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78ª Promotoria de Justiça de Goiânia – Defesa do Patrimônio Público
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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ___ª
VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL DA COMARCA DE GOIÂNIA/GO
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, pela Promotora
de Justiça que a presente subscreve, com fundamento nos artigos 37, caput e § 4º, e
129, inciso III, da Constituição da República Federativa do Brasil, nas Leis nº 7.347/85,
8.625/93 e 8.429/92, assim como na Lei Complementar Estadual nº 25/98, vem
perante Vossa Excelência propor a presente
Ação Civil Pública por Ato de IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA c/c
pedido de TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
1. LUIS CÉSAR BUENO E FREITAS, brasileiro, Deputado Estadual,
nascido em 11/08/1960, portador do RG nº 1068280 DGPCGO,
inscrito no CPF nº 218.003.911-53, filho de Terezinha de Lourdes
Freitas e Jordelino Bueno e Freitas, residente e domiciliado na Rua
Maria Camelo, nº 177, Setor Rodoviário, Goiânia/GO;
2. LINDOMAR MARIA DE JESUS SILVA, brasileira, casada,
nascida em 23/07/1953, Goiás/GO, filha de Lázaro Américo dos
Santos e Rosa Maria de Jesus, portadora do RG nº 813025
DGPC/GO, inscrita no CPF nº 167.553.831-04, residente e
domiciliada na Alameda da República, Qd. D, Lt. 10, nº 201, Setor
Jaó, Goiânia/GO;
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
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I – DOS FATOS
O Ministério Público instaurou o Inquérito Civil Público nº 107/2017
(Atena nº 201700245264) para apurar supostas irregularidades no âmbito da ALEGO
– Assembleia Legislativa de Goiás, especificamente quanto a existência de
funcionário fantasma no gabinete do Deputado LUIS CÉSAR BUENO E FREITAS.
A referida investigação teve início a partir de representação anônima,
em que fora delatado que a Requerida LINDOMAR MARIA DE JESUS SILVA, esposa
do ex-Secretário de Trânsito de Goiânia Sr. Miguel Tiago da Silva, é servidora da
ALEGO, lotada no gabinete do Deputado LUIS CÉSAR BUENO, tem salário de R$ 10
mil reais, mas não comparece ao seu local de trabalho.
Para apurar os fatos, determinou-se à assessoria da promotoria de
justiça que entrasse em contato no gabinete Deputado LUIS CÉSAR BUENO, durante
03 (três) dias, via telefone, para certificar se a Requerida LINDOMAR MARIA se
encontrava. As diligências foram realizadas nos dias 26/janeiro, 30/janeiro e
06/fevereiro do corrente ano, em horários diversos do turno matutino. Em nenhuma
dessas datas a Requerida se encontrava em seu local de trabalho.
As certidões da secretária da promotoria de justiça atestam o
seguinte:
“...informaram que ela não tinha horário para chegar”. (fl. 19).
“...sendo atendida pela secretária Valdirene, que me informou que Lindomar fazia trabalho externo e era difícil ir na Assembleia, que até eles não conseguiam falar com
ela”. (fl. 20). “...sendo-me informado pela secretária Maída, que esta
não se encontrava e que não tinha horário certo”.
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Ainda no curso das investigações, o Ministério Público oficiou ao
Presidente da ALEGO solicitando cópia do dossiê funcional da Requerida LINDOMAR
MARIA DE JESUS SILVA, bem como fosse declinado seu local de lotação, cargo
ocupado, carga horária, frequência e último período aquisitivo de férias (fl. 16).
A resposta do Presidente da ALEGO foi prestada por meio do Ofício
nº 030/2018-ATJ/GP, contendo os documentos solicitados (fls. 37/41) e informações
prestadas pelo gabinete do Deputado LUIS CÉSAR BUENO.
Dos documentos encaminhados pela ALEGO, consta que a
Requerida LINDOMAR MARIA DE JESUS SILVA já ocupou diversos cargos naquela
Casa, tendo ingressado no ano de 1996, e atualmente ocupa o cargo de Assessor
Nível VIII – ANI-8, desde 01/02/2017, com lotação no Gabinete do Deputado LUIS
CÉSAR BUENO desde 01/02/2003.
Há ainda a informação de que LINDOMAR MARIA DE JESUS SILVA
possui carga horária de 30 (trinta) horas semanais, com jornada de trabalho das 7 às
13 horas, e salário de R$ 9.878,00 (nove mil oitocentos e setenta e oito reais).
