7 - livro verde vs reforçar a revisão legal de contas na ue (2003)

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Este trabalho tem por objetivo analisar dois documentos que são: Livro Verde (1996), que trata do Papel , Estatuto e Responsabilidade do Revisor Oficial de Contas na União Europeia e do documento, COM (2003), que veio Reforçar a revisão oficial de contas na UE. Estes dois documentos foram fundamentas para a harmonização na UE, bem como os acontecimentos que levaram a sua criação.Após exposição dos dois documentos iremos dar ênfase ao estudo caso realizado pelo Instituto Superior de Contabilidade e Administração (ISCA), em Portugal no ano de 2012, utilizado as empresas com cotação no PSI20, com um intervalo de 2001 à 2008. Ainda atualizaremos alguns dados em relação ao estudo de caso quando possível para melhor compreenção do tema em estudo.Como era antes do Livro Verde?Desde longa data que a UE, passa por processos de harmonização devido a forma de pensar, agir e não só em termos de auditoria, mas também em vários processos que torne a mesma num único denominador comum que sirva ao interesses de todos que pertecem ao espaço comum.Para que isto aconteça e preciso regulamentações a nível da UE com necessidades de uma ação comunitária que desse maior contributo para a evolução da auditoria. Portanto, antes do Livro verde (1996), existiram três diretivas que são fundamentais para tal evolução que passamos a expô-las:• Quarta3 Diretiva 78/660/CEE do Conselho, de 25 deJulho de 1978, que tratou de assuntos relacionados às contas anuais de certas formas de sociedades, todas as empresas abrangidas pela diretiva devem sujeitar as suas contas anuais a uma revisão por um profissional qualificado. O revisor oficial de contas deve igualmente assegurar que o relatório anual seja coerente com as contas anuais para o mesmo exercício. Os Estados-membros podem dispensar as pequenas empresas, tal como definidas na directiva, desta obrigação.• A Sétima4 Diretiva 83/349/CEE do Conselho, de 13 de Junho de 1983, que tratou de assuntos relacionados às contas consolidadas alargou a obrigação de revisão de contas a todas as empresas que elaboram contas consolidadas nos termos da directiva. Do mesmo modo, as Directivas 86/63 5/CEE do Conselho, de 18 de Dezembro, relativa às contas anuais e às contas consolidadas dos bancos e outras instituições financeiras e 91/674/CEE do Conselho, de 19 de Dezembro de 1991, relativa às contas anuais e às contas consolidadas das empresas de seguros introduziram a obrigação para todas as empresas abrangidas por estas directivas de sujeitarem as suas contas anuais e as suas contas consolidadas a revisão por um profissional qualificado.A Oitava5 Diretiva 84/253/CEE do Conselho, de 10 de Abril de 1984, que tratou assuntos relacionados à aprovação das pessoas encarregadas da fiscalização legal dos documentos contabilísticos. As condições para a aprovação referem-se a qualificações profissionais, por um lado, e idoneidade e independência, e ainda definiu as qualificações mínimas do revisor oficial de contas, mas não contém qualquer orientação específica relativa ao requisito de independência.É preciso frisar que quando a Oitava diretiva foi adoptada, a Comissão indicou que esta situação não era satisfatória e que se reservava o direito de voltar a este ponto num momento posterior, o que ainda não foi feito. Do mesmo modo, a proposta da Quinta Directiva relativa à estrutura das sociedades anónimas e aos poderes e obrigações dos seus órgãos, que contém disposições relativas à designação e destituição do revisor oficial de contas, à sua remuneração, ao relatório e responsabilidade do revisor oficial de contas, mantém-se em discussão no Conselho. Algumas das questões abordadas são regulamentadas a nível nacional ou estão sujeitas a auto-regulamentação imposta pelos organismos profissionais do sector da contabilidade. Todavia, existem diferenças inevitáveis na forma como estas questões são tratadas e verifica-se, frequentemente, um vazio legislativo.Do artigo nº1 da Oitava diretiva torna-se mais importante na sua

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  • [Escrever texto]

    Trabalho Individual de

    Auditoria II Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas

    na UE (2003).

    Docente:

    Professor Doutor Lus Rita

    Discente:

    Francisco Holanda N 20130432

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    2

    ndice

    Introduo ......................................................................................................................... 3

    Resumo ............................................................................................................................. 4

    Como era antes do Livro Verde? ...................................................................................... 5

    O que o Livro verde? ..................................................................................................... 7

    Porque Reforar a Reviso oficial de Contas? ............................................................... 15

    O que a Certificao Legal de Contas? ........................................................................ 18

    Estudo de caso ................................................................................................................ 19

    Concluso do Estudo .................................................................................................. 27

    ltimos acontecimentos ................................................................................................. 29

    Fraude na Pescanova ................................................................................................... 30

    KPMG coloca nfase na CLC do BES ....................................................................... 31

    Telexfree abre falncia aps acusaes de esquema PONZI. ................................. 32

    Concluso ....................................................................................................................... 33

    Bibliografia ..................................................................................................................... 34

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    3

    Introduo

    Este trabalho realiza-se no mbito da unidade curricular de Auditria II e tem como

    tema Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003). Portanto, pelo

    tema nos deparamos com dois acontecimentos marcantes em termos de harmonizao

    no ceio da Unio Europeia (UE), que trouxeram grandes avanos para a auditoria. Esses

    dois documentos, quando analisados em conjunto, deram grandes vantagens para os

    auditores quanto aos procedimentos na reviso legal de contas e na forma como

    passaram a expressar suas opines para que os utilizadores da informao possam obter

    suas concluses atempadamente.

    Este trabalho tem por objetivo expor o tema em estudo atravs de dois documentos que

    so eles:

    Livro Verde1 (1996), Papel , Estatuto e Responsabilidade do Revisor Oficial de Contas

    na Unio Europeia;

    COM2 (2003), Reforar a reviso oficial de contas na UE.

    Este trabalho dar nfase aos acontecimentos que levaram a ser criados o Livro

    Verde(1996), e ao COM (2003), factos esses que merecem destaques a Quarta, Stima e

    Oitava diretivas da Comunidade dos Estados Europeus (CEE), aos escndalos

    fraudulentos que deram origem a criao da Lei Sarbanes-Oxley (SOX, 2002).

    Ser ainda abordado um estudo caso realizado pelo Instituto Superior de Contabilidade

    e Administrao (ISCA), em Portugal no ano de 2012, utilizado as empresas com

    cotao no PSI20, com um intervalo de 2001 2008. Ainda atualizaremos alguns dados

    em relao ao estudo de caso quando possvel para melhor compreeno do tema em

    estudo.

    1Disponvel em http://europa.eu/documents/comm/green_papers/pdf/com96_338_pt.pdf

    2Comunicao da Comisso ao Conselho e ao Parlamento Europeu disponvel em http://eur-

    lex.europa.eu/legalcontent/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:52003DC0286&from=PT

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    4

    Resumo

    Este trabalho tem por objetivo analisar dois documentos que so: Livro Verde (1996),

    que trata do Papel , Estatuto e Responsabilidade do Revisor Oficial de Contas na Unio

    Europeia e do documento, COM (2003), que veio Reforar a reviso oficial de contas na

    UE. Estes dois documentos foram fundamentas para a harmonizao na UE, bem como

    os acontecimentos que levaram a sua criao.

    Aps exposio dos dois documentos iremos dar nfase ao estudo caso realizado pelo

    Instituto Superior de Contabilidade e Administrao (ISCA), em Portugal no ano de

    2012, utilizado as empresas com cotao no PSI20, com um intervalo de 2001 2008.

    Ainda atualizaremos alguns dados em relao ao estudo de caso quando possvel para

    melhor compreeno do tema em estudo.

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    5

    Como era antes do Livro Verde?

