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4ENTREVISTA
Um caminho para enfrentar os grandes desafios colocados diante das cidades inclui a participação das comunidades na definição de planejamento de longo prazo, que assegure qualidade de vida de forma duradoura à população, defende Raphael ChuaTeck Lee, diretor da Jurong Consultants
MÉRITO INDUSTRIAL
A HOMENAGEM DA FIEG A LÍDERES DO MUNDO POLÍTICO E ECONÔMICO
FALTARAM PLANEJAMENTO E GESTÃO, SOBRARAM ATRASOS EM OBRAS ESSENCIAIS, QUE PRECISAM SER CONCLUÍDAS COM OU SEM COPA DO MUNDO. NO BALANÇO FINAL, HAVERÁ AVANÇOS EM ÁREAS IMPORTANTES, OFUSCADOS POR DESPERDÍCIOS E SUSPEITAS DE SUPERFATURAMENTO
IEL GOIÁS
ÍNDICE DE APROVAÇÃO DO PROGRAMA PARA ESTAGIÁRIOS ATINGE 95%
SENAI GOIÁS
TAXA DE OCUPAÇÃO DE EX-ALUNOS NO MERCADO DE TRABALHO CHEGA A 80%
REVISTA DO SISTEMA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS
UMA COPA“MAI$ MENO$”OU
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Só o tempo dirá se valeu a pena, se foi um bom negócio para o Brasil gastar bilhões de reais em arenas esportivas para sediar o torneio máximo
do futebol mundial, muito mais caras do que nos es-tádios construídos em outros países, em edições mais recentes da Copa do Mundo. O que indicam as pes-quisas? Qual a conclusão dos estudos? O que pensam os empresários? Como são as projeções para o futuro? Haverá impactos na economia brasileira?
Mesmo incompletos, os investimentos realiza-dos e a serem concluídos após a Copa deverão deixar marca em nossa economia. Variando conforme a fonte dos cálculos e o período considerado, os gastos com o evento e o fluxo de turistas, as projeções divulgadas nos últimos meses sugerem acréscimos de até pouco mais de 2% sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do País, com vantagem para as cidades-sede, mas efeitos em cadeia para todos. Eis o tema da principal matéria desta edição da Goiás Industrial.
É evidente que, a princípio, supunha-se que o País não tivesse condições de patrocinar empreendimento de tamanha envergadura, devido à natural indisponibi-lidade de recursos próprios para investimentos dentro de casa, em obras de infraestrutura – rodovias, portos, aeroportos e energia, de saúde, educação, segurança e mobilidade.
Entretanto, nos últimos anos, assistimos ao Brasil investindo no exterior, surpreendentemente demons-trando fartura no caixa. Assim, mais gastos astronô-micos com a Copa do Mundo não pareciam motivo de maiores preocupações se grande parte de suas obras, principalmente as complementares como aeroportos e
vias de acesso, não estivesse em atraso, indicando mau planejamento e a necessidade de melhoria de gestão do poder público.
Como brasileiros, devemos oferecer nossa contri-buição, independente de política partidária, para que o lado positivo se sobreponha ao negativo, em todos os sentidos.
Se no aspecto econômico já somos celeiro e ícone no concerto das nações, que nos destaquemos também por hospitalidade, respeito e consideração aos milhares de turistas estrangeiros que chegam para acompanhar de perto o que há de mais espetacular no futebol.
Os olhos dos cinco continentes estão focados no Brasil e não podemos perder esta oportunidade, jamais decepcionando os que nos contemplam com tamanha expectativa, esperando ver aqui também a tranquilida-de e a segurança que anseiam, inclusive para a realiza-ção de investimentos e negócios.
A imagem que nossos visitantes levarão do País é aquela que cada um de nós lhe passarmos. Portan-to, conclamamos que cada um faça sua parte. Brasil! Brasil! Brasil!
ARTIGO
“NOSSO ESPÍRITO DE BRASILIDADE, DE DESASSOMBRADO AMOR AO BRASIL, NOS FAZ TORCER PARA QUE TUDO DÊ CERTO E NOSSA SELEÇÃO CONQUISTE O TÃO AMBICIONADO TÍTULO DE HEXACAMPEÃO MUNDIAL”
PEDRO ALVES DE OLIVEIRA, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás
SÓ O TEMPO DIRÁ
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SISTEMA INDÚSTRIA
DIRETORIA DA FIEG
PresidentePedro Alves de Oliveira
1º Vice-PresidenteWilson de Oliveira
2º Vice-PresidenteEduardo Cunha Zuppani
3º Vice-PresidenteAntônio de Sousa Almeida
1º SecretárioMarley Antônio da Rocha
2º SecretárioIvan da Glória Teixeira
1º TesoureiroAndré Luiz Baptista Lins Rocha
2º TesoureiroHélio Naves
DiretoresSegundo Braoios MartinezSandro Marques ScodroOrizomar Araújo SiqueiraUbiratan da Silva LopesManoel Paulino BarbosaRobson Peixoto BragaRoberto Elias de L. FernandesJosé Luis Martin AbuliÁlvaro Otávio Dantas MaiaEurípedes Felizardo NunesJair RizziHenrique W. Morg de AndradeEduardo GonçalvesLeopoldo Moreira NetoFlávio Paiva FerrariLuiz Gonzaga de AlmeidaLuiz LedraDaniel VianaOsvaldo Ribeiro de AbreuElvis Roberson PintoEduardo José de FariasValdenício Rodrigues de AndradeAilton Aires de MesquitaHermínio Ometto NetoCarlos Alberto Vieira SoaresJerry Alexandre de Oliveira PaulaJosélio Vitor da PaixãoJaime Canedo
Conselho FiscalJusto O. D’Abreu CordeiroLaerte SimãoMário Drummownd Diniz
Conselho de Representantes junto à CNIPaulo Afonso FerreiraSandro Antônio Scodro
Conselho de Representantes junto à FiegAbílio Pereira Soares JúniorAilton Aires MesquitaAlexandre Baldy de Sant’anna BragaAnnanias Justino JaymeÁlvaro Otávio Dantas MaiaAntônio Alves de DeusCarlos Alberto de Paula Moura JúniorCarlos Alberto Vieira SoaresCarlos Roberto VianaCélio Eustáquio de MouraCyro Miranda Gifford JúniorDaniel VianaDomingos Sávio G. de OliveiraEdilson Borges de SousaEduardo Cunha ZuppaniEliton Rodrigues FernandesElvis Roberson PintoEmílio Carlos BittarEurípedes Felizardo NunesFábio RassiFlávio Paiva FerrariFlávio Santana RassiFrancisco Gonzaga PontesGilberto Martins da CostaHélio Naves
Henrique Wilhem Morg de AndradeHeribaldo EgídioHermínio Ometto NetoJaime CanedoJair RizziJercy Teixeira de Carvalho JúniorJoão EssadoJoaquim Cordeiro de LimaJosé Alves PereiraJosé Antônio VittiJosé Luiz Martin AbuliJosé Romualdo MaranhãoJosé Vieira Gomide JúniorLaerte SimãoLeopoldo Moreira NetoLuiz Antônio VessaniLuiz Gonzaga de AlmeidaLuiz LedraLuiz RézioManoel Silvestre Álvares da SilvaMarley Antônio RochaNilton Pinheiro de MeloOlympio José AbrãoOrizomar Araújo de SiqueiraPaulo Sérgio de Carvalho CastroPedro Alves de OliveiraPedro de Souza Cunha JúniorPedro Paulo Tavares CostaPedro Silvério PereiraPlínio Boechat LopesRicardo Araújo MouraRoberto Elias de Lima FernandesRobson Peixoto BragaSandro Antônio Scodro MabelSávio Cruvinel CâmaraSegundo Braoios MartinezSílvio Inácio da SilvaUbiratan da Silva LopesValdenício Rodrigues de AndradeWellington Soares CarrijoWilson de Oliveira
SISTEMA FIEGFederação das Indústrias do Estado de GoiásPresidente: Pedro Alves de Oliveira
FIEG REGIONAL ANÁPOLISPresidente: Wilson de OliveiraAv. Engº Roberto Mange, nº 239-A, Bairro Jundiaí, CEP 75113-630, Anápolis-GOFone/Fax (62) 3324-5768 / 3311-5565E-mail: [email protected]
SESIServiço Social da IndústriaDiretor Regional: Pedro Alves de OliveiraSuperintendente: Paulo Vargas
SENAIServiço Nacional de Aprendizagem IndustrialDiretor Regional: Paulo Vargas
IELInstituto Euvaldo LodiDiretor: Hélio NavesSuperintendente: Humberto Oliveira
ICQ BRASILInstituto de Certificação Qualidade BrasilDiretor: Justo O. D’Abreu CordeiroSuperintendente: Dayana Costa Freitas Brito
CONSELHOS TEMÁTICOS
Conselho Temático de Desenvolvimento Tecnológico e InovaçãoPresidenteMelchíades da Cunha NetoVice-PresidenteIvan da Glória Teixeira
Conselho Temático de Meio AmbientePresidenteHenrique W. Morg de AndradeVice-PresidenteAurelino Antônio dos Santos
Conselho Temático de InfraestruturaPresidenteCélio de OliveiraVice-PresidenteÁlvaro Otávio Dantas Maia
Conselho Temático de Política Fiscal e TributáriaPresidenteEduardo ZuppaniVice-PresidenteJosé Nivaldo de Oliveira
Conselho Temático de Relações do TrabalhoPresidenteSílvio Inácio da SilvaVice-PresidenteMarduk Duarte
Conselho Temático de Micro e Pequena EmpresaPresidenteLeopoldo Moreira NetoVice-PresidenteCarlos Alberto Vieira Soares
Conselho Temático de Responsabilidade SocialPresidenteAntônio de Sousa AlmeidaVice-PresidenteRosana Gedda Carneiro
Conselho Temático de AgronegóciosPresidenteAndré Lavor Pagels BarbosaVice-PresidenteAnnanias Justino Jayme
Conselho Temático de Comércio Exterior e Negócios InternacionaisPresidenteEmílio BittarVice-PresidenteJosé Carlos de Souza
Conselho Temático Fieg JovemPresidenteLeandro AlmeidaVice-PresidenteAgripino Gomes de Souza Júnior
Conselho Temático de Desenvolvimento UrbanoPresidente: Ilézio Inácio FerreiraVice-Presidente: Roberto Elias Fernandes
Rede Metrológica GoiásPresidenteMarçal Henrique Soares
Câmara Setorial de MineraçãoPresidente (licenciado)José Antônio VittiVice-PresidenteLuiz Antônio Vessani
Câmara Setorial da Indústria da ConstruçãoPresidenteSarkis Nabi CuriVice-PresidenteGilberto Martins da Costa
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Dilma recebe alunos do Senai
A presidente Dilma Rousseff re-cebeu dia 27 de maio, no Palácio do Planalto, os competidores brasileiros,
entre eles três goianos, da terceira edi-ção do WorldSkills Américas, torneio interamericano de profissões técnicas realizado em Bogotá, na Colômbia, entre 1º e 6 de abril. Gabriel de Castro Freitas, Paulo Henrique Castro, da Es-cola Senai Vila Canaã, de Goiânia, e Selimar Dias dos Santos, da Faculdade de Tecnologia Senai Roberto Mange, de Anápolis, conquistaram medalhas de ouro nas ocupações de desenho assis-tido por computador, design gráfico e marcenaria, respectivamente.
LINHA DIRETA
R E V I S T A D O S I S T E M A F E D E R A Ç Ã O D A SI N D Ú S T R I A S D O E S T A D O D E G O I Á S
DireçãoJosé Eduardo de Andrade Neto
Coordenação de jornalismoGeraldo Neto
EdiçãoLauro Veiga Filho e Dehovan Lima
ReportagemAndelaide Pereira, Célia Oliveira, Daniela Ribeiro, Edilaine Pazini,
Jávier Godinho, Nathalya Toaliari e Janaina Staciarini e Corrêa
ColaboraçãoWelington da Silva Vieira
FotografiaSílvio Simões, Alex Malheiros eSérgio Araújo
Projeto gráficoJorge Del Bianco
Capa, ilustrações,diagramação e produçãoJorge Del BiancoDC Design Gráfico e Comunicação
ImpressãoGráfica Kelps
Departamento ComercialAndré Lavor (9152-5578)
Redação e correspondênciaAv. Araguaia, nº 1.544,Ed. Albano Franco, Casa da Indústria - Vila Nova CEP 74645-070 - Goiânia-GOFone (62) 3219-1300 - Fax (62) 3229-2975Home page: www.sistemafieg.org.brE-mail: [email protected]
As opiniões contidas em artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista
EXPEDIENTE
“A educação nunca está em primeiro lugar, nem mesmo nos discursos dos candidatos a cargos políticos.”
GILBERTO DIMENSTEIN, jornalista, em palestra no 2º Fórum de Educação promovido pelo Sesi e Senai, dia 19 de maio, em Goiânia
Política econômica
Senai Goiás
Ano 61# 252
Junho 2013
Revista do Sistema Federação
das Indústrias do Estado de Goiás
Custos para transportar e exportar a produção consomem quase
R$ 200 bilhões por ano e detonam aproximadamente 13% das receitas
da indústria. E a Ferrovia Norte-Sul ficou apenas na promessa
O DESASTRE ANUNCIADO
ENTREVISTA
ENTREVISTA“O Conselho Mundial da Água está firme na divulgação e na
tentativa de implementação de um pacto pela segurança
hídrica global”, afirma Benedito Braga, o brasileiro que preside
aquele organismo. A proposta implica no reconhecimento da
importância central da água para o desenvolvimento
socioeconômico, a saúde e sobrevivência dos povos.
IEL GOIÁSPROGRAMA INOVA TALENTOS BUSCA ESTIMULAR A INOVAÇÃO
QUANDO ENTRAR EFETIVAMENTE EM OPERAÇÃO, A
FERROVIA NORTE-SUL TENDE A ESTIMULAR O INÍCIO DE
NOVO CICLO DE CRESCIMENTO ECONÔMICO PARA O ESTADO,
CRIANDO AS CONDIÇÕES PARA SALTO DE COMPETITIVIDADE
DE VOLTA AOSTRILHOS
SENAI GOIÁSPARCERIA GERA EQUIPAMENTO INOVADOR E MAIS BARATO
SESI GOIÁSROBÓTICA DESPERTA PARA ÁREAS CARENTES DE MÃO DE OBRA
REVISTA DO SISTEMA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS
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Prêmio SebraeO Sebrae Goiás divulgou, dia 30
de maio, a lista dos vencedores esta-duais da 6ª edição do Prêmio Sebrae de Jornalismo, que reconhece as me-lhores matérias veiculadas na imprensa brasileira sobre os pequenos negó-cios. Nesta etapa, Fernando Dantas (O Popular) ganhou na categoria Jor-nalismo Impresso; Gil Bomfim, Bruna Mastrella e Fausto Marciano (RBC), em Radiojornalismo; Handerson Pancieri (TV Anhanguera), em Telejornalismo; André Oliveira (Site Goiás Agora), em Webjornalismo; e Adevania Silveira dos Santos e Edgard Soares (Revista The Book), em Fotojornalismo. O editor da Goiás Industrial Dehovan Lima inte-grou a comissão julgadora.
Com a reportagem De volta aos trilhos, assinada pelo editor Lauro Veiga Filho, a edição anterior da Goiás Industrial, que circulou no início de maio, se antecedeu ao noticiário da imprensa sobre o iní-
cio das operações da Ferrovia Norte-Sul, inaugurada dia 22 daquele mês. Uma data histórica e alvissareira para a economia goiana e para a indústria, sobretudo, pelo esperado impacto na redução do custo de transportes da produção. Em meio à demora de quase três décadas, a conclusão da obra sempre foi bandeira da Fieg, que desenvolveu uma verdadeira campanha pró-ferrovia, inclusive pelas páginas da Goiás Industrial. Um exemplo, a reportagem O desastre anunciado, na edição 252, de junho do ano passado, cobrava urgência.