A Chefe de Gabinete do Deputado e Requerido LUIS CÉSAR BUENO
informou que a Requerida LINDOMAR MARIA é assessora com local de lotação
externo, podendo suas atividades serem exercidas “no âmbito de sua residência, no
escritório político do Deputado e em locais onde se realizem reuniões e assembleias
de interesse do parlamentar e por ordem deste”.
Dentre as atribuições exercidas pela Requerida LINDOMAR MARIA,
a Chefe de Gabinete enumerou como principais as seguintes: atualização de banco
de dados do Parlamentar; pesquisa sobre a concretização de obra relacionadas às
emendas e projetos de lei de autoria do Deputado; levantamento de demandas
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solicitadas pela base parlamentar para elaboração de emendas; visitas aos municípios
goianos; orientação jurídica, dentre outras (fls. 42/49).
Paralelamente, esta Promotoria de Justiça solicitou ao CI – Centro de
Inteligência do Ministério Público que realizasse o monitoramento da Requerida
LINDOMAR MARIA para provar se ela cumpre ou não seu horário de trabalho.
A Requerida LINDOMAR MARIA foi monitorada pelo CI entre os dias
22 e 28/agosto de 2017, em horários alternados. Nesse interregno de 7 (sete) dias,
LINDOMAR MARIA não foi avistada em nenhum momento indo à ALEGO, conforme
Relatório de Diligência nº 063/0021/066/6610/29/AGO/2017 (anexo).
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Novo monitoramento da Requerida LINDOMAR MARIA foi realizado
pelo CI – Centro de Inteligência do Ministério Público, desta vez, dentre os dias 11 e
15/dezembro de 2017 e, igualmente, ela não compareceu à sede da ALEGO
(Relatório de Diligência 087/0021/066/6790/13/DEZ/2017).
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Por fim, a Requerida LINDOMAR MARIA DE JESUS SILVA foi ouvida
na promotoria de justiça, oportunidade que confirmou a versão dada pelo Gabinete do
Deputado de que é assessora externa e, por isso, entende poder executar suas
atividades em sua casa ou qualquer outro local.
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Da apuração dos fatos, constatou-se que a denúncia formulada pelo
Representante é procedente e que ele tem pleno conhecimento de que a Requerida
LINDOMAR MARIA não trabalha na ALEGO e, que, na verdade, recebe salário para
ficar em casa cuidando das lides domésticas.
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS:
Os atos praticados pelos Requerida LUIS CÉSAR BUENO e
LINDOMAR MARIA DE JESUS SILVA amoldam-se as três modalidades de atos de
improbidade administrativa insertos na Lei nº 8.429/92, quais sejam: enriquecimento
ilícito (art. 9º), dano ao erário (art. 10) e violação aos princípios constitucionais da
administração pública (art. 11).
Como narrado, a Requerida LINDOMAR MARIA DE JESUS SILVA é
servidora comissionada da ALEGO desde 01/02/2003, ocupante do cargo Assessor
Nível VIII – ANI-8, lotada no Gabinete do Deputado e Requerido LUIS CÉSAR
BUENO, com salário de R$ 9.878,00 (nove mil oitocentos e setenta e oito reais).
Acerca da carga horária e local de lotação do servidor da ALEGO, a
Resolução nº 1.589/2016 daquela Casa dispõe o seguinte:
“Art. 6º. A carga-horária do pessoal de que trata esta Resolução, vedadas a prestação de serviço extraordinários e a convocação para prestação de serviços em Sessão
Extraordinária, é de 30 (trinta) horas semanais, cumpridas
em local de acordo com o designado pelo titular do gabinete parlamentar a quem compete comunicar à
Seção de Registro e Cadastro, mensalmente, a frequência do pessoal de sua respectiva lotação”.
Primeiro, faz-se necessário registrar que a referida Resolução permite
o trabalho externo do servidor, desde que ele esteja de fato trabalhando. A
Resolução não permite, e em poderia fazê-lo, que o servidor fique em sua própria
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casa, se ocupando com atividades privadas e dando poucos telefonemas para
eleitores, e recebendo dos cofres públicos cerca de R$ 10 mil reais por mês.
