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169 7 - OS MAMÍFEROS AQUÁTICOS Com o tombamento da ilha do Medo, em 1991, o Lab. de Nectologia da UFBA, passou a estudar os mamíferos aquáticos que ocorriam na área de influência da Unidade de Conservação, inclusive com o objetivo de gerar conhecimentos para elaboração do plano de manejo. A ilha do Medo está em uma posição estratégica, pois está situada nas proximidades da foz do rio Paraguaçu. O marco regulatório das pesquisas está publicado nos ANAIS DO I ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ÁREAS DE MANGUEZAIS, realizado na cidade de Maragojipe, em 1993. Trata-se da publicação: “Avistagem de botos, Sotalia fluviatilis, Gervais, 1853, (CETACEA, DELPHINIDAE) na área de influência do rio Paraguaçu, baía de Todos os Santos, Bahia, Brasil”, de autoria de Maria do Socorro Santos Reis e do Prof. Everaldo Queiroz. Sotalia guianensis O boto da BTS. As águas da baía de Todos os Santos são consideradas como santuário para os mamíferos aquáticos, por DECRETO PRESIDENCIAL. Molestar, caçar, perseguir ou destruir os locais de ocorrência desse animais é crime previsto por lei. Os botos procuram abrigo, alimentação. Sendo uma área para procriação, também serve para aprendizado os indivíduos juvenis. A foz do rio Paraguaçu é considerada como site fidelity.

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7 - OS MAMÍFEROS AQUÁTICOS

Com o tombamento da ilha do Medo, em 1991, o Lab. de Nectologia da

UFBA, passou a estudar os mamíferos aquáticos que ocorriam na área de

influência da Unidade de Conservação, inclusive com o objetivo de gerar

conhecimentos para elaboração do plano de manejo.

A ilha do Medo está em uma posição estratégica, pois está situada nas

proximidades da foz do rio Paraguaçu.

O marco regulatório das pesquisas está publicado nos ANAIS DO I

ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ÁREAS DE

MANGUEZAIS, realizado na cidade de Maragojipe, em 1993. Trata-se da

publicação: “Avistagem de botos, Sotalia fluviatilis, Gervais, 1853,

(CETACEA, DELPHINIDAE) na área de influência do rio Paraguaçu, baía de

Todos os Santos, Bahia, Brasil”, de autoria de Maria do Socorro Santos Reis

e do Prof. Everaldo Queiroz.

Sotalia guianensis – O boto da BTS. As águas da baía de Todos os Santos são consideradas como santuário para os mamíferos aquáticos, por DECRETO PRESIDENCIAL. Molestar, caçar, perseguir ou destruir os locais de ocorrência desse animais é crime previsto por lei. Os botos procuram abrigo, alimentação. Sendo uma área para procriação, também serve para aprendizado os indivíduos juvenis. A foz do rio Paraguaçu é considerada como site fidelity.

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A pesquisa aponta a importância da área para a espécie. A partir daí o

cetáceo odontoceto, da família Delphinidae passou a ser denominado – o

boto da baía de Todos os Santos, ou o boto da BTS.

Ao longo dos anos noventa, século XX, as pesquisa foram

incrementadas, inclusive com a identificação de outras espécies de cetáceos

que ocorrem no entorno da ilha do Medo, seguindo-se pelo canal de Itaparica

e curso do baixo Paraguaçu, incluindo as baleias. Destacamos: Megaptera

novaeangliae – a baleia jubarte, Balaenoptera edeni – a baleia de Bryde e

Steno bredanensis - golfinho de dentes rugosos.

A bióloga Msc Maria do Socorro Santos Reis, do Instituto Mamíferos

Aquáticos – IMA, ex-Projeto MAMA, professora universitária, destacada

pesquisadora na área dos mamíferos aquáticos, com outros colaboradores

continuou com suas pesquisas na região, inclusive com a instalação de uma

base de observações e educação ambiental, na localidade de Barra do

Paraguaçu. Foram elaboradas diversas cartilhas educativas e diversos

trabalhos foram publicados no Brasil e no exterior, sempre apontado a área

como importante para o ciclo de vida das espécies, especificamente, Sotalia

guianensis, que anteriormente, até o início do século XXI era classificado

pelos pesquisadores como Sotalia fluviatilis.