Norte-Sul, enfim os trilhos
�� Alunos do Senai Goiás com Dilma Rousseff e o presidente da Fieg, Pedro Alves, no Planalto
Dehovan Lima
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ÍNDICE
REVISTA DO SISTEMA FEDER AÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS
ENTREVISTA
08 / A sustentabilidade deve ser entendida como um período tão longo quanto possível de prosperidade, que assegure à população qualidade de vida e bons empregos de forma duradoura, afirma Raphael Chua Teck Lee, diretor da Jurong Consultants, empresa que desenhou e implantou o projeto de reestruturação de Cingapura, transformando-a em um dos Tigres Asiáticos
ARTIGO
54 / O presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), Flávio Antônio Neiva, defende o uso dos recursos hídricos do País para a geração de eletricidade, com emprego de reservatórios para fazer a gestão da água
PLANEJAMENTO URBANO
12 / Fieg cria seu Conselho Temático de Desenvolvimento Urbano (Condur) para sugerir políticas capazes de aperfeiçoar o planejamento da cidade
MÉRITO INDUSTRIAL
34 / A mais elevada condecoração da indústria goiana foi entregue pela Fieg a nove personalidades que contribuem para o desenvolvimento do Estado
ALIMENTAÇÃO
37 / Convênio firmado em maio entre o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e o Conselho Nacional do Sesi (Sesi/CN) propõe ações para difundir e ampliar o consumo de pescado no País, com novas propostas de cardápios e receitas inovadoras, aproveitando a experiência do Programa Cozinha Brasil. O Senai Goiás vai executar a experiência em nível nacional
COMÉRCIO EXTERIOR
40 / Com preços competitivos e produtos de qualidade, mesmo pequenas e médias empresas poderão brigar por espaços no mercado mundial, a exemplo das goianas Neokoros Biometric Technology e Bioline Fios Cirúrgicos
COSMÉTICOS
42 / A indústria de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos cresce, em média, perto de 10% ao ano e literalmente desconhece crises. No ano passado, a evolução deve ter girado em torno de 10% a 12%, estima Jaime Canedo, presidente do Sindicato das Indústrias Químicas de Goiás (Sindquímica), com faturamento próximo a US$ 2,19 bilhões apenas em Goiás
MÓVEIS
44 / Atendendo a um pedido do setor, foi desenvolvido um módulo específico dentro do Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi) para modernizar e reforçar a política de comunicação das indústrias moveleiras com o mercado
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CAPA
24 / Afinal, o que vai “sobrar” para os brasileiros depois de terminada a Copa do Mundo, a segunda realizada no País desde 1950? Entre má gestão e planejamento, suspeitas de desvios e superfaturamento, obras atrasadas e mais caras do que o previsto, a herança do Mundial tende a ser menor do que alardeia o governo, mas nem tão negativa como sugerem os críticos.
SENAI GOIÁS
17 / Entidade consolida sua atuação como principal rede de formação profissional e tecnológica para a indústria e alcança lugar de destaque no País. A 7ª colocação no ranking geral de ocupação no mercado de trabalho, com quase 80% de contratação, bate a média nacional, que alcança 74%
SESI GOIÁS
20 / Se o trabalhador não pode se deslocar a uma das unidades do Sesi, o sistema vai até ele, oferecendo, dentro das fábricas, atendimento médico e odontológico, alfabetização e capacitação técnica. Apenas o projeto de sala de aula na empresa já atende a 25 indústrias, com mais de 50 cursos de educação continuada. Parceria viabiliza até biblioteca (foto)
IEL GOIÁS
13 / A mais recente versão da Pesquisa dos Egressos de Estágio IEL, referente a 2013, mas liberada agora, mostra crescimento no índice de aprovação do sistema por estudantes em busca de acesso ao mercado de trabalho. Essa taxa avançou de 91,3% em 2009, nível já elevado, para 95%.
MEMÓRIA
45 / Criada em 1983, a Dinâmica Engenharia, dos empresários Eugênio Carvalho e Mário Valois, ganha destaque por seus programas de educação, saúde e inclusão social de funcionários e suas famílias, em parceria com o Sesi
POR DENTRO DA INDÚSTRIA
46 / Senai ajuda a desenvolver maionese de pequi
GENTE DA INDÚSTRIA
47 e 48 / Cores da Copa do Mundo marcam linha de cosméticos
GIRO PELOS SINDICATOS
50 a 54 / Confira o que está fazendo seu sindicato
UMA COPA“MAI$ MENO$”OU
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ENTREVISTA | RAPHAEL CHUA TECK LEE
Lauro Veiga Filho
Goiás Industrial – De que forma a experiência de Cinga-pura na implementação de políticas urbanas bem-sucedidas pode servir como modelo para outras cidades ao redor do mundo?
Raphael Chua Teck Lee – Não há como falar em uma experiência de Cingapura que possa ser transferida ou vendida para qualquer outra região do mundo. Não vou a qualquer país para ensinar, mas para compartilhar nossas experiências. Pen-so que isso é muito importante. Há princípios gerais e específi-cos a orientar políticas econômicas e urbanas e nosso princípio geral leva em consideração o conceito de um plano compacto. Planos específicos significam levar em conta diferentes dificul-dades, condições culturais e vocações em diferenças lugares do mundo, então, não é possível transferir experiências. Por isso, em qualquer país com os quais fechamos contratos, sempre insistimos fortemente que agentes locais trabalhem em con-junto conosco, porque não pretendemos que seja um projeto exclusivo da Jurong, mas um projeto que construiremos em conjunto. Se eu puder contar uma história, quando os italianos primeiro chegaram à África, eles pensavam que a agricultura ali era fantástica. Eles foram para aquele continente para cultivar
“PARTE DA SOLUÇÃO PARA QUESTÕES URBANAS CRUCIAIS EM CINGAPURA FOI TERMOS INSTITUIÇÕES QUE SE RESPONSABILIZAM PELA INFRAESTRUTURA, (...) ATUANDO DE FORMA COORDENADA”
RAPHAEL CHUA TECK LEE, diretor da Jurong Consultants
Para além de
hipopótamos
Sustentabilidade econômica pode ser entendida como um período de prosperidade tão longo quanto possível, assegurando empregos de boa qualidade à população de forma duradoura, afirma Raphael Chua Teck Lee, diretor da Jurong Consultants, empresa de consultoria para planos estruturados e projetos de desenvolvimento, vinculada ao Ministério da Indústria e Comércio de Cingapura. Em Goiânia, antes de apresentar o seminário Novas Visões de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Econômico – O Exemplo de Cingapura, realizado pelo Conselho Temático de Desenvolvimento Urbano da Fieg (Condur), Teck Lee falou à Goiás Industrial.
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tomates, grandes tomates. Quando os frutos estavam cres-cidos, hipopótamos atacaram e comeram as plantações. Os italianos, então, questionaram os africanos, perguntando por que não haviam sido informados a respeito dos hipopótamos. Os africanos responderam: “Porque vocês não nos pergunta-ram”. Não queremos estar nessa posição em nenhum lugar do mundo. Devemos trabalhar em conjunto com as pessoas. Não existe a possibilidade de transferir ou vender ideias a outros povos e culturas.
Goiás Industrial – Quais as principais soluções desen-volvidas para grandes questões urbanas, como saneamento bási-co, resíduos sólidos, mobilidade urbana?
Teck Lee – Penso que parte da solução para questões urbanas cruciais em Cingapura foi termos instituições que se responsabilizam pela infraestrutura, como, por exemplo, o abastecimento de água, saneamento e energia elétrica, atu-ando de forma coordenada. Essas instituições operam em conjunto sob a coordenação do Ministério de Desenvolvi-mento Nacional. Penso que coordenação entre essas agências é crucial, porque em alguns países essas instituições e algumas das agências governamentais competem umas com as outras em vez de trabalharem conjuntamente, realizando ações di-ferentes, embora o objetivo principal seja o desenvolvimento nacional.
Goiás Industrial – Quais os principais desafios coloca-dos atualmente diante das principais cidades brasileiras?
Teck Lee – O centro urbano brasileiro onde temos expe-riência é a cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Um dos grandes desafios que observamos na região metropolitana da capital mineira foi termos ali uma aglomeração populacional muito grande, abrangendo 13 municípios e, portanto, 13 ad-ministrações municipais. Cada municipalidade tem prefeito diferente e ideias diferentes sobre como lidar com suas ques-tões. Um caminho para alcançarmos o desenvolvimento eco-nômico e social de Belo Horizonte é fazer com que todos os
prefeitos trabalhem em conjunto e fazer com que se entendam em torno de um planejamento estrutural em comum, para que tenham antecipadamente noção do que vai acontecer. Mas esse tipo de problema não é exclusividade do Brasil. Qualquer lugar no mundo enfrenta os mesmos problemas, porque cada municipalidade tem um pensamento diferente e, algumas vezes, nossos projetos cobrem mais de um município. Então, temos de deixar tudo muito claro antes de passarmos às fases seguintes.
Goiás Industrial – Como administrar tantos e diversos interesses?
Teck Lee – É importante envolver cada uma das partes no processo e deixar claro do que se trata um plano estrutural de prazo mais longo.
Goiás Industrial – Quais os principais pontos do projeto construído, por exemplo, para Belo Horizonte?
Teck Lee – O principal ponto, neste caso, é o que cha-mamos de “cidade-aeroporto”, envolvendo o Aeroporto de Confins. Juntamente com o pessoal de Belo Horizonte, nós desenhamos e planejamos não só um aeroporto, mas uma “cidade-aeroporto”, e acho que hoje conseguimos, não apenas a Jurong, mas todos, realizar um grande trabalho, apresentan-do o novo projeto no exterior e, agora, eles estão vendo mui-tos investimentos desembarcando na região. Muitas vezes, planejamento exige um esforço a mais. Por exemplo, quando fazemos o planejamento de uma rodovia, muitas vezes esta-mos lidando com uma via que vai cortar vários municípios, envolvendo questões diversas. Por isso, a participação pública é tão importante. A primeira parte de nosso estudo em Belo Horizonte correspondeu à definição do que chamamos do po-sicionamento econômico da região e do Estado. Consumimos em torno de cinco meses de trabalho apenas pesquisando ce-nários para a economia, levantando as indústrias já existentes e quais poderiam ser os novos setores industriais. No nosso estudo de posicionamento econômico, trabalhamos com
“Para fazer com que as coisas funcionem não se pode focar apenas em um mero parque industrial”
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duas cestas de atividades econômicas. Uma das cestas inclui as indústrias e outras atividades econômicas já existentes, ob-servando quais delas estão em crescimento e quais não estão. Se estão crescendo, buscamos identificar se é possível agregar maior valor à atividade. Esta é um das cestas. Na outra cesta, temos de lidar com a introdução de novas atividades indus-triais e fazer sua classificação, olhando para o curto, o médio e o longo prazo, porque nem todas as indústrias podem ser sustentáveis numa visão de prazo mais longo.
Goiás Industrial – Quais são as prioridades quando se trata de analisar a atração de novas indústrias?
Teck Lee – Isso depende dos atributos e condições que você observa em um país em particular ou em um Estado em particular. Por exemplo, em Estados mais atrasados tecnolo-gicamente e que ficaram muito para trás também no setor de educação, não podemos introduzir atividades de alta tecno-logia nessas regiões, porque não há recursos humanos com a
qualidade necessária, não existe a infraestrutura demandada e não temos, ainda, as instituições exigidas para receber indús-trias de alta tecnologia. Então, temos de analisar profunda-mente as condições para o curto prazo, assim como o médio e o longo prazo. Em casos assim, para o curto prazo, talvez devamos pensar em indústrias intensivas em trabalho. No lon-go prazo, talvez sua infraestrutura seja construída, a qualidade dos recursos humanos tenha sido aprimorada e tenham sido criadas instituições apropriadas para dar suporte a empreendi-mentos de elevada tecnologia. Somente então teremos condi-ções de pensar na atração de empresas de alta tecnologia. De-vemos estudar a região muito bem, porque se você introduzir esse tipo de indústria em uma área que não está pronta para isso, definitivamente você vai fracassar.
Goiás Industrial – O que seria fundamental para evitar que isso ocorra?
Teck Lee – O que é importante para nós, baseado em nossa experiência, é se preocupar em desenvolver o que cha-mamos de “ecologia industrial”, significando que você deve ter a conectividade certa e os clusters industriais adequados, incluindo manufatura, logística e tudo o mais. Devemos ter ainda as pessoas certas envolvidas e as instituições adequadas. Não se trata apenas de olhar para um simples parque industrial, mas para toda a ecologia das coisas envolvidas no processo. Para fazer com que as coisas funcionem não se pode focar apenas em um mero parque industrial.
Goiás Industrial – Quando o sr. trata de “ecologia in-dustrial”, refere-se também à questão ambiental, assim como questões sociais?
Teck Lee – Meio ambiente sempre é muito importante para nós. Questões sociais estão consideradas como custos indiretos em nosso planejamento. Mais claramente, sempre levamos em consideração em nosso planejamento o número
de escolas e hospitais, por exemplo, que será necessário insta-lar. O enfrentamento de problemas sociais é um dos benefícios indiretos de nossos projetos.
Goiás Industrial – Mas não fazem parte do planejamen-to em si.
Teck Lee – Podemos dizer que a criação de empregos pode ser capaz de suavizar muitos dos problemas sociais. En-tão, sim, essa preocupação social faz parte de nosso planeja-mento. Nossa prioridade, em todos os lugares aonde vamos, é a criação de empregos e, por isso, consumimos ao redor de cinco meses apenas para estudar qual o estágio da economia nessas regiões, quais suas vocações e quais são as novas in-dústrias que poderemos considerar em nosso planejamento e atrair para aqueles lugares, antes mesmo de começar a de-senhar o projeto. Para nós, se você conhece nossa história, duas instituições são importantes para o governo de Cinga-
ENTREVISTA | RAPHAEL CHUA TECK LEE
“Podemos dizer que a criação de empregos pode ser capaz de suavizar muitos dos problemas sociais. Então,
sim, essa preocupação social faz parte de nosso planejamento”
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pura: a primeira trata de habitação e a outra cuida da criação de empregos. Desde 1965, temos instituições que priorizam a geração de empregos e a industrialização da economia. Hoje, a todo lugar que vamos, esse é nosso ponto de partida.
Goiás Industrial – De que forma deve ser entendido o conceito de sustentabilidade preconizado pelo planejamento pro-posto pela Jurong?
Teck Lee – Meu conceito de sustentabilidade é alcan-çar prosperidade por um período de tempo tão longo quanto possível. Por exemplo, assegurar bons empregos de forma du-radoura, isto é sustentabilidade para mim.
Goiás Industrial – E o que pode ser considerado como um bom emprego?
Teck Lee – Isso dependerá muito da região em que atu-amos. Regiões diferentes definem bons empregos de forma diferente. Por exemplo, em áreas rurais na China ou na Índia, talvez atividades de manufatura e montagem possam ser consideradas bons empregos. Não seria possível introduzir, por exemplo, o que chamamos de design de componentes, porque você não tem os recursos humanos para isso. A defi-nição dependerá do contexto do lugar e, obviamente, temos de trabalhar com as pessoas locais porque acredito que em-preendedores são aqueles que fazem as coisas acontecer. Os empreendedores, nesse sentido, são sempre os primeiros que procuramos qualquer que seja o lugar para onde vamos. São eles que ouvimos nos primeiros cinco meses quando estamos preparando nosso planejamento econômico.
Goiás Industrial – Vocês receberam algum convite ou têm intenção de desenvolver esse tipo de trabalho em Goiás?
Teck Lee – De fato, assinamos um memorando de en-tendimento com a Prefeitura de Aparecida de Goiânia para iniciar uma negociação para o desenvolvimento de um projeto de desenvolvimento, com a possibilidade de firmar um futuro contrato. Firmamos um segundo memorando com a Prefeitu-
ra de Goiânia e tivemos contatos com o governo do Estrado, por meio das secretarias de Desenvolvimento da Região Me-tropolitana de Goiânia e de Indústria e Comércio. Mas não há nada fechado. Ainda no Brasil, concluímos o projeto de Belo Horizonte e agora estamos concluindo um projeto de desen-volvimento estrutural para Brasília, o que deverá ocorrer até antes da Copa do Mundo. Há um grupo fortemente compro-metido com a execução do projeto na capital federal. Em todos os contratos que assinamos, insistimos que haja um forte gru-po local trabalhando conosco.