    Desde longa data que a UE, passa por processos de harmonizao devido a forma de

    pensar, agir e no s em termos de auditoria, mas tambm em vrios processos que

    torne a mesma num nico denominador comum que sirva ao interesses de todos que

    pertecem ao espao comum.

    Para que isto acontea e preciso regulamentaes a nvel da UE com necessidades de

    uma ao comunitria que desse maior contributo para a evoluo da auditoria.

    Portanto, antes do Livro verde (1996), existiram trs diretivas que so fundamentais

    para tal evoluo que passamos a exp-las:

    Quarta3 Diretiva 78/660/CEE do Conselho, de 25 deJulho de 1978, que tratou de

    assuntos relacionados s contas anuais de certas formas de sociedades, todas as

    empresas abrangidas pela diretiva devem sujeitar as suas contas anuais a uma

    reviso por um profissional qualificado. O revisor oficial de contas deve

    igualmente assegurar que o relatrio anual seja coerente com as contas anuais

    para o mesmo exerccio. Os Estados-membros podem dispensar as pequenas

    empresas, tal como definidas na directiva, desta obrigao.

    A Stima4 Diretiva 83/349/CEE do Conselho, de 13 de Junho de 1983, que

    tratou de assuntos relacionados s contas consolidadas alargou a obrigao de

    reviso de contas a todas as empresas que elaboram contas consolidadas nos

    termos da directiva. Do mesmo modo, as Directivas 86/63 5/CEE do Conselho,

    de 18 de Dezembro, relativa s contas anuais e s contas consolidadas dos

    bancos e outras instituies financeiras e 91/674/CEE do Conselho, de 19 de

    Dezembro de 1991, relativa s contas anuais e s contas consolidadas das

    empresas de seguros introduziram a obrigao para todas as empresas

    abrangidas por estas directivas de sujeitarem as suas contas anuais e as suas

    contas consolidadas a reviso por um profissional qualificado.

    3 http://www.isp.pt/winlib/cgi/winlib.exe?skey=&pesq=2&doc=14157

    4 http://www.cnc.min-financas.pt/pdf/Directivas_UE/7_Directiva_Consolidada_16072009.pdf

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    6

    A Oitava5 Diretiva 84/253/CEE do Conselho, de 10 de Abril de 1984, que tratou

    assuntos relacionados aprovao das pessoas encarregadas da fiscalizao

    legal dos documentos contabilsticos. As condies para a aprovao referem-se

    a qualificaes profissionais, por um lado, e idoneidade e independncia, e ainda

    definiu as qualificaes mnimas do revisor oficial de contas, mas no contm

    qualquer orientao especfica relativa ao requisito de independncia.

    preciso frisar que quando a Oitava diretiva foi adoptada, a Comisso indicou que esta

    situao no era satisfatria e que se reservava o direito de voltar a este ponto num

    momento posterior, o que ainda no foi feito. Do mesmo modo, a proposta da Quinta

    Directiva relativa estrutura das sociedades annimas e aos poderes e obrigaes dos

    seus rgos, que contm disposies relativas designao e destituio do revisor

    oficial de contas, sua remunerao, ao relatrio e responsabilidade do revisor oficial

    de contas, mantm-se em discusso no Conselho. Algumas das questes abordadas so

    regulamentadas a nvel nacional ou esto sujeitas a auto-regulamentao imposta pelos

    organismos profissionais do sector da contabilidade. Todavia, existem diferenas

    inevitveis na forma como estas questes so tratadas e verifica-se, frequentemente, um

    vazio legislativo.

    Do artigo n1 da Oitava diretiva torna-se mais importante na sua forma quando:

    a) A fiscalizao legal das contas anuais das sociedades, bem como a verificao da

    concordncia dos relatrios de gesto com as contas anuais, na medida em que essa

    fiscalizao e esse verificao sejam impostas pelo direito comunitrio;

    b) A fiscalizao legal das contas consolidadas dos conjuntos de empresas, bem como a

    verificao da concordncia dos relatrios de gesto consolidados com essas contas

    consolidadas, na medida em que essa fiscalizao e essa verificao sejam impostas

    pelo direito comunitrio.

    Podemos constatar um pouco da Histria da harmonizao na UE atravs de algumas

    regulamentaes e como as mesmas passaram por atualizaes ao longo dos anos.

    5 http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:31984L0253:PT:HTML

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    7

    O que o Livro verde?

    Era preciso aumentar a transparncia decorrente da harmonizao da informao

    financeira publicada pelas empresas em conjunto com o aumento da fiabilidade desta

    informao decorrente da certificao efetuada por um profissional independente e

    qualificado que so consideradas como uma importante contribuio para a realizao

    do mercado nico. Segundo Costa (2010), esta mesma informao utilizada por

    investidores, (sejam eles atuais ou potentes), trabalhadores, financiadores, fornecedores,

    clientes, governos e seus departamentos pblicos.

    O Livro Verde (1996), um documento que veio clarificar a Quarta, Stima e Oitava

    diretiva da UE, porque at aquela data PAPEL, ESTATUTO E

    RESPONSABILIDADE DO REVISOR OFICIAL DE CONTAS NA UNIO

    EUROPEIA, no estavam definidos.

    E tem como objetivo :

    O objetivo principal desta iniciativa era contribuir para uma melhoria geral do

    nvel qualitativo da reviso legal de contas na Unio Europeia, que beneficiaria,

    em ltima instncia, todas as partes envolvidas na atividade das empresas.

    Deste modo, o papel do revisor oficial de contas j era objeto de estudos e grandes

    debates pelo mundo afora e na UE considereva necessrio tomar medidas no mbito de

    uma nova ao comunitria. Neste contexto o Livro Verde (1996), visava sensibilizar

    todos os interessados para a resoluo destes problemas. Chegou mesmo a fazer um

    questinrio que visava esclarecimentos do qual todos da comunidade podessem dar a

    sua contribuio. O estudo foi efetuado pelo Maastricht Accouting and Auditing

    Research Center (MARC), a fim de obter uma viso clara da forma como esta questo

    tratada na legislao dos Estados-membros.

    Do conjunto de trinta e sete questes que foram atribudas pelo o MARC, e que tiveram

    em anlise durante vrios anos, citamos a que nos parecemos mais interessante:

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    8

    Q46. Considera que as auditorias devem proporcionar garantias sobre a sade

    financeira das empresas? As auditorias so adequadas para esse efeito?

    As auditorias so concebidas para assegurar que o reporte financeiro, de um

    dado exerccio credvel e confivel, dentro de um dado intervalo significativo

    de confiana. A sade financeira reflectida nas respectivas contas bem como

    no nvel de risco associado.

    As normas de reporte financeiro tm evoludo no sentido de um incremento da

    divulgao dos riscos a que a empresa se encontra exposta, incluindo anlises de

    sensibilidade e a forma como as empresas gerem os mesmos, pelo que, este tema

    tem iguais reflexos na auditoria, no sentido de assegurar que estas divulgaes

    so suficientes e esto adequadas realidade que espelham.

    A situao mais extrema relativa verificao do princpio de continuidade

    igualmente enfatizada, quer nas normas de contabilidade, quer nas normas de

    auditoria.

    Comprovamos aqui um facto de muitas medidas em termos de harmonizao na UE,

    dado que as respostas chegarem ao fim depois de 15 anos de anlise. Estes dados foram

    fornecidos para Portugal, atravs do Conselho Nacional de Superviso de Auditoria

    (CNSA).

    Ao longo dos ltimos 15 anos foi possvel debater um Livro Verde lanado em 1996,

    um conjunto de iniciativas, vertidas em Recomendaes emitidas pela Comisso

    Europeia e uma alterao profunda 8 Directiva do direito das sociedades, que

    culminou com a adopo da Directiva n. 2006/43/CE, do Parlamento Europeu e do

    Conselho, de 17 de Maio, (CNSA, 2011).