Incluímos nessa lista de colaboradores estudiosos de S. guianensis, o

biólogo Luciano Wagner Reis, pertencente ao mesmo Projeto MAMA,

sediado na Barra do Paraguaçu, no distrito de Maragojipe.

O trabalho da sua autoria: Observações comportamentais sobre o boto

Sotalia fluviatilis (Cetácea, Delphinidae) na baía de Todos os Santos,

descrevendo em etograma diversos comportamentos da espécie nas águas

da BTS, foi apresentado por ele e Maria do Socorro Reis, durante o 5º

Congresso Nordestino de Ecologia, realizado em Natal /RN, em 1993.

Nesse evento os autores destacam a degradação dos ecossistemas da BTS,

que:

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“(...) vem sendo profundamente descaracterizado (...) problema esse que vem destruindo indiscriminadamente o alimento dos botos e afetando diretamente o seu sistema de ecolocação, diminuindo assim a área de utilização da baía pelo botos.”.

O Laboratório de Nectologia também contribuiu para o conhecimento

de diversos aspectos da biologia de S. guanensis: reprodução, alimentação,

dinâmica populacional, comportamento, dentição e anatomia, com

informações amplamente utilizadas por pesquisadores do Brasil e do

exterior. Um desses trabalhos merece destaque – a região como site fidelity

para a espécie.

O acadêmico do curso de Ciências Biológicas da UFBA, André

Figueiredo, em 1996, nos ANAIS DOS TRABALHOS TÉCNICOS-

CIENTÍFICOS – I CONGRESSO BAIANO DE MEIO AMBIENTE , resultado

de suas pesquisas sobre S. guianensis, publicou um trabalho onde propõe a

criação de uma área de proteção para espécie, incluindo a foz do rio

Paraguaçu na baía de Todos os Santos, reconhecendo a região na condição

de site fidelity para espécie – “Proposta de áreas de restrição à navegação e

pesca na baía de Todos os Santos, pela presença de Sotalia fluviatilis

GERVAIS, 1853 (Cetácea, Delphinidae)”.

As áreas sugeridas foram, in verbis:

“(...) Sendo assim, e baseado nos dados coletados, estamos propondo que duas áreas sejam consideradas como áreas de navegação restrita e de pesca proibida, por entendermos serem áreas onde Sotalia fluviatilis tem uma parte importante de seu ciclo de vida, que ainda não conseguimos definir. São estas áreas: entre os paralelos 12º 50’ S e 12º 53 S e os meridianos 38º 36’ W e 38º 41’ W, e a partir do meridiano 38º 46’ W, na entrada do rio Paraguaçu, bem como no interior deste, em direção ao lagamar do Iguape, onde, em ambos dos casos, foram feitas cerca de 73% de nossas observações, caracterizando a áreas de concentração da espécie. Nestas áreas,

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deve-se, inclusive ter um controle efetivo sobre as artes de pesca empregadas”.

A consagração da área na condição de site fidelity, corroborando com o

trabalho acima, ocorreu durante a 8ª Reunião de Trabalho de

Especialistas em Mamíferos Aquáticos da América do Sul / 2º

Congresso da Sociedade Latinoamericana de Especiali stas em

Mamíferos Aquáticos – SOLAMAC, em Olinda – PE, em 1998, com

pesquisadores do Lab. de Nectologia / UFBA.

Diversos pesquisadores, ao longo do litoral brasileiro, preocupados

com as poucas informações sobre S. guianensis, tem publicado diversos

trabalhos, inclusive demonstrando outras áreas no mesmo status de site

fidelity.

