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LEI COMPLEMENTAR Nº 790, DE 10 DE FEVEREIRO DE 2016 Estabelece normas gerais para o processo admi- nistrativo no âmbito da Administração Municipal Direta e da Administração Municipal Indireta e normas especiais para a constituição de dívida não tributária no Município de Porto Alegre; al- tera o caput e seus incs. I a IV, renomeia o pará- grafo único para § 1º, alterando- -se sua redação atual, inclui incs. V e VI no caput e §§ 1º e 2º no art. 224 e revoga os arts. 226 e 227 da Lei Com- plementar nº 284, de 27 de outubro de 1992, e al- terações posteriores; altera os incs. V e IX do ca- put do art. 168, inclui parágrafo único no art. 168 e revoga o inc. VIII do caput do art. 168 e os arts. 173, 182 a 194 e 197 da Lei Complementar nº 395, de 26 de dezembro de 1996, e alterações posterio- res; altera o caput, renomeia o parágrafo único para § 2º, alterando- -se sua redação atual, inclui § 1º no art. 45 e revoga os arts. 50 e 51 da Lei Complementar nº 728, de 8 de janeiro de 2014, e alterações posteriores; altera o requisito instru- ção formal do item recrutamento para o provi- mento do cargo de Agente de Fiscalização, cons- tante na letra b – Especificações de Classe – do Anexo I das Leis n os 6.309, de 28 de dezembro de 1988, e alterações posteriores, e 6.310, de 28 de dezembro de 1988, e alterações posteriores, e do Anexo II da Lei nº 6.253, de 11 de novembro de 1988, e alterações posteriores; revoga os arts. 5º a 16 da Lei Complementar nº 12, de 7 de janeiro de 1975; revoga os arts. 310, 311 e 312 e o § 1º e seus incs. I a III do art. 313 da Lei Complementar nº 420, de 25 de agosto de 1998; e revoga a Lei nº 9.142, de 6 de junho de 2003. O PREFEITO MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu, no uso das atribuições que me confere o inciso II do artigo 94 da Lei Orgânica do Município, sanciono a seguinte Lei:

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LEI COMPLEMENTAR Nº 790, DE 10 DE FEVEREIRO DE 2016

Estabelece normas gerais para o processo admi-nistrativo no âmbito da Administração Municipal Direta e da Administração Municipal Indireta e normas especiais para a constituição de dívida não tributária no Município de Porto Alegre; al-tera o caput e seus incs. I a IV, renomeia o pará-grafo único para § 1º, alterando- -se sua redação atual, inclui incs. V e VI no caput e §§ 1º e 2º no art. 224 e revoga os arts. 226 e 227 da Lei Com-plementar nº 284, de 27 de outubro de 1992, e al-terações posteriores; altera os incs. V e IX do ca-put do art. 168, inclui parágrafo único no art. 168 e revoga o inc. VIII do caput do art. 168 e os arts. 173, 182 a 194 e 197 da Lei Complementar nº 395, de 26 de dezembro de 1996, e alterações posterio-res; altera o caput, renomeia o parágrafo único para § 2º, alterando- -se sua redação atual, inclui § 1º no art. 45 e revoga os arts. 50 e 51 da Lei Complementar nº 728, de 8 de janeiro de 2014, e alterações posteriores; altera o requisito instru-ção formal do item recrutamento para o provi-mento do cargo de Agente de Fiscalização, cons-tante na letra b – Especificações de Classe – do Anexo I das Leis nos 6.309, de 28 de dezembro de 1988, e alterações posteriores, e 6.310, de 28 de dezembro de 1988, e alterações posteriores, e do Anexo II da Lei nº 6.253, de 11 de novembro de 1988, e alterações posteriores; revoga os arts. 5º a 16 da Lei Complementar nº 12, de 7 de janeiro de 1975; revoga os arts. 310, 311 e 312 e o § 1º e seus incs. I a III do art. 313 da Lei Complementar nº 420, de 25 de agosto de 1998; e revoga a Lei nº 9.142, de 6 de junho de 2003.

O PREFEITO MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE

Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu, no uso das atribuições que me confere o inciso II do artigo 94 da Lei Orgânica do Município, sanciono a seguinte Lei:

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TÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Ficam estabelecidas, nos termos desta Lei Complementar, normas gerais

para o processo administrativo no âmbito da Administração Municipal Direta e da Administra-ção Municipal Indireta e normas especiais para a constituição de dívida não tributária no Muni-cípio de Porto Alegre, visando, em especial, à garantia dos direitos dos administrados e à perse-cução dos fins da Administração Pública.

Parágrafo único. As normas gerais desta Lei Complementar aplicam-se aos ór-

gãos do Executivo Municipal e às respectivas autarquias e fundações, quando no desempenho de função materialmente administrativa, bem como aos órgãos do Legislativo Municipal, nos pro-cedimentos que dizem respeito às relações entre esse e o Executivo Municipal.

TÍTULO II

DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I PRINCÍPIOS QUE REGEM O PROCESSO ADMINISTRATIVO Art. 2º A Administração Pública deve obedecer, dentre outros, aos princípios da

legalidade, da finalidade, da motivação, da razoabilidade, da impessoalidade, da proporcionali-dade, da moralidade, da ampla defesa, do contraditório, da segurança jurídica, do interesse públi-co, da eficiência e da publicidade.