Goiás Industrial – Quais os resultados alcançados de-pois de implantar esses planos em Cingapura?
Teck Lee – Os resultados do que consideramos como um planejamento de longo prazo estão no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Cingapura, por exemplo. Nos-so PIB em 1965 era de aproximadamente US$ 1 bilhão e, hoje, supera US$ 220 bilhões. Em segundo lugar, houve um salto de patamar em tecnologia.
Goiás Industrial – O sr. poderia definir melhor conceito de cidade compacta, incluído no planejamento estrutural dese-nhado para Cingapura?
Teck Lee – O conceito de cidades compactas significa crescer com alta densidade, de forma que você não tenha de expandir a área urbana, prevenindo uma explosão urbana. Isso permite reduzir custos de infraestrutura e estimular a intera-ção entre as pessoas. Ao mesmo tempo, você libera áreas no restante da região para espaços verdes e para a exploração da agricultura. Não tenham a falsa impressão de que compactar as cidades, elevando sua densidade populacional, corresponda a reduzir a qualidade de vida. Isso não é verdadeiro. É possí-vel conciliar a compactação com a elevação da qualidade de vida. A filosofia por trás das cidades compactas é também uma filosofia de planejamento comunitário. Não estamos apenas construindo casas, mas planejando para o futuro.
“Meu conceito de sustentabilidade é alcançar prosperidade por um período de tempo
tão longo quanto possível. Por exemplo, assegurar bons empregos de forma duradoura,
isto é sustentabilidade para mim”
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O recém-criado Conselho Temático de Desenvolvimento Urbano da Fieg (Condur) pretende democratizar o debate sobre o fu-
turo de Goiânia e influir nas decisões das autoridades sobre projetos e políticas públicas para a organização do espaço urbano. A busca é de “um desenvolvimento sustentável com qualidade de vida para todos”, descre-ve o empresário Ilézio Ferreira, presidente do Condur. “Queremos desenvolver um trabalho aqui exatamente para dar apoio às entidades públicas para que as políti-cas urbanas sejam feitas com a participação de toda a sociedade. Para se ter uma cidade planejada, com qua-lidade de vida, é preciso ter o envolvimento de toda a comunidade” reforça ele.
“Não se trata de ingerência, mas de uma contribui-ção do setor produtivo, porque muitas vezes as coisas não acontecem por falta planejamento ou excesso de burocracia”, acrescenta o presidente Fieg, Pedro Alves de Oliveira. Uma das primeiras ações promovidas pelo conselho foi patrocinar a vinda a Goiânia do consultor internacional Raphael ChuaTeck Lee, diretor da Jurong Consultants, empresa de consultoria para planos es-truturados e projetos de desenvolvimento, vinculada ao Ministério da Indústria e Comércio de Cingapura. Teck Lee (personagem de entrevista nas páginas 8 a 11) apresentou a experiência da companhia no seminário Novas Visões de Planejamento Urbano e Desenvolvi-mento Econômico: O Exemplo de Cingapura, no início de maio.
Malaio de nascimento, vivendo em Cingapura há 32 anos, Teck Lee mostrou que o planejamento de longo prazo, desenhado ainda em 1965, conseguiu trazer so-luções para os grandes problemas enfrentados por essa cidade-estado. Não por acaso, foram superadas as limi-tações impostas pela ausência quase total de recursos naturais, mercado doméstico insignificante, força de trabalho reduzida e território com área total de apenas 760 quilômetros quadrados – menos que a área urbana de Goiânia, com seus 789 km 2.
O planejamento definido por Cingapura, lastrea-do no conceito de “desenvolvimento compacto”, tem flexibilidade suficiente para aceitar revisões periódi-cas para ajustes à realidade. A experiência estabeleceu como metas principais a criação de uma sólida estru-tura institucional, capacitação de recursos humanos, com investimentos em educação em todos os níveis, e abertura econômica, diante das óbvias limitações gera-das por seu mercado interno. O planejamento do uso do solo a longo prazo, com a definição de áreas espe-cíficas para exploração econômica e moradias, foi uma das ferramentas escolhidas para dar sustentabilidade ao “modelo”. Inicialmente se privilegiou a geração de em-pregos no setor de manufatura tradicional, migrando nas décadas seguintes para indústrias mais intensivas em tecnologia. A aposta, hoje, afirma Teck Lee, está centrada na criação de uma indústria intensiva em co-nhecimento. A Jurong passou a exportar seu modelo de planejamento e, atualmente, desenvolve projetos em Belo Horizonte e Brasília e negocia parcerias com as prefeituras de Goiânia e de Aparecida de Goiânia.
POLÍTICA URBANA
MODELO TIPO EXPORTAÇÃOO mais novo conselho temático da Fieg tem planos para democratizar o debate sobre a organização de espaços urbanos e o futuro da capital goiana
�� Seminário: participação da comunidade na definição de um planejamento de longo prazo sobre o uso do solo nas cidades
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O estudante goiano, do nível técnico ou superior, reconhece cada vez mais a importân-cia do estágio e acredita em sua contribuição
para construção e início da carreira profissional. O ín-dice de aprovação é de 95%, como mostra a Pesquisa dos Egressos de Estágio IEL 2013, finalizada no início deste ano. Na sondagem anterior, realizada em 2009, houve aprovação de 91,3%.
O novo levantamento entrevistou 266 egressos do estágio do ensino superior e técnico de instituições pú-blicas e privadas, predominando a faixa etária de 20 e 24 anos, em Goiânia e no interior.
A quase totalidade afirma que a experiência somou para a vida profissional em quatro aspectos técnicos: oportunidade de colocar em prática a teoria, conhe-cimento do mercado de trabalho, conhecimento da rotina no interior de uma organização e integração ao mercado de trabalho. Em relação a atitudes comporta-mentais, desenvoltura da postura profissional, organi-zação e pró-atividade se destacaram.
A pesquisa integra estudos que o Instituto Euvaldo Lodi (IEL Goiás) realiza para conhecer a opinião dos es-tudantes quanto ao relacionamento profissional com as empresas e mapear o perfil dos jovens, que constituem importante fonte de informação, observa a gerente do Programa de Estágio, Tarciana Nascimento.
IEL
�� A supervisora Juliana de Paula e a estagiária Tainara de Castro Simei: desenvolvimento profissional com acompanhamento e informação
ELES ACREDITAM CADA VEZ MAIS NO ESTÁGIOPesquisa mostra avanço na aprovação da experiência do estágio. Jovens estudam mais antes de entrar no mercado de trabalho e adotam a internet para buscar e atualizar conhecimentos
Célia Oliveira
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IEL
�� Roberto Carlos Bezerra Nunes: internet facilita acesso a conhecimentos e a realização de pesquisas
CRESCE NÚMERO DE CONCLUINTESOutra vertente da pesquisa mostra maior preocupação ou investimen-
tos dos egressos para a conclusão do curso técnico ou da graduação. Do universo ouvido pelo IEL, 86% concluíram seus estudos, contra 80% na pesquisa anterior. “Esse incremento é justificado pela maior competitividade e seletividade por uma vaga de trabalho. Quanto maior o conhecimento, maior a chance”, avalia Tarciana Nascimento.
Ainda em relação aos estudos, 39% dos entrevistados optaram pela conti-nuidade da busca de conhecimentos na área de formação por meio da especia-lização, outra por graduação, MBA e mestrado. O índice em 2013 foi de 39% em comparação a 32% em 2009.
39%OPTARAM POR CONTINUAR OS
ESTUDOS DEPOIS DA GRADUAÇÃO
DE ACORDO COM A PESQUISA, AS TRÊS PRINCIPAIS REDES CITADAS FORAM
O FACEBOOK, INSTAGRAN E
LINKEDIN.
A busca por conhecimentos
Além de validar a experiência do estágio como campo prático, os estu-dantes ouvidos pelo IEL revelam que recorrem à leitura de artigos e internet (51%) e a cursos de capacitação de curta duração (48%) para atualizar seus co-nhecimentos. “A acelerada busca por conhecimentos responsáveis por dife-renciais no excelente desempenho pro-fissional nos últimos tempos, o avanço midiático ou digital não afastaram a ju-ventude do acesso a fontes tradicionais de pesquisas e leituras para aquisição ou atualização de conteúdos relevantes à vida profissional”, pondera Tarciana.
“A pesquisa confirmou um dado já previsto diante do mundo no qual estamos inseridos e operando nossas vidas pessoal e profissional. Temos que 87% dos entrevistados possuem, parti-cipam e usam com frequência as redes sociais”, observa a gerente do IEL. Se-
gundo ela, isso é um indicador de que o jovem egresso não se baseia exclusiva-mente pelo acesso ou pela transmissão de conhecimento de forma oral, mas busca outras fontes para encontrar res-postas e ajuda profissional.
É o caso de Roberto Carlos Bezer-ra Nunes, atuante na área de Ciências Contábeis, que considera fundamental
o uso da internet. “Ela facilita o acesso ao conhecimento, você mesmo pode fazer seu tempo de pesquisa comple-mentar e ainda tem o conforto de não precisar se deslocar com frequência à biblioteca”, enfatiza o jovem, ponde-rando que sempre checa as buscas em livros para se certificar da veracidade.
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Relação entre supervisor e estagiárioDe acordo com a Lei 11.788/2008,
o estágio como ato educativo escolar supervisionado deve ter acompanha-mento efetivo do professor orientador da instituição de ensino e do supervisor da empresa, um funcionário da organi-zação, com formação ou experiências profissionais na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário.
É essa relação ou vivência que assegura ao estagiário a aplicação das
teorias e absorção de conhecimentos práticos na área de formação técnica ou superior. Ao supervisor ainda cabe recepcionar o estagiário quando de sua chegada à organização, orientar e con-trolar as atividades a ele atribuídas, no período de prática, e informá-lo dos as-pectos funcionais e normas de trabalho, realizando qualquer treinamento que seja necessário.
É o que ocorre no Centro de Rea-
bilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), unidade de saúde de Goiânia, segundo Juliana de Paula, psicóloga atuante na área de recursos humanos e supervisora de estágio. “No primeiro dia do estagiário no Crer, re-passamos informações gerais da insti-tuição, que recebe pacientes de todo o Brasil, as rotinas do ambiente hospitalar e do Sistema de Gestão da Qualidade ISO”, explica. Em seguida, o estudante
Situação no mercado de trabalhoQuanto à empregabilidade, 76%
dos egressos responderam que estão trabalhando. O índice é inferior ao da última pesquisa (86%) mas, segun-do Tarciana Nascimento, gerente do programa de estágio do IEL Goiás, a redução não caracteriza algo negativo. “Fazemos a leitura de que o jovem está buscando por mais conhecimentos e por mais segurança para entrar no mer-cado de trabalho”, analisa.
Ela explica que a priorização dos estudos é sinal de maior preocupação com a carreira e com o desenvolvimen-to profissional, diante de um cenário no qual o mercado de trabalho tem se atualizado constantemente, exigindo esforços, dedicação e investimentos que podem apresentar mais opções de trabalho seja como profissional ou empreendedor. “O mundo está a buscar por pessoas capazes de desenvolver es-tratégias para incremento de situações ou de empregabilidade.”
Do universo que já está no merca-do, a maioria (66%) foi absorvida pelo setor de serviços, seguido pela indústria (16%), atuando na área de formação.
A pesquisa mostra que houve incre-mento no porcentual de contratação do estagiário onde ele vivenciou a experi-ência prática, saindo de 24%, em 2009, para 32%, em 2013. Conforme explica Tarciana Nascimento, isso demonstra amadurecimento na relação empresa--estagiário e melhor entendimento, por parte da empresa, de que o estagiário é uma soma e a descoberta de novos ta-lentos. “O estagiário cria e mantém um ambiente de renovação, podendo a or-ganização moldar futuros profissionais de acordo com seu perfil e necessidade.” Graduada em Direito, Endy Ba-
tista de Sousa, que mora em Goiânia, estagiou e conquistou seu emprego na mesma instituição, na vizinha cidade de Inhumas. Há mais de um ano traba-lhando no Tribunal de Justiça, ela co-memora os ganhos com a experiência prática. “O estágio encurta o caminho para o mercado e nos dá segurança”, afirma. “Se não fosse o estágio, acredito que não teria conseguido trabalho, pois no Direito, se o profissional não advoga, ou alcança uma colocação por meio de pessoas conhecidas, tem de tentar con-cursos públicos.”
�� Endy Batista de Sousa: “O estágio encurta o caminho para o mercado e nos dá segurança. Sem ele não teria conseguido trabalho”
EGRESSOS NO MERCADO
2013 - 76%2009 - 86%
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recebe orientações e explicações de as-suntos pertinentes ao relacionamento humano, documentos de rotina, sigilo de informações, tudo que envolve a parte de recursos humanos em uma organização. “O estagiário vem para se desenvolver profissionalmente, porque é por meio do estágio que o estudante se apropria da profissão, se identifican-do como membro atuante e efetivo da mesma”, comenta Juliana de Paula.
Segundo a psicóloga, se o estagi-ário se sai bem, o mérito também é do supervisor, profissional que tem esbo-çado um plano de acompanhamento do estudante desde sua chegada na organização, “porque o estágio super-visionado se caracteriza como espaço privilegiado de relacionar teoria e práti-
ca, espaço de aprendizagem”. Para Julia-na, a relação também é de troca mútua, “pois o supervisor ensina, mas aprende, justamente porque existem experiên-cias vivenciais de cada parte”.
IEL
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GANHO DE BAGAGEM
A estudante de psicologia Tainara de Castro Simei, que faz seu primeiro estágio no Crer há três meses, compartilha da opinião da supervisora Juliana de Paula. “A recepção foi ótima, recebi orientações, treinamento sobre as rotinas da organização e conheci quais seriam minhas tarefas”. Para a estudante, as orientações recebidas são im-prescindíveis e auxiliam no dia a dia do estágio e no desempenho das funções. “Tudo que faço é avaliado e tenho retorno da mi-nha supervisora para melhor ren-dimento”, acrescenta Tainara, ao comentar que o estágio é ganho de bagagem.
Na Pesquisa de Egressos do IEL 2013, o acompanhamento
do supervisor foi avaliado como ótimo ou bom por
88% dos entrevistados
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D iante de esforços em atender à forte de-manda por mão de obra qualificada, o Senai Goiás se consolida como principal rede de
formação profissional e tecnológica para a indústria e alcança lugar de destaque no País, com a 7ª colocação no ranking geral de ocupação no mercado de trabalho. A taxa atinge quase 80% dos egressos na modalidade de cursos técnicos de nível médio, superior à média nacional, de 74%, de acordo com o Programa de Acom-panhamento de Egressos do Senai – Ciclo 2011/2013, formado por 24 Estados.
O desempenho da instituição é ainda melhor (87%) no caso de egressos ocupados no mercado formal, nível mais abrangente por incluir outras categorias além dos trabalhadores com carteira assinada, como empreen-dedores individuais e empresários.
Já nos cursos de aprendizagem, modalidade de en-sino destinada à preparação para o primeiro emprego de jovens até 24 anos, o índice de ocupação de egressos é, respectivamente, de 75% no mercado formal, 52% com vínculo empregatício e 48% no setor industrial. Também nas modalidades de aprendizagem básica, com taxa de ocupação de 52%, e qualificação profissio-nal de adultos (68,5%), Goiás igualmente supera a média nacional, de 51,5% e 49,6%, respectivamente.
Realizada com participação das empresas, entre seis meses e um ano após a conclusão dos cursos, a pes-quisa atingiu universo de quase 17 mil alunos do Senai no País.
SENAI
EMPREGABILIDADE EM ALTATaxa de ocupação de ex-alunos do Senai Goiás no mercado de trabalho atinge 80% e supera média nacional, atualmente estacionada em 74%
Andelaide Lima
MAIS OPORTUNIDADES, MELHORES SALÁRIOS
Os dados apresentados no ranking reforçam a percepção da população sobre os impactos da educação profissional. Em pesquisa encomen-dada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Ibope, 90% dos entrevistados con-cordam que quem faz ensino técnico tem mais oportunidades no mercado de trabalho.
