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PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 1007 6.23. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME – MDS CIDADANIA E INCLUSÃO SOCIAL: PRIORIDADE PARA OS MAIS POBRES Dentre os principais objetivos estratégicos do Governo para os próximos anos, destacam-se a promoção da inclusão social e a redução das desigualdades. Nesse sentido, o Governo vem centrando esforços em programas que procuram ampliar os níveis de proteção social e as oportunidades para os segmentos historicamente excluídos do acesso a direitos, bens e serviços que garantem condições dignas de vida. As políticas públicas nas áreas da Educação, Saúde, Previdência, Assistência Social, Segurança Alimentar e Nutricional e os programas de transferência de renda cumprem papel destacado na promoção social, na redução da pobreza e na elevação dos patamares de justiça social na sociedade brasileira. Com efeito, o Brasil está mostrando ao mundo que é possível e necessário compatibilizar estabilidade, crescimento econômico ambientalmente sustentável, distribuição de renda, inclusão e justiça social. Pela primeira vez, desde 1975, quando a ONU passou a calcular a qualidade de vida de diversos países, o Brasil passa a integrar o grupo de países considerados de alto desenvolvimento humano, o que expressa o sucesso de um conjunto de políticas adotadas, em especial, aquelas voltadas aos mais pobres. Calculado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) compara 177 países a partir de alguns indicadores-síntese: expectativa de vida, alfabetização entre os adultos, escolarização e renda da população. O índice varia de zero a um, sendo que quanto mais próximo de um, melhor é a qualidade de vida das nações. Os resultados, publicados em 2007 e baseados nos dados de 2005, revelam que o Brasil atingiu o índice de 0,800 e ocupa a 70ª posição no ranking dos países avaliados. Mesmo não incorporando ainda os ganhos de 2006, apreendidos pela PNAD, divulgada pelo IBGE, em agosto de 2007, as estatísticas indicam melhorias. Similarmente, outros estudos sinalizam que o País avançou nos últimos anos na redução da pobreza. Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontam para a redução consistente da pobreza. Entre 2003 e 2005 a proporção de pessoas abaixo da linha da miséria caiu 19,18%, e somente no ano de 2006 a estimativa de queda foi de 15%, o melhor ano isolado da série histórica. Os gráficos a seguir mostram essas evoluções. EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) DO BRASIL MISÉRIA - % DA POPULAÇÃO 0,649 0,685 0,7 0,723 0,753 0,789 0,8 0,6 0,65 0,7 0,75 0,8 0,85 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 35,3 32,05 28,5 28,2 25,4 35,2 28,8 29 27,2 28,4 28,01 27,6 26,7 22,8 19,3 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Fonte: PNUD, RDH 2007/2008 Fonte: Fundação Getúlio Vargas - setembro de 2007 No que se refere à pobreza extrema, em 2006, o contingente que vivia com menos de US$ 1 /dia atingiu novamente o nível mais baixo já registrado – 4,69% da população brasileira – e a redução da pobreza também foi acompanhada pela diminuição da desigualdade. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com base em informações disponíveis na PNAD, é possível identificar a contribuição positiva das transferências de renda (pensões e aposentadorias públicas, Benefício de Prestação Continuada (BPC), benefícios do Bolsa Família, dentre outros) na melhoria das condições de vida desse segmento com baixo acesso ao mercado de trabalho formalizado. De acordo com a PNAD 2006, o número de pessoas em condições de extrema pobreza é de aproximadamente 21,7 milhões em todo o Brasil (considerando-se em extrema pobreza os indivíduos que sobrevivem com renda domiciliar per capita inferior a ¼ de salário mínimo). Todavia, caso fossem retirados da renda domiciliar os benefícios da previdência e da assistência, estima-se que o número de extremamente pobres subiria para 38,9 milhões de pessoas. Isto é, cerca de 17,2 milhões de pessoas saem dessa condição por conta dos

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PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1007

6.23. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME – MDS

CIDADANIA E INCLUSÃO SOCIAL: PRIORIDADE PARA OS MAIS POBRES

Dentre os principais objetivos estratégicos do Governo para os próximos anos, destacam-se apromoção da inclusão social e a redução das desigualdades. Nesse sentido, o Governo vem centrando esforços emprogramas que procuram ampliar os níveis de proteção social e as oportunidades para os segmentos historicamenteexcluídos do acesso a direitos, bens e serviços que garantem condições dignas de vida. As políticas públicas nasáreas da Educação, Saúde, Previdência, Assistência Social, Segurança Alimentar e Nutricional e os programas detransferência de renda cumprem papel destacado na promoção social, na redução da pobreza e na elevação dospatamares de justiça social na sociedade brasileira.

Com efeito, o Brasil está mostrando ao mundo que é possível e necessário compatibilizarestabilidade, crescimento econômico ambientalmente sustentável, distribuição de renda, inclusão e justiça social.Pela primeira vez, desde 1975, quando a ONU passou a calcular a qualidade de vida de diversos países, o Brasilpassa a integrar o grupo de países considerados de alto desenvolvimento humano, o que expressa o sucesso de umconjunto de políticas adotadas, em especial, aquelas voltadas aos mais pobres.

Calculado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Índice deDesenvolvimento Humano (IDH) compara 177 países a partir de alguns indicadores-síntese: expectativa de vida,alfabetização entre os adultos, escolarização e renda da população. O índice varia de zero a um, sendo que quantomais próximo de um, melhor é a qualidade de vida das nações. Os resultados, publicados em 2007 e baseados nosdados de 2005, revelam que o Brasil atingiu o índice de 0,800 e ocupa a 70ª posição no ranking dos países avaliados.Mesmo não incorporando ainda os ganhos de 2006, apreendidos pela PNAD, divulgada pelo IBGE, em agosto de2007, as estatísticas indicam melhorias.

Similarmente, outros estudos sinalizam que o País avançou nos últimos anos na redução dapobreza. Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontam para a redução consistente da pobreza. Entre 2003 e2005 a proporção de pessoas abaixo da linha da miséria caiu 19,18%, e somente no ano de 2006 a estimativa dequeda foi de 15%, o melhor ano isolado da série histórica. Os gráficos a seguir mostram essas evoluções.

EVOLUÇÃO DOÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) DO BRASIL

MISÉRIA - % DA POPULAÇÃO

0,649

0,685 0,7

0,7230,753

0,789 0,8

0,6

0,65

0,7

0,75

0,8

0,85

1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005

35,3

32,05

28,5 28,2

25,4

35,2

28,8 29

27,2

28,4 28,0127,6

26,7

22,8

19,319

21

23

25

27

29

31

33

35

37

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Fonte: PNUD, RDH 2007/2008 Fonte: Fundação Getúlio Vargas - setembro de 2007

No que se refere à pobreza extrema, em 2006, o contingente que vivia com menos de US$ 1 /diaatingiu novamente o nível mais baixo já registrado – 4,69% da população brasileira – e a redução da pobrezatambém foi acompanhada pela diminuição da desigualdade. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada(IPEA), com base em informações disponíveis na PNAD, é possível identificar a contribuição positiva dastransferências de renda (pensões e aposentadorias públicas, Benefício de Prestação Continuada (BPC), benefícios doBolsa Família, dentre outros) na melhoria das condições de vida desse segmento com baixo acesso ao mercado detrabalho formalizado.

De acordo com a PNAD 2006, o número de pessoas em condições de extrema pobreza é deaproximadamente 21,7 milhões em todo o Brasil (considerando-se em extrema pobreza os indivíduos quesobrevivem com renda domiciliar per capita inferior a ¼ de salário mínimo). Todavia, caso fossem retirados darenda domiciliar os benefícios da previdência e da assistência, estima-se que o número de extremamente pobressubiria para 38,9 milhões de pessoas. Isto é, cerca de 17,2 milhões de pessoas saem dessa condição por conta dos

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1008

benefícios previdenciários e assistenciais, o que representa uma redução de 44,1% no número estimado dosextremamente pobres no País, caso tais benefícios não existissem.

Nesse contexto, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Programa Bolsa Família ajudam apromover a redução da pobreza e da desigualdade, e tais efeitos positivos são produzidos pelo fato dos benefícioschegarem àqueles que devem de fato ser contemplados pelo critério de renda. Segundo o Banco Mundial, 74% darenda do BPC e 80% da renda do Programa Bolsa Família vão para famílias situadas abaixo da linha de pobreza(renda mensal per capita de até 1/2 salário mínimo).

Por fim, é importante mencionar o 3º Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos deDesenvolvimento do Milênio, divulgado recentemente. Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio são umcompromisso firmado pela ONU e 191 países que visa à eliminação da pobreza no Mundo e define 8 objetivos aserem atingidos até 2015. De modo geral, o Brasil tem apresentado bom desempenho, principalmente no que tange àEducação, à Saúde e ao combate à miséria. Quanto ao primeiro objetivo, erradicação da fome e da miséria, o país jásuperou a meta estipulada de redução em 50% da miséria, isto é, pessoas que vivem com menos de US$ 1 por dia.Em 1990, 8,8% dos brasileiros viviam nessa situação, já em 2005 (dados da PNAD 2005) o percentual baixou para4,2%. A pobreza continua concentrada na zona rural, todavia, é nesta área que vem ocorrendo o maior decréscimo.Na América Latina e no Caribe, o índice de pessoas em situação de extrema pobreza é de 8,7% (dados de 2004), ouseja, o índice no Brasil situa-se em torno de 50% da média da região.

A prioridade atribuída pelo Governo para os mais pobres reflete-se, dentre outros, no aumento dopercentual de recursos destinados à função Assistência Social. O gráfico a seguir mostra a evolução dos recursos daassistência social em relação ao orçamento total da União. Em 2007, registrou-se um crescimento de 60% emrelação ao exercício de 2002. Em relação à participação percentual dos recursos da assistência social no total daseguridade social, verifica-se incremento gradativo entre 2002 (4,2%) e 2007 (8,1%).

EVOLUÇÃO PERCENTUAL DOS RECURSOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL EM RELAÇÃO AO ORÇAMENTO TOTAL E ÀSEGURIDADE SOCIAL DA UNIÃO

4,2%

7,8% 8,1%

8,8%

1,6%1,5%

1,0% 1,0%

1,4% 1,8%2,1%

3,8%

8,7%

6,5% 6,6%

4,6%

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

8%

9%

10%

2002 2003 2004 2005 2006 2007* 2008** PPA 2008-2011% do orçamento total % da seguridade social

Fonte: SIAFINotas:* Lei+crédito: 30 de novembro de 2007** PLOA 2008***PLPPA 2008-2011

Vale ressaltar que ainda é enorme a dívida social, o que deve impulsionar esforços do Estado e dasociedade brasileira para construir uma sociedade mais justa e solidária. Contudo, também é importante reconhecer,algo freqüentemente expresso por diversas nações e por organismos internacionais, que os programas sociaisbrasileiros têm alterado as condições de vida da população e que os mais pobres têm elevado pouco a pouco suaparticipação na apropriação dos benefícios do crescimento econômico.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1009

PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

O Programa Bolsa Família – PBF foi instituído pela Medida Provisória nº. 132, de 20 de outubro2003, convertida na Lei nº. 10.836, de 09 de janeiro de 2004. Trata-se de um programa de transferência direta derenda com condicionalidades que beneficia famílias em situação de pobreza (com renda mensal por pessoa de R$60,01 a R$ 120,00) e extrema pobreza (com renda mensal por pessoa de até R$ 60,00). O Bolsa Família unificou osprogramas Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Cartão Alimentação e Auxílio-Gás e, ainda, a gestão eoperacionalização do Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal.

Os benefícios do Bolsa Família são pagos diretamente à família, preferencialmente à mulher, pormeio de um cartão magnético e os valores variam de R$ 18,00 a R$ 112,00, de acordo com a renda mensal porpessoa da família e o número de crianças da família. Assim, famílias com renda mensal por pessoa de até R$ 60,00recebem um benefício básico de R$ 58,00 mais um benefício variável de R$ 18,00 por filho de até 15 anos, até olimite de R$ 54,00. As famílias com renda entre R$ 60,01 a R$ 120,00 recebem apenas o benefício variável, deacordo com a composição familiar, também com o limite de R$ 54,00. Estes valores passaram a vigorar a partir deagosto de 2007 e são resultado de um reajuste de 18,25%, corresponde à variação do Índice Nacional de Preços aoConsumidor Geral - INPC de outubro de 2003 a maio de 2007. O reajuste foi regulamentado por meio do Decretonº. 6.157, de 16 de julho de 2007.

No dia 28 de dezembro de 2007 foi publicada a Medida Provisória nº. 411/07, que instituiu obenefício variável vinculado ao adolescente. Como a família pode receber até dois benefícios vinculados aoadolescente adicionalmente àquele que já recebia e, ainda, o valor deste benefício é de R$ 30,00 por adolescente, ovalor máximo de benefício passa a ser de R$ 172,00. Este novo valor, no entanto, só entra em vigor no início do anode 2008.

O objetivo do Programa Bolsa Família é oferecer proteção a todo o grupo familiar e contribuirpara seu desenvolvimento. O Programa pauta-se na articulação de três dimensões essenciais à superação da fome eda pobreza:

• Promoção do alívio imediato da pobreza, por meio da transferência direta de renda à família;

• Reforço ao exercício de direitos sociais básicos nas áreas de Saúde e Educação, por meio documprimento de condicionalidades, o que contribui para que as crianças e jovens de famíliasbeneficiárias possam romper o ciclo da pobreza entre gerações; e

• Integração com programas complementares, que têm por objetivo o desenvolvimento decapacidades as famílias, de modo que os beneficiários do Bolsa Família consigam superar asituação de vulnerabilidade e pobreza.

Para apoiar seu processo de implementação, o Bolsa Família trabalha com estimativa de famíliaspobres, atualmente de 11,1 milhões de famílias. A estimativa é elaborada com base na Pesquisa Nacional porAmostra de Domicílios – PNAD, versão 2004, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).A meta de atendimento de 11,1 milhões de famílias foi cumprida em meados do ano de 2006, conformecompromisso assumido pelo Governo Federal quando do lançamento do Programa. Desde então, embora nãoaconteça ampliação da cobertura do Programa, cerca de 50 mil famílias são excluídas a cada mês, em decorrência demudanças no perfil socioeconômico das mesmas ou como resultado de auditorias realizadas pelo MDS. Ao mesmotempo, novas famílias são incluídas. Por este motivo, o Programa mantém uma cobertura de 11,1 milhões defamílias, embora aconteça “substituição” de famílias dentro desta cobertura.

Desempenho em 2007

Diferentes especialistas, instituições de pesquisas e organismos de cooperação multilateral têmavaliado os impactos do Programa Bolsa Família. A maior parte desses estudos utiliza dados das PesquisasNacionais por Amostra de Domicílios – Pnad, realizadas pelo IBGE nos anos de 2004, 2005 e 2006. Três temasprincipais têm sido abordados de forma mais detalhada pelos estudos em curso: as contribuições do Programa para aredução da pobreza e da desigualdade, o grau de focalização e seu impacto na garantia de segurança alimentar enutricional das famílias beneficiárias. Mais recentemente, também passaram a ser avaliados possíveis impactos noPrograma na redução da evasão e do abandono escolar.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1010

Os resultados apresentados pelas Pnad 2004-2006 mostram que o Brasil está reduzindo a pobreza,em especial em seu grau mais extremo, bem como a desigualdade. A maior parte dos estudos em curso mostra que aredução da pobreza observada no período deve-se principalmente à redução da desigualdade. Segundo o estudo“Programas de Transferência de Renda no Brasil: Impactos sobre a Desigualdade”, que utiliza como referência aPnad 2004, o Programa Bolsa Família individualmente é responsável por 21% da queda da desigualdade, medidapelo Índice de Gini, observada até aquele momento. É importante considerar que quando foi realizado tal estudo, oPrograma ainda não havia atingido a meta de 11,1 milhões de famílias atendidas. Para os autores do estudo, esseresultado é bastante expressivo, em especial quando se considera que o Programa tem custo fiscal menor que 0,4%do PIB. As análises baseadas na Pnad 2006, novamente apontam contribuições do Bolsa Família para a redução dapobreza, em especial a redução da extrema pobreza.