    Sabe-se que a obrigao de reviso oficial das contas foi instituda a nvel europeu pelas

    quarta e stima Diretivas. J a Oitava Diretiva veio deixar bem claro quem podia ser ou

    no o auditor/revisor de contas na UE.

    6 Estes dados foram fornecidos para Portugal, atravs do Conselho Nacional de Superviso de Auditoria (CNSA),

    disponvel em http://www.cnsa.pt/consultas/comentarios_green_paper_audit_pt.pdf

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    9

    O relatrio de auditoria representa o instrumento por intermdio do qual o revisor

    oficial de contas comunica com os acionistas, os credores e os trabalhadores, bem como

    o pblico em geral. As directivas contabilsticas no estabelecem condies especficas

    no que diz respeito ao contedo do relatrio, tendo os Estados-Membros precisado no

    seu direito nacional das sociedades quais os aspectos a serem abordados. Muito embora

    se assista a uma tendncia espontnea no sentido de uma harmonizao da forma

    assumida pelos relatrios de auditoria na UE com base nos princpios internacionais,

    subsistem ainda diferenas entre os Estados-Membros, diferenas essas que se

    repercutem sobre o mercado nico na medida em que contribuem para diminuir a

    utilidade dos relatrios emitidos noutros Estados-Membros(sntese abordada pelo

    prprio site da UE, sobre a legislao da mesma em relao ao Livro Verde, 1996).

    O Livro Verde (1996),sendo um documento muito complexo que veio acrescentar

    conhecimentos em relao a auditoria e a emisso do relatrio por parte do

    auditor/revisor, s que para ns o facto mais relevante foi a forma como passou a ser

    tratada a independncia do mesmo.

    Independncia do revisor oficial de contas7

    De acordo com a Fdration des Experts Comptables Europens (FEE), a

    independncia o principal meio atravs do qual o revisor oficial de contas

    demonstra que tem capacidade de exercer a sua funo de forma objectiva

    A noo de independncia deve necessariamente ser abordada sob dois aspetos:

    Independncia de esprito - ou seja, uma atitude que garanta que todas as

    consideraes relativas funo confiada sejam tomadas em conta;

    Independncia aparente - ou seja, a que corresponde necessidade de evitar

    fatos e circunstncias considerados to significativos que um terceiro informado

    poderia pr em causa a objetividade do revisor oficial de contas.

    Se este documento trouxe a independncia, como consequncia houve uma evoluo no

    sentido de uma responsabilidade limitada, dado que o regime de responsabilidade do

    revisor oficial de contas muito diferente consoante os Estados-Membros. Tendo em

    conta a diversidade das tradies jurdicas dos Estados-Membros em matria de

    7 Assunto tratado a partir dos captulos 4.7 ao 4.15, do Livro Verde (1996).

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    10

    responsabilidade civil e, por conseguinte, a dificuldade de abordar esta matria a nvel

    comunitrio, cabe examinar se os efeitos negativos que advm das divergncias em

    matria de regulamentao da responsabilidade civil do revisor oficial de contas so

    suficientemente importantes para justificar uma ao a nvel comunitrio. Isso tudo,

    porque a proposta inicial da Quinta Directiva sobre o direito das sociedades previa uma

    responsabilidade ilimitada do revisor oficial de contas em relao a terceiros. A

    proposta alterada no inclui disposies que imponham directamente ao revisor oficial

    de contas uma responsabilidade perante terceiros, mas prev a responsabilidade do

    revisor oficial de contas perante a empresa objecto da auditoria, estabelecendo que estas

    disposies no excluem de qualquer modo a responsabilidade do revisor oficial de

    contas perante os accionistas e terceiros, em conformidade com as regras gerais do

    direito privado dos Estados-membros.

    Afirmamos que o Livro Verde (1996), no tinha a ambio de tratar exaustivamente a

    grande quantidade de problemas, por vezes extremamente complexos, que podia pr em

    causa os diferentes aspetos da funo de revisor oficial de contas. E quanto as questes

    abordadas so as que foram consideradas como as mais importantes no contexto do

    mercado nico para aquela poca.

    Para fazer uma ligao com a segunda parte do nosso tema em estudo, utilizaremos o

    quadro a seguir para servir de ponte e explicar o porque do COM (2003). Segundo

    Costa (2010), devido a grandes avanos industriais e tecnolgicos, nos Estados Unidos

    da Amrica, alcanou desde cedo uma difuso, mas tambm um aperfeioamento

    tcnico muito elevado em termos de auditoria.

    Podemos constatar atravs do quadro 01, que nos EUA, estavam muito a frente da UE,

    em termos de auditoria, e mesmo assim, no era suficiente para detetar as fraudes e nem

    se destinavam a proteger os investidores, j que at a chegada da Lei SOX, no existia

    nada que responsabilizasse os gestores e auditores. Porque todos os orgos eram

    centrados nas empresas e sim estas que eram responsabilizadas e no quem cometia as

    fraudes que saiam ilesos de todas as acusaes. Para muitos , esta Lei representa assim,

    uma das maiores reformas do mercado de capitais americano desde a sua introduo e

    aps a crise financeira de 1929.

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    11

    Quadro 01: Orgos antes da Lei Sarbanes-Oxley.

    DATA ORGO SIGLA OBJETIVOS

    1887 American institute of Accountants Publicou os primeiros

    documentos tcnicos de

    auditoria.

    1917 American Institute of Certified

    Public Accountants

    (AICPA) Publicou as Normas de

    Auditoria Geralmente Aceites.

    1934 Securities and Exchange

    Commission

    (SEC) Detm a responsabilidade

    primria pela aplicao das leis

    de ttulos federais e a regulao

    do setor de valores mobilirios,

    as aes da nao e opes de

    cmbio, e outros mercados de

    valores eletrnicos nos Estados

    Unidos.

    1977 International Federation of

    Accountants

    (IFAC) Desenvolver e emitir, em nome

    do conselho, normas sobre

    prticas de auditoria geralmente

    aceites.

    1985 Committee of Sponsoring

    Organizations of the Treadway

    Commission

    (COSO) Previnir e evitar fraudes nas

    demonstraes financeira

    atravs do controlo interno das

    empresas.

    Fonte: Adaptado a partir de Costa (2010).

    Verificamos atravs da figura01, que ao longo dos tempos o mundo teve diversos

    escndalos fraudulentos e foi precisamente nos EUA onde aconteceram os que mais

    abalaram o mundo, entre eles merecem destaque (Xerox, Enron ,Arthur Andersen, e

    World com), que levaram a grandes repercusses significativas nos mercados

    financeiros fazendo com que vrios investidores ficassem desapontados. Estas empresas

    serviram para estudos de casos como prova negativa dos Fracassos Corporativos

    associados a problemas de Governanas Corporativas.

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    12

    Figura 01: O mundo assombrado por fraudes.

    Fonte: : http://www.oroc.pt/fotos/editor2/XICongresso/Pino%20Messina.pdf

    A lei Sarbanes-Oxley de 20028 (Sarbanes-Oxley Act ou somente SOX), foi criada nos

    EUA por iniciativa do Senador Paul Sarbanes (Democrata e Senador de Maryland) e do

    Deputado Michael Oxley (Republicano e Senador do Ohio), que assinaram a 30 de

    Julho de 2002 a lei Sarbanes-Oxley, na altura do governo do presidente Georg W. Bush,

    para as empresas que atuam no mercado de capitais americano.

    De modo a melhorar os controlos financeiros de empresas com capital na bolsa

    americana, nomeadamente NYSE (New York Stock Exchange) e Nasdaq (National

    Association of Securities Dealers Automated Quotations system) tendo como objectivo

    garantir a integridade dos relatrios financeiros.

