((67È*,2 rel a 7Ï5,2 - repositório aberto · 2019. 6. 5. · resumo durante o estágio ......

100
RELA TÓRIO DE ESTÁGIO M 2016-17 REALIZADO NO ÂMBITO DO MESTRADO INTEGRADO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Farmácia do Campo Miguel José Reis Simões

Upload: others

Post on 03-Mar-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

RELAT ÓRI OD E EST Á GI O

M 2016- 17

REALIZADO NO ÂMBITO DO MESTRADO INTEGRADO

EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões

Page 2: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões II

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia do Campo

16 de janeiro de 2017 a 16 de julho 2017

Miguel José Reis Simões

Orientador: Dra. Inês Fonseca Marques

____ _________________

Tutor FFUP: Prof. Doutora Maria Beatriz Vasques Neves Quinaz

Garcia Guerra Junqueiro

_____________________________________________

Setembro de 2017

Page 3: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões III

Declaração de Integridade

Eu, Miguel José Reis Simões, abaixo assinado, nº 201103625, aluno do Mestrado Integrado em

Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter atuado

com absoluta integridade na elaboração deste documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão,

assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro que todas

as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou

redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de __________________ de ______

Assinatura: ______________________________________

Page 4: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões IV

Agradecimentos

A Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto tornou-se a minha segunda casa. Aqui

conheci pessoas fantásticas e vivi momentos inesquecíveis. Cresci a nível pessoal e a nível

profissional. Aqui passei os melhores anos da minha vida e como tal devo agradecer:

• À Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto por me ter ajudado a formar não só a

nível académico mas também como pessoa. Um obrigado especial à Comissão de Estágios da

FFUP por toda a dedicação e trabalho neste momento tão importante da nossa formação, em

especial à minha orientadora Prof. Doutora Beatriz Junqueiro.

• À Farmácia do Campo por me ter proporcionado 6 meses excelentes. Tornou-se uma outra

casa para mim. Contribuíram todos para uma excelente experiência e para o meu crescimento.

Ganhei experiência e aprendi imenso ao longo destes 6 meses que passaram a voar. Não imaginava

poder ficar com tantas saudades.

• À Dra. Inês Marques por toda a orientação ao longo do estágio. Pela abordagem que sempre

teve comigo, a paciência e a transmissão de conhecimentos. Fez-me sentir parte importante da

equipa. Por todo o tempo que disponibilizou para discutir comigo ajudando-me a crescer

profissionalmente. Acima de tudo tornou-se uma amiga.

• A todos os colegas que fui conhecendo nesta casa e com os quais aprendi imenso, e fui

moldando quem sou.

• Aos meus amigos que me acompanharam nesta caminhada. Felizmente muitos de vós

continuarão a acompanhar-me numa nova etapa da vida. Aqui vivemos momentos inesquecíveis

que nada poderá apagar. Por todas as noitadas que vivemos e momentos difíceis que

ultrapassámos. Obrigado por todo o carinho.

• À minha família por tudo que fazem por mim. Agradeço especialmente à minha mãe por ser

quem é. Por toda a compreensão e apoio ao longo desta jornada. Se hoje sou alguém devo-te a ti.

Obrigado por seres a melhor mãe do mundo.

• À Inês por seres o meu porto de abrigo. Por estares sempre presente em tudo que faça. Por

todo o apoio e carinho em todos os momentos. Por fazeres com que eu queira ser sempre melhor.

Ajudas-me a ultrapassar todos os obstáculos e por isso estou-te grato. Não há palavras suficientes

para te agradecer tudo que fazes por mim. Obrigado por mudares a minha vida.

• A todos um ENORME OBRIGADO!

Page 5: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões V

Resumo

Durante o estágio em farmácia comunitária os estudantes do Mestrado Integrado em Ciências

Farmacêuticas têm a possibilidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo do

curso. Ao mesmo tempo, desenvolvem-se novas competências sociais e pedagógicas devido às

diferentes situações com que os estudantes se deparam durante o estágio.

Na sua rotina diário o farmacêutico tem que ser cada vez mais um gestor. A farmácia

comunitária é uma atividade comercial, e como tal necessita de ser economicamente sustentável.

Desta forma, na primeira parte do relatório é abordada a gestão da atividade farmacêutica e as

várias tarefas dos farmacêuticos. Abordo, também, os produtos disponíveis nas farmácias e o papel

do farmacêutico no seu aconselhamento e dispensa. Além disso, abordo a prestação de outros

serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas de nutrição.

Na parte 2 do relatório abordo diferentes temas, focando-me na promoção da saúde da

comunidade e adoção de hábitos de vida saudáveis. A prevenção é o primeiro passo para obter

ganhos em saúde.

1) Sendo as doenças cardiovasculares a principal causa de morte em todo o mundo, decidi

organizar um rastreio do risco cardiovascular. No rastreio foram avaliados os dados antropométricos

e bioquímicos de diferentes utentes, e prestado um aconselhamento personalizado. Foram

propostas alterações de hábitos de vida de forma a promover a saúde. O papel do farmacêutico na

prevenção é fundamental devido à sua proximidade com a comunidade. A adoção de hábitos de

vida saudáveis por parte do utente promove ganhos em saúde.

2) O sono é fundamental para o ser humano, sendo que um distúrbio do mesmo pode ser

muito danoso. Devido ao elevado número de indivíduos com problemas de sono realizei uma

avaliação da qualidade do sono dos utentes da farmácia. A qualidade de sono foi avaliada através

da resposta a um questionário, sendo de seguido efetuado um aconselhamento. O aconselhamento

focou-se na adoção de medidas de higiene do sono e na alteração dos hábitos prejudiciais ao sono

do utente.

3) A maioria dos utentes não está informada relativamente à sua pulsação e a possíveis

arritmias. As arritmias são muitas das vezes difíceis de detetar podendo levar a acidentes

cardiovasculares fatais. Como tal, decidi participar num programa internacional para avaliar a

pulsação dos utentes e educá-los para fazerem a sua avaliação em casa. O objetivo foi educar os

utentes sobre a fibrilhação auricular, os seus perigos e a importância da avaliação da pulsação em

casa, tornando os utentes mais autónomos.

Page 6: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões VI

Lista de abreviaturas

ANF Associação Nacional de Farmácias

AVC Acidente Vascular Cerebral

BPM Batidas por minuto

BZ Benzodiazepinas

CAT Centro de Atendimento a Toxicodependentes

c-HDL Colesterol das Lipoproteínas de Alta Densidade

c-LDL Colesterol das Lipoproteínas de Baixa Densidade

CNP Código Nacional de Produto

CT Colesterol Total

c-VLDL Colesterol das Lipoproteínas de Muito Baixa Densidade

DCI Denominação Comum Internacional

DCV Doenças Cardiovasculares

DGS Direção Geral de Saúde

DL Decreto-Lei

DM Diabetes Mellitus

DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

DT Diretor Técnico

EEG Eletroencefalograma

FA Fibrilhação Auricular

FC Frequência Cardíaca

FdC Farmácia do Campo

HTA Hipertensão Arterial

IMC Índice de Massa Corporal

INFARMED Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.

LDT Núcleo tegmental laterodorsal

MG Medicamento Genérico

MNSRM Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica

MSRM Medicamentos Sujeitos a Receita Médica

NAV Nodo atrioventricular

NC Nota de Crédito

ND Nota de Devolução

NREM Non-Rapid Eye Movement

NSA Nodo sinoatrial

PA Pressão Arterial

PAb Perímetro Abdominal

PAI-1 Ativador do Plasminogénio Tecidual 1

PET Tomografia por Emissão de Positrões

PF Preço de Faturação

PIC Preço Inscrito na Cartonagem

Page 7: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões VII

PRM Problemas Relacionados com os Medicamentos

PS Pressão Sistólica

PV Prazo de Validade

PVF Preço de Venda à Farmácia

PVP Preço de Venda ao Público

RAM Reação Adversa a um Medicamento

RCV Risco Cardiovascular

REM Rapid Eye Movement

RSP Receita Sem Papel

SCORE Systematic Coronary Risk Evaluation

SNS Serviço Nacional de Saúde

TCC Terapia Cognitivo-Comportamental

TDAH Transtorno do Défice de Atenção com Hiperatividade

TG Triglicerídeos

VLPO Núcleo pré-óptico ventro-lateral

Page 8: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões VIII

Índice

Declaração de Integridade .............................................................................................................. III

Agradecimentos .............................................................................................................................. IV

Resumo ............................................................................................................................................. V

Lista de abreviaturas ...................................................................................................................... VI

Índice .............................................................................................................................................. VIII

Índice de tabelas ............................................................................................................................. XI

Índice de figuras ............................................................................................................................. XII

Parte I – Atividades desenvolvidas durante o estágio ................................................................. 1

1. Introdução ................................................................................................................................. 1

2. Farmácia do Campo ................................................................................................................. 2

2.1. Localização e horário ............................................................................................................. 2

2.2. Recursos humanos................................................................................................................. 2

2.3. Instalações e equipamentos ................................................................................................... 3

2.4. Instalações ............................................................................................................................. 3

2.5. Equipamentos e sistema informático ..................................................................................... 3

2.6. Fontes de informação ............................................................................................................. 4

3. Gestão em Farmácia Comunitária .......................................................................................... 4

3.1. Grupo de compras .................................................................................................................. 4

3.2. Gestão de stocks e elaboração de encomendas ................................................................... 5

3.3. Receção de encomendas e marcação de preços .................................................................. 6

3.4. Armazenamento ..................................................................................................................... 7

3.5. Controlo de prazos de validade .............................................................................................. 7

3.6. Devoluções ............................................................................................................................. 8

4. Dispensa de produtos em farmácia comunitária .................................................................. 9

4.1. Medicamentos sujeitos a receita médica ............................................................................... 9

4.2. Prescrição médica ................................................................................................................ 10

4.3. Validação da prescrição médica .......................................................................................... 11

4.4. Medicamentos psicotrópicos e estupefacientes ................................................................... 12

4.5. Medicamentos genéricos e preços de referência ................................................................ 12

4.6. Sistemas de comparticipação .............................................................................................. 13

4.7. Conferência de receituário e faturação ................................................................................ 13

4.8. Medicamentos não sujeitos a receita médica ...................................................................... 14

4.9. Medicamentos de uso veterinário ........................................................................................ 15

4.10. Dispositivos médicos ........................................................................................................ 15

4.11. Produtos cosméticos e de higiene corporal ..................................................................... 16

4.12. Artigos de puericultura e produtos de conforto ................................................................ 16

4.13. Suplementos alimentares ................................................................................................. 16

5. Serviços adicionais ................................................................................................................ 17

5.1. Determinação de parâmetros bioquímicos .......................................................................... 17

Page 9: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões IX

5.2. Consulta de nutrição............................................................................................................. 17

5.3. VALORMED ......................................................................................................................... 17

6. Experiência pessoal ............................................................................................................... 18

6.1. Primeira semana de estágio ................................................................................................. 18

6.2. Formações ............................................................................................................................ 18

6.3. Balanço final ......................................................................................................................... 19

Parte II – Temas desenvolvidos ao longo do estágio ..................................................21

Projeto I - Rastreio do Risco Cardiovascular ...............................................................21

1. Patogénese das doenças cardiovasculares e fisiopatologia da aterosclerose .............. 21

2. Fatores de risco para o desenvolvimento de acidentes cardiovasculares ...................... 22

3. Determinação do risco cardiovascular: o risco SCORE .................................................... 23

4. Rastreio do risco cardiovascular na FdC ............................................................................ 24

4.1. Resultados do rastreio do risco cardiovascular ................................................................... 25

Projeto II - Durma Melhor ..............................................................................................26

1. O sono ..................................................................................................................................... 26

1.1. Ciclo do sono ........................................................................................................................ 26

1.2. Sono no adulto ..................................................................................................................... 27

1.3. Sono nos bebés .................................................................................................................... 27

1.4. Sono no idoso ....................................................................................................................... 27

1.5. Fisiologia do sono................................................................................................................. 28

1.6. Influência do ritmo circadiano no sono ................................................................................. 29

1.7. Efeitos da privação do sono ................................................................................................. 30

2. Insónia ..................................................................................................................................... 30

2.1. Causas da insónia ................................................................................................................ 31

3. Medidas de higiene do sono ................................................................................................. 32

4. Tratamentos para a insónia ................................................................................................... 33

5. Pittsburgh Slee Quality Index .............................................................................................. 34

6. Durma Melhor ......................................................................................................................... 35

Projeto III - Know your pulse (Conheça a sua pulsação) ............................................36

1. Ritmo cardíaco ........................................................................................................................ 36

2. Fibrilhação Auricular (FA) ..................................................................................................... 37

2.1. Fisiopatologia da Fibrilhação Auricular ................................................................................ 38

3. Campanha Know Your Pulse ................................................................................................ 38

3.1. Resultados ............................................................................................................................ 40

Parte III – Conclusão reflexiva ......................................................................................42

Bibliografia ...................................................................................................................................... 42

Anexos ............................................................................................................................................. 48

Anexo 1 ............................................................................................................................................ 48

Anexo 2 ............................................................................................................................................ 50

Anexo 3 ............................................................................................................................................ 54

Page 10: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões X

Anexo 4 ............................................................................................................................................ 55

Anexo 5 ............................................................................................................................................ 57

Anexo 6 ............................................................................................................................................ 58

Anexo 7 ............................................................................................................................................ 62

Anexo 8 ............................................................................................................................................ 63

Anexo 9 ............................................................................................................................................ 64

Anexo 10 .......................................................................................................................................... 65

Anexo 11 .......................................................................................................................................... 66

Anexo 12 .......................................................................................................................................... 67

Anexo 13 .......................................................................................................................................... 68

Anexo 14 .......................................................................................................................................... 69

Anexo 15 .......................................................................................................................................... 71

Anexo 16 .......................................................................................................................................... 72

Anexo 17 .......................................................................................................................................... 73

Anexo 18 .......................................................................................................................................... 74

Anexo 19 .......................................................................................................................................... 77

Anexo 20 .......................................................................................................................................... 78

Anexo 21 .......................................................................................................................................... 79

Anexo 22 .......................................................................................................................................... 81

Anexo 23 .......................................................................................................................................... 83

Anexo 24 .......................................................................................................................................... 84

Anexo 25 .......................................................................................................................................... 85

Anexo 26 .......................................................................................................................................... 86

Anexo 27 .......................................................................................................................................... 87

Page 11: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões XI

Índice de tabelas

Tabela 1 - Cronograma das atividades desenvolvidas durante o estágio ......................................... 1

Tabela 2 - Formações atendidas ao longo do estágio .................................................................... 18

Tabela 3 - Dados gerais e antropométricos dos utentes participantes no rastreio cardiovascular . 62

Tabela 4 - Dados bioquímicos dos utentes participantes no rastreio cardiovascular ..................... 63

Tabela 5 - História clínica dos utentes participantes no rastreio cardiovascular ............................. 65

Tabela 6 - Dados relativos ao estilo de vida dos utentes participantes no rastreio cardiovascular 66

Tabela 7 - Resultados SCORE ........................................................................................................ 68

Tabela 8 - Dados antropométricos dos utentes participantes no projeto "Durma melhor" .............. 72

Tabela 9 - Hábitos de sono dos utentes participantes no projeto “Durma melhor” ......................... 73

Tabela 10 - Respostas ao Pittsburgh Sleep Quality Index (1) ......................................................... 74

Tabela 11 - Respostas ao Pittsburgh Sleep Quality Index (2) ......................................................... 75

Tabela 12 - Respostas ao Pittsburgh Sleep Quality Index (3) ......................................................... 76

Tabela 13 - Resultados do Pittsburgh Sleep Quality Index ............................................................. 77

Tabela 14 - Dados antropométricos dos utentes participantes no programa "Know your pulse" ... 84

Tabela 15 - Sintomas dos utentes participantes no programa “Know your pulse” .......................... 85

Tabela 16 - Antecedentes dos utentes participantes no projeto “Know your pulse” ....................... 86

Tabela 17 - Resultados da avaliação da pulsação .......................................................................... 87

Page 12: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões XII

Índice de figuras

Figura 1 - Expositor 1 ...................................................................................................................... 48

Figura 2 - Expositor 2 ...................................................................................................................... 48

Figura 3 - Balcão de atendimento ................................................................................................... 48

Figura 4 - Gabinete para consultas ................................................................................................. 49

Figura 5 - Armazenamento de produtos .......................................................................................... 49

Figura 6 – Local de receção de encomendas ................................................................................. 49

Figura 7 - Certificado formação "Deficiência em Selénio - uma ameaça silenciosa" e "Q10:energia

para o coração" ................................................................................................................................ 50

Figura 8 - Certificado formação "A-Derma" ..................................................................................... 50

Figura 9 - Certificado formação "Galénic” ....................................................................................... 51

Figura 10 - Certificado formação “Atopia” ....................................................................................... 51

Figura 11 - Certificado formação "Acne" ......................................................................................... 52

Figura 12 - Certificado formação "Klorane" ..................................................................................... 52

Figura 13 - Certificado formação "Avène" ....................................................................................... 53

Figura 14 - Certificado formação "Ducray" ...................................................................................... 53

Figura 15 - Estratificação do risco cardiovascular segundo o sistema SCORE ............................. 54

Figura 16 - Risco Absoluto SCORE ................................................................................................ 55

Figura 17 - Risco Relativo SCORE ................................................................................................. 56

Figura 18 - Cartaz "Avaliação do Risco Cardiovascular" ................................................................ 57

Figura 19 - Questionário Avaliação do Risco Cardiovascular (1) ................................................... 58

Figura 20 -Questionário Avaliação do Risco Cardiovascular (2) .................................................... 59

Figura 21 - Questionário Avaliação do Risco Cardiovascular (3) ................................................... 60

Figura 22 - Questionário Avaliação do Risco Cardiovascular (4) ................................................... 61

Figura 23 - Média dos valores de Pressão Sistólica e Diastólica, para os diferentes grupos de

utentes, divididos consoante a idade ............................................................................................... 64

Figura 24 - Hábitos tabágicos dos utentes ...................................................................................... 67

Figura 25 - Pittsburgh Sleep Quality Index (1) ................................................................................ 69

Figura 26 - Pittsburgh Sleep Quality Index (2) ................................................................................ 70

Figura 27 - Panfleto de medidas de higiene do sono ...................................................................... 71

Figura 28 - Cartaz "Know your pulse" ............................................................................................. 78

Figura 29 - Questionário "Know your pulse" (1) .............................................................................. 79

Figura 30 - Questionário "Know your pulse" (2) .............................................................................. 80

Figura 31 - “Pull-out card” (1) .......................................................................................................... 81

Figura 32 - “Pull-out card” (2) .......................................................................................................... 82

Figura 33 - Técnica para avaliação da pulsação ............................................................................. 83

Page 13: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 1

Parte I – Atividades desenvolvidas durante o estágio

1. Introdução

A farmácia comunitária é a área de atuação predominante para o farmacêutico. Sendo o

profissional de saúde de mais fácil acesso à população, o farmacêutico tem, por diversas vezes, o

primeiro contacto com o utente e os seus problemas de saúde. Por outro lado, sendo a farmácia

comunitária o local de dispensa exclusiva de Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM), o

farmacêutico é também o último profissional de saúde a estar em contacto com o doente antes deste

iniciar o seu tratamento, estando, portanto, numa posição de grande responsabilidade no tratamento

e acompanhamento do doente.

O estágio curricular em farmácia comunitária é o ponto chave do Mestrado Integrado em

Ciências Farmacêuticas. É neste momento que podemos demonstrar os conhecimentos adquiridos

durante o curso, e, em simultâneo, adquirir novas competências no âmbito da nossa formação, ter

um contacto com o mercado de trabalho e desenvolver atividades que contribuam para a saúde da

comunidade. O meu estágio curricular decorreu na Farmácia do Campo (FdC), no Porto, entre 16

de janeiro e 15 de julho de 2017. O horário de estágio foi das 9h às 17h.

O relatório encontra-se dividido em duas partes: (1) Parte I - atividades desenvolvidas

durante o estágio e (2) Parte II - temas desenvolvidos durante o mesmo. O cronograma das

atividades desenvolvidas durante o estágio curricular encontra-se na tabela 1.

Tabela 1 - Cronograma das atividades desenvolvidas durante o estágio

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho

Gestão em Farmácia X X X X X X X

Serviços Farmacêuticos X X X X X X X

Atendimento X X X X X X

Formações X X X X X X

Projeto - “Durma

melhor” X

Projeto - Rastreio do

Risco Cadiovascular X

Projeto - Know your

pulse X

Page 14: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 2

2. Farmácia do Campo

2.1. Localização e horário

A FdC situa-se na Praça da República, n.º 119, freguesia de Cedofeita, concelho do Porto.

Localizada numa zona central e histórica da cidade, a FdC está rodeada por estabelecimentos

comerciais, escolas, unidades de saúde, residências privadas e ainda vários alojamentos públicos,

como hotéis e pousadas, sendo por isso um local de afluência turística. Nas imediações da FdC

encontram-se o Hospital da Irmandade da Lapa, o Centro de Atendimento a Toxicodependentes

(CAT), clínicas de medicina dentária e dermatologia. A maioria dos utentes da FdC são idosos, com

diversas patologias, polimedicados e residentes nas proximidades. Estabelece-se com estes

utentes uma relação de maior proximidade permitindo um melhor seguimento farmacoterapêutico.

