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III Congreso Iberoamericano Virtual de Acuicultura 390 Comunicación Científica CIVA 2004 (http://www.civa2004.org), 390-404 Alimentação natural em cultivos de girinos de Rã Touro (Rana catesbeiana Shaw, 1802) Zuleika Beiruth, Claudia Maris, Nilza Nunes Felizardo, Fabiana Claro de Faria Instituto de Pesca, APTA, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (Brasil) Resumo A ranicultura é uma boa opção para complementar a renda familiar e a oferta de alimento protéico, exigindo espaço e investimentos reduzidos e apresentando elevada produtividade. Este estudo avalia a disponibilidade e utilização de alimentos naturais pelos girinos da rã-touro (Rana catesbeiana), discutindo a possibilidade de melhorar a produção e utilização destes recursos e diminuir os custos financeiro e ambiental do cultivo. Foram analisados o crescimento e a ingestão de algas do perifíton por girinos de cultivos sombreados, verificando-se que estes ambientes são desfavoráveis ao crescimento de algas palatáveis. A análise dos isótopos estáveis de C e N mostrou assimilação significativa de algas do perifíton por girinos cultivados em tanques-rede iluminados. Conclui-se que é possível melhorar as condições de cultivo, aumentando-se a oferta de alimento natural. O cultivo em tanques rede, em locais iluminados é promissor, havendo necessidade de estudos adicionais para aprimorar esta técnica de manejo. Summary Natural feeding in Frog culture (Rana catesbeiana Shaw, 1802) The frog culture is a good choice to increase familiar incomes and the offer of protein, demanding little space and presenting good productivity. This research aims to contribute to the knowledge about the natural food resources availability and use in tadpole (Rana catesbeiana) culture ponds, in order to improve its production and use, decreasing cost and environmental impacts. Gut contents tadpoles from shadowed ponds were analyzed showing that those environments are favorable only to unpalatable algae. A test was carried out in illuminated ponds, were the tadpoles assimilated considerable amount of periphyton algae, as shown by stables isotopes analysis. Those results allow concluding that increasing the natural food availability is a promising technique to improve culture conditions in illuminated net ponds; even so additional research is needed to improve this kind of management. Introdução Rana catesbeiana (Shaw, 1802) a rã-touro gigante, atinge 16 a 22 cm e peso médio de 1.75 kg. Nativa dos EUA, foi introduzida no Brasil na década de 30 (1), adaptando-se às condições geológicas e climáticas, chegando a superar o desempenho apresentado em seu país de origem (EUA: metamorfose 8 meses a 3 anos; 2.5 anos - maturidade sexual; Brasil: metamorfose entre 3 meses e 1 ano; 7 meses a 2 anos - maturidade sexual, e peso médio comercial de 7 a 12 meses em média) (2 y 3). Sob temperaturas elevadas (23 a 28ºC), o girino atinge a fase de imago, com 3 a 4 g em 2 a 3 meses; o metabolismo acelera-se, o apetite aumenta e o animal ganha peso, apresentando rápido desenvolvimento. O acasalamento ocorre na primavera e verão no sul e sudeste do Brasil (2), e no norte e nordeste durante o ano todo, com a primeira desova em menos de um ano de idade. Na primeira postura, os reprodutores pesam de 250 a 300 g e produzem cerca de 3 000 ovos, na segunda duplicam o número de ovos e no ano seguinte a tendência é colocar mais ovos. Estas rãs vivem até 16 anos e sua fase reprodutiva situa-se entre 1 a 6 anos. O abate ocorre quando atingem 12 a 13 cm e 150 a 200 g. No Brasil a ranicultura desenvolve-se como atividade zootécnica desde 1935, quando foi implantado o primeiro ranário no Rio de Janeiro, a partir de matrizes trazidas do Canadá (4). Em escala comercial é uma atividade recente (5) cujo sucesso deve-se à sobrevivência elevada na fase entre ovo e metamorfose - acima de 90% (6). Esta espécie é utilizada como alimento e animal de laboratório para estudos de fisiologia, neurologia e toxicologia. Outras partes do corpo do animal como a pele e cabeça podem ser aproveitas (3). O declínio de ranídeos nativos após a introdução desta espécie sugere a possibilidade de associações negativas (7 e 8) e assim, sua dispersão para o ambiente natural deve ser evitada.