Sobre salários, a avaliação também é posi-tiva: 82% concordam que os profissionais com certificado de qualificação profissional têm salários maiores. A pesquisa ouviu mais de 2 mil pessoas, com mais de 16 anos, em 143 mu-nicípios. Entre os que optaram pela formação profissional, 61% trabalham ou já trabalharam na área do curso.
�� Carlos Henrique, técnico em manutenção de aeronaves: “Senai qualificou-me para atuar na área”
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“Curso tem aplicação direta no mercado”
Os exemplos de absorção imediata de mão de obra preparada pelo Senai se multiplicam pelas várias regiões do Estado. Moradora de Minaçu, no Norte Goiano, Ritielle Almeida Milhomem, de 23 anos, fez o curso técnico em mine-ração motivada pela boa recepção que os concluintes tinham no mercado de trabalho. Ex-aluna da Unidade Integra-da Sesi Senai Sama, instalada dentro da mineradora, ela conta que a maioria dos que faziam curso na instituição conse-guia bom emprego. “Comigo não foi diferente, atuo como técnica na Mine-ração Serra Verde graças à capacitação que recebi no Senai. O curso é exce-lente, abriu as portas do mercado para mim e superou minhas expectativas”, avalia
Caminho semelhante percorreu Viviane Cardoso, de 23 anos. Incenti-vada pelo pai e o irmão, que estudaram no Senai, ela fez o técnico em minera-ção e, atualmente, trabalha na Orica Mining Services, divisão de mineração da Orica Chemicals, multinacional australiana. “O curso proporcionou preparação essencial para exercer meu trabalho. O mercado de trabalho busca pessoas qualificadas e dá preferência para quem se forma em uma instituição de qualidade.”
SENAI
“SEM A CAPACITAÇÃO DO SENAI, NÃO CONSEGUIRIA ATUAR NA ÁREA DE MINERAÇÃO, QUE EXIGE BASTANTE CONHECIMENTO TEÓRICO E PRÁTICO, ALÉM DE MUITA RESPONSABILIDADE.”
VIVIANE CARDOSO, de 23 anos, colaboradora da Orica Mining Services
FORMAÇÃO EM MANUTENÇÃO DE AERONAVES
Técnico em manutenção de aeronaves, Carlos Henrique Fer-reira, de 25 anos, fez a habilita-ção na Faculdade de Tecnologia Senai Ítalo Bologna, em Goiânia, e cumpre estágio como auxiliar de manutenção na empresa Fênix Helicópteros, na capital. Ele atri-bui ao curso a conquista da vaga no mercado de trabalho. “O Senai me qualificou para atuar na área.
Sem o curso, minhas chances de obter uma oportunidade de tra-balho seriam mínimas”, observa.
Coordenador de manutenção da Fênix, Almir Carlos Bezerra faz avaliação positiva do curso e destaca que uma boa formação profissional é fundamental para aumentar a oferta de mão de obra especializada para o setor
�� Almir Carlos Bezerra: demanda crescente exige capacitação de profissionais para a área de aviação civil
�� Ritielle Milhomem “O curso abriu as portas do mercado de trabalho para mim”
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Contratação antes da conclusão do curso
Caminho mais rápido para o mer-cado de trabalho, os cursos profissio-nalizantes costumam garantir emprego antes mesmo de sua conclusão. Foi o que aconteceu com a primeira turma exclusiva do programa Jovem Aprendiz, implantada pela indústria Carta Goiás – fabricante de papel higiênico e guar-danapos, papel toalha, fraldas e absor-ventes, instalada em Anápolis.
Dos 14 aprendizes da turma, oito já foram efetivados pela empresa antes do término do contrato de aprendiza-gem. A experiência deu tão certo que a indústria já começou outra turma do programa. Gerente de Operações da in-
dústria, Erivelto Sartor atribui o sucesso da iniciativa ao modelo adotado para realização do projeto.
Os alunos passam oito meses em dedicação total ao curso de operador de processos químicos, ministrado pelo Senai Anápolis, e só depois vão fazer a prática na empresa. “Com isso, eles têm o tempo necessário para receber a capacitação e depois se integrar à roti-na da indústria, conhecer em detalhes o processo produtivo. Não queremos só cumprir a lei, mas sim mudar a vida desses jovens, dar a eles a oportunidade de crescer na carreira e ocupar cargos de liderança”, ressalta. Erivelto destaca que 60% dos aprendizes foram efetiva-dos, mas que os demais também serão contratados para atender à demanda de expansão da fábrica. “Vamos dobrar nossa capacidade de produção e iremos aproveitar esses jovens”, diz.
DEDICAÇÃO PARA CRESCER NA EMPRESA
Lucas Alves Correa, de 18 anos, conta que se dedicou bastante ao curso para ser contratado. “Estou colhendo os frutos dos conheci-mentos que adquiri na aprendiza-gem. O Senai foi como uma mãe para mim, jamais teria conseguido esse emprego não fosse a institui-ção. Meu objetivo agora é fazer outros cursos para crescer na em-presa”, diz.
Apaixonado por química, João Eduardo do Nascimento, de 20 anos, fez o curso técnico na área, via ensino articulado (educação básica e educação profissional), no Senai Anápolis, e logo depois foi se-lecionado para compor a turma de
aprendizes da Carta Goiás. “Sem o Senai, dificilmente teria a oportu-nidade de começar minha profissão em uma grande empresa. Este ano, vou fazer o vestibular para tecnó-logo em processos químicos, quero me aperfeiçoar sempre”, planeja.
“DESEMPENHO EXCELENTE”
Supervisora de Recursos Hu-manos, Ione Maria Magalhães conta que ficou surpresa com o desenvolvimento dos aprendizes. “Eles tiveram excelente desempe-nho. Com a parte teórica apren-dida no Senai e a prática inten-siva na empresa, eles saltaram um degrau na carreira, que é o de auxiliar de produção, e já foram contratados como assistentes de fabricação – uma função que leva até três anos de treinamento –, e recebem cerca de R$ 1,3 mil, bom salário para o primeiro emprego”, observa.
�� Lucas Alves Correa: “O Senai foi como uma mãe para mim, jamais teria conseguido esse emprego não fosse a instituição”
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S e o trabalhador não se desloca até uma uni-dade do Serviço Social da Indústria (Sesi) por fal-ta de tempo, de recursos financeiros ou outras ra-
zões, a indústria, interessada na melhoria da qualidade de vida e de mão de obra qualificada, oferece sua con-tribuição, ao levar benefícios até o colaborador, o que resulta também no aumento de sua produtividade. É o que empresas goianas estão fazendo ao proporcionar crescimento profissional e pessoal dos colaboradores em seus próprios ambientes de trabalho, por meio de soluções do Sesi Goiás levadas para dentro da fábrica.
Um dos serviços, a sala de aula na empresa está ins-talada atualmente em 25 indústrias de diversos segmen-tos em Goiás. Entre elas, a Pontal Engenharia, constru-tora de Goiânia, oferece alfabetização a seus operários, em parceria com o Sesi, desde 2007, quando o servente de pedreiro Adilson Ribeiro Campos, de 59 anos, teve a oportunidade de aprender a assinar o próprio nome. “É como se eu tivesse começado a enxergar direito, pois antes precisava de alguém auxiliando com tudo que eu fazia”, lembra ele, hoje no sexto ano.
Com uma prole de dez filhos, Ribeiro deixou para trás as dificuldades da época em que morava na Bahia e era trabalhador rural. Assim que chegou a Goiânia, para tentar um futuro melhor, foi contratado pela Pon-tal Engenharia, onde recebeu convite para participar da turma de alfabetização. “Hoje gosto de ler o jornal para ficar por dentro das notícias da cidade”, diz.
Depois de ter aprendido a ler e escrever, conseguin-do realizar tarefas cotidianas antes impossíveis, como ler o mural da empresa sozinho, Ribeiro já sonha em melhorar a qualificação profissional. “Penso em con-tinuar os estudos e fazer um curso de mestre de obras para crescer dentro da indústria”, deseja.
SESI
�� Fábio Júnior Ananias Soares: “O mercado atualmente está exigindo muito e os livros me ajudam a enxergar além”
�� Adilson Ribeiro Campos: depois da alfabetização, sonho de continuar estudos e fazer curso para mestre de obras
BENEFÍCIOS VÃO AONDE O TRABALHADOR ESTÁAtualmente, o serviço de sala de aula na empresa atende 25 indústrias, com um leque de mais de 50 cursos de educação continuada
Edilaine Pazini
2 1G O I Á S I N D U S T R I A L / / J u n h o 2 0 1 4 / /
Consulta médica sem sair do trabalhoConsultas médicas e exames ocu-
pacionais constituem outras soluções às quais o trabalhador pode ter acesso em seu próprio ambiente de trabalho, por meio de parceria com o Sesi. O Grupo Jaime Câmara, responsável pe-los veículos de comunicação O Popular, Daqui e TV Anhanguera, dispõe de uma médica do trabalho, que atende aos co-laboradores em um consultório dentro da empresa. Além dos exames periódi-cos, admissionais e demissionais, a es-pecialista assiste também eventualida-des, segundo o supervisor de segurança e benefícios do grupo, Torricelli Ricardo da Fonseca. “A ação evita que o funcio-nário se desloque da empresa, trazendo não só comodidade para ele, como di-minuindo o absenteísmo”, afirma.
Para o coordenador industrial dos jornais do Grupo Jaime Câmara, Do-nizeti Padilha de Souza, de 54 anos, a estratégia significa facilidade, ao evitar transtornos com trânsito em eventual deslocamento do colaborador. Padilha diz não ter nenhum problema de saúde, já que está sempre sob supervisão, e que
as palestras educativas também colabo-ram para a maior conscientização sobre prevenção de doenças. “Uma simples gripe pode afastar a gente até quatro dias do trabalho e é muito importante a prevenção.”
Leitura como hábito
O leque de serviços do Sesi em educação é extenso e não para na sala de aula. Mais de 50 cursos de educação continuada, que podem ser ministra-dos durante os intervalos na própria indústria, também fazem parte do por-tfólio da instituição. As empresas ainda podem oferecer aos seus trabalhadores
acesso ao conhecimento e ao desen-volvimento de competências pessoais e produtivas, estimulando a leitura e a ampliação do contexto sociocultu-ral por meio da Rede de Bibliotecas Sesi, igualmente instaladas dentro de fábricas.
A USE Móveis, com fábrica em Goianira, na Região Metropolitana de Goiânia, mantém um amplo espaço com extenso acervo de livros e acesso à inclusão digital exclusivo aos seus mais
de 400 colaboradores. O operador de máquinas Fábio Júnior Ananias Soares, de 24 anos, sempre teve gosto pela leitu-ra, interrompido após terminar o ensino médio e perder o acesso à biblioteca da escola. “Se não existisse essa biblioteca aqui na empresa eu não leria com tanta frequência, pois não consegui me ca-dastrar em nenhuma biblioteca pública. O mercado atualmente está exigindo muito e os livros me ajudam a enxergar além”, diz.
�� Donizeti Padilha de Souza: mais cômodo para todos, atendimento médico na empresa reduz absenteísmo
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SESI
Benefícios atraem mão de obra
Com a grande procura por mão de obra qualificada, em um mercado cada vez mais competitivo, manter o traba-lhador no quadro de funcionários é um grande desafio para a indústria, segun-do Marielle Barros, gerente de Talentos Humanos do Grupo MPL, fabricante da marca M Pollo, em Aparecida de Goiânia. “Por meio de pesquisas, per-cebemos que o salário não é o primeiro fator de retenção. No topo da lista estão clima e ambiente de trabalho, que cola-boram para a permanência na empre-sa”, garante.
Por isso, de acordo com a gerente, o grupo investe em qualidade de vida, por meio de serviços em parceria com
o Sesi, como diagnóstico de saúde, cir-cuito do bem-estar, cursos do Cozinha Brasil, Espaço Zen, voz e violão e ginás-tica laboral. Benefícios que Johnathan Nunes dos Santos, de 20 anos, usufrui todos os dias. “Às vezes chego com muito sono e a ginástica me ajuda a tra-
balhar mais disposto o dia todo”, afirma. Para o auxiliar administrativo da produ-ção, também são importantes as dicas de saúde passadas pelo educador físico do Sesi. “Hoje como mais verduras, sa-ladas e tenho mais consciência sobre prevenção de acidentes”, reconhece.
CUIDANDO DO SORRISO DURANTE O EXPEDIENTE
Os consultórios odontoló-gicos instalados nas unidades do Sesi Goiás também podem ser levados para dentro das indústrias. Na fábrica do Arroz Cristal, em Goiânia, os colabo-radores contam com atendi-mento exclusivo desde 2010, em um consultório instalado na empresa. Antes o atendimento era realizado por meio de uni-dade móvel, que foi substituída por outra unidade fixa, já que o tratamento preventivo seria mais eficaz, de acordo com o técnico de manutenção da fá-brica, Edno Souza.
Limpeza bucal, obturações, extração e até um canal foram procedimentos odontológicos
aos quais teve de se subme-ter o roteirizador do fatura-mento do Arroz Cristal, Ge-nivaldo Rosa da Silva, de 38 anos, no consultório odon-tológico mantido no local de trabalho. Ele conta que não ia ao dentista por falta de tempo, o que resultou em to-dos esses problemas bucais. Segundo ele, além do trata-mento, as dicas do odontó-logo também são importan-tes. “Agora escovo os dentes três vezes ao dia e uso o fio dental, pois antes achava que só o palito resolvia”, diz.
�� Genivaldo Rosa da Silva: limpeza bucal, obturações, extração de dente e até tratamento de canal realizados dentro do Arroz Cristal
�� Johnathan Nunes atribui à ginástica maior disposição para o trabalho, melhoria na alimentação e consciência na prevenção de acidentes
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ACADEMIA GERA MAIOR DISPOSIÇÃO
Em busca de melhor qualida-de de vida de seus colaboradores, a Consciente Construtora teve iniciativa inovadora. Em parce-ria com o Sesi, a indústria insta-lou em 2012 uma academia em um de seus canteiros de obras. Os resultados não demoraram a aparecer, como atesta o assis-tente de departamento pessoal Bruno Augusto Ferreira, de 24 anos. Com a correria do dia a dia, com trabalho e estudo, ele não tinha tempo para praticar ati-vidades físicas. “Vivia cansado e indisposto”, diz.
Após a instalação da acade-mia, o assistente conseguiu um espaço entre o expediente e a fa-culdade e começou a frequentar o ambiente há quase um ano. “Tudo melhorou: minha disposi-ção, respiração e postura”, afir-ma. Para incentivar os trabalha-dores a frequentar a academia, a Consciente Construtora lançou uma campanha interna no início do ano, oferecendo uniformes e um local mais amplo para o ambiente.
�� Bruno Augusto Ferreira: malhação ajudou a recuperar a disposição para trabalhar e estudar numa faculdade depois do expediente
�� Cleverson Cordeiro de Andrade com o professor de informática Marcellus Araújo: curso de Excel Avançado
Soluções sobre rodas
A rede de unidades móveis do Sesi Goiás, instaladas temporariamente em indústrias, também constitui instru-mento eficaz para dinamizar a atuação da instituição do Sistema Fieg em di-ferentes cidades do Estado. Consultas ocupacionais, exames de audiometria, tratamento odontológico e cursos de inclusão digital e educação continuada fazem parte dos benefícios oferecidos em instalações da empresa solicitante.
Para qualificar e oferecer oportu-nidade de crescimento profissional e pessoal aos seus colaboradores, a uni-dade da Cargill em Goiânia, que fabrica atomatados, passou a proporcionar ao quadro de pessoal, em parceria com o Sesi, cursos de informática e libras, além de treinamentos como “Comunicação no ambiente de trabalho” e “Aprenden-do a conviver com as diferenças”.