Segundo, a Requerida LINDOMAR MARIA e a chefe de gabinete do
Deputado LUIS CÉSAR BUENO amparam-se nesse artigo da Resolução para
dizerem que o local de lotação da servidora é externo, podendo ser exercido em
sua residência, escritório político, ou qualquer outro local designado pelo Deputado.
Essa informação de que a lotação da Requerida é externa não é
confirmada pela direção da ALEGO. O memorando nº 086/18-SAS, assinado pelo
Chefe da Seção de Atendimento ao Servidor daquela Casa, diz que a servidora tem
lotação no Gabinete do Deputado LUIS CÉSAR BUENO e trabalha 30 horas
semanais, sem nenhuma alusão a qualquer permissão para que suas atividades
sejam prestadas no âmbito externo.
Deve-se reconhecer que não basta a afirmação, por quem quer que
seja, de que o trabalho do servidor é externo. Esse local externo deve ser conhecido
e informado à administração da Casa, tanto que o supracitado dispositivo prevê em
sua parte final que “mensalmente, a frequência do pessoal de sua respectiva
lotação” deve ser comunicada.
Assim, por não haver nenhum documento atestando que a Requerida
LINDOMAR MARIA tem lotação externa, ou que está liberada para exercer suas
atividades externamente, deve-se reconhecer que sua lotação é o gabinete do
Deputado LUIS CÉSAR BUENO, local em que deveria comparecer e permanecer por
06 (seis) horas diárias, conforme consta nos registros da Casa.
Observa-se que a simples liberação da Requerida em registrar o
ponto eletrônico não a autoriza a não comparecer ao seu local de lotação, que é o
gabinete do Deputado LUIS CÉSAR BUENO, pois essa liberação é para que o
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servidor trabalhe em outro local ou execute atividades, de fato, externas, não para
ficar em sua própria residência executando atividades privadas.
A Requerida assina folha de frequência informando que trabalha no
gabinete do deputado LUIS CÉSAR BUENO diariamente das 07 às 14 horas. O
monitoramento do Centro de Inteligência do Ministério Público comprova que, nesse
horário, a Requerida não comparece à ALEGO e se ocupa com atividades
particulares, como compras, caminhada, passeios, etc. A própria Requerida
confirma que vai à sede da ALEGO de 10 em 10 dias para assinar sua folha de
frequência, comprovando que suas folhas de frequência são falsas.
Certamente que a Resolução nº 1.589/2016 da ALEGO não pretende
que o servidor e o deputado emitam informações falsas quanto ao local de lotação e
carga horária, praticando o crime de falsidade ideológica. Cumpriria a ambos,
servidor e deputado, comunicar à administração as informações precisas quanto aos
dados funcionais.
Mas não é por apenas não comparecer à sede da ALEGO para
trabalhar que se imputa à Requerida LINDOMAR MARIA o fato de ser “funcionária
fantasma”, mas também e, principalmente, por ela não exercer nenhuma atividade
de interesse público ou em benefício do órgão que a remunera.
A Chefe de Gabinete do Deputado, Sra. Maristela Batista Nascimento,
enumerou como principais atividades de LINDOMAR MARIA DE JESUS SILVA o
seguinte (fls. 42/49):
Atualização de banco de dados do Parlamentar;
Pesquisa sobre a concretização de obra relacionadas às emendas e projetos de lei de autoria do Deputado;
Levantamento de demandas solicitadas pela base parlamentar para elaboração de emendas;
Visitas aos municípios goianos;
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Trabalho junto ao Conselho Deliberativo dos índices de Participação dos Municípios;
Gerenciamento das redes sociais e site;
Audiências Públicas;
Visitas às lideranças, apoiadores e associações;
Serviço de Webdesigner;
Orientação jurídica.
Atente-se ao fato de que a referida chefe de gabinete não se referia
às atividades desenvolvidas pelos assessores em geral, mas especificamente à
Requerida LINDOMAR, pois afirmou “a servidora lotada no Gabinete do Deputado
Estadual Luis Cesar Bueno desde o ano de 2003, exerceu e exerce atividades
pertinentes ao mandato, destacando-se”.
Essa declaração da chefe de gabinete também é falsa, com nítido
propósito de justificar situação de fato, dando aparente legalidade.