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Page 1: 65 CIVA2004 Alimentação Natural rã touro

III Congreso Iberoamericano Virtual de Acuicultura 390

Comunicación Científica CIVA 2004 (http://www.civa2004.org), 390-404

Alimentação natural em cultivos de girinos de Rã Touro (Rana catesbeiana Shaw, 1802)

Zuleika Beiruth, Claudia Maris, Nilza Nunes Felizardo, Fabiana Claro de Faria Instituto de Pesca, APTA, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (Brasil)

Resumo

A ranicultura é uma boa opção para complementar a renda familiar e a oferta de alimento protéico, exigindo espaço e investimentos reduzidos e apresentando elevada produtividade. Este estudo avalia a disponibilidade e utilização de alimentos naturais pelos girinos da rã-touro (Rana catesbeiana), discutindo a possibilidade de melhorar a produção e utilização destes recursos e diminuir os custos financeiro e ambiental do cultivo. Foram analisados o crescimento e a ingestão de algas do perifíton por girinos de cultivos sombreados, verificando-se que estes ambientes são desfavoráveis ao crescimento de algas palatáveis. A análise dos isótopos estáveis de C e N mostrou assimilação significativa de algas do perifíton por girinos cultivados em tanques-rede iluminados. Conclui-se que é possível melhorar as condições de cultivo, aumentando-se a oferta de alimento natural. O cultivo em tanques rede, em locais iluminados é promissor, havendo necessidade de estudos adicionais para aprimorar esta técnica de manejo.

Summary

Natural feeding in Frog culture (Rana catesbeiana Shaw, 1802)

The frog culture is a good choice to increase familiar incomes and the offer of protein, demanding little space and presenting good productivity. This research aims to contribute to the knowledge about the natural food resources availability and use in tadpole (Rana catesbeiana) culture ponds, in order to improve its production and use, decreasing cost and environmental impacts. Gut contents tadpoles from shadowed ponds were analyzed showing that those environments are favorable only to unpalatable algae. A test was carried out in illuminated ponds, were the tadpoles assimilated considerable amount of periphyton algae, as shown by stables isotopes analysis. Those results allow concluding that increasing the natural food availability is a promising technique to improve culture conditions in illuminated net ponds; even so additional research is needed to improve this kind of management.

Introdução Rana catesbeiana (Shaw, 1802) a rã-touro gigante, atinge 16 a 22 cm e peso médio de 1.75 kg. Nativa dos EUA, foi introduzida no Brasil na década de 30 (1), adaptando-se às condições geológicas e climáticas, chegando a superar o desempenho apresentado em seu país de origem (EUA: metamorfose 8 meses a 3 anos; 2.5 anos - maturidade sexual; Brasil: metamorfose entre 3 meses e 1 ano; 7 meses a 2 anos - maturidade sexual, e peso médio comercial de 7 a 12 meses em média) (2 y 3). Sob temperaturas elevadas (23 a 28ºC), o girino atinge a fase de imago, com 3 a 4 g em 2 a 3 meses; o metabolismo acelera-se, o apetite aumenta e o animal ganha peso, apresentando rápido desenvolvimento. O acasalamento ocorre na primavera e verão no sul e sudeste do Brasil (2), e no norte e nordeste durante o ano todo, com a primeira desova em menos de um ano de idade. Na primeira postura, os reprodutores pesam de 250 a 300 g e produzem cerca de 3 000 ovos, na segunda duplicam o número de ovos e no ano seguinte a tendência é colocar mais ovos. Estas rãs vivem até 16 anos e sua fase reprodutiva situa-se entre 1 a 6 anos. O abate ocorre quando atingem 12 a 13 cm e 150 a 200 g. No Brasil a ranicultura desenvolve-se como atividade zootécnica desde 1935, quando foi implantado o primeiro ranário no Rio de Janeiro, a partir de matrizes trazidas do Canadá (4). Em escala comercial é uma atividade recente (5) cujo sucesso deve-se à sobrevivência elevada na fase entre ovo e metamorfose - acima de 90% (6). Esta espécie é utilizada como alimento e animal de laboratório para estudos de fisiologia, neurologia e toxicologia. Outras partes do corpo do animal como a pele e cabeça podem ser aproveitas (3). O declínio de ranídeos nativos após a introdução desta espécie sugere a possibilidade de associações negativas (7 e 8) e assim, sua dispersão para o ambiente natural deve ser evitada.