Para o auxiliar administrativo Cleverson Cordeiro de Andrade, de 20
anos, o curso de Excel Avançado ofe-recida no pátio da indústria foi impor-tante não só para o cargo que exerce na Cargill, mas também para seu currículo. “Aprendi a utilizar na prática o Excel, muito útil durante a rotina de trabalho aqui, e agora conheci funções que ainda não sabia para que serviam. Pretendo crescer na empresa, mas este curso é indispensável também para meu currí-culo profissional”, afirma o trabalhador.
COMO LEVAR SERVIÇOS DO SESI À EMPRESA
Indústrias interessadas em contratar esses e qualquer outro serviço do extenso portfólio Sesi nas áreas de educação, saúde, lazer e responsabilidade social devem procurar a Gerência de Relações com o Mercado, pelo telefone (62) 3219-1741, ou em qualquer unidade do Sesi mais próxima de sua empresa.
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Lauro Veiga Filho
CAPA | COPA 2014
�� Taça da Fifa: com atrasos, suspeitas e sob protestos, disputa do mundial deve deixar alguma coisa além de estádios para o País
NEM TANTO,
NEM TÃO POUCOCercada de polêmica, a realização da Copa do Mundo no Brasil divide opinião de analistas, empresários e público quando se trata de aferir a herança que deixará para o País
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Alguma “herança”, enfimAlguma coisa estará melhor em aeroportos das
principais cidades-sede do mundial, assim como haverá benefícios, mesmo que modestos diante das urgências do País, na área de mobilidade. Esperam-se avanços na capacitação de pessoal para recepção de visitantes de fora e impactos mais evidentes para o turismo em ge-ral, ainda que limitados no tempo, assim como para a construção civil, de forma mais direta, e para a indústria de eletroeletrônicos, que já vem experimentando algum crescimento nas vendas nesta fase pré-copa.
Estudos preliminares apontam que, mesmo in-completos, os investimentos realizados e a serem ainda concluídos até junho e possivelmente nos meses se-guintes deverão de fato deixar alguma marca na econo-mia. Variando conforme a fonte dos cálculos, o período
considerado, os gastos previstos para o evento, o fluxo de turistas e sua disposição para gastar, as projeções divulgadas nos últimos meses sugerem acréscimos entre pouco de 0,4% a pouco mais de 2% sobre o Pro-duto Interno Bruto (PIB) do País, com vantagens para as cidades-sede, mas efeitos em cadeia para o restante da economia.
O mais recente desses prognósticos, apresentado no início de abril pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe/USP), num trabalho contratado pelo Ministério do Turismo, estima ganho adicional de aproximadamente R$ 29 bilhões, algo como 0,6% do PIB, que fechou 2013 em R$ 4,838 trilhões.
Afinal de contas, o que vai restar para o País dos bilhões de reais injetados em arenas espor-tivas para sediar o torneio máximo do futebol
mundial, muito mais caras do que os estádios cons-truídos em outros países em edições mais recentes da Copa do Mundo? O que se poderá esperar depois de frustrada a expectativa de realização de mais alguns bi-lhões em investimentos, pelo menos nos prazos com-binados, em obras de infraestrutura, especialmente no setor de mobilidade urbana, de atrasos na execução do planejado, reajustes de preços não previstos nos orça-
mentos originais e de exemplos de má gestão tanto na área pública como no setor privado? As visões, neste caso, não encontraram ainda um ponto de consenso, mas é bem provável que reste um legado nem tão vir-tuoso como imagina o governo, mas nem tão magro como preferem os mais críticos. Há expectativa de avanços em áreas importantes, impactos indiretos para a economia em geral, mas com reflexos maiores para as 12 cidades que vão sediar os jogos e receberão o grosso dos investimentos prometidos.
�� O primeiro ensaio: resultados da Copa das Confederações serviram como ponto de partida para projetar impactos sobre a economia
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Copa das Confederações, a baseA projeção da Fipe toma como
base os resultados deixados pela Copa das Confederações, incluindo entrevis-tas com 17 mil pessoas e a análise dos gastos e investimentos para o evento, realizado no ano passado. O torneio gerou movimentação financeira de R$ 20,730 bilhões, correspondendo a um acréscimo de R$ 9,663 bilhões sobre o PIB e à criação de 303,3 mil empre-gos e reflexos sobre a economia de 137 municípios além da meia dúzia de cidades-sede.
Em tese, portanto, o PIB do ano passado teria crescido perto de 2,1% em vez dos 2,3% efetivamente registrados
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se o torneio não ti-vesse sido realizado. A expectativa é de que a Copa do Mundo produza impacto pelo menos três vezes maior sobre o PIB neste ano. Em outro estudo, a Moody’s, agência internacional de classificação de riscos, prevê que a Copa do Mundo deverá ter reflexo de 0,4% do PIB para o País em um período de 10 anos. Num trabalho anterior, a Ernst & Young, em parceria com a Fundação Getúlio Var-gas (FGV), chegou a projetar acréscimo de 2,17% sobre o PIB para o período entre 2010 e 2014.
O LEGADO DA COPA DAS CONFEDERAÇÕES(Movimentação financeira, acréscimo no PIB e empregos gerados durante o torneio realizado em 2013)
Cidades-sede Produção (R$ milhões)
Acréscimo ao PIB (R$ milhões) Empregos
Fortaleza 2.996,10 1.353,21 40.003Recife 2.077,46 932,774 26.723Salvador 1.429,65 690,854 21.372Belo Horizonte 3.876,34 1.779,27 55.878Rio de Janeiro 6.037,19 2.834,28 89.571Brasília 2.797,22 1.268,12 39.242Comitê Organizador Local 524,481 321,925 6.907Turismo doméstico 774,443 380,705 18.562Turismo internacional 217,240 101,690 5.075
Total 20.730,13 9.662,82 303.332
Fonte: Fipe
IMPACTO MAIOR EM INFRAESTRUTURA
No estudo “Copa do Mundo 2014: Impactos Econômicos no Brasil, em Minas Gerais e Belo Horizonte”, o Centro de Desen-volvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da Univer-sidade Federal de Minas Gerais (UFMG), trabalha com a expec-tativa de avanço de 0,69% para o PIB brasileiro exclusivamente em função da Copa do Mundo.
Na avaliação do Cedeplar, “o principal resultado da Copa-2014 parece ser a melhoria da infraestrutura urbana nas cidades-sede, o que representa efetivamente impacto de longo prazo na eficiência econômica de diversas cidades”. O impulso econômico do evento, no en-tanto, “tende a diminuir com o financiamento público para as obras de estádios de futebol, uma vez que implicam ou no crescimento da dívida pública ou na redução do gasto das diferentes esferas de governo envolvidas”.
FINANCIAMENTOS E RENÚNCIASOs financiamentos anunciados e, na maior parte, já contratados deverão cobrir em torno de 32,5% do gasto
total previsto para a realização da Copa do Mundo, num total em torno de R$ 8,4 bilhões, dos quais praticamen-te R$ 3,9 bilhões referem-se a financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para construção e reforma de estádios, nos termos da Resolução 3.801/2009 (ProCopa Arenas). Entre renúncias tributárias, fixadas pelo Regime Especial de Tributação para Construção, Ampliação, Reforma ou Modernização de Estádios de Futebol (Recopa), e creditícias, o governo estima valor de R$ 648,72 milhões.
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O desânimo dos industriais
As pesquisas recentes registram desânimo de setores do empresariado e da população em relação à Copa do Mundo, com redução no apoio a sua re-alização no Brasil. Encomendada pela Fieg e realizada pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), a pesquisa sobre a opinião dos gestores de indústrias goianas a res-peito do legado da Copa mostrou que um porcentual mais elevado deles acre-dita em espólios negativos, superando aqueles que apontam a possibilidade de ganhos.
Em respostas estimuladas, o au-mento da dívida pública e prejuízos para investimentos em saúde, educa-ção, segurança e infraestrutura lidera-
ram as escolhas, apontadas por 73% e 68% dos 116 gestores ouvidos. Aumen-to da corrupção e piora da imagem do Brasil no exterior surgiram em seguida, com 58% e 51% dos votos. Apenas 4% disseram não acreditar em qualquer legado negativo.
Entre as respostas mais otimistas, 42% consideraram que poderá haver
maior atração de turistas estrangeiros após a Copa e 41% acreditam em me-lhoria na infraestrutura urbana. Outros 21% afirmaram que haverá crescimen-to da economia, muito embora 38% tenham apostado na opção inversa, es-perando redução no crescimento. Mas 27% não esperavam qualquer impacto positivo.
PRATICAMENTE SEM MUDANÇASAté aquela altura, ainda de acordo com a pesquisa de opinião do IEL
Goiás, nada menos do que 91% não haviam registrado qualquer aumento na produção e 81% não viam perspectiva de isso ocorrer mais à frente, pelo menos não em função da Copa. Do total de entrevistados, 96% não haviam realizado contratações adicionais e 94% não esperavam aumentar o núme-ro de empregados. Mas 92% esperavam protestos durante a Copa (42% dos quais previam protestos violentos) e 51% achavam que as autoridades de-veriam negociar antecipadamente com as lideranças desses movimentos.
COPA 2014
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A EXPECTATIVA DA INDÚSTRIA GOIANA(Pesquisa sobre a opinião dos gestores das indústrias goianas sobre o legado da Copa do Mundo para o Brasil)
Questões estimuladas
Legados positivos
Crescimento da economia
Aumento da dívida pública
Melhoria do futebol brasileiro
Prejuízo para investimentos em saúde,educação, segurança e infraestrutura
Investimento em qualificação de mão de obra
Aumento da corrupção
Melhoria da infraestrutura urbana
Piora da imagem do Brasil no exterior
Maior atração de turista estrangeiro
Redução do crescimento da economia
Outros
Redução da atração de turistas no futuro
NenhumOutros
Nenhum
Fonte: Fieg/IEL Goiás
Questões estimuladas
Legados negativos
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Cai apoio da população
Às portas da abertura da Copa, a expectativa de protestos vinha se confirmando, com a multiplicação de
movimentos em São Paulo e no Rio de Janeiro, em Campinas e Floria-nópolis, na região do ABC paulista, e em Goiânia, com baixa participação popular até então. Ameaças de greves surgiam até mesmo na Polícia Federal, aproveitando o holofote da Copa e as
possibilidades de maior pressão nesta fase pré-eleitoral.
Entre a população ou, pelo menos, entre as pessoas entrevistadas pelo Da-tafolha, 55% afirmavam acreditar que o torneio trará menos prejuízos do que benefícios, 39% esperavam mais ga-nhos do que perdas e 9% não sabiam o que responder a respeito. Na medida do Datafolha, a aprovação à Copa havia ca-ído para 48% dos entrevistados, depois de atingir 79% em novembro de 2008, 65% em junho de 2013 e 52% em feve-reiro deste ano.
Em outra pesquisa, divulgada em abril, a Associação Comercial de São Paulo concluiu que 83% dos entrevista-dos pelo Instituto Ipsos não pretendiam alterar seus hábitos de consumo duran-te o período dos jogos e que apenas 13% tinham planos de gastar mais.
CAPA | COPA 2014
�� Na capital federal: marcha em protesto contra os gastos para a realização da Copa no Brasil
Correndo atrás do atrasoNa antevéspera da Copa do Mundo
de Futebol, edição 2014, o País ainda corria para tentar colocar de pé os 302 empreendimentos e ações previstos para as 12 cidades que vão sediar os jogos – Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Cuia-bá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Recife e Salvador.
O mais recente balanço divulga-do pela Controladoria Geral da União (CGU) no Portal da Transparência
mostra que, a 23 dias da Copa, perto de 60,7% dos investimentos previstos ha-viam sido realizados, mais de seis anos depois de o País conquistar o direito de receber a disputa. No total, a matriz de responsabilidades, que definiu compro-missos da União, dos Estados, Distrito Federal, municípios e agentes privados com investimentos em áreas prioritá-rias de infraestrutura nas cidades-sede desde 13 de janeiro de 2010, prevê um custo total de R$ 25,794 bilhões.
Daquele total, que inclui obras em estádios, aeroportos, portos, mo-bilidade urbana, telecomunicações, segurança, desenvolvimento turístico e segurança pública, entre outras áreas, R$ 24,247 bilhões haviam sido con-tratados e R$ 15,666 bilhões, de fato executados. Os índices mais baixos de execução estavam nos segmentos de desenvolvimento turístico (apenas 1,58% dos investimentos realizados), segurança pública (14,56%) e telecomu-nicações (21,60%).
Fabio Rodrigues Pozzebom-Agência Brasil
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Em cima da horaA reforma, ampliação e moder-
nização dos aeroportos e portos e a construção de estádios apresentavam os melhores desempenhos relativos, com índices de execução. No primeiro caso, o total desembolsado já superava a previsão de investimentos de R$ 6,281 bilhões, somando R$ 6,616 bilhões em números arredondados, corresponden-do a 82,5% dos R$ 8,016 bilhões con-tratados. Esses valores incluem investi-mentos de R$ 3,630 bilhões prometidos pelas empresas que assumiram as con-cessões dos aeroportos de Cumbica e Viracopos, em São Paulo, Juscelino Kubitschek, em Brasília, e São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte.
Para os portos, com seis empreen-dimentos programados, haviam sido gastos R$ 464,131 milhões ou 71,46% de uma previsão de R$ 649,50 milhões.
Os gastos com estádios, alvo mais re-corrente das críticas e protestos, pre-vistos em R$ 8,005 bilhões, deverão ficar pelo menos 48% maiores do que a expectativa inicial, anunciada em 2010, quando a “matriz de responsabilidades” foi firmada entre os governos federal, estaduais e prefeituras que vão sediar os
jogos. Naquela época, a previsão de des-pesas girava em torno de R$ 5,4 bilhões. Nas 12 arenas previstas, haviam sido investidos R$ 5,030 bilhões no balanço da CGU, correspondendo a 62,85% da previsão, com problemas mais sérios em Curitiba, na Arena da Baixada.
�� Novo terminal no aeroporto de Brasília: um dos poucos a ser entregue a tempo de receber passageiros para a
EM RITMO LENTO(Execução dos investimentos previstos para a Copa do Mundo de Futebol 2014 em 21 de maio, valores em R$ milhões*)
ÁreasNº de
empreendimentos ou de ações
Previsto Contratado Executado Execução (%)
Aeroportos 30 6.280,56 8.016,48 6.615,55 105,3
Desenvolvimento turístico 88 184,93 12,61 2,92 1,58
Estádios 12 8.005,21 7.787,24 5.030,09 62,85
Estruturas temporárias (Copa das Confederações) 6 208,80 33,78 26,89 1,38
Mobilidade urbana 45 8.140,92 7.093,08 3.165,52 38,88
Outros 3 40,21 24,16 0,05 -
Portos 6 649,50 563,65 464,13 71,46
Segurança pública 40 1.879,10 492,54 273,63 14,56
Telecomunicações 72 404,56 223,62 87,38 21,60
Total 302 25.793,79 24.247,15 15.666,15 60,74
(*) Valores arredondadosFonte: Portal da Transparência/Controladoria Geral da União (CGU)
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Uma dúzia de projetos suspensos
Agravadas pela política de estímu-los à produção e venda de automóveis, as deficiências na área da mobilidade urbana levaram à onda de protestos em junho do ano passado, mas não mobi-lizaram os investimentos previstos nem mesmo nas cidades-sede da Copa. Em janeiro de 2010, a matriz de responsa-bilidades previa nada menos do que 56 obras de infraestrutura nas 12 cidades, com investimentos próximos de R$ 15,4 bilhões, incluindo recursos federais, es-taduais e municipais.
No final, restaram 45 projetos e ações, com investimentos limitados a R$ 8,141 bilhões, dos quais R$ 7,093 bi-lhões haviam sido contratados. Desse total, no entanto, menos de 39% haviam sido de fato executados, num valor
aproximado de R$ 3,166 bilhões, apenas 23 dias antes do início oficial da com-petição, marcado para 12 de junho na Arena Corinthians, em São Paulo, que só foi entregue à Fifa em maio.