Dentre os estudos que avaliam focalização, merecem destaque análises realizadas pelo BancoMundial – BIRD, com base em informações da Pnad 2004, que mostra que cerca de 71% das famílias beneficiáriasdo Bolsa Família estavam no primeiro quintil de renda e que 21% estavam no segundo quintil (também público alvodo Programa). Esse grau de acerto nos mais pobres, segundo o Banco Mundial, é o mais expressivo dentre todos osprogramas de transferência de renda condicionada em vigor na América Latina e é o melhor entre outros programasbrasileiros que também têm como objetivo atender às famílias mais pobres. Estudos realizados pelo Instituto dePesquisas Econômicas Aplicadas – IPEA mostram resultados similares.

Também em relação à erradicação da fome e à garantia de segurança alimentar e nutricional, osresultados do Bolsa Família são expressivos. Diferentes estudos realizados mostram que o Programa teve importanteimpacto na melhoria da situação alimentar e nutricional dos seus beneficiários, e especialmente das crianças. A“Chamada Nutricional”, realizada de forma conjunta pelos Ministérios da Saúde e do Desenvolvimento Social eCombate à Fome, com avaliação nutricional de cerca de 15 mil crianças do semi-árido em 2005 mostrou que aparticipação no programa reduz o risco de desnutrição crônica em todas as faixas etárias. Os maiores beneficiáriosde tal melhoria são as crianças com idade entre 6 a 11 meses, faixa em que se observa uma redução do risco em62,1%. Esse resultado é de suma importância, uma vez que déficits de crescimento nessa faixa etária sãoirreversíveis posteriormente.

Em relação ao impacto do Bolsa Família na manutenção das crianças na escola, estudo do IPEAcom base em dados da Pnad 2006 mostra que, controlando todas as outras variáveis, as crianças e adolescentes defamílias do Bolsa Família têm freqüência 1,6% maior que não beneficiários. Na mesma linha, a construção da linhade base para avaliação de impacto do Bolsa Família, realizada pelo Cedeplar/UFMG, mostra que entre o público de7 a 14 anos atendido pelo Bolsa Família, a taxa de freqüência é 3,6% acima da observada no conjunto dos nãobeneficiários. No público feminino, esta diferença chega a 6,5% e no Nordeste é ainda maior: 7,1%. Entre osbeneficiários, a taxa de evasão escolar chega a ser 2,1 pontos percentuais menor no conjunto das crianças emsituação de extrema pobreza. Como a taxa de freqüência à escola é elevada no País (97,3%), essas diferenças sãobastante relevantes na avaliação dos pesquisadores que analisaram os dados.

Apesar dos resultados positivos do Bolsa Família, sabe-se que o desenho e o processo deimplementação do PBF não estão consolidados. Vários foram os compromissos e atividades desenvolvidas ao longodo ano de 2007 com vistas a manter ou aperfeiçoar os resultados obtidos até então. Dentre esses, podem ser citadoso aprimoramento dos sistemas de gestão do Programa e a sua descentralização; a implementação de estratégias paragarantir maior grau de focalização; a integração com outros programas, com vistas ao desenvolvimento decapacidades das famílias beneficiárias e, ainda, o aperfeiçoamento dos mecanismos de acompanhamento dascondicionalidades.

Os recursos financeiros repassados pelo Bolsa Família para pagamento de benefícios totalizaramR$ 8,8 bilhões em 2007. Esse montante representa 30% do total repassado pelo Fundo de Participação dosMunicípios – FPM e 24% do total de Transferências Constitucionais no mesmo período. Na Região Nordeste, osrecursos repassados pelo PBF representam 44% dos recursos repassados pelo FPM e 36% do total dasTransferências Constitucionais, o que demonstra a importância desses programas para os cidadãos e, ainda, para aeconomia da Região. A tabela a seguir compara os montantes de recursos do Fundo de Participação dos Municípios– FPM e das transferências de renda.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1011

COMPARATIVO ENTRE AS TRANSFERÊNCIAS DO PBF E CONSTITUCIONAIS PARA OS MUNICÍPIOS – 2007 (em R$ mil)

REGIÃO FPM (a)Total das

TransferênciasConstitucionais (b)

Total dos Programasde Transferência de

Renda - PBF(c)

PTR / FPM(c/a)

PTR /Transferênciasconstitucionais

(c/b)CENTRO OESTE 2.106.418 2.542.689 415.980 20% 16%NORDESTE 10.479.104 12.653.839 4.608.180 44% 36%NORTE 2.627.737 3.314.044 919.640 35% 28%SUDESTE 9.213.082 11.895.605 2.074.707 23% 17%SUL 5.121.432 6.005.687 737.050 14% 12%

TOTAL GERAL 29.547.773 36.411.864 8.755.557 30% 24%Fonte: Senarc/MDS

Estratégias para melhoria do Cadastro Único

O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) constitui instrumentode identificação e de caracterização socioeconômica das famílias brasileiras de baixa renda. No entanto, não selimita à identificação e seleção de famílias para programas federais, na medida em que as informações presentes emsua base de dados constituem valiosa ferramenta de apoio à ação de gestores municipais e estaduais na área social,por viabilizar o planejamento e a implementação precisa de políticas públicas. As ações desenvolvidas no ano de2007 visaram: o aprimoramento dos instrumentos de cadastramento, o desenvolvimento de ferramentas capazes depotencializar a sua utilização por governos municipais e estaduais, a qualificação da base nacional do cadastro, odesenvolvimento de estratégias voltadas à sua utilização por programas e benefícios sociais federais e a ampliaçãodo cadastramento da população em situação de exclusão vulnerabilidade social.

A adequada gestão do CadÚnico, a definição de papéis nas ações de cadastramento e a atualizaçãocadastral dependem de claras definições institucionais e de regras e procedimentos estabelecidos na legislação. Comeste intuito, houve a publicação do Decreto nº 6.135 de 26 de junho de 2007, que revogou o Decreto nº 3.877, de 24de julho de 2001, apresentando assim nova redação aos dispositivos legais que dispõem sobre o CadÚnico.

No exercício de 2007 foram disponibilizadas duas novas versões do aplicativo do CadÚnico parafacilitar o trabalho das prefeituras no cadastramento e atualização dos dados das famílias - em fevereiro, a versão6.04, e, em dezembro, a versão 6.05. Estas versões visam corrigir eventuais falhas detectadas; permitem aincorporação de críticas na entrada de dados do CPF e do Título de Eleitor e, ainda, a inclusão de novos campospara a identificação das famílias em situação de rua e de pessoas libertas do trabalho escravo, de beneficiários deProgramas Habitacionais, do Programa Leite Consumidor e do Programa Leite Produtor.

Nesse ano foi desenvolvido, em parceria com o IBGE, o novo formulário do Cadastro Único. Oprocesso de revisão do formulário do CadÚnico visou dois pontos centrais: a harmonização, sempre que possível,dos conceitos do CadÚnico com os conceitos utilizados pelas estatísticas oficiais (IBGE) e a utilização de variáveissócio-econômicas e demográficas relevantes para a identificação de situações de vulnerabilidade e risco familiar oupessoal. Foi um processo participativo, que contou com a colaboração de Municípios e da sociedade civil por meiode consulta pública disponibilizada no sítio do MDS no período de 25 de junho a 27 de julho de 2007. Além disso,foram realizadas várias validações que envolveram membros das outras Secretarias do MDS, ministérios parceiros,acadêmicos, especialistas, pesquisadores e gestores estaduais e municipais do Cadastro Único. Por fim, foiorganizado, nos dias 10 e 11 de dezembro, o Seminário de Apresentação do Novo Formulário do Cadastro Únicocom o objetivo de que os atores envolvidos conhecessem a proposta final do novo formulário, que foi submetida àpré-teste em dezembro.

Com o objetivo de atender a necessidade de aperfeiçoamento do controle e acesso às informaçõesestratégicas das atividades relativas à gestão do Programa Bolsa Família e do Cadastro Único de Programas Sociais,possibilitando maior otimização dos recursos existentes e, principalmente, dando maior velocidade no processo detomada de decisão, ocorreu a especificação de uma solução com base na tecnologia de data warehouse para controlede desempenho das ações desenvolvidas no âmbito do CadÚnico e do Programa Bolsa Família.

Para um melhor planejamento e monitoramento das ações de cadastramento no nível local, foidesenvolvida ferramenta de indicadores territoriais para os gestores municipais, com o intuito de disponibilizar umagama de indicadores, calculados com base nos dados do Censo, distribuídos em unidades espaciais intra-municipais(setores censitários). Também foi desenvolvida uma ferramenta de indicadores com variáveis do CadÚnico para osgestores estaduais que permitiu, além da realização de consultas e visualização dos registros contidos no CadÚnico,

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1012

a construção de uma série de indicadores de modo a subsidiar o planejamento e monitoramento das políticas sociaisno âmbito estadual. Estes indicadores foram construídos com as variáveis do CadÚnico e têm como unidade dereferência a unidade familiar. Por fim, foi desenvolvido também um utilitário que permite a conversão da cópia dabase cadastral disponibilizada aos estados em um formato que torna possível a sua utilização por meio de programasde planilhas eletrônicas ou de banco de dados.

Para que a base de dados do Cadastro Único retratasse com maior fidelidade os dados, foramrealizados cruzamentos de informações do CadÚnico com a Relação Anual de Informações Sociais de 2005 – RAIS,do Ministério do Trabalho e Emprego e com o Sistema Informatizado de Controle de Óbitos – SISOBI doMinistério da Saúde. O objetivo do cruzamento com a RAIS foi identificar inconsistências nas informaçõesdeclaradas pelas famílias inscritas no CadÚnico, subsidiar processos de auditoria e adotar providências no sentido debloquear e cancelar benefícios que, após atualização cadastral, apontavam a inadequação aos critérios do ProgramaBolsa Família. Por sua vez, o objetivo do cruzamento de informações com o Sisobi é a identificação de eventuaisóbitos que não tenham sido registrados no Cadastro. A partir desse cruzamento, é possível orientar a ação dosMunicípios no sentido da convocação ou busca ativa das famílias com óbito de Responsável pela Unidade Familiar(RUF) identificadas e não registradas. Observa-se que quando o RUF é uma fonte geradora de renda para o núcleofamiliar o seu óbito aumenta o grau de vulnerabilidade da família, fazendo com que, em alguns casos, uma famíliaanteriormente em situação de pobreza passe para a situação de pobreza extrema, passando a fazer jus ao benefíciobásico.

Além do Bolsa Família, outros benefícios sociais federais utilizam o CadÚnico como instrumentopara a concessão de benefícios. É o caso do benefício da gratuidade do transporte para idosos, da tarifa social deenergia e do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. Este processo foi fortalecido ao longo do ano de 2007.

A operacionalização do CadÚnico para a emissão da Carteira do Idoso, construída em articulaçãocom a SNAS durante o ano de 2007, permitiu que idosos com renda de até dois salários mínimos e sem meios decomprovação de renda esses idosos pudessem pleitear o benefício de gratuidade no transporte coletivo interestadual,instituído pelo Estatuto do Idoso.

No caso do benefício da Tarifa Social de Energia, que utiliza o CadÚnico como mecanismo deidentificação de beneficiários para consumidores com consumo de 80kWh a 220kWh, o MDS firmou Acordo deCooperação Técnica com a Companhia Energética do Maranhão – Cemar, nos mesmos moldes firmados com ogrupo Neoenergia (Companhia Energética de Pernambuco – Celpe, Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia– COELBA e Companhia Energética do Rio Grande do Norte – Cosern) e Ampla em 2006. Para além da gestão dobenefício da tarifa social, o ACT prevê a priorização do público do CadÚnico em programas de eficiênciaenergética. Como os ACTs são operacionalizados por meio da troca de base de dados entre MDS e concessionárias,essa iniciativa permite também a identificação de possíveis inconsistências na base de dados do CadÚnico. Com estemesmo objetivo, a Secretaria acompanhou e apoiou a tramitação de projeto de lei sobre Tarifa Social de Energia noCongresso Nacional.

Por sua vez, a integração entre o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e o BolsaFamília só foi possível em função do trabalho de atualização cadastral e de inclusão de novos cadastros na base doCadÚnico, realizado pelos municípios até 30 de novembro de 2007. Nesse processo, cerca de 880 mil crianças emsituação de trabalho infantil foram cadastradas ou identificadas no Cadastro Único.

Entre as ações desenvolvidas ao longo do ano de 2007 para promover a inclusão e o acesso dapopulação mais vulnerável aos programas sociais por meio do CadÚnico, cabe destacar: (i) ações para aincorporação de povos e comunidades tradicionais no CadÚnico, resultando na inclusão na base nacional doCadastro Único de 14.224 famílias de comunidades quilombolas e 59.434 famílias indígenas; (ii) mobilização dosgestores municipais, coordenadores estaduais e instâncias de controle social para promoverem a localização e ainclusão no CadÚnico dos cidadãos resgatados do trabalho escravo identificados pelo Ministério do Trabalho eEmprego; (iii) mobilização dos gestores municipais para universalização do Registro Civil de Nascimento.

Por fim, tendo como base de referência o mês de dezembro de 2007, o número total de famílias noCadÚnico é de 17,64 milhões e o número total de pessoas cadastradas era de 66,77 milhões.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1013

Acompanhamento do Cumprimento das Condicionalidades

As condicionalidades são os compromissos assumidos pelas famílias para receberem o benefíciofinanceiro do Programa Bolsa Família. Foram pensadas como um mecanismo para elevar o grau de efetivação dedireitos sociais por meio da indução da oferta e da demanda por serviços de Saúde e de Educação. Com esteobjetivo, ao longo do ano de 2007 buscou-se aprimorar o acompanhamento das condicionalidades por meio damobilização dos gestores municipais do PBF, inclusive na saúde e na educação, com o objetivo de ampliar o númerode famílias acompanhadas e de dar mais qualidade ao registro das informações.

Os dados da apuração da freqüência escolar, no último período de apuração registrado – nos mesesde outubro/novembro de 2007, mostram que 13,2 milhões de alunos, ou 84,75% do total com perfil Educação, dosalunos beneficiários (crianças e adolescentes de 6 a 15 anos) tiveram suas informações sobre freqüência escolarregistradas no sistema, conforme gráfico a seguir. Entre os alunos que tiveram a condicionalidade de educaçãoacompanhada, 97,3% freqüentaram a carga horária mensal exigida pelo Programa, que é igual ou superior a 85,0%.Em relação aos Municípios, no último período de apuração, o índice de informação registrado foi de 99,4% (5.533Municípios).