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III Congreso Iberoamericano Virtual de Acuicultura 391

O risco de eutrofização dos ambientes a jusante do local de cultivo, aumenta pelo aporte de excretas e resíduos de ração não aproveitados, caso não haja depuração e decantação da água de escoamento. Na natureza o girino alimenta-se de vegetais e animais. Em condições extensivas seu cultivo já foi consorciado com a rizicultura onde os vegetais constituíam o principal alimento (6), observando-se que a metamorfose era protelada e os girinos atingiam maiores dimensões, sugerindo que a dieta vegetal pode ser eficiente, atendendo tanto à expectativa de um bom desenvolvimento dos girinos, como à de diminuição dos nutrientes nos efluentes deste cultivo. Este estudo investiga as seguintes hipóteses. Tabela I Hipóteses.

Hipótése Teste da hipótese Indicadores Viabilidade de incrementar a oferta de alimentos naturais em tanques

sombreados

Avaliação da eficiência de colonização por perifíton em

substratos artificiais

Teor de matéria orgânica, clorofila

Utilização de alimentos naturais em tanques com arraçoamento Análise do trato digestivo

Presença, contribuição dos alimentos naturais na

dieta As algas contribuem para o crescimento dos girinos em

ambientes iluminados

Oferta de alimentos naturais em ambiente iluminado

Deltas 13C 15N dos alimentos e tecidos dos

girinos

Material e métodos Os girinos foram obtidos na Estação Experimental de Piscicultura e Ranicultura de Pindamonhangaba, São Paulo - Instituto de Pesca, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Para o primeiro teste, utilizou-se 63 girinos, cultivados em tanques tradicionais (6.5 x 2.0 x 0.4 m) de engorda, instalados no interior de uma estufa agrícola coberta com tela sombrite 50% e plástico PVC (Figura 1), onde foram construídos tanques rede (Figura 2) com suporte metálico (0.6 x 0.6 x 0.2 m), cujos lados foram revestidos com tela de 7 mm de abertura de malha, para impedir a saída dos indivíduos cultivados.

Figura 1 Tanques de alvenaria instalados na estufa agrícola.

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III Congreso Iberoamericano Virtual de Acuicultura 392

Figura 2 Tanque rede.

Dentro destes tanques rede foram fixados suportes para colonização por perifíton (Figura 3). Esta estrutura foi colocada dentro de dois tanques.

Figura 3 Lâminas de Poliestireno preparadas para serem utilizadas como substrato artificial para colonização de perifíton (suporte e flutuadores).

Os girinos foram coletados no período da manhã, antes de receberem ração. Os indivíduos retirados dos tanques foram imersos em água e gelo para anestesiá-los, evitando regurgitamento (Figura 4).

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III Congreso Iberoamericano Virtual de Acuicultura 393

Figura 4 Após removidos dos tanques os girinos foram imersos em água com gelo, antes da disecção.

Após este procedimento a coluna vertebral foi seccionada para o óbito do animal. Procedeu-se então a biometria, sendo os organismos preservados em formalina 4% neutralizada com NaOH. Posteriormente, extraiu-se o trato digestivo através de uma secção longitudinal da região abdominal. Para as análises do conteúdo do trato digestivo foram utilizados os seguintes métodos:

1. Estimativa do peso: estimou-se o peso do trato digestivo repleto e após remoção do conteúdo, o peso da parede foi estimado para cálculo do peso do conteúdo, por subtração.

2. Volumétrico ou método do deslocamento: o trato digestivo repleto foi mergulhado em água, calculando-se o volume deslocado. Removeu-se seu conteúdo e procedeu-se novamente à determinação do volume deslocado para estimar o volume do trato digestivo vazio.

Os dois métodos foram associados, determinando-se pesos e volumes totais do conteúdo estomacal e dos organismos-alimento encontrados, calculando-se a porcentagem de contribuição para o total consumido. O bolo alimentar, após extraído do trato digestivo, com auxílio de uma espátula, foi conservado em 20 ml de formalina 4%. Uma amostra de ração não ingerida, foi observada, para facilitar a discriminação entre ração e matéria orgânica nos exames microscópicos. Os itens de maior dimensão (micro e macroinvertebrados) foram quantificados em microscópio estereoscópico, contando-se o total encontrado. Para os itens menores foram analisadas 2 ml da mistura com conteúdo estomacal, em microscópio invertido da Leitz no aumento de 40 vezes, pelo método de decantação (9), contando-se o observado em 30 campos. O volume dos diferentes itens foi calculado através do uso de fórmulas geométricas semelhantes, aplicadas às dimensões obtidas para os diversos itens (10), obtendo-se o número médio de organismos ingeridos por girino, a porcentagem de cada item e a quantidade total de alimentos. Avaliou-se o volume de cada item, identificando-se as algas e os microcrustáceos, sempre que possível. O volume de ração, devido à alteração do volume resultante da compressão dentro do trato, foi calculado subtraindo-se do volume dos demais itens, o volume do conteúdo total do trato digestivo.