Num levantamento do Portal 2014, criado pelo Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaerco), que representa
em torno de 23 mil empresas de pres-tação de serviços de planejamento, ge-renciamento, supervisão e fiscalização de empreendimentos, 25 dos projetos de mobilidade não deverão ficar pron-tos até 12 de junho. Estes continuarão em andamento mesmo após o encer-ramento da Copa, mas sem prazos para conclusão.
CAPA | COPA 2014
Daniel Basil
SOB A MIRA DOS FISCAISA prefeitura de Porto Alegre anunciou numa penada só, desde junho do
ano passado, a retirada de dez projetos da matriz de responsabilidades, in-cluindo corredores exclusivos de ônibus, três linhas de BRT e projetos para ampliação de avenidas. Salvador, da mesma forma, desistiu de seu BRT, que teria 19 quilômetros e custaria algo perto de R$ 568 milhões, e decidiu investir numa linha de metrô complementar à que está em construção há quase uma década e meia. Mas nem o projeto estava pronto ainda. Em Manaus, as obras para a construção de um monotrilho e a instalação de uma linha de Bus Rapid Transit (BRT), envolvendo perto de R$ 1,6 bilhão no total, foram questionadas pelo Tribunal de Contas do Amazonas e pelo Ministério Público, não ficarão prontas para a Copa e não há previsão de data para entrega.
�� Mobilidade urbana: obras no Rio de Janeiro fazem parte do pacote previsto para melhorar o trânsito na cidade
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Antes tarde...Fora da Copa, Goiânia sofre com
obras que se prolongam no tempo e projetos de infraestrutura em mobili-dade urbana que não saem do papel. A construção do complexo de viadutos na Marginal Botafogo, que deverão facilitar o trânsito sobre as avenidas E e 88 a um custo em torno de R$ 13 milhões, co-meçou em março do ano passado e foi
parcialmente entregue pela prefeitura no começo de junho deste ano.
O governo do Estado prevê para junho a conclusão das obras dos viadu-tos na saída para Trindade (GO-060) e cidade de Goiás (GO-070), num gasto final estimado em R$ 22,3 milhões. Os projetos foram iniciados em maio de 2013 e deveriam ser entregues em de-zembro do mesmo ano, segundo pre-visão divulgada à época. Anunciado em
maio do ano passado, o viaduto no cruzamen-to entre a GO-080 e a Perimetral Norte só co-meçou a ser construído em abril deste ano, com prazo para conclusão anunciado, em princípio,
para novembro próximo e custos de R$ 24 milhões.
Os projetos de implantação do Veí-culo Leve sobre Trilhos (VLT), anuncia-do pelo governo estadual, com custos estimados em algo próximo a R$ 1,3 bilhão para fazer a ligação entre os ex-tremos leste e oeste da capital, e o BRT goianiense, projetado pela prefeitura para o eixo norte-sul, ainda não saíram da prancheta.
A confusão nos aeroportos
Atrasos afetam também a conclu-são de obras nos aeroportos, inclusive naqueles que tiveram sua concessão transferida para o setor privado. A car-go do consórcio CPM Novo Fortaleza (Consbem Construções, Paulo Octá-vio Investimentos Imobiliários e MPE Montagens e Projetos Especiais), o pro-jeto de ampliação do aeroporto inter-nacional da capital cearense, estimado em R$ 336 milhões, pode nem sair do papel. Com o cronograma oficial total-mente ultrapassado, foi preciso montar um terminal de lona para atender à de-manda durante a Copa. A Infraero ame-aça rescindir o contrato de concessão.
Em Viracopos, embora o atraso
�� Desvio na GO-080: obras do viaduto no cruzamento com a Perimetral Norte deixam trânsito confuso em Goiânia
�� Aeroporto de Fortaleza: atraso no projeto de ampliação, estimado em R$ 336 milhões, obriga a construção de
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Pinto Martins
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seja muito menos considerável, a Agên-cia Nacional de Aviação Civil (Anac) estudava, no começo de maio, a aplica-ção de uma multa recorde à concessio-nária Aeroportos Brasil, controlada pela Triunfo Participações e Investimentos (TPI) e UTC Participações, com asso-ciação minoritária da operadora fran-cesa Egis. A primeira etapa das obras de ampliação deveria ter sido entregue no dia 11 de maio.
A concessionária assumiu o com-promisso de construir um terminal com capacidade para 14 milhões de passa-geiros, bem mais do que os 5 milhões previstos originalmente, e havia conclu-ído as adequações nas pistas já existen-tes de taxiamento, pouso e decolagem. As obras para instalação de novas pistas de taxiamento, de um edifício garagem e do novo terminal de passageiros, até o
início de maio, apresentavam porcentu-ais de conclusão de 97%, 95% e 92% res-pectivamente. Para complicar, o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Campinas havia decretado a interdição parcial das obras três dias antes do prazo final para conclusão do
projeto. Em Brasília, o consórcio In-framérica, que arrematou o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek em fevereiro de 2012, informava, em me-ados de abril, a conclusão de 93% das obras de expansão e adequação.
E MAIS ATRASOSSob administração da Infraero, as melhorias na infraestrutura do Aero-
porto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, com custo previsto em torno de R$ 800 milhões, deveriam ter sido terminadas no final do ano passado, mas foram dadas como concluídas pelo governo – embora ainda incompletas – apenas em abril deste ano.
Os atrasos repetiram-se nos aeroportos Afonso Pena, em Porto Alegre, e Salgado Filho, em Curitiba, que deveriam estar prontos desde julho e de-zembro do ano passado, pela ordem. Pior ainda, em Salvador, os trabalhos no terminal do Aeroporto Luís Eduardo Magalhães foram suspensos para evitar transtornos ainda maiores aos passageiros durante a Copa.
Comunicação a toque de caixaO setor de infraestrutura de comu-
nicações deverá receber investimentos de R$ 404,56 milhões, dos quais menos de um quinto já haviam sido realizados a 33 dias da Copa, num valor ligeira-mente abaixo de R$ 79,0 milhões, se-gundo relatório da Controladoria Geral da União (CGU). Desse total, apenas a Telebrás está investindo em torno de R$ 110 milhões para instalar redes de fibras óticas para o transporte de áudio e vídeo durante os jogos, interligando as 12 arenas ao Centro Internacional de Coordenação de Transmissão (IBC) instalado no Rio de Janeiro.
As operadoras privadas investem perto de R$ 200 milhões na instalação das chamadas redes “indoor”, com tec-nologia sem fio, que tornarão possível a cobertura dos estádios com serviços
de 2G, 3G e 4G para celular, envio de mensagens multimídia e navegação na internet em alta velocidade. Esta-ções móveis, de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Ana-tel), foram instaladas nas proximidades das arenas para ampliar a capacidade dos celulares em dias de jogos.
Mas nem tudo está tranquilo. A demora na entrega das obras civis nas arenas e em seu entorno atrasou tam-bém a construção da infraestrutura de telecomunicações, principalmente em São Paulo e Curitiba. Os equipamentos terão de ser instalados a toque de caixa e não se sabia, ainda, se haveria tempo suficiente para testes, especialmente no caso das redes da internet em banda larga sem fio (Wi-Fi).
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Turistas e empregosO aumento no fluxo turístico no
País durante os dias da Copa, com o desembarque esperado de 600 mil turistas estrangeiros e a circulação de 3 milhões de brasileiros nos dias dos jogos, na previsão da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), deve estimular a abertura de 47,9 mil vagas no setor en-tre abril e junho, de acordo com estudo da Confederação Nacional do Comér-cio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Na média, nos meses de junho e julho, o País recebe entre 320 mil e 350 mil es-trangeiros. Parte do crescimento espe-rado para os dias da Copa, no entanto, deverá refletir apenas uma mudança na programação dos turistas, esperando--se números mais baixos do que a mé-dia para os meses seguintes.
De uma maneira ou de outra, a maior movimentação projetada para
o período tenderá a mobilizar ativida-des como serviços de hospedagem, de alimentação, de transporte, agências de viagens e serviços culturais e recre-ativos, segundo expectativa da CNC. O número projetado representará 38,1% das 125,8 mil vagas criadas por aqueles setores no ano passado e 35,2% do total esperado para este ano.
Por setores, os serviços de ali-mentação (bares e restaurantes) deve-rão abrir 16,1 mil novos empregos com a Copa (33,5% do total esperado), se-guidos por transportes de passageiros (14 mil vagas, representando 29,2% da previsão) e hotéis, pousadas e similares (12,3 mil empregos adicionais, equiva-lentes a 25,7% do previsto). São Paulo e Rio de Janeiro, que serão sede da abertu-ra e do encerramento da Copa, deverão responder por 52% desses empregos.
CAPACITAÇÃO DE PESSOAL
A programação do governo prevê a qualificação, pelo Prona-tec Copa, de 157 mil trabalhado-res nas 120 cidades contempladas pelo programa, dos quais 91,9 mil já estavam qualificados ou em fase de qualificação no início do ano. A escassez de mão de obra qualificada, no entanto, tem provocado aumentos reais nos salários médios em áreas como hotelaria e idiomas, com altas, respectivamente, de 28,2% e de 12,5% no primeiro trimestre deste ano, frente ao mesmo período do ano passado, segundo pesquisa do Grupo Catho.
�� Rumo à Copa: Embratur prevê desembarque de mais de 600 mil turistas estrangeiros nos dias da competição
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MÉRITO INDUSTRIAL
�� Noite de gala: homenagem àqueles que tiveram papel destacado no desenvolvimento do Estado nos últimos anos
A CONDECORAÇÃO MAIS ELEVADAFieg entrega condecoração a mais nove homens públicos e empresários que têm se destacado na defesa dos interesses da indústria e da economia no Estado
A mais alta condecoração da indústria goiana foi entregue em noite de gala promovida pela Federação das Indústrias do Estado de Goi-
ás (Fieg), no Centro Cultural Paulo Afonso Ferreira - Teatro Sesi, no final de maio. Criada em 1968, a Ordem do Mérito Industrial da Fieg foi destinada neste ano a Antônio Benedito dos Santos, da Creme Mel Sorvetes; Cláudio Teixeira, da Italac; Edson Tavares, do Porto Seco Centro-Oeste; Haley Margon Vaz, ex-prefeito de Catalão; Ilézio Inácio Ferreira, da Consciente Constru-
tora; José Evaristo dos Santos, presidente da Fecomér-cio; José Ricardo de Oliveira, do Café Rancheiro; José Taveira Rocha, secretário da Fazenda; e Luiz Maronezi, presidente da GoiásFomento.
Anfitrião da noite, Pedro Alves de Oliveira, presi-dente da Fieg, fez questão de destacar a contribuição dos homenageados ao desenvolvimento da indústria goiana e ao crescimento da economia no Estado de uma forma geral, com relevantes serviços prestados ainda na área social.
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Os homenageados
Antônio Benedito dos SantosCreme Mel S.A.
Depois de ser cobrador de ônibus, motorista de ca-minhão de mudanças e de ônibus, em 1987, Antônio Benedito dos Santos resol-veu ter a própria empresa e, com a esposa Andrelina,
iniciou, na garagem de sua casa, na Cidade Jardim, em Goiânia, a produção do sorvete Creme Mel. San-tos apostou na qualidade de seu produto, fabrican-do um sorvete com leite de gado Jersey, tipo A, sem conservantes, e fez sucesso, atraindo a atenção, por exemplo, de seu ex-patrão, o empresário Odilon Santos, que se tornou sócio da Creme Mel em 2003, ajudando a empresa a se transformar no terceiro maior fabricante do País em volume produzido. Numa fase mais recente, a Creme Mel associou-se ao fundo norte-americano de private equity HIG e se prepara para novos saltos.
Cláudio TeixeiraItalac
Na terceira geração de uma família tradicional no setor de laticínios, em 1994, o administrador de empresas Cláudio Teixeira, juntamente com os irmãos, fundou em Corumbaíba,
no Sudeste do Estado, a Goiasminas Indústria de Laticínios Ltda. (Italac), que preside até hoje. A empresa começou produzindo queijo mussarela e, com arrojo e visão empreendedora, diversificou a produção e lançou leite longa-vida em várias versões, expandindo-se pelo País, e inaugurando, em 2006, sua planta de leite em pó e condensado. Colocada entre os cem maiores contribuintes de ICMS em Goiás, a empresa conquistou o prêmio de Fornecedor mais Lembrado, da revista Indústria da Alimentação.
Edson TavaresPorto Seco Centro-Oeste
De frentista de posto de gasolina a empresário bem--sucedido, Edson Tavares da Silva passou pelos ban-cos da Escola Senai Rober-to Mange, em Anápolis, e se diz privilegiado por ter
frequentado, ali, o curso de técnico mecânico e, ao mesmo tempo, as aulas do ensino médio, período em que se aproximou de empresários como o capitão Waldir O’Dwyer. Atualmente, é diretor superinten-dente do Porto Seco Centro-Oeste, que responde pela gestão da estação aduaneira interior em Aná-polis. Na prefeitura da cidade, Tavares ocupou três secretarias. Presidiu ainda o Sindicato das Empre-sas de Transportes de Anápolis (Setran) e foi diretor da Federação Interestadual das Empresas de Trans-porte de Cargas por duas vezes.
Haley Margon VazEx-prefeito de Catalão
Haley Margon Vaz apren-deu o ofício de empresário com o avô, o esloveno João Margon. Na década de 50, juntamente como mais dois sócios, fundou a primeira fábrica de macarrão de Goi-
ás e presidiu a Associação Comercial de Catalão. Começou na política como vereador nos anos 1970 e presidiu a Câmara Municipal, foi prefeito de sua cidade entre 1983 e 1988, para, mais tarde, ocupar diversas vezes, na condição de secretário geral, o cargo de ministro da Agricultura, entre 1989 e 1990, substituindo o então titular da pasta, Iris Rezende Machado. Foi deputado federal constituinte, a par-tir de 1991. Duas vezes atuou como secretário da Fa-zenda, na gestão do então governador Iris Rezende, e foi ainda titular da Indústria e Comércio, no governo Maguito Vilela.
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MÉRITO INDUSTRIAL
José Ricardo de OliveiraCafé Rancheiro
Criada em Ouro Verde, então distrito de Anápo-lis, em abril de 1985, a Café Rancheiro nasceu sob a ótica da qualidade total, fundada pelos irmãos José Ricardo e Wilson de Oliveira. Eco-nomista por formação, José Ricardo exerce a função de empresário há mais de 40 anos e já teve usina de álcool e fábrica de refrigerante,
entre outros negócios. Hoje, comanda da JR Imóveis, já presidiu a Asso-ciação das Imobiliárias de Anápolis (AIA), é membro da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg Goiás) e do Conselho Consultivo da Associação Comercial e Industrial de Anápolis (ACIA), onde também ocupou uma diretoria.
José Taveira RochaSecretário da Fazenda
Formado em direito e administração de empre-sas, funcionário de carreira do antigo Banco do Estado de Goiás (BEG), José Taveira Rocha responde atualmente pela Secretaria da Fazen-da de Goiás. Em 1977, juntamente com o econo-mista Reinaldo Fonseca, participou do projeto de criação do que viria a ser o Banco de Desen-
volvimento de Goiás (BD Goiás), do qual foi diretor e, mais tarde, pre-sidente. Taveira foi ainda vice-presidente da Cooperformoso, liquidante da Caixego, presidente da GoiásFomento, do Ipasgo e do Detran Goiás.(Foto: Denis Marlon)
Luiz MaroneziPresidente da GoiásFomento
Depois de exercer cargos de auditoria e direção em grandes empresas brasileiras por mais de 30 anos, em São Paulo e em Goiás, Luiz Antô-nio Faustino Maronezi presidiu a Associação Comercial e Industrial de Aparecida de Goiânia (Aciag). Já na área pública, dirigiu a então Su-perintendência de Indústria e Comércio do Esta-
do de Goiás, foi secretário executivo dos programas Produzir e Fomentar na Secretaria de Indústria e Comércio do Estado, e atualmente, preside a Agência de Fomento de Goiás S.A. (GoiásFomento).