EVOLUÇÃO DA FREQÜÊNCIA ESCOLAR

12393,146

13393,187 13352,733

14484,82

15385 15542

7.971

13.172

6.024

8.5909.254 9.261 9.610 9.599

10.092

12.771

277 175 268 298 294 152 245 281 271 242

15542

13639,56313363,2112975,071

15244

1524414726

14726

14991

14991

15198

15198

15385

12.051

13.172

9.569 9.751 9.75110.33710.338

11.896 11.911 12.051

9.56910.342

8.887

10.17010.353

8.831

6.302

11.66911.625 11.594 11.646

10.0579.864

12.816

7.7968.563

10.0559.875

296 478 316 308 141457 405 400 355

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

Out aNov/04

Fev aAbr/05

Mai aJul/05

Ago aSet/05

Out aNov/05

Fev aAbr/06

Mai aJul/06

Out/06 Nov/06 Fev/07 Mar/07 Abr/07 Mai/07 Jun/07 Jul/07 Ago/07 Set/07 Out/07 Nov/07

Alunos Perfil Educação Com Registro Freq. >= 85% Freq.< 85%

Fonte: Sistema de Acompanhamento da Freqüência Escolar do PBF/MEC

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1014

Em relação às condicionalidades de Saúde, no último período de apuração – 2º semestre de 2007,cerca de 4,8 milhões de famílias, correspondente a 46,4% das famílias do PBF com perfil saúde, tiveraminformações registradas no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), e um total de 5.298 municípios,o que corresponde a 95% dos municípios brasileiros, lançaram informações no sistema para registrar os dados deacompanhamento das condicionalidades de saúde.

EVOLUÇÃO DO ACOMPANHAMENTO DA SAÚDE – POR FAMÍLIA

10.472

5.307

7.339

5.540

9.494

5.751

10.585

335

2.809

1.797

3.173

4.425 4.8585.177

6.039

4.4203.868

6.160

313

1.714

2.7953.157

4.4044.833

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

1º Sem/05 2º Sem/05 1º Sem/06 2º Sem/06 1º Sem/07 2º Sem/07

Beneficiárias Acompanhadas Não acompanhadas Cumpriram condicionalidades

Fonte: Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – Sisvan Gestão / MS

O resultado do acompanhamento das condicionalidades de cada período é um importanteinstrumento para identificar as famílias em situação de maior vulnerabilidade. Por isso, deve haver articulaçãointersertorial (Saúde, Educação e Assistência Social) e integração de ações entre as três esferas de governo(municipal, estadual e federal) para acompanhar as famílias, identificar e resolver situações de vulnerabilidade epromover o acesso dos beneficiários aos direitos sociais. Com este objetivo, foi criado um fórum nacional deacompanhamento das condicionalidades, composto pelos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate àFome, da Saúde e da Educação e por representantes dos secretários estaduais e municipais das mesmas áreas. É umfórum intergovernamental e intersetorial, que se reúne a cada dois meses e tem como objetivo mobilizar uma rede degestores que possa acompanhar as famílias de forma integrada.

As famílias em situação de descumprimento das condicionalidades estão sujeitas a sanções, deacordo com a Portaria GM/MDS nº 551/2005. Essas sanções são gradativas e vão desde a advertência à família,passando pelo bloqueio e suspensão do benefício, podendo chegar ao cancelamento, se porventura odescumprimento for repetido em cinco períodos consecutivos. O objetivo das sanções gradativas é permitir que asfamílias que não cumprem condicionalidades sejam identificadas, acompanhadas e que os problemas que geraram odescumprimento possam ser resolvidos. Entende-se que são essas as famílias mais vulneráveis.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1015

Ao final do acompanhamento, conforme o calendário de cada área, O MDS, por meio daSecretaria Nacional de Renda da Cidadania – Senarc, identifica as famílias que descumpriram seus compromissosno período, notifica essas famílias e procede a repercussão do descumprimento na folha de pagamento. Em 2007foram aplicadas 1,9 milhão de sanções, sendo 1,2 milhões de advertências, 430 mil bloqueios, 230 mil suspensões e34 mil cancelamentos.

SANÇÕES APLICADAS ÀS FAMÍLIAS BENEFICIÁRIAS DO PBF EM 2006 E 2007

DESCUMPRIMENTO / SANÇÕESREPERCUSSÃO

ADVERTÊNCIA BLOQUEIO 1ª SUSPENSÃO 2ª SUSPENSÃO CANCELAMENTO TOTAL

Agosto 157.094 0 0 0 0 157.094

Setembro 15.174 219 0 0 0 15.393

2006

Dezembro 201.717 56.288 48 0 0 258.053

Março 216.811 82.014 29.891 25 0 328.741

Maio 149.337 56.466 28.545 11.815 11 246.174

Setembro 166.675 50.054 21.039 10.201 4.076 252.045

Outubro 168.611 82.804 33.531 15.595 10.312 310.853

2007

Dezembro 172.183 102.676 56.145 25.232 19.652 375.888

Total 1.247.602 430.521 169.199 62.868 34.051 1.944.241Fonte: Senarc/MDS

O MDS está desenvolvendo o Sistema de Gestão de Condicionalidades (Sicon) que vai permitir agestão de condicionalidades pelo Município. O Sicon possibilitará aos gestores municipais a geração dasnotificações, que deverão ser impressas e entregues às famílias beneficiárias do Município, bem como possibilitará adisponibilização das informações de acompanhamento de condicionalidades aos gestores municipais, estaduais e àsinstâncias de controle social do PBF. Enquanto esse sistema não entra em operação, a informação sobre quaisfamílias não cumpriram as condicionalidades é periodicamente disponibilizada aos Municípios no Sistema deAdesão do Bolsa Família, uma área de trabalho de acesso restrito aos gestores municipais.

A previsão para 2008 é de que sejam realizadas seis repercussões para o acompanhamento da áreade Educação, uma a cada dois meses, na perspectiva de seguir o mesmo fluxo do novo sistema de acompanhamentoda freqüência escolar administrado pelo Ministério da Educação (MEC).

Gestão de Benefícios

Durante o ano de 2007, a Senarc, em conjunto com a Caixa, implementou medidas voltadas paramelhoria dos processos de gestão de benefícios, desde a sua concessão, passando pelos processos operacionaisvoltados para a manutenção, melhoria da logística de pagamento e depuração da folha de pagamento do PBF e dosProgramas Remanescentes. Estas medidas se somam aos processos automáticos de melhoria da folha de pagamento,embutidos na rotina de repercussão automática de alterações cadastrais. Dentre eles podem ser citados o bloqueio defamílias com multiplicidade de vinculação de criança a mais de um responsável legal, cancelamento de benefíciosde famílias com renda per capita acima do limite, com o domicílio excluído do CadÚnico ou outras condiçõesimpeditivas do pagamento do benefício.

Um exemplo destas ações de depuração da folha de pagamentos foi a auditoria realizada em maiode 2007, que consistiu num cruzamento entre as informações do CadÚnico e aquelas da Relação Anual deInformações Sociais de 2005 – RAIS, do Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado foi a identificação defamílias beneficiárias do PBF que, em decorrência de cruzamento de dados, apresentavam suspeitas quanto àcorreção ou atualização das informações cadastrais. Quando a auditoria apontou evidências de subdeclaração derenda, optou-se pelo bloqueio dos benefícios. Nos demais casos, em que havia suspeita de subdeclaração, mas nãosuficientemente fortes para justificar o bloqueio, coube a averiguação dos cadastros pelo Município.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1016

As orientações de como os Municípios deveriam proceder para regularizar a situação de cadastro ede benefício das famílias identificadas pela auditoria foram publicadas na Instrução Operacional nº 18, de 15 demaio de 2007. Finalmente, encerrado o período de averiguação dessa auditoria, em setembro, 127.564 benefíciosforam bloqueados e 231.891 benefícios foram cancelados. Como resultado das ações de atualização cadastral e demaior controle sobre a gestão de benefícios, desde o ano de 2004 houve mais de 2 milhões de bloqueios oucancelamentos de benefícios, fruto de mudanças legítimas na renda da família e, também, de ações de auditoria econtrole sobre o Programa.

Durante os anos de 2006 e 2007, a Senarc, em conjunto com a Caixa, empreendeu medidasoperacionais voltadas para viabilizar a migração do maior número de famílias dos programas remanescentes para oPrograma Bolsa Família, comandando o bloqueio de benefícios de famílias com inconsistências cadastrais e ocancelamento de benefícios de famílias que não atendessem mais às condições de elegibilidade de cada programaremanescente. Este esforço permitiu a redução da quantidade de famílias em cada programa conforme demonstradono gráfico a seguir.

EVOLUÇÃO DA MIGRAÇÃO DOS PROGRAMAS REMANESCENTES PARA O PBF

6

5.1104.790

3.043

1.784

3.771

362

0

970

0 327 54 24 32 220

0 350 108 84

90

294

6.932

5.356

3.401

5760

8.700

6.572

10.966 11.043

3.616

00500

1.0001.5002.0002.5003.0003.5004.0004.5005.0005.5006.0006.5007.0007.5008.0008.5009.0009.500

10.00010.50011.00011.500

dez/01 dez/02 dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07

Milhares

BOLSA ESCOLA BOLSA ALIMENTAÇÃO CARTÃO ALIMENTAÇÃO

AUXÍLIO GÁS BOLSA FAMÍLIA

Fonte: Senarc/MDS

Durante o primeiro semestre de 2007 foi elaborada proposta de ajustes no desenho do ProgramaBolsa Família, entre eles a ampliação da faixa etária, para atender jovens entre 16 e 17 anos pertencentes às famíliasbeneficiárias. Como resultado foi publicada, em 28/12/2007, a Medida Provisória nº. 411/07 que estabelece, entreoutras políticas públicas voltadas ao jovem, a criação de benefício variável vinculado ao adolescente de 16 e 17anos. O valor do benefício será de R$ 30,00, podendo cada família receber, no máximo, dois benefícios.

Quanto à logística de entrega e ativação de cartões, no ano de 2007 foram implementadasdiferentes medidas para o aperfeiçoamento do monitoramento e do controle de todo o processo de emissão edistribuição do Cartão Bolsa Família, bem como para a diminuição do estoque de cartões a entregar, cujosresultados se expressam na significativa redução do número de cartões não entregues. Cabe destacar as açõesfocadas no cancelamento de cartões de programas remanescentes com a respectiva substituição por cartões BolsaFamília.

No que tange à efetividade de pagamento, o PBF vem atingindo desempenho positivo, uma vezque pulou de 91,4% em 2003 para 97,07% em outubro de 2007, conforme gráfico, a seguir, que mostra a evoluçãoda efetividade de pagamento do Programa.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1017

EFETIVIDADE DE PAGAMENTO

94,49%

97,07%

91,22%90,90%91,40%

86,00%

88,00%

90,00%

92,00%

94,00%

96,00%

98,00%

2003 2004 2005 2006 2007

Fonte: Caixa

Um ponto que merece ser destacado e que contribuiu para um melhor acompanhamento emonitoramento da efetividade de pagamento foi a mudança do calendário de pagamento do PBF, que até abril de2007 era iniciado em um mês e findado em outro. A partir de maio, o calendário passou a vigorar dentro do própriomês, com pagamento nos dez (10) últimos dias úteis do mês.

Para 2008 está prevista a ampliação dos serviços prestados pelos lotéricos e correspondentesbancários, que atualmente são exclusivos de agências bancárias, como cadastramento de senha e saque com guia.Essas alterações propiciarão maior eficiência da logística de pagamento e trarão vantagens para muitosbeneficiários, evitando que se deslocam para outros municípios para realizar algumas operações bancárias ouesperem o deslocamento de agentes volantes da Caixa, processo que geralmente é muito moroso.

A integração do PETI com o Programa Bolsa Família, ocorrida em dezembro de 2005, visava,dentre outros, maior racionalidade gerencial das políticas públicas de combate à pobreza e exclusão social no âmbitodo Governo Federal. No âmbito do Bolsa Família, tal integração significava trazer para o PBF famílias com o seuperfil de renda e pertencentes ao PETI, desde que tivessem o valor de seu benefício financeiro aumentado oumantido. Para viabilizar a operacionalização dessa integração do PETI e Bolsa Família foram discutidas eimplementadas várias ações ainda no ano de 2006. Mostrou-se clara, desde o início, a necessidade de integraçãotambém dos sistemas de informação do PBF e do PETI. Assim, em outubro de 2007, o Sistema de Gestão deBenefícios assumiu a geração da folha do PETI, tanto das famílias que fazem parte da integração com o PBF, quantodas que ainda permanecem no PETI. Essa mudança não só permite a racionalidade gerencial como proporciona aosgestores municipais melhoria da gestão integrada do PETI e do PBF.

Durante o primeiro semestre de 2007 foi elaborado um projeto, com apoio do CPqD – Centro dePesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações, para criação de um novo Sistema de Gestão de Benefícios parao Programa Bolsa Família. Nesse projeto, três etapas principais estiveram previstas: Habilitação de Famílias,Concessão de Benefícios e Gestão de Benefícios. Os resultados do trabalho estão disponíveis para o MDS e serãoobjeto de um processo de contratação específico para desenvolver e implantar o resultado do Projeto, previsto paraocorrer ainda no início do ano de 2008.

Programas Complementares

O MDS, por meio da Senarc e de outras áreas, buscou, em 2007, a integração entre o PBF e outraspolíticas do Governo Federal, no intuito de maximizar oportunidades de inserção social e econômica para asfamílias beneficiárias. Os principais programas articulados foram: Programa Brasil Alfabetizado; ProgramaNacional de Inclusão de Jovens – ProJovem; Projeto de Promoção do Desenvolvimento Local e Economia Solidária– PPDLES; Programa Nacional Biodiesel; Programa Nacional da Agricultura Familiar - Pronaf e Programas deMicrocrédito do Banco do Nordeste (BNB); e Programa Luz para Todos.

Alguns resultados indicam avanços nessas articulações. Em 2007 o MDS mobilizou gestores doPrograma Bolsa Família e as Instâncias de Controle Social do PBF em quase 1.500 municípios para a matrícula deanalfabetos beneficiários do programa no Programa Brasil Alfabetizado. Quanto ao Projeto de Promoção doDesenvolvimento Local e Economia Solidária, implementado pelo Ministério do Trabalho em cooperação com o

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1018

Ministério do Meio Ambiente e o MDS, incluiu produtivamente mais de 42 mil cidadãos, em 636 empreendimentossolidários.

Inclusão Bancária

Durante o ano de 2007 foi formatada proposta de modificação na natureza da conta de pagamentode benefícios das famílias do PBF, de forma a possibilitar a inserção desse grupo no sistema bancário. Este processode inclusão bancária dos beneficiários do PBF será implementado ao longo do ano de 2008. A implantação dessaação tem como objetivo apoiar a inclusão bancária e articulá-la com a melhoria dos serviços prestados aosbeneficiários do Programa Bolsa Família, tais como: flexibilidade no valor dos saques; possibilidade de realizaçãode depósitos; emissão de extratos e saldos; permitir a função compra, possibilitando o pagamento de aquisições emestabelecimentos comerciais ligados a redes de pagamento eletrônico, com débito na conta corrente do beneficiário;permitir a função débito com saque de valores em estabelecimentos da rede Caixa (lotéricos, correspondentesbancários e terminais de saque); acesso a linhas de microcrédito formais e orientadas. Na inclusão bancária dosbeneficiários do PBF o instrumento utilizado será a conta simplificada, que pode ser aberta com uso do NIS e comisenção tarifária, ou seja, sem ônus para os beneficiários.

Concomitantemente ao processo de inclusão bancária, um conjunto de ações deverá serimplementado, como: educação financeira dos beneficiários, execução de um plano de comunicação do projeto àsociedade, desenvolvimento de linhas microcrédito orientado, readequação da estrutura operacional do programa edo agente operador, especialmente no que se refere à logística de pagamentos. Futuramente o acesso à rede depagamentos poderá ser ampliado, incluindo outros bancos oficiais, o que permitirá ampliação da rede hojedisponível e conseqüente melhoria nos serviços financeiros prestados aos beneficiários. Também abrirá apossibilidade de formação de poupança e de integração com outras políticas de microcrédito.