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III Congreso Iberoamericano Virtual de Acuicultura 394

Um segundo experimento, sem oferta de alimento artificial apenas com oferta dos alimentos naturais, destinado a determinar a porcentagem de contribuição destes alimentos na dieta dos girinos, foi realizado num tanque de alvenaria a céu aberto, no qual foram instalados 3 tanques rede expostos à luz (1.0 x 1.0 x 0.4 m). Este experimento teve início em 02/05/1999 quando de um mesmo lote de 400 girinos, após ambientação no laboratório, em 02/06/1999 separou-se, para o experimento, 120 animais.

• Tanque 1: com 10 bandejas contendo sedimento e portanto, organismos bentônicos como fonte de alimento natural (Figura 5);

• Tanque 2: com 10 bandejas contendo sedimento e 7 conjuntos de 16 lâminas de poliestireno para colonização pelo perifíton;

• Tanque 3: instalou-se substratos artificiais para perifíton - 21 conjuntos de 16 lâminas de poliestireno.

Estes tanques foram cobertos com rede de nylon transparente, para evitar predação por organismos terrestres (Figura 6) e a dispersão desta espécie para o ambiente natural.

Figura 5 Bandejas contendo sedimento com organismos bentônicos.

Figura 6 Tanques rede cobertos para evitar predação.

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As avaliações biométricas foram realizadas em 02/06/99, 02/07/99 e 02/08/99 ao final deste segundo experimento. Ao longo do período foram realizadas determinações das temperaturas máximas e mínimas, do número de girinos mortos e metamorfoseados, nos três tanques deste experimento. Ao final do experimento foram obtidas amostras de cada item alimentar e do total dos tecidos dos organismos cultivados para análise das razões isotópicas. Para pequenos organismos a análise do animal total provê medida acurada da dieta (11). Estas amostras foram secas a 40ºC em estufa, até peso constante, trituradas, novamente desidratadas, embaladas em alumínio, guardadas em frasco hermético, contendo sílica gel e posteriormente enviadas para os laboratórios do CENA-USP para análise (12). Resultados A seguir são relatados os resultados dos dois experimentos realizados.

Experimento I A Tabela II e a Figura 7 ilustram variáveis biométricas e a variação dos itens no conteúdo do trato digestivo dos girinos cultivados nos tanques sombreados, dos animais analisados nas coletas sazonais realizadas entre 1995 e 1998. Tabela II Biometria no cultivo sombreado – Experimento I.

Tanque MO3 MO2 MO3 MO3 MO3 MO3 MO3 Data de colecta 12/05/95 21/06/95 21/06/95 30/10/95 15/12/97 29/12/97 12/08/98

N. organismos analisados 11.00 5.00 6.00 10.00 11.00 10.00 10.00 Total

Peso total (g) 5.40 6.28 4.66 7.72 0.94 1.32 1.77 Comprimento total (cm) 8.00 7.74 7.18 9.51 4.05 4.78 5.01

Conteúdo do trato digestivo Peso (g) 0.55 0.69 0.60 0.91 0.20 0.29 0.31 Volume (cm3) 0.28 0.28 0.28 0.28 0.28 0.41 0.38

Figura 7 Volume dos itens do trato digestivo de girinos de Rana catesbeiana, nas coletas realizadas entre 1995 e 1998 nos tanques de alvenaria sombreados de cultivo no Experimento I.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MO3 12/05/95 MO2 21/06/95 MO3 21/06/95 MO3 30/10/95 MO3 15/12/97 MO3 29/12/97 MO3 12/08/98

Tanque Data

Vol

ume

%

Matéria Orgânica n.id. Ração Areia Frag, Animal Frag. Vegetal Superior Algas + Frag. Algas

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Algas encontradas nos substratos artificiais implantados nos tanques de cultivo de Rana catesbeiana:

Cyanophyceae Aphanothece nidulans, Chrococcus limneticus, Gloeotrichia echinulata, Merismopedia punctata, Raphidioides sp.

Chlorococcales

Crucigenia tetrapedia, Didymogenes palatina, Scenedesmus arcuatus, S. quadricauda, S. quadricauda var. longispina f. granulatus, Scenedesmus sp., S. acuminatus, S. opoliensis, Tetraedron muticum, T. trigonum

Volvocales Volvocales sp.