Parágrafo único. No processo administrativo serão observados, dentre outros, os

critérios de: I – atuação conforme a lei e o direito; II – atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de

poderes ou competências, salvo autorização em lei; III – objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pesso-

al de agentes ou autoridades; IV – atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; V – divulgação dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previs-

tas na Constituição Federal;

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VI – adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse públi-co;

VII – indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos admi-

nistrados; IX – adoção de formas suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segu-

rança e respeito aos direitos dos administrados; X – garantia dos direitos à comunicação, à produção de provas e à interposição de

recursos nos processos administrativos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; XI – proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em

lei; e XII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o aten-

dimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

CAPÍTULO II DIREITOS E DEVERES DOS ADMINISTRADOS

Seção I

Dos Direitos Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração Públi-

ca, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: I – ser tratado com respeito pelas autoridades e pelos servidores, que deverão faci-

litar o exercício de seus direitos; II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condi-

ção de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos nesses contidos, mediante pagamento das custas, e conhecer as decisões proferidas;

III – formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão

objeto de consideração pelo órgão competente; e IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a

representação, por força de lei.

Seção II Dos Deveres

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Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração Pública, sem preju-ízo de outros previstos em lei:

I – expor os fatos conforme a verdade; II – proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; III – não agir de modo temerário; IV – prestar as informações que lhe forem solicitadas; e V – colaborar para o esclarecimento dos fatos. Parágrafo único. No processo administrativo municipal, o administrado deverá

ser informado de que, havendo a declaração de informações falsas, responderá por falsidade ide-ológica, nos termos do Código Penal Brasileiro.

Seção III

Dos Interessados Art. 5º São legitimados como interessados no processo administrativo: I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou de inte-

resses individuais ou que estejam no exercício do direito de representação; II – aqueles que, sem terem iniciado o processo administrativo, têm direitos ou in-

teresses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; III – as organizações e as associações representativas, no tocante a direitos e inte-

resses coletivos; e IV – as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou in-

teresses difusos. Art. 6º São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de 18 (de-

zoito) anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.

CAPÍTULO III COMPETÊNCIA

Art. 7º A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a

que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. Art. 8º Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimen-

to legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe

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sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de com-

petência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. Art. 9º Não podem ser objeto de delegação: I – a edição de atos de caráter normativo; II – a decisão de recursos administrativos; e III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou da autoridade. Art. 10. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicizados por meio

de divulgação no Diário Oficial Eletrônico de Porto Alegre – DOPA-e. § 1º O ato de delegação especificará as matérias e os poderes transferidos, os limi-

tes da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.

§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo, pela autoridade delegante. § 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente essa

qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. Art. 11. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devi-

damente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

Art. 12. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo de-

verá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.

CAPÍTULO IV IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÃO

Art. 13. Fica impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou a auto-

ridade que: I – tenha interesse direto ou indireto na matéria; II – tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou represen-

tante, bem como se tais situações ocorrerem com o respectivo cônjuge, companheiro, parente ou afins até o terceiro grau; e

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III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou o res-pectivo cônjuge ou companheiro.

Art. 14. A autoridade ou o servidor que incorrer em impedimento deve comuni-

car o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar. Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui fal-

ta funcional grave, para efeitos disciplinares, nos termos da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985, e alterações posteriores.

Art. 15. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou de servidor que tenha

amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônju-ges, companheiros, parentes ou afins até o terceiro grau.

Art. 16. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso,

sem efeito suspensivo.

CAPÍTULO V FORMA E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Art. 17. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determina-

da, senão quando a lei expressamente a exigir. § 1º Os atos do processo administrativo devem ser produzidos por escrito, em

vernáculo, contendo a data e o local de sua realização, as identificações nominal e funcional e a assinatura da autoridade responsável.

§ 2º Os atos e os termos processuais poderão ser formalizados, tramitados, comu-

nicados e transmitidos em formato digital, nos termos da regulamentação. § 3º A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão

administrativo. § 4º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido em

caso de haver dúvida de autenticidade. § 5º Os autos do processo administrativo deverão ter suas páginas numeradas se-

quencialmente e rubricadas e não poderão conter folhas – integral ou parcialmente – em branco, salvo o anverso de documentos anexados.

§ 6º Os atos, os termos e os despachos processuais, em caso de lei não prescrever

forma determinada, conterão somente o indispensável à sua finalidade, sem espaço em branco, entrelinhas, rasuras ou emendas não ressalvadas.

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Art. 18. Os atos do processo administrativo devem realizar-se em dias úteis, no horário de funcionamento da repartição em que tramitar, admitindo-se, excepcionalmente, que sejam praticados em finais de semana e à noite, se a circunstância do caso assim o exigir e desde que sejam fundamentados.

Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário de expediente os atos já

iniciados cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause danos ao interes-sado ou à Administração Pública.

Art. 19. Os atos do processo administrativo devem realizar-se, preferencialmente,

na sede do órgão. Parágrafo único. O interessado será cientificado em caso de os atos do processo

administrativo não se realizarem na sede do órgão.

CAPÍTULO VI INÍCIO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Art. 20. O processo administrativo iniciar-se-á de ofício pela autoridade compe-

tente ou a requerimento do interessado. Art. 21. O requerimento inicial do interessado poderá ser efetuado por solicitação

verbal reduzida a termo pela autoridade, por meio de preenchimento de formulário on-line, pelo preenchimento de formulário disponibilizado nos setores de atendimento ao público ou em peti-ção própria, desde que legível.

§ 1º A autoridade poderá rejeitar, de ofício, requerimentos ilegíveis. § 2º É vedada à Administração Pública a recusa imotivada de recebimento de re-

querimentos ou documentos de prova. § 3º O Executivo Municipal, bem como suas autarquias e suas fundações, dispo-

nibilizará formulário padronizado on-line. Art. 22. Em caso de o pedido de uma pluralidade de interessados apresentar con-

teúdo e fundamentos idênticos, poderá ser formulado 1 (um) único requerimento, salvo preceito legal em contrário, ocasião em que será dispensado o uso do formulário padronizado.

Art. 23. Os órgãos administrativos, mesmo que o processo administrativo seja

instaurado por iniciativa do interessado, podem proceder às diligências que considerem conveni-entes para a instrução.