A Revista Brasileira de Zoologia (Rev. Bras. Zool. vol. 25 no.2),

publicada em Curitiba, em junho de 2008, trás o conceito de site fidelity para

o boto cinza, que ocorre no litoral do Rio de Janeiro. O título é: Site fidelity of

Sotalia guianensis (Cetacea: Delphinidae) in Sepetiba Bay, Rio de Janeiro,

Brazil. Os autores estudaram a região, durante oito anos. Os dados servirão

para produção de um plano de manejo e conservação da espécie na área.

No estado da Bahia, S. guanensis foi estudada, por quatro anos, no

estuário do rio Caravelas, extremo sul do estado, quando, também, chegou-

se a conclusão que a região funciona com uma site fidelity para esse

mamífero aquático.

Podemos, grosseiramente, definir como site fidelity, um conceito

biológico, como uma área onde uma determinada espécie está distribuída

mais freqüentemente, pois ali, pode encontrar abrigo, alimento disponível e

ser uma região adequada para algumas fases do seu ciclo reprodutivo. Para

os mamíferos aquáticos podem representar uma área para ensinamentos

dos juvenis pelos adultos.

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Através de fotoidentificação, durante dois anos, pesquisadores de

Santa Catarina definiram uma parte do litoral daquele estado, estuário de

Laguna e em Tramandaí – RS, como site fidelity para o golfinho-nariz-de-

garrafa – Tursiops truncatus (Montagu).

Essa é uma prática que tem se tornado comum, a partir do momento

que as pesquisas vão aprofundando-se ao longo do litoral brasileiro. Uma

contribuição para que esses animais saiam da condição de espécie

insuficientemente conhecida.

Essas definições são preocupações legítimas, que visam proteger uma

espécie, que até serve de atrativo, da extinção.

Oceanógrafos e biólogos do Rio de Janeiro, estudiosos em mamíferos

aquáticos, no início desse ano, sistematizaram as pesquisas sobre S.

guianensis, no trabalho: “ Comportamento do boto-cinza (Sotalia

guianensis) (Cetácea: Delphinidae): amostragens, termos e definições”.

Concluem os autores, baseados em publicações do IBAMA (Mamíferos

aquáticos do Brasil: plano de ação) , que:

“(...) O boto-cinza é um objeto de estudo difícil, especialmente em pesquisas de comportamento animal. Apesar disto, o conhecimento do comportamento de S. guianensis tem aumentado recentemente devido ao número de pesquisas que vem sendo realizadas. Contudo, é necessário que mais estudos sejam conduzidos para descrever um repertório mais detalhado do comportamento da espécie”.

Nós, os baianos, pelo contrário, queremos destruir a principal área de

ocorrência dos botos da BTS. Não só de botos, mas de outras espécies de

mamíferos aquáticos.

A presença do golfinho-de-dentes rugosos - Steno bredanenesis

(Lesson, 1828) na BTS, em águas costeiras com influência do rio Paraguaçu,

está registrada naquela mesma reunião científica, em que outros trabalhos

sobre o boto da BTS (S. guainensis), foram apresentados.

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A socialização dessas informações, para que não haja reclamações

que os conhecimentos gerados nas academias ficam retidos nos gabinetes

de seus professores, tem sido, sistematicamente feita, pelo Lab. de

Nectologia da UFBA, através do GECET – Grupo de Estudo de Cetáceos,

bem como, pelo Projeto MAMA e o IMA, em diversas reportagens na

imprensa televisiva e impressa, que alertaram para a necessidade de

preservação da BTS, como uma área importante no ciclo de vida dos

mamíferos aquáticos.

Os trabalhos com S, guianensis continuam a demonstrar a importância

da área em debate para a espécie.