A FdC é associada do grupo Farmácias Holon, um grupo de farmácias independentes e

autónomas, que possuem a mesma marca e imagem, e têm como objetivo um atendimento pró-

ativo e personalizado para cada utente1. As farmácias do grupo Holon têm um acompanhamento ao

nível da gestão, na promoção e realização de campanhas, como rastreios gratuitos para os utentes,

produtos da marca Holon e acesso a informação científica, como protocolos de aconselhamento

farmacêutico e a uma academia de formação online. A FdC está a implementar os primeiros serviços

farmacêuticos tendo consultas de nutrição, dadas por um nutricionista do grupo Holon.

O horário de funcionamento da FdC é de segunda-feira a sexta-feira das 9:00h até às 19:30h

e aos sábados das 9:00h até às 13:00h, estando aberta 24 horas no dias de serviço definidos pela

Associação Nacional de Farmácias (ANF).

2.2. Recursos humanos

De acordo com o Decreto-Lei (DL) n.º 307/2007, de 31 de agosto, alterado pela Lei n.º

26/2011 de 16 de junho, DL n.º 171/2012 de 1 de agosto, Lei n.º 16/2013 de 8 de fevereiro, DL n.º

128/2013 de 5 de setembro e DL n.º 109/2014 de 10 de julho, que estabelece o regime jurídico das

farmácias de oficina, os recursos humanos devem ser constituídos por um quadro farmacêutico,

composto por um Diretor Técnico (DT) e, pelo menos, um segundo farmacêutico, e um quadro não

farmacêutico, estando neste último incluídos técnicos de farmácia ou outros profissionais

habilitados2-7. Trabalham na FdC 5 funcionários: no quadro farmacêutico, uma DT (Dr.ª Inês

Marques) e uma Farmacêutica-Adjunta (Dr.ª Vanessa Azevedo), e no quadro não farmacêutico, dois

Técnicos Auxiliares de Farmácia (Paulo Sousa e Emanuel Caetano) e uma auxiliar (Bertila Oliveira).

Sendo uma equipa multidisciplinar, cada um tem as suas responsabilidades definidas trabalhando

para assegurar qualidade nos serviços que prestam aos utentes. No quadro farmacêutico, tem

trabalhadores jovens e dinâmicos, que oferecem uma visão moderna e espiríto crítico, sendo um

local de aprendizagem e melhoria constante. Por outro lado, a presença de dois Técnicos Auxiliares

de Farmácia com muitos anos de casa, fideliza a população local fazendo com que os utentes se

sintam em casa, e permite um melhor seguimento da saúde dos utentes ao longo da sua vida.

Page 15: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 3

2.3. Instalações e equipamentos

A farmácia comunitária carateriza-se pela elevada qualidade na prestação de serviços de

saúde técnico-científicos à comunidade. Para tal, o farmacêutico necessita de instalações,

equipamentos e fontes de informação adequados a esta prática8. Assim, de modo a corresponder

às expetativas da população e apresentar um serviço de elevada qualidade a FdC possui uma

estrutura apropriada cumprindo as orientações indicadas nas Boas Práticas Farmacêuticas para a

Farmácia Comunitária, Normas Gerais sobre as instalações e equipamentos, aprovadas em 2009,

pelo Conselho Nacional da Qualidade.

2.4. Instalações

A FdC está situada ao nível da rua, local por onde se faz o acesso, sem obstáculos no acesso

às instalações (anexo 1). Na entrada existe uma rampa para facilitar o acesso aos utentes com

mobilidade reduzida. A FdC está identificada com uma placa com a inscrição “Farmácia” e o símbolo

“cruz verde”, que permanece iluminado durante a noite quando a FdC se encontra de serviço. Há

também uma placa com o nome da farmácia e da Diretora Técnica, assim como informação sobre

o hórario de funcionamento, colocados de forma visível. Encontra-se também exposta, de forma

visível, a informação sobre as farmácias do município que se encontram em regime de serviço

permanente, a sua localização e a forma de contactar o farmacêutico responsável2,8.

A FdC tem duas zonas: uma zona de atendimento ao público e uma zona de back office,

estando incluído no back office um gabinete para consultas farmacêuticas, medição dos parâmetros

bioquímicos e consultas de nutrição. A zona de atendimento ao público tem três balcões de

atendimento. A circundar toda a zona de atendimento ao público existem expositores de vidro, nos

quais estão dispostos os mais variados produtos, como Medicamentos Não Sujeitos a Receita

Médica (MNSRM), produtos de dermocosmética e capilares, produtos de higiene oral,

multivitamínicos, dietéticos, produtos de puericultura, produtos de ortopedia entre outros. São

também armazenados nesta zona alguns MSRM de marca, dispostos por ordem alfabética,

protegidos do acesso direto do utente. A zona do back office serve de área de armazenamento e de

execução de atividades administrativas. Encontram-se aí armazenados os restantes MSRM de

marca, e os medicamentos genéricos, dispostos por ordem alfabética de princípio ativo. São

também armazenados os medicamentos que têm condições especiais de conservação no frigorífico,

assegurando uma temperatura entre os 2-8ºC.

2.5. Equipamentos e sistema informático

É da responsabilidade do Diretor Técnico assegurar que a farmácia dispõe de todo o

equipamento necessário ao desenvolvimento da sua atividade, e que este se encontra em bom

estado de funcionamento e desempenha as funções requeridas2,8.

A FdC dispõe de equipamento que possibilita a monitorização da temperatura e humidade,

um frigorífico para armazenamento dos medicamentos a temperaturas entre os 2-8ºC, um aparelho

Page 16: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 4

de medição da Pressão Arterial (PA) e Frequência Cardíaca (FC), um aparelho para a medição do

colesterol total e perfil lipídico, um aparelho para a medição da glicémia, duas balanças calibradas,

uma balança para pesar os utentes, e os restantes aparelhos necessários ao bom funcionamento

de uma farmácia, como telefones, fax, fotocopiadora e computadores. Os computadores dispõe do

software Sifarma®, ferramenta que auxilia na gestão e prática farmacêutica diária.

2.6. Fontes de informação

De forma a executar o seu trabalho da melhor forma, o farmacêutico deve dispor de fontes de

informação atualizadas sobre os medicamentos, nomeadamente as suas indicações, contra-

indicações, interações medicamentosas, posologias e precauções com a sua utilização2,8. Na FdC

encontram-se disponíveis as fontes de presença obrigatória, nomeadamente a Farmacopeia

Portuguesa, o Prontuário Terapêutico e Resumo das Características do Medicamento. Encontram-

se ainda disponíveis várias outras fontes de informação como o Formulário Galénico Português.

3. Gestão em Farmácia Comunitária

3.1. Grupo de compras

A farmácia comunitária é em simultâneo um espaço de saúde e uma atividade comercial,

tendo por isso, que ser economicamente sustentável. No contexto económico atual torna-se um

desafio gerir uma farmácia. A redução da faturação das farmácias faz com que o farmacêutico tenha

que se assumir também como gestor, de forma a rentabilizar o seu negócio sem nunca descurar os

valores éticos da profissão. Ao ter este papel de gestor, o farmacêutico aumenta a rentabilidade da

farmácia ao mesmo tempo que promove a saúde da sua comunidade.

Tendo em conta as dificuldades financeiras, as farmácias procuraram fazer rentabilizar os

seus recursos, através da sua integração em grupos de compras. De forma a obter melhores

condições comerciais algumas farmácias têm-se agrupado ao nível das compras fazendo compras

agregadas. A FdC faz parte do grupo Holon, tendo descontos nos produtos que integram o seu

portfólio. O grupo Holon tem uma estrutura central, a qual negoceia e adquire o portfólio junto dos

laboratórios colocando os produtos em dois armazenistas, Udifar e OCP, que os distribuem pelas

farmácias do grupo. Este desconto é feito à unidade, e as farmácias adquirem os produtos conforme

as suas necessidades. Esta capacidade de compra à unidade com desconto representa uma grande

vantagem na gestão de stocks, permitindo às farmácias ter uma maior cash flow e não ter tanto

valor parado em stock.

Uma desvantagem do grupo de compras é que as farmácias passam a ter objetivos de vendas

comuns, sendo necessário satisfazer da melhor forma as necessidades do utente sem descurar

esses objetivos. Mesmo assim, a FdC mantém a sua independência, sendo a gestão feita pela sua

Diretora Técnica.

Page 17: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 5

3.2. Gestão de stocks e elaboração de encomendas

A gestão de stocks tem como objetivo responder a três perguntas: quanto encomendar,

quando encomendar, e qual a quantidade de stock segurança. Isto permite evitar excesso de stock,

rutura do mesmo e diminuir os desperdícios. Esta gestão é de grande importância, pois ter um

excesso de stock é ter dinheiro empatado, sendo que o farmacêutico desempenha um papel

essencial na gestão das compras. Deve-se ter em conta o perfil dos utentes da farmácia, mas

também outros aspetos, como a sazonalidade de certos produtos e a existência de campanhas

publicitárias. Com uma boa gestão de stocks a farmácia consegue satisfazer a procura sem haver

desperdício. A possibilidade de fazer várias encomendas diárias é uma grande vantagem para a

gestão de stocks permitindo satisfazer necessidades não expectáveis.

O software Sifarma® pode ser utilizado na gestão de stocks. É possível definir um stock

mínimo e máximo de cada produto, tendo em conta o consumo do mesmo. Quando o produto atinge

o stock mínimo, o software gera uma encomenda automaticamente. É, também, importante garantir

que os stocks se encontram sempre corretos, correspondendo o stock físico (real) ao stock

informático. Por vezes há discordância, que se deve a erros nas vendas, erros na receção das

encomendas, marcação errada dos produtos, ou até mesmo, por furtos. Assim, é necessário, fazer

contagem física do stock.

As encomendas podem ser feitas quer aos armazenistas quer diretamente aos laboratórios.

Na FdC a maioria das encomendas são feitas aos armazenistas. Os fornecedores diários na FdC

são a Udifar, que efetua uma entrega diária (ao início da manhã) e a OCP, que efetua três entregas

diárias (manhã, início e fim da tarde). Quando necessário, recorre-se a outros armazenistas como

a Alliance Healthcare, Empifarma e Maciel & Ferreira. Periodicamente, são ainda, efetuadas

encomendas diretamente à Holon Distribuição. As encomendas são feitas através do Sifarma®,

através de plataformas online, por e-mail ou por telefone. As encomendas feitas pelo Sifarma®

podem ser manuais, diárias ou instantâneas.

Na FdC fazem-se três encomendas diárias, sendo uma feita ao fim da manhã e as outras

duas no final do dia. As encomendas diárias têm como objetivo a gestão e manutenção do stock. O

Sifarma® atualiza os stocks após as vendas e a receção de encomendas. Quando o stock mínimo

de um produto é atingido o software cria uma proposta de encomenda que será analisada pelo

farmacêutico ou técnico de farmácia responsável pela encomenda. Após aprovação esta é enviada

para o fornecedor.

As encomendas instantâneas servem para satisfazer a procura de produtos de forma pontual

e dos quais a farmácia não dispõe de stock. Assim, quer através do Sifarma® ou de plataformas

online é verificada a disponibilidade do produto no fornecedor e efetuada a encomenda. Grande

parte das encomendas instantâneas são efetuadas para a OCP e Udifar, excetuando quando estes

não têm o produto disponível.

Por vezes, as encomendas de produtos pedidos pelo utente que não têm rotação na farmácia

são efetuadas pelo telefone. Ainda, o contato com certos fornecedores como a Holon Distribuição

ou Maciel & Ferreira é efetuado por telefone, e-mail ou presencialmente. Estas encomendas não

Page 18: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 6

ficam registadas no software sendo por isso necessário proceder à sua criação e envio para papel,

de forma a que a encomenda fique disponível para receção no Sifarma®.

Durante o estágio efetuei encomendas manuais e instantâneas numa base diária, pois é

comum os utentes pedirem produtos sem rotação na farmácia (por exemplo, laboratórios de

medicamentos genéricos diferentes, produtos de dermocosmética, entre outros). Observei e prestei

apoio na elaboração das encomendas diárias informando sobre os produtos que já tinham sido

pedidos por telefone ou por via instantânea e sugerindo alterações ao nível dos stocks mínimos e

máximos.

Podem ainda ser efetuadas encomendas diretamente aos laboratórios, através dos

delegados de informação médica que visitam a farmácia, mas para se conseguirem descontos é

necessário adquirir grandes quantidades de produto. Na FdC estas encomendas são efetuadas

apenas em situações pontuais, uma vez que as compras através do grupo Holon permitem ter

descontos à unidade, diariamente. Na FdC as encomendas têm, habitualmente, um número

reduzido de unidades de cada produto. As encomendas refletiam os produtos que tinham sido

vendidos, isto é, na encomenda do fim da manhã eram pedidos os produtos que tinham saído nessa

manhã. Isto permite que a farmácia não tenha muito stock parado, pois muito rapidamente faz a

reposição quando este se encontra em baixo.

3.3. Receção de encomendas e marcação de preços

As encomendas entregues na FdC vêm em contentores próprios que permitem identificar o

distribuidor e onde estão identificados o nome e a morada da farmácia. Os produtos que necessitam

de armazenamento no frigorífico são enviados em contentores térmicos, diferentes dos restantes, o

que permite que o seu armazenamento seja rápido. Os contentores, na maioria dos casos, são

acompanhados da fatura em duplicado, e caso a encomenda não tenha sido faturada vem

acompanhada de uma guia de remessa. Nas encomendas instantâneas, cada contentor está

associado a uma encomenda.

No Sifarma® a receção de encomendas é efetuada no menu “Receção de Encomendas”.

Primeiro verifica-se se há mais do que uma encomenda na mesma fatura, e se houver, estas são

agrupadas. De seguida, identifica-se o número da fatura e o valor total faturado. Procede-se à leitura

ótica do código de barras de cada produto, e verifica-se o estado, número de embalagens, possíveis

produtos bónus, Prazo de Validade (PV) e o Preço de Faturação (PF). Para os produtos com Preço

Inscrito na Cartonagem (PIC), verifica-se se este corresponde ao Preço de Venda ao Público (PVP)

do sistema informático. Quando não há correspondência, verifica-se se há stock na farmácia. Se

não existir mais produto em stock atualiza-se o preço no Sifarma®, no entanto, se existir stock,

deve-se colocar uma identificação no produto novo para posterior atualização do PVP, de forma a

garantir que o produto com o PVP antigo é vendido em primeiro lugar, e só após a venda desse, se

altera o PVP no sistema informático.

Para os produtos sem PIC o PVP é estabelecido pela farmácia tendo em conta uma margem

de lucro definida pela mesma. Após a leitura ótica de todos os produtos, verifica-se se há

correspondência entre o total de embalagens faturadas e rececionadas, e se o valor total faturado

Page 19: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 7

se encontra em conformidade. Após esta verificação a receção da encomenda é aprovada e o

Sifarma® gera uma lista de produtos em falta, isto é, produtos que foram encomendados mas que

o distribuidor não enviou. Caso haja algum erro (como por exemplo, produtos faturados e não

enviados, produtos faturados mas não encomendados, embalagens danificadas, preços errados,

entre outros) realiza-se uma reclamação e devolução do produto, situação que o armazenista

regulariza, na maioria das vezes, através da emissão de uma nota de crédito.

A receção de encomendas foi a primeira tarefa que realizei no meu estágio e realizei-a

diariamente ao longo dos 6 meses de estágio. É uma tarefa de elevada importância para um

estagiário pois é o primeiro contacto físico com os medicamentos e permite conhecer as embalagens

dos medicamentos e os seus nomes comerciais. Aproveitei para enquanto recebia as encomendas

ver a posologia, indicações terapêuticas, contra-indicações e reações adversas dos medicamentos,

através do Sifarma®, tornando-se bastante proveitoso. A receção de encomendas permitiu-me

ainda perceber de melhor forma a gestão de stocks e gestão económica da farmácia estando a par

do Preço de Venda à Farmácia (PVF) e PVP.

3.4. Armazenamento

Após a receção da encomenda os produtos são armazenados no seu local respetivo. Os

produtos são armazenados tendo como base o seu PV, de forma a que o que produto que tenha PV

mais curto seja o primeiro a ser dispensado. Utiliza-se o Método FEFO (First Expired, First Out),

sendo o produto com PV mais curto colocado em cima ou à frente para ser vendido primeiro; e o

Método FIFO (First In, First Out), quando os produtos não têm PV, de forma a serem vendidos os

produtos mais antigos primeiro. Há situações excecionais quando, por exemplo, há uma campanha

promocional de um produto, colocando-se o produto mais recente à frente e visível para o utente de

forma a promover a campanha.

Conjuntamente com a receção de encomendas esta foi a primeira tarefa que realizei na FdC.

É uma tarefa importante para um estagiário pois permite aprender a localização dos produtos na

farmácia. Além disso, é uma tarefa de bastante responsabilidade pois um erro de armazenamento

pode levar a um erro na dispensação pois há muitos produtos com embalagens idênticas (por

exemplo, o mesmo medicamento mas com número diferente de comprimidos, formas farmacêuticas

diferentes, dosagens diferentes).

3.5. Controlo de prazos de validade

Para que um medicamento mantenha as suas caraterísticas e segurança, sem alteração da

sua composição, é necessário assegurar a sua integridade, sendo o PV um dos parâmetros de

maior relevo. Um dos momentos em que se efetua o controlo do PV é durante a receção das

encomendas. Outra forma de controlar o PV, é através da emissão de uma “Lista de Controlo de

Prazos de Validade” no Sifarma®. Recolhem-se todos os produtos da lista e verifica-se o PV. Se

exisitir uma discrepância entre o Sifarma® e o PV este deve ser atualizado. Esta é, também, uma

Page 20: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 8

boa oportunidade para a verificação do stock. Caso o PV esteja a expirar é efetuada uma devolução

ao fornecedor.

Na FdC verifiquei os PV todos os dias através da receção das encomendas e mensalmente

através da emissão da “Lista de Controlo de Prazos de Validade”. O controlo do PV permite ter uma

gestão eficiente do stock diminuindo o número de produtos cujo PV expira. Na FdC quando alguns

produtos (dermocosmética, capilares, suplementos alimentares) têm PV curtos estes são colocados

em promoção e em destaque de forma a facilitar a sua rotação.

3.6. Devoluções

Por vezes, é necessário devolver produtos retirando estes do stock da farmácia. Esta situação

pode acontecer quer por expiração do PV mas também, por outros motivos. Entre esses motivos

estão (a) produtos sem rotação na farmácia, reservados por utentes que entretanto desistiram da

compra; (b) atualização do PVP de produtos com PIC; (c) embalagens danificadas no momento da

receção; (d) produtos faturados mas não encomendados; (e) produtos faturados a preços errados;

(f) circulares de suspensão de comercialização pela Autoridade Nacional do Medicamento e

Produtos de Saúde, I.P. (INFARMED); (g) circulares de recolha voluntária emitidas pelo detentor da

AIM; (h) produtos encomendados com PV muito curto. Para proceder à devolução é efetuada uma

Nota de Devolução (ND) no menu "Gestão de Devoluções" do Sifarma®. Na criação de uma ND

identifica-se o distribuidor e procede-se à leitura ótica dos produtos a devolver. Em cada produto é

indicada a quantidade que vai ser devolvida, o motivo da devolução, o número da fatura de origem

e o preço de faturação. Após a criação da ND, esta é impressa em 3 vias, que são carimbadas e

rubricadas, sendo a original e duplicada enviadas para o distribuidor e a triplicada arquivada na

farmácia até a sua regularização. Quando as ND são aceites efetua-se a sua regularização no menu

"Regularização de Devoluções" do Sifarma®. A regularização ocorre através do envio de uma Nota

de Crédito (NC), na maioria das situações; no entanto, quando a devolução se deve a expiração de

PV, ou a atualização de preços, a regularização é efetuada através da troca de produtos, sendo que

muitas vezes, esta troca é acompanhada de uma NC de forma a culmatar a diferença de preços.

Quando a ND é rejeitada o produto volta à farmácia, sendo acompanhado de uma guia de remessa

indicando o motivo da não aceitação. É necessário proceder à regularização da ND, de forma a dar

entrada do produto em stock novamente. Quando o produto se encontra em condições de

comercialização procede-se ao rearmazenamento deste, no entanto, quando o PV se encontra

expirado procede-se à quebra do stock.

Ao longo do estágio elaborei várias ND, principalmente de produtos faturados a preços

errados e de produtos sem rotação na farmácia reservados para utentes que desistiram da compra.

Mensalmente, após o controlo dos PV através da emissão da “Lista de Controlo de Prazos de

Validade” procedi à devolução dos produtos com PV a expirar. Da mesma forma, procedi à sua

regularização, quer através de NC, de troca de produtos ou quando não eram aceites.

Page 21: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 9

4. Dispensa de produtos em farmácia comunitária

A dispensação de medicamentos é a atividade central da farmácia comunitária, situando-se

entre a seleção do medicamento (prescrição, indicação e automedicação) e a administração do

mesmo. Este ato reveste-se de grande importância pois o farmacêutico é muitas vezes o primeiro

profissional de saúde a contatar com o utente, prestando um aconselhamento, que pode passar

pela indicação de um MNSRM, ou outros produtos de saúde, ou mesmo o encaminhamento para o

médico. É, também, o último a contactar com o doente após a prescrição médica e antes do início

da terapêutica. Tem ainda um papel fulcral no acompanhamento do doente, tendo contacto com ele

de forma regular, fator exponenciado pela introdução da Receita Sem Papel (RSP). Por isso, o

objetivo não passa apenas por disponibilizar a medicação ou outros produtos de saúde mas sim

prestar aconselhamento personalizado, de forma a garantir um uso racional do medicamento por

parte do utente e a adesão deste à terapêutica. Só com este acompanhamento e seguimento é

possível resolver os Problemas Relacionados com os Medicamentos (PRM) e obter mais ganhos

em saúde8,9.