CAPÍTULO VII

NOTIFICAÇÃO DOS ATOS

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Art. 24. A autoridade competente do órgão perante o qual tramita o processo ad-ministrativo notificará o interessado, para ciência de que deva praticar ou deixar de praticar ato, de decisão ou efetivação de diligências:

I – pessoalmente; II – pelo correio, mediante aviso de recebimento – AR –; III – pelo correio eletrônico, em caso de o administrado indicá-lo para recebimen-

to de notificações ou intimações; ou IV – por edital. § 1º A notificação pessoal será lavrada pela autoridade competente e assinada pe-

la pessoa notificada, ou, na hipótese de o notificado se recusar a assinar, será averbada a recusa de assinatura pela autoridade competente.

§ 2º A notificação pelo correio será considerada realizada com a juntada de AR

aos autos do processo administrativo. § 3º A notificação por meio de correio eletrônico será realizada em caso de o ad-

ministrado, por meio de declaração, indicar o endereço eletrônico para o recebimento de notifi-cações, bem como será considerada lida 5 (cinco) dias após o seu envio.

§ 4º No caso de o infrator estar em lugar incerto ou não sabido, a notificação

far-se-á por edital publicado no DOPA-e, sendo considerado notificado a partir da data dessa publicação.

§ 5º A notificação observará a antecedência mínima de 7 (sete) dias quanto à data

de comparecimento ou da obrigação de realizar ato, contados da data em que o administrado for considerado notificado.

§ 6º As notificações serão nulas, se feitas sem observância das prescrições legais,

mas o comparecimento do administrado para tomar ciência da existência do processo administra-tivo supre sua falta ou irregularidade.

Art. 25. Para fins da notificação referida no inc. III do caput do art. 24 desta Lei

Complementar, o administrado deverá registrar seu endereço eletrônico no Cadastro de Endere-ços Eletrônicos do Município, gerenciado pela Secretaria Municipal da Fazenda – SMF –, nos termos da regulamentação.

Parágrafo único. Para fins de notificação de débitos funcionais verificados pela

Secretaria Municipal de Administração, os endereços eletrônicos funcionais dos servidores mu-nicipais são considerados registrados na SMF para os efeitos desta Lei Complementar.

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Art. 26. O desatendimento da notificação não importa o reconhecimento da ver-dade dos fatos nem a renúncia a direito pelo administrado.

Parágrafo único. No prosseguimento do processo administrativo, será garantido

direito de ampla defesa ao interessado. Art. 27. Devem ser objeto de notificação os atos do processo administrativo que

resultem ao interessado imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades, bem como os atos de outra natureza e de seu interesse.

CAPÍTULO VIII

INSTRUÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO ORDINÁRIO Art. 28. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados

necessários à tomada de decisão realizar-se-ão de ofício ou mediante impulsão do órgão respon-sável pelo processo administrativo, sem prejuízo do direito de os interessados proporem atuações probatórias.

§ 1º O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados neces-

sários à decisão do processo administrativo. § 2º Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se

do modo menos oneroso para estes. Art. 29. São inadmissíveis, no processo administrativo, as provas obtidas por

meios ilícitos. Art. 30. Em caso de a matéria do processo administrativo envolver assunto de in-

teresse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.

§ 1º A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios ofici-

ais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas.

§ 2º O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de inte-

ressado no processo administrativo, mas confere o direito de obter da Administração Pública resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas as alegações substancialmente iguais.

Art. 31. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância

da questão, poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo ad-ministrativo.

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Art. 32. Os órgãos e as entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer outros meios de participação de interessados, diretamente ou por meio de organiza-ções e associações legalmente reconhecidas e de conselhos municipais.

Art. 33. Os resultados de consulta e audiência públicas e de outros meios de par-

ticipação de administrados deverão ser apresentados com a indicação do procedimento adotado. Art. 34. Em caso de ser necessária à instrução do processo administrativo, a au-

diência de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respecti-va ata, a ser juntada aos autos.

Art. 35. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo

do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 36 desta Lei Com-plementar.

Art. 36. Em caso de o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em

documentos existentes na própria repartição responsável pelo processo administrativo ou em outro órgão administrativo do Executivo Municipal, o órgão competente para a instrução prove-rá, de ofício, a obtenção dos documentos ou das respectivas cópias.

Art. 37. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada de decisão,

juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias e aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo administrativo.

Parágrafo único. Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamenta-

da, as provas propostas pelos interessados que forem ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.

Art. 38. Em caso de ser necessária a prestação de informações ou a apresenta-

ção de provas pelos interessados ou por terceiros, serão expedidas notificações para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento.

Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente,

se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. Art. 39. Em caso de dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado

serem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração Pública para a respectiva apresentação implicará desconsideração fundamentada daquele e o arquivamento do processo administrativo.

Art. 40. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com

notificação de, no mínimo, 7 (sete) dias de antecedência da data prevista para a prova ou a dili-gência, mencionando-se data, hora e local de sua realização.

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Art. 41. Nos casos em que deva ser ouvido órgão consultivo, o seu parecer deve-rá ser emitido no prazo máximo de 90 (noventa) dias, salvo norma especial ou comprovada, mo-tivadamente, necessidade de maior prazo.

Art. 42. Nos casos em que, por disposição de ato normativo, devam ser obtidos,

previamente, laudos técnicos de órgãos administrativos, e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro ór-gão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes.

Art. 43. Encerrada a instrução, o interessado será intimado para que, no prazo de

10 (dez) dias, contados da data da notificação, apresente suas razões. Art. 44. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá, motivada-

mente, adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado, abrindo-se prazo para defesa e contraditório.

Art. 45. Os interessados têm direito à vista do processo administrativo e a obter

certidões ou cópias reprográficas de dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e os documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à ima-gem.

Parágrafo único. As cópias de processos administrativos serão pagas por meio

de Documento de Arrecadação Municipal – DAM –, o que deverá ficar registrado nos seus autos.