Ouvida na promotoria de justiça, a Requerida LINDOMAR MARIA não
soube enumerar com clareza quais são suas atividades inerentes ao cargo público
que ocupa. Disse que faz ligações e reuniões, mas não soube declinar o nome de
nenhuma pessoa com quem frequentemente se comunica e, em nenhum momento,
disse que exerce as atividades descritas pela chefe de gabinete, muito menos
assessoria jurídica, serviço de webdesigner, visitas, etc., deixando claro a falsidade
da declaração.
E mais: a declaração da chefe de gabinete está desprovida de
qualquer documento capaz de comprovar sua veracidade. Os relatórios de atividades
de fls. 51/84 não justificam o desempenho de funções de um cargo público pela
Requerida LINDOMAR, pois são genéricos, vazios.
Os dizeres constantes nos referidos relatórios de atividades de
“visitando nossos apoiadores” (fl. 53), “visitas aos feirantes” (fl. 64), “atualizações de
cadastro de apoiadores” (fl. 66), sem apontar, por exemplo, quem são as pessoas que
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foram atendidas, o tipo do atendimento e a solução dada, não satisfazem a exigência
de comprovar o exercício de funções de relevante cargo público.
Observe-se que a Requerida LINDOMAR MARIA possui salário de
aproximadamente R$ 10 mil reais, valor bastante elevado para ficar apenas fazendo
ligações e atualizando cadastros, ainda mais em sua própria casa.
A verdade dos fatos é que está ocorrendo uma verdadeira carnificina
com o dinheiro público, sendo pago alto salário à Requerida e dela sendo exigido
apenas que compareça a poucas reuniões e faça algumas ligações, tudo para que o
Deputado possa ter ou manter sua base eleitoral, já que a Requerida é esposa de
político influente, o qual, inclusive, já ocupou cargo de Secretário de Trânsito
de Goiânia, ou ainda, para atender a qualquer outro interesse espúrio.
Por tudo isso, acredita-se que desde que ingressou no gabinete do
Deputado LUIS CÉSAR BUENO, no ano de 2003, a Requerida LINDOMAR MARIA
DE JESUS SILVA nunca trabalhou de fato ou prestou qualquer atividade de interesse
público, e as poucas vezes que o fez, foram insuficientes e no interesse privado do
Deputado.
Todavia, como a denúncia que inaugurou a investigação do
Ministério Público data do ano de 2017, os fatos limitar-se-ão ao período de
janeiro/2017 a fevereiro/2018.
Assim, por ter recebido da ALEGO remuneração sem ter comparecido
ao seu local de trabalho e não ter desenvolvido nenhuma atividade de interesse
público, a Requerida LINDOMAR MARIA DE JESUS SILVA enriqueceu-se ilicitamente
às expensas do Poder Público, encontrando-se incursa na conduta descrita no art. 9º
caput e inc. VIII, da Lei nº 8.429/92, verbis:
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Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa
importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: [...] VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de
consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições
do agente público, durante a atividade;
O Requerido LUIS CÉSAR BUENO também enriqueceu-se
ilicitamente, na medida que utilizou para fins particulares de serviços pagos pela
ALEGO, pois a Requerida LINDOMAR MARIA recebia salário para ser sua cabo
eleitoral, desempenhando atividades de seu interesse particular, logo, incorreu na
conduta descrita no caput do art. 9º da Lei nº 8.429/92.
O valor do enriquecimento ilícito dos Requeridos corresponde ao
valor pago indevidamente pela ALEGO à Requerida LINDOMAR MARIA a título
de remuneração, no período de janeiro/2017 a fevereiro/2018, totalizando R$
140.755,48 (cento e quarenta mil setecentos e cinquenta e cinco reais e quarenta e
oito centavos).
Saliente-se que para esta modalidade de ato de improbidade
administrativa – enriquecimento ilícito – é necessário que a conduta do agente seja
praticada com dolo. In casu, o dolo está evidenciado, pois o Requerido LUIS CÉSAR
BUENO tinha e tem plena consciência de que LINDOMAR MARIA estava sendo
contratada para ser seu cabo eleitoral, sem sequer exigir dela que comparecesse ao
seu local de trabalho, e LINDOMAR MARIA também tinha consciência disso, que seria
remunerada pela ALEGO sem nada ter de fazer, a não ser votar, dar apoio político a
LUIS CÉSAR BUENO.
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A segunda modalidade de ato de improbidade administrativa é o que
causa prejuízo ao erário, tipificado no art. 10 da Lei nº 8.429/92.