4.1. Medicamentos sujeitos a receita médica

O DL 176/2006, de 30 de Agosto, define medicamento como “toda a substância ou associação

de substâncias apresentada como possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em

seres humanos ou dos seus sintomas ou que possa ser utilizada ou administrada no ser humano

com vista a estabelecer um diagnóstico médico ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica

ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas”10. Os medicamentos, quanto à

forma de dispensa ao público, podem ser divididos em MSRM e MNSRM10. São MSRM aqueles que

"possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, mesmo quando usados

para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica (...) possam constituir

um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam utilizados com frequência em quantidades

consideráveis para fins diferentes daquele a que se destinam (...) contenham substâncias, ou

preparações à base dessas substâncias, cuja atividade ou reações adversas seja indispensável

aprofundar (...) destinem-se a ser administrados por via parentérica". Os MSRM são prescritos por

um profissional de saúde habilitado, e dispensados nas farmácias após verificação e validação da

receita médica. Aquando da dispensação o farmacêutico deve assegurar o uso racional dos

medicamentos por parte dos utentes, fornecendo-lhes todas as informações que considerar

necessárias, como a indicação terapêutica, posologia, modo de administração, contra-indicações e

possíveis efeitos secundários10.

A FdC tem um perfil de utentes muito próprio. Contactei com muitos utentes idosos

polimedicados dispensando frequentemente anti-hipertensores, antidiabéticos, dislipidémicos, entre

outros. Em muitas situações, procedia à dispensa através de Venda Suspensa pois, por vezes, os

utentes deixavam ultrapassar o PV das receitas ou ficavam sem medicamentos antes da consulta

médica seguinte, sendo que o fato de serem utentes habituais da farmácia permitia saber as suas

terapêuticas. Aí revela-se, também, o contributo do farmacêutico para o Serviço Nacional de Saúde

Page 22: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 10

(SNS) e a necessidade deste possuir capacidades sociais para, por exemplo, explicar ao utente

como ver o PV da receita.

O fato de estar na proximidade do Hospital da Irmandade da Lapa que trata de seguros de

acidentes de trabalho permitiu-me ter um contacto com um diferente tipo de doentes,

maioritariamente com lesões muscúlo-esqueléticas. Ainda, a proximidade com o CAT fez com que

dispensasse com frequência medicamentos psicotrópicos e estupefacientes, e outros

medicamentos do Sistema Nervoso Central, a toxicodependentes em tratamento, tendo sido

enriquecedor acompanhar o tratamento deste tipo de doentes.

4.2. Prescrição médica

Receita médica é o “documento através do qual são prescritos, por um médico ou, nos casos

previstos em legislação especial, por um médico dentista ou por um odontologista, um ou mais

medicamentos determinados”10. A receita médica pode ser11:

• Prescrição por via manual: a prescrição dos medicamentos é feita num documento previamente

impresso11. O uso deste tipo de receitas tem diminuído e só podem ser usadas em casos

excecionais, tais como (1) falência do sistema informático; (2) inadaptação do prescritor; (3)

prescrição no domicílio; (4) outras situações, até um máximo de 40 receitas médicas por mês11.

Estas receitas não podem ter rasuras, não são renováveis pois não permitem mais do que uma via,

e têm uma validade de 30 dias12.

• Prescrição por via eletrónica: a prescrição dos medicamentos é efetuada informaticamente

permitindo diminuir os erros na prescrição e dispensa. Em tratamentos de longa duração estas

receitas podem ser renováveis, contendo até 3 vias, sendo impressa a indicação da via. Cada via

tem validade de 6 meses12. Dentro da prescrição eletrónica é possível encontrar11:

Receita eletrónica em papel (materializada): Podem ser prescritos até 4 medicamentos distintos

em cada receita, num máximo de 4 embalagens por receita. Podem ser prescritas até 2 embalagens

por medicamento. No caso de medicamentos unidose, como é o caso dos injectáveis, é possível

prescrever 4 embalagens do mesmo medicamento12.

Receita eletrónica sem papel (desmaterializada): O despacho n.º 2935-B/2016 tornou

obrigatório, desde 1 de abril de 2016, a utilização deste modelo de prescrição13. Esta prescrição é

feita online, tendo que ser validada e registada no sistema central de prescrições antes da sua

emissão. Após este processo os dados da receita (número da receita, código de dispensa e código

de direito de opção) podem ser impressos e/ou enviados para o telemóvel do utente12. Este novo

modelo apresenta inúmeras vantagens: (1) Ausência de limite de unidades por receita, isto é, os

prescritores podem receitar um número ilimitado de produtos diferentes. O prescritor pode receitar

um máximo de 2 embalagens para MSRM que se destinam a tratamento de curta duração, tendo

um PV de 30 dias; para tratamentos de longa duração podem ser prescritos até 6 unidades com um

PV de 180 dias12; (2) redução dos erros no processo de dispensa; (3) permite ao utente ter um maior

controlo sobre a sua medicação, envolvendo-o no processo aumentando a adesão à terapêutica. O

utente pode ir à farmácia e levantar apenas os medicamentos que necessita no momento, podendo

levantar o resto quando quiser e na farmácia que pretender.

Page 23: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 11

A prescrição médica é efetuada pela Denominação Comum Internacional (DCI) da substância

ativa, forma farmacêutica, dosagem e tamanho da embalagem, devendo conter a posologia. Na

posologia o prescritor deve informar a dose do medicamento, o intervalo de administração e a

duração do tratamento12. Em casos excecionais a prescrição pode ser feita por nome comercial.

Esta prescrição pode acontecer quando se trata de um medicamento de marca sem similar e sem

Medicamento Genérico (MG) comparticipado ou quando existe uma justificação do prescritor12. Para

tal o prescritor deve aplicar uma das seguintes exceções: (A) medicamentos com margem ou índice

terapêutico estreito12; (B) quando há suspeita, previamente reportada ao INFARMED, de

intolerância, alergia ou Reação Adversa a um Medicamento (RAM) com a mesma substância ativa12;

(C) continuidade de um tratamento com duração estimada superior a 28 dias. Nas exceções A e B

o farmacêutico apenas pode dispensar o medicamento constante na receita, no entanto na exceção

C, o utente pode optar por um medicamento equivalente, desde que seja de preço inferior12.

Ao longo do meu estágio lidei maioritariamente com a RSP que traz inúmeras vantagens.

Permite acelerar o processo de dispensação permitindo focar a atenção no utente, diminui os erros

na dispensação e facilita muito a vida aos utentes, pricipalmente aos polimedicados, pois apenas

têm que ter uma ou duas folhas de papel ou até mesmo apenas a mensagem no seu telemóvel.

4.3. Validação da prescrição médica

Para a validação de uma receita médica é necessário conhecer os tipos de receita e os seus

componentes. A RSP esta é validada automaticamente, estando toda a informação em formato

digital. A receita eletrónica em papel deve conter12: (1) número da receita e respetivo código de

barras; (2) Identificação do médico prescritor (nome clínico, especialidade, contacto telefónico,

endereço de correio eletrónico, se aplicável, e número da cédula profissional); (3) Local de

prescrição e respetivo código; (4) Dados do utente: nome e número de utente do SNS, número de

beneficiário da entidade financeira responsável, sempre que aplicável e regime especial de

comparticipação de medicamentos, representado pelas letras “R” e “O”, se aplicável. A letra

“R” aplica-se aos utentes pensionistas abrangidos pelo regime especial de comparticipação. A

letra “O” aplica-se aos utentes abrangidos por outro regime especial de comparticipação

identificado por menção ao respetivo diploma legal; (5) Entidade financeira responsável pelo

pagamento da comparticipação da receita; (6) Identificação do medicamento: como indicado acima

esta identificação pode envolver a prescrição por DCI ,prescrição por marca ou titular da AIM e as

justificações técnicas/exceções; (7) Posologia (dose, intervalo de administração) e duração do

tratamento; (8) Comparticipações Especiais: sempre que a prescrição se destine a um utente

abrangido por um regime especial de comparticipação de medicamentos em função da patologia,

além da menção à sigla “O”, é ainda obrigatória, junto ao nome do medicamento, a menção do

despacho que consagra o respetivo regime; (9) Número de embalagens segundo as regras acima

indicadas; (10) Data da prescrição preenchida automaticamente pelo software no formato aaaa-mm-

dd. A verificação da data da prescrição é necessária para determinar a validade da receita no caso

de receita materializada, ou da linha de receita no caso de receita desmaterializada; (11) Validade

da prescrição; (12) Assinatura do prescritor.

Page 24: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 12

Nas receitas manuais o farmacêutico deve verificar os elementos relativos às receitas

eletrónicas e ainda12: (1) A vinheta, data e a assinatura do médico prescritor; (2) A presença, no

local de prescrição, da vinheta do local de prescrição, se aplicável. Nas unidades do SNS, se a

prescrição se destinar a um doente pensionista abrangido pelo regime especial, deverá ser posta a

vinheta de cor verde de identificação da unidade de saúde. Nos consultórios e/ou médicos

particulares, o local deverá estar igualmente identificado, através de carimbo ou inscrição manual;

(3) A presença, no canto superior direito da receita, de uma exceção legal.

Ao longo de todo o estágio fiz a validação de receitas durante o ato de dispensação. A

introdução das RSP veio facilitar imenso este processo pois elas são automaticamente validades

sem erros.

4.4. Medicamentos psicotrópicos e estupefacientes

Os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes podem ser utilizados no tratamento de

várias patologias. No entanto, têm caraterísticas próprias, apresentando o risco de dependência

estando por isso sujeitos a um controlo especial, havendo um regime jurídico próprio aplicável à sua

venda e consumo. O DL n.º 15/93 lista os medicamentos sujeitos a este controlo14. Na FdC o controlo

destes medicamentos é feito em três momentos. Aquando da receção de encomendas eles são

armazenados em local próprio fechado. Nas encomendas da OCP a fatura é acompanhada de uma

requisição de medicamentos psicotrópicos e estupefacientes em duplicado. A UDIFAR envia um

resumo mensal da requisição destes medicamentos. Estas requisições devem ser carimbadas,

assinadas, datadas e enviadas para o armazenista como comprovativo de receção. O documento

original é arquivado na farmácia, permanecendo na mesma durante 3 anos, no mínimo. À sexta-

-feira com a ajuda de um dos Técnicos Auxiliares contava e verificava os psicotrópicos e

estupefacientes, sendo este o segundo momento de controlo. O terceiro momento de controlo é a

dispensação destes medicamentos, sendo que durante o processo é preenchido um formulário com

dados relativos ao utente (nome e morada), ao adquirente (nome, morada, número de identificação

e idade), identificação do médico prescritor e número da receita. A dispensa só é feita mediante

apresentação de um documento de identificação. Após a venda é impresso um comprovativo de

venda (registo de saída) que deve ser guardado na farmácia. Até ao dia 8 do mês seguinte é enviado

para o INFARMED a lista de saíde de psicotrópicos e a cópia das receitas manuais15.

Durante o estágio além de fazer o controlo semanal destes medicamentos, tive ainda a

oportunidade de contactar com eles variadas vezes, como já referi. Fazia, regularmente, a dispensa

de Buprenorfina, para toxicodependentes em recuperação provenientes do CAT.

4.5. Medicamentos genéricos e preços de referência

Segundo o DL nº 176/2006, de 30 de agosto, MG é “um medicamento com a mesma

composição qualitativa e quantitativa em substâncias ativas, a mesma forma farmacêutica e cuja

bioequivalência com o medicamento de referência haja sido demonstrada por estudos de

Page 25: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 13

biodisponibilidade apropriados”10. O MG "deve ser identificado pelo seu nome, seguido da dosagem,

da forma farmacêutica e da sigla «MG», que devem constar do seu acondicionamento secundário10.”

Dentro do sistema de comparticipação existe um subsistema de preços de referência aplicado

quando existem medicamentos genéricos comparticipados. O preço de referência é o valor sobre o

qual incide a comparticipação no preço dos medicamentos incluídos num grupo homogéneo, de

acordo com o escalão ou regime de comparticipação aplicável16-18. O preço de referência

corresponde à média dos cinco PVP mais baixos do grupo homogéneo, sendo revisto

trimestralmente17,18. Quando existe um preço de referência e o médico prescreve ou o doente opta

por um medicamento de preço superior, este terá que pagar um valor que corresponde à diferença

entre o preço do medicamento que optou e o preço de referência17. O farmacêutico, no ato de

dispensa, deve informar o utente sobre a existência de medicamentos homogéneos a preços mais

baixos10,12. As farmácias devem dispor em stock de, no mínimo, três medicamentos homogéneos

que façam parte dos cinco com preço mais baixo. O farmacêutico deve dispensar o de menor preço,

a não ser que o doente exerça o seu direito de opção.

4.6. Sistemas de comparticipação

Quanto ao Regime Geral de Comparticipação de Medicamentos, a comparticipação é

efetuada num regime de escalões: Escalão A – comparticipação de 90%, Escalão B – 69%, Escalão

C – 37% e Escalão D – 15%. O escalão é atribuído tendo em conta a classificação

farmacoterapêutica do medicamento de acordo com a Portaria n.º 195-D/2015, de 30 de

junho12,16,19,20. Existe também um regime especial, aplicado em situações específicas para

determinados beneficiários e patologias ou grupos de utentes12,16,19. Pensionistas com rendimento

total anual que não exceda 14 vezes a retribuição mínima mensal garantida em vigor no ano civil

transato ou 14 vezes o valor do indexante dos apoios sociais vigente, quando este ultrapassar

aquele montante, são abrangidos pelo regime especial. Nestes casos, as receitas têm um “R” junto

aos dados do utente, aumentando a comparticipação em 5% no escalão A e 15% nos outros

escalões12,16. Nos medicamentos com PVP correspondente a um dos cinco preços mais baixos do

grupo homogéneo a comparticipação é de 95%12,16,19. Em determinadas patologias e grupos

especiais de utentes a comparticipação é definida por despachos especiais. São abrangidas

patologias como o lúpus, hemofilia, alzheimer, psoríase, dor oncológica, entre outras. Neste caso o

prescritor deve indicar na receita o diploma correspondente, sendo que em alguns casos esses

diplomas apenas são aplicáveis se prescritos por um médico especialista. Têm, também, um regime

especial os medicamentos manipulados (30% do PVP), produtos para o autocontrolo da Diabetes

Mellitus (DM) (85% das tiras-teste e 100% nas agulhas, seringas e lancetas) e câmaras expansoras

(80% do PVP, não excedendo 28€, e limitado a uma câmara expansora por utente, por ano12,21-23).

4.7. Conferência de receituário e faturação

Nas receitas manuais e eletrónicas em papel nas quais tenha pelo menos um MSRM

comparticipado, após serem aviadas, é impresso, no seu verso, o documento de faturação. Esse

Page 26: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 14

documento contém o DCI, o Código Nacional de Produto (CNP), preço total, a comparticipação e o

valor a pagar pelo utente para cada medicamento. No final tem um espaço para a assinatura do

utente. As receitas são guardadas para posterior validação. O objetivo da conferência do receituário

é que as receitas não contenham erros e a farmácia seja reembolsada com o valor relativo à

comparticipação do medicamento. Na FdC as receitas são organizadas pela entidade

comparticipante, número de lote e número da receita no lote. São formados lotes de trinta unidades.

De seguida, faz-se a verificação das receitas conferindo se a receita tem tudo correto e se a

dispensação foi correta. Se não houver erros, a receita é carimbada, assinada e datada no verso.

Caso exista algum erro este deve ser corrigido, se possível. No final de cada mês é efetuada a

faturação das receitas. Para cada entidade comparticipante é impresso um verbete de identificação

de cada lote. Emite-se ainda, a Relação de Resumos de Lote e a Fatura Final Mensal, documentos

estes que juntamente com o verbete são anexados às receitas de cada plano de comparticipação,

ficando a farmácia com uma cópia de cada documento. As receitas correspondentes ao SNS são

enviadas para o Centro de Conferência de Faturas e as receitas dos outros organismos são

enviadas por correio para a ANF. As receitas enviadas com erros são devolvidas, tendo a farmácia

a possibilidade de rectificar o erro e refacturar, de modo a não perder o dinheiro. A farmácia tem

que emitir uma nota de crédito das receitas devolvidas. Devido ao aumento das RSP, durante o

estágio não corrigi e verifiquei muitas receitas, visto que estas são validadas automaticamente sem

erros. No entanto, auxiliei todos os meses no processo de faturação, na emissão dos verbetes de

identificação, da relação de Resumos de Lote e da Fatura Final para todas as entidades

comparticipantes.

4.8. Medicamentos não sujeitos a receita médica

O DL nº 176/2006, de 30 de agosto, define MNSRM como “qualquer medicamento que não

preencha nenhuma das condições acima referidas para ser considerado MSRM”. Tirando algumas

exceções estes medicamentos não são comparticipáveis10. A automedicação é definida no

Despacho nº 17690/2007, de 23 de julho, como “a utilização de medicamentos não sujeitos a

receita médica de forma responsável, sempre que se destine ao alívio e tratamento de queixas de

saúde passageiras e sem gravidade, com a assistência ou aconselhamento opcional de um

profissional de saúde”24. O aconselhamento farmacêutico assume elevada no importância no

processo de automedicação pois cada vez mais é uma prática descontrolada. Para o

aconselhamento, o farmacêutico deve recolher informação sobre o utente, quanto aos seus

sintomas, duração, entre outros, para então avaliar e decidir se se trata de um problema de saúde

grave necessitando de encaminhamento para o médico ou se é um transtorno menor resolvido

através de um tratamento não farmacológico ou de MNSRM25. No aconselhamento de um MNSRM

o farmacêutico deve informar o utente sobre a sua indicação terapêutica, posologia, contra-

indicações e possíveis efeitos adversos.

Como comecei o estágio no inverno as primeiras situações de aconselhamento de MNSRM

estavam associadas a situações de gripe e constipação. A procura de antigripais (Cêgripe®,

Antigrippine®, IlvicoN®, Griponal®), pastilhas para as dores de garganta (Mebocaina®, Strepfen®,

Page 27: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 15

Strepsils®, Drill®), xaropes para a tosse (Ambroxol, Dextrometorfano, Bisolvon®, Bronchodual®),

assim como analgésicos e antipiréticos (Aspirina®, Trifene®200 e 400, Paracetamol 500 mg) era

muito elevada.

Durante a primavera devido à polinização das plantas mais alérgicas houve um aumento da

procura de anti-histamínicos (Telfast®, Cetix®).

No Verão verificou-se uma elevada procura de cremes para o tratamento de queimaduras

solares (Bepanthene®, Biafine®, Lamicreme®, Caladryl®), picadas de insetos (Fenistil®,

Caladryl®).

Ao longo do estágio também aconselhei, por várias vezes, medicamentos antiácidos

(Proton®, Gaviscon®, Kompensan®), laxantes (Pursennide®, Dulcolax®, Dulcosoft®, Sene) e

antidiarreicos (Imodium Rapid®).

4.9. Medicamentos de uso veterinário

O DL n.º 148/2008, de 29 de julho define medicamento veterinário como “toda a substância,

ou associação de substâncias, apresentada como possuindo propriedades curativas ou preventivas

de doenças em animais ou dos seus sintomas, ou que possa ser utilizada ou administrada no animal

com vista a estabelecer um diagnóstico médico-veterinário ou, exercendo uma ação farmacológica,

imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas”26.

Na FdC um dos lineares na área de atendimento é dedicado a estes produtos, estando ainda

alguns armazenados no back office. Os mais relevantes ao nível das vendas são os

anticoncecionais (Pilusoft® e Megecat®), desparasitantes de uso interno (Paravet® e Drontal®) e

externo (Frontline® e Advantix®). Também, dispensava mensalmente Fortekor® 2,5mg para a

insuficência cardíaca congestiva do cão de uma utente da farmácia.

4.10. Dispositivos médicos

O DL n.º 145/2009, de 17 de junho, define dispostivo médico como “qualquer instrumento,

aparelho, equipamento, software, material ou artigo utilizado isoladamente ou em combinação (...)

cujo principal efeito pretendido no corpo humano não seja alcançado por meios farmacológicos,

imunológicos ou metabólicos (...) destinado pelo fabricante a ser utilizado em seres humanos para

fins de: diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou atenuação de uma doença27".

Os dispositivos médicos são enquadrados em diferentes classes de acordo com potenciais

riscos decorrentes do fabrico e conceção técnica. Existem então, dispositivos médicos de baixo risco

(classe I), médio risco (classe IIa e IIb) e alto risco (classe III), tendo em conta a duração do contacto

com o corpo humano, se é invasivo ou não e qual a parte do corpo afetada pela sua utilização27,28.

Na FdC os dispositivos médicos mais procurados são as tiras e lancetas para o controlo da

glicémia. No entanto, devido à afluência de utentes, com lesões provocadas por acidente de

trabalho, provenientes do Hospital da Irmandade da Lapa há também procura de produtos

ortopédicos, principalmente punhos elásticos, pés elásticos, entre outros. Há ainda alguma procura,

de sacos de urina, seringas, gazes, compressas, algodão e testes de gravidez.

Page 28: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 16

4.11. Produtos cosméticos e de higiene corporal

A confiança nos produtos vendidos nas farmácias assim como a crescente preocupação com

a aparência levou a um aumento das vendas dos produtos cosméticos nas farmácias. O DL n.º

189/2008, de 24 de setembro, define produto coméstico como “qualquer substância ou mistura

destinada a ser posta em contacto com as diversas partes superficiais do corpo humano,

designadamente epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos, ou

com os dentes e as mucosas bucais, com a finalidade de exclusiva ou principalmente os limpar,

perfumar, modificar o seu aspeto, proteger, manter em bom estado ou de corrigir os odores

corporais29”.