CAPÍTULO IX RECURSOS

Seção I

Do Direito ao Recurso e da Competência para Decidir Art. 46. Das decisões administrativas, cabe recurso em face de razões de consti-

tucionalidade, legalidade e mérito. Parágrafo único. Em caso de norma legal não dispor de outro modo, será com-

petente para conhecer do recurso: I – na Administração Centralizada, o secretário municipal do órgão no qual trami-

tou o processo administrativo; e II – na Administração Descentralizada, o dirigente superior da pessoa jurídica. Art. 47. Da petição de recurso deverá constar: I – a autoridade recorrida;

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II – a indicação do processo administrativo em que consta a decisão recorrida; III – o nome, a qualificação e o endereço do recorrente; e IV – a exposição das razões e dos fundamentos da inconformidade. Art. 48. O prazo para apresentação de recurso será de 30 (trinta) dias contados da

data de notificação do ato. Art. 49. Conhecer-se-á do recurso erroneamente designado quando de seu conte-

údo resultar induvidosa a impugnação do ato.

Seção II Dos Efeitos dos Recursos

Art. 50. O recurso será recebido com efeito suspensivo, salvo quando: I – houver previsão legal em contrário; e II – da inexecução da penalidade puder resultar a ineficácia da decisão final. Parágrafo único. Nos casos referidos nos incs. I e II do caput deste artigo, a au-

toridade administrativa declarará os efeitos do recebimento do recurso. Art. 51. A decisão de recurso não poderá, no mesmo procedimento, agravar a

restrição produzida pelo ato ao interesse do recorrente.

CAPÍTULO X DEVER DE DECIDIR E RESPONSABILIDADE PELA NÃO DELIBERAÇÃO

Art. 52. A Administração Pública tem o dever de: I – emitir decisão nos processos administrativos, em caso de haver necessidade de

deliberação; II – responder a solicitações; e III – notificar o interessado da decisão e das intimações de prova ou de manifesta-

ção.

CAPÍTULO XI MOTIVAÇÃO

Art. 53. Os atos administrativos, discricionários ou vinculados, deverão ser moti-

vados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos.

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CAPÍTULO XII

DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Art. 54. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir, total ou parcialmente, do pedido formulado ou renunciar a direitos disponíveis.

§ 1º Havendo vários interessados, a desistência ou a renúncia atinge somente

quem a tenha formulado. § 2º A desistência ou a renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o

prosseguimento do processo administrativo, se a Administração Pública considerar que o interes-se público assim o exige.

Art. 55. O órgão competente poderá declarar extinto o processo administrativo

nos casos em que sua finalidade for exaurida ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.

Parágrafo único. Da decisão de extinção do processo administrativo, deve ser

notificado o interessado.

CAPÍTULO XIII ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO

Art. 56. A Administração Pública deve anular seus próprios atos em caso de esta-

rem eivados de vício de legalidade e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunida-de, respeitados os direitos adquiridos.

Art. 57. O direito de a Administração Pública anular os atos administrativos de

que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 (cinco) anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

§ 1º No caso de atos praticados anteriormente à vigência desta Lei Complemen-

tar, o prazo referido no caput deste artigo passará a fluir a partir da data de sua publicação. § 2º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á

da percepção do primeiro pagamento, observado o disposto no § 1º deste artigo. § 3º Considera-se exercício do direito anular qualquer medida de autoridade ad-

ministrativa preparatória ou tendente à impugnação da validade do ato. § 4º Enquanto o ato estiver submetido a órgão de controle externo, o prazo referi-

do no caput deste artigo não fluirá.

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Art. 58. Em caso de se evidenciarem, no processo administrativo, atos ou omis-sões que não acarretem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, esses poderão ser convalidados, motivadamente, pela Administração Pública.

CAPÍTULO XIV

PRAZOS Art. 59. Os prazos processuais começam a contar a partir da data da notificação,

excluindo-se da contagem o dia do recebimento e incluindo-se o dia do vencimento. § 1º Prorrogar-se-á o prazo até o primeiro dia útil seguinte nos casos em que o

vencimento cair em dia em que não haja expediente ou esse for encerrado antes da hora normal. § 2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo. § 3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data, sendo que, no

mês do vencimento em que não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, se tem como termo o último dia do mês.

Art. 60. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado ou disposição

expressa em contrário, os prazos processuais não se suspendem.

CAPÍTULO XV PRIORIZAÇÃO DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS

Art. 61. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os pro-

cessos administrativos em que figure como parte ou interessado: I – pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; II – pessoa com deficiência; e III – pessoa portadora de doença grave, com base em conclusão da medicina espe-

cializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo administrativo. § 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condi-

ção, deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem cumpridas.

§ 2º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie

o regime de tramitação prioritária. Art. 62. Prescreve em 5 (cinco) anos a ação punitiva da Administração Munici-

pal, Direta e Indireta, no exercício do poder fiscalizatório, objetivando apurar infração à legisla-

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ção em vigor, contados da prática do ato ou, no caso de infração permanente e continuada, do dia em que tiver cessado.

Parágrafo único. Incide a prescrição no processo administrativo paralisado por

mais de 3 (três) anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofí-cio ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso.

TÍTULO III

DISPOSIÇÕES ESPECIAIS PARA CONSTITUIÇÃO DE DÍVIDA NÃO TRIBUTÁRIA

CAPÍTULO I ESPÉCIES DE DÍVIDA NÃO TRIBUTÁRIA

Art. 63. Fica disciplinado, neste Título, o processo administrativo especial para a

apuração de dívida não tributária originada por: I – aplicação de penalidades por infração a leis cuja competência fiscalizatória se-

ja do Município de Porto Alegre; II – pagamentos indevidos a servidores, ex-servidores, segurados ou terceiros; ou III – interpelação extrajudicial, para os demais casos, inclusive os previstos no art.