Na última reunião científica sobre mamíferos aquáticos: V ENCONTRO

NACIONAL SOBRE CONSERVAÇÃO E PESQUISA DE MAMÍFEROS

AQUÁTICOS NO BRASIL, realizada em São Vicente – SP, em 2008 e que

teve como tema central das discussões: Os mamíferos aquáticos e a

conservação dos ambientes eatuarinos, foi apresentado o seguinte

resumo que trata sobre S. guianensis: Uso da área pelo boto-cinza

Sotalia guianensis no estuário do rio Paraguaçu – Bahia, de autoria de

Alexandre Schiavetti, do Programa de Pós-Graduação em Zoologia,

Universidade Estadual de Santa Cruz – Ilhéus, e outros colaboradores. Entre

outras conclusões os pesquisadores afirmam:

(...) A fidelidade ao estuário do rio Paraguaçu pode ter ocorrido pelo fato do local apresentar condições ideais para a espécie, com benefícios que excedem os custos, que pode refletir no pequeno tamanho das áreas de vida. Áreas com latas densidades de presas podem fazer com que os animais não utilizem grandes áreas para alimentação, resultando em alta fidelidade de área.”

Ou seja, um dos motivos que os botos estão ali é a presença de

alimento farto.

A confirmação da área como site fidelity.

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Entre outros mamíferos aquáticos, citados para BTS, podemos listar os

Mysticetos. Sua importância histórica já foi referida em outra secção.

A baleia de bryde (Balaenoptera edeni Anderson, 1878) passou a ser

registrada para o litoral brasileiro, no início dos anos oitenta, século passado,

no litoral paranaense e no litoral paulista. Porém, já havia sido descrita para

o Brasil, na década de sessenta, no periódico Sci. Rep. Whal. Res. Inst.,

Tokio, possivelmente, resultante de observações de caçadores de baleias.

Devido ao declínio das populações da espécie, em 1986, em virtude da caça,

a Comissão Internacional das Baleias determinou a moratória da caça

comercial dessas baleias. É considerada uma espécie insuficientemente

conhecida.

Balaenoptera edeni Anderson, 1878, é uma espécie de hábitos

costeiros e dos ambientes tropicais. Alimentam-se de pequenos crustáceos e

pequenos peixes. (Informações retiradas do guia: BALLENAS, DELFINES Y

MARSOPAS DEL PACIFICO NORORIENTAL Y DE AGUAS ARTICA S

ADYACENTES – Uma guia para sua identificación. Informe especial nº 6,

publicado pela Comision Interamericana Del atun tropical, por diversos

autores, em 1988).

A baleia de bryde foi descrita para o litoral baiano, pela primeira vez,

pelos integrantes do GECET, em águas do rio Paraguaçu, na localidade de

Nagé, distrito de Maragojipe, em 1995, XIV Seminário Estudantil de

Pesquisa – Primeiro Registro de Baleanoptera edeni iAnderson, 1878, baía

de Todos os Santos – litoral da Bahia, promovido pela UFBA e, em 1996 e

durante o XXI Congresso Brasileiro de Zoologia, promovido pela

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, evento realizado em Porto

Alegre – “Sobre a ocorrência de Balaenoptera edeni Anderson,1878

(Balaenopteridae), baía de Todos os Santos, litoral da Bahia”.

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Baleia de Bryde. Espécie insuficientemente conhecida. Um espécime foi encontrado na região de Maragojipe. Sabe-se que a prática do whalewatching é uma forma de gerar recursos para comunidades costeiras, sem prejuízos dos animais. Imagens da internet.

O animal foi encontrado morto

por pescadores, estava prenha e um

volume expressivo de peixes,

vulgarmente conhecidos como

pititingas, foi identificado em seu

conteúdo estomacal. Os autores

discutem a possibilidade da espécie ter

acompanhado os cardumes de peixes,

em busca de alimentação e devido a

topografia de fundo, como aqui já foi

descrito, atingido o lagamar do Iguape.

O problema é que, mais uma

vez, não temos dados pretéritos para

confirmar o que a BTS representa para

a baleia de Bryde. Sabemos da

importância da BTS para baleias

jubartes e outros cetáceos citados. A

presença de um animal em águas tão

interiores, pode ser fruto de um “movimento errático”. Porém, o que devemos

fazer é conservar o presente para que possamos entendê-lo no futuro, tendo

como chave os elementos do passado.

Um exemplo clássico sobre essa questão envolve a baleia franca.