Diferentemente do que ocorre no enriquecimento ilícito, esta
modalidade de ato ímprobo permite a responsabilização do agente público que tenha
agido com dolo ou culpa.
Em análise ao art. 10 da Lei nº 8.429/92, Emerson Garcia e Rogério
Pacheco Alves1 averbam que “qualquer diminuição do patrimônio público advinda de
ato inválido será ilícita, pois 'quod nullun est, nullum producit effectum', culminando
em caracterizar o dano e o dever de ressarcir”.
Deste modo, como a Requerida LINDOMAR MARIA DE JESUS
SILVA recebeu indevidamente da ALEGO a quantia de R$ 140.755,48 (cento e
quarenta mil setecentos e cinquenta e cinco reais e quarenta e oito centavos),
sem ter executado nenhuma atividade de interesse público ou inerente aos cargos
que ocupou, ela e LUIS CÉSAR BUENO, que foi o agente público que permitiu e
executou o ato, devem responder solidariamente pelo dano sofrido pelos cofres da
ALEGO, encontrando-se incursos no caput do art. 10 da Lei nº 8.429/92:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que
causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
O Requerido LUIS CÉSAR BUENO, por ter permitido, facilitado ou
concorrido para o enriquecimento ilícito de LINDOMAR MARIA, também encontra-se
incurso no inc. XII do supracitado artigo:
1 2GARCIA, Emerson; ALVES, Rogério Pacheco. Improbidade Administrativa. 3ª Edição, 2006. Ed. Lumen Juris. p. 265.
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XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
Finalmente, a terceira classe dos atos de improbidade administrativa
contempla os atos que atentam contra os princípios da administração pública.
Esta classe encontra previsão no artigo 11 da Lei nº 8.429/92.
Por descumprir os princípios regentes da atividade administrativa
insculpidos no art. 37, caput, da Constituição Federal, notadamente os princípios da
legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência, os Requeridos também
incorreram na prática de ato de improbidade administrativa tipificado no art. 11, caput,
e inciso I, da Lei 8.429/92.
Nesse ponto, imperioso destacar as lições de Marino Pazzaglini
Filho2, que sustenta que violar um princípio “é a MODALIDADE MAIS GRAVE E
IGNÓBIL DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, pois contempla o
comportamento torpe do agente público que desempenha funções públicas de
sua atribuição de forma desonesta e imoral”.
O princípio da legalidade, segundo Celso Antônio Bandeira de
Mello3, “É o princípio basilar do regime jurídico-administrativo (...). É o fruto da
submissão do Estado à lei. É em suma: a consagração da ideia de que a
Administração Pública só pode ser exercida na conformidade da lei e que, de
conseguinte, a atividade administrativa é atividade sublegal, infralegal, consistente na
expedição de comandos complementares à lei”.
2 MARINO PAZZAGLINI FILHO. Lei de Improbidade Administrativa Comentada, Atlas, 2002, p. 54. 3 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 9. ed. São Paulo: Malheiros, 1997, p. 58 e 59).
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Hely Lopes Meirelles4 ao abordar o tema lembra que:
“A eficácia de toda atividade administrativa está
condicionada ao atendimento da lei. (...) As leis administrativas são, normalmente, de ordem pública e seus preceitos não podem ser descumpridos, nem mesmo por
acordo ou vontade conjunta de seus aplicadores e destinatários, uma vez que contêm verdadeiros poderes-deveres, irrelegáveis pelos agentes públicos. Por outras
palavras, a natureza da função pública e a finalidade do Estado impedem que seus agentes deixem de exercitar os poderes e de cumprir os deveres que a lei lhes impõem”.
Assim, com amparo nos ensinamentos da melhor doutrina, resta
sobejamente demonstrado que os Requeridos violaram o princípio da legalidade, pois,
arquitetaram um “esquema” para obterem vantagem econômica indevida e
favorecerem politicamente o Deputado, sem prestar nenhuma atividade de interesse
público.
O princípio da impessoalidade, por sua vez, tem recebido diversas
interpretações. Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro5:
Exigir impessoalidade da Administração tanto pode significar que esse atributo deve ser observado em relação aos administrados como à própria Administração. No
primeiro sentido, o principio estaria relacionado com a finalidade pública que deve nortear toda a atividade administrativa. Significa que a Administração não pode
atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o seu comportamento. No
segundo sentido, o princípio significa, segundo José Afonso da Silva baseado na lição de Gordillo que os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao
funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade
4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 1997. p. 82). 5 5 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2004, p. 71.