Oedogoniales Bulbochaete sp., Oedogonium sp.1, Oedogonium sp.2.

não identificada Chlorophycea sp.1 filamentosa, Chlorophyceae sp.2.

Chlorophyceae

Ulothricales Ulothrix tenuissima

Zygnemaphyceae Cosmarium abbreviatum var. minus, Mougeotia sp., Spirogyra weberi

Euglenophyceae Trachelomonas volvocina var. punctata

Pennales Achnanthes exigua, Cymbella minuta, Nitzchia palea Bacillariophyceae

Centrales Rhizosolenia sp.

Xanthophyceae Characiopsis sphagnicola

Não Identificadas do perifíton 4 espécies

Não Identificadas do fitoplâncton 8 espécies

Algas encontradas no conteúdo dos tratos digestivos dos girinos

Cyanophyceae Anabaena sp.1, Anaebena sp.2, Oscillatoria sp.

Cryptophyceae Cryptomonas sp.

Zygnemaphyceae Cosmarium sp., Staurodesmus lobatus

Chlorophyceae

Ankistrodesmus sp, Chorella sp., Coelastrum sp., C. reticuatum, Crucigenia tetrapedia, Monoraphidium contortum, Oedogonium sp., Oocystis sp, Peridinium sp., Pediastrum sp., P. tetras, Scenedesmus sp., S. opoliensis, S. quadricauda, S. bicaudatus, S. acuminatus, Tetraedron sp., T. trigonium

Centrales Cyclotella sp, Rhizosolenia sp. Bacilariophyceae

Pennales Diatomácea sp., Navícula sp.

Euglenophyceae Euglena sp., Phacus sp., P. longicauda, Trachellomonas sp., T. volvocina

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Estes resultados mostram que não houve consumo significativo das algas do perifíton, cujo crescimento foi estimulado (Figura 8).

Figura 8 Chlorophyceae filamentosa impalatável, dominante nos suportes artificiais colocados nos tanques de cultivo sombreados.

Experimento II A temperatura máxima variou entre 19 e 25ºC e a mínima entre 13 e 21ºC e estes extremos não se associaram a metamorfose ou a mortalidade. As Figuras 9 e 10 e a Tabela III descrevem os resultados da biometria dos girinos no Experimento II.

Figura 9 Comprimento dos girinos de Rana catesbeiana, nos 3 tratamentos de tanques-rede de cultivo no Experimento II.

3.00

4.00

5.00

6.00

7.00

8.00

9.00

10.00

11.00

início (n=100) cm Tanque 1 (n=10) Bentos cm Tanque 2 (n=10) Bentos e perifítoncm

Tanque 3 (n=10) perifíton cm

média (cm) máxima (cm) mínima (cm) média + desvio padrão (cm) média - desvio padrão (cm)

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Figura 10 Experimento II: Peso dos girinos de Rana catesbeiana, nos 3 tratamentos de tanques-rede de cultivo.

5.00

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

início (n=100) cm Tanque 1 (n=10) Bentos cm Tanque 2 (n=10) Bentos e perifítoncm

Tanque 3 (n=10) perifíton cm

média (g) máxima (g) mínima (g) média + desvio padrão (g) média - desvio padrão (g)

Tabela III Variação do número de girinos e biometria inicial e final de cada tanque do experimento II.

Tanque rede 1 Tanque rede 2 Tanque rede 3

Colonizaçao estimulada Bentos Bentos e perifíton Perifíton Inicial – N. girinos 100 100 100 Mortalidade – N. girinos 6 0 1 Removidos para biometría N. girinos 15 15 15 Metamorfose – N. girinos 55 66 48 Final – N. girinos 24 19 36 Comprimento (g) – Inicial média 5.0 5.0 5.0 Comprimento (cm) Final média 8.2 6.2 9.0 Peso (g) – Inicial média 3.8 3.8 3.8 Peso (g) – Final média 22.7 24.0 23.5

Os girinos alcançaram maior peso nos tanques rede em que havia oferta de bentos e perifíton. Os girinos alimentam-se de ração, fito, zooplâncton e da matéria orgânica disponível (6), mas a proporção de ingestão e assimilação de cada item nos cultivos, não é conhecida. A análise das razões dos isótopos naturais de C e N indicam respectivamente a proporção de assimilação e o nível trófico de cada item da dieta alimentar. A Figura 11 mostra a variação das razões δ13C e δ15N, por situação de cultivo. A Tabela IV mostra os resultados das posições tróficas calculados pela fórmula: [(δ15N do animal – δ15N do alimento)/3.4)+2] (15) aplicada à média de valores de δ15N.