    A lei visa dar resposta s necessidades que existem de os administradores executivos e

    financeiros tm de se certificar sobre a situao financeira da empresa, protegendo os

    investidores e melhorando a fiabilidade das divulgaes financeiras e corporativas.

    Assim, os principais objetivos da lei so:

    8 A Lei na verso original disponvel em https://www.sec.gov/about/laws/soa2002.pdf

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    13

    Melhorar a estrutura de controlos internos, financeiros e no financeiros;

    Melhorar os processos financeiros e operacionais;

    Alcanar um melhoramento na governana corporativa;

    Mostrar maior credibilidade junto do mercado, acionistas e pblico.

    A Lei SOX, composta por 11 captulos, s que de acordo com site oficial9 da prpria

    Lei, aponta para cinco seces como sendo a chave para melhor intendimento da

    mesma, que so elas:

    Sarbanes-Oxley Section 302 esta seco, faz parte do Ttulo III, que se refere a "

    Responsabilidade Corporativa para Relatrios Financeiros " .

    Relatrios financeiros estatutrios peridicas so para incluir certificaes que:

    Os oficiais de assinatura ter examinado o relatrio;

    O relatrio no contm declaraes falsas de material ou material de omisso ou

    ser considerada enganosa;

    As demonstraes financeiras e informaes relacionadas apresentam

    adequadamente a situao financeira e os resultados em todos os aspectos

    relevantes;

    Os oficiais de assinatura so responsveis por controles internos e avaliamos

    esses controles internos nos ltimos 90 dias e tm relatado suas descobertas;

    Uma lista de todas as deficincias nos controles internos e informaes sobre

    qualquer fraude que envolve os funcionrios que esto envolvidos com as

    atividades internas;

    Quaisquer mudanas significativas nos controles internos ou fatores

    relacionados que podem ter um impacto negativo sobre os controles internos;

    Organizaes no pode tentar evitar esses requisitos at reincorporar suas

    atividades ou transferncia de suas atividades fora dos Estados Unidos.

    Sarbanes-Oxley Section 401 esta seco, faz parte do ttulo IV, que se refere as

    (divulgaes financeiras melhoradas), ou seja, a "Divulgaes nas Relatrios

    Peridicos.

    9 Sit oficial da Lei Sarbanes-Oxley disponvel em http://www.soxlaw.com/

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    14

    As demonstraes financeiras que so publicadas por os emitentes, so obrigados a

    serem precisas e apresentados de uma forma que no contenham declaraes incorretas

    ou admitir estado informao materialmente relevante. Estas demonstraes financeiras

    tambm incluir todos os passivos materiais fora de balano, obrigaes ou transaes.

    A Comisso fica obrigada a estudar e informar sobre a extenso das transaes fora do

    balano resultantes relatrios transparentes. A Comisso est igualmente obrigada a

    determinar e verificar se os diretores de contabilidade utilizaram os Normas de

    Auditoria Geralmente Aceites10

    . E ainda verificar todos os relatrios que sejam

    significativo para os investidores.

    Sarbanes-Oxley Section 404 esta seco, faz parte do Ttulo IV da Lei, que se refere

    as (divulgaes financeiras melhoradas), e se refere a "Avaliao da Gesto de

    Controles Internos.

    Os emitentes so obrigados a publicar informaes em seus relatrios anuais sobre o

    alcance e adequao da estrutura e procedimentos para relatrios financeiros de controlo

    interno. Esta declarao deve tambm avaliar a eficcia de tais controlos e

    procedimentos internos. A empresa de auditoria registada, no mesmo relatrio, atestar e

    informar sobre a avaliao da eficcia da estrutura e procedimentos para relatrios

    financeiros de controlo interno.

    Sarbanes-Oxley Section 409 esta seco, faz parte do Ttulo IV, que se refere as

    (divulgaes financeiras melhoradas), e pertence a 'Real Time Issuer Divulgaes'.

    Os emitentes so obrigados a divulgar ao pblico, em carter de urgncia, informaes

    sobre as mudanas relevantes em sua condio financeira ou operaes. Estas

    divulgaes devem ser apresentadas em termos que so fceis de entender apoiado pela

    tendncia e informaes qualitativas de apresentaes grficas, conforme apropriado.

    Sarbanes-Oxley Section 802 esta seco, faz parte do Ttulo VIII, que se refere a ao

    ato (de Responsabilidade Fraude Corporativa e Criminal), dando nfase as "sanes

    penais para Alterar Documentos.

    Esta seo impe penalidades de multas e / ou at 20 anos de priso por alterar,

    destruir, mutilar, dissimulao, falsificao de registros, documentos ou objetos

    10 American Institute of Certified Public Accountants (AICPA), foi o primeiro organismo profissional que publicou

    normas de auditoria,(Costa, 2010).

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    15

    tangveis com a inteno de obstruir, impedir ou influnciar uma investigao legal.

    Esta seo tambm impe penas de multa e / ou priso de at 10 anos em qualquer

    circunstncia ao qual o auditor que consciente e deliberadamente viole os requisitos de

    manuteno de todos os trabalhos de auditoria ou de reviso para um perodo de 5 anos.

    Porque Reforar a Reviso oficial de Contas?

    Verifica-se aqui um conflito de interesses por parte dos EUA no que tocava a proteo

    dos investidores e que obrigava a todas as empresas que tinham cotao na NYSE e

    NASDAQ. E tambm por outro lado era como se nas aceitassem as leis da UE.

    A Comisso esteve com total ateno em relao a obrigao de registo das sociedades

    de auditoria da UE junto do PCAOB americano at Abril de 2004. A Comisso ops-se

    ideia de um registo das sociedades de auditoria europeias pelos seguintes motivos:

    existem sistemas equivalentes de registo e superviso nos Estados-Membros

    (desde o final da dcada de 1980);

    as medidas propostas na presente comunicao provam que a estratgia

    comunitria confirma a equivalncia geral entre os sistemas regulamentares;

    o sistema de controlo do PCAOB est ainda a ser desenvolvido e no so muito

    claras as consequncias actuais ou futuras da obrigao do registo das

    sociedades estrangeiras;

    existem importantes conflitos entre os ordenamentos jurdicos, quer no que diz

    respeito s leis comunitrias quer s leis nacionais, em matria de proteco de

    dados e de sigilo profissional.

    Por todos estes motivos, a Comisso mantm a sua proposta de moratria para debater e

    resolver as questes relacionadas com o registo, com vista a uma superviso eficaz das

    sociedades de auditoria europeias.

    Mesmo com uma Oitava diretiva modernizada atravs do comunicado de 1998 sobre a

    reviso oficial de contas e com elevada recomendaes por parte da Comisso em

    termos de controlo interno mais apertado e ainda em relao a independncia dos

    auditores no ano de 2003, deu-se o caso mais meditico que a fraude na Parmalat.

    Aps o colapso da Enron, a Comisso emitiu o documento intitulado "Uma primeira

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    16

    resposta da UE s questes polticas suscitadas pelo caso Enron", que continha uma

    viso global das medidas a tomar em cinco domnios-chave, incluindo a reviso oficial

    de contas. Os Ministros das Finanas da UE deram o seu acordo s concluses deste

    documento da Comisso, na reunio informal realizada em Oviedo em Abril de 2002.