Fiscalização

O MDS, por intermédio da Senarc, continua desenvolvendo ações no sentido de garantir aefetividade, transparência e controle do Programa Bolsa Família, segundo o que dispõe a legislação que o criou.Dentre estas ações, podem ser destacadas: desenvolvimento e implantação de uma nova ferramenta de controledenominada Sistema de Fiscalização – Sisfis, que veio modernizar e aperfeiçoar a gestão de informações referentesà fiscalização, bem como dar maior segurança no armazenamento dos dados; informatização e otimização da gestãode informações relativas ao processamento e acompanhamento das denúncias; e reavaliação do fluxo e dametodologia aplicados no tratamento de denúncias, dentre outras.

Na ação de fiscalização realizada pela Secretaria Federal de Controle Interno da Controladoria-Geral da União, foram enviados ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, no exercício de 2007,os resultados de exames in loco realizados em 838 municípios. Deste total, 812 referem-se aos Sorteios Públicos denºs. 8 a 22; 25 são ações de controle específicas; uma auditoria especial; quatro demandas especiais e uma demandaexterna.

Observa-se que todas as falhas e disfunções reportadas nos relatórios de fiscalização dos SorteiosPúblicos foram objeto de diligências às prefeituras executoras e ao agente operador do programa, para fins demanifestação quanto ao saneamento das irregularidades detectadas. Como resultado, 357 diligências já foram objetode regularização, 298 se encontram em processo de análise da manifestação do gestor e 157 estão no aguardo demanifestação do gestor municipal.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1019

STATUS DAS DILIGÊNCIAS DE APURAÇÃO DE DENUNCIAS, REFERENTES AOS SORTEIOS PÚBLICOS - CGU

4340

5457 57 58

42

49

5854

39

49 47

24

16 18

1217

610 9 8

28

58

31 32 32

41

3428

2025

0

7 9 11

3 59

1310

32 33

60 60 60 60 60

4338

2124

00

23

53205

101520253035404550556065

8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º 20º 21º 22º

Sorteios

Municípios Fiscalizados Municípios com Irregularidades Sanadas

Municípios com processo em fase de análise das medidas saneadoras Municípios com processos pendentes de manifestação

Fonte: Senarc/MDS

Apoio à gestão descentralizada

Uma das principais estratégias para o aperfeiçoamento do PBF é o fortalecimento da gestãocompartilhada com Estados e Municípios. Duas modalidades principais são utilizadas nesta estratégia: a “adesão” deMunicípios e Estados à gestão do PBF, considerada como instrumento padrão, e a “pactuação”, utilizada apenas noscasos em que há integração para pagamento conjunto de programas de transferência de renda.

No caso dos Municípios, para aqueles que assinaram o Termo de Adesão (5.560 dos 5.564Municípios existentes no País), o MDS apóia financeiramente a gestão descentralizada por meio do Índice de GestãoDescentralizada, criado em 2006. O índice varia de 0 a 1 e indica a qualidade da gestão do Programa implementadapelos Municípios. Para obter um bom índice, os gestores municipais devem manter as informações do CadastroÚnico atualizadas e validadas e, também, informar os dados sobre o acompanhamento das condicionalidades desaúde e educação. De acordo com o desempenho, são transferidos, mensalmente, recursos financeiros para osFundos Municipais de Assistência Social. No ano de 2007 foi transferido o valor R$ 210.437.053.

Considerando as informações referentes ao IGD de novembro de 2007, apenas 16 Municípios nãoatingiram o índice mínimo de 0,4, a partir do qual há liberação de recursos financeiros para apoio à gestão. Cerca de5 mil Municípios têm IGD maior ou igual a 0,6, considerado como indicador de boa gestão.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1020

INCENTIVOS À QUALIDADE – RESULTADOS DO IGD – NOVEMBRO DE 2007

16

565

3.253

1.730

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

< 0,4 >= 0,4 < 0,6 >= 0,6 < 0,8 >= 0,8

Faixas de Distribuição - IGD

nº M

unic

ípio

s

Fonte: Senarc/MDS

Segundo a regulamentação específica do IGD, os Municípios podem utilizar o recurso para: (a)apoiar a gestão de condicionalidades; (b) apoiar a gestão de benefícios; (c) acompanhamento das famíliasbeneficiárias; (d) cadastramento de novas famílias e atualização e revisão dos dados contidos no CadÚnico; (e)atendimento às demandas relacionadas à fiscalização do PBF e (f) implementação de programas complementares aoPBF nas áreas de alfabetização e educação de jovens e adultos, capacitação profissional, geração de trabalho erenda, acesso ao microcrédito produtivo orientado e desenvolvimento comunitário e territorial, dentre outras.

Estudo realizado por meio de questionário respondido por 2.633 Municípios mostra que a maiorparte destes utiliza os recursos do IGD para desenvolver ações com as próprias famílias, em especial ações degeração de trabalho e renda.

O PBF tem entre as suas diretrizes a busca pela integração dos programas de transferência derenda condicionada em todos os níveis de governo. Desde 2004, o MDS tem buscado a implementação conjunta deprogramas de transferência de renda, por meio da assinatura de Termos de Cooperação com os Estados, o DistritoFederal e os Municípios. Nessa proposta, o ente federado que tiver programa próprio pode complementar osbenefícios pagos pelo Programa Bolsa Família, aumentando os valores recebidos pelas famílias e, principalmente,evitando a sobreposição de ações e de custos administrativos e possibilitando a ampliação do atendimento doprograma. Atualmente estão em vigor as pactuações com o Estado do Ceará, com o Distrito Federal e os Municípiosde São Luís /MA, Nova Lima/MG e Boa Vista/RR.

ASSISTÊNCIA SOCIAL

A política de Assistência Social, integrante da Seguridade Social, é implementada por meio doSistema Único de Assistência Social - SUAS que regula e organiza em todo o território nacional as açõessocioassistenciais nos níveis de proteção social básica e proteção social especial, com centralidade na família. Pormeio dessa política, são garantidos serviços, projetos, programas e benefícios para pessoas em situação devulnerabilidade e risco social.

Em 2007, 97,8% dos Municípios brasileiros (5.439 Municípios) estavam habilitados em algumnível de gestão do SUAS: 1.262 Municípios (22,7%) habilitados em gestão inicial, 3.813 Municípios (68,5%) estãoem gestão básica e. em gestão plena, 364 Municípios (6,5%). No final do ano, apenas 124 Municípios brasileiros(2,2%) não estavam habilitados ao SUAS.

Nesse ano, o Sistema Único da Assistência Social foi marcado por avanços significativos nasdimensões de planejamento, concepção e implementação, que contribuíram na sua consolidação como um sistemapúblico não contributivo, descentralizado e participativo. Entre os marcos regulatórios da política de AssistênciaSocial, destaca-se a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei n°. 8.742, de 7/12/93), que define a AssistênciaSocial como direito, repelindo o ideário de tutela ou assistencialismo. A Agenda do Governo Federal em 2007 alémde fortalecer esta concepção, avançou na concretização de uma gestão fundamentada na participação social e natransparência da utilização dos recursos públicos.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1021

Um desses avanços diz respeito à construção coletiva do Plano Decenal do SUAS, orientado pelasmetas deliberadas na V Conferência Nacional de Assistência Social, e aprovado pelo Conselho Nacional deAssistência Social – CNAS, por meio da Resolução nº. 210, de 22/11/2007. Esse instrumento expressa umplanejamento para a implementação do SUAS em todo o território nacional até o ano de 2015, representando,sobretudo, um pacto de metas, resultados e compromissos entre as três esferas de governo, considerando a exigênciaem instituir ações sistematizadas, baseadas em estudos da realidade e desenvolvidas com monitoramento eavaliação.

A Agenda Social constituída pelo Governo Federal em 2007, para ser implementada no período de2008 a 2010, também representa um instrumento importante no planejamento das ações de Assistência Social. Essaagenda envolve todas as políticas sociais e tem por objetivos: consolidar uma política garantidora de direitos; reduzirainda mais a desigualdade social; buscar a gestão integrada das políticas, promovendo oportunidades; e efetivar apactuação federativa no âmbito das políticas sociais.

Foram incluídas na Agenda as seguintes iniciativas na área de Assistência Social: ampliação equalificação do atendimento às famílias por meio do Programa de Atenção Integral à Família – PAIF, executado nosCentros de Referência da Assistência Social - CRAS; inclusão social e educacional das pessoas com deficiênciabeneficiárias do BPC; aprimoramento dos mecanismos de controle do BPC e de avaliação da deficiência e do graude incapacidade para acesso ao benefício; potencialização do atendimento, no âmbito dos Centros de ReferênciaEspecializados da Assistência Social – Creas, a crianças e adolescentes vítimas de violência, abuso e exploraçãosexual; apoio às famílias para propiciar a acolhida dos filhos abrigados por situação de pobreza; implantação doserviço de atendimento das medidas socioeducativas em meio aberto nos Creas; implementação do Pro-JovemAdolescente; oferta de serviços especializados e garantia de abrigamento para as mulheres vítimas de violência, pormeio de rede socioassistencial vinculada ao SUAS; dentre outras. Essas ações foram distribuídas nos eixos: Geraçãode Oportunidades às Famílias Pobres; Ampliação de Serviços Socioassistenciais; Juventude; Mulheres;Quilombolas; Povos Indígenas; Criança e Adolescente; Pessoas com Deficiência; Documentação Civil Básica; eTerritórios de Cidadania.

No campo da produção de informação, destacam-se a Pesquisa das Entidades de AssistênciaSocial Privadas sem Fins Lucrativos - PEAS e a Pesquisa de Contagem da População em Situação de Rua. A PEAS,realizada em 2006 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em parceria com o MDS, e lançadaem dezembro de 2007, abrangeu em todo o território nacional 16.089 entidades prestadoras de serviços deAssistência Social. Esse estudo traçou um perfil das entidades quanto aos aspectos de qualificação, títulos,credenciamento pelos órgãos competentes, serviços prestados, modalidades socioassistenciais, caracterização dosusuários, âmbito de atuação, período de funcionamento, metodologia de atendimento, instalações e equipamentosdisponíveis, capacitação e nível de formação dos colaboradores, financiamentos, parcerias.

Seus resultados permitiram conhecer dados básicos sobre a rede de atendimento constituída poressas entidades e proporcionará uma melhor orientação estratégica na implementação do SUAS. Já a Pesquisa deContagem da População em Situação de Rua foi realizada no 2º semestre de 2007, com o objetivo de quantificar ecaracterizar o perfil socioeconômico da população em situação de rua, de modo a orientar a implementação depolíticas públicas direcionadas a esta parcela da população. O campo de pesquisa abrangeu 71 Municípios compopulação superior a 300 mil habitantes, em todas as unidades da federação. Estima-se que essa pesquisa sejapublicada no primeiro semestre de 2008.

Outro avanço importante foi a regulamentação do artigo 3º da Lei Orgânica de Assistência Social– LOAS (Lei 8.742, de 07/12/93), com a publicação do Decreto nº. 6.308, de 14/12/07, que dispõe sobre asentidades e organizações de assistência social. Esse Decreto estabelece como entidades e organizações de assistênciasocial aquelas cujos atos constitutivos definem expressamente sua natureza, objetivos, missão e público alvo, deacordo com as disposições da LOAS. São apresentadas também as funções essenciais dessas entidades eorganizações, quais sejam: (i) realizar atendimento, assessoramento ou defesa e garantia de direitos na área deassistência social; (ii) garantir a universalidade do atendimento, independentemente de contraprestação do usuário; e(iii) ter finalidade pública e transparência nas suas ações.

Merece destaque, também, a regulamentação da forma de participação dos órgãos gestores daassistência social na emissão da Carteira do Idoso para fins de acesso ao benefício tarifário no sistema de transportecoletivo interestadual para pessoas idosas que possuem renda de até dois salários mínimos sem meios de comprová-la. Nesse sentido foi publicada a Resolução nº. 04 de 18/04/07 da Comissão Intergestores Tripartite – CIT, contendoos procedimentos a serem adotados pelas secretarias municipais de assistência social ou congêneres, e a InstruçãoOperacional Senarc-SNAS/MDS nº. 2, de 31/07/07, que divulga os procedimentos operacionais relativos ao

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1022

cadastramento dos usuários para a emissão da Carteira do Idoso. Até o final de 2007, mais de 61 mil carteiras foramemitidas em todas as unidades da federação.

Por fim, ressalta-se a VI Conferência Nacional de Assistência Social, realizada em Brasília/DF, noperíodo de 14 a 17 de dezembro de 2007, com a participação de, aproximadamente, 1.700 pessoas, entre delegados,observadores e convidados. Representantes de segmentos dos usuários, técnicos, gestores e representantes deentidades e pesquisadores da política de assistência social contribuíram para um debate responsável ecomprometido, que veio a apontar os rumos da Política de Assistência Social no país nos próximos anos.“Compromissos e Responsabilidades para Assegurar Proteção Social pelo Sistema Único de Assistência Social” foio tema central da Conferência, que decorreu do processo de discussões, avaliações e deliberações realizadas nosEstados, Municípios e Distrito Federal, no decorrer de 2007, mobilizando mais de 500 mil pessoas em 90% dosMunicípios e nas 27 Unidades da Federação. Durante a Conferência foram aprovadas as metas nacionais a sereminseridas no Plano Decenal da Assistência Social até 2015. Os delegados aprovaram a Carta Nacional dos DireitosSocioassistenciais entre outras ações, apontando para uma agenda nacional na área da assistência social.

A seguir, serão explicitados os principais resultados das ações orçamentárias no âmbito da políticade assistência social, destacando a meta de atendimento e a execução orçamentária e financeira do exercício de2007.

PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA

Serviços de Proteção Social Básica às Famílias

Os Serviços de Proteção Social Básica às Famílias consistem na viabilização do co-financiamentofederal junto às demais esferas de governo, para custeio do Programa de Atenção Integral às Famílias (PAIF),desenvolvido nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), visando: a) contribuir na prevenção desituações de risco; b) fortalecer os vínculos familiares e comunitários; c) promover potencialidades e aquisições; e d)favorecer o convívio familiar e o protagonismo dos seus usuários.

Os CRAS atuam como referência local e territorial e desenvolvem atendimento socioassistencialàs famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade social, considerando as diversidades e especificidades eprimando pela participação popular. São unidades públicas estatais locais de Proteção Social Básica e constituem aporta de entrada para a proteção básica, exercendo o papel de referência e contra-referência com vistas àconcretização da função de proteção às famílias em determinado território.

Em 2007 o Governo Federal co-financiou a execução dos serviços em 3.248 CRAS, envolvendo2.624 Municípios, o que possibilitou o referenciamento de aproximadamente 11 milhões de famílias que vivem emterritórios de vulnerabilidade, e o atendimento de cerca de 2 milhões de famílias. Para tanto, a execução financeirafoi de R$ 276.443.335.

Destaca-se também o processo de monitoramento dos CRAS, a partir do preenchimento da Fichade Monitoramento dos Centros de Referência de Assistência Social - CRAS, disponibilizada no sítio do MDS aosMunicípios no período de 13/07/2007 a 22/10/2007. Esse processo significou uma etapa importante na consolidaçãoe gestão das informações dos serviços ofertados e da sua qualidade.

A Ficha de Monitoramento contemplou informações qualitativas e quantitativas que possibilitamconhecimento dos espaços e das atividades dos CRAS, a fim de melhorar o planejamento das ações e a formulaçãode orientações aos Municípios. Com os resultados obtidos, é possível conhecer dados da identificação dos CRAStais como: endereço, telefone, e-mail, fontes de financiamento, mês e ano de implantação, planejamento deimplantação, horário de funcionamento, situação do imóvel, estrutura física, público prioritário, atividadesrealizadas, intersetorialidade e a composição da equipe técnica de todos os CRAS existentes no País. Será publicadoem 2008 um relatório contendo os dados coletados.