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Figura 11 Variação dos δ13C e δ15N dos itens alimentares e tecidos de girinos de Rana catesbeiana, nos 3 tratamentos de tanques-rede de cultivo no Experimento II.

-40

-20

0

20

Perifíton Bentos Girinos

δ15N

δ13C

Tanque 1:Oferta de alimentos: bentos02/05/1999 Início: 100 girinos02/08/1999 Final: 24 girinos

Tanque 2:Oferta de alimentos: bentos e perifítonInício: 100 girinosFinal: 19 girinos

Tanque 3:Oferta de alimentos: perifítonInício: 100 girinosFinal: 36 girinos

Tabela IV Posição trófica do consumidor em relação ao seu alimento.

Girinos-bentos Girinos-Perifíton Bentos-Perifíton

Tanque 1 1.45 2.26 2.81 Tanque 2 1.41 2.27 2.86 Tanque 3 Sem bentos 2.52 Sem bentos

A Tabela V mostra a porcentagem de contribuição das fontes de alimento oferecidas, calculadas através da fórmula:

A(%) = (δ13C Cp - δ13C Cb/ δ13C Ca - δ13C Cb)*100 (13 e 14) Onde: A = % da fonte A no produto P; B = % da fonte B no produto P; δ13Ca = Composição isotópica da fonte A; δ13Cb = Composição isotópica da fonte B; δ13Cp = Composição isotópica do produto P Tabela V Porcentagem de contribuição das fontes de alimento oferecidas.

Tanque rede 1 Bentos

Tanque rede 2 Bentos + prifíton

Tanque rede 3 Perifíton

Fontes em % δ 13C δ 15N δ 13C δ 15N δ 13C δ 15N Heterotróficas 10-27 (19) 26-36 (32) 55-68 (62) 22-39 (31) 0 0 Autotróficas 73-90 (81) 64-74 (68) 32-45 (38) 61-78 (69) 100 100

[mínima-máxima (média)] Obs. Houve crescimento de perifíton no tanque 1, embora a colonização houvesse sido estimulada apenas para o bentos.

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A Tabela VI os valores encontrados para δ13C e δ15N ao final do experimento, no total dos tanques (n=79 girinos). Tabela VI Valores encontrados para δ13C e δ15N ao final do experimento, no total dos tanques (n=79 girinos).

δ13C média ± Desvío padrão δ15N média ± Desvio padrão

Tecidos dos Girinos -29.77 ± 0.55 12.52 ± 0.08 Macroinvertebrados bentônicos -33.95 ± 0.43 14.44 ± 0.05 Perifíton 29.18 ± 1.63 11.37 ± 0.68

Discussão O ganho de peso antes da metamorfose é decisivo por definir a base do desenvolvimento do animal adulto, devido ao fato destes indivíduos perderem peso durante este processo (4). Nesta fase, em geral, os girinos cultivados recebem ração, como base de sua alimentação. Os cultivos aquáticos com oferta de ração podem causar problemas de eutrofização e dispersão de doenças nos corpos d´água que recebem seus efluentes (16). Embora os cultivos em tanques abertos favoreçam o desenvolvimento dos girinos, os animais ficam mais expostos à predação por insetos e aves e a alterações bruscas de temperatura. Além disto, estes tanques são menos eficientes em evitar o escape dos animais para o ambiente. Os adultos da Rana catesbeiana são predadores aquáticos, alimentando-se de uma variedade de presas entre invertebrados e vertebrados, incluindo outros anfíbios. O tamanho, em geral maior que o de outras espécies, e a ausência, nas espécies nativas, de adaptações de comportamento destinadas a prevenir a predação pela espécie exótica, é a causa do girino da R. catesbeiana, filtradores ou pastadores herbívoros que normalmente se alimentam de algas e detritos, se alimentarem acidentalmente de girinos menores de outras espécies, que permanecendo imóveis, podem ser confundidos com outros alimentos (7). Este e outros motivos dependentes de fatores contextuais ligados ao ambiente e ao comportamento de espécies nativas, são mencionados na literatura, por contribuírem para o impacto introdução da R. catesbeiana em ambientes naturais dos EUA, fora de sua área de dispersão natural. Em sistemas as populações de anuros já sofrem declínio em resposta a outros impactos ambientais, causados pelo aumento da exposição aos raios UV, alterações climáticas, resíduos de pesticidas e agrotóxicos (17), entre os fatores mais comentados na literatura, causando vulnerabilidade a infecções e infestações, mutações e outros danos capazes de levar ao desaparecimento das espécies. A extinção das espécies nativas diminui a resistência dos ecossistemas aquáticos tornando-os mais vulneráveis e neste caso pode ter influência importante na Saúde Pública, pois os anfíbios atuam como um dos controles naturais mais eficientes contra a proliferação excessiva de insetos, dentre os quais as moscas e mosquitos vetores de doenças humanas. Além dos motivos tradicionais, no futuro próximo, haverá os de saúde pública, para o cultivo de anuros, para reposição dos estoques naturais depauperados pelos impactos ambientais e desta forma, todo conhecimento adquirido sobre o comportamento deste grupo é muito importante. Ainda que no Brasil a criação comercial de rãs mesmo em tanques rede seja feita em lagoas artificiais e os órgãos ambientais exijam lagoas de decantação para tratamento dos efluentes, as observações mencionadas indicam a necessidade de testar a viabilidade de realizar cultivos de girinos de R. catesbeiana, oferecendo apenas alimentos naturais,

