas proteinas aceptoras encontram-se organizadas de acordo com a afinidade crescente para com os electrões.

O que permite um fluxo contínuo e unidireccional dos electrões na cadeia.

Existem 4 proteínas transportadoras, às quais se dá o nome de Complexo I, II, III e V.

Sendo que o aceitador final de electrões é o Oxigénio.

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Cadeia transportadora

Os NADH e os FADH2 ao chegarem à cadeia transportadora, cedem os electrões que transportam, sendo por isso oxidados.

No caso do NADH:

O Complexo I que tem afinidade para electrões mais energéticos, ao receber 2 electrões bombeia protões da matriz mitocondrial para o espaço intermembranar.

Ao fazer isso os electrõe perdem parte da sua energia.

Os electrões passam então para o Complexo II, que não bombeia protões, mas faz com que os electrões percam alguma energia

De seguida, os electrões com uma energia mais baixa, passam para o transportador seguinte, Complexo III, que também bombeia mais protões para o espaço intermembranar, fazendo com que os electrões perca mais um pouco de energia.

Os electrões agora ainda menos energéticos, passam para o ultimo transportador, Complexo IV, que também bombeia protões, fazendo com que os electrões percam ainda mais energia.

Nesta fase os electrões passa para o aceitador final que é o Oxigénio, que a receber duas cargas negativas junta-se também a dois protões e forma uma molécula de água.

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Cadeia transportadora

Os protões transportados pelos Complexos I, III e IV, acumulam-se no espaço intermembranar e ai permanecem devido ao facto da membrana ser impermeavel aos protões.

Desta forma cria-se um desequilíbrio entre os dois lados da membrana, que tem que ser eliminado fazendo passar protões para a matriz.

Assim existem ATPases na membrana interna da mitocôndria que permitem a passagem desses protões.

Por cada protão que passa pela ATPase gera-se um ATP, por fosforilação de ADP.

Como cada NADH acaba por ser responsável pelo bombeamento de 3 protões para o lado intermembranar, então cada NADH é responsável pela fosforilação de 3 ATPs.

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Cadeia transportadora

O FADH2 só transfere os electrões para o Complexo II, o qual não transporta protões para o espaço intermembranar.

Os electrões passa, então para o Complexo III e aí leva ao bombeamento de protões, fazendo com que os electrões percam energia.

Estes passam para o Complexo IV, que bombeia mais protões, e os electrões passam então para o Oxigénio levando à formação de água.

Neste caso só houve bombeamento de 2 protões, os quais ao passarem pela ATPsintetase levam à formação de 2 ATP.

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Síntese de ATP

Para verificar quanto ATP cada mólecula de Glicose pode originar temos que nos lembrar que se formaram:

6 NADH no Ciclo de Krebs (Matriz Mitocondrial);

2 FADH2 no Ciclo de Krebs (Matriz Mitocondrial);

2 NADH na Glicólise (Citoplasma/Hialoplasma);

2 NADH na formação do Acetil-CoA (Matriz Mitcondrial).

Todos estes vão ser utilizados na cadeia respiratória para sintetizar ATP…

No entanto existe um problema para os NADH provenientes da Glicólise, pois a membrana interna da mitocôndria é impermeável ao NADH do hialoplasma.

Os electrões transportados então por esses NADH são normalmente cedidos a FAD existentes na matriz mitocondrial, ou em algumas situações para NAD+ da matriz mitocondrial.

Geram-se assim duas situações.

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Síntese de ATP

Situação 1

Por molécula de glicose:

Os NADH da glicólise cedem os electrões ao FAD.

2NADH (Glicólise ) que se transformam em 2FADH2;

2NADH (Acetil-CoA);

6NADH (Ciclo de Krebs)

2FADH2 (Ciclo de Krebs)

4ATP+6ATP+18ATP+4ATP

TOTAL na C.T.: 32 ATP

Total da Respiração:

32ATP(C.T.)+4ATP(Glicólise)+2(C.K.)

38ATP

No entanto são gastos 2ATP para activar a Glicose, logo o rendimendo é de

36ATP.

Situação 2

Por molécula de glicose:

Os NADH da glicólise cedem os electrões ao NAD+.

2NADH (Glicólise ) que se transformam em 2NADH;

2NADH (Acetil-CoA);

6NADH (Ciclo de Krebs)

2FADH2 (Ciclo de Krebs)

6ATP+6ATP+18ATP+4ATP

TOTAL na C.T.: 34 ATP

Total da Respiração:

34ATP(C.T.)+4ATP(Glicólise)+2(C.K.)

40ATP

No entanto são gastos 2ATP para activar a Glicose, logo o rendimendo é de 38ATP.

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Balanço Energético

NAD+

NADH + H+

FAD

NAD + + 2H+ + 2e -

36 ATP 38 ATP

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Respiração aeróbia… visão geral

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Respiração vs Fermentação

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Respiração vs Fermentação

Respiração (aerobiose)

Processo mais eficaz de retirar energia dos compostos orgânicos;

No caso da Glicose pode gerar até 38 ATPs, o que representa 40% da energia contida na molécula;

Verifica-se que muita da energia se perde sobre a forma de calor, a qual pode ser utilizada pelos seres vivos para manterem o corpo quente.

Degradação completa da Glicose.

Fermentação (anaerobiose)

Processo pouco eficaz de retirar energia dos compostos orgânicos;

No caso da glicose gera 2 ATPs, apenas 2% da energia contida na molécula de glicose;

Os produtos finais como por exemplo álcool etílico (fermentação alcóolica) contém ainda muita energia química potencial.

Degração incompleta da Glicose

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Vias metabólicas

Na ausência de Glicose, os organismos podem recorrer a outros compostos orgânicos como prótidos e lípidos.

Nesses casos tanto prótidos como lípidos têm que ser convertidos em compostos precedentes ao Ciclo de Krebs.