    S que para promover uma harmonizao a nvel da superviso pblica, em primeiro

    lugar necessrio analisar as diferenas e os pontos comuns entre os sistemas de

    superviso pblica existentes nos Estados-Membros. Foi assim que, o Comit Europeu

    de Auditoria comeou a analisar os sistemas de superviso pblica e a debater os

    requisitos mnimos (princpios) que deviam ser satisfeitos pelos sistemas nacionais que

    garantisse uma superviso pblica coerente em toda a UE. E resolveu abordar as

    questes seguintes:

    o mbito da superviso (por exemplo, formao, autorizao, normalizao,

    controlo de qualidade, sistemas disciplinares);

    as competncias em matria de superviso (por exemplo poderes de investigao

    e disciplinares);

    a composio dos rgos de superviso (por exemplo, maioria de no-

    profissionais, procedimentos de nomeao adequados);

    a transparncia da superviso (por exemplo, publicao de programas de

    trabalho e relatrios de actividade anuais);

    o financiamento (por exemplo, financiamento no exclusivamente por parte do

    sector).

    Na perspectiva da emergncia de um mercado de capitais a nvel europeu, era

    necessrio tambm introduzir um cdigo de tica devido aos recentes escndalos

    financeiros que levaram a opinio pblica a adoptar uma posio desfavorvel quanto

    ao comportamento de certos revisores de contas do ponto de vista tico. Este facto vem

    sublinhar a importncia do estabelecimento de orientaes deontolgicas destinadas aos

    revisores de contas (bem como a necessidade de as seguir na prtica). Como ponto de

    partida, a Comisso prope uma anlise conjunta, com o Comit Consultivo de

    Auditoria, dos actuais cdigos nacionais de deontologia e do cdigo de tica da IFAC.

    Esta anlise foi tambm utilizada para ponderar a questo da necessidade de um cdigo

    de tica harmonizado a nvel da Unio.

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    17

    Visto que o escndalos com fraudes batiam a porta da UE, como j foi referido o mais

    meditico foi o da Parmalat, para obter melhor resultados em relao a reviso oficial de

    contas, a independncia do auditor e um cdigo de tico e deontolgico repleto de

    orientaes bsicas e harmonizado, foi proposto um plano de aco em 10 pontos no

    domnio da reviso oficial de contas que passamos a citar atravs da figura02:

    Figura 02: Plano de Ao em 10 Pontos no Domnio da Reviso Oficial de Contas.

    Fonte: adaptado a partir de COM (2003).

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    18

    Verificamos atravs da figura 02, que todas as medidas apresentadas eram de cariz

    imediatas que levassem a um melhor desempenho em termos de auditoria para que fosse

    atrada a confiana dos investidores, isso tudo porque o mercado de capitais da UE

    opera num contexto mundial, tal como o demonstra a presena de investidores

    transfronteirios, sociedades com cotao mltipla e sociedades registadas no

    estrangeiro. Nesta perspetiva, o mercado de capitais europeu deveria ser atrativo para

    todos os emitentes e investidores e assegurar um elevado nvel de proteo dos

    investidores, beneficiando do reconhecimento escala mundial.

    O que a Certificao Legal de Contas?

    De acordo com Costa (2010), foi no ano de 1933 e atravs do AICPA quem

    recomendou um modelo padronizado do reltorio de auditoria. Mas a certificao legal

    de contas (CLC), s passou a ser obrigatria em Portugal a partir de 1983.

    Se a CLC uma consequncia de uma das competncia exclusiva dos revisores,

    conclumos que o mesmo documento um entre toda a informao das organizaes e

    seus utilizadores.

    Tal documento s pode ser elaborado depois de se efetuar o exame das contas,

    exprimindo ento o revisor a sua opinio de que as DFs individuais/e ou consolidadas

    apresentam ou no, de forma verdadeira e apropriada, a posio financeira da empresa

    (Costa 2010).

    Verificarem no estudo de caso que existe vros tipos de opinio:

    A - Inexistncia de situaes que levem modificao da CLC.

    Temos a : OPINIO SEM RESERVAS

    B - Existncia de situaes modificativas da CLC, mas que no afetam a opinio:

    Incertezas de fundamentos;

    Derrogaes de princpios contabilsticos destinados a assegurar a imagem

    verdadeira e apropriada;

    Alteraes de polticas contabilsticas;

    Acontecimentos subsequentes;

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    19

    Inexistncia/ineficcia do SCI;

    Ineficincia do sistema informao de gesto;

    No obteno da declarao do orgo de gesto.

    Temos a: OPINIO SEM RESERVAS MAS COM NFASE

    C Existncia de situaes modificativas da certificao legal das contas de auditoria e

    que afetam a opinio:

    Figura 03: Situaes modificativas da CLC.

    Fonte: A partir de Costa (2010).

    Verificamos com a figura 03, que possvel encontar seis tipos de opinies. A partir de

    agora o trabalho estar centrado no estudo de caso, para melhor compreeno da

    evoluo da opinio do auditor/revisor.

    Estudo de caso

    Este estudo de caso veio clarificar com base na CLC todas as formas de opino dos

    auditores, j que nos ltimos anos tem havido uma crescente exigncia dos mercados

    quanto fiabilidade da informao, fora de um conjunto de escndalos financeiros que

    colocaram em causa a prpria funo de auditoria.

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    20

    Para perceber como evoluiu a opinio do auditor, neste perodo de grandes alteraes,

    realizou-se um estudo emprico baseado na anlise dos relatrios de auditoria das

    sociedades cotadas pertencentes ao PSI Geral no perodo de 2001 at 2008. De acordo

    com os dados obtidos, concluiu-se que a opinio do auditor teve uma evoluo positiva

    significativa. Esta concluso foi reforada pelos relatrios positivos, obtidos em igual

    perodo pela Comisso do Controlo de Qualidade da Ordem dos Revisores Oficiais de

    Contas, em matria de controlo de qualidade dos revisores/auditores (Fernandes 2012).

    De acordo com o estudo realizado, pretendiam dar resposta seguinte questo:

    Denota-se, desde 2001, uma crescente preocupao com a fiabilidade da

    informao traduzida em menores discordncias do auditor relativamente

    informao prestada pelas sociedades cotadas?

    Esta questo vai ser respondida com base nos resultados obtidos nas seguintes questes:

    1) O nmero de relatrios de auditoria com opinies limpas aumentou?

    2) O nmero de reservas diminuiu?

    3) O nmero de reservas por desacordo diminuiu?

    4) O nmero de reservas por limitao de mbito diminuiu?

    5) As nfases relativas a questes sensveis aumentaram?

    Como j foi referido anteriormente este estudo de caso ser atualizado quando possvel

    para melhor compreeno do tema em estudo mas tambm como as informaes se

    alteram com o passar do tempo, bm como a opinio dos auditores que fundamental

    para os investidores.

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    21

    Figura 04: Empresas com cotao no PSI20 em 2012.

    Fonte: Estudos do ISCA Srie IV N 3 (2012).

    Verificamos de acordo com a figura 04, que objetivo principal do estudo era perceber se

    os fins pretendidos nas alteraes normativas nestes ltimos anos tiveram reflexo no

    documento final do trabalho do auditor. Assim, atravs, da anlise da opinio do

    auditor, colocando em evidncia os vrios tipos de reservas e nfases encontrados nas

    CLC das contas individuais, de um grupo de empresas cotadas, no perodo de 2001 a

    2008, pretende-se concluir se houve mudanas na opinio do auditor, que traduzam uma

    melhoria de qualidade do trabalho efectuado.

    De acordo com o Jornal11 Dirio Econmico dia 28-04-2014. Verificamos que num

    espao de dois foi possvel observar que algumas empresas saram e outras passaram a

    fazer parte do PSI20, que passamos a citar no quadro 02:

    11 Disponvel em http://economico.sapo.pt/

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    22

    Quadro 02: PSI 20 em 2014.