É importante ressaltar que esse processo de monitoramento repercutiu na formatação do Plano deAcompanhamento dos Serviços de Proteção Social Básica, cuja implantação foi iniciada em 2007. Os dados da fichatambém subsidiaram a partilha de recursos do ProJovem Adolescente, na medida em que possibilitaram aidentificação dos municípios que têm CRAS em funcionamento.

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Serviços Específicos de Proteção Social Básica

Os Serviços Específicos de Proteção Social Básica têm por objetivo atender a demandas enecessidades específicas de famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade social, por meio de atividadescomplementares às ações do serviço de proteção social básica às famílias, ofertados no CRAS ou na rede de serviçossocioassistenciais de proteção básica. No âmbito dessa ação são atendidos, prioritariamente, crianças de 0 a 6 anos,jovens e pessoas idosas.

Com relação ao público de zero a seis anos, são co-financiadas ações socioeducativas paracrianças atingidas pela pobreza e suas famílias, além de creches e pré-escolas. Foram atendidas no exercício de 2007aproximadamente 1,6 milhões de crianças.

Destaca-se que para o aperfeiçoamento do atendimento à criança foram realizados estudos ediscussões sobre a transição das ações de creche e pré-escola, do âmbito da Assistência Social para o da Educação,cumprindo o estabelecido pela LDB, e pelo Fundeb, aprovado por meio da Lei nº 11.494/07, segundo o qual toda arede de Educação Infantil se integrará ao sistema educacional até o ano de 2009. Nesse sentido foi publicada aPortaria MDS nº 460 de 18/12/07, que orienta os Municípios quanto à aplicação dos recursos no atendimento àscrianças e suas famílias, priorizando o público de zero a três anos integrantes de famílias vulnerabilizadas pelapobreza, bem como pessoas idosas.

Em relação ao público jovem, são co-financiados os serviços socioeducativos para jovens de 15 a17 anos em situação de vulnerabilidade e risco social, cuja renda per capita familiar é de até meio salário mínimo, eque recebem a bolsa do Agente Jovem. No ano de 2007, foram atendidos aproximadamente 111.793, distribuídosem cerca de 4.472 núcleos, cada um com capacidade de atender até 25 jovens, abrangendo 1.711 Municípios.

Cabe ressaltar que em 2007 foi lançado o novo Programa Nacional de Inclusão de Jovens –ProJovem, subdividido em ProJovem Adolescente, ProJovem Urbano, ProJovem Trabalhador e ProJovem Campo.

O ProJovem Adolescente, coordenado pelo MDS, é uma reformulação do Agente Jovem,fundamentada nos resultados da pesquisa de avaliação do Projeto Agente Jovem realizada em 2006, emrecomendações do Tribunal de Contas da União - TCU e na constituição da Agenda Social do Governo Federal, noano de 2007. Trata-se de um serviço de Proteção Social Básica, desenvolvido no âmbito do Sistema Único deAssistência Social – SUAS, com o objetivo de investir na formação social e humana do jovem e incentivar oaumento de sua escolaridade, gerando maiores oportunidades de integração social e de ingresso em melhorescondições no mundo do trabalho, possibilitando, dessa forma, o rompimento do ciclo transgeracional de reproduçãoda miséria. Para tanto serão oferecidos conteúdos e atividades nas áreas de Meio Ambiente, Saúde, Cultura, Esportee Lazer, Direitos Sociais e Humanos, Noções Gerais do Mundo do Trabalho, dentre outros de interesse dajuventude. O serviço vai beneficiar jovens de 15 a 17 anos de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família;egressos do PETI; egressos ou pessoas vinculadas aos programas de combate ao abuso e a exploração sexual;egressos de medida socioeducativa de internação; egressos ou em cumprimento de outras medidas socioeducativas,conforme disposto na Lei n° 8.069 de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA; egressosou sob medida de proteção, conforme disposto no ECA.

Em 2007, foram realizadas duas teleconferências para todos os gestores do Brasil, por meio doPrograma Ponto a Ponto do Banco do Brasil, além da exposição de um painel na VI Conferência Nacional deAssistência Social sobre o serviço socioeducativo e as regras de transição do Agente Jovem para o ProJovemAdolescente.

O ano de 2008 será de transição do Agente Jovem para o ProJovem Adolescente. A partir de 2009não mais será desenvolvido o Projeto Agente Jovem.

Quanto ao atendimento a pessoas idosas, foram co-financiados serviços desenvolvidos em grupose centros de convivência em 2.192 Municípios, beneficiando cerca de 364,2 mil pessoas. No total, foram atendidasno âmbito dessa ação aproximadamente 2,1 milhões de pessoas, sendo que para tanto foi executado o montante deR$ 310.559.093.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1024

Benefício de Prestação Continuada

O Beneficio de Prestação Continuada da Assistência Social - BPC, em vigor desde 1º de janeiro de1996, está regulamentado pela Lei nº. 8.742, de 7 de dezembro de 1993 – Lei Orgânica da Assistência Social -LOAS, e pelo Decreto n.º 6.214, de 26 de setembro de 2007, em conformidade aos preceitos constitucionais dosartigos 203 e 204 da Carta Magna Brasileira. Consiste na garantia de um salário mínimo mensal às pessoas idosas apartir dos 65 anos de idade e às pessoas com deficiência incapazes para a vida independente e para o trabalho, emqualquer idade, e que, em ambos os casos, possuam renda familiar per capita inferior a ¼ do salário mínimo. Trata-se de um benefício individual, intransferível, não-contributivo, com parcelas continuadas, orçamento definido, comconcessão desvinculada de contribuições prévias e desvinculadas da inserção anterior no mercado de trabalho, quelegitima uma nova lógica de definição da assistência social como um direito social.

No âmbito normativo, destaca-se a publicação do Decreto nº. 6.214, de 26/09/2007, que regula oBenefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC, e do Decreto nº. 6.307, de 14/12/2007, que regulaos benefícios eventuais.

Outra ação de relevância no ano de 2007 foi a Instituição de Programa de Monitoramento eAcompanhamento do Acesso e Permanência na Escola das Pessoas com Deficiência beneficiárias do BPC, por meioda Portaria Normativa Interministerial nº. 18, de 24/04/07, assinada pelo Ministério do Desenvolvimento Social eCombate à Fome, Ministério da Educação, Ministério da Saúde e Secretaria Especial de Direitos Humanos.

O BPC preenche uma lacuna na proteção social brasileira, incluindo nas políticas públicas umaparcela da população anteriormente sem cobertura. Em 2007, atingiu-se a meta de 1.295.716 beneficiários idosos e1.385.107 beneficiários com deficiência, tendo uma execução orçamentária de respectivamente R$ 5.555.624.701 eR$ 6.010.882.521.

Renda Mensal Vitalícia

A Renda Mensal Vitalícia - RMV foi um benefício criado em 1974, no âmbito da PrevidênciaSocial, destinado às pessoas com 70 anos ou mais e pessoas em situação de invalidez, que tenham contribuído com aprevidência, no mínimo por 12 meses ou tenham exercido atividade remunerada anteriormente não coberta pelaPrevidência Social, por cinco anos, no mínimo. Foi concedido até 1º de janeiro de 1996, quando foi regulamentada aconcessão do BPC. Seu financiamento deve ser mantido até a extinção completa do benefício, com base nopressuposto do direito adquirido.

No exercício de 2007 foi realizado o pagamento de 115.965 benefícios de RMV por idade e284.033 benefícios de RMV por invalidez, envolvendo os montantes de, respectivamente, R$ 577.344.106 e R$1.324.439.976.

Concessão de Bolsa para Jovens em Situação de Vulnerabilidade Social

A concessão de bolsa para jovens em situação de vulnerabilidade social objetiva garantir meiospara que o jovem em situação de vulnerabilidade e risco social possa se inserir em atividades que promovam suacidadania, objetivando sua permanência no sistema educacional e sua iniciação no mercado de trabalho,contribuindo para a promoção da convivência familiar e comunitária.

Esta ação integra o Projeto Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano, juntamente comos serviços socioeducativos. Em 2007, foram atendidos cerca de 111.793 jovens em situação de vulnerabilidade erisco social, inseridos em famílias cuja renda per capta é de até meio salário mínimo, envolvendo o montante de R$89.341.961.

Ressalta-se que com a implantação do ProJovem Adolescente, e a conseqüente extinção do AgenteJovem, e com a unificação dos programas de transferência de renda, será realizada a integração entre a bolsa doAgente Jovem e o Programa Bolsa Família. Dessa forma, as famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família, comjovens de 16 e 17 anos, que estejam estudando, terão um repasse mensal de R$ 30,00 até o limite de dois benefíciospor família. A estimativa é de que a partir de 2009 não haja mais concessão de bolsa por meio desta açãoorçamentária.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1025

Estruturação de Rede de Serviços de Proteção Social Básica

Os projetos de Estruturação da Rede de Proteção Social Básica são aqueles que promovem o apoioà estruturação e modernização da rede de serviços e de suas unidades, a melhoria das condições de acesso e deatendimento ao público e do aprimoramento da gestão, com a finalidade de potencializar os serviços desenvolvidose qualificar a rede da Proteção Social Básica do SUAS. No ano de 2007 essa ação destinou-se ao aprimoramento doatendimento nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), sendo regulada pela Portaria MDS nº. 223,de 25/06/2007 e Edital 002/SNAS/MDS-2007, que aprova e torna públicos os critérios de habilitação e seleção dospré-projetos cadastrados no Sistema de Convênios (SISCON). Foram selecionados 112 projetos de execução comlocalizador nacional e 433 selecionados com referência às emendas parlamentares individuais e de bancada. Destaforma, o montante global de recursos com empenhos liquidados dos referidos projetos foi de R$ 56.679.467.

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

Serviços de Proteção Social Especial à Família

Os serviços de Proteção Social Especial à Família destinam-se as famílias e indivíduos que seencontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e ou psíquicos,abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, dentre outras. Nesseâmbito, são co-financiados os serviços de acolhimento às crianças, adolescentes e idosos, mulheres vítimas deviolência e o atendimento à população em situação de rua, buscando o fortalecimento dos vínculos e da convivênciafamiliar e comunitária. A oferta dos serviços é estruturada em articulação com outras políticas públicas e sociais,valorizando a participação e o controle social exercido pelos conselhos, fóruns, organizações, entre outros, buscandoa promoção do fortalecimento dos vínculos e da convivência familiar e comunitária, mesmo nos casos em que,comprovadamente, houve rompimento de tais vínculos.

Em 2007, esses serviços alcançaram o atendimento de aproximadamente 107,2 mil indivíduos,sendo que destes, cerca de 7 mil são pessoas em situação de rua. Para tanto, foi aplicado o montante de R$41.761.232. Destaca-se que, tendo em vista a necessidade de reordenar a rede de serviços da alta complexidade e deimplantar novas modalidades de atendimento, em 2007 foi realizado, por meio da Portaria MDS nº 460, de18/12/2007, o reajuste dos valores transferidos aos entes federados, a partir da definição de valores de referência deacordo com o porte do município; bem como a expansão da cobertura desses serviços para mais 50 municípios,priorizando aqueles localizados nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. De acordo com a Portaria, osMunicípios e Estados que recebem recursos do Governo Federal terão o prazo de doze meses, a contar de suapublicação, para proceder ao reordenamento dos serviços de acolhimento e implantação de novas formas deatendimento, em conformidade com o Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças eAdolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, do Estatuto da Criança e do Adolescente e ao Estatuto doIdoso, entre outras normativas e legislações vigentes.

Serviços Específicos de Proteção Social Especial

Os Serviços Específicos de Proteção Social Especial oferecem atendimento a indivíduos e famíliasem situação de vulnerabilidade, com vínculos familiares mantidos, visando melhorar a qualidade de vida da pessoaidosa e da pessoa com deficiência, apoiando a família no exercício de sua função de cuidado e proteção. Essesserviços são constituídos por ações de habilitação e reabilitação da pessoa com deficiência, atendimento dereabilitação na comunidade, atendimento domiciliar a pessoas idosas e pessoas com deficiência e centro-dia(atendimento especializado diurno na área de assistência social e saúde destinado a pessoas idosas e com deficiênciaem situação de vulnerabilidade social, que possuam limitações para a realização de Atividades para a Vida Diária -AVD, cujos cuidados não possam ser dispensados no domicílio ou em outros serviços da rede, apoiando a famíliaem sua função de proteção e cuidado e prevenindo o isolamento e a institucionalização desses usuários). Em 2007foram beneficiadas 185.352 pessoas, em 1.547 municípios, com execução orçamentária R$ 83.327.359.

Estruturação da Rede de Serviços de Proteção Social Especial

A Estruturação da Rede de Serviços de Proteção Social especial visa contribuir para a melhoria doacesso e da qualidade dos serviços prestados aos usuários, por meio do apoio técnico e financeiro aos projetosapresentados por Municípios e pelo Distrito Federal para estruturação e modernização das seguintes unidades darede de serviços da proteção social especial: abrigo institucional para crianças e adolescentes e pessoas idosas; casa-

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1026

lar para crianças, adolescentes e pessoas idosas; casa de acolhida temporária para pessoas em situação de rua; eCentro de Referência Especializado da Assistência Social – CREAS, dentre outras.

No ano de 2007, a aplicação desses recursos foi regulada pela Portaria MDS n°. 224, de24/06/2007, que estabelece normas para o co-financiamento de projetos de Estruturação da Rede da Rede deServiços de Proteção Social Especial no âmbito do SUAS. Por meio dessa Portaria foi priorizado o co-financiamento dos projetos a partir da lógica de reordenamento da rede, com recursos destinados à adequação daestrutura física, por meio de ampliação ou conclusão de obra, e à aquisição de bens permanentes para os Creas epara a rede de serviços socioassistenciais de acolhimento da alta complexidade.

Foram selecionados 278 projetos para aplicação dos recursos direcionados ao aprimoramentodessa rede de atendimento sócio-assistencial equivalente a 100% do valor alocado nesta ação (exceto emendas debancada e individuais). No que tange os processos de emendas parlamentares de bancada e individuais, foramselecionados 254 projetos. Para tanto, foi aplicado o montante total de R$ 33.548.030.

PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL

O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI é destinado a famílias com crianças eadolescentes de até 16 anos em situação de trabalho e consiste na implementação de duas ações articuladas entre si:a transferência de renda às famílias e a oferta de ações socioeducativas para as crianças e adolescentes retirados dotrabalho.

Em 2007 o MDS trabalhou no sentido de orientar e capacitar os Municípios quanto à identificaçãoe cadastramento de crianças e adolescentes em situação de trabalho precoce no Cadastro Único do governo federal -CadÚnico. Esse trabalho resultou na identificação e atendimento de cerca de 863,2 mil crianças e adolescentes nosserviços socioeducativos, mediante a aplicação de R$ 215.764.588, atendendo em torno de 591.000 famílias.

Para o monitoramento das ações do PETI, foi implantado o Sistema de Controle eAcompanhamento das Ações ofertadas pelo Serviço Socioeducativo do PETI - Sispeti, que consiste em um módulodo aplicativo Suasweb, ferramenta via internet da Rede SUAS, com o objetivo de controlar e acompanhar afreqüência mensal mínima de 85% exigida para o serviço socioeducativo do programa. Até o final de 2007, 1.681Municípios já estavam utilizando o Sispeti como ferramenta de gestão e controle da freqüência mensal no serviçosocioeducativo do PETI, representando aproximadamente 50% dos Municípios que tem o programa implantado.

Para potencializar as ações do programa e a fiscalização do trabalho infantil, foi assinado em 25de janeiro de 2007 um termo de cooperação técnica entre o MDS e Ministério Público do Trabalho. Destaca-setambém o lançamento, em junho de 2007, da Campanha “Com o trabalho infantil, a infância desaparece”, queretrata a realidade do trabalho de crianças e adolescentes no campo, nas ruas da cidade e no trabalho doméstico,sensibilizando a sociedade sobre a necessidade de erradicar o trabalho infantil. A campanha foi recentementepremiada no Salão da Propaganda, realizado em Porto Alegre/RS.