Na FdC há dois lineares na área de atendimento ao público dedicados ao produtos

cosméticos e dermofarmácia. Os produtos mais frequentes são os de hidratação durante e após o

banho (Avéne®, Holon®, Uriage®, Bioderma®, A-derma®, La Roche-Posay® Ducray® e Klorane®).

Quanto à higiene íntima destaca-se a marca Lactacyd®. No entanto, os produtos com maior procura

são os de higiene oral, como colutórios (Eludril®), pastas dos dentes (Sensodyne®, Elgydium® e

Paradontax®), escovas dos dentes e produtos para a limpeza e fixação de próteses dentárias

(Corega® e Holon®).

Esta é a área em que tive maior dificuldade no ínicio do estágio, principalmente na área de

cosmética. Tive a oportunidade de fazer diversas formações com várias marcas diferentes o que

me permitiu ter uma maior facilidade nesta área. No entanto, como na cosmética as gamas são

enormes só com prática e estudo me tornei capaz de fazer aconselhamentos adequados.

4.12. Artigos de puericultura e produtos de conforto

Os produtos de puericultura são destinados a promover o desenvolvimento e conforto nos

primeiros anos de vida. Na FdC não existe muita venda destes produtos pois a maioria dos utentes

são idosos, no entanto a farmácia dispõe de chupetas, brinquedos, biberões, papas e artigos de

higiene30.

4.13. Suplementos alimentares

Os suplementos alimentares são “géneros alimentícios que se destinam a complementar

o regime alimentar normal e que constituem fontes concentradas de determinados nutrientes ou

outras substâncias com efeito nutricional ou fisiológico31”. Ao longo do estágio efetuei o

aconselhamento de diversos suplementos de magnésio (MagnesiumOK®) maioritariamente em

idosos que sofriam de cãibras e fadiga física. Há também muita procura por suplementos como Bio-

ritmo® para pessoas que tenham fadiga física e mental. Na FdC não há muita procura de produtos

de emagrecimento, e quandos estes me eram pedidos, eu aconselhava os utentes para a Consulta

de Nutrição existente na farmácia de forma a atingirem os seus objetivos de perda de peso sem

recurso a suplementos.

Page 29: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 17

5. Serviços adicionais

5.1. Determinação de parâmetros bioquímicos

Nos dias de hoje as farmácias têm que ser mais do que apenas locais de dispensa de

medicamentos, por isso desenvolveram-se outros cuidados farmacêuticos. A determinação dos

parâmetro bioquímicos e fisiológicos como o Colesterol Total (CT), PA e glicémia fazem parte do

ato farmacêutico8. Como são um local de fácil acesso as farmácias posicionam-se como local de

eleição dos utentes para a determinação destes parâmetros, permitindo aliviar o fardo sobre o SNS8.

Na FdC existe um gabinete para realizar estes serviços (anexo 1). Na FdC faz-se a determinação

do peso, Índice de Massa Corporal (IMC), Perímetro Abdominal (Pab), PA, teste de gravidez, teste

da cotinina, glicémia capilar, colesterol total e perfil lípidico.

Ao longo do estágio tive oportunidade de realizar os diversos testes com o devido

aconselhamento farmacêutico. Organizei um rastreio do Risco Cardiovascular (RCV) do qual falarei

mais à frente.

5.2. Consulta de nutrição

Desde março de 2017 está disponível na FdC um serviço de consulta de Nutrição. O grupo

Holon contrata e disponibiliza um nutricionista para fazer esse serviço nas farmácias do grupo que

pretendam aderir. Como este serviço iniciou-se durante o meu estágio tive o prazer de auxiliar e ver

a implementação do serviço. O serviço destina-se a todos os utentes da farmácia que queiram

alimentar-se de forma mais saudável, quer queiram perder ou ganhar peso, ou melhorar o controlo

de alguma patologia através da alimentação (por exemplo, DM e deslipidémias). A consulta inicial

tem a duração de 1h. O utente é avaliado através da sua pesagem, IMC, PAb e percentagem de

massa gorda. São ainda caracterizados os seus hábitos de vida, bem como a sua alimentação e

prática de exercício físico. Após a avaliação é planeada uma dieta personalizada de forma a atingir

os objetivos pretendidos. Nas consultas de seguimento, com a duração de meia hora, avalia-se o

progresso do utente e são feitos os ajustes necessários no seu plano alimentar. O feedback recebido

é muito bom sendo que a maioria dos utentes volta após a consulta inicial e tem atingido os seus

objetivos.

5.3. VALORMED

A VALORMED é uma sociedade sem fins lucrativos que resulta da colaboração da indústria

farmacêutica, distribuidores e farmácias de todo o país. Devido à necessidade de proteção

ambiental e aos imensos resíduos produzidos pelos medicamentos, cabe às farmácias sensibilizar

os utentes, incentivando-os a depositar as suas embalagens vazias, medicamentos fora de prazo

ou não utilizados, nos contentores VALORMED existentes na farmácia.

Page 30: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 18

Durante o estágio procedi à recolha e depósito dos medicamentos e ao fecho dos contentores

da VALORMED. Após o fecho e identificação dos contentores estes são recolhidos pelos diferentes

distribuidores que os encaminham para a entidade responsável pela reciclagem e incineração32-34.

6. Experiência pessoal

6.1. Primeira semana de estágio

Iniciei o meu estágio no dia 17 de janeiro, uma terça-feira. De forma a preparar tudo

apresentei-me na farmácia na semana anterior para acertar os detalhes do estágio com a DT. No

dia 17, conheci o resto da equipa da farmácia, que me receberam muito bem e conheci, também, o

espaço físico da farmácia. Nos primeiros dias fiz a receção de encomendas com a supervisão da

Dr.ª Inês Marques e da Dr.ª Vanessa Azevedo. Após a receção das encomendas procedia ao

armazenamento dos produtos com a ajuda do Sr.º Paulo Sousa, que me indicava os locais próprios

de cada produto. Estas foram as minhas primeiras responsabilidades na FdC. Após terminar estas

tarefas, estudava alguns protocolos de atendimento e de aconselhamento de MNSRM, de forma a

ficar mais preparado para o atendimento. No final da primeira semana, após fazer a receção e

armazenamento das encomendas ia para a zona de atendimento observar os atendimentos para

me familiarizar com o balcão.

O fato de ter ido calmamente na primeira semana, e ter tido o acompanhamento e apoio de

todo o pessoal da farmácia foi muito importante na adaptação a este novo ambiente. A amabilidade

e disposição com que me receberam foi fundamental para me sentir bem na farmácia e aprender da

melhor forma.

6.2. Formações

De forma desenvolver as minhas competências em áreas de menor conhecimento participei

em diversas formações indicadas na tabela 2. Os respetivos certificados estão disponíveis no anexo

2.

Tabela 2 - Formações atendidas ao longo do estágio

Data Formação Local Organização Duração

15/03/2017 Deficiência em

Selénio

Hotel Holiday Inn, V.N.

Gaia Pharma Nord 1,5 horas

15/03/2017 Q10: Energia para o

coração

Hotel Holiday Inn, V.N.

Gaia Pharma Nord 1,5 horas

10/04/2017 Gama A-Derma

Pierre Fabre Dermo-

Cosmétique, S.

Mamede Infesta

Pierre Fabre Dermo-

Cosmétique 7,5 horas

Page 31: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 19

12/04/2017 Gama Galénic

Pierre Fabre Dermo-

Cosmétique, S.

Mamede Infesta

Pierre Fabre Dermo-

Cosmétique 4 horas

19/04/2017 Atopia

Pierre Fabre Dermo-

Cosmétique, S.

Mamede Infesta

Pierre Fabre Dermo-

Cosmétique 4 horas

19/04/2017 Acne

Pierre Fabre Dermo-

Cosmétique, S.

Mamede Infesta

Pierre Fabre Dermo-

Cosmétique 3,5 horas

18/05/2017

Comunicação

clínica para

Farmacêuticos

Faculdade de

Farmácia da

Universidade do Porto

Faculdade de

Farmácia da

Universidade do

Porto

7 horas

30/05/2017 Gama Klorane

Pierre Fabre Dermo-

Cosmétique, S.

Mamede Infesta

Pierre Fabre Dermo-

Cosmétique 7,5 horas

06/06/2017 Gama Avène

Pierre Fabre Dermo-

Cosmétique, S.

Mamede Infesta

Pierre Fabre Dermo-

Cosmétique 7,5 horas

07/06/2017 Gama Ducray

Pierre Fabre Dermo-

Cosmétique, S.

Mamede Infesta

Pierre Fabre Dermo-

Cosmétique 7 horas

03/07/2017 ABC Uriage Hotel Mercure Porto

Gaia Uriage 4 horas

6.3. Balanço final

O estágio na FdC fez de mim um melhor profissional de saúde. Faço um balanço totalmente

positivo dos 6 meses lá passados. Cresci profissionalmente mas também do ponto de vista pessoal.

O facto de todos os dias ser apresentado a situações diferentes fez com que aprendesse imenso.

A forma gradual como me foram introduzidas novas tarefas facilitou a minha aprendizagem.

O facto de ter alguma autonomia foi algo que apreciei e procurei sempre ao longo do estágio.

Procurei sempre ter tarefas de maior responsabilidade e ser autónomo nessas tarefas. No entanto,

tive sempre o apoio por parte de toda a equipa, para resolver qualquer problema ou dúvida que me

surgisse. Numa fase inicial, sempre que terminava uma tarefa questionava sobre o que poderia fazer

de seguida.

Sempre que tinha tempo livre aproveitava para colocar questões à Dr.ª Inês Marques e à Dr.ª

Vanessa Azevedo, tendo passado muitas horas a debater com elas o passado, presente e futuro da

farmácia comunitária. Tendo eu um especial interesse pela área de gestão da farmácia, estas

conversas foram muito importantes para me ajudar a perceber o seu negócio e perspetivas futuras.

Page 32: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 20

O atendimento foi, sem dúvida, o ponto alto do meu estágio. O contacto e proximidade com

os utentes torna este trabalho muito gratificante. Poder aplicar os nossos conhecimentos, através

de aconselhamento farmacêutico é muito importante. O contacto com os utentes fez-me perceber a

importância de lhes prestar um bom aconselhamento e seguimento.

O estágio permitiu-me valorizar ainda mais a nossa profissão e perceber a necessidade de

estar sempre atualizado e de melhoria constante.

Page 33: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 21

Parte II – Temas desenvolvidos ao longo do estágio

Projeto I - Rastreio do Risco Cardiovascular

1. Patogénese das doenças cardiovasculares e fisiopatologia da

aterosclerose

As Doenças Cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte no mundo, estimando-

se que em 2015 tenham sido responsáveis por 31% das mortes (17,7 milhões). A maioria das DCV

podem ser prevenidas combatendo os fatores de risco como o consumo de tabaco, obesidade e

alimentação desadequada, falta de atividade física e consumo excessivo de álcool35. Tendo em

conta a mortalidade das doenças cardiovasculares e o elevado número de utentes com problemas

cardiovasculares decidi organizar um rastreio cardiovascular na FdC.

A doença aterosclerótica envolve vários fatores complexos, tendo fatores genéticos,

ambientais, metabólicos, entre outros, um contributo importante para o desenvolvimento da

doença36,37. Na fase inicial da aterosclerose, os leucócitos aderem às células endoteliais da parede

das artérias. Quando sujeitas a estímulos como dislipidémia, hormonas vasoconstritoras

relacionadas com a Hipertensão Arterial (HTA) ou citoquinas pró-inflamatórias devido ao excesso

de tecido adiposo, as células endoteliais aumentam a expressão de moléculas de adesão. Devido

à expressão de citocinas quimiotáticas surge a alteração da permeabilidade das membranas o que

permite a migração dos leucócitos para a túnica íntima. Aí ocorre a maturação dos leucócitos para

macrófagos que irão fagocitar partículas oxidadas de Colesterol das Lipoproteínas de Baixa

Densidade (c-LDL), formando células espumosas37,38. De seguida, células musculares lisas migram

para a túnica íntima e proliferam. Aí ocorre a síntese de macromoléculas da matriz extracelular como

colagénio, elastina e proteoglicanos que vão cobrir a placa de ateroma recém formada. Na placa de

ateroma vão-se acumular diversos materiais que ficam vulneráveis a processos oxidativos

propagando a resposta inflamatória. Aquando da sua morte, as células espumosas acumulam

detritos celulares e lípidos extracelulares. Pode, ainda, haver acumulação de cristais de colesterol

e ocorrer calcificação. Devido à placa de ateroma ocorre a estenose dos vasos sanguíneos, levando

à diminuição do fluxo sanguíneo e isquemia tecidual. As placas de ateroma levam, também, à

formação de trombos que impedem o fluxo sanguíneo37,38. A maioria dos fenómenos de trombose

são devidos à rutura das placas ateroscleróticas, sendo um estímulo para a ativação plaquetária e

produção do fator tecidular (por parte dos macrófagos e células musculares lisas), ativando a

cascata de coagulação. Ocorre a conversão do fibrinogénio em fibrina e a libertação do fator de von

Willebrand por parte das plaquetas ativadas formando pontes entre estas. O inibidor do Ativador do

Plasminogénio Tecidual 1 (PAI-1) inativa a fibrinólise responsável por impedir a acumulação de

trombos. Em doentes com DM, HTA e obesos os níveis de PAI-1 encontram-se aumentados. Todo

este processo contribui para a formação de fenómenos de trombose podendo levar a Acidentes

Vasculares Cerebrais (AVC) ou ataques cardíacos37.

Page 34: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 22

2. Fatores de risco para o desenvolvimento de acidentes cardiovasculares

A melhor forma de combater a DCV é através da prevenção primária diminuíndo os fatores

de risco39. Na DCV os múltiplos fatores de risco interagem entre si, aumentando o risco, por vezes,

de forma exponencial36. A maioria destes fatores podem ser modificados, sendo denominados de

fatores de risco modificáveis40:

• Tabaco: o fumo do tabaco é responsável por cerca de 10% das DCV. Um fumador tem o dobro

do risco de desenvolver DCV. Os químicos presentes no fumo do tabaco podem danificar os vasos

sanguíneos. O risco de desenvolver DCV diminui com a cessação tabágica, sendo necessários

cerca de 15 anos até ao risco associado ao tabaco desaparecer40-42.

• Hábitos sedentários: As pessoas ativas fisicamente têm um risco reduzido de desenvolver DCV.

Pessoas com hábitos sedentários têm um maior risco de mortalidade, de todas as causas. A

prática de atividade física moderada durante 30 minutos por dia pelo menos 5 dias por semana

traz imensos benefícios para saúde, como a redução da PA, o melhor controlo do peso e

diminuição do PAb. Deve-se praticar exercício físico aeróbico como corrida, natação, bicicleta e

também atividades do dia-a-dia como caminhar e subir escadas40-43.

• Obesidade: O excesso de peso contribui para o aumento do risco de desenvolver DCV, DM e

dislipidémias. A distribuição do tecido adiposo tem, também, um papel importante na ocorrência

de DCV. O risco é maior quando há um excesso de tecido adiposo no abdómen. Assim, o PAb nos

homens deverá ser inferior a 94 cm e 80 cm nas mulheres. A obesidade está associada a muitos

outros problemas de saúde como o aumento da PA, da resistência à insulina, do c-LDL e

Triglicerídeos (TG)40-43.

• Dieta: Uma dieta saudável é importante para o controlo da obesidade e dos níveis de colesterol,

diminuindo o risco de DCV. Alimentos ricos em ácidos gordos (ómega 3 e 6) e antioxidantes podem

proteger das DCV. Por outro lado, uma alimentação com excesso de gorduras saturadas e de sal

aumentam o risco40,41.

• Álcool: O consumo moderado de álcool reduz o risco de DCV. No entanto, o consumo excessivo

de álcool contribui para aumentar o risco, danificando o miocárdio e originando batimentos

irregulares. Ainda, contribui para o aumento de peso, aumento dos TG e da PA41.

• HTA: A HTA é a principal causa das DCV. A elevação da PA danifica os vasos, através do aumento

da tensão nas suas paredes, aumentando o risco de DCV. A HTA é uma doença silenciosa

necessitando de um controlo dos valores de PA regular. A redução dos valores de PA está

associada a um menor índice de mortalidade e morbilidade, independente do risco Systematic

Coronary Risk Evaluation (SCORE)38,40-43.

• Hipercolesterolémia: O colesterol é essencial à vida mas, em excesso, pode-se depositar nas

paredes das artérias bloqueando-as. A diminuição dos níveis de colesterol através da adoção de

uma dieta hipolípidica contribui para a diminuição do risco de DCV40-42. O c-LDL está associado a

um maior RCV, havendo algumas desordens genéticas que aumentam os níveis de c-LDL no

plasma aumentando a probabilidade da ocorrência de DCV. O Colesterol das Lipoproteínas de

Alta Densidade (c-HDL) é responsável pelo transporte do colesterol dos tecidos periféricos para o

Page 35: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 23

fígado para ser removido, portanto, níveis elevados de c-HDL estão associadas a um menor risco

CV. Para valores de c-HDL < 40 mg/dl, em homens, e < 45 mg/dl em mulheres o risco de DCV

está aumentado38-43.

• Hipertrigliceridémia: Valores elevados de TG contribuem para o aumento do risco de DCV.

Níveis aumentados de TG estão relacionados com níveis baixos de c-HDL aumentando o risco de

DCV. A redução do consumo de álcool, prática de exercício físico e a perda de peso ajudam a

reduzir os valores dos TG38,41,42.

• DM: Em doentes com DM o risco de DCV está aumentado duas a três vezes. O controlo da

glicémia é essencial para diminuir o risco de desenvolver a doença. Os diabéticos têm, ainda, um

pior prognóstico após acidente CV. 60% das mortes de diabéticos estão associadas a DCV. Os

diabéticos têm uma maior tendência a ter níveis baixos de c-HDL, valores aumentados de c-LDL

e de Colesterol das Lipoproteínas de Muito Baixa Densidade (c-VLDL). Esta alteração de valor

lípidicos é designada dislipidémia diabética e é bastante aterogénica40-43.

Há ainda fatores de risco não modificáveis:

• História familiar: O risco de DCV está aumentado se um parente de primeiro grau teve um

acidente CV antes dos 55 anos (sexo masculino) ou dos 65 anos (sexo feminino)40,41.

• Sexo: Antes da menopausa indivíduos do sexo feminino têm um menor risco de DCV. Após a

menopausa o risco é idêntico para ambos os sexos40,41.

• Idade: A idade aumenta o risco de DCV. Com o envelhecimento, o miocárdio relaxa de forma

menos eficiente após os batimentos, dificultando a contração dos ventrículos e o bombear do

sangue para todos os órgãos40,41.

3. Determinação do risco cardiovascular: o risco SCORE

Risco CV é a probabilidade de uma pessoa ter um acidente CV num determinado período de

tempo36. Para determinação do RCV utiliza-se o sistema SCORE. O SCORE permite determinar o

risco de desenvolver um acidente CV fatal, a dez anos, em utentes assintomáticos, de idade

compreendida entre os 40 e os 65 anos, sem DCV. O risco CV é estratificado em quatro níveis

(anexo 3)36-43:

1) Risco CV muito alto

a) Sem necessidade de avaliação SCORE:

i) Utente com doença CV aterosclerótica documentada, independentemente do território

vascular afetado;

ii) Utente com diabetes tipo 2 ou tipo 1, com um ou mais fatores de risco CV e/ou lesão dos

órgãos alvo (tal como microalbuminúria);

iii) Utente com doença renal crónica grave.

b) Utente com avaliação SCORE igual ou superior a 10%.

2) Risco CV alto

a) Sem necessidade de avaliação SCORE:

i) Utente com fatores de risco vascular isolados, muito elevados, tais como, hipertensão arterial

grave (Grau 3) ou dislipidémia familiar;

Page 36: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 24

ii) Utente com diabetes tipo 2 ou tipo 1, mas sem outros fatores de risco CV ou lesão de órgão

alvo;

iii) Utente com doença renal crónica moderada.

b) Utente com avaliação SCORE igual ou superior a 5% mas inferior a 10%.

3) Risco CV moderado

a) Utente com avaliação SCORE igual ou superior a 1% mas inferior a 5%.

4) Risco CV baixo

a) Utente com avaliação SCORE inferior a 1%.

Nos grupos etários não abrangidos pelo SCORE, procede-se ao cálculo do risco cardiovascular36-

43:

1) Em utentes com mais de 65 anos é atribuído um risco muito alto.

2) Em adultos com idade inferior a 40 anos será realizado a cada 5 anos, salvo indicação clínica

contrária, utilizando uma tabela de risco relativo baseada no SCORE. A tabela de risco relativo

pode ajudar no aconselhamento sobre a necessidade de um esforço intensivo para alterar o

estilo de vida. As tabelas SCORE (anexo 4) baseiam-se no sexo, idade, tabagismo, Pressão

Sistólica (PS) e CT.

O resultado do SCORE deve ser interpretado de um ponto de vista populacional, isto é, um

risco de 7% quer dizer, que por cada 100 utentes na mesma situação, 7 irão falecer de um acidente

CV nos próximos 10 anos36. A intervenção deve-se basear no nível de risco e nos fatores de risco

predominantes em cada indivíduo. Em indíviduos de risco baixo e moderado devem ser

aconselhadas medidas não farmacológicas e modificação do estilo de vida. Para indíviduos com

risco alto ou muito alto devem ser aconselhadas medidas não farmacológicas e modificação do

estilo de vida, mas também será necessário tratamento farmacológico43.