    SARAM ENTRARAM

    BRISA ALTRI

    SAG BANIF

    INAPA CTT

    CIMPOR ZON OPTIMUS

    NOVA BASE REN

    CLINTT BPI

    Fonte: http://economico.sapo.pt/bolsa/indice/PTING0200002/XX/51

    Esta atualizao das empresas que esto a ser cotadas no PSI20 em 2014, mostra-nos

    como a CLC, pode ter sido relevante para os usurios da informao, mas o motivo

    desta exposio apenas uma comparao com o estudo realizado pelo ISCA em 2012

    que observou, uma crescente preocupao com a fiabilidade da informao traduzida

    em menores discordncias do auditor relativamente informao prestada pelas

    sociedades cotadas desde 2001.

    Das empresas que saram faremos apenas uma exposio ao caso da CIMPOR12

    , porque

    o objeto de estudo no e verificar a causa ou motivo que levasse a no cotao.

    "O index compiler (NYSE Euronext) decidiu excluir as aes da Cimpor do PSI 20 com

    efeitos no dia 22 de Junho de 2012 inclusive" e que "a Cimpor no ser substituda no

    ndice at prxima reviso intercalar em Setembro". At l a Cimpor pode mesmo ser

    retirada de bolsa, dado que a Camargo conseguiu ficar com 95% do capital e, aquando

    do lanamento da oferta, tinha avisado que, se ficasse com mais de 90%, faria uso do

    mecanismo de aquisio potestativa, podendo requerer de seguida a perda de qualidade

    de sociedade aberta. Na sesso de hoje as aes da Cimpor perderam 3,54% para 5,44

    euros, evoluo que espelha, segundo traders, a perda de interesse pelo ttulo dada a

    expectativa agora confirmada de controlo total da parte da Camargo.

    12 Disponvel em http://economico.sapo.pt/noticias/cimpor-sai-do-psi-20-ja-na-sextafeira_146882.html

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    23

    Grfico 1 Anlise da opinio dos revisores/auditores s contas anuais do perodo

    de 2001 at 2008.

    Fonte: Estudos do ISCA Srie IV N 3 (2012).

    Verifica-se no Grfico 1, como um resulta claro que o nmero de relatrios limpos

    aumentou e, em contrapartida, o nmero de reservas diminuiu. Desta forma, podemos

    responder afirmativamente s duas primeiras questes formuladas para o estudo de caso

    (1 - O nmero de relatrios de auditoria com opinies limpas aumentou? 2 - O nmero

    de reservas diminuiu?). Atente-se, contudo, ao facto de que o nmero de nfases teve

    uma diminuio pouco acentuada, (Fernandes 2012).

    Sabe-se que as empresas cotadas em bolsa devem apresentar uma imagem verdadeira e

    apropriada. S que, o auditor no analisa detalhadamente todas as operaes da empresa

    nem inspeciona todos os seus ativos, mas sim, efetua o seu trabalho com base em

    amostragens, cuja amplitude varia com a sua concluso sobre a adequao dos sistemas

    contabilsticos e do controlo interno da empresa (Costa 2010).

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    24

    Grfico 2 Anlise por tipo de reserva dos revisores/auditores s contas anuais do

    perodo de 2001 at 2008.

    Fonte: Estudos do ISCA Srie IV N 3 (2012).

    De acordo com Fernandes (2012), verificou-se que as situaes que afetam a opinio do

    auditor deram lugar a vinte e trs reservas, e ao longo dos primeiros quatro anos, sendo

    vinte reservas por desacordo e trs reservas por limitao de mbito. Tambm nesta

    anlise evidente a diminuio de situaes conducentes a reservas, salientando-se que

    nos ltimos quatro anos no houve nenhuma reserva. Assim, foi possvel obter

    respostas s questes (3 - O nmero de reservas por desacordo diminuiu? 4 - O nmero

    de reservas por limitao de mbito diminuiu). Atente-se que, mesmo quando existem

    reservas, a mdia no chega a duas reservas por cada CLC apresentada pelos auditores.

    Acresce que, da anlise do Grfico 2, podemos observar que houve uma alterao

    positiva ao longo deste perodo de estudo.

    Efetuando uma anlise do contedo das reservas, conclui-se que a maioria das reservas

    por desacordo (18) derivam da no aplicao do mtodo de equivalncia patrimonial no

    reconhecimento dos investimentos financeiros, conforme determinava a Directriz

    Contabilstica n. 9. No que respeita s trs reservas por limitao de mbito, que

    representa cerca de 13%, (3), que se verificaram no ano de 2001, duas respeitam

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    25

    empresa Glintt Global Intelligent Technologies, SGPS, S.A. e uma empresa da

    Portugal Telecom, Sociedade Gestora de Participaes Sociais, S.A.

    No primeiro caso, o auditor deparou-se com duas limitaes de mbito no seu trabalho,

    a primeira, em virtude de no dispor de informao que lhe permitisse determinar se o

    montante do Trespasse poderia ser recuperado integralmente em exerccios futuros ou

    se deveria j configurar uma perda no exerccio de 2001. A segunda limitao, resulta

    do fato de no ter conseguido informao que permitisse validar o pressuposto de que a

    empresa iria conseguir gerar autonomamente ou obter dos seus acionistas ou entidades

    financiadoras os meios monetrios que viriam a revelar-se necessrios para a

    prossecuo da sua atividade, ou seja, est em causa o princpio da continudade da

    empresa. Na empresa Portugal Telecom, a CLC de 2001, apresenta uma reserva por

    limitao de mbito, em virtude de o auditor no ter podido concluir quanto

    recuperabilidade do goodwill relativo aos investimentos financeiros.

    Quadro13

    03: Anlise por Tipo de nfases.

    Fonte: Estudos do ISCA Srie IV N 3 (2012).

    13 MEP: Mtodo de equivalncia patrimonial.

    MCA: Mtodo do custo de aquisio.

    DFC NIRF: Demonstraes financeiras consolidadas de acordo com as normas internacionais de relato financeiro.

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    26

    Sempre que o relatrio apresenta uma ou mais nfases porque existe uma ou mais

    situaes que no afectam a opinio do auditor mas, que dada a sua relevncia e efeito

    que pode ter na tomada de deciso, os auditores consideram que devem chamar a

    ateno para esse dado. Na nossa amostra, foram encontradas 112 nfases, neste perodo

    de anlise (Fernandes 2012).

    Verificamos no Quadro 1, que as nfases esto agrupadas por assuntos, nomeadamente

    comparabilidade, continuidade, alteraes de polticas, alterao de auditores, uso do

    mtodo de equivalncia patrimonial, uso do mtodo do custo de aquisio,

    demonstraes financeiras consolidadas de acordo com as normas internacionais de

    relato financeiro (NIRF) e outras situaes diversas.

    Segundo Fernandes (2012), da anlise do Quadro 1 resultou que as nfases sofreram

    uma diminuio pouco acentuada ao longo do perodo do estudo. Assim, no foi

    possvel responder afirmativamente ltima questo formulada (5 As nfases

    relativas a questes sensveis aumentaram?). Efectivamente, no houve um aumento das

    nfases relativas ao que se considera questes sensveis, isto , por exemplo, quanto

    continuidade. Contudo, voltamos a referir que a amostra se refere a empresas cotadas

    em bolsa na realidade portuguesa e que, dificilmente, neste contexto, ser expectvel

    encontrar situaes de risco de continuidade.

    Da anlise do Quadro 1, a mesma ainda acrescentou que era possvel , destacar vinte e

    cinco nfases mencionando a utilizao do mtodo de equivalncia patrimonial no

    reconhecimento dos investimentos financeiros em empresas subsidirias. Tambm a

    partir do ano de 2004 at 2008, atente-se para cerca de vinte e trs nfases na CLC

    individual, referindo que as demonstraes financeiras consolidadas so elaboradas de

    acordo com as NIRF.