No ano de 2007 foi iniciada ainda a revisão do Plano Nacional de Erradicação do TrabalhoInfantil, no âmbito da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil – Conaeti, com o objetivo de analisaros resultados alcançados pelos órgãos que têm responsabilidades e ações previstas no Plano. Ressalta-se que das 133ações previstas no Plano, o MDS é responsável por 48 ações, e alcançou 75% das metas previstas até 2007.

Por fim, cabe mencionar os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD,divulgada em setembro de 2007, que apontam para uma redução no nível de ocupação das crianças e adolescentesde 5 a 17 anos, de 12,2% em 2005 para 11,5% em 2006.

COMBATE AO ABUSO E À EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Proteção Social às Crianças e aos Adolescentes Vítimas de Violência, Abuso e Exploração Sexual e suasFamílias

O enfrentamento à violência, ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes é um dosserviços realizados nos Creas, destinado ao atendimento especializado de crianças, adolescentes e suas famíliasvitimadas pela violência, abuso e exploração sexual comercial, com o objetivo de assegurar proteção imediata e

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atendimento psicossocial a esse público, promovendo o fortalecimento de vínculos e a reconstrução de relaçõesfamiliares e comunitárias, na perspectiva da superação de padrões violadores de relacionamento.

Em 2007, esses serviços foram implantados em 1.108 Municípios, permitindo o atendimento deaproximadamente 65,9 mil crianças e adolescentes em 932 Creas. O montante transferido aos entes federados para aexecução desse serviço foi de R$ 62.832.589.

ECONOMIA SOLIDÁRIA EM DESENVOLVIMENTO

Promoção da Inclusão Produtiva

A Promoção da Inclusão Produtiva no âmbito do SUAS diz respeito ao apoio a projetosdesenvolvidos pelas prefeituras e Governos de Estado, visando o fortalecimento ou criação de unidades produtivascoletivas e autogestionárias nos territórios, a constituição de redes e articulação de cadeias produtivas entre essesempreendimentos populares e comunitários e o desenvolvimento de ações mais focalizadas na qualificação sócio-profissional.

A transferência dos recursos alocados nesta ação no exercício de 2007 (com exceção das emendasparlamentares individuais e de bancada) foi regulada pela Portaria MDS nº 225, de 25/06/2007 e pelo Edital001/SNAS/MDS-2007, que definiu as seguintes modalidades de projetos: apoio à formação e capacitação; apoio àorganização e ao desenvolvimento de cadeias produtivas e de redes de empreendimentos; e apoio à implementaçãoou fortalecimento de unidades produtivas. Esse Edital definiu, ainda, o público desses projetos, quais sejam:beneficiários do Programa Bolsa Família ou seus familiares; do Benefício de Prestação Continuada, Jovens de 16 a24 anos (egressos do Projeto Agente Jovem, de medidas socioeducativas, em cumprimento de medidassocioeducativas em meio aberto, em cumprimento ou egressos de medidas de proteção - previstas no ECA) eindivíduos e famílias em situação de rua.

A Promoção da Inclusão Produtiva selecionou 78 projetos referentes à localizadores nacionais e79 referentes às emendas parlamentares individuais e de bancada totalizando um investimento de 21.532.992 emempenhos liquidados.

PROGRAMA DE ACESSO À ALIMENTAÇÃO

Aquisição de Alimentos provenientes da Agricultura Familiar

O Programa de Aquisição de Alimentos – PAA foi instituído pelo art. 19 da Lei nº 10.696/2003,regulamentado pelo Decreto nº 5.873/2006 e consiste na compra da produção da agricultura familiar paradistribuição às pessoas que se encontram em situação de insegurança alimentar, além da formação de estoquesestratégicos. Em agosto de 2006, o limite máximo de aquisição passou de R$ 2.500 para R$ 3.500 por agricultor.Essas ações contribuem para a dinamização da economia local, melhoram a distribuição de renda, proporcionam avalorização dos trabalhadores rurais e representam uma decisão inédita no âmbito governamental de apoiarconcretamente os pequenos produtores na comercialização de seus produtos, etapa mais difícil da cadeia agrícola.

O programa é gerido por um Grupo Gestor coordenado pelo MDS e composto pelos Ministériosda Agricultura, Pecuária e Abastecimento; do Desenvolvimento Agrário; do Planejamento, Orçamento e Gestão e daFazenda, sendo operado por meio das modalidades Compra Direta, Compra Antecipada Especial – DoaçãoSimultânea, Formação de Estoque pela Agricultura Familiar, Compra Direta Local (Estados e Municípios) e doIncentivo à Produção e ao Consumo do Leite (IPCL), através de convênios com Governos Estaduais, Municipais e aCompanhia Nacional de Abastecimento – Conab.

Em 2007, dados preliminares provenientes da Conab indicam a aquisição de 402.490 toneladas dealimentos, produzidos por 79.489 agricultores familiares e que beneficiam 6,17 milhões de pessoas em situação deinsegurança alimentar e nutricional, através de todas as modalidades do PAA. Neste programa foram aplicados R$393,3 milhões.

Dentre as modalidades do PAA, cabe destacar o Programa do Leite, que vem contribuindo para adinamização das economias regionais e reestruturação das bacias leiteiras dos estados nordestinos e do norte deMinas Gerais. O programa beneficia diretamente cerca de 700 mil pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1028

e nutricional, com uma distribuição média diária de cerca de 700 mil litros de leite adquiridos de mais de 29 milprodutores, em 1.200 Municípios do semi-árido. Os recursos liberados somam aproximadamente R$ 179,1 milhões.

Nas modalidades do PAA operacionalizadas pelos Estados e pela Conab foram beneficiados em2007, cerca de 39 mil agricultores familiares, com a aplicação de R$ 185,0 milhões e a aquisição de 133.180toneladas de alimentos, distribuídas para 5.232 instituições (creches, escolas, asilos, hospitais, casas de passagem,albergues, entre outros), beneficiando 3.567.671 pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional.Adicionalmente foram gastos R$ 9,6 milhões na operacionalização da ação.

Na modalidade de Compra Direta Local, executada em parceria com as Prefeituras Municipais(PAA Municipal) foram destinados em 2007 cerca R$ 29,3 milhões para a compra de alimentos, provenientes de11.489 agricultores familiares, suficientes para adquirir cerca de 8,7 mil toneladas de alimentos, distribuídas paracerca de 2.289 instituições, beneficiando 1.904.895 pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional.

A articulação com outros programas do MDS possibilitou, ainda, a destinação dos produtos daagricultura familiar ao abastecimento da rede de proteção social, formada por restaurantes populares, cozinhascomunitárias, bancos de alimentos, complementação da merenda escolar, dentre outros.

Construção de Cisternas para Armazenamento de Água

A cisterna é uma tecnologia popular para a captação de água da chuva e representa uma solução deacesso a recursos hídricos para a população rural do Semi-Árido brasileiro. É destinada à população rural de baixarenda que sofre com os efeitos das secas prolongadas, que chegam a durar oito meses do ano. É um tipo dereservatório cilíndrico, coberto e semi-enterrado, que permite a captação e armazenamento de águas das chuvas apartir de seu escoamento nos telhados das casas, com a utilização de calhas de zinco ou PVC. O Programa Cisternas,que faz parte do Fome Zero, é realizado por meio de convênios firmados junto aos Governos Estaduais e Municipaise com a Associação Programa Um Milhão de Cisternas. O objetivo é possibilitar à população o acesso a umaestrutura simples e eficiente de captação de água da chuva e de aproveitamento sustentável de recursos pluviais, bemcomo fomentar a formação e a capacitação para a convivência sustentável com o Semi-Árido.

Em 2007, o MDS repassou cerca de R$ 55,5 milhões por meio de convênios e termos de parceriaem andamento para a construção de cisternas. No exercício, foram construídas cerca de 43,1 mil cisternas,beneficiando aproximadamente 204,7 mil pessoas.

Distribuição de Alimentos a Grupos Populacionais Específicos

Esta ação consiste na entrega de cestas de alimentos para as comunidades tradicionais eespecíficas que se encontram em situação de insegurança alimentar e nutricional. Os principais beneficiários são ascomunidades indígenas, quilombolas, de terreiros, acampados que demandam o acesso ao Programa de ReformaAgrária, atingidos por barragens hidroelétricas e Municípios em estado de calamidade pública (secas, enchentes,etc).

De janeiro a novembro de 2007, foram entregues aproximadamente 1,87 milhão de cestas dealimentos, atendendo a 402.726 famílias. Essas cestas totalizaram 44.6211 toneladas de alimentos, constituídos emparte por alimentos provenientes da agricultura familiar, adquiridos por meio do Programa de Aquisição deAlimentos – PAA2.

No ano de 2007, foram gastos aproximadamente R$ 44,1 milhões na aquisição de 23.675toneladas de alimentos, sendo que a contribuição do PAA foi de 6.669 toneladas, totalizando 30.344 toneladas dealimentos. Destes, 16.437 toneladas foram distribuídos em 2007 e o restante será distribuído em 2008.

Em média, foram distribuídas pouco mais de 4,6 cestas de alimentos por família tradicional eespecífica, com peso aproximado de 22 kg cada cesta, constituída de arroz, feijão, flocos de milho ou fubá, farinhade mandioca ou farinha de trigo, óleo de soja, açúcar, macarrão e leite em pó.

1 Deste total, 28.184 toneladas de alimentos foram adquiridas com recursos orçamentários de 2006.2 Os dados de dezembro de 2007, no que diz respeito à contribuição total do PAA na composição das cestas de alimentos, não fora contabilizadaaté o fechamento deste relatório.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1029

Apoio à Instalação de Restaurantes Populares Públicos

Os Restaurantes Populares implantados nos Municípios por meio da cooperação entre a União, oDistrito Federal e os governos locais têm prestado importante serviço público na promoção da segurança alimentar enutricional dos trabalhadores que fazem suas refeições fora do seu domicílio, nos grandes centros urbanos do País.Estes equipamentos públicos têm cumprido papel importante nas ações de políticas públicas de Segurança Alimentare Nutricional – SAN nos Municípios com mais de 100 mil habitantes, pois torna acessível o direito humano àalimentação saudável para milhares de pessoas em situação de exclusão deste direito fundamental para a cidadania.

Em 2007, o MDS destinou cerca de R$ 26,0 milhões para o programa. Graças à parceria firmadajunto aos Municípios, em virtude da seleção realizada por meio de Edital de Seleção Pública, será possível aimplantação de mais 23 novas unidades e a modernização das quatro unidades já existentes. Já estão emfuncionamento 35 unidades de Restaurantes Populares, que fornecem aproximadamente 50.000 refeições/dia, e queforam objeto de investimento de R$ 24 milhões desde 2003.

Apoio à Instalação de Cozinhas Comunitárias

As Cozinhas Comunitárias são equipamentos públicos implantados pelo MDS em parceria com asPrefeituras Municipais visando o fornecimento de refeições saudáveis e com preço acessível às famílias pobresurbanas, e juntamente com os Bancos de Alimentos e os Restaurantes Populares compõem a rede de equipamentospúblicos urbanos para a execução das políticas publicas de SAN locais. As instalações apoiadas têm capacidade paraa produção de, no mínimo, 200 refeições diárias, com funcionamento durante, pelo menos, 5 dias por semana.

O MDS/SESAN estimula a multifuncionalidade das Cozinhas Comunitárias, como por exemplo, apromoção da educação alimentar dos seus usuários e grupos sociais como crianças, adolescentes, gestantes enutrisses.

Em 2007, o MDS destinou cerca de R$ 5,5 milhões na contratação da implantação de 39 novasunidades e, também, para que seis unidades já existentes sejam modernizadas ou tenham sua funcionalidadeampliada. Além disto, existem hoje, mais de 200 Cozinhas Comunitárias em funcionamento totalizando a oferta demais de 40 mil refeições por mês.

Apoio à Instalação de Banco de Alimentos

Os Bancos de Alimentos constituem-se como importantes equipamentos públicos urbanos decombate ao desperdício e de promoção de segurança alimentar e nutricional dos gestores municipais das políticas deSAN. Tais equipamentos arrecadam alimentos provenientes de doações, por meio da articulação com a redeconvencional de comercialização, armazenagem e processamento de alimentos, como Ceasa, supermercados, etc.Após a análise, seleção, classificação e embalagem, esses alimentos são distribuídos gratuitamente para entidadesassistenciais, de acordo com suas necessidades de consumo. As entidades assistenciais, por sua vez, se encarregamde distribuir os alimentos arrecadados à população. Assim, os Bancos de Alimentos contribuem para oabastecimento alimentar de entidades que compõem a rede de promoção e proteção social municipal, além, decombater o desperdício de alimentos nos sistemas agroalimentares urbanos e metropolitanos.

Em 2007, o MDS destinou cerca de R$ 4 milhões para a implantação de 18 novas unidades emvários municípios brasileiros, para tanto, contou com importante parceria das Centrais de Abastecimento – Ceasanos Municípios e Estados. Desde 2003 o MDS já apoiou a implantação de 90 unidades que beneficiam diretamentecerca de 360 mil pessoas atendidas nas entidades do sistema de assistência social municipal.

Apoio à Agricultura Urbana

A Agricultura Urbana é um programa que permite a produção familiar de alimentos de formacomunitária, com uso de tecnologias de bases agroecológicas em espaços urbanos e peri-urbanos. Com amobilização comunitária, em especial com atuação da prefeitura, são implementadas hortas, lavouras, viveiros,pomares, canteiros de ervas medicinais, criação de pequenos animais, unidades de processamento/beneficiamentoagroalimentar e feiras e mercados públicos populares. Os alimentos produzidos são destinados tanto paraautoconsumo das famílias quanto para a comercialização com a finalidade de gerar renda. Seu duplo efeito é amelhoria na dieta alimentar da família e a geração de renda complementar com o trabalho parcial de membros detoda a família.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1030

Em 2007, o MDS destinou aproximadamente R$ 9,9 milhões, em 111 projetos novos,beneficiando 27.474 famílias, além da continuidade da implantação de 32 projetos aprovados em exercíciosanteriores.

Apoio a Projeto de Melhoria das Condições Socioeconômicas das Famílias

A ação atende aos seus propósitos apoiando projetos estruturantes locais e regionais dedesenvolvimento, estimulando a produção de alimentos e enfatizando segurança alimentar e Nutricional.

No ano de 2007, a ação priorizou projetos oriundos dos Consórcios de Segurança Alimentar eDesenvolvimento Local – Consad, a implementação do “Programa Nacional de Incubadoras Populares – Proninc”, oapoio a projetos inovadores e, complementarmente, o apoio a projetos que contribuem para consecução dosresultados de outras ações empreendidas pela Secretaria. Ao longo do exercício, foram apoiados 214 projetos edestinados recursos da ordem de R$ 30,9 milhões.

Apoio aos Consórcios de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local

No que concerne ao apoio aos Consads, no ano de 2007 foram conveniados 63 projetos,escolhidos por meio de editais públicos de seleção perfazendo R$ 2,6 milhões.

Os 40 Consads existentes estão localizados nas 26 Unidades da Federação, englobam 579Municípios. A criação destes consórcios foi uma iniciativa de promoção do desenvolvimento territorial, em áreasperiféricas do país, com ênfase na segurança alimentar e nutricional e na geração de trabalho e renda, comoestratégia principal para a emancipação sócio-econômica das famílias que se encontram abaixo da linha da pobrezanessas regiões.