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minimizando a descarga de nutrientes para os ambientes receptores e encontrando soluções para evitar os problemas mencionados do cultivo desta espécie em tanques abertos. O sucesso da ranicultura depende do conhecimento do manejo alimentar adequado para a fase larval: girinos mais desenvolvidos tornam-se adultos com maior probabilidade de sobrevivência e menor tempo de engorda até atingirem peso de abate 150 a 200 g (3). Na natureza, no início do desenvolvimento embrionário o girino alimenta-se das suas reservas de vitelo até passar para a fase de girinos em que se movem com desenvoltura à procura de alimentos. Os girinos possuem boca com estruturas adaptadas para raspar o substrato (18). Muitos macroinvertebrados vivem associados ao perifíton e a raízes de macrófitas onde encontram abrigo e alimento e desta forma também servem de alimento para organismos raspadores. O primeiro experimento demonstrou que os animais cultivados em tanques sombreados consumiram mais ração na maioria das coletas, e que houve ingestão significativa de areia, provavelmente devido às lavagens periódicas e ao fato dos tanques serem de alvenaria, associados à atividade de raspar o substrato, exercida pelos girinos. Tanto a produção como o consumo de algas não foi significativo em termos volumétricos, destacando-se um maior número de espécies de clorofíceas do fitoplâncton, no trato digestivo. O fitoplâncton destes tanques era escasso, não sendo suficiente para contribuir significativamente com a cadeia trófica, o mesmo ocorrendo com as demais comunidades, uma vez que estes tanques, além de serem de alvenaria, são sombreados permitindo apenas o desenvolvimento de algas adaptadas a baixa luminosidade. Dentre estas, as do perifíton, que embora tivessem desenvolvimento abundante, eram em geral, de uma única espécie e estreitamente aderidas ao substrato, dificultando inclusive, a remoção para análises. Estas algas não foram capazes de contribuir de forma considerável para a nutrição dos girinos, não tendo sido encontradas nos conteúdos estomacais analisados, possivelmente por serem impalatáveis, de difícil manipulação e digestão. Por este motivo não se considerou necessário realizar a análise das relações isotópicas, concluindo-se que neste tipo de tanque, não há possibilidade de realizar um manejo para aproveitamento das comunidades naturais. Entretanto, observou-se que em tanques abertos à luz, havia girinos provenientes de cultivos, que mesmo sem receberem alimento artificial apresentavam um crescimento aparentemente superior ao dos confinados nos tanques de alvenaria sombreados, indicando que tanques com iluminação natural poderiam propiciar condições nutritivas mais satisfatórias que as obtidas no cultivo sombreado. Para testar esta hipótese foi realizado o segundo experimento no qual se observou intenso crescimento de algas do perifíton. O ambiente em que os tanques rede foram colocados, não fez prever um crescimento tão intenso do perifíton como o encontrado, já que as paredes do tanque de alvenaria não apresentaram em nenhum momento um desenvolvimento acentuado ou mesmo visível, desta comunidade. No tanque rede 1, apesar da oferta apenas de bentos, devido à disponibilidade de nutrientes houve crescimento de perifíton, ainda que não tão acentuado como nos demais tanques. A menor proporção de metamorfose ocorreu no tanque 3 (apenas perifíton), indicando que a dieta vegetal pode ter contribuído para protelar a metamorfose confirmando as observações relatadas em cultivos consorciados com a rizicultura. Tanques rede como estes, instalados em corpos d´água de maiores dimensões, com sistema de recuperação dos excrementos dos animais, podem funcionar como zonas de depuração em ambientes em que se deseja diminuir a eutrofização, através da remoção de nutrientes: o perifíton se desenvolve aproveitando os nutrientes disponíveis e é convertido em biomassa animal, economicamente aproveitável.