4. Rastreio do risco cardiovascular na FdC

Entre os dias 22 e 31 de maio, a FdC realizou um rastreio do risco CV. O rastreio decorreu

durante as manhãs, em gabinete, mediante marcação prévia. A atividade foi publicitada através de

um cartaz colocado na zona de atendimento e através do convite para participação aos utentes da

farmácia (anexo 5).

Aquando da chegada dos utentes estes eram pesados na balança disponível na área de

atendimento da farmácia e de seguida encaminhados para o gabinete. No gabinete foi-lhes feito um

questionário (anexo 6) onde eram abordados temas como (a) identificação do utente (iniciais do

nome completo, idade e género); (b) patologias diagnosticadas relevantes (HTA, dislipidemia, DM

e DCV prévia); (c) medicação do utente; (d) antecedentes familiares; (e) hábitos tabágicos; (f)

atividade física; (g) hábitos alimentares. Após a resposta ao questionário, era-lhes efetuada a

medição de uma série de parâmetros (a) IMC; (b) PAb; (c) PA; (d) CT; (e) c-LDL; (f) c-HDL; (g) TG;

e calculado o (h) SCORE.

Após o cálculo do SCORE, o seu conceito foi explicado aos utentes. Tendo em conta o

SCORE e os parâmetros com maiores alterações, foi efetuado um aconselhamento personalizado

aos utentes. Este foi o ponto mais importante, pois só com o aconselhamento personalizado e

Page 37: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 25

focado no utente se pode obter ganhos em saúde. No entanto, é também importante, definir

estratégias que reduzam o RCV global e não apenas os fatores isolados. É importante informar o

utente sobre os riscos e motivá-lo a adotar um estilo de vida mais saudável. As medidas mais

comuns foram a cessação tabágica, a prática de exercício físico, controlo do peso e dieta. Alguns

utentes foram encaminhados para a consulta de nutrição.

4.1. Resultados do rastreio do risco cardiovascular

O rastreio contou com a participação de 29 utentes, dos quais 7 eram do sexo masculino e

22 do sexo feminino. A média de idades dos utentes foi de 60,5 anos (anexo 7). Quanto ao IMC e

tendo em conta a norma 017/2013 da Direção Geral de Saúde (DGS), verificou-se que 13 utentes

(45%) apresentavam um IMC normal, 11 estavam em estado de pré-obesidade e 5 eram obesos,

estando 1 inserido na obesidade de classe II44. Em relação ao PAb 13 utentes (45%) tinham um

valor normal, 6 utentes (21%) tinham um PAb aumentado e 10 utentes (34%) estavam com o PAb

muito aumentado, estando em risco de desenvolver complicações metabólicas44. Os resultados dos

testes bioquímicos encontram-se no anexo 8. Para o CT, verificou-se que 20 utentes (69%) estavam

controlados (valores menores que 190 mg/dL) enquanto os restantes 9 utentes (31%) tinham valores

aumentados. Dos 9 utentes não controlados, apenas 2 (22%) não se encontravam a fazer

terapêutica antidislipidémica. Quanto aos valores de c-LDL 16 utentes (55%) apresentavam valores

desejáveis menores que 115 mg/dL. No c-HDL 12 utentes (55%) do sexo feminino apresentavam

valores abaixo do limite recomendável (maior que 45 mg/dL); no sexo masculino 3 utentes (43%)

apresentavam valores abaixo do recomendado ( maior que 40 mg/dL). Nos TG 17 utentes (58%)

apresentavam valores recomendados abaixo dos 150 mg/dL; 4 utentes (14%) apresentavam valores

muito altos e foram aconselhados a repetir o teste na semana seguinte para confirmação. Quanto à

PA (anexo 9) verifica-se um aumento da PS com a idade. Dos 29 utentes, 11 (38%) tinham um

diagnóstio prévio de HTA, sendo que dos 5 desses 11 apresentavam valores não controlados de

PA. Quanto à DM, 8 utentes (28%) apresentavam esta patologia (anexo 10). Aos utentes sem HTA

ou dislipidémia previamente diagnosticada, e que apresentavam valores bioquímicos fora dos

parâmetros recomendados foi aconselhado uma repetição das medições e caso os valores

continuassem aumentados deveriam consultar um médico. As medidas não farmacológicas mais

recomendadas foram a prática do exercício físico e alteração da dieta, desempenhando um papel

fundamental no aconselhamento farmacêutico. Alguns utentes foram também encaminhados para

a consulta de nutrição de forma a terem um maior acompanhamento na alteração da deita e adoção

de um estilo de vida saudável. Alguns aspetos do estilo de vida dos utentes encontram-se no anexo

11. Apenas 5 (17%) dos utentes era fumador e 9 (31%) era ex-fumador (anexo 12). Os fumadores

foram encorajados a deixar de fumar, visto que o consumo do tabaco praticamente duplica o risco

CV. Quanto à prática de exercício físico, verificou-se que apenas 12 (41%) dos utentes praticava

exercício físico regular. Alguns utentes mais idosos, referiam imensas dificuldades para fazer

exercício físico, principalmente por problemas de dores. Relativamente à alimentação, 7 (24%) dos

utentes apresentavam uma alimentação desequilibrada. A esses utentes foi feita uma breve

intervenção ao nível da educação alimentar e aconselhada a consulta de nutrição. Devido à

Page 38: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 26

influência do estilo de vida, ao nível da alimentação, hábitos tabágicos e atividade física e o facto de

serem fatores de risco modificáveis a intervenção incidiu mais nestes temas, promovendo a

educação para a saúde. Os resultados do RCV (anexo 13) mostram que 9 utentes (31%) têm um

risco muito alto, 12 (41%) apresentam um risco moderado e 8 utentes (28%) apresentam um risco

baixo. Os doentes foram aconselhados a mudar alguns hábitos de vida. Os doentes com risco muito

alto foram aconselhados a fazer um seguimento regular através da medição de parâmetros

bioquímicos. Aos utentes com risco moderado e baixo foram aconselhadas medidas não

farmacológicas e voltar a repetir a medição dos parâmetros bioquímicos dentro de 6 meses.

O papel do farmacêutico é fundamental na deteção e controlo dos RCV. A realização deste

tipo de rastreios permite identificar casos que de outra forma poderiam arrastar-se de forma

silenciosa durante muito tempo. É dever do farmacêutico educar a população sobre estes temas

através de medidas não farmacológicas promovendo a saúde da sua comunidade. A promoção da

adesão terapêutica e da toma correta dos medicamentos fazem, também, parte do papel do

farmacêutico. O sucesso da intervenção será avaliado através do seguimento dos utentes e

melhoria dos seus parâmetros bioquímicos.

Projeto II - Durma Melhor

1. O sono

O sono é vital para o ser humano estando diretamente relacionado com o bem-estar físico,

psicológico e social. Dormir bem aumenta a energia e a capacidade de criar novas memórias e

novos padrões de pensamento. Cada indivíduo tem necessidades distintas de sono, que dependem

não só de fatores físicos, como a idade ou alimentação, mas também psicológicos, como a excitação

e o stress emocional45.

Em Portugal tem-se assistido ao aumento do consumo de ansiolíticos, sedativos e hipnóticos,

sendo que este subgrupo de psicofármacos é o que apresenta maior utilização45.

O sono pode ser afetado por vários fatores que se irão manifestar durante o dia, como a

sensação de fadiga, incapacidade de concentração, atenção e memória, cefaleias e alterações do

humor45.

As perturbações do sono são um problema de saúde pública pois causam um impacto

negativo na qualidade de vida dos indivíduos. É importante haver uma intervenção específica, quer

a nível individual, quer a nível da sociedade através de medidas educativas e de promoção da

saúde45.

1.1. Ciclo do sono

O sono normal é divido em non-rapid eye movement (NREM) (movimento dos olhos não-

rápido) e rapid eye movement (REM) (movimento dos olhos rápido). O sono NREM é dividido em

estados progressivamente mais profundos: N1, N2 e N3 (sono profundo ou das ondas delta). À

medida que nos encontramos num estado de sono mais profundo o estímulo necessário para

Page 39: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 27

acordar é maior. O estado R (sono REM) tem um componente tónico e outro fásico. O componente

fásico é estimulado pelo sistema nervoso simpático caraterizando-se por um movimento dos olhos

rápido, contrações musculares e variabilidade respiratória. O sono REM tónico não tem movimento

ocular e é estimulado pelo sistema nervoso parassimpático. A duração do sono REM e o movimento

ocular aumenta ao longo do ciclo do sono46.

Geralmente, acordar transfere o sono para NREM leve. O sono NREM começa nos estados

menos profundos N1 e N2 e vai-se aprofundando para ondas de sono lentas como as ondas delta.

O N3 (sono de ondas lentas) está presente quando as ondas delta perfazem mais de 20%. O sono

NREM é seguido do sono REM, e ocorre 4-5 vezes durante uma noite de sono de 8 horas. O primeiro

período REM da noite pode ter menos de 10 minutos de duração enquanto o último pode durar mais

de 60 minutos. A duração dos ciclos NREM-REM varia de 70-100 minutos no início da noite para

90-120 minutos no fim da noite46.

Geralmente, o sono N3 está mais presente no início da noite, enquanto o sono REM

predomina no último terço da noite46.

1.2. Sono no adulto

O estado N1 é considerado um período de transição entre estar acordado e a dormir. Ele

acontece quando adormecemos, e durante pequenos períodos de alerta durante o sono, e é cerca

de 2-5% do tempo total de sono. O estado N2 ocorre ao longo de toda a noite e representa 45-55%

do sono. O N3 ocorre predominantemente no início da noite e é 5-15% do sono total. O sono REM

representa 20-25% do tempo total de sono e ocorre 4 a 5 vezes por noite47.

1.3. Sono nos bebés

Os bebés são o grupo etário com maior tempo de sono. O seu tempo de sono é dividido em

vários períodos ao longo do dia. Os recém-nascidos dormem cerca de 14 a 16 horas por dia47.

Nos primeiros meses de vida o tempo de sono diminui, e aos 6 meses o sono torna-se

constante durante a noite com pelo menos uma sesta por dia. O sono REM nos bebés representa a

maior parte do sono às custas da diminuição do N3. Até aos 3 meses os bebés transitam de

acordados para sono REM. Após os 3 meses os bebés passam a adormecer diretamente para sono

NREM47.

1.4. Sono no idoso

Nos idosos o tempo passado em N3 diminui e o N2 aumenta em compensação. O tempo para

adormecer aumenta, e o número e duração de períodos de alerta durante o sono aumentam. Isto

aumenta o tempo passado na cama o que leva a queixas de insónias48.

Page 40: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 28

1.5. Fisiologia do sono

O sono é um estado de inconsciência no qual o cérebro está mais reativo a estímulos internos

do que externos. O cérebro torna-se, gradualmente, menos responsivo a estímulos visuais e

auditivos durante o processo de adormecer, o que pode ser considerado como o estado I do sono.

A qualidade do sono é influenciada por fatores homeostáticos e circadianos que determinam o

horário do sono49.

O processo de adormecer é regulado pelo núcleo pré-óptico ventro-lateral (VLPO) do

hipotálamo anterior. Esta área fica ativa durante o sono e utiliza os neurotransmissores inibitórios

GABA e galanina para iniciar o sono inibindo os locais de excitação do cérebro. O núcleo VLPO

pode inibir as regiões do cérebro que promovem o estado de alerta incluindo o núcleo

tuberomamilar, o hipotálamo lateral, o cerúleo, o núcleo dorsal da rafe, o núcleo tegmental

laterodorsal e o núcleo tegmental pedunculopontino. A hipocretina ajuda a estabilizar esta mudança,

e se os neurónios que contêm este neurotransmissor são perdidos pode resultar em narcolepsia50.

A via tuberoinfundibular liga-se ao núcleo intralaminar do tálamo e do córtex cerebral. A

inibição desta via é um passo crítico no processo de adormecer pois resulta numa desconexão

funcional entre o tronco cerebral e tálamo e o córtex. Uma diminuição na transmissão colinérgica no

tálamo ocorre em simultâneo com uma diminuição da responsividade cortical. Além de inibir a

consciência cortical, a via tuberoinfundibular inibe também as transmissões colinérgicas

ascendentes51.

O sono NREM é um estado ativo que é mantido através de oscilações entre o tálamo e o

córtex. Os três principais sistemas oscilatórios são o fuso do sono, oscilações delta e oscilações

corticais lentas. O fuso do sono, marca o estado N2 e é gerado por picos de neurónios GABAérgicos

hiperpolarizadores no núcleo reticular do tálamo. Estes picos inibem a projeção de neurónios

tálamo-corticais. À medida que a desaferentação se espalha as projeções cortico-talámicas para o

tálamo sincronizam. À medida que progride a hiperpolarização dos neurónios reticulares talámicos

são produzidas ondas delta. As oscilações corticais lentas são produzidas na rede neocortical

através de ciclos de hiperpolarizações e despolarizações51.

Embora as funções do sono NREM se mantenham especulativas foram propostas algumas

teorias. Uma teoria propõe que a diminuição do metabolismo facilita a reposição das reservas de

glicogénio. Outra teoria, que utiliza a plasticidade neuronal, sugere que a oscilação entre a

despolarização e hiperpolarização consolida a memória e remove as sinapses em excesso52.

O sono REM é gerado por neurónios colinérgios. Os neurónios presentes no núcleo tegmental

pedunculopontino e no núcleo tegmental laterodorsal (LDT) usam a acetilcolina para provocar uma

dessincronia cortical através do tálamo. A dessincronia cortical é a marca do sono REM no

eletroencefalograma (EEG). Uma outra marca do sono REM no EEG são as ondas em dente de

serra. Os neurónios que param o sono REM são os neurónios do cerúleo e do rafe serotoninérgico.

Estes neurónios usam norepinefrina, serotonia e histamina para parar o sono REM. Durante o sono

REM eles tornam-se inativos. Fármacos como antidepressivos, que aumentam a norepinefrina ou

serotonia podem causar uma supressão do sono REM51,53.

Page 41: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 29

O sono REM é caraterizado por atonia muscular, ativação cortical, dessincronização do EEG

de baixa voltagem e movimento ocular rápido54. O sono REM tem um componente tónico

parassimpático e um componente fásico simpático. A parte fásica do sono REM é caraterizada por

contrações musculares, aumento da variabilidade da FC, dilatação das pupilas e aumento da

frequência respiratória. A atonia muscular está presente em todo o sono REM, exceto durante as

contrações musculares fásicas55.

O movimento ocular rápido é composto por movimentos sacádicos laterais gerados pela

formação reticular paramediana pontina e por movimentos sacádicos verticais gerados pela

formação reticular mesencéfala. A densidade REM é um termo usado para descrever a frequência

por minuto de movimentos oculares.

Durante o sono NREM as necessidades metabólicas cerebrais diminuem. Isto é demonstrado

através de estudos da Tomografia por Emissão de Positrões (PET) do oxigénio, que mostram que

durante o sono NREM, o fluxo sanguíneo no cérebro diminui progressivamente. Estudos PET

demonstram que durante o sono REM o fluxo sanguíneo aumenta no tálamo, e no córtex visual,

motor e sensorial, mantendo-se diminuído nas regiões préfrontal e parietal. O aumento do fluxo

sanguíneo para a região visual primária pode explicar os sonhos lúcidos durante o sono REM,

enquanto que a diminuição do fluxo no córtex préfrontal pode explicar a aceitação de contextos

bizarros durante o sonho56,57.

1.6. Influência do ritmo circadiano no sono

O ritmo circadiano é modulado pelo hipotálamo58. O núcleo supraquiasmático regula o corpo

para um ciclo de aproximadamente 24,2 horas através da exposição à luz59. A luz regula o núcleo

supraquiasmático. O ponto mais baixo do ciclo circadiano é ao ínicio da manhã. O declínio no ritmo

circadiano antes do início da manhã ajuda o cérebro a manter-se adormecido durante a noite para

ter descanso total, prevenindo um acordar precoce. O aumento do ritmo circadiano de manhã facilita

o acordar, e durante o dia, funciona como um contrapeso para a descarga da atividade dos

neurónios. Após o ápice do ritmo circadiano, no final da tarde, o declínio ajuda na iniciação do sono.

Este modelo explica a manutenção de um estado cognitivo estável ao longo do dia.

O ciclo da temperatura corporal também está sob controlo do hipotálamo. Ocorre um aumento

da temperatura ao longo do dia e uma diminuição durante a noite. Os picos de temperatura imitam

o ritmo de sono. Indivíduos que estão mais alertas à noite têm picos de temperatura ao final da

tarde, enquanto indivíduos que estão mais alertas de manhã têm o pico de temperatura no início da

tarde.

A melatonina é, também, modulada pela luz. É secretada em maior quantidade durante a

noite através da glândula pineal. A prolactina, testosterona e a hormona do crescimento também

apresentam um ritmo circadiano com secreção máxima durante a noite60.

Page 42: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 30

1.7. Efeitos da privação do sono

Estudos PET da glucose demonstram que ao fim de 24 horas sem dormir a atividade

metabólica do cérebro diminui significativamente (até 6% para o cérebro e até 11% para as áreas

corticais). Nos humanos, a privação do sono provoca uma descida na temperatura corporal, uma

diminuição na função do sistema imunitário e uma diminuição na libertação de hormona do

crescimento. A privação do sono também aumenta a variabilidade da FC61-63.

Como a função do sono ainda não está totalmente esclarecida, o número de horas totais de

sono necessárias ainda não estão definidas. Alguns indivíduos sentem-se satisfeitos com apenas 3

a 5 horas de sono por noite, enquanto outros necessitam de pelo menos 8 horas de sono por noite.

A privação do sono é definida através de médias de grupo e em termos de dificuldade na realização

de tarefas diurnas.

Com a diminuição do sono são afetadas as tarefas cognitivas mais exigentes. Testes que

requerem velocidade e precisão demonstram uma diminuição considerável da velocidade antes da

precisão começar a falhar64.

O córtex préfrontal e parietal são essenciais para o processo de tomada de decisão, controlo

de impulso, atenção e associação visual e o seu metabolismo está diminuído em indivíduos com

privação de sono levando a uma diminuição de performance57,65.

2. Insónia

A insónia é definida como a dificuldade em iniciar ou manter o sono. A insónia pode, também,

ser um sono insuficiente ou não reparador, e é o distúrbio do sono mais frequente. A insónia afeta

40% da população geral, e 13 a 17% dos casos têm insónia moderada a grave. A prevalência da

insónia aumenta com a idade atingindo mais de 50% em indivíduos com mais de 65 anos. A insónia

por, si só, não é um diagnóstico mas sim uma manifestação de outro problema. É, portanto,

necessário avaliar a sua gravidade, duração, sequelas diurnas e identificar as suas causas, que

podem ser fisiológicas, orgânicas ou psicológicas/psiquiátricas45. Os indivíduos afetados por

insónias experenciam alguns problemas66:

• dificuldade em adormecer;

• ficar deitado acordado por períodos longos durante a noite;

• acordar várias vezes ao longo da noite;

• acordar muito cedo pela manhã e não conseguir voltar a adormecer;

• não se sentir descansado quando acorda;

• dificuldade em fazer uma sesta mesmo sentindo-se cansado;

• sentir-se cansado e irritável durante o dia e ter dificuldade em concentrar-se.

Os indivíduos podem sofrer de episódios periódicos de insónias sem causar problemas sérios

mas para alguns indivíduos pode durar vários meses ou até anos. A insónia persistente tem um

impacto significativo na qualidade de vida, limitando as capacidades do indivíduo durante o dia,

afetando o humor e levando a problemas socias66.

Page 43: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 31

2.1. Causas da insónia

A insónia pode ser causada por vários fatores, incluindo preocupação e stress, algumas

patologias e consumo de álcool e drogas. Por vezes, torna-se difícil identificar uma só causa66.

1) Stress e ansiedade: Alguns indivíduos desenvolvem insónia após um episódio stressante, como

o falecimento de alguém próximo, problemas no trabalho ou problemas financeiros. A insónia

pode continuar muito tempo depois do episódio porque os indivíduos começam a associar o ato

de ir para a cama com estar acordado, levando a que estes desenvolvam ansiedade em relação

ao ato de dormir. Ter mais preocupações, como o trabalho, família ou saúde, também aumenta

o risco de insónia. Estas preocupações fazem com que a mente não pare enquanto o indivíduo

está na cama, o que se pode tornar ainda pior se o indivíduo começa a pensar que não consegue

dormir.

2) Maus hábitos e mau ambiente de sono: Indivíduos que se deitam a horas inconstantes, fazem

sestas durante o dia ou não relaxam antes de ir para a cama têm maiores dificuldades para ter

uma boa noite de sono. Um mau ambiente no quarto também contribui para a insónia, como por

exemplo, ter uma cama desconfortável, ter muita luz ou barulho no quarto, ou temperaturas altas

ou baixas.

3) Estilo de vida: Consumir álcool antes de ir para a cama e consumir certas drogas recreativas

podem afetar o sono, assim como estimulantes como a nicotina e cafeína. À noite, deve-se evitar

consumir estes estimulantes. Alterações aos padrões de sono também contribuem para a

insónia, como por exemplo, trabalhar por turnos ou o jet lag.

4) Problemas mentais: Algumas patologias psiquiátricas podem afetar o padrão de sono:

a) Transtornos de humor: depressão e transtorno bipolar;

b) Transtornos de ansiedade: ansiedade generalizada, síndrome de pânico e stress pós-

traumático;

c) Transtornos psicóticos: esquizofrenia.