    A opinio do auditor continua a depender do seu prprio julgamento final, apesar de

    todas as normas existentes, assim os controlos de qualidade horizontais vm ajudar a

    detectar se h ou no insuficincias ou deficincias durante o seu trabalho de modo a

    que a sua opinio final, possa ser ainda mais credvel, reforando a resposta dada

    questo de investigao (Fernandes 2012).

    Neste sentido, a investigadora resolveu apresentar os resultados dos relatrios de

    controlo de qualidade horizontais elaborados pela Comisso de Controlo de Qualidade

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    27

    da OROC no perodo de 2001 at 2008. A anlise recai sobre os resultados gerais do

    conjunto de todos os profissionais, assim como sobre os resultados dos revisores

    registados na CMVM, que so os que podem auditar as empresas pertencentes sua

    amostra.

    Grfico 3 Concluses do controlo de qualidade desde 2001 at 2008.

    Fonte: Estudos do ISCA Srie IV N 3 (2012).

    De acordo com os resultados obtidos, os quais incidem sobre 5 categorias, a maioria dos

    revisores no tem nada de especial a referir, em mdia, no perodo de 2001 a 2008. Para

    os revisores da CMVM, esta maioria atinge 72% (48% no total do conjunto). A segunda

    categoria de resultados mais relevante indica que os revisores tm recomendaes mas

    de menor relevancia (39% para o total; 24% para os revisores da CMVM). As

    restantes categorias tm um peso pouco expressivo, destancando-se a penas que 9% do

    total dos revisores tm recomendaes de relevancia (a percentagem dos revisores da

    CMVM nesta categoria no entanto muito reduzida).

    Concluso do Estudo

    Efetuada a anlise s CLC de vinte e uma empresas cotadas durante um perodo de oito

    anos, verifica-se que houve uma acentuada reduo de situaes conducentes a uma

    opinio modificada. A partir de 2005 deixou de haver reservas e as nfases diminuram.

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    28

    Esta evoluo que se fez sentir nas CLC, deve-se essencialmente s medidas

    implementadas pela CMVM, adopo das IAS/IFRS, que implica o cumprimento

    integral das normas, sem qualquer reserva e presso para que a informao

    disponibilizada para o mercado seja o mais fivel possvel. A emisso de uma reserva

    de opinio dada pelos auditores s contas preparadas de acordo com estas normas

    corresponde denncia da infraco das mesmas. Desta forma, tambm se entende

    porque no se nota um aumento de nfases sobre questes sensveis e o porqu de a

    partir do ano de 2005 at ao ano de 2008, as CLC da nossa amostra no conterem

    qualquer reserva.

    Podemos concluir, respondendo pergunta: Denota-se, desde 2001, uma crescente

    preocupao com a fiabilidade da informao traduzida em menores discordncias do

    auditor relativamente informao prestada pelas sociedades cotadas? que,

    efectivamente, houve uma crescente preocupao com a fiabilidade da informao, com

    substanciada em alteraes significativas, no perodo de anlise, na opinio do auditor,

    denotando-se a diminuio de relatrios modificados e o aumento dos relatrios

    limpos, traduzindo-se num testemunho do auditor quanto fiabilidade e credibilidade

    da informao prestada ao mercado pelas sociedades cotadas.

    Depois de termos feito uma apreciao do estudo realizado pelo ISCA. Faremos uma

    anlise a figura 05, que de acordo com a noticia que vinha no Jornal Dirio Econmico

    chama a ateno de bons leitores para o facto de que o mundo e realmente dominado

    pelas Big4.

    A EY (antiga Ernst&Young) foi escolhida para nova auditora da operadora de

    telecomunicaes Zon Optimus. Esta escolha, formalizada na assembleia-geral de

    acionistas da empresa da passada quarta-feira, permite EY recuperar terreno face s

    rivais Deloitte, PwC e KPMG junto das cotadas que integram no ndice da bolsa

    portuguesa PSI 20, numa altura em que as novas regras europeias para a auditoria

    deixam antever uma dana de cadeiras entre as chamadas Big Four' do sector. Recorde-

    se que a Deloitte era a auditora da Optimus antes da fuso concluda no final do ano

    passado, enquanto a PwC tinha a seu cargo a Zon Multimedia. Como a fuso teve lugar

    por via da integrao da Optimus na Zon, a PwC manteve-se como auditora do novo

    grupo at ao final do exerccio de 2013. Do relatrio e contas anual da Zon Optimus

    consta o pagamento de 550 mil euros PwC, sendo 75% deste montante relativo rea

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    29

    de auditoria e os restantes 25% correspondentes a consultoria fiscal e outros servios,

    incluindo de due diligence' no mbito da fuso (Dirio Econmico do dia 28-04-

    2014)14

    .

    Figura 05: As Big4 dominam o PSI20.

    Fonte: Dirio Econmico do dia 28-04-2014.

    De acordo com a figura 05, nos deparamos com a rotatatividade entre as Big4 e um

    aspeto muito relevante, que de acordo com a Lei Sox de 2002, as empresas auditoras

    deviam manter a sua independncia e no prestar servios de consultoria quando j

    eram auditoras destas mesma empresas.

    ltimos acontecimentos

    Dos acontecimentos mais recentes que achamos interessante apresenta neste trabalho

    so entre eles: fraude na pescanova, KPMG coloca nfase na CLC do BES e Telexfree

    abre falncia aps acusaes de esquema PONZI.

    14

    http://economico.sapo.pt/noticias/ey-ganha-auditoria-da-zon-optimus-e-recupera-terreno-no-psi-

    20_192011.html

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

    30

    Fraude na Pescanova15

    A CNMV, regulador espanhol do mercado de capitais, multou a Pescanova em 100 mil

    euros e o ex-presidente em 200 mil euros pela divulgao, em Maro de 2013, de dados

    falsos sobre as contas do grupo pesqueiro, conhecido pelos seus produtos congelados.

    Segundo informao divulgada neste sbado no Boletim Oficial do Estado, as multas da

    Comisso Nacional de Mercado de Valores (CNMV) resultam da divulgao de dados

    inexactos, no verdadeiros e enganosos pelo ex-presidente Manuel Fernndez de

    Sousa-Faro, tratando-se de sanes muito graves. Em causa est um comunicado

    enviado pela empresa CNMV, a 14 de Marco de 2013, que refere que o conselho de

    administrao tinha acordado por unanimidade (...) ratificar a linha de reestruturao

    da sua poltica financeira.

    Dias antes, quando j estava sob investigao por suspeitas de abuso de mercado e

    tentava negociar com a banca o pagamento de dvidas, o grupo reconheceu

    irregularidades nas contas, admitindo que haveria uma discrepncia entre o real

    montante de dvida da empresa e o valor que constava da contabilidade da empresa, que

    tem em Portugal (Praia de Mira, distrito de Coimbra) a maior unidade de pregado do

    mundo, atravs da filial Acuinova.

    Acrescentamos que ainda estar em causa a independncia da empresa de auditoria BDO,

    j que tambm envolvida com este escndalo. Isso tudo porque o grupo Pescanova

    pediu uma auditoria forense por parte da KPMG, documento este que const de 300

    pginas e esta em posse do regulador espanhol. Como consequncia, hoje em dia o

    grupo esta sobre os cuidados da empresa de auditoria Deloitte.

    Verificamos no grfico 04, as consequncias que esta agora submetida a Empresa

    Pescanova atravs da queda acentuada de suas aes, que j atigiram os trinta euros e

    nos dias de hoje andam em volta do dos cinco euros.

    15

    http://www.publico.pt/economia/noticia/regulador-espanhol-multa-expresidente-da-pescanova-em-200-mil-euros-1629338

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

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    Grfico 04 As aes da Empresa Pescanova.