39 da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, e alterações posteriores.

CAPÍTULO II PROCESSO ADMINISTRATIVO

Seção I

Do Início do Processo Administrativo por Aplicação de Penalidades por Infração à Legisla-ção

Art. 64. O processo administrativo especial para a apuração de dívida não tribu-

tária será constituído do rito sumário e do rito ordinário. Art. 65. Constatada infração à lei cuja competência para fiscalização seja do Mu-

nicípio de Porto Alegre, será lavrado auto de infração para aplicação de penalidades. Parágrafo único. Responde pela infração quem, por ação ou omissão, lhe deu

causa, concorreu para sua prática ou dela se beneficiou. Art. 66. Auto de infração é o documento pelo qual o agente da autoridade com-

petente narra a infração à legislação.

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Parágrafo único. O auto de infração poderá ser preenchido de forma manuscrita ou eletrônica e sem entrelinhas, rasuras, emendas ou espaços em branco.

Art. 67. Constatada a infração à legislação, agente competente lavrará o auto de

infração, que conterá os seguintes dados: I – dia, mês, ano, hora e local de sua lavratura; II – nome do infrator ou do responsável e seu número de inscrição no Cadastro de

Pessoa Física – CPF – ou no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ –; III – endereço do infrator ou do responsável, podendo ser endereço eletrônico, nos

termos desta Lei Complementar; IV – descrição da irregularidade constatada e do dispositivo legal infringido; V – indicação dos perigos iminentes, em caso de haver medida cautelar; VI – indicação de animais, coisas ou produtos apreendidos, se houver; VII – penalidades previstas, incluindo o valor-referência da multa; VIII – prazo para apresentação de impugnação; IX – matrícula e assinatura de quem lavrou o auto de infração; e X – assinatura do infrator, de seu representante ou de preposto. § 1º Para cada grupo de infração relacionada à mesma comissão judicante, será

lavrado 1 (um) auto de infração. § 2º Recusando-se o infrator a assinar o auto de infração, a recusa será averbada

pela autoridade competente. Art. 68. Ficam estabelecidas as seguintes penalidades aplicáveis pela autoridade

municipal: I – advertência; II – pena educativa; III – multa; IV – apreensão de animal, coisa ou produto; V – embargo;

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VI – demolição; VII – interdição, total ou parcial, de estabelecimento, atividade, obra ou produto; VIII – inutilização do produto; IX – reparação do dano ao patrimônio público; X – suspensão do fornecimento ou da fabricação do produto; XI – fechamento do estabelecimento; XII – cassação do alvará do estabelecimento ou da atividade; e XIII – revogação de concessão ou permissão de uso; § 1º As penalidades referidas nos incs. do caput deste artigo serão aplicadas de

acordo com a gravidade da infração, podendo ser cominadas cumulativamente. § 2º Na definição do valor das multas, as comissões judicantes deverão observar

a gravidade da infração, o dano causado, a capacidade econômica do infrator, as reincidências genéricas e específicas, em caso de haver, e as circunstâncias agravantes ou atenuantes estabele-cidas nesta Lei Complementar.

§ 3º Nos casos de iminente risco à saúde, à segurança das pessoas ou ao meio am-

biente, será procedida, de modo sumário e cautelar, a apreensão de animal, produto ou coisa ou a interdição de equipamentos, atividade, estabelecimento ou obra, abrindo-se prazo para a defesa e o contraditório.

Art . 69. Lavrado o auto de infração, será aberto processo administrativo. Parágrafo único. O processo administrativo será instruído com, no mínimo, o

auto de infração e a respectiva notificação, a comprovação do lançamento do auto de infração em sistema de registro de dívida não tributária e, em caso de haver, a impugnação apresentada.

Seção II

Do Início do Processo Administrativo por Pagamentos Indevidos a Servidores, Ex-Servidores, Segurados ou Terceiros

Art. 70. Constatado o pagamento indevido a servidores, ex-servidores, segurados

ou terceiros, por meio da prestação de remuneração, subsídios, proventos ou outros benefícios devidos pelo Município de Porto Alegre, será aberto processo administrativo.

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§ 1º O processo administrativo será instruído com, no mínimo, a comprovação do pagamento a maior, a base legal e a motivação que permitam o ressarcimento do indébito e a notificação do administrado nos termos dos arts. 24 e 25 desta Lei Complementar.

§ 2º Nos casos previstos nesta Lei Complementar, observar-se-á o rito sumário.

Seção III Do Início do Processo Administrativo por Interpelação Extrajudicial

Subseção I

Do Cabimento

Art. 71. A interpelação extrajudicial é o meio pelo qual a Administração Pública notifica o interpelado para que cumpra determinada obrigação não relacionada às Seções I e II deste Capítulo, sob pena de sanções que serão mencionadas no instrumento.

Subseção II

Do Procedimento Art. 72. Sendo necessário notificar o interpelado, para que cumpra determinada

obrigação, o processo administrativo será encaminhado à equipe especializada ou setorial da Procuradoria-Geral do Município – PGM – relacionada à matéria, para que, sendo cabível, ela-bore a interpelação extrajudicial.

Parágrafo único. A interpelação extrajudicial conterá os seguintes dados: I – a identificação do interpelado extrajudicialmente; II – a exposição sucinta dos fatos e de seus fundamentos; III – as finalidades da interpelação extrajudicial; IV – o valor do crédito a pagar ou a indenizar ou a obrigação de fazer ou de não

fazer; V – a repartição municipal na qual o interessado terá vista dos autos e poderá ob-

ter cópias dos documentos; e VI – o prazo de 30 (trinta) dias, para que o interpelado cumpra a obrigação ou

apresente impugnação à interpelação extrajudicial. Art. 73. Elaborada a interpelação extrajudicial, o procurador-geral do Município

de Porto Alegre determinará a notificação do interpelado ou do seu representante.