5) Outras patologias: Algumas patologias podem causar insónia:

a) Problemas cardíacos: insuficiência cardíaca e angina;

b) Problemas respiratórios: Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e asma;

c) Problemas neurológicos: Doença de Alzheimer e doença de Parkinson;

d) Problemas hormonais: Hipertiroidismo;

e) Problemas musculo-articulares: Artrite;

f) Problemas com os órgão genitais ou urinários: Incontinência urinária e próstata aumentada;

g) Problemas do sono: Ressonar, apneia do sono, síndrome das pernas inquietas, narcolepsia,

terrores noturnos e sonambulismo;

h) Dor crónica.

6) Medicação: Alguns medicamentos podem causar insónia, como por exemplo:

a) alguns antidepressivos;

b) anticonvulsivantes;

c) beta-bloqueadores;

d) medicamentos esteróides;

Page 44: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 32

e) AINEs;

f) medicamentos estimulantes usados para tratamento do Transtorno do Défice de Atenção

com Hiperatividade (TDAH) ou narcolepsia;

g) alguns medicamentos usados para o tratamento da asma, como o Salbutamol, Salmeterol

e Teofilina.

3. Medidas de higiene do sono

A insónia pode muitas vezes ser melhorada através da modificação de hábitos quer durante

o dia, quer durante a noite e pela alteração do ambiente no quarto. Pequenas alterações de rotina

podem levar a uma melhor noite de sono66.

1) Hábitos diurnos:

a) Levantar-se sempre à mesma hora, inclusivé ao fim-de-semana. Manter esta rotina mesmo

sentindo que não dormiu o suficiente;

b) Não fazer sestas;

c) Fazer exercício diariamente, pelo menos durante 30 minutos. No entanto, não fazer exercício

nas 4 horas antes de ir para a cama, pois pode causar dificuldades em adormecer.

2) Hábitos noturnos:

a) Não beber café ou outras bebidas energéticas à noite;

b) Evitar beber álcool e fumar, principalmente antes de ir para a cama;

c) Não comer muito antes de ir para a cama;

d) Ir para a cama apenas quando estiver cansado. Se for necessário, deitar-se mais tarde que o

habitual de forma a não ficar tanto tempo acordado na cama;

e) Não utilizar dispostivos eletrónicos antes de ir para a cama, como televisões, telemóveis, tablets

ou computadores;

f) Criar uma rotina relaxante antes de ir para a cama, como tomar um banho quente, ouvir músca

calma ou beber um copo de leite quente todos os dias. Estas atividades ficarão associadas ao

sono e irão provocar sonolência;

g) Evitar o consumo regular de medicamentos para dormir, mesmo MNSRM. Estes medicamentos

não resolvem o problema principal, podendo mascará-lo e ter efeitos adversos.

h) Não se deitar sentindo-se ansioso em relação à falta de sono. Em vez disso, ir até à sala ou

cozinha e fazer alguma coisa relaxante, como ler ou ouvir música, durante 30 minutos.

i) Evitar olhar para o relógio, pois só provoca maior ansiedade;

j) Fazer uma lista das preocupações e de como as resolver antes de ir para a cama. Isto pode

ajudar a não se preocupar até de manhã.

3) Ambiente no quarto:

a) Evitar a entrada de luz no quarto, se a luz matinal ou das lâmpadas da rua afetam o sono;

b) Manter o quarto a uma temperatura confortável;

c) Usar tampões nos ouvidos se houver barulhos incómodos;

d) Não usar o quarto a não ser para dormir. Evitar ver televisão, fazer chamadas, comer ou

trabalhar na cama;

Page 45: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 33

e) Ter um colchão e uma almofada confortavéis e roupa da cama adequada à altura do ano.

4. Tratamentos para a insónia

Muitas das vezes, a adoção das medidas de higiene do sono pode resolver a insónia. Se,

mesmo assim, a insónia persistir, o utente deve consultar o médico. O médico pode recomendar

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ou prescrever medicamentos para dormir como medida

temporária. Se for possível identificar a causa da insónia, tratar esta causa pode ser o suficiente

para resolver a insónia66.

1) TCC: a TCC tem como objetivo modificar pensamentos prejudiciais e comportamentos que

contribuam para a insónia. É um tratamento eficaz para muitos indivíduos e tem resultados

duradouros. A TCC inclui:

a) terapia de controle de estímulos: tem como objetivo associar o quarto ao sono, e estabelecer

um padrão de sono.

b) terapia de restrição do sono: limita o tempo passado na cama para o tempo realmente

passado a dormir, criando uma pequena privação do sono. O tempo de sono é então

aumentado e o sono melhora.

c) Técnicas de relaxamento: permite reduzir a tensão ou minimizar os pensamentos que

interferem com o sono.

d) Intenção paradoxal: o indivíduo tenta manter-se acordado e evita adormecer. Esta técnica é

usada em indivíduos com dificuldade em adormecer mas não em manter o sono.

e) Terapia de biofeedback: são colocados no corpo do indivíduo sensores ligados a um aparelho

para medir a função corporal, como a tensão muscular e a FC. O aparelho reproduz imagens

ou sons de forma a ajudar o indivíduo a reconhecer quando não se encontra relaxado.

2) Medicação para dormir: Por vezes, são usados medicamentos para ajudar a dormir. Estes

medicamentos são, muitas das vezes, utilizados de forma excessiva. Eles devem ser

considerados:

a) quando a insónia é severa;

b) como tratamento de curto prazo;

c) se a TCC não ajudar.

Esta terapêutica permite resolver a insónia a curto prazo mas pode mascarar os problemas que

a causam. Tem, também, efeitos secundários, como a sonolência na manhã seguinte, e podem

causar dependência. Estes apenas devem ser usados em tratamentos de curto prazo (4

semanas no máximo).

d) MNSRM: Há vários MNSRM disponíveis nas farmácias para o tratamento da insónia. São

normalmente medicamentos anti-histamínicos ( Dormidina®), extratos de plantas ansiolíticos

(Valdispert®, Valeriana) ou Melatonina (Valdispert Noite®). Não é recomendada a toma regular

destes MNSRM. Eles podem causar sonolência no dia seguinte o que pode afetar as tarefas

diárias.

e) Benzodiazepinas (BZ): As BZ são MSRM que reduzem a ansiedade, e promovem a calma,

relaxamento e o sono. São usadas em tratamentos de curto prazo da insónia grave e para o

Page 46: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 34

tratamento da ansiedade. São exemplos de BZ o Diazepam, Lorazepam e o Alprazolam. O

tratamento a longo prazo com BZ não é recomendado pois o seu efeito diminui ao longo do

tempo e provocam dependência. Causam ainda uma série de efeitos secundários:

i) sonolência e tonturas, que podem persistir no dia seguinte;

ii) dificuldade de concentração e de tomada de decisão;

iii) depressão;

iv) sentir-se emocionalmente adormecido;

v) irritabilidade.

f) Hipnóticos não Benzodiazepínicos (Fármacos Z): Os fármacos Z atuam de uma forma

semelhante às BZ. Esta classe inclui o Zolpidem. Assim como nas BZ, não são recomendados

tratamentos a longo prazo pelos mesmos motivos. Os efeitos secundários incluem:

i) sonolência e tonturas, que podem persistir no dia seguinte;

ii) sentir-se doente;

iii) diarreia;

iv) aumento do ressonar e dos problemas respiratórios durante o sono;

v) boca seca;

vi) confusão.

Os Fármacos Z podem causar problemas psiquiátricos, como delírios, pesadelos e

alucinações.

g) Melatonina: Há MNSRM e MSRM (Circadin®) em que o príncipio ativo é a Melatonina. Em

adultos, com idade superior a 55 anos pode ser utilizado o Circadin®. A melatonina é uma

hormona que ocorre naturalmente no corpo humano, e que ajuda a regular o ciclo do sono. O

Circadin® é recomendado por apenas 3 semanas, mas se o tratamento for eficaz pode ser

continuado até 13 semanas. Os principais efeitos secundários do Circadin® são:

i) cefaleias;

ii) sintomas de constipação;

iii) dor de costas;

iv) dor nas articulações.

5. Pittsburgh Sleep Quality Index

O Pittsburgh Sleep Quality Index (anexo 14) é um questionário simples, constituído por 9

perguntas de resposta individual, que avalia a qualidade e os distúrbios do sono no último mês. As

nove perguntas resultam em sete componentes67:

• Componente 1: Qualidade subjetiva do sono;

• Componente 2: Latência;

• Componente 3: Duração;

• Componente 4: Eficiência;

• Componente 5: Distúrbios;

• Componente 6: Uso de medicamentos;

• Componente 7: Disfunção diurna.

Page 47: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 35

Cada um destes 7 componentes é classificado com uma pontuação de 0 a 3, cuja soma

resulta numa classificação global e que se traduz em “boa qualidade do sono” (pontuação menor ou

igual a 5) e “fraca qualidade do sono” (pontuação superior a 5). Esta ferramenta permite medir de

forma quantitativa e estandardizada a qualidade do sono, identificando quem tem um bom sono ou

um mau sono. Não permite estabelecer um diagnóstico clínico, contudo, as respostas às questões

específicas podem guiar a intervenção e a investigação clínica (particularmente a questão que

discrimina os problemas que mais afetaram a qualidade do sono no último mês - pergunta 5).

Adicionalmente, um resultado global superior a 5, isto é, associado a uma fraca qualidade do sono,

indica que a pessoa apresenta dificuldades graves em pelo menos 2 componentes da qualidade do

sono ou dificuldades moderadas em mais do que 3 áreas67.

6. Durma Melhor

No âmbito do Dia Mundial do Sono (17 de março de 2017) realizei um rastreio para avaliar a

qualidade do sono da comunidade da farmácia. O rastreio consistiu na resposta a um questionário

(Pittsburgh Sleep Quality Index) e avaliação do seu resultado, seguido de um aconselhamento

farmacêutico personalizado tendo em conta os componentes mais afetados. Foram, também,

aconselhadas medidas de higiene do sono e entregue um panfleto contendo essas medidas (anexo

15).

Participaram no rastreio 16 utentes, sendo 7 utentes (43,75%) do sexo feminino e 9 (56,25%)

do sexo masculino. A média de idades dos utentes foi de 73,69 anos, tendo participado utentes dos

51 aos 85 anos de idade (anexo 16). A hora média de deitar dos utentes foi às 23:30, indo desde as

19:30 até à 1:00, sendo que a hora mais habitual foi a meia noite. Quanto ao tempo para adormecer,

a média foi de 41 minutos, havendo valores desde os 10 até aos 120 minutos; a resposta mais

habitual foi de 30 minutos, aparecendo 7 vezes (43,75%). A hora média de acordar foi às 7:15,

tomando valores desde as 5:00 até às 9:30, sendo que 10 (62,5%) dos utentes acordavam entre as

6:30 e as 8:00. A média de tempo de sono dormido por noite foi de 6:30, variando desde as 5 até

às 8 horas e meia (anexo 17).

Na componente 1, “avaliação subjetiva do sono”, 10 utentes (62,5%) classificaram a qualidade

do seu sono como “Boa”, e 6 (37,5%) classificaram como “Má”. De referir que nenhum utente

classificou a qualidade do seu sono como “Muito Boa” ou “Muito Má”.

Na componente 2, “latência do sono”, que avalia o tempo necessário parar adormecer, 4

utentes (25%) obtiveram a pontuação 0, o que significa que, demoram 15 ou menos minutos para

adormecer, e que no último mês nunca precisaram de mais de 30 minutos para adormecer. A média

de pontuações foi de 1,6.

Na componente 3, “duração do sono”, 2 utentes (12,5%) referiram dormir mais de 7 horas, 11

utentes (68,75%) referiram dormir entre 6 e 7 horas por noite e 3 utentes (18,75%) dizem dormir

entre 5 e 6 horas. A média de pontuações foi de 1 (6 a 7 horas por noite), indo de encontro à média

obtida de 6 horas e meia.

Na componente 4, a “eficiência do sono” era calculada através do quociente entre o número

de horas dormidas e número de horas passadas na cama. A média de pontuações foi 0,6. Dos

Page 48: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 36

utentes participantes no rastreio, 11 (68,75%) obtiveram pontuação 0, correspondendo a uma

eficiência do sono superior a 85%. De referir que 2 utentes (12,5%) obtiveram a pontuação 3,

correspondendo a uma eficiência do sono inferior a 65%, querendo isto dizer, que menos de 65%

do tempo passado na cama é a dormir.

Na componente 5, “distúrbios do sono” a média de pontuações foi de 1,2. Quase todos os

utentes apresentavam algum tipo de distúrbio sendo que 13 utentes (81,25%) apresentavam a

pontuação 1. O disturbío mais habitual era acordar a meio da noite, sendo que apenas 3 utentes

(18,75%) não acordavam durante a noite. Além disso, também era o distúrbio que tinha mais impacto

na qualidade de sono dos utentes obtendo uma média de 2,2 pontos, sendo que 11 utentes (68,75%)

referiam acordar durante a noite 3 ou mais vezes por semana. Conjuntamente, estava o problema

de ter que se levantar para ir à casa de banho, sendo que 10 dos 11 utentes que acordavam durante

a noite 3 ou mais vezes por semana, referiam também este problema. O problema de ter que se

levantar para ir à casa de banho poderá estar na origem do problema de acordar a meio da noite.

Na componente 6, “uso de medicamentos para dormir” 6 utentes (37,5%) referiram usar 3 ou

mais vezes por semana medicamentos para dormir. Dos restantes, apenas 1 utente referia usar

menos de 1 vez por semana, sendo que os restantes referiam nunca usar medicamentos para

dormir.

Na componente 7, “disfunção diurna” a média de pontuações foi de 0,9. Apenas 1 utente

(6,25%) obteve pontuação 3. Os restantes utentes apresentavam pouca disfunção diurna.

A média das pontuações globais foi de 7,9 o que significa que a média dos nossos utentes

apresenta uma má qualidade de sono. Apenas 4 (25%) utentes obtiveram uma pontuação final igual

ou inferior a 5, correspondendo a uma boa qualidade do sono. As pontuações finais obtidas vão

desde 4 a 15 pontos. Os utentes com má qualidade de sono apresentavam disfunções nos vários

componentes. De salientar, que nos 12 utentes classificados com má qualidade de sono, 6 deles

(50%) classificavam o seu sono como sendo bom.

As respostas às várias perguntas encontram-se disponíveis no anexo 18.

Foi efetuado um aconselhamento baseado nos resultados obtidos (anexo 19) e nos

componentes com maior impacto na qualidade sono dos utentes. Esse aconselhamento baseou-se

sobretudo em medidas não farmacológicas, nomeadamente medidas da higiene do sono. A

alteração dos hábitos poderá ter um grande impacto na qualidade de sono dos utentes permitindo-

lhes obter melhor qualidade de vida. Alguns dos utentes, devido à idade avançada apresentavam

problemas urinários necessitando de se levantar várias vezes por noite para ir à casa de banho,

sendo que nesses casos a intervenção foi um pouco limitada. Nesses casos, foi aconselhado uma

consulta médica de forma a tentar solucionar esse problema causador da má qualidade de sono.

Projeto III - Know your pulse (Conheça a sua pulsação)

1. Ritmo cardíaco

O ritmo cardíaco é determinado por um local pacemaker designado por nodo sinoatrial (NSA)

localizado na parede posterior da aurícula direita junto à veia cava superior. O NSA consiste num

Page 49: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 37

grupo de células especializadas que geram potenciais de ação espontâneos a uma taxa de 100-110

potenciais de ação por minuto. O ritmo intrínseco é fortemente influenciado pelos nervos autónomos

com o nervo vago a dominar sobre o sistema simpático em situação de descanso. O tónus vagal

leva a FC em descanso para 60-80 batidas por minuto (bpm). O ritmo sinusal é de 60-100 bpm. A

FC abaixo deste valor é designada de bradicardia sinusal e acima deste valor é designada por

taquicardia sinusal68.

O ritmo sinusal controla o ritmo das aurículas e dos ventrículos. Os potenciais de ação

gerados pelo NSA espalham-se pelas aurículas, despolarizando os tecidos e causando a contração

da aurícula. De seguida, o impulso passa para os ventrículos através do nodo atrioventricular (NAV).

Os locais de condução especializados no ventrículo conduzem rapidamente a onda despolarizante

através do ventrículo desencadeando a contração ventricular. Por isso, o ritmo cardíaco normal é

controlado pela atividade pacemaker do NSA68.

2. Fibrilhação Auricular (FA)

A Fibrilhação Auricular é uma arritmia. Na FA as aurículas batem de forma irregular. Como

as aurículas controlam o ritmo sinusal do coração, na FA a pulsação torna-se irregular. A FA é a

forma mais comum de arritmia, afetando 4 em cada 100 indivíduos acima dos 65 anos. Quando o

ritmo sinusal está alterado o doente pode não ter qualquer sintoma, por isso, muitas vezes, a FA só

é detetada pelo médico quando observa o doente por outras razões. No entanto, alguns doentes

podem apresentar sintomas como palpitações, respiração ofegante ou dores no peito. Alguns

doentes que desenvolvem FA, podem voltar a ter o ritmo normal após um curto período de tempo.

Outros doentes, podem ter alternância entre um ritmo normal e um ritmo alterado, designando-se

esta situação de FA Paroxística. Existem várias causas diferentes da FA, incluindo doenças

pulmonares como bronquite e pneumonia, doenças cardíacas como HTA, insuficiência cardíaca,

hipertiroidismo ou até excessivo consumo de álcool. No entanto, existem muitas mais causas, e em

alguns doentes parece não existir uma razão concreta69.

A FA aumenta o risco de AVC, pois o ritmo cardíaco irregular leva à estagnação do sangue

podendo levar à formação de um coágulo sanguíneo, que se pode deslocar para os pequenos vasos

sanguíneos do cérebro bloqueando o fluxo de sangue, provocando um AVC69.

Há várias formas de tratar a FA que podem ser formar dois grupos69:

• Alguns doentes necessitam de terapia de controlo de frequência, isto é, usar medicamentos para

diminuir a FC. Podem ser usados bloqueadores beta (por exemplo, Bisoprolol), um bloqueador

dos canais de cálcio ( por exemplo, Odiltiazem) ou a Digoxina.

• Outros doentes necessitam de um controlo do ritmo cardíaco, tentando repor o ritmo sinusal. Esta

técnica designa-se Cardioversão, podendo ser usados medicamentos como a Amiodarona,

Flecainidina ou também, bloqueadores beta. A terapia, pode também, ser feita recorrendo a uma

corrente elétrica no tórax sob anestesia geral.

Page 50: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 38

2.1. Fisiopatologia da Fibrilhação Auricular

Estão descritas três formas de remodelação auricular durante a progressão da FA, podendo

ser elétrica, contráctil ou estrutural70. A remodelação elétrica é consequência de taxas auriculares

elevadas e inclui o encurtamento do período refretário dos miócitos auriculares e a desaceleração

da velocidade de condução auricular71. A remodelação estrutural é caraterizada quer por mudanças

nos miócitos auriculares72,73 no interstício74,75, quer por mudanças na composição da matriz

extracelular e deposição de tecido fibrótico76. As alterações nos miócitos auriculares incluem a perda

de estruturas contrácteis e acumulação de glicogénio no interstício auricular77. As alterações no

insterstício são manifestadas através da deposição de fibras de colagénio em redor dos

cardiomiócitos78. A remodelação contráctil é causada principalmente por uma deficiência na

regulação do cálcio e pode resultar numa disfunção mecânica auricular que pode ser passageira ou

progredir para uma disfunção irreversível. A alteração da contractilidade resulta de alterações na

fisiologia das células e da perda das gap junctions por parte dos miócitos auriculares. Na FA é

também observada a presença de células inflamatórias na aurícula73.

A FA está associada a outras DCV como a insuficiência cardíaca, doença arterial coronária,

cardiopatia valvular, DM e HTA79. O excesso de catecolaminas, stress hemodinâmico, isquemia

auricular, inflamação auricular, stress metabólico e a ativação da cascata neuro-humoral promovem

a FA.

Embora o mecanismo que causa a FA não esteja completamente descoberto, esta doença

requer um evento inicial e um ambiente auricular permissivo. As teorias predominantes são do

Automatic Focus e de multiple wavelets80.

A teoria do Automatic Focus refere que a FA persiste apenas em regiões isoladas do

miocárdio auricular. As veias pulmonares parecem ser o principal local do foco automático, mas há

outros locais de foco em toda a aurícula. O músculo cardíaco nas veias pulmonares tem

propriedades elétricas similares à dos miócitos auriculares. A heterogeneidade da condução elétrica

à volta das veias pulmonares parece promover o aparecimento e manutenção da FA.

A hipótese das multiple wavelets propõe que o fracionamento das ondas que se propagam

pela aurícula resulta em wavelets filhas que se perpetuam. Neste modelo, o número de wavelets é

determinado através do período refratário, a velocidade de condução, e a massa de tecido auricular.

O aumento da massa auricular, a diminuição do período refratário auricular, e o atraso da condução

intra-auricular aumenta o número de wavelets e promove a FA permanente81.

3. Campanha Know Your Pulse

Muitos indivíduos têm o ritmo cardíaco irregular desconhecendo que as suas palpitações ou

falta de ar podem indicar uma arritmia pontencialmente fatal. Estima-se que cerca de metade dos

doentes com FA não estão diagnosticados. Devido ao envelhecimento populacional a população

fica mais predisposta a arritmias, e a prevalência de arritmias potencialmente fatais, especialmente

a FA, tem vindo a aumentar82.

Page 51: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 39

Há uma necessidade crescente de educar a comunidade, envolvendo os profissionais de

saúde de forma a aumentar a sensibilização do público para a FA não diagnosticada.