Antes a sua distribuição geográfica estava limitada às águas sub-tropicais,

mas por uma descrição contida no livro do Contra Almirante Antônio Alves

Câmara, em 1919, a partir da tradição oral e com dados coletados pelo

Projeto Baleia Jubarte, admite-se a existência da baleia franca baiana .

(Livro: PESCA E PEIXES DA BAHIA).

Por isso, esses animais continuam listados na condição de dados

insuficientes.

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Em um dos livros publicados pelas Edições IBAMA , em 2001, sobre

Mamíferos Aquáticos do Brasil – Plano de ação ( Versão II), que trata da

Relação das Espécies Registradas em Águas Jurisdicionais Brasileiras e

Respectivos Graus de Ameaça, que tiramos as próximas informações.

1 - Sotalia fluviatilis / S. guainensis

Classificação IUCN: DD (2000)

CITES (*): Apêndice I

Classificação PA II: DD (Dados insuficientes – data deficient).

Um animal é incluso nessa categoria quando não existem informações

adequadas para fazer-se uma avaliação. A classificação DD não

significa uma categoria de ameaça, ou de ausência de ameaça, mas

apenas a constatação de que os dados conhecidos não permitem uma

avaliação; corresponde à classificação Indeterminado (I), (no critério

adotado pela IUCN antes de 1994).

(*) CITES: Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens

em Perigo de Extinção

Principais ameaças : destruição de habitats, poluição por efluentes

industriais, agrotóxicos, construções de barragens, projetos de

irrigação, desmatamentos das matas ciliares, destruição de lagos e

rios; aumento do tráfego de embarcações; urbanização das regiões

costeiras; exploração de áreas de manguezais e estuários; capturas

acidentais; pesca com bombas; molestamentos intencionais e turismo

desordenado

2 - Megaptera novaeangliae

(VU) – Vulnerável. Alto risco de extinção na natureza, a médio prazo.

Classificação IUCN: VU 2000

CITES: Apêndice I

Classificação PA II: VU

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Consta da Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de

Extinção.

Principais ameaças : turismo, trafego de grandes navios e de lanchas

rápidas e indústria petrolífera

No filme promocional do empreendimento – Pólo Naval, eles

reconhecem que a BTS é importante pata as baleias jubartes.

3 – Balaenoptera edeni

(DD) – Dados insuficientes.

4 – Steno bredanensis

(DD) – Dados insuficientes

No mesmo documento encontramos as seguintes propostas para

projetos e ações prioritárias:

1. Estudos sobre a dinâmica populacional e história natural para fornecer subsídios essenciais para conservação e ma nejo;

2. Identificação e quantificação da degradação de h abitat e seus efeitos sobre os mamíferos aquáticos (formas de pol uição, instalações portuárias, tráfego hidroviário, repres as, assoreamentos, destruição de manguezais, etc.)

3. Estudos comportamentais, sobre baleia jubarte, e specialmente acasalamento e relacionamento das fêmeas com baleot es.

4. Estimativas de abundância populacional, de Sotalia fluviatilis, preferencialmente obtidas em áreas representativas dos diferentes habitats utilizados pela espécie;

5. Caracterização dos habitats preferidos por S . fluviatilis e dos movimentos diários e sazonais para definição de áre as mínimas para conservação da espécie.

6. Estudos para determinação dos níveis de poluente s, em Sotalia fluviatilis, (metais pesados, organoclorados e compostos organoestânicos) para populações em regiões de maio r impacto antrópico.

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Baleia jubarte – Implacavelmente perseguida na BTS. Com a extinção da caça às baleias, voltaram a frequentar nosso litoral. Com o Pólo Naval renascem as ameaças sobre a espécie. Imagens do Projeto Baleia Jubarte, patrocinado pela PETROBRÁS.

A verdade é que muitas ações

antrópicas que são levadas a cabo,

envolvendo prejuízos para os

mamíferos aquáticos aqui citados,

estão associadas ao molestamento

desses animais.