    KPMG coloca nfase na CLC do BES16

    Na documentao, o banco reafirma a convico de que a holding no-financeira ES

    International, do Grupo Esprito Santo (GES), conseguir reembolsar os clientes de

    retalho do BES-5.13% que investiram em papel comercial, revelando que aquela

    holding j pagou metade dos 1,4 mil milhes de euros.

    "Em 14 de Maro de 2014, o valor dos instrumentos de dvida detidos por clientes de

    retalho ascendia a 754 milhes de euros", referiu. Recorde-se que a Esprito Santo

    Financial Group, casa-me do BES-5.13%, teve de constituir uma proviso especial de

    700 milhes para proteger os investimentos daqueles clientes.

    Acrescentou que o BES-5.13% espera que "o reembolso dos referidos instrumentos de

    dvida venha a ser efectuado atravs da implementao do plano de desalavancagem dos

    activos, do apoio dos seus accionistas, da respectiva capacidade para a obteno ou

    renovao de linhas de crdito nos mercados financeiros e ainda do eventual apoio que

    possa vir a ser necessrio por parte do ESFG-0.8% e do BES-5.13%". Ou seja, em

    16

    http://economico.sapo.pt/noticias/ges-ja-reembolsou-mais-de-metade-da-divida-a-clientes-do-bes_191019.html

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

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    ltimo recurso, o ESFG-0.8% e o BES-5.13% poderiam ajudar a ESI a reembolsar os

    investidores.

    A questo do reembolso levou a auditora KPMG a colocar uma nfase no relatrio e

    contas do banco relativo a 2013. As restantes propostas levadas assembleia incluem

    uma proposta da accionista Bespar para um voto de louvor administrao do banco,

    "considerando o contexto particularmente difcil para o sector financeiro portugus em

    que decorreu o exerccio de 2013".

    Grfico 05 As aes do BES.

    Fonte: http://economico.sapo.pt/bolsa/titulo/PTBES0AM0007/XX/51

    Constatamos atravs do grfico 05, uma queda das aes do BES, e acrescentamos que

    imposta uma proviso pelo Banco de Portugal devido preocupao de vrias empresa

    no financeiras do GES, como a Espirito santo International, no tenham capacidade de

    reembolsar os 700 milhes de euros dos 1,7 mil milhes em papel comercial colocado

    junto de cliente do BES ( Jornal Dirio Econmico 28-04-2014).

    Telexfree17

    abre falncia aps acusaes de esquema PONZI.

    O regulador do mercado de capitais do Estado de Massachussets (EUA) acusou ontem a

    empresa Telexfree de promover um esquema Ponzi' no valor de mil milhes de dlares,

    17 http://economico.sapo.pt/noticias/telexfree-abre-falencia-apos-acusacoes-de-esquema-ponzi_191442.html

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

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    segundo a agncia Reuters. Em Portugal, a Telexfree ter vrios milhares de

    investidores sobretudo na Madeira. Estes "divulgadores" deixaram entretanto de

    conseguir movimentar as suas contas na empresa desde segunda-feira, dia em que a

    Telexfree entrou com um pedido de insolvncia nos EUA. Segundo a Reuters, William

    Galvin, secretrio de Estado do Massachusetts, disse que a Telexfree ofereceu ttulos

    fraudulentos e no registados no Estado, fazendo falsas promessas de enriquecimento

    fcil aos potenciais participantes no esquema.

    "Esquemas de pirmide no so nada de novo, nem esquemas que focam em pblicos

    especficos, mas a comunicao moderna permite um amplitude global para eles",

    referiu Galvin num comunicado citado por aquela agncia. "Por meio da oferta ou

    venda de ttulos no registrados, a Telexfree tem causado e continua a causar grande

    prejuzo para minorias pouco instrudas ao atra-las pelo falso pretexto de

    enriquecimento rpido", referiu a acusao no processo, citada pela Reuters.

    No foi possvel obter esclarecimentos, at ao fecho da edio, das autoridades

    competentes, quanto a a uma eventual investigao em curso Telexfree em Portugal.

    Os "divulgadores" da Telexfree pagam um determinado montante por um kit' de

    publicidade. Em troca da publicao de anncios publicitrios em determinados sites, a

    empresa promete elevados retornos anuais, que podem chegar aos 250%.

    Concluso

    Conclumos que vrios acontecimentos durante os tempos mudaram a forma de pensar

    dos investidores e foi suficinte para serem aprovadas medidas que levassem a uma

    imagem verdadeira e apropriada das organizaes.

    Na UE, desde longa data fazia-se um processo de harmonizao que era muito

    demorado a aceitao por todos da comunidade, devido a vrias diferenas entre os

    Estados membro. Foi preciso a criao da Lei SOX em 2002, nos EUA que fizeram com

    que todas as empresas que operassem nas bolsa daquele Pas passassem a ter um

    sistema de controlo interno e externo muito mais severo e com penalizaes a quem

    cometesse fraudes.

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

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    Verificamos atravs do estudo realizado pelo ISCA, que desde 2001 a opinio dos

    auditores passaram a ser mais mais limpa ou seja sem reservas e nem nfases. Com isso,

    basta que uma organizao com cotao no PSI20, tenha uma nfase em sua certificao

    legal de contas, comprova que a mesma esta em falta ou no cumprir recomendaes

    por parte dos orgos reguladores. Deixou nos ainda com uma dvida sobre a

    independncia dos auditores que pensamos ser objetos de estudo para os prximos

    tempos.

    Bibliografia

    COSTA, C (2010), Auditoria Financeira, teoria e prtica, 9 edio, Rei dos Livros.

    Quarta Diretiva 78/660/CEE disponvel em

    http://www.isp.pt/winlib/cgi/winlib.exe?skey=&pesq=2&doc=14157 (Consultado em

    05-04-2014).

    A Stima Diretiva 83/349/CEE disponvel em http://www.cnc.min-

    financas.pt/pdf/Directivas_UE/7_Directiva_Consolidada_16072009.pdf (Consultdo em

    05-04-2014).

    Oitava Diretiva 84/253/CEE disponvel em http://eur-

    lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:31984L0253:PT:HTML

    (Consultado em 05-04-2014).

    Livro Verde (1996), PAPEL, ESTATUTO E RESPONSABILIDADE DO REVISOR

    OFICIAL DE CONTAS NA UNIO EUROPEIA, disponvel em

    http://europa.eu/documents/comm/green_papers/pdf/com96_338_pt.pdf (Consultado

    em 05-04-2014).

    http://www.oroc.pt/fotos/editor2/XICongresso/Pino%20Messina.pdf (Consultado em

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    Reforar a reviso oficial de contas (2003), disponvel em http://eur-lex.europa.eu/legal-

    content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:52003DC0286&from=PT (Consultado em 05-04-

    2014).

  • Livro Verde vs Reforar a Reviso Legal de Contas na UE (2003)

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    content/uploads/2013/01/Guia_Normas_de_Auditoria_em_EPMP_volume_1_seminario

    -1.pdf

    FERNANDES, L (2012), Alteres Normativas e Efeitos na Opinio do Auditor

    Evidncia do PSI20, disponvel em

    http://revistas.ua.pt/index.php/estudosdoisca/article/viewFile/1335/1219 (Consultado

    em 10-04-2014).

    http://economico.sapo.pt/noticias/ges-ja-reembolsou-mais-de-metade-da-divida-a-

    clientes-do-bes_191019.html (Consultado em 11-04-2014).

    http://economico.sapo.pt/noticias/telexfree-abre-falencia-apos-acusacoes-de-esquema-

    ponzi_191442.html (Consultado em 17-04-2014).

    http://economico.sapo.pt/noticias/ey-ganha-auditoria-da-zon-optimus-e-recupera-

    terreno-no-psi-20_192011.html (Consultado em 28-04-2014).