José Evaristo dos SantosPresidente da Fecomércio
O empresário e juiz classista aposen-tado José Evaristo dos Santos preside há dez anos a Fede-ração do Comércio e o Sistema Sesc/
Senac do Estado de Goiás (Fecomércio) e é cidadão honorário de 17 municípios goia-nos, inclusive Goiânia, Aparecida e Anápo-lis. Santos lembra que a Fecomércio e a Fieg atuam em parceria desde que foram cria-das, há mais de seis décadas, “contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento da economia goiana, seja defendendo os empresários, seja colaborando com o go-verno, sugerindo medidas importantes para o fortalecimento das políticas públi-cas voltadas para o empreendedorismo e a livre iniciativa”.
Ilézio Inácio FerreiraConsciente Construtora
Presidente do Con-selho Temático de Desenvolvimento Urbano da Fieg, o engenheiro civil Ilézio Inácio Fer-reira comanda a
Consciente Construtora e Incorporadora, criada por ele em 1982 e que atualmente figura entre as cem maiores empresas de construção do País. Ele foi fundador da Uniademi, terceira universidade corpora-tiva do setor da construção no Brasil, e da Cooperativa do Setor da Construção (Co-percon Goiás). Presidiu o Instituto Cidade e preside a Associação das Empresas do Mer-cado Imobiliário de Goiás (Ademi Goiás) e o Fórum de Mobilidade Urbana, de Goiânia.
Os homenageados
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D ados da Pesquisa de Orçamentos Fami-liares, do Instituto Brasileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE) mostram que o consumo anual
de peixe pelo brasileiro é de nove quilos por habitante, inferior ao recomendado pela Organização Mundial de Saúde, de 12 quilos. Para tentar mudar essa realidade, o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e o Conselho Nacional do Sesi (Sesi/CN) assinaram, dia 14 de maio, convênio destinado a implementar ações para difundir e potencializar o hábito, aproveitando a experiência do Programa Cozinha Brasil, da instituição da indústria,
cuja missão é disseminar a boa alimen-tação por meio do aproveitamento total dos ali-mentos. O diretor regional do Senai e superintendente do Sesi, Paulo Vargas, e o presidente do Conselho Na-cional do Sesi, Jair Meneguelli, estiveram presentes na solenidade, reforçando a importância deste convênio.
A parceria foi firmada no âmbito do Projeto de Qualificação Técnica e Profissional de Gestores, Técni-cos e Colaboradores da Alimentação Escolar. Os alvos das ações são as regiões metropolitanas de Manaus, Be-lém, Fortaleza, Brasília, São Paulo, Florianópolis, além de Goiânia. O desenvolvimento das capacitações ficará a cargo do Senai de Goiás, escolhido pela sua expertise na execução, no acompanhamento e monitoramento de repasse de recursos financeiros e parcerias com o governo federal, segundo Rodrigo Amaral, assessor de Projetos Especiais do Conselho Nacional do Sesi. “Além disso, há a proximidade territorial com o Conselho Na-cional e o Ministério da Pesca e Aquicultura, em Brasí-lia, o que vai facilitar nosso contato”, complementa.
ALIMENTAÇÃO
ENSINAR A COMER O PEIXE
�� Pescado: novas formas de preparo para estimular maior participação de pratos à base de peixe no cardápio da merenda escolar
Em parceria, governo federal e Sesi Nacional querem aumentar o consumo de pescado no País, aproveitando a experiência do Programa Cozinha Brasil
Janaina Staciarini e Corrêa
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Participação mínima no cardápio
A estratégia é proporcionar a ca-pacitação teórica e prática de colabo-radores e manipuladores de alimentos de escolas públicas das sete regiões metropolitanas abrangidas pelo projeto de qualificação. Ao mesmo tempo, as ações visam aumentar a variedade de formas de preparo de pescado e me-lhorar as técnicas higiênico-sanitárias de manipulação e conservação nas cozinhas escolares. A intenção é que, em 2015, merendeiras de escolas das regiões sejam capacitadas e conheçam novas formas de utilizar o pescado nos pratos servidos na merenda escolar. De alto valor nutricional, o pescado tem presença mínima na alimentação es-
colar. A limitação do consumo se deve basicamente a três obstáculos princi-pais: preços elevados, falta de hábito e produção nacional acanhada.
A experiência do Programa Cozi-nha Brasil, do Sesi, possibilitará não só estimular o consumo de pescados, mas ao mesmo tempo propor às escolas públicas a preparação de refeições sau-dáveis e nutritivas. As ações têm início previsto para o próximo semestre, com seminários, qualificação, cursos de ca-
pacitação e a última etapa será a avalia-ção final do projeto, no final de 2015. Os cursos realizados promoverão a trans-ferência de conhecimentos técnicos e práticos para manipulação, conserva-ção, preparo e consumo de pescados, com exposição de conteúdos técnicos e oficinas culinárias.
Consumo em Goiás acompanha a média nacionalEm Goiás, o consumo de pescado
também não é muito forte. O Estado é hoje o 13º no ranking, depois de já ter ocupado a 8ª posição. De acordo com Jordana Gabriel Sara, consultora técni-
ca do Senar para a área de Aquicultura, Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Silvicultura, a Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg) também está trabalhando para mudar esse cenário.
Em maio, foram realizados seminários justamente com a finalidade de mos-trar ao produtor o funcio-namento de toda a cadeia produtiva, desde a produ-ção de ração até formas de financiamento. “A grande bandeira que a gente le-vanta é a união de diversos setores para viabilizar a produção no Estado”, diz Jordana Gabriel.
A consultora do Senar defende que o produtor aprenda a pensar como um
empresário: “Ele tem de ter em mente, antes de começar a produzir, para quem ele vai vender, quais os caminhos a se-rem percorridos para que tenha sucesso em sua empreitada.” Jordana acredita que projeto do governo federal e do Sesi é válido para disseminar o consumo de pescado e fazer com que seja uma reali-dade nos lares brasileiros. “Acredito que isso começa da criança. Se ela tiver esse hábito, aprendendo sobre a qualidade do alimento, que é uma carne branca de excelente qualidade, que seu valor nutri-cional é muito elevado, ela vai começar a trazer isso para a casa dela e a família vai mudando aos poucos. É um proces-so mesmo e acho que tem de começar a incentivar porque é uma carne muito nobre. Tem porcentual de gordura baixo e alto nível de ômega 3”, completa.
�� Solenidade oficial: assinatura do convênio teve participação do ministro da Pesca e Aquicultura, Eduardo Lopes, do superintendente do Sesi e diretor do Senai, Paulo Vargas, e de Jair Meneguelli, presidente do Conselho Nacional do Sesi
ALIMENTAÇÃO
�� Criação de peixe em Goiás: Estado é atualmente 13º no ranking nacional de consumo de pescado
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Goiás Industrial – Qual o objetivo do convênio firmado entre o Ministério da Pesca e o Sesi Nacional?
O principal objetivo é mitigar os entraves da inserção do pescado no cardápio das escolas públicas e filantrópicas brasi-leiras, identificados no Mapeamento Nacional sobre a Inserção de Pescado na Alimentação Escolar – realizado em 2012 pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, com apoio do Fundo Nacio-nal de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Os principais são a baixa aceitação pelos escolares, a falta de planejamento de pescado no cardápio e o risco de espinhas. Dessa forma, no convênio estão previstas atividades de qualificação técnica e profissional, prática e teórica, no Amazonas, na Bahia, no Ce-ará, no Distrito Federal, no Pará, em Santa Catarina e em São Paulo, tendo como prioridade as capitais e respectivas regiões metropolitanas, para manipuladores de alimentos de escolas públicas e filantrópicas, visando à diversificação das formas de preparo para o aumento da aceitação dos alunos, de modo a evitar as tradicionais formas “peixe ao molho” e “peixe frito”, bem como serem orientadas quanto às técnicas higiênico--sanitárias de manipulação e conservação do pescado nas co-zinhas das escolas, tendo sempre como referência as receitas tradicionais à base de pescado e os ingredientes locais, além
de cumprir com as diretrizes estabelecidas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar – (Pnae).
Goiás Industrial – Quais são as metas estabelecidas?Apesar de o edital de chamamento público exigir no mí-
nimo a capacitação de 200 profissionais em cada unidade da federação, é prevista a capacitação de 50 gestores e colabora-dores do Programa de Alimentação Escolar (Pnae); 140 coor-denadores e responsáveis técnicos; 3.080 manipuladores da alimentação escolar de escolas públicas e filantrópicas.
Goiás Industrial – Como foi feita a escolha do Sesi para o projeto?
O Departamento Regional do Sesi Goiás cadastrou proje-to para participar do processo de seleção pública de propostas, lançado pelo Edital de Chamamento Público nº 001/2013, pu-blicado no dia 26 de setembro de 2013, que tinha como objeto a seleção de propostas de capacitação teórica e prática de mani-puladores de alimentos de escolas públicas e filantrópicas, vi-sando aumentar a variedade de formas de preparo de pescado e melhorar as técnicas higiênico-sanitárias de manipulação e conservação de pescado nas cozinhas escolares. Como re-sultado desta seleção, a proposta foi habilitada e classificada, por uma comissão técnica avaliadora instituída para esse fim, segundo os critérios estabelecidos no edital, resultando na as-sinatura do Convênio nº 66/2013, publicado no Diário Oficial da União, em 31 de janeiro de 2014.
DOUGLAS SOUZA PEREIRA Coordenador-geral de Comercialização do Ministério da Pesca e Aquicultura
ENTREVISTA �� Douglas Pereira: qualificação técnica e profissional em seis Estados, com prioridade para as capitais, e no Distrito Federal
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COMÉRCIO EXTERIOR
ABRINDO AS PORTASEncontro internacional realizado pela Fieg tem como meta estimular empresas de todos os tamanhos a participar do comércio mundial de mercadorias e serviços
A lém do agronegócio e de grandes grupos, as pequenas e médias empresas também têm a chance de participar do comércio mundial de
bens e serviços, mas precisam oferecer preços compe-titivos e produtos de qualidade, sustenta o empresário Emílio Bittar, presidente do Conselho Temático de Comércio Exterior da Fieg. Juntamente com o Centro Internacional de Negócios (CIN) da entidade, o Ctco-mex promoveu, em maio, o 3º Encontro Internacional de Comércio Exterior (Eice) e o Projeto Comprador, uma rodada de negócios que colocou frente a frente indústrias goianas do setor de alimentação e potenciais importadores do México, Peru, da Itália e Guatemala.
O encontro, que reuniu em torno de 250 empresá-rios, economistas e especialistas em comércio exterior na Casa da Indústria, conforme destaca Bittar, tem como propósito estimular a formação de uma cultura exportadora no Estado, além de apresentar as principais ferramentas à disposição do CIN para apoiar incursões de empresas goianas no mercado internacional.
INTELIGÊNCIA COMERCIAL
Num serviço customizado conforme o inte-resse do cliente, o Centro Internacional de Ne-gócios da Fieg (CIN) elabora estudos e perfis de mercado, utilizando bases de dados e sistemas de informação específicos de comércio interna-cional e fornecendo diretórios de importadores. Os estudos ajudam as empresas a encontrar e analisar mercados potenciais lá fora, formular políticas de preço para o mercado global, iden-tificar clientes no exterior, avaliar a competiti-vidade brasileira e a concorrência nos mercados desejados.
REDE EUROPEIA DE NEGÓCIOSDesenvolvida pela Comissão Europeia, a En-
terprise Europe Network (EEN) envolve perto de 600 organizações internacionais de mais de 50 países, formando uma rede global de negócios que oferece às empresas serviços de apoio à ino-vação e internacionalização, proporcionando acesso a mercados no exterior. No Brasil, a EEN é operada pela Rede CIN, sob a coordenação da Confederação Nacional da Indústria.
�� Marco César Chaul: “Nosso diferencial está no algoritmo de identificação biométrica que desenvolvemos”
Neokoros exporta tecnologia
A goiana Neokoros Biometric Technology faz parte de outra classe de exportadores. Ela vende serviços de engenharia e recebe de volta, a título de royalties, equi-pamentos produzidos por sua parceira coreana, num modelo de negócio desenvolvido em 2007 e reforçado três anos depois, quando a empresa passou a desenvol-ver e exportar projetos de engenharia.
“Nosso diferencial está no algoritmo de identifi-cação biométrica que desenvolvemos”, aponta Marco César Chaul, diretor geral da Neokoros, que produz coletores de dados, placas controladoras e outros
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A PROVA DE DEDOS FALSOSEm março, durante a edição
2014 da CeBIT, maior evento global do setor de tecnologia da informação realizada na Alema-nha, a Neokoros acertou parceria com uma segunda empresa co-reana para desenvolver um novo leitor de impressões digitais à prova de dedo falso. A tecnologia a ser embutida no equipamen-to consegue diferenciar o dedo humano de uma digital produzi-da sinteticamente, explica Chaul, e será desenvolvida pela empresa goiana durante dois anos, com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e da Financiadora de Es-tudos e Projetos (Finep), por meio de edital do programa Tecnova. A ajuda do CIN, que tem propor-cionado a oportunidade de par-ticipação em missões e eventos internacionais, e do Sebrae, refor-ça o empresário, “foi importante para organizar a empresa”.
O “pulo do gato” da Bioline
Há 17 anos no mercado, a Bioline Fios Cirúrgicos realizou sua primeira exportação ainda em 2005, escolhendo a América do Sul como destino inicial de seus produtos, numa opção estra-tégica para criar uma espécie de hedge (proteção) natural para o negócio, que depende da importação de insumos e matérias-primas. “Nossa meta inicial era equilibrar a entrada e a saída de mo-eda estrangeira”, afirma José Alberto da Luz Mota, diretor geral da Bioline.
Depois de evolução gradativa nos
primeiros anos, as vendas externas chegaram a representar 22% do fatura-mento no ano passado e a Bioline es-pera elevar a fatia para 30% ao final deste ano. A empresa prospecta negócios em novos países da América do Sul e tem planos para desembarcar no mercado europeu, buscando, para isso, certifi-cação CE, indicando que seu produto está em conformidade com as normas da União Europeia. “Nosso ‘pulo do gato’ foi definir a qualidade do produto final, preços competitivos, num mer-cado dominado por multinacionais, e excelência na prestação de serviços ao cliente como pilares do nosso negócio”, comenta o empresário.
�� José Alberto da Luz Mota: exportações deverão representar 30% do faturamento até o final deste ano
CERTIFICAÇÃO E APOIODesde 2005, a Bioline é uma empresa certificada por boas práticas de
fabricação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, em 2009, por iniciativa própria, conta José Alberto da Luz Mota, assegurou a certificação com base na norma ISO 9001, depois de adotar sistemas de gestão da qualidade desde 2003. Além de visitar clientes no exterior e cirur-giões nos principais mercados fora do País, acrescenta Mota, a Bioline tem participado com frequência de missões internacionais e feiras, incluindo a Expocruz, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, com apoio do CIN, e de recente expedição organizada pela Fiesp a Cuba.
sistemas de segurança e controle de acesso, integrados aos principais fabri-cantes do País, a exemplo da Digicon, Tecnibra e Dimep.
O portfólio da empresa sofrerá um “upgrade” com uma nova linha de produtos, com melhor performance e custos mais competitivos e processa-dores mais eficientes. O lançamento no mercado brasileiro deve ocorrer no segundo semestre, mas em junho a li-nha renovada foi apresentada a clientes estrangeiros durante a IFSEC Interna-tional, realizada em Londres.
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A indústria de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos literalmente desco-nhece o que é crise e avança mesmo em mo-
mentos de turbulência no restante do setor produtivo, driblando os baixos índices de crescimento que têm predominado na economia brasileira nos últimos anos. Na média, as vendas do segmento têm registrado evo-lução perto ou acima de 10% ao ano na última década em Goiás, afirma Jaime Canedo, presidente do Sindi-cato das Indústrias Químicas de Goiás (Sindquímica), pegando carona na melhoria da renda principalmente das famílias das classes B, C e D.