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Seção IV Das Instâncias do Processo Administrativo Constitutivo de Dívida Não Tributária pelo Ri-

to Ordinário Art. 74. São instâncias do processo administrativo constitutivo de dívida não tri-

butária pelo rito ordinário: I – de primeiro nível, a comissão judicante; e II – de segundo nível, o titular de cada secretaria, autarquia ou fundação munici-

pal.

Seção V Das Impugnações e dos seus Prazos

Art. 75. O interessado poderá, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data de

notificação: I – do auto de infração, dos valores percebidos a maior, no caso de servidores, ex-

-servidores, segurados ou beneficiários, ou da interpelação extrajudicial, apresentar impugnação à comissão judicante; e

II – da decisão da comissão judicante, apresentar recurso à instância recursal. Art . 76. À Administração Pública caberá recurso de ofício em caso de desonerar

o interessado de valor pecuniário superior a 300 (trezentas) Unidades Financeiras Municipais – UFMs.

Seção VI

Das Comissões Judicantes

Subseção I Da Composição

Art. 77. As comissões judicantes ficarão vinculadas aos órgãos da Administração

Direta ou Indireta em que haja atividade de fiscalização de legislação ou de apuração de valores pagos indevidamente a servidores, ex-servidores, segurados ou terceiros e na PGM.

Art. 78. Cada comissão judicante vinculada à atividade de fiscalização será com-

posta por 3 (três) membros titulares e seus respectivos suplentes, sendo: I – 1 (um) agente de fiscalização; II – 1 (um) procurador municipal; e

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III – 1 (um) servidor público do quadro de cargos efetivos, indicado pelo titular do órgão ao qual esteja vinculada a comissão judicante.

Parágrafo único. O presidente da comissão judicante deverá ser servidor deten-

tor do cargo efetivo de procurador municipal, indicado pelo procurador-geral. Art. 79. A comissão judicante da PGM será composta de por 3 (três) membros ti-

tulares e seus respectivos suplentes, sendo: I – 1 (um) procurador municipal da procuradoria especializada ou setorial relacio-

nada à matéria em análise; e II – 2 (dois) membros indicados pelo procurador-geral, em caráter permanente,

dentre os quais 1 (um) será o presidente da comissão judicante. Parágrafo único. Os membros da comissão judicante da PGM, titulares e suplen-

tes, deverão ser servidores detentores do cargo efetivo de Procurador Municipal. Art. 80. A comissão judicante para apuração de valores pagos indevidamente a

servidores, ex-servidores, segurados ou terceiros será composta por 3 (três) membros titulares e seus respectivos suplentes, sendo:

I – 1 (um) procurador municipal da procuradoria especializada ou setorial, indica-

do pelo procurador-geral; e II – 2 (dois) servidores públicos do quadro de cargos efetivos, indicados pelo titu-

lar do órgão ao qual esteja vinculada a comissão judicante.

Subseção II Da Competência

Art. 81. Compete às comissões judicantes vinculadas à atividade de fiscalização: I – analisar o processo administrativo relativamente à sua admissibilidade, instru-

ção e tempestividade; II – analisar o auto de infração, verificando sua adequação técnica e determinando

sua devolução para ajustes, se necessários; III – determinar diligências, se necessárias; IV – decidir quanto ao mérito da impugnação, em caso de ser aceita a sua tramita-

ção;

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V – determinar o arquivamento do processo administrativo, em caso de a impug-nação ser aceita integralmente;

VI – determinar as penalidades cabíveis; VII – decidir quanto a: a) conversão em penalidade pecuniária das obrigações de fazer ou de não fazer

descumpridas, em caso de ser cabível, notificando o administrado do ato de conversão; e b) encaminhamento de penalidade de fazer ou de não fazer não cumprida, para

fins de ajuizamento de ação judicial, em caso de não ser passível de conversão em penalidade pecuniária;

VIII – recorrer, de ofício, à instância recursal, nos termos do art. 75 desta Lei

Complementar; e IX – encaminhar à instância recursal processo administrativo com penalidade pe-

cuniária não paga, para inscrição em dívida ativa. § 1º No caso do inc. II do caput deste artigo, o autuado será notificado dos ajustes

realizados no auto de infração e receberá cópia do documento que resultar modificado, sendo aberto novo prazo de defesa.

§ 2º No caso do inc. VII, al. a, do caput deste artigo, o autuado será notificado a

pagar a penalidade pecuniária ou opor recurso à instância recursal no prazo previsto no art. 75 desta Lei Complementar.

§ 3º Não caberão recursos à instância recursal contra fatos ou direito não mani-

festados na impugnação. Art. 82. Compete à comissão judicante da PGM: I – analisar o processo administrativo da interpelação judicial, encaminhado a sua

análise relativamente à sua admissibilidade, instrução e tempestividade; II – analisar impugnação à interpelação extrajudicial; III – recorrer, de ofício, à instância recursal, nos termos do art. 75 desta Lei Com-

plementar; e IV – encaminhar à instância recursal processo administrativo com penalidade pe-

cuniária não quitada, para inscrição em dívida ativa.

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Art. 83. Compete à comissão judicante para apuração de valores pagos indevi-damente a servidores, ex-servidores, segurados ou terceiros:

I – analisar o processo administrativo, encaminhado a sua análise relativamente à

sua admissibilidade, instrução e tempestividade; II – analisar impugnação a processos administrativos de apuração de valores pa-

gos indevidamente a servidores, ex-servidores, segurados ou terceiros; III – recorrer, de ofício, à instância recursal, nos termos do art. 75 desta Lei Com-

plementar; e IV – encaminhar à instância recursal processo administrativo com penalidade pe-

cuniária não quitada, para fins de encaminhamento para inscrição em dívida ativa, em caso de não ser possível utilizar-se do desconto em folha de pagamento.