O enfoque territorial do Consad considera: a) as relações sociais, comerciais, produtivas, políticase culturais existentes na região; b) a dimensão física e ambiental do território; c) suas potencialidadesgeoestratégicas para arranjos sócio-produtivos sustentáveis; d) reorganização do território visando à inclusão social;e) construção de uma institucionalidade capaz de mediar conflitos, agregar esforços e gerar sinergias de forma adirecionar o processo de integração territorial para os objetivos de segurança alimentar e desenvolvimento local; f)identidade territorial e solidariedade social; e g) os Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM).

O Consad busca, ainda, uma permanente integração com outras políticas públicas que tambémprivilegiam a redução de disparidades regionais no Brasil, tais como os Centros de Referência de Assistência Social– CRAS, os Territórios Rurais e os Territórios da Cidadania, os Territórios da Agenda 21, além de outros programasestruturantes do Governo Federal, como o Bolsa Família e Programa de Aquisição de Alimentos – PAA.

Articulação com outras ações da Sesan

No exercício, a ação contribuiu para implementação de diversas políticas da Sesan com destaque àagricultura urbana, com o apoio a 45 projetos; à Educação Alimentar Nutricional, com 7 projetos localizados na áreade abrangência dos Consads; ao apoio a grupos vulneráveis com sete projetos; à aquisição de alimentos daagricultura familiar com quatro projetos de resfriadores de leite que viabilizam o fortalecimento do “Programa doLeite” no semi-árido e a implantação de uma cozinha comunitária.

Ainda, por meio de emenda orçamentária do estado de São Paulo foram executados, em parceriacom a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, 78 projetos que fortalecem o Programa de Aquisição deAlimentos em 31 Municípios do Estado, dos quais 10 abrangem dois Consórcios de Segurança Alimentar eDesenvolvimento Local. Este conjunto de projetos envolve 2.370 agricultores familiares, e beneficiam 616 entidadesque atendem 228.324 pessoas.

Outros projetos

O MDS, por meio da Sesan, forneceu apoio de aproximadamente R$ 2,5 milhões ao ProgramaNacional de Incubadoras Populares – Proninc para a contratação de 11 projetos que atuam por meio da incubação decooperativas populares e de difusão desta tecnologia. Os projetos foram selecionados no âmbito da seleção públicarealizada pela Secretaria Nacional de Economia Solidária, órgão gestor do Programa.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1031

Também foram apoiados cinco projetos inovadores que buscam valorizar as relações sociais,comerciais, produtivas, políticas e culturais regionais, a dimensão física e ambiental do território, suaspotencialidades geoestratégicas para arranjos sócio-produtivos sustentáveis, a reorganização do território visando ainclusão social, a identidade territorial e a solidariedade social. Há que se destacar ainda o apoio a iniciativas quetenham como objetivo a promoção da participação cidadã, o controle social das políticas de segurança alimentar enutricional e a discussão do direito humano à alimentação adequada. Ainda no âmbito dos projetos inovadores, foiapoiado o Projeto “Força no Esporte”, em parceria com os Ministérios da Defesa e do Esporte, que tem porfinalidade proporcionar alimentação e atividades físicas saudáveis para a comunidade em geral, priorizando criançase jovens carentes, beneficiando cerca de 7.500 estudantes, comprovadamente carentes, moradores de bairros pobrese periférico das cidades.

Redução das Desigualdades Regionais

Várias ações do programa “Acesso à Alimentação” implementadas pelo Governo Federal, pormeio do MDS, têm impactos importantes na redução das desigualdades regionais e pessoais de renda.

Dessas, dois grandes programas são implementados prioritariamente na região do semi-áridobrasileiro, que possui condições naturais desfavoráveis em relação às outras regiões do país. São eles: o ProjetoConstrução de Cisternas para Armazenamento da Água da Chuva e o Programa do Leite, modalidade do Programade Aquisição de Alimentos. Foram repassados pelo MDS, em 2007, mais de R$ 55 milhões para a construção decisternas. Foram 43,1 mil cisternas efetivamente construídas em 2007, as quais beneficiaram cerca de 204,7 milpessoas.

O MDS investiu, também, na compra do leite produzido por agricultores familiares, aportandomais de R$ 179,1 milhões, possibilitando a distribuição média diária de cerca de 700 mil litros de leite a pessoas emsituação de vulnerabilidade alimentar.

Garantindo acesso à água e aos alimentos a milhares de famílias pobres, em sua maiorialocalizadas na região do semi-árido, o Governo Federal diminui a vulnerabilidade destas populações e contribui paraa redução das desigualdades regionais.

GESTÃO DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME

Apoio à Organização do Sistema Único de Assistência Social

Em 2007 foi priorizado no âmbito dessa ação o Pacto de Aprimoramento da Gestão Estadual e doDistrito Federal, regulamentado pela Comissão Intergestores Tripartite (CIT) do SUAS, por meio da Resolução CITnº 5, de 15 setembro de 2006 e pela Portaria MDS nº 350, de 03 de outubro de 2007.

Esse pacto representa um compromisso entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combateà Fome (MDS) e os órgãos gestores da assistência social dos Estados e do Distrito Federal e tem por objetivo ofortalecimento e a adequação desses órgãos para o pleno exercício da gestão do Sistema Único de Assistência Social– SUAS, do Programa Bolsa Família e do Cadastro Único, no seu âmbito de competência.

Todos os Estados e o Distrito Federal apresentaram propostas de Pacto de Aprimoramento daGestão, analisadas e aprovadas pelo MDS. Os pactos foram celebrados em ato público, no dia 10 de outubro de2007, por meio da assinatura do Termo do Pacto de Aprimoramento da Gestão Estadual e do Distrito Federal portodos os Secretários de Estado de Assistência Social, seus substitutos ou seus representantes legais e o Ministro deEstado do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Foi repassado pelo Fundo Nacional de Assistência Social aos Fundos Estaduais de AssistênciaSocial e ao Fundo de Assistência Social do Distrito Federal, obedecendo às regras estabelecidas na Portaria MDS n°351, de 03/10/07, o montante de R$ 8.189.987,39 para a implementação do Pacto.

Os recursos dessa ação foram utilizados ainda para as seguintes atividades: apoio à capacitação degestores e técnicos de assistência social para a operacionalização do ProJovem Adolescente; desenvolvimento desistemas de informação; e contratação de consultores para o monitoramento do ProJovem Adolescente e do Pacto deAprimoramento da Gestão do SUAS, além de outras atividades relacionadas à gestão do SUAS.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1032

Capacitação de Agentes Públicos e Sociais em Políticas de Desenvolvimento Social e Combate à Fome

A implementação dos eixos estruturantes e organizativos do SUAS impõe novas atribuições aosatores sociais da Assistência Social, uma vez que propõe o estabelecimento de novas relações entre eles, exigindo,além do compromisso com a assistência social como política pública, uma maior capacidade de gestão por parte dosoperadores da política. Nesse sentido, a Norma Operacional de Recursos Humanos - NOB-RH/SUAS (2006) definecomo diretriz uma política de capacitação destinada aos gestores, trabalhadores, técnicos e administrativos, dossetores governamentais e não-governamentais, integrantes da rede socioassistencial, e conselheiros, de formasistemática e continuada. Entende-se que, para a valorização da gestão pública, a capacitação dos atores daassistência social é uma das questões fundamentais para o alcance da efetividade e da qualidade dos serviçosofertados à sociedade.

Nesse sentido foi elaborado o projeto de Formação de Agentes de Controle Social da AssistênciaSocial, por meio do qual serão capacitados 15.961 conselheiros nacionais, estaduais, do DF e municipais deassistência social, além dos responsáveis pelas suas secretarias executivas. Em 2007 foram transferidos R$3.279.000 ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD para a implementação do projeto.

Por meio desta ação foram apoiadas também publicações técnicas para subsidiar as capacitações,abrangendo conteúdos do SUAS e da Política Nacional de Assistência Social (2004) referentes à gestão,financiamento, recursos humanos, controle social etc. Para tanto o montante de empenho liquidado foi no valor deR$ 220.800.

Outra iniciativa de destaque no âmbito da capacitação, ainda que não vinculada a esta açãoorçamentária, foi o Programa Gestão Social com Qualidade, que busca responder às demandas de fortalecimento darede de proteção social no país, qualificando e desenvolvendo os trabalhadores e gestores da assistência social e doPrograma Bolsa Família - PBF de todo o território nacional. O Programa é organizado em dois subprojetos, sendoum voltado aos gestores – denominado Rede Nacional de Capacitação Descentralizada e outro às equipes técnicas –denominado Capacitação para Implementação do SUAS e PBF. A meta do Programa é capacitar 14.059 técnicos daAssistência Social, por meio do projeto Capacitação para Implementação do SUAS e do PBF, iniciado em 2007, ecerca de 1.600 gerentes sociais, por meio do projeto Rede Nacional de Capacitação Descentralizada, comimplementação também em 2008. Para tanto, o Programa contará com apoio do PNUD, do Banco Interamericano deDesenvolvimento - BID e da Escola Nacional de Administração Pública - ENAP.

Avaliação

Para cumprir com o objetivo de agregar qualidade à gerência e ao desempenho dos programassociais, a Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (SAGI) vem desenvolvendo diversas atividades. No roldas atividades de avaliação estão as estimativas e pesquisas desenvolvidas, a capacitação, as publicações e omonitoramento. Na consecução dessas atividades, a SAGI tem construído relacionamentos com os gestoresresponsáveis pelos programas, pesquisadores e autoridades, favorecendo o uso de informações de qualidade na açãogerencial pública.

Cabe ao Departamento de Avaliação e Monitoramento (DAM) executar a política deMonitoramento e Avaliação, instituída pela Portaria nº 329 de 11/10/2006, que tem por objeto a análise dosprocessos, produtos e dos resultados referentes aos programas e ações executados ou financiados pelo MDS.

Quanto aos procedimentos internos utilizados para realização das pesquisas de avaliação depolíticas e programas do MDS, o DAM desenvolveu um ciclo de avaliação, que pode ser descrito gerencialmente,em três etapas: definição da demanda, contratação dos estudos e gestão dos contratos e disseminação dos resultados.

Em 2007, foram concluídas nove pesquisas e seis estão em andamento, além de outras em fase decontratação previstas para 2008.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1033

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE PESQUISAS CONTRATADAS PELA SAGI POR ÁREA DE ATUAÇÃO DO MDS (2005-2007)

4 4

5

1

7

55

9

77

4

11

0

2

4

6

8

10

12

2005 2006 2007

ANO

Nº D

E PE

SQU

ISA

S R

EALI

ZAD

AS

Geral Senarc Sesan SNAS

AVALIAÇÕES CONCLUÍDAS (2007)

CLIENTE PROGRAMA PESQUISA ÓRGÃO DECOOPERAÇÃO EXECUTOR

Educação Alimentar Avaliação do Projeto Criança Saudável, Educação Dez –Programa de Educação Alimentar FAO NEPA / Unicamp

Cestas de Alimentos Avaliação do Programa “Distribuição de Cestas deAlimentos” FAO NEPP / Unicamp

Sesan

Carteira Indígena

Estudo do Programa Carteira Indígena – SegurançaAlimentar e Desenvolvimento Sustentável emComunidades Indígenas, para avaliação de processos eresultados

FAO UEFS

Inclusão Produtiva Avaliação do Programa de Promoção da Inclusão Produtivade Jovens PNUD Consultores (PF)

Agente Jovem Avaliação de impacto do Programa Agente Jovem sobreegressos e estudos qualitativos sobre ações de capacitação PNUD FECSNAS

PEAS Pesquisa das Entidades de Assistência Social Privadas SemFins Lucrativos (PEAS) IBGE

SNAS eSenarc

Bolsa Família eBPC

O Bolsa Família e o BPC: Cobertura e Importância nosmunicípios CNPq Consultor

ChamadaNutricionalQuilombola

Análise e interpretação dos dados antropométricos dapesquisa para avaliação nutricional e das condições de vidae saúde “Chamada Nutricional de Crianças Quilombolas de0 a 5 anos de Idade”

FAO FAP/USP

MDSChamada

NutricionalAmazonas

Análise e interpretação dos dados antropométricos dapesquisa para avaliação nutricional e das condições de vidae saúde “Chamada Nutricional de Crianças Menores de 5anos de Idade do Estado do Amazonas”

FAO Fiotec / Fiocruz

Fonte: Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1034

AVALIAÇÕES EM ANDAMENTO (2007)

CLIENTE PROGRAMA PESQUISA ÓRGÃO DECOOPERAÇÃO EXECUTOR

Senarc Bolsa Família Avaliação de Implementação do Programa Bolsa Família PNUD Cedeplar

SNAS PETI Suplemento sobre trabalho infantil da PNAD/2006 BID IBGE

SNAS População emSituação de Rua Censo da População de Rua Unesco META

MDS Geral Pesquisa de Opinião – Programas do MDS PNUD Vox Populi

MDS Geral Consultoria com a atribuição de construir metodologia demonitoramento, avaliação e indicadores dos programas do MDS. Unesco FIPE

MDSChamada

Nutricional –região norte

Crianças menores de cinco anos em populações específicas, emsituação de vulnerabilidade social na Região Norte. MS SAGI

Fonte: Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação

Monitoramento

Em 2007, foi instituída a Coordenação Experimental de Monitoramento (CEM), com o objetivo deatuar junto às demais Secretarias do MDS no sentido de: a) fomentar uma cultura de excelência em monitoramento;b) fortalecer a cooperação com outras áreas do MDS; c) prestar assessoria técnica em instrumentos demonitoramento às secretarias finalísticas; d) promover estudos e análises sobre monitoramento; e) sistematizar edisseminar o conhecimento e resultados decorrentes das ações de monitoramento.

As estratégias adotadas para a consecução do objetivo da CEM foram: avaliar o estado da artesobre monitoramento; estabelecer um canal de comunicação efetiva com as demais Secretarias do MDS; socializarmétodos e instrumentos de monitoramento.

As atividades que já se encontram em andamento são: elaboração de plano de ação da CEM;levantamento bibliográfico sobre o “Estado da Arte” de monitoramento; reuniões periódicas; assessoria técnica nomonitoramento dos CRAS, dos Restaurantes Populares e do ProJovem Adolescente; apropriação dos processos dealimentação da MI-Social; finalização das fichas/dados dos indicadores do Mercosul Social; elaboração de tipologiade vulnerabilidade municipal à violação de direitos; aperfeiçoamento do Dicionário de Variáveis, Indicadores eProgramas Sociais – DICVip.

Cabe ao DAM, em conjunto com o Departamento de Gestão da Informação e RecursosTecnológicos (DGIRT), a responsabilidade pelas atividades de construção de indicadores de avaliação emonitoramento relacionados ao desenvolvimento social e combate à fome no âmbito do MDS; desenvolvimento demetodologias para análise das informações constantes dos bancos de dados do Ministério; construção, cálculo eanálise de indicadores para o monitoramento ou avaliação dos programas do Ministério.

Gestão da Informação

Em 2007, o DGIRT consolidou uma das ações que proporcionou à SAGI o recebimento, comosegunda colocada, do prêmio de “Inovação da Gestão Pública”: a construção da ferramenta Matriz de InformaçãoSocial (MI-Social) como parte do sistema de monitoramento e avaliação adotado pela SAGI e premiado pela ENAP.

A MI-Social foi disponibilizada na internet em 2007 e constitui um instrumento de apoio aomonitoramento dos programas do Ministério, bem como de transparência e publicização das informações sobre osprogramas sociais sob a responsabilidade do MDS.