Adicionalmente, a informação mais atualizada deve estar acessível aos profissionais de saúde

envolvidos para assegurar o tratamento correto. Há muito falta de conhecimento por parte dos

doentes com FA e das suas comunidades, e de como a avaliação do pulso pode identificar

potenciais alterações do ritmo cardíaco. Este cenário demonstra a necessidade de campanhas de

educação e sensibilização para informar o público, doentes, cuidadores e profissionais de saúde

sobre a FA, os seus sintomas, o risco e a necessidade de investigar alterações do ritmo cardíaco82.

A deteção e diagnóstico precoce e o tratamento anticoagulante apropriado é essencial para

prevenir eventos relacionados com a FA, reduzindo o fardo quer para o doente quer para a sua

família82.

A Arrhytmia Alliance tem como objetivo que toda a gente esteja ciente do seu pulso de forma

a conseguirem detetar alguma irregularidade e procurar ajuda médica. A maneira mais simples de

detetar uma arritmia é através da verificação do pulso manualmente. Através da mesa pode-se

detetar um ritmo cardíaco rápido ou instável. A importância da verificação do pulso deve ser

divulgada e deve ser feito quer no consultório médico quer em casa. Os utentes estão conscientes

do seu peso, colesterol e IMC, no entanto, algo tão simples como a FC é muitas vezes

desconhecida, apesar de não ter custos e não necessitar de aparelhos. A Arrhytmia Alliance está

comprometida em assegurar que toda a gente, não importa a idade, aprende a medir a sua

pulsação82.

De forma a abranger o maior número de pessoas pelo mundo inteiro, a Arrhytmia Alliance

desenvolve parcerias com doentes, profissionais de saúde, obras de caridade, agências

governamentais e representantes da indústria farmacêutica de forma a promover o diagnóstico

precoce e o tratamento correto da FA82.

No âmbito do meu estágio, decidi colaborar com esta campanha através da participação na

Heart Rhythm Week entre 5 e 11 de junho. A campanha tinha como objetivos83:

• Aumentar a consciencialização sobre arritmias e educar os cidadãos para que possam avaliar a

sua pulsação em casa;

• Envolver no mínimo 10 países em que os farmacêuticos possam contribuir ativamente nas

iniciativas da Arrhythmia-Alliance (AA)/Atrial Fibrillation Association (AFA) e a International

Pharmacists for Anticoagulation Care Taskforce (iPACT);

• Quantificar a contribuição dos farmacêuticos, no contexto da colaboração interprofissional, para a

identificação de novos casos de arritmias e de FA, e para a instituição da terapêutica

anticoagulante.

De forma a divulgar a iniciativa foi colocado um cartaz no balcão da farmácia (anexo 20). Os

utentes da farmácia com 40 ou mais anos de idade foram convidados a participar nesta iniciativa.

Era critério de exclusão a toma de anticoagulantes orais83.

Para começar era explicado aos utentes em que consistia o projeto, e o que envolvia a sua

participação, nomeadamente83:

• demonstração de como se avalia manualmente a pulsação;

Page 52: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 40

• verificação da pulsação pelo farmacêutico;

• recolha de dados por parte do farmacêutico para avaliar o risco de AVC;

• caso alguma irregularidade fosse detectada, o doente seria encaminhado para o médico, sendo-

lhe entregue um documento escrito.

Se os utentes concordassem em participar era-lhes entregue um consentimento informado para

assinar.

De seguida, eram recolhidos alguns dados sobre os utentes (anexo 21):

• sexo e idade;

• presença de sintomas: palpitações, dispneia, cansaço, dor no peito, tonturas e pulso irregular;

• patologias: hipertensão, insuficiência cardíaca, diabetes, doença arterial periférica;

• ter tido algum dos seguintes: AVC ou acidente isquémico transitório (conhecido como mini

AVC), tromboembolismo, enfarte agudo do miocárdio;

Após um descanso de 5 minutos, era avaliada a pulsação do utente ao mesmo tempo que lhe

era explicado como o fazer em casa. Através do recurso a um pull-out card (anexo 22) o utente ia

acompanhando todos os passos. A avaliação da pulsação foi feita em 4 passos83:

1) Sentar durante 5 minutos para avaliar a pulsação em repouso. Adotar uma posição confortável

e pegar num relógio ou cronómetro com a mão que não está a ser usada;

2) Segurar a mão esquerda ou direita com a palma da mão virada para cima e o cotovelo

ligeiramente dobrado;

3) Com a outra mão, colocar o dedo indicador, médio e anelar no pulso, na zona onde termina o

braço e começa o pulso. Os dedos devem ficar entre o osso e o tendão que liga ao polegar

(anexo 23). Pode mover os dedos ligeiramente até encontrar o local certo em que consegue

sentir a pulsação. Após encontrar o local, manter pressão firme e constante. Esperar alguns

segundos até se habituar ao ritmo.

4) Contar durante 30 segundos e multiplicar por 2 para obter a FC em batimentos por minuto (bpm).

Se o ritmo cardíaco for irregular, deve ser contado durante 1 minuto.

Após a avaliação do pulso era registada a FC e o ritmo cardíaco (regular/irregular). No final era

entregue aos utentes o pull-out card e um folheto informativo explicando o que é a FA.

3.1. Resultados

Participaram na campanha 9 utentes, sendo 3 do sexo masculino e 6 do sexo feminino. A

média de idades dos participantes foi de 63,6 anos (anexo 24).

Relativamente aos sintomas (anexo 25):

• 5 utentes apresentavam palpitações;

• 4 utentes apresentavam dispneia;

• 6 utentes apresentavam cansaço;

• 3 utentes apresentavam dores no peito;

• 5 utentes apresentavam tonturas;

Page 53: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 41

• 1 utente apresentava pulso irregular, sendo que 5 utentes desconheciam se o seu pulso era regular

ou irregular.

Quanto aos antecedentes (anexo 26):

• 5 utentes tinham HTA;

• apenas 1 utente tinha cardiomiopatia;

• 2 utentes tinham DM;

• 2 utentes tinham doença arterial periférica;

• Nenhum dos utentes tinha história de AVC ou de ataque cardíaco.

Após a avaliação do pulso, todos os utentes apresentavam o pulso regular e apenas 1 utente

apresentava a pulsação fora dos valores padrão (60-100 bpm), no entanto o valor obtido de 58 não

é um valor patológico. Na avaliação da pulsação, o utente que afirmou ter o pulso irregular na

resposta ao questionário apresentou uma pulsação regular. A média das pulsações obtida foi de

69,9 bpm (anexo 27).

O facto de todos os utentes apresentarem valores dentro dos limites é positivo. No entanto, o

mais importante da campanha era sensibilizar os utentes para a importância da avaliação da

pulsação e formá-los para o fazerem sozinhos em casa. Apesar de termos tido poucos participantes

na campanha, os utentes que participaram compreenderam a importância de avaliar a pulsação e

ficaram mais capacitados para fazer a sua avaliação em casa.

Page 54: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 42

Parte III – Conclusão reflexiva

Bibliografia

[1] - Grupo Holon: O conceito Holon. Acessível em http://www.grupo-

holon.pt/pt/public/universo_holon [acedido em 24 de julho de 2017]

[2] - INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. Decreto-Lei

n.º 307/2007, de 31 de agosto – Regime Jurídico das Farmácias de Oficina.

[3] - INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. Lei n.º

26/2011, de 16 de junho - Transferência de farmácias (primeira alteração ao Decreto-Lei n.º

307/2007, de 31 de agosto).

[4] - INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. Decreto-Lei

n.º 171/2012, de 1 de agosto - Procede à segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31

de agosto, que estabelece o regime jurídico das farmácias de oficina.

[5] - INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. Lei n.º

16/2013, de 8 de fevereiro - Procede à terceira alteração ao Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de

agosto, que estabelece o regime jurídico das farmácias de oficina.

[6] - INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. Decreto-Lei

n.º 128/2013, de 5 de setembro - Procede à oitava alteração ao Decreto-Lei n. 176/2006, de 30 de

agosto, que estabelece o regime jurídico dos medicamentos de uso humano, à quarta alteração ao

Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de agosto, que estabelece o regime jurídico das farmácias de

oficina, e à primeira alteração ao Decreto -Lei n.º 20/2013, de 14 de fevereiro, transpondo as

Diretivas nos 2009/35/CE, de 23 de abril de 2009,2011/62/UE, de 8 de junho de 2011, e 2012/26/UE,

de 25 de outubro de 2012.

[7] - INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. Decreto-Lei

n.º 109/2014, de 10 de julho - Procede à quinta alteração ao Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de

agosto, que estabelece o regime jurídico das farmácias de oficina.

[8] - Conselho Nacional da Qualidade (2009). Boas Práticas Farmacêuticas para a Farmácia

Comunitária (BPF). 3ª edição. Ordem dos Farmacêuticos, Lisboa.

[9] - Iglésias-Ferreira, P. and H. Santos, Boletim do CIM - Dispensação Clínica de

Medicamentos. Ordem dos Farmacêuticos, Maio/Junho 2009.

[10] - INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., Decreto-Lei

n.º 176/2006, de 30 de Agosto - Estatuto do Medicamento

[11] - INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., Portaria n.º

224/2015, de 27 de julho - Estabelece o regime jurídico a que obedecem as regras de prescrição e

dispensa de medicamentos e produtos de saúde e define as obrigações de informação a prestar

aos utentes.

[12] - INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., Normas

relativas à dispensa de medicamentos e produtos de saúde; versão 4.0. 2015.

Page 55: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 43

[13] - Presidência do Conselho de Ministros e Finanças Gabinete do Secretário de Estado da

Saúde. Despacho n.º 2935-B/2016-Diárioda República, 2.ª série - N.º 39 - 25 de fevereiro de 2016

[14] - INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., Decreto-Lei

n.º 15/93, de 22 de janeiro - Regime jurídicodo tráfico e consumo de estupefacientes e psicotrópicos.

[15] - ANF - Associação Nacional das Farmácias. Circular n.º 0609-2016 - Registo de

psicotrópicos e estupefacientes – envio de relatórios e cópias das receitas manuais digitalizadas, de

9 de março de 2016.

[16] - Ministério da Saúde. Decreto-Lei n.º 48-A/2010, de 13 de Maio - Diário da República, 1.ª

série - N.º 93 - 13 de Maio de 2010.

[17] - INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., Saiba Mais

Sobre - Comparticipação de Medicamentos.2009.

[18] - Ministério da Saúde. Decreto-Lei n.º 97/2015, de 1 de junho - Diário da República, 1.ª série

- N.º 105 - 1 de junho de 2015.

[19] - INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., Decreto-Lei

n.º 106-A/2010, de 1 de Outubro - Adopta medidas mais justas no acesso aos medicamentos,

combate à fraude e ao abuso na comparticipação de medicamentos e de racionalização da política

do medicamento no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e altera os DecretosLeis n.os

176/2006, de 30 de Agosto, 242-B/2006,de 29 de Dezembro, 65/2007, de 14 de Março, e 48-A/2010,

de 13 de Maio

[20] - Ministério da Saúde. Portaria n.º 195-D/2015, de 30 de junho - Diário da República, 1.ª série

- N.º 125 - 30 de junho de 2015.

[21] - INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., Portaria n.º

222/2014, de 4 de novembro - Define o regime de preços e comparticipações a que ficam sujeitos

os reagentes (tiras-teste)para determinação de glicemia, cetonemia e cetonúria e as agulhas,

seringas e lancetas destinadas a pessoas com diabetes.

[22] - Ministério da Saúde. Portaria n.º 246/2015, de 14 de agosto - Diário da República, 1.ª série

- N.º 158 - 14 de agosto de 2015.

[23] - INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., Despacho

n.º 18694/2010, 18 de Novembro - DR, 2.ª série, n.º 242, de 16 de Dezembro de 2010 - Estabelece

as condições de comparticipação de medicamentos manipuladose aprova a respectiva lista.

[24] - INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., Despacho

n.º 17690/2007, de 23 de Julho - DR, 2.ª série, n.º 154, de 10 de Agosto de 2007 - Revoga o anexo

ao despacho n.º 2245/2003, de 16 de Janeiro - lista das situações de automedicação.

[25] - Grupo de Unvestigación en Atención Farmacéutica (2005). IndDáder Guía de Indicación

Farmacéutica, Universidad de Granada.

[26] - Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas. Decreto-Lei n.º

148/2008, de 29 de Julho - Diário da República, 1.ª série - N.º 145 - 29 de Julho de 2008.

[27] - INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., Decreto-Lei

n.º 145/2009, de 17 de Junho - Estabelece as regras a que devem obedecer a investigação, o

fabrico, a comercialização, a entrada em serviço, a vigilância e a publicidade dos dispositivos

Page 56: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 44

médicos e respectivos acessórios e transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º

2007/47/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de Setembro

[28] - INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. Dispositivos

Médicos - Classificação e Fronteiras. Acessível em

http://www.infarmed.pt/web/infarmed/entidades/dispositivos-medicos/classificacao-e-fronteiras

[acedido em 28 de julho de 2017]

[29] - INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., Decreto-Lei

n.º 189/2008, de 24 de Setembro - Estabelece o regime jurídico dos produtos cosméticos e de

higiene corporal, transpondo para a ordem jurídica nacional as Directivas n.os 2007/53/CE, da

Comissão, de 29 de Agosto, 2007/54/CE, da Comissão, de 29 de Agosto, 2007/67/CE, da Comissão,

de 22 de Novembro, 2008/14/CE, da Comissão, de 15 de Fevereiro, e 2008/42/CE, da Comissão,

de 3 de Abril, que alteram a Directiva n.º 76/768/CEE, do Conselho, relativa aos produtos

cosméticos, a fim de adaptar os seus anexos II, III e VI ao progresso técnico

[30] - Ministério da Economia e da Inovação - Decreto-Lei n.º 10/2007, de 18 de Janeiro - Diário

da República, 1.ª série - N.º 13 - 18 de Janeiro de 2007.

[31] - Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas. Decreto-Lei n.º

136/2003, de 28 de junho.

[32] - VALORMED. Quem Somos. Acessível em

http://www.valormed.pt/pt/conteudos/conteudo/id/5 [Acedido em 28 de julho de 2017]

[33] - VALORMED. Papel dos Cidadãos. Acessível em http://www.valormed.pt/ [Acedido em 28

de julho de 2017]

[34] - Ministério da Saúde. Decreto-Lei n.º 366-A/97 - Princípios e normas aplicáveis ao sistema

de gestão de embalagens e resíduos de embalagens. 3.º Suplemento, série I-A, n.º 366, de 20 de

dezembro.

[35] - OMS – Organização Mundial de Saúde. Cardiovascular Diseases. Acessível em

http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs317/en/ [Acedido em 1 de agosto de 2017]

[36] - Direção Geral da Saúde, Norma nº 005/2013 - Avaliação do Risco Cardiovascular SCORE

(Systematic Coronary Risk Evaluation), de 21 de janeiro de 2015.

[37] - Libby, P. and P. Theroux, Pathophysiology of Coronary Artery Disease.Circulation, 2005.

111(25): p. 3481-3488.

[38] - Libby, P., P.M. Ridker, and G.K. Hansson, Progress and challenges in translating the biology

of atherosclerosis.Nature, 2011. 473(7347): p. 317-25.

[39] - Macedo, A. and M.J. Queiroz, [Cardiovascular risk factors - from the mathematical formula

to clinical practice].Acta Med Port, 2002. 15(4): p. 277-80.

[40] - World Heart Federation. Cardiovascular disease risk factors. Acessível em http://www.world-

heart-federation.org/cardiovascular-health/cardiovascular-disease-riskfactors/ [acedido em 1 de

agosto de 2017]

[41] - Preventing Cardiovascular Diseases. Acessível em

http://patient.info/health/preventingcardiovascular-diseases [acedido em 1 de agosto de 2017]

Page 57: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 45

[42] - HEART UK –The Cholesterol Charity (2014). Risk Factors for Cardiovascular Disease

(CVD). Acessível em www.heartuk.org.uk [acedido em 1 de agosto de 2017]

[43] - Piepoli, M.F., et al., 2016 European Guidelines on cardiovascular disease prevention in

clinical practice: The Sixth Joint Task Force of the European Society of Cardiology and Other

Societies on Cardiovascular Disease Prevention in Clinical Practice (constituted by representatives

of 10 societies and by invited experts) Developed withthe special contribution of the European

Association for Cardiovascular Prevention & Rehabilitation (EACPR).Atherosclerosis, 2016. 252: p.

207-274.

[44] - DGS - Direção-Geral da Saúde. Ordem dos Farmacêuticos. Norma 017/2013, de 5 de

dezembro de 2013 - Avaliação Antropométrica no Adulto

[45] - Paixão, E.; Branco, M. J.; Contreiras, T.. Uma observação sobre a prevalência das

perturbações do sono, em Portugal continental - Relatório. Observatório Nacional de Saúde. 2006

[46] - Iber C, Ancoli-Israel S, Chesson AL, Quan SF. The AASM Manual for the Scoring of Sleep

and Associated Events: Rules, Terminology and Technical Specifications. Westchester, IL: American

Academy of Sleep Medicine; 2007.

[47] - Kryger MH, Roth T, Dement WC, eds. Principals and Practice of Sleep Medicine.

Philadelphia, Pa: Saunders; 2005.

[48] - Zdanys KF, Steffens DC. Sleep Disturbances in the Elderly. Psychiatr Clin North Am. 2015

Dec. 38 (4):723-41.

[49] - Siegel JM. Clues to the functions of mammalian sleep. Nature. October 2005.

437(7063):1264-1271.

[50] - Siegal JM, Moore R, Thannickal T, et al. A Brief History of Hypocretin/Orexin and

Narcolepsy. Neuropsychopharmacology. 2001. 25:S14-S20.

[51] - Espana, Rodrigo A, Scammell, Thomas E. Sleep Neurobiology for the Clinician. Sleep. 2004.

27:811-820.

[52] - Chokroverty S. Physiologic changes in sleep. Sleep Disorders Medicine. Boston:

Butterworth-Heinemann; 1999. 95-126.

[53] - Saper CB, Scammell TE, Lu J. Hypothalamic regulation of sleep and circadian

rhythms. Nature. 2005 Oct 27. 437(7063):1257-63.

[54] - Morrison AR. Coming to grips with a "new" state of consciousness: the study of rapid-eye-

movement sleep in the 1960s. J Hist Neurosci. 2013. 22(4):392-407.

[55] - Tobaldini E, Nobili L, Strada S, Casali KR, Braghiroli A, Montano N. Heart rate variability in

normal and pathological sleep. Front Physiol. 2013 Oct 16. 4:294.

[56] - Braun AR, Balkin TJ, Wesenten NJ, et al. Regional cerebral blood flow throughout the sleep-

wake cycle. An H2(15)O PET study. Brain. 1997 Jul. 120 ( Pt 7):1173-97.

[57] - Desseilles M, Dang-Vu T, Schabus M, Sterpenich V, Maquet P, Schwartz S. Nueroimaging

insights into the pathophysiology of sleep disorders. Sleep. June 2008. 31(6):777-94.

[58] - Anderson KN, Catt M, Collerton J, Davies K, von Zglinicki T, Kirkwood TB, et al. Assessment

of sleep and circadian rhythm disorders in the very old: the Newcastle 85+ Cohort Study. Age Ageing.

2013 Oct 11.

Page 58: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 46

[59] - Czeisler CA, Duffy JF, Shanahan TL, Brown EN, Mitchell JF, Rimmer DW, et al. Stability,

precision, and near-24-hour period of the human circadian pacemaker. Science. 1999 Jun 25.

284(5423):2177-81.

[60] - Tosini G, Pozdeyev N, Sakamoto K, et al. The circadian clock system in the mammalian

retina. Bioessays. 2008 Jul. 30(7):624-33.

[61] - Banks S, Dinger DF. Behavioral and Physiological Consequences of Sleep

Restriction. Jounal of Clinical Sleep Medicine. August 2007. 3(5):519-528.

[62] - Bonnet MH, Arand DL. We are chronically sleep deprived. Sleep. 1995 Dec. 18(10):908-11.

[63] - Moldofsky H. Sleep and the immune system. Int J Immunopharmacol. 1995 Aug. 17(8):649-

54.

[64] - Gomes AA, Tavares J, de Azevedo MH. Sleep and Academic Performance in

Undergraduates: A Multi-measure, Multi-predictor Approach. Chronobiol Int. 2011 Nov. 28(9):786-

801.

[65] - Baird AL, Coogan AN, Siddiqui A, Donev RM, Thome J. Adult attention-deficit hyperactivity

disorder is associated with alterations in circadian rhythms at the behavioural, endocrine and

molecular levels. Mol Psychiatry. 2011 Nov 22.

[66] - NHS – National Health System. Insomnia. Acessível em

http://www.nhs.uk/Conditions/Insomnia/Pages/Introduction.aspx [acedido em 4 de agosto de 2017]

[67] - Buysse,D.J., Reynolds,C.F., Monk,T.H., Berman,S.R., & Kupfer,D.J. (1989). The

Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI): A new instrument for psychiatric research and practice.

Psychiatry Research, 28(2), 193-213.

[68] - Normal Heart Rhythm. Acessível em http://www.cvphysiology.com/Arrhythmias/A002

[acedido em 7 de agosto de 2017]

[69] - Fibrilhação Auricular. Acessível em http://www.heartrhythmalliance.org/afa/pt/publicaes

[acedido em 7 de agosto de 2017]

[70] - Allessie M, Ausma J, Schotten U. Electrical, contractile and structural remodeling during

atrial fibrillation. Cardiovasc Res. 2002 May. 54 (2):230-46.

[71] - Pandozi C, Bianconi L, Villani M, et al. Electrophysiological characteristics of the human atria

after cardioversion of persistent atrial fibrillation. Circulation. 1998 Dec 22-29. 98 (25):2860-5.