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administrativa da Administração Pública, de sorte que ele
é o autor institucional do ato. Ele é apenas o órgão que formalmente manifesta a vontade estatal."
Os Requeridos agiram com pessoalidade, praticando atos visando
interesses próprios, LINDOMAR MARIA de ser remunerada com dinheiro público sem
ter de trabalhar, e LUIS CÉSAR BUENO em manter ou ampliar sua base eleitoral, ou
qualquer outra finalidade escusa.
O princípio da moralidade administrativa também não foi
respeitado. Para Celso Antônio Bandeira de Mello6, de acordo com o princípio da
moralidade administrativa:
“a Administração e seus agentes têm de atuar na
conformidade de princípios óticos. Violá-los implicará violação ao próprio Direito, configurando ilicitude que assujeita a conduta viciada a invalidação, porquanto tal
princípio assumiu foros de pauta jurídica, na conformidade do art 37 da Constituição. Compreendem-se em seu âmbito, como é evidente, os chamados princípios da
lealdade e boa-fé”.
A Requerida LINDOMAR MARIA DE JESUS SILVA agiu contrária aos
“princípios óticos”. Aceitou e permitiu receber vultuoso salário sem nem ao menos ter
que sair de sua casa e sem ter que desempenhar qualquer atividade satisfatória. A
tentação do dinheiro fácil levou a Requerida a praticar graves atos de
improbidade administrativa.
A imoralidade decorre das próprias condutas dos Requeridos,
contrárias aos valores éticos e morais e sobretudo, contrárias à lei.
6 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 9. ed. São Paulo: Malheiros, 1997. p. 72 e 73.)
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Os Requeridos também agiram contrários aos interesses da
Instituição que representavam, especialmente LUIS CÉSAR BUENO, que na
qualidade de Deputado Estadual deveria ser o agente com a maior qualificação
possível, diligente em seus atos, compromissado incondicionalmente com a lei, mas
como não tem nenhum respeito com o cidadão, que trabalha dignamente e paga
altos impostos.
Por fim, quanto ao princípio da eficiência, Hely Lopes Meirelles7
ensina o seguinte:
Dever de eficiência é o que se impõe a toda agente público
de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser
desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus
membros.
Assim, é inegável que os Requeridos LUIS CÉSAR BUENO e
LINDOMAR MARIA não agiram com presteza, perfeição ou rendimento funcional. Eles
agiram ardilosamente para auferirem benefícios às expensas do Poder Público, sendo
absolutamente ineficientes e incapazes de desempenharem qualquer função ou cargo
público.
Com efeito, pelos atos que importaram enriquecimento ilícito, lesão
ao patrimônio público e que atentaram contra os princípios da administração pública,
LUIS CÉSAR BUENO e LINDOMAR MARIA DE JESUS SILVA estão sujeitos às
penalidades do art. 12, I, II e III, da Lei 8.429/92.
7 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 22ª ed. São Paulo: Malheiros, 1997.p. 90.
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III – DA TUTELA DE URGÊNCIA
A) DO BLOQUEIO DE BENS DOS REQUERIDOS:
A Lei n.º 7.347/85 prevê expressamente no seu art. 12 a possibilidade
de concessão de liminar com ou sem justificação prévia para evitar dano irreparável
ou de difícil reparação, presentes, claro, os requisitos do fumus boni iuris e do
periculum in mora.
No mesmo sentido, o art. 300 do CPC dispõe que:
Art. 300 - A tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”.
Na sequência, o art. 301 do CPC trata do poder geral de cautela do
juiz, que autoriza a ele adotar qualquer medida idônea para assegurar o direito
invocado pela parte, verbis:
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de
bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.
A probabilidade do direito repousa na vasta prova documental
acostada autos, especialmente: a) na própria “confissão” do Requerida LINDOMAR
MARIA de que vai ao seu local de trabalho apenas de 10/10 dias b) a Requerida não
sabe descrever satisfatoriamente as atividades que executava no exercício do cargo
que ocupa; c) o monitoramento do Centro de Inteligência do Ministério Público dá
conta que a Requerida exerce atividades privadas, tais como caminhada, compras,
passeios, etc., no momento que deveria estar à disposição da ALEGO.