Recomendações encontradas no

documento : Áreas prioritárias para a

conservação, utilização sustentável

e repartição de benefícios da

biodiversidade brasileira:

“(...) • Estudar e adotar procedimentos que visem à redução da mortalidade durante atividades de pesca em relação a Pontoporia, Sotalia, Eubalaena e Megaptera; • Dar continuidade aos estudos de Eubalaena e Megaptera visando prioritariamente a determinar os tamanhos das populações que ocorrem em águas brasileiras e suas tendências; • Pesquisar as intensidades das pressões antrópicas, em especial a interação com atividades pesqueiras e os efeitos da degradação dos habitats, sobre as populações de Sotalia e implantar medidas que permitam

minorá-las; • Dar atenção especial aos mamíferos marinhos, com ênfase em Trichechus manatus, na criação e no estabelecimento de Unidades de Conservação; • Manter atualizado, mediante revisões periódicas, e divulgar o Plano de Ação para Mamíferos Aquáticos no Brasil (IBAMA).

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Golfinho-dos-dentes rugosos - Espécie identificada nas águas adjacentes a foz do rio Paraguaçu. As águas jurisdicionais brasileiras são consideradas santuário para os mamíferos aquáticos. Imagem da internet.

6.1 - As águas jurisdicionais e

o ambiente costeiro

Outro ponto que merece

destaque, tem lastro na Constituição

Federal e na Constituição do Estado da

Bahia. Ambos tratam de nosso

ambiente costeiro e das águas

jurisdicionais brasileira.

Tratando-se de mar, é imperioso

resgatar o Decreto nº 5.377, de

23.02.2005, que aprova a Política

Nacional para os Recursos do Mar –

PNRM.

“(..) A PNRM tem por finalidade orientar o desenvolvimento das atividades que visem à efetiva utilização, exploração e aproveitamento dos recursos vivos, minerais e energéticos do Mar Territorial, da Zona Econômica Exclusiva e da Plataforma Continental, de acordo com os interesses nacionais, de forma racional e sustentável para o desenvolvimento socioeconômico do País, gerando emprego e renda e contribuindo para a inserção social.”

A PNRM trata dos Recursos do Mar, definindo-os dessa forma:

“(...) Recursos do mar são todos os recursos vivos e não-vivos existentes nas águas sobrejacentes ao leito do mar, no leito do mar e seu subsolo, bem como nas áreas costeiras adjacentes, cujo aproveitamento sustentável é relevante sob os pontos de vista econômico, social e ecológico.

Os recursos vivos do mar são os recursos pesqueiros e a diversidade biológica, incluindo os recursos genéticos ou qualquer outro componente da biota marinha de utilidade biotecnológica ou de valor para a humanidade.”

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Além de abrangente, tratando dos recursos vivos e não vivos, a PNRM,

quando trata da exploração e o aproveitamento sustentável dos recursos

marinhos, inclui ações conservacionistas, que podem ser consideradas e

ponta e que coloca o país em destaque nas ações antrópicas no ambiente

marinho. Destacamos quatro itens:

“(...) - promover a gestão integrada dos ambientes costeiro e oceânico, visando ao uso sustentável dos recursos do mar, e a proteção dos ecossistemas, da biodiversidade e do patrimônio genético, cultural e histórico das áreas marinhas sob jurisdição nacional;

- sugerir a atualização da legislação brasileira visando a sua aplicação em todos os aspectos concernentes aos recursos do mar, à gestão integrada das zonas costeiras e oceânicas e aos interesses marítimos nacionais;

- sugerir a fixação, com base nos melhores dados científicos disponíveis, de normas, critérios e padrões de uso para os recursos vivos do mar, com ênfase para as espécies sobreexplotadas ou ameaçadas de sobreexplotação;

- fomentar projetos e atividades que visem a assegurar, de forma sustentável, o aumento da disponibilidade dos recursos pesqueiros, provenientes da maricultura e da pesca, em águas jurisdicionais brasileiras;

- promover a elaboração de planos, programas e ações para orientar e estimular o desenvolvimento de atividades turísticas vinculadas ao mar e à zona costeira”.