[72] - Ausma J, Wijffels M, Thone F, Wouters L, Allessie M, Borgers M. Structural changes of atrial

myocardium due to sustained atrial fibrillation in the goat. Circulation. 1997 Nov 4. 96 (9):3157-63.

[73] - Frustaci A, Chimenti C, Bellocci F, Morgante E, Russo MA, Maseri A. Histological substrate

of atrial biopsies in patients with lone atrial fibrillation. Circulation. 1997 Aug 19. 96 (4):1180-4.

[74] - Aldhoon B, Melenovsky V, Peichl P, Kautzner J. New insights into mechanisms of atrial

fibrillation. Physiol Res. 2010. 59 (1):1-12.

[75] - Burstein B, Nattel S. Atrial fibrosis: mechanisms and clinical relevance in atrial fibrillation. J

Am Coll Cardiol. 2008 Feb 26. 51 (8):802-9.

[76] - van Brakel TJ, van der Krieken T, Westra SW, van der Laak JA, Smeets JL, van Swieten

HA. Fibrosis and electrophysiological characteristics of the atrial appendage in patients with atrial

fibrillation and structural heart disease. J Interv Card Electrophysiol. 2013 Nov. 38 (2):85-93.

Page 59: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 47

[77] - Nguyen BL, Fishbein MC, Chen LS, Chen PS, Masroor S. Histopathological substrate for

chronic atrial fibrillation in humans. Heart Rhythm. 2009 Apr. 6 (4):454-60.

[78] - Wu H, Xie J, Li GN, et al. Possible involvement of TGF-β/periostin in fibrosis of right atrial

appendages in patients with atrial fibrillation. Int J Clin Exp Pathol. 2015. 8 (6):6859-69.

[79] - Kannel WB, Wolf PA, Benjamin EJ, Levy D. Prevalence, incidence, prognosis, and

predisposing conditions for atrial fibrillation: population-based estimates. Am J Cardiol. 1998 Oct 16.

82 (8A):2N-9N.

[80] - Ferrari R, Bertini M, Blomstrom-Lundqvist C, et al. An update on atrial fibrillation in 2014:

from pathophysiology to treatment. Int J Cardiol. 2016 Jan 15. 203:22-9.

[81] - Nakao K, Seto S, Ueyama C, et al. Extended distribution of prolonged and fractionated right

atrial electrograms predicts development of chronic atrial fibrillation in patients with idiopathic

paroxysmal atrial fibrillation. J Cardiovasc Electrophysiol. 2002 Oct. 13 (10):996-1002.

[82] - Know your pulse. Acessível em http://www.heartrhythmalliance.org/aa/uk/about-the-

campaign [acedido em 8 de agosto de 2017]

[83] - Costa F. Envolvimento dos Farmacêuticos na Heart Rhythm Week: 5-11Junho. iPACT

Page 60: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 48

Anexos

Anexo 1

Figura 1 - Expositor 1

Figura 2 - Expositor 2 Figura 3 - Balcão de atendimento

Page 61: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 49

Figura 4 - Gabinete para consultas Figura 5 - Armazenamento de produtos

Figura 6 – Local de receção de encomendas

Page 62: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 50

Anexo 2

Figura 7 - Certificado formação "Deficiência em Selénio - uma ameaça silenciosa" e "Q10:energia para o coração"

Figura 8 - Certificado formação "A-Derma"

Page 63: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 51

Figura 9 - Certificado formação "Galénic”

Figura 10 - Certificado formação “Atopia”

Page 64: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 52

Figura 11 - Certificado formação "Acne"

Figura 12 - Certificado formação "Klorane"

Page 65: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 53

Figura 13 - Certificado formação "Avène"

Figura 14 - Certificado formação "Ducray"

Page 66: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 54

Anexo 3

Figura 15 - Estratificação do risco cardiovascular segundo o sistema SCORE

Page 67: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 55

Anexo 4

Figura 16 - Risco Absoluto SCORE

Page 68: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 56

Figura 17 - Risco Relativo SCORE

Page 69: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 57

Anexo 5

Figura 18 - Cartaz "Avaliação do Risco Cardiovascular"

Page 70: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 58

Anexo 6

Figura 19 - Questionário Avaliação do Risco Cardiovascular (1)

Page 71: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 59

Figura 20 -Questionário Avaliação do Risco Cardiovascular (2)

Page 72: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 60

Figura 21 - Questionário Avaliação do Risco Cardiovascular (3)

Page 73: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 61

Figura 22 - Questionário Avaliação do Risco Cardiovascular (4)

Page 74: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 62

Anexo 7

Tabela 3 - Dados gerais e antropométricos dos utentes participantes no rastreio cardiovascular

Dados Gerais Dados Antropométricos

ID Sexo Idade IMC (Kg/m²) PAb (cm)

1 F 19 23 72

2 F 37 20,5 78

3 M 47 25,5 75

4 F 51 26 78

5 F 51 34,5 99

6 F 52 18,5 67

7 M 52 27,5 92

8 F 53 31,5 105

9 F 53 23,7 75

10 M 54 26,5 98

11 F 54 27 93

12 F 57 22 72

13 F 57 23 85

14 F 57 23,2 76

15 M 57 25,5 96

16 F 60 24 85

17 F 62 22,5 80

18 F 64 28,5 100

19 F 65 24,8 90

20 F 65 29 102

21 F 70 25 93

22 F 70 29 108

23 M 72 26 92

24 M 75 30 106

25 F 75 24,7 89

26 F 76 24,5 80

27 M 79 37 120

28 F 84 22,5 85

29 F 86 30 112

Page 75: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 63

Anexo 8

Tabela 4 - Dados bioquímicos dos utentes participantes no rastreio cardiovascular

Dados Bioquímicos

ID PAS (mmHg) PAD (mmHg) CT (mg/dL) c-LDL (mg/dL) c-HDL (mg/dL) TG (mg/dL)

1 118 79 171 88 64 98

2 109 63 156 42 613

3 121 85 163 105 34 121

4 104 70 158 87 42 139

5 118 81 174 117 36 106

6 119 80 164 87 31 230

7 121 85 140 94 31 76

8 137 93 206 139 40 136

9 104 61 233 145 48 200

10 108 77 187 113 45 146

11 125 75 169 44 476

12 102 71 166 103 45 93

13 122 81 184 115 39 152

14 106 57 205 118 59 140

15 147 100 189 123 49 87

16 105 66 220 138 63 99

17 106 69 202 108 48 233

18 147 87 197 135 42 101

19 116 64 127 48 40 199

20 168 94 214 123 69 113

21 111 67 156 93 40 119

22 127 87 222 47 533

23 131 86 182 112 26 221

24 113 65 135 66 43 133

25 124 67 185 114 42 149

26 137 75 269 150 50 349

27 108 61 123 48 40 179

28 147 85 155 72 57 132

29 157 93 120 47 33 202

Page 76: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 64

Anexo 9

Figura 23 - Média dos valores de Pressão Sistólica e Diastólica, para os diferentes grupos de utentes, divididos consoante a idade

0

20

40

60

80

100

120

140

Até aos 55 anos Entre os 55 e 64 anos Mais de 64 anos

Pre

ssão

(m

mH

g)

Idade (anos)

Pressão Arterial

PD PS

Page 77: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 65

Anexo 10

Tabela 5 - História clínica dos utentes participantes no rastreio cardiovascular

Diagnóstio prévio

ID Hipertensão Dislipidémia Diabetes Mellitus

1 N N N

2 N N N

3 N N N

4 N N N

5 S N N

6 N N N

7 S S N

8 N N N

9 S S N

10 N S S

11 N N N

12 N S N

13 N S N

14 N N N

15 S N N

16 N N N

17 S S N

18 S S S

19 S N S

20 S S S

21 N S N

22 S S N

23 N N N

24 N N S

25 N S N

26 N S S

27 S N S

28 N S S

29 S S N

Page 78: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 66

Anexo 11

Tabela 6 - Dados relativos ao estilo de vida dos utentes participantes no rastreio cardiovascular

Estilo de vida

ID Hábitos tabágicos Exercício físico Hábitos alimentares

1 Não fumador Não pratica Alimentação equilibrada

2 Não fumador Não pratica Alimentação equilibrada

3 Ex-fumador Pratica Alimentação equilibrada

4 Não fumador Não pratica Alimentação equilibrada

5 Ex-fumador Pratica Alimentação desequilibrada

6 Fumador Não pratica Alimentação desequilibrada

7 Não fumador Pratica Alimentação equilibrada

8 Fumador Pratica Alimentação equilibrada

9 Não fumador Não pratica Alimentação desequilibrada

10 Não fumador Não pratica Alimentação equilibrada

11 Ex-fumador Pratica Alimentação equilibrada

12 Fumador Pratica Alimentação equilibrada

13 Fumador Não pratica Alimentação desequilibrada

14 Não fumador Pratica Alimentação equilibrada

15 Ex-fumador Pratica Alimentação desequilibrada

16 Não fumador Pratica Alimentação equilibrada

17 Não fumador Não pratica Alimentação equilibrada

18 Ex-fumador Não pratica Alimentação equilibrada

19 Fumador Não pratica Alimentação desequilibrada

20 Ex-fumador Não pratica Alimentação desequilibrada

21 Não fumador Não pratica Alimentação equilibrada

22 Ex-fumador Não pratica Alimentação equilibrada

23 Ex-fumador Não pratica Alimentação equilibrada

24 Não fumador Pratica Alimentação equilibrada

25 Não fumador Pratica Alimentação equilibrada

26 Não fumador Não pratica Alimentação equilibrada

27 Ex-fumador Pratica Alimentação equilibrada

28 Não fumador Não pratica Alimentação equilibrada

29 Não fumador Não pratica Alimentação equilibrada

Page 79: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 67

Anexo 12

Figura 24 - Hábitos tabágicos dos utentes

5

15

9

Hábitos tabágicos

Fumador Não Fumador Ex-fumador

Page 80: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 68

Anexo 13

Tabela 7 - Resultados SCORE

ID SCORE

1 1% risco relativo

2 0% baixo

3 0% baixo

4 0% baixo

5 0% baixo

6 0% baixo

7 1% moderado

8 0% baixo

9 1% moderado

10 1% moderado

11 1% moderado

12 1% moderado

13 0% baixo

14 0% baixo

15 2% moderado

16 1% moderado

17 1% moderado

18 1% moderado

19 3% moderado

20 4% moderado

21 > 65 anos muito alto

22 > 65 anos muito alto

23 > 65 anos muito alto

24 > 65 anos muito alto

25 > 65 anos muito alto

26 > 65 anos muito alto

27 > 65 anos muito alto

28 > 65 anos muito alto

29 > 65 anos muito alto

Page 81: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 69

Anexo 14

Figura 25 - Pittsburgh Sleep Quality Index (1)

Page 82: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 70

Figura 26 - Pittsburgh Sleep Quality Index (2)

Page 83: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 71

Anexo 15

Figura 27 - Panfleto de medidas de higiene do sono

Page 84: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 72

Anexo 16

Tabela 8 - Dados antropométricos dos utentes participantes no projeto "Durma melhor"

Dados antropométricos

ID Idade Sexo

1 55 M

2 71 M

3 51 M

4 71 F

5 85 F

6 83 M

7 78 M

8 77 F

9 76 M

10 67 F

11 83 F

12 74 F

13 79 M

14 81 F

15 72 M

16 76 M

Page 85: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 73

Anexo 17

Tabela 9 - Hábitos de sono dos utentes participantes no projeto “Durma melhor”

Hábitos de sono

ID Hora de deitar Tempo para adormecer Hora de acordar Tempo de sono

1 01:00 2 MINUTOS 06:00 05:30

2 00:45 15 MINUTOS 08:15 06:30

3 00:00 10 MINUTOS 09:30 07:30

4 00:30 10 MINUTOS 06:30 08:30

5 01:00 30 MINUTOS 08:00 09:30

6 00:00 30 MINUTOS 07:00 10:30

7 00:45 20 MINUTOS 07:45 11:30

8 00:00 60 MINUTOS 07:00 12:30

9 21:30 120 MINUTOS 06:00 13:30

10 23:00 30 MINUTOS 07:15 14:30

11 21:30 120 MINUTOS 05:00 15:30

12 00:00 30 MINUTOS 08:00 16:30

13 19:30 90 MINUTOS 06:30 17:30

14 00:00 30 MINUTOS 07:00 18:30

15 00:00 30 MINUTOS 07:00 19:30

16 23:00 30 MINUTOS 09:00 20:30

Page 86: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 74

Anexo 18

Tabela 10 - Respostas ao Pittsburgh Sleep Quality Index (1)

ID Mais de 30 min. p/

adormecer Acordar a meio da

noite Levantar p/ ir à casa de banho

Dificuldade p/ respirar

1 Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0)

2 Nenhuma vez (0) Menos de 1 vez por

semana(1) Menos de 1 vez por

semana(1) Nenhuma vez (0)

3 Nenhuma vez (0) 3 ou mais vezes por

semana (3) 3 ou mais vezes por

semana (3) Nenhuma vez (0)

4 Nenhuma vez (0) Menos de 1 vez por

semana(1) Menos de 1 vez por

semana(1) Menos de 1 vez por

semana(1)

5 Nenhuma vez (0) 3 ou mais vezes por

semana (3) 3 ou mais vezes por

semana (3) Nenhuma vez (0)

6 1 a 2 vezes por

semana (2) 3 ou mais vezes por

semana (3) 3 ou mais vezes por

semana (3) Nenhuma vez (0)

7 1 a 2 vezes por

semana (2) 3 ou mais vezes por

semana (3) 3 ou mais vezes por

semana (3) 3 ou mais vezes por

semana (3)

8 3 ou mais vezes por

semana (3) Nenhuma vez (0) Menos de 1 vez por

semana(1) Nenhuma vez (0)

9 3 ou mais vezes por

semana (3) 3 ou mais vezes por

semana (3) 3 ou mais vezes por

semana (3) Nenhuma vez (0)

10 Menos de 1 vez por

semana(1) 3 ou mais vezes por

semana (3) 3 ou mais vezes por

semana (3) Nenhuma vez (0)

11 3 ou mais vezes por

semana (3) 3 ou mais vezes por

semana (3) 3 ou mais vezes por

semana (3) Nenhuma vez (0)

12 1 a 2 vezes por

semana (2) 3 ou mais vezes por

semana (3) 3 ou mais vezes por

semana (3) Nenhuma vez (0)

13 3 ou mais vezes por

semana (3) 3 ou mais vezes por

semana (3) 3 ou mais vezes por

semana (3) Nenhuma vez (0)

14 Menos de 1 vez por

semana(1) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0)

15 1 a 2 vezes por

semana (2) 3 ou mais vezes por

semana (3) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0)

16 1 a 2 vezes por

semana (2) 3 ou mais vezes por

semana (3) 3 ou mais vezes por

semana (3) Nenhuma vez (0)

Page 87: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 75

Tabela 11 - Respostas ao Pittsburgh Sleep Quality Index (2)

ID Tossir ou ressonar Ter frio Ter calor Pesadelos

1 3 ou mais vezes por

semana (3) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0)

2 Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0)

3 3 ou mais vezes por

semana (3) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0)

4 1 a 2 vezes por

semana (2) 1 a 2 vezes por

semana (2) Menos de 1 vez por

semana(1) Menos de 1 vez por semana(1)

5 Menos de 1 vez por

semana(1) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0)

6 Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Menos de 1 vez por semana(1)

7 Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) 1 a 2 vezes por

semana (2)

8 Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Menos de 1 vez por

semana(1) Nenhuma vez (0)

9 Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0)

10 Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) 1 a 2 vezes por

semana (2) Nenhuma vez (0)

11 Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) 1 a 2 vezes por

semana (2)

12 Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Menos de 1 vez por

semana(1) Nenhuma vez (0)

13 Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) 1 a 2 vezes por

semana (2)

14 Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Menos de 1 vez por semana(1)

15 Menos de 1 vez por

semana(1) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Menos de 1 vez por semana(1)

16 Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0)

Page 88: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 76

Tabela 12 - Respostas ao Pittsburgh Sleep Quality Index (3)

ID Dores Qualidade do sono

Uso de medicamentos p/

dormir Dificuldade p/

manter-se acordado Indisposição

diurna

1 Nenhuma vez (0) Boa (1) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma

indisposição (0)

2 Nenhuma vez (0) Boa (1) 3 ou mais vezes por

semana (3) Menos de 1 vez por

semana(1) Indisposição pequena (1)

3 Nenhuma vez (0) Boa (1) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Indisposição moderada (2)

4 Menos de 1 vez por semana(1) Boa (1)

3 ou mais vezes por semana (3)

Menos de 1 vez por semana(1)

Indisposição moderada (2)

5 Nenhuma vez (0) Boa (1) 3 ou mais vezes por

semana (3) Menos de 1 vez por

semana(1) Nenhuma

indisposição (0)

6 Nenhuma vez (0) Boa (1) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma

indisposição (0)

7 Nenhuma vez (0) Má (2) Nenhuma vez (0) 3 ou mais vezes por

semana (3) Nenhuma

indisposição (0)

8 Nenhuma vez (0) Boa (1) 3 ou mais vezes por

semana (3) Menos de 1 vez por

semana(1) Nenhuma

indisposição (0)

9 Nenhuma vez (0) Má (2) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Indisposição pequena (1)

10 Nenhuma vez (0) Boa (1) Nenhuma vez (0) Menos de 1 vez por

semana(1) Nenhuma

indisposição (0)

11 Nenhuma vez (0) Má (2) 3 ou mais vezes por

semana (3) Nenhuma vez (0) Nenhuma

indisposição (0)

12 3 ou mais vezes por semana (3) Má (2)

3 ou mais vezes por semana (3) Nenhuma vez (0)

Muita indisposição (3)

13 Nenhuma vez (0) Má (2) Menos de 1 vez por

semana(1) 3 ou mais vezes por

semana (3) Muita

indisposição (3)

14 1 a 2 vezes por

semana (2) Boa (1) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma

indisposição (0)

15 3 ou mais vezes por semana (3) Má (2) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0)

Nenhuma indisposição (0)

16 1 a 2 vezes por

semana (2) Boa (1) Nenhuma vez (0) Nenhuma vez (0) Nenhuma

indisposição (0)

Page 89: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 77

Anexo 19

Tabela 13 - Resultados do Pittsburgh Sleep Quality Index

Pontuações obtidas

ID C. 1 C. 2 C. 3 C. 4 C. 5 C. 6 C. 7 Pont.

Global

1 1 0 2 0 1 0 0 4

2 1 0 0 0 1 3 1 6

3 1 0 0 0 1 0 1 3

4 1 0 2 0 1 3 2 9

5 1 1 1 0 1 3 1 8

6 1 2 1 0 1 0 0 5

7 2 2 1 0 2 0 2 8

8 1 3 1 0 1 3 1 10

9 2 3 1 1 1 0 1 9

10 1 1 1 1 1 0 1 6

11 2 3 2 3 2 3 0 15

12 2 2 1 0 2 3 2 12

13 2 3 1 3 1 1 3 14

14 1 1 1 0 1 0 0 4

15 2 2 1 0 1 0 0 6

16 1 2 1 2 1 0 0 7

Page 90: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 78

Anexo 20

Figura 28 - Cartaz "Know your pulse"

Page 91: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 79

Anexo 21

Figura 29 - Questionário "Know your pulse" (1)

Page 92: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 80

Figura 30 - Questionário "Know your pulse" (2)

Page 93: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 81

Anexo 22

Figura 31 - “Pull-out card” (1)

Page 94: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 82

Figura 32 - “Pull-out card” (2)

Page 95: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 83

Anexo 23

Figura 33 - Técnica para avaliação da pulsação

Page 96: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 84

Anexo 24

Tabela 14 - Dados antropométricos dos utentes participantes no programa "Know your pulse"

Dados antropométricos

ID Sexo Idade

1 F 71

2 F 76

3 F 56

4 F 71

5 M 61

6 M 42

7 M 52

8 F 78

9 F 65

Page 97: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 85

Anexo 25

Tabela 15 - Sintomas dos utentes participantes no programa “Know your pulse”

Sintomas

ID Palpitações Dispneia Cansaço Dor no peito Tonturas Pulso irregular

1 Sim Não Sim Não Sim Não

2 Sim Sim Sim Sim Sim Não sabe

3 Sim Sim Não Sim Sim Não sabe

4 Não Não Sim Sim Não Não sabe

5 Não Não Não Não Não Não sabe

6 Não Não Sim Não Sim Não

7 Não Sim Sim Não Não Não sabe

8 Sim Não Não Não Não Não

9 Sim Sim Sim Não Sim Sim

Page 98: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 86

Anexo 26

Tabela 16 - Antecedentes dos utentes participantes no projeto “Know your pulse”

Antecedentes ID HTA Miocardiopatia DM Doença arterial periférica AVC Ataque cardíaco

1 Sim Não Não Não Não Não

2 Sim Sim Não Não Não Não

3 Não Não Não Não Não Não

4 Sim Não Não Não Não Não

5 Não Não Sim Não Não Não

6 Não Não Não Não Não Não

7 Não Não Não Não Não Não

8 Sim Não Não Sim Não Não

9 Sim Não Sim Sim Não Não

Page 99: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas

Relatório de Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária – Farmácia do Campo

Miguel José Reis Simões 87

Anexo 27

Tabela 17 - Resultados da avaliação da pulsação

Resultados

ID Ritmo cardíaco Pulsação

1 Regular 58

2 Regular 69

3 Regular 64

4 Regular 65

5 Regular 82

6 Regular 63

7 Regular 72

8 Regular 74

9 Regular 82

Page 100: ((67È*,2 REL A 7Ï5,2 - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · Resumo Durante o estágio ... serviços nas farmácias como a medição dos parâmetros bioquímicos e as consultas