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Oportuno relembrar que LINDOMAR ocupa elevado cargo, com
salário de aproximadamente R$ 10 mil reais, mas sequer sabe especificar claramente
suas atividades, dizendo apenas que faz ligações e atualização de cadastro.
O exercício das atividades da Requerida estão indicados nos
relatórios de fls. 51/84, mas esses relatórios não justificam o desempenho de funções
de um cargo público pela Requerida LINDOMAR, pois são genéricos, vazios, dizendo,
apenas “visitando nossos apoiadores” (fl. 53), “visitas aos feirantes” (fl. 64),
“atualizações de cadastro de apoiadores” (fl. 66), sem apontar, por exemplo, quem
são as pessoas que foram atendidas, o tipo do atendimento e a solução dada, sendo,
portanto, insubsistentes.
O segundo requisito para concessão da tutela de urgência - perigo
de dano ou ao resultado útil do processo – também se encontra presente.
As provas ou, no mínimo, evidências de que os Requeridos LUIS
CÉSAR BUENO e LINDOMAR MARIA DE JESUS SILVA praticaram atos que
acarretaram seus enriquecimentos ilícitos, causaram danos ao erário e atentaram
contra os princípios constitucionais da administração pública, exige, nesse momento,
a contrição de seus bens para assegurar o ressarcimento ao Poder Público, evitando
que dilapidem seus patrimônios ou pratiquem qualquer ato fraudulento.
Diante do exposto, presentes os requisitos autorizadores para
concessão da tutela de urgência previstos no artigo 300 do CPC, o Ministério Público
requer a concessão da indisponibilidade de bens dos Requeridos LUIS CÉSAR
BUENO e LINDOMAR MARIA DE JESUS SILVA até o limite de R$ 422.266,44
(quatrocentos e vinte e dois mil duzentos e sessenta e seis reais e quarenta e
quatro centavos), que corresponde ao valor do dano ao erário, devidamente
atualizado, acrescido do valor da multa civil, que nos termos do art. 12, II, da Lei nº
8.429/92, equivale a duas vezes o valor do dano.
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Acerca da possibilidade de constrição de bens considerando o valor
da multa civil elencada na Lei de Improbidade Administrativa, confira-se a ementa do
seguinte enunciado de jurisprudência do TJGO:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. INDISPONIBILIDADE
DE BENS. 1- A concessão de medida liminar em ação civil pública por ato de improbidade administrativa, com a decretação de indisponibilidade de bens da parte
requerida, tem seu fundamento no artigo 7º, da Lei nº 8.429/1992, e reclama, para a sua concessão, a presença concomitante do fumus boni iuris e do periculum in mora,
em, juízo de cognição sumária. Cumpre ressaltar que, conforme precedente do STJ, o periculum in mora, nesse caso, é presumido. INDISPONIBILIDADE DE BENS
LIMITADA AO VALOR INDICADO NA INICIAL DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA ACRESCIDO DA MULTA LEGAL. 2- Considerando que, na inicial da presente ação de
improbidade, o representante ministerial quantifica inicialmente o prejuízo ao erário na esfera de R$23.253,92 (vinte e três mil, duzentos e cinquenta e três reais e noventa
e dois centavos), deve ser esta a quantia considerada na decretação de indisponibilidade dos bens, devendo ser acrescentado o valor da multa civil, que nos termos do art.
12, II, da Lei nº 8.29/92, equivale à duas vezes o valor do dano. PLURALIDADE DE RÉUS. BLOQUEIO DO VALOR INTEGRAL. POSSIBILIDADE. 3- Em caso de pluralidade
de réus e não sendo possível quantificar, de plano, o montante do prejuízo atribuível a cada um deles, devem ser mantidos bloqueados tanto quantos bens forem
necessários para garantir a execução de eventual sentença
VALOR TOTAL ATUALIZADO R$ 140.755,48
MULTA CIVIL (art. 12, II, Lei nº 8.429/92)
R$ 281.510,96
TOTAL A SER BLOQUEADO R$ 422.266,44
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condenatória, vez que somente após a formação do
contraditório e da instrução processual é que poderá ser exigido e emitido um juízo de certeza acerca do alcance da decisão com relação a cada réu. AGRAVO DE
INSTRUMENTO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC ) 5179247-
34.2017.8.09.0000, Rel. Sebastião Luiz Fleury, 4ª Câmara Cível, julgado em 20/09/2017, DJe de 20/09/2017)
A constrição deve ser realizada por meio do sistema BacenJud 2.0,
eis que possível o uso de penhora on line de forma cautelar e não somente na fase
de execução, o que inegavelmente geraria efetividade ao processo.