Subseção III

Da Instância Recursal Art. 84. Compete à instância recursal: I – decidir, motivadamente, quanto ao mérito do recurso, em caso de sua tramita-

ção ser aceita; e II – encaminhar, para inscrição na dívida ativa, penalidades pecuniárias, interpela-

ções judiciais ou indébitos não quitados, em caso de encerrados os recursos. Parágrafo único. As competências das instâncias recursais vinculam-se à com-

petência da comissão judicante da qual a autoridade de cada secretaria, autarquia ou fundação municipal constitua-se instância recursal.

Subseção IV Das Súmulas

Art. 85. As comissões judicantes, após decisões reiteradas sobre determinado te-

ma, poderão, de ofício ou por provocação, aprovar súmulas e submetê-las à convalidação da ins-tância recursal de segundo nível.

Parágrafo único. A revisão ou o cancelamento de súmula dar-se-á por delibera-

ção unânime da comissão judicante convalidada pela instância recursal, mediante parecer fun-damentado.

Seção VII

Da Notificação

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Art. 86. O interessado será notificado de todas as decisões do processo adminis-trativo do qual seja considerado parte, com base nos arts. 24 e 25 desta Lei Complementar.

§ 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica aos despachos administrativos

que não causam prejuízos às partes. § 2º O extrato da decisão final proferida em processo administrativo deverá ser

publicado no DOPA-e, sob pena de nulidade. § 3º Nos processos administrativos para apuração de pagamentos indevidos a ser-

vidores, ex-servidores, segurados ou terceiros, se esses assim o exigirem, o extrato da decisão final será publicado no DOPA-e somente com as letras iniciais de seus nomes.

Art. 87. Nos casos de notificação de obrigação de fazer, o interessado será in-

formado do prazo em que deverá tomar as providências ou as medidas solicitadas em função da gravidade da infração, conforme definido em legislação especifica.

Seção VIII Do Rito Sumário

Art. 88. Para fins do disposto no inc. II do caput do art. 63 desta Lei Comple-

mentar, nos casos em que o valor do crédito não tributário for igual ou inferior ao limite estabe-lecido para dispensa da cobrança judicial, observar-se-á o rito sumário para a constituição da dívida não tributária, conforme segue:

I – o interessado será notificado, nos termos do art. 24 desta Lei Complementar,

para, em 15 (quinze) dias, contados do recebimento da notificação, apresentar impugnação ou defesa; e

II – transcorrido o prazo, a autoridade decidirá em definitivo e encaminhará o cré-

dito para inscrição na dívida ativa. Parágrafo único. Caso o valor apurado seja igual ou inferior a 150 (cento e cin-

quenta) UFMs, o interessado será notificado pessoalmente ou por meio do endereço eletrônico cadastrado, sendo facultativa a aplicação do disposto nos incs. II e IV do caput do art. 24 desta Lei Complementar.

CAPÍTULO III CRITÉRIOS PARA ATENUAR OU AGRAVAR A APLICAÇÃO DAS PENALIDADES POR

INFRAÇÃO À LEGISLAÇÃO Art. 89. São circunstâncias que agravam a aplicação das penalidades: I – infração cometida por:

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a) ocasião de calamidade pública, assim declarada pelo Poder Público; b) servidor público; ou c) pessoa jurídica; II – reincidência na prática de infrações para as quais é computada a advertência,

sendo que: a) reincidência genérica duplica o valor da multa; e b) reincidência específica triplica o valor da multa; III – o agente ter cometido a infração: a) com dolo ou má-fé; ou b) com o fim de obter vantagem para si ou para outrem; IV – o agente ter: a) retardado ou deixado de adotar as providências de sua alçada, a fim de evitar ou

sanar ato ou fato lesivo; b) coagido ou induzido outrem à execução material da infração; c) instigado ou determinado alguém sujeito à sua autoridade a cometer a infração; d) prejudicado o meio ambiente; ou e) realizado a infração à noite. § 1º Para efeito de caracterização de reincidência, não prevalece a condenação

anterior, se, entre a data do cumprimento ou da extinção da penalidade e a data da infração poste-rior, tiver decorrido período de tempo superior a 3 (três) anos.

§ 2º Para fins deste artigo, excluam-se do conceito de pessoa jurídica as micro e

pequenas empresas. Art. 90. São circunstâncias que atenuam a aplicação das penalidades: I – a ação do agente não ter sido fundamental para a consecução da infração; II – a equivocada compreensão da norma, admitida como escusável;

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III – a incapacidade de o agente entender o caráter ilícito do fato; IV – o agente ter: a) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, evitar ou minorar as

consequências da infração ou reparar o dano; e b) cometido a infração sob coação ou indução ou no cumprimento de ordem de

autoridade superior; V – o agente não ser reincidente na prática de infrações. Art. 91. Para a imposição da multa e a respectiva graduação, a autoridade compe-

tente levará em conta: I – a gravidade do fato, tendo em vista as suas consequências para a convivência

urbana, a saúde pública, a limpeza urbana, o urbanismo e o meio ambiente; II – os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento das normas cuja fiscaliza-

ção caiba ao Município de Porto Alegre; e III – a situação econômica do infrator.

CAPÍTULO IV CUMPRIMENTO DAS PENALIDADES, INSCRIÇÃO NA DÍVIDA ATIVA E CERTIDÃO

GERAL DE DÍVIDA

Art. 92. Esgotados os recursos cabíveis referidos neste Título, e não sendo ofere-cido recurso ou esse sendo indeferido, será exigível pelo órgão competente a aplicação das pena-lidades, se não tiverem sido aplicadas, ou o ressarcimento do valor devido, se não tiver sido exi-gido de forma cautelar.