É muito mais avançado em outros itens. Por outro lado, busca a

sustentabilidade com a inclusão da dimensão social, econômica e cultural

Senão vejamos, in verbis:

“(..) - incorporar os princípios da sustentabilidade, sob o ponto de vista social, econômico, ambiental e cultural, em todos os programas, projetos e iniciativas para pesquisa, avaliação, exploração e aproveitamento dos recursos do mar;

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- implementar programas e ações para a proteção do ambiente marinho e dos recursos do mar frente às atividades baseadas em terra”.

Por fim, promove a proteção a biodiversidade, quando trata de seus

princípios básicos:

“(...) - a proteção da biodiversidade e do patrimônio genético existente nas áreas marinhas sob jurisdição nacional e zona costeira adjacente.”

A CF no art. 20, item IV, trata o mar territorial na condição de um bem

da união.

A definição de mar territorial advém de conceitos relativos ao Direito

Internacional Público, inclui conceitos de: território, mar territorial e espaço.

Nesses termos o conceito de mar territorial pode ter como sinônimo:

domínio marítimo, águas territoriais, mar litoral, mar adjacente, águas

nacionais, litoral flutuante, águas jurisdicionais e faixa litorânea. O

nosso mar territorial não se extende por mais de 12 milhas, mas temos a

nossa ZEE – Zona Econômica Exclusiva.

O importante nessa citação e incursão superficial sobre conceitos

jurídicos é que, o Decreto nº 6.698, de 17.12.2008, considera que as águas

jurisdicionais marinhas brasileiras são Santuário d e Baleias e Golfinhos

do Brasil, com base no art. 84, inciso IV, da CF, em acordo com a

Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que foi aprovada pelo

Decreto Legislativo nº 5, de 9 de novembro de 1987, e promulgada pelo

Decreto nº 1.530, de 22 de junho de 1995, art. 56 e 65 da Convenção e Lei

nº 7.643, de 18.12.1987.

Alguns artigos contidos no referido Decreto:

“(...) Art. 1º As águas jurisdicionais marinhas brasileiras são declaradas Santuário de Baleias e Golfinhos do Brasil, com a finalidade de reafirmar o interesse nacional no campo da preservação e proteção de cetáceos e promover o uso não-letal das suas espécies.

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Art. 2º Estão permitidos a pesquisa científica e o aproveitamento turístico ordenado, nos termos da legislação em vigor.

Art. 3º A União promoverá, por meio dos canais diplomáticos e de cooperação competentes, a atuação do País nos foros internacionais, a articulação regional e internacional necessária a promover a integração em pesquisa e outros usos não-letais dos cetáceos no Santuário de Baleias e Golfinhos do Brasil, bem como buscará a conservação dessas espécies no âmbito da bacia oceânica do Atlântico Sul.”

Ou seja, se os mamíferos aquáticos já estavam protegidos por um

corolário de leis, agora, as águas onde eles ocorrem são o seu santuário.

As normas para evitar o molestamento de mamíferos aquáticos estão

dispostas na Portaria 117, de 26.12.1996, que reformula a Portaria nº 2306,

de 22.11.90. Regulamenta aproximação de embarcações em relação a

grupos de mamíferos aquáticos.

A Lei dos Crimes Ambientais nº 9.605, trata na Seção I - Dos crimes

contra a Fauna , alguns tópicos que incluem os mamíferos aquáticos e

Unidades de Conservação. Vale lembrar que estamos na APA BTS, na zona

de influência da Estação Ecológica da Ilha do Medo e na RESEX do Iguape:

“(...) Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:

Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.

§ 1 . Incorre nas mesmas penas:

I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida;

II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;

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(...) 3°. são espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes as espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras. § 4 . A pena e aumentada de metade, se o crime e praticado: I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração;

(...) V - em unidade de conservação;

VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa.

Art. 40. Causar dano direto ou indireto as Unidades de conservação e as áreas de que trata o art. 27 do Decreto n 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 1 . Entende-se por Unidades de conservação as Reservas Biológicas, Reservas Ecológicas, estações ecológicas, Parques Nacionais, Estaduais e Municipais, Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais, áreas de proteção Ambiental, áreas de Relevante Interesse Ecológico e Reservas Extrativistas ou outras a serem criadas pelo Poder Publico.