Se o bloqueio dos valores nas contas bancárias dos Requeridos não
alcançar a cifra referendada, requer seja decretada a indisponibilidade de seus bens
imóveis e veículos, com expedição de ofícios aos quatro cartórios de registro de
imóveis de Goiânia/GO e Catalão/GO, bem como a expedição de ofícios ao
DETRAN/GO para registrar a indisponibilidade nos cadastros dos veículos de
propriedade dos Requeridos.
B) DA SUSPENSÃO IMEDIATA DO PAGAMENTO DA REMUNERAÇÃO
DA SERVIDORA “FANTASMA” LINDOMAR MARIA:
O fato narrado nos autos é grave e ofende a moral, a legalidade, a
impessoalidade e a eficiência do serviço público, além de causar dano ao erário e
enriquecimento ilícito.
As provas, especialmente o monitoramento realizado pelo Centro de
Inteligência do Ministério Público, são robustas e levam à certeza de que os fatos
ocorreram da forma narrada.
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O cidadão não pode mais suportar viver em meio a tanta ilegalidade,
a tanta omissão e desvio de dinheiro público de forma cada vez mais escandalosas.
Assim, para estancar a sangria dos cofres da ALEGO, haja vista que
se tem notícia de que LINDOMAR MARIA DE JESUS SILVA é funcionária “fantasma”,
pois no horário que deveria estar trabalhando na ALEGO ela está em sua casa ou
fazendo qualquer atividade de cunho privado, mister suspender imediatamente o
pagamento de sua remuneração, o que encontra respaldo no artigo 301 do CPC
(Poder Geral de Cautela), in verbis:
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode
ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e
qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.
Essa medida economizará cerca de R$ 10 mil reais mensais, o que
se mostra necessário, razoável, proporcional e permitido, ante o poder geral de
cautela conferido pelo ordenamento jurídico ao Poder Judiciário.
IV – DOS PEDIDOS:
Ante o exposto, o Ministério Público requer:
1. o deferimento da medida cautelar incidental inaudita altera pars, consistente:
1.1) na decretação de indisponibilidade de bens dos Requeridos LUIS
CÉSAR BUENO e LINDOMAR MARIA DE JESUS SILVA até o limite
de R$ 422.266,44 (quatrocentos e vinte e dois mil duzentos e
sessenta e seis reais e quarenta e quatro centavos), que
corresponde ao valor do dano ao erário, devidamente atualizado,
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acrescido do valor da multa civil, que nos termos do art. 12, II, da Lei
nº 8.429/92, equivale a duas vezes o valor do dano;
1.2) suspender imediatamente o pagamento da remuneração da
Requerida LINDOMAR MARIA DE JESUS SILVA;
2. a notificação pessoal dos Requeridos, nos termos do artigo 17, § 7º, da Lei
8.429/92;
3. o recebimento da inicial, nos termos do artigo 17, § 9º, da Lei de Improbidade
Administrativa e posterior citação dos Requeridos;
4. a citação do Estado de Goiás, na pessoa de seu Procurador-Geral, com
endereço na Praça Dr. Pedro Ludovico Teixeira, n.º 03, Centro, Goiânia/GO,
CEP 74003-010, nos termos do art. 17, § 3º, da Lei 8.429/92;
5. a procedência do pedido para condenar os Requeridos LUIS CÉSAR BUENO
e LINDOMAR MARIA DE JESUS SILVA nas penas do art. 12, I, II e III, da Lei
nº 8.429/92, LUIS CÉSAR BUENO por ter incorrido nas condutas descritas no
art. 9º, 10º, caput e inc. XII e 11 caput e inc. I, da Lei nº 8.429/92, e LINDOMAR
MARIA DE JESUS SILVA, nas condutas descritas no art. 9º, caput e inc. VIII,
10º caput e 11 caput, da mesma Lei.
6. a condenação dos Requeridos ao pagamento de custas e emolumentos
processuais e ônus de sucumbência;
7. a juntada do inquérito civil n.º 107/2017 (registro Atena n.º 201700245264),
bem como a produção de todas as provas legalmente admitidas.