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O aumento de área disponível para o crescimento do perifíton é uma forma relativamente fácil de promover a produção e a oferta de alimentos naturais. Para aprimorar esta técnica e ampliar sua utilização, são necessários novos testes destinados a determinar as condições necessárias para elevar a taxa de sobrevivência nesses ambientes e aprimorar técnicas de recuperação dos dejetos dos animais, evitando desta forma os possíveis impactos destes cultivos pela eutrofização. O uso de tanques rede fechados, situados dentro de tanques abertos de cultivo impede o escape dos animais, e pode contribuir para minimizar o impacto da introdução do cultivo desta espécie, nos corpos d´água naturais. Muitos animais aquáticos assimilam apenas a fração mais lábil do que consomem, pois a Matéria Orgânica varia muito quanto à sua digestibilidade e valor nutritivo (19) e desta forma nem sempre é possível determinar o que foi realmente assimilado apenas com os dados do conteúdo estomacal. Os animais têm composição similar à dieta para as razões isotópicas de Carbono, que pode variar entre 0 e 1‰ por nível trófico consecutivo, enquanto para Nitrogênio a média é de 3 a 5‰ maior que o conteúdo da dieta, por isto os isótopos de Carbono podem indicar as fontes de Matéria Orgânica e os isótopos de Nitrogênio fornecem uma estimativa do Nível Trófico (20).

Mesmo na presença de perifíton, o bentos do tanque 2 teve maior contribuição para o δ13C dos girinos. Nos demais casos as algas contribuíram com a maior porcentagem do Carbono e do Nitrogênio dos tecidos dos girinos. Utilizando-se a fórmula para cálculo da posição trófica à partir das médias encontradas para o δ15N (15), verifica-se que a diferença do valor é muito pequena entre girinos e bentos e que a maior diferença, ainda que muito pequena, ocorreu entre bentos e perifíton. Os consumidores primários bentônicos incluem em sua alimentação detritos e algas mortas que podem estar enriquecidos em δ15N devido à atividade bacteriana, além disto, os organismos bentônicos teriam mais chances de estarem se alimentando também do fitoplâncton decantado, além do perifíton. Este enriquecimento, portanto, não necessariamente reflete uma posição mais elevada destes organismos na cadeia trófica dos ambientes estudados, havendo exemplos semelhantes em ambientes naturais (15).

Os baixos valores de δ15N encontrados, indicam maior proporção de alimento autótrofo, enquanto os baixos valores de 13C indicam maior dependência de vegetais inferiores, no caso as algas (21).

Conclusão No primeiro experimento concluiu-se que o alimento mais consumido foi a ração. O alimento natural (fitoplâncton, zooplâncton e bentos) não foi consumido, ou o foi de forma não considerável, uma vez que o ambiente favoreceu apenas o crescimento de algas impalatáveis. Os resultados do segundo experimento permitem concluir que é possível melhorar as condições de cultivo, pelo aumento da oferta de alimento natural e também ampliar este potencial com a utilização de tanques rede cobertos por material que permita a iluminação natural, instalados em corpos d´água isolados, evitando-se desta forma o superaquecimento e permitindo uma menor freqüência de troca de água, lavagem e escapes destes animais para o ambiente natural. A utilização das algas como alimento dá um melhor aproveitamento dos nutrientes da água no próprio cultivo, trazendo como vantagem adicional a possibilidade de diminuir o teor de nutrientes exportado para outros ambientes, reduzindo o impacto ambiental desta atividade.

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Agradecimentos À Dra. Cacilda Thais Janson Mercante e Ocimar Pedro pelas fotos, às alunas Regina de Souza, Silvana Renata da Silva e Luciana Tegani, e aos técnicos do Laboratório do Centro de Estudos de Bacias Hidrográficas pelo apoio nas coletas.

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4. HOFFMANN DF, LEBOUTE EM, SOUZA SMG. Efeito da temperatura no ganho de peso de girinos de rã touro, Rana catesbeiana Shaw, 1802. Anais do VI Simpósio Latino-Americano de Aquicultura e V Simpósio Brasileiro de Aquicultura, 1988. Florianópolis, SC, 17 a 22 de abril de 1988:799-803

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