§ 2 . A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de conservação será considerada circunstancia agravante para a fixação da pena.

A Constituição do Estado da Bahia, promulgada em 1989, em seu art.

212, incisos VII, XII e XIII, trata das espécies ameaçadas de extinção e

agressões ao meio ambiente:

“(...) VII – proteger a fauna e a flora, em especial as espécies ameaçadas de extinção, fiscalizando a extração, captura, produção, transporte, comercialização e consumo de seus espécimes e sub-produtos, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem sua extinção ou submetam os animais à crueldade”.

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(...) XII – promover medidas judiciais e administrativas, responsabilizando os causadores de poluição ou de degradação ambiental, podendo punir ou interditar temporária ou definitivamente a instituição causadora de danos ao meio ambiente;

XIII – estabelecer, na forma da lei, a tributação das atividades que utilizem recursos ambientais e que impliquem potencial ou efetiva degradação ambiental.

O art. 215, por sua vez, trata das áreas de preservação permanente,

incluindo os manguezais, matas ciliares, as áreas de proteção da s

nascentes e margens dos rios, as restingas, compree ndendo o espaço

necessário à sua preservação, as áreas que abriguem exemplares raros

da fauna, da flora e de espécies ameaçadas de extin ção, bem como

aquelas que sirvam como local de pouso ou reproduçã o de espécies

migratórias e as áreas estuarinas ( Incisos I, II, IV, V, VI, VII e VIII).

Adiante, o art. 216, trata dos patrimônios estaduais. O que dispõe a

Constituição Estadual:

“(...) Art. 216 – Constituem patrimônio estadual e a sua utilização far-se-á na forma da lei, dentro de condições que assegurem o manejo adequado do meio ambiente, inclusive quanto ao uso de seus recursos naturais, históricos e culturais:

(...) IV – a Mata Atlântica, a Chapada Diamantina e o Raso da Catarina;

V – a Zona Costeira, em especial a orla marítima das áreas urbanas, incluindo a faixa Jardim de Alá/Mangue Seco, as Lagoas e Dunas do Abaeté, a baía de Todos os Santos, o Morro de São Paulo, a baía de Camamu e os Abrolhos.”

(...) os vales dos rios Paraguaçu e das Contas.”

A proteção ao ambiente não pára por aí. Há quem afirme que as ações

que estão sendo propostas para APA BTS, podem ser instaladas, pois a UC,

não possui PLANO DE MANEJO (PM). De forma nenhuma! Esse raciocínio é

uma ignomínia! O PM é, apenas, mais um instrumento de gestão e promoção

de uso. O ambiente em si, aqui relativo a manutenção das espécies de

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mamíferos aquáticos, já está protegido por dispositivos maiores, a exemplo

da nossa Constituição Estadual.

A Constituição do Estado da Bahia, veta, sabiamente, em todo território

estadual, as ações que tragam degradação ambiental. Vejamos, in verbis, o

art. 226:

(...) São vedados, no território do Estado:

(...) a localização, em zona urbana, de atividades industriais capazes de produzir danos à saúde pública e ao meio ambiente, devendo aquelas em desacordo com o disposto neste inciso serem estimuladas a transferir-se para áreas apropriadas;

(...) a implantação e construção de indústrias que produzam resíduos poluentes, de qualquer natureza, em todo o litoral do Estado, compreendendo a faixa de terra que vai da preamar até cinco mil metros para o interior”.

Seja qual for a abordagem, os mamíferos aquáticos e a baía de Todos

os Santos e os seus ecossistemas associados estão protegidos por um

regime de leis que impedem, venia concessa, atividades do tipo que está

sendo anunciada – instalação de um Pólo Naval, no curso baixo do rio

Paraguaçu, em área adjacente às Unidades de Conservação.

Além de agressões ao ambiente, a ação prevista é uma afronta aos

dispositivos legais que tratam do tema.

Ou, então, rasgue-se a Constituição Estadual!