Entre outras atividades, o DGIRT também foi o responsável pela construção do Portal da SAGIque reúne todas as informações institucionais e técnicas produzidas pela Secretaria, pela produção do Atlas Socialcom descrição dos programas do MDS e pela elaboração dos mapas temáticos com dados e indicadores.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1035

Em termos de gestão da informação, a principal inovação foi a construção da ferramenta demonitoramento do CRAS, que automatiza a coleta de dados para o monitoramento da implantação dos CRAS nosMunicípios. Esta ferramenta tem como objetivo acompanhar a efetivação do Sistema Único de Assistência Social(SUAS) nos Estados, Municípios e no Distrito Federal, obedecendo à organização descentralizada, participativa eintegrada prevista no SUAS.

Formação e Capacitação dos Agentes Públicos e Sociais e Publicações

Em 2007, o Departamento de Formação de Agentes Públicos e Sociais (DFAPS) foi o responsávelpela gestão e pela implementação parcial do Programa Gestão Social com Qualidade, que visa ampliar ascompetências dos profissionais das áreas de assistência social e transferência de renda, a partir da disseminação deconceitos e metodologias de intervenção, demandados por políticas e programas de proteção social; e deinstrumentos de planejamento, gerenciamento e operacionalização de serviços e benefícios vinculados à proteçãosocial não contributiva. O Programa é composto por quatro projetos, descritos na tabela a seguir.

PROJETOS DO PROGRAMA DE GESTÃO SOCIAL COM QUALIDADE

NOME DO PROJETO DESCRIÇÃO

Projeto I – Formação de Multiplicadores, Capacitação de GerentesSociais que atuam na Proteção Social não contributiva e Constituiçãoda Rede Nacional de Capacitação Descentralizada (implementaçãocompartilhada entre SAGI e SNAS).

A Rede Nacional de Capacitação prevista pelo Projeto I, já emexecução, é constituída por dez instituições de ensino, queparticiparam, em novembro e dezembro de 2007, do processo deformação de 60 multiplicadores e estão elaborando os planos de cursopara formar 1.600 gerentes sociais em 629 Municípios.

Projeto II – Capacitação para a implementação do SUAS e doPrograma Bolsa Família (implementação SENARC/SNAS).

Os cursos a distância, via internet, estão sendo desenvolvidos peloProjeto II, que registrou a inscrição de mais de 14.000 técnicosestaduais e municipais, dos quais 4.000 estão participando dos cursosofertados e os outros aguardam convocação para integrar novas turmas.

Projeto III – Formação de Agentes para Controle Social daAssistencial Social (elaboração SAGI/SNAS).

O Projeto III encontra-se em fase de licitação para contratação deinstituição capacitadora.

Projeto IV – Capacitação de Gestores e Técnicos da AssistênciaSocial para o ProJovem Adolescente (elaboração SAGI/SNAS).

O Projeto IV está em fase de elaboração, após realização de duasvideoconferências de mobilização de Estados e Municípios emdezembro de 2007.

Fonte: Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação

Quanto à divulgação e disseminação das informações produzidas pela Secretaria, a SAGI lançouem 2007, doze novas publicações entre livros, relatórios, cadernos de estudos, catálogos e folhetos, totalizando maisde 30 mil exemplares, imprimindo ao DFAPS um intenso trabalho de produção e elaboração do material. Dentre ostemas abordados estão os resultados de pesquisas nas três áreas de atuação do Ministério – Renda de Cidadania,Assistência Social e Segurança Alimentar e Nutricional –, o Programa Gestão Social com Qualidade e osindicadores de monitoramento dos programas do Ministério. Destas publicações, três foram editadas em inglês como intuito de disseminar a experiência brasileira na área do desenvolvimento social para organismos internacionais egovernos de outros países. O material foi distribuído a órgãos de todas as esferas do governo, ONGs, organizaçõesda sociedade civil, comunidade acadêmica, institutos de pesquisas, dentre outros, bem como disponibilizadoeletronicamente no sítio do Ministério.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA1036

RELAÇÃO DAS PUBLICAÇÕES DA SAGI (2007)

ITEM PUBLICAÇÃO DESCRIÇÃO

Avaliação das pessoas com deficiência para acesso aoBenefício de Prestação Continuada da Assistência Social: umnovo instrumento baseado na Classificação Internacional deFuncionalidade, Incapacidade e Saúde. MDS.

Resultados do Grupo de Trabalho Interministerial formadopara desenvolver estudos e pesquisas sobre a classificaçãode deficiências e avaliação de incapacidades; e propor umnovo instrumento de avaliação para acesso ao BPC.

Catálogo de indicadores de monitoramento dos programas doMDS – Português e Inglês. Organizadora: Júnia ValériaQuiroga da Cunha.

Apresenta a metodologia de construção de indicadores demonitoramento dos principais programas do MDS.

Avaliação de políticas e programas do MDS: resultados:Segurança Alimentar e Nutricional – Volume 1 - Português eInglês. Organizadores: Rômulo Paes-Sousa e Jeni Vaitsman.

Apresenta os resultados de um conjunto de estudos deavaliação das políticas, programas e ações do MDS na áreade Segurança Alimentar e Nutricional.

Avaliação de políticas e programas do MDS: resultados:Bolsa Família e Assistência Social – Volume 2 - Português eInglês. Organizadores: Rômulo Paes-Sousa e Jeni Vaitsman.

Apresenta os resultados de um conjunto de estudos deavaliação das políticas, programas e ações do MDS nasáreas de Renda de Cidadania e Assistência Social.

Livros

Metodologias e instrumentos de pesquisas de avaliação deprogramas do MDS: Bolsa Família, Assistência Social,Segurança Alimentar e Nutricional. Organizadores: RômuloPaes-Sousa e Jeni Vaitsman.

Apresenta as metodologias aplicadas em 18 pesquisas deavaliação dos programas e políticas do MDS coordenadospela SAGI.

Nº 5 – Síntese das Pesquisas de Avaliação de ProgramasSociais do MDS. Organizadores: Rômulo Paes-Sousa e JeniVaitsman.

Sistematiza, de forma sucinta, as pesquisas de avaliação deprogramas sociais concluídas até 2006 pelo MDS.

Cadernos deEstudos Nº 6 – Health and Nutrition Day: A nutritional survey of

children living in the semi-arid area and land-reformsettlements in northeast Brazil. Vários autores.

Textos que relatam a pesquisa realizada no semi-áridosobre a situação do estado nutricional das crianças de 0 a 6anos. Versão em Inglês do Cadernos de Estudos nº 4.

Programa Gestão Social com Qualidade: capacitação paraagentes públicos e sociais.

Informações a respeito das capacitações do ProgramaGestão Social com Qualidade coordenado pela SAGI.

FolhetosLinha de publicações de avaliação e monitoramento daspolíticas e programas do MDS.

Informações a respeito das publicações editadas pelaSAGI.

ARTICULAÇÃO DE PARCERIAS

Dando continuidade ao diálogo institucional estabelecido entre o poder público e sociedade civil,incentivado pela Secretaria, em 2007 foi realizada uma série de atividades que contribuíram para a consolidação daatuação social do Governo Federal. A partir desses canais foram articuladas diversas parcerias, cujos resultadosestão contribuindo para a promoção social da população-alvo das políticas do MDS. Apresentam-se a seguir algunsresultados das articulações de parcerias alcançados em 2007 em quatro áreas fundamentais: Geração de Trabalho eRenda; Inclusão de Comunidades Tradicionais; Gerenciamento de Doações, Certificação e Uso da Marca FomeZero; Acordos de Cooperação Técnica Entre o MDS e Várias Entidades.

Em relação à geração de trabalho e renda, o foco é o público beneficiário dos programas sociais doMDS. Um dos principais instrumentos utilizados foi o GUIA de Geração de Trabalho e Renda, levantamentoelaborado pela Secretaria de Articulação Institucional e Parcerias que divulga centenas de ações governamentaisnesta área. Em 2007 este guia foi distribuído em palestras, seminários e eventos sobre o tema em todo o País. Asações do Guia foram separadas por eixos, denominados vetores de aglutinação, e as principais articulações deparcerias desenvolvidas pelo MDS durante o ano de 2007 que contribuíram para a geração de trabalho e renda foramelencadas em alguns vetores selecionados:

1 – Diagnóstico, Mobilização e Articulação de Parcerias: Parceria com o Ministério do Trabalho eEmprego por meio da SENAES para a ampliação do Programa de Promoção do Desenvolvimento Local e EconomiaSolidária – PPDLES. Participação na RTS - Rede de Tecnologias Sociais que reúne mais de 400 entidades, paradesenvolver e reaplicar tecnologias sociais em escala, tornando-as políticas públicas.

2 – Apoio à Institucionalização (Associativismo e Cooperativismo): Coordenação do grupo detrabalho para elaboração dos Editais do Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas – Proninc, para apoiofinanceiro de propostas para incubadoras universitárias de empreendimentos econômicos solidários.

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3 – Infra-Estrutura e Logística de Produção: Parceria do MDS com a Fundação Cultural Palmaresno Projeto Ações Estruturantes com o objetivo de capacitar as comunidades que receberam equipamentos einvestimento em infra-estrutura para geração de renda. Parceria com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban),para construção de 8.500 cisternas na região do semi-árido, por meio da Articulação do Semi-Árido/ASA, na ordemde R$ 11, 9 milhões. Parceria entre o MDS e o Ministério das Minas e Energia (MME), por intermédio do ProgramaLuz para Todos, que possibilitará a aquisição de tanques de resfriamento de leite. Essa ação conta com os recursosde R$ 4 milhões do MDS e R$ 3 milhões do MME.

4 – Acesso a Crédito: Parceria entre o MDS, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e BNB,com investimentos na ordem de R$ 3 milhões que serão executados pelo Banco do Nordeste (BNB), para viabilizarações produtivas associativas, e sustentáveis que assumam os princípios da economia solidária.

5 – Apoio a Cadeias Produtivas: Parceria com o Banco do Brasil, que por meio da estratégia deDesenvolvimento Regional Sustentável/DRS, beneficiou 541.739 famílias na geração de oportunidade de renda emtodas as regiões brasileiras, envolvendo recursos na ordem de R$ 2,1 bilhões. O MDS, em conjunto com oMinistério das Cidades, coordena o Comitê Interministerial de Inclusão Social dos Catadores de MateriaisRecicláveis que articulou apoio às Cadeias Produtivas de Materiais Recicláveis e diversas Cooperativas deCatadores. Foram alcançados recursos de cerca de R$ 31,5 milhões, destacando o apoio do Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES) (R$ 29 milhões) visando a inclusão de trabalhadores da cadeiaprodutiva da reciclagem no Brasil, em atendimento às necessidades de financiamento de 24 cooperativas. Valeressaltar que o BNDES já lançou novo edital reforçando o apoio para este seguimento.

Quanto às ações de inclusão de comunidades tradicionais, algumas atividades e resultadosalcançados pelo Núcleo de Povos e Comunidades Tradicionais merecem destaque. Primeiro, a publicação doDecreto nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007, que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dosPovos e Comunidades Tradicionais, tendo como principal objetivo promover o desenvolvimento sustentável dosPovos e Comunidades Tradicionais. Segundo, a articulação e proposição da Pesquisa Nacional sobre Povos eComunidades Tradicionais no Brasil junto ao Ministério do Meio Ambiente – MMA, o Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística – IBGE, o Projeto Nova Cartografia Social de Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil ea Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Outra atividade quemerece atenção é a implantação do Sub-Programa de Segurança Alimentar e Auto-Sustentação para os GuaraniKaiowá e Ñandeva. O programa alia ações emergenciais (distribuição de cestas básicas) e estruturantes (fomento àprodução de alimentos para aldeias com terras disponíveis), com recursos compartilhados (MDS/Funai) e sob aorientação do Comitê Gestor de Ações Indigenistas Integradas do Cone Sul do Estado do Mato Grosso doSul/CGAIIMS. Por fim, as articulações do CGAIIMS com a Funai para Construção do Plano Operacional Fundiárioque resultou na assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público Federal, comparticipação de lideranças Indígenas Guarani Kaiowá e Ñandeva para a regularização fundiária de suas terras.

No que tange ao gerenciamento de doações, certificações e uso da marca Fome Zero, valeapresentar os números mais relevantes. As doações em alimentos e sementes feitas ao Fome Zero somaram 704toneladas, totalizando o valor de R$ 3,2 milhões. Foram emitidos 219 Certificados de Doador Eventual Fome Zeroque autoriza a isenção de ICMS às empresas doadoras, dos bens doados por essas empresas ao Fome Zero. Asdoações em dinheiro ao Fome Zero de pessoas físicas e jurídicas, depositadas no Fundo de Combate e Erradicaçãoda Pobreza, realizadas no ano de 2007, foram da ordem de R$ 530.788, destinadas à construção de cisternas nosemi-árido brasileiro. Quanto aos Certificados de Parceiros Fome Zero, foram entregues 40 para os Consócios deSegurança Alimentar e Desenvolvimento Local - Consads, 61 Certificados Especiais para as Empresas quefinanciaram os Telecentros do Governo Federal e nove para o Legado Social do PAN. Dessa forma, o número deparceiros Fome Zero dobrou no ano de 2007, totalizando 216 parceiros certificados. Ademais, foi prorrogado oConvênio ICMS 18/2003 - Confaz que dispõem sobre a isenção do ICMS às mercadorias doadas ao Fome Zero, até30 de abril de 2008. Esse incentivo fiscal estimula doações de mercadorias ao Fome Zero.

Por sua relevância, cabe destacar a formalização de parcerias que contribuem para ofortalecimento das políticas do MDS: primeiro, o Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o MDS e aPetrobras em 21/11/07 e lançamento da seleção pública prevista no programa de responsabilidade social dessaempresa. A parceria com a Petrobras destinou R$ 20 milhões por meio de Seleção Pública, contemplando 63projetos em todo território nacional. O Programa Desenvolvimento & Cidadania – Petrobras garante investimentosna ordem de R$ 1,2 bilhão a ser executado durante o período de 2007 a 2012, tendo como meta atender, até 2012,quatro milhões de pessoas diretamente e outras 14 milhões indiretamente; segundo, o Acordo de CooperaçãoTécnica firmado entre o MDS e o Ministério do Desenvolvimento da Indústria e do Comércio, com prazo devigência de quatro anos, que está centrado em dois eixos principais: garantir condições para a inclusão digital, além

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da execução de outras ações que possam promover o desenvolvimento regional e a inserção de novas empresas nocampo da responsabilidade social; E ainda, o Acordo de Cooperação Técnica firmado com a Câmara Brasileira daIndústria da Construção que objetiva qualificar e capacitar o público beneficiário dos programas do MDS parainserção nas obras do PAC.

Por fim, foram concluídos dois convênios em 2007. O convênio n° 002/SE/MDS/05 firmado entreo MDS e a Visão Mundial objetivou a execução do Projeto “Empreender para Desenvolver” com vistas a promovera inclusão social de grupos vulneráveis econômica e socialmente, gerando trabalho e renda por meio do fomento deempreendimentos comunitários e solidários. Convênio finalizado em 30/06/2007 destinou recursos no valor de R$705.750, cabendo ao Concedente o valor de R$ 605.750 e ao Convenente a contrapartida de R$ 100.000. Outroconvênio, nº. 001/SE/MDS/2005, firmado entre o MDS e o Movimento de Educação de Base (MEB) visou aexecução do “Programa de Promoção da Cidadania e Desenvolvimento Sustentável de Comunidades em Situação deRisco Social” que teve como objetivo executar ações de capacitação de agentes reeditores para a geração de projetosde desenvolvimento social. Os beneficiários são as comunidades em situação de risco social, valorizando as suaspotencialidades, na perspectiva do controle social dos programas do MDS e do desenvolvimento local. O Convêniofoi finalizado em 30/03/2007. Foram destinados recursos no valor de R$ 968.206, cabendo ao Concedente o valor deR$ 794.250 e ao Convenente a contrapartida de R$ 173.956.