Parágrafo único. Em caso de parte da penalidade ou do valor devido ter sido

executada de forma cautelar, serão exigíveis as partes faltantes ou acessórias. Art. 93. Em se tratando de dívida pecuniária, será: I – emitido o DAM devidamente atualizado; ou II – encaminhado o processo administrativo ao órgão pagador para desconto em

folha de vencimento ou de benefícios. § 1º Em caso de não pagamento do DAM no prazo estabelecido ou de não ser

efetuado o desconto do indébito em folha de pagamento, o valor devido atualizado será inscrito

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em dívida ativa e encaminhado para cobrança administrativa ou, se for o caso, para execução fiscal.

§ 2º Fica o Executivo Municipal autorizado a não ajuizar ações de cobrança de

créditos não tributários da Dívida Ativa da Fazenda Municipal, aplicando-se, como limite dessa dispensa, idêntico valor ao aplicado aos créditos tributários.

Art. 94. Os valores inscritos em dívida ativa informarão, por força desta Lei

Complementar, a Certidão Geral de Débitos, que incluirá as dívidas tributárias e não tributárias, a ser emitida pela SMF, nos termos da regulamentação.

CAPÍTULO V

SISTEMA MUNICIPAL DE REGISTRO DE INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 95. As infrações à legislação municipal ou a outra legislação que caibam ao Município de Porto Alegre fiscalizar serão lançadas em sistema de registro de dívida não tributá-ria, nos termos de sua regulamentação.

Art. 96. O sistema de registro de dívida não tributária servirá, entre outras fun-

ções, para: I – informar a reincidência genérica e específica do infrator; e II – verificar o cumprimento das obrigações.

TÍTULO IV

ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS Art. 97. No art. 224 da Lei Complementar nº 284, de 27 de outubro de 1992, e al-

terações posteriores, ficam alterados o caput e os incs. I a IV do caput, fica renomeado o pará-grafo único para § 1º, alterando-se sua redação atual, e ficam incluídos incs. V e VI no caput e §§ 2º e 3º, conforme segue:

“Art. 224. As infrações ao disposto nesta Lei Complementar serão sancionadas

com as seguintes penalidades: I – advertência; II – multa; III – reparação do dano ao patrimônio público; IV – embargo; V – interdição; e

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VI – demolição. § 1º O procedimento administrativo para aplicação das penalidades estabelecidas

nesta Lei Complementar dar-se-á por meio de lei que estabeleça normas gerais para o processo administrativo no âmbito da Administração Municipal Direta e da Administração Municipal In-direta.

§ 2º As penalidades serão aplicadas de acordo com a gravidade da infração, po-

dendo ser cominadas cumulativamente. § 3º Nos casos de iminente risco à segurança pública, será procedida, de modo

sumário e cautelar, a apreensão de produto ou coisa ou a interdição de equipamentos, atividade, estabelecimento ou obra, abrindo-se prazo para a defesa.” (NR)

Art. 98. No art. 168 da Lei Complementar nº 395, de 26 de dezembro de 1996, e

alterações posteriores, ficam alterados os incs. V e IX do caput, e fica incluído parágrafo único, conforme segue:

“Art. 168. .................................................................................................................. .................................................................................................................................... V – interdição, total ou parcial, da atividade; .................................................................................................................................... IX – cassação do alvará de localização e funcionamento do estabelecimento ou da

atividade; .................................................................................................................................... Parágrafo único. O procedimento administrativo para aplicação das penalidades

estabelecidas nesta Lei Complementar dar-se-á por meio de lei que estabeleça normas gerais para o processo administrativo no âmbito da Administração Municipal Direta e da Administração Municipal Indireta.” (NR)

Art. 99. No art. 45 da Lei Complementar nº 728, de 8 de janeiro de 2014, e alte-

rações posteriores, fica alterado o caput, fica renomeado o parágrafo único para § 2º, alterando-se sua redação atual, e fica incluído § 1º, conforme segue:

“Art. 45. Fica o DMLU, por meio de seus órgãos competentes, responsável pela

fiscalização do disposto nesta Lei Complementar.

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§ 1º A Guarda Municipal, no limite de suas atribuições de proteção de bens, ser-viços e instalações municipais, quando em atividades de ronda, informará à fiscalização a ocor-rência de possíveis infrações ao disposto nesta Lei Complementar.

§ 2º No exercício da atividade fiscalizatória, o Poder Público poderá fazer uso de

quaisquer provas materiais como imagens de aparelhos eletrônicos, fotografias, testemunhas ou outros meios de prova admitidos em direito.” (NR)

Art. 100. VETADO.

TÍTULO V DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 101. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei Complementar: I – a Lei Federal nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil

Brasileiro –, e alterações posteriores; II – a Lei Federal nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil Brasileiro –,

e alterações posteriores; e III – a Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 – Lei de Acesso à In-

formação. Art. 102. Esta Lei Complementar entra em vigor em 90 (noventa) dias, contados

da data de sua publicação.

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Art. 103. Ficam revogados: I – os arts. 5º a 16 da Lei Complementar nº 12, de 7 de janeiro de 1975; II – os arts. 226 e 227 da Lei Complementar nº 284, de 27 de outubro de 1992; III – o inc. VIII do caput do art. 168 e os arts. 173, 182 a 194 e 197 da Lei Com-

plementar nº 395, de 26 de dezembro de 1996; IV – os arts. 310, 311 e 312 e o § 1º e seus incs. I a III do art. 313 da Lei Com-

plementar nº 420, de 25 de agosto de 1998; V – os arts. 50 e 51 da Lei Complementar nº 728, de 8 de janeiro de 2014; e VI – a Lei nº 9.142, de 6 de junho de 2003. PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, 10 de fevereiro de 2016.

José Fortunati, Prefeito. Eroni Izaias Numer, Secretário Municipal da Fazenda, em exercício. Carlos Fett Paiva Netto, Secretário Municipal de Administração, em exercício.

Lieverson Luiz Perin, Procurador-Geral do Município, em exercício.

Registre-se e publique-se. Urbano Schmitt, Secretário Municipal de Gestão.