“No ano passado, devemos ter crescido em torno de 10% a 12% em relação a 2012”, estima Canedo, proje-tando faturamento ao redor de US$ 2,19 bilhões para o setor. Isso significa dizer que a indústria goiana de cos-méticos mais do que dobrou de tamanho desde 2003, quando havia faturado US$ 950 milhões, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
Com 128 empresas instaladas no Estado (ou 138 na contabilidade da Abihpec), Canedo destaca que os segmentos dedicados à fabricação de produtos para ca-belos e unhas, além de cremes corporais, têm apresen-
tado as maiores taxas de crescimento no Estado, numa avaliação “mais quantitativa”, diz ele. “Não se sabe se os resultados financeiros das empresas têm acompanhado esse desempenho”, complementa.
As empresas produtoras de saneantes, como de-sinfetantes e detergentes, têm igualmente registrado in-cremento no volume de vendas, mas com rentabilidade menor, já que o valor unitário dos produtos é menor do que no setor de cosméticos.
CRISE? MAS QUE CRISE?Indústria do setor de cosméticos consegue crescer a taxas de 10% ao ano em média na última década e tem planos para internacionalizar seus negócios a partir de Goiás
COSMÉTICOS
O SEXTO MAIOR NO PAÍSNuma estimativa aproximada, os dados da
Abihpec, citados pelo presidente do Sindquími-ca, colocam Goiás na sexta posição no ranking nacional dos maiores produtores de cosméticos e produtos de higiene pessoal. Este último segmen-to responde por quase dois terços do faturamento da indústria, seguido pelos cosméticos, com um quarto do total, e pela perfumaria, representando 14%. Em Goiás, predominam pequenas e médias empresas, registrando-se a presença de algumas poucas empresas de grande porte, como a Hyper-marcas, que se desfez de sua divisão de produtos de limpeza e concentrou sua produção nacional de medicamentos em Anápolis e a de higiene pessoal e cosméticos entre Senador Canedo e Aparecida de Goiânia, incluindo em seu portfólio 34 marcas, como as tradicionais Monange, Bozzano, Pom Pom e Paixão.
�� Avanço externo: indústria goiana de cosméticos reforça presença em grandes eventos internacionais, como a Cosmoprof, na Itália
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Investidas no mercado externoDepois de colecionar avanços no
mercado doméstico, a indústria goiana de cosméticos ensaia investidas na área internacional, por meio de negocia-ções diretas com clientes no exterior e de crescente participação em feiras e eventos internacionais, com suporte do Centro Internacional de Negócios (CIN) e do Conselho Temático de Co-mércio Exterior (Ctcomex), ambos
sob o guarda-chuvas da Fieg, e ainda do Sebrae. A mais recente ocorreu em abril, com a organização de uma missão empresarial do setor, com participação de uma dezena de indústrias goianas de cosméticos e produtos de higiene na Cosmoprof 2014, a maior feira global do setor, realizada em Bologna, na Itália.
Entre as participantes, a Vitalife Indústria de Cosméticos, atualmente
em fase de expansão de sua operação, e a Dermacap Indústria e Comércio de Cosméticos esperam colher resul-tados mais concretos das negociações travadas durante o evento. Celso Flá-vio da Silva, representante da Vitalife, demonstra otimismo após o evento, indicando significativo avanço em rela-ção a edições anteriores da Cosmoprof, a partir da realização de três contatos com “possibilidades reais de negocia-ção”, surgindo a perspectiva de distri-buição e transferência de tecnologia de produção futura de uma linha depilató-ria aqui no Brasil e na América do Sul.
As demais negociações em curso contemplam a produção de uma marca espanhola aqui dentro e de “de intro-dução de nossa marca em uma rede de farmácias que atua em países como Holanda, Alemanha, França e Portu-gual”, sustenta ele. “Vislumbramos ain-da a possibilidade real de desenvolver parcerias com entidades de pesquisas italianas de referência na Europa, quan-to à segurança e eficácia relacionada ao cosmético”, afirma Silva.
�� Rodadas de negócios: Vitalife e Dermacap participaram de encontros com importadores e parceiros potenciais na feira do setor em Bologna
NEGOCIAÇÕES COM ITALIANOS, ESPANHÓIS...A Dermacap (Natu Life Cosmetics), comenta Wélio Moura, seu diretor, adota
estratégia cautelosa para internacionalizar sua operação. Seguindo seu planeja-mento, instalou recentemente um departamento de marketing e uma equipe de pesquisa e desenvolvimento, “com profissionais qualificados, num investimento que nos permitirá adequar e preparar melhor o nosso produto, tudo num passo-a--passo em nosso processo de internacionalização”.
Nesse sentido, prossegue ele, a participação na Cosmoprof inspirou a empresa a buscar inovações, com base em “tendências e informações qualificadas”. Além disso, afirma Moura, foi a primeira vez que os produtos Natu Life puderam ser expostos no estande do Brasil dentro da feira. A indústria goiana ainda participou de rodadas de negócios com empresas da Itália, da Espanha, do Egito e Emirados Árabes. “Já enviamos algumas amostras solicitadas e aguardamos retorno das empresas para darmos prosseguimento às negociações”, adianta Moura.
�� Wélio Moura, da Natu Life: planejamento contempla internacionalização da empresa passo a passo
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A indústria goiana de móveis quer apa-recer para continuar crescendo, literalmen-te. A pedido do setor, foi desenvolvido um
módulo específico dentro do Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi), criado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com apoio do Sebrae, e executado pela Fieg e sindicatos associados, para modernizar e reforçar a política de comunicação das empresas moveleiras com o mercado.
“Será o terceiro Procompi do setor, agora sob uma ótica mais inovadora, e permitirá que as empresas mostrem sua cara, com uma apresentação mais profissional e moderna, facilitando a negociação com clientes de todos os tamanhos e regiões”, espera Pedro Silvério, presidente do Sindicato das In-dústrias de Móveis e Artefatos de Madeira no Estado de Goiás (Sindmóveis). Nesta nova fase, 18 fabricantes de móveis deve-rão desenvolver ou aprimorar logomarcas, fachadas, sites, catálogos de produtos e uniformes, incluindo padronização de toda a parte de documentos e material gráfico e, ainda, nova sinalização no chão-de-fábrica, quando necessário.
Com início em outubro do ano passado, detalha Regiane Pinheiro de Oliveira, consultora de comunica-ção da Gemini Comunicação e Design, metade do pro-grama já foi cumprida, com previsão de conclusão até
outubro próximo. “Na primeira etapa, foi desenvolvido todo material gráfico, logomarcas e a parte de identi-ficação visual da empresa. A segunda fase envolverá o desenvolvimento da comunicação na área de marketing e publicidade e toda a parte digital, incluindo sites e e--mails”, resume ela.
Especializada em alta de-coração, com fábrica no Setor Guanabara, em Goiânia, a In-dústria e Comércio de Móveis JVA Ltda. pretende consolidar sua marca, amplificar sua expo-sição e ganhar novos mercados a partir da implantação do pro-grama, prevê José Luiz de Sou-za, presidente e um dos sócios da empresa. A logomarca foi re-vigorada, assim como as ações de marketing e promoções. A indústria, que pretende focar o mercado varejista daqui para frente, diz o empresário, criou novos cartões, crachás e unifor-mes para seus funcionários e vai mudar a fachada da fábrica e de suas lojas.
“É um investimento pequeno em comparação com os benefícios alcançados”, resume Carlos Alberto Pinheiro Soares, que tem duas empresas – a AV Soares e Paulete Armários – participando do projeto. A nova programação visual foi desenhada e as duas empresas já trabalham na implantação na prática, preparando-se também para atualização do site. “O reforço de nossa imagem deve estimular o aumento das vendas e melho-rar o relacionamento com clientes”, aposta Soares.
MÓVEIS
�� Pedro Silvério: apresentação mais profissional e moderna tende a facilitar negociações com clientes de todos os tamanhos e regiões
UMA INDÚSTRIA DE CARA NOVAEmpresas esperam reforçar sua imagem e conquistar novos mercados com a adoção de política de comunicação mais moderna na terceira etapa do Procompi
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Dinâmica Engenharia concentra operações em Goiânia, com negócios também em Brasília, e investe em programas de educação e sustentabilidade nos canteiros de obras
O que poderia acontecer quando dois engenheiros civis começam a se encontrar
com frequência entre uma concorrên-cia e outra? No caso de Mário Valois e Eugênio Carvalho Neto, o resultado foi a criação da Dinâmica Engenharia, em abril de 1983, comandada pelos dois desde então, com negócios em Goiâ-nia, que atualmente concentra 75% da carteira de obras, e Brasília, onde estão os restantes 25%.
Em seu primeiro ano, com uma pessoa na área administrativa e dez funcionários, a empresa ocupava-se de pequenas reformas. “No ano seguinte, partimos para a construção de condo-
mínios verticais e o primeiro construído na Avenida 136, no Setor Marista, foi o nosso. No terceiro ano, já começamos com obras de incorporação propria-mente”, relembra Valois.
O primeiro financiamento da Cai-xa Econômica Federal veio nessa fase, contratado para financiar a construção de um prédio residencial no Setor Bela Vista, em Goiânia. “Decidimos ter uma participação reduzida em obras públicas, concentrando quase toda a operação na área imobiliária, que po-deria nos assegurar maior autonomia e independência em relação a decisões de governos.”
Na segunda metade dos anos 1980, a Dinâmica chegou a construir várias agências do Banco Itaú, em diferentes Estados, como Maranhão, Mato Grosso e Roraima, além de erguer postos para a Petrobras Distribuidora e para a Texaco. Mas, a partir de 1988, todos os esforços foram dedicados ao setor de incorpo-ração. A construtora cresceu desde lá e hoje gera em torno de 600 empregos diretos, além de trabalhar com quase
uma centena de trabalhadores de em-preiteiros contratados.
Nos últimos cinco anos, a Dinâ-mica optou pela realização de parcerias com outras empresas do setor para con-tinuar expandindo seus negócios, numa estratégia planejada para diluir riscos e custos. “Preferimos não ampliar nossa estrutura administrativa para continuar crescendo e estamos bem posicionados em todas as faixas do mercado, baixa, média, média-alta e alta renda, o que nos permite suportar as oscilações de mercado com maior segurança”, acres-centa Valois.
Vencedora da versão 2014 do Prêmio CBIC Nacional de Responsa-bilidade Social, conferido pela Câmara Brasileira da Indústria da Constru-ção e entregue pela presidente Dilma Rousseff durante o 86º Encontro Na-cional da Indústria da Construção (Enic), realizado em maio, em Goiânia, a Dinâmica realiza trabalho de vanguar-da nesta área. Em parceria com o Sesi, a construtora realiza um programa de educação para funcionários e suas fa-mílias, cobrindo desde alfabetização e ensino fundamental até pós-graduação, bancando metade dos custos neste úl-timo caso. O projeto Família Mais Di-nâmica, lançado em 2011 e premiado neste ano pela CBIC, envolve mulheres e filhos de empregados e oferece cursos de profissionalização nas áreas de arte-sanato, maquiagem, confeitaria, biju-terias e flores. “Atingimos 400 famílias e temos planos de beneficiar mais 200 famílias neste ano”, projeta Valois. Des-de 1995, a construtora desenvolve pro-gramas de entulho zero, coleta seletiva e reciclagem e reaproveitamento de água nos canteiros.
MEMÓRIA | DINÂMICA ENGENHARIA
�� Eugênio Carvalho e Mário Valois: estratégia de crescimento envolve parcerias para diluir riscos e custos
UM FELIZ ENCONTRO
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POR DENTRO DA INDÚSTRIA
ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS / No âmbito de parceria entre Fieg, Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Goiânia sediou, no início de maio, o Workshop Atração de Investimentos Privados na Indústria Metalmecânica do Estado de Goiás. O evento, na Casa da Indústria, mobilizou representantes de diversos setores governamentais e privados, interessados em debater perspectivas de captação e aprimoramento de investimentos para a cadeia. Os trabalhos foram conduzidos pelo consultor Eli Moreno, com participação do consultor do BID Ismael Gílio, do coordenador de Projetos Especiais do Senai, Walmir Telles, e Welington da Silva Vieira, coordenador técnico da Fieg (foto).
REELEIÇÃO UNÂNIME / O empresário Robson Braga de Andrade foi reeleito, por unanimidade, para o segundo mandato à frente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Apenas a chapa de consenso concorreu, encabeçada por Andrade. A nova diretoria toma posse no dia 29 de outubro. O presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira, faz parte da chapa eleita, como diretor, e o ex-presidente da Fieg Paulo Afonso Ferreira, que participou da diretoria do primeiro mandato de Robson Braga, continua, como terceiro vice-presidente (foto).
ICQ BRASIL CERTIFICA AGR / Auditada pelo Instituto de Certificação Qualidade Brasil (ICQ Brasil), a Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR) recebeu, dia 6 de junho, o certificado de qualidade no âmbito da norma NBR ISO 9001:2008. A entrega foi feita pelo presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira, ao presidente da agência estatal, Humberto Tannús Júnior (foto).
BAIXA VOLTAGEM / A situação da Celg Distribuição complicou-se um pouco mais no primeiro trimestre deste ano. Seu patrimônio a descoberto cresceu 26,7% em relação aos três primeiros meses do ano passado, atingindo R$ 1,309 bilhão, e a dívida da empresa subiu para R$ 5,025 bilhões, num aumento de 10,7% em comparação a dezembro passado. A participação dos débitos de curto prazo nesse valor avançou de 46,4% para 53,3%. Ainda no primeiro trimestre deste ano, o balanço da distribuidora fechou com perdas de R$ 273,995 milhões, crescendo 248% em relação ao mesmo período de 2013.
Miguel Ângelo
MAIONESE DE PEQUI / Fruto típico do Cerrado rico em vitaminas A, C e E, além de outros componentes de alto valor nutricional, o pequi amplia seu espaço na culinária regional, onde já faz bastante sucesso. Projeto em parceria da empresa Sabor Brasil, especializada na fabricação de especiarias, molhos, temperos e condimentos, de Nerópolis, e da Escola Senai Vila Canaã, de Goiânia, resulta na maionese de pequi. Inédito no mercado, o novo produto foi lançado durante a 9ª edição do Festival Gastronômico de Pirenópolis, realizado de 22 a 25 de maio.
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GENTE DA INDÚSTRIA Renata Dos Santos
�� O ENGENHEIRO E A JORNALISTA / O engenheiro civil Nelson Luis de Sousa (Campos Verdes Empreendimentos) e a mulher dele, a jornalista Julia Renata Rinald, soltam a voz, acompanhados da banda Túnel do Tempo. Cantor nas horas de folga, ele levou tão a sério o hobby que inaugurou recentemente sua casa noturna com nome da banda, numa bela chácara no Parque Amazonas, em Goiânia. O lugar, idealizado para ser palco de seus shows concorridíssimos de repertório retrô, foi aberto com o baile Deixa Mamãe Cair na Gandaia, comemorativo ao Dia das Mães, e depois sediou o casamento da filha do casal, Bruna, com Guilherme Pitaluga, no início de junho. Dia 14 de junho a casa de eventos será movimentada com um baile dos namorados diferenciado.
�� SELO VERDE / Dono da Consciente Construtora, o incorporador Ilézio Inácio Ferreira (centro) divide com a presidente Dilma Rousseff a entrega do Prêmio CBIC de Responsabilidade Social ao servente de pedreiro Paulo de Castro Silva dos Santos, vencedor na categoria Trabalhador-Modelo. A distinção, durante o 86º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), realizado em Goiânia, em maio, coroou o engajamento do trabalhador em projeto educativo em canteiros de obras, assinado pelo Sesi Goiás. Um dos condecorados recentemente pela Fieg com o Mérito Industrial (veja matéria nas páginas 34 a 36), Ilézio tem feito ultimamente sucessivas viagens a São Paulo para reuniões com a Green Building Council Brasil. A “ponte aérea” inclui técnicos da GBC em constantes vindas a Goiânia para conhecer bem de perto a Consciente Construtora. É a preparação da incorporadora para receber a certificação sustentável LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações, utilizado em 143 países.
�� CONDOMÍNIO EMPRESARIAL / Emílio Bittar, da Coming Indústria e Comércio de Couros, Romeu da Silva Neiva Júnior e Cristiana Lobo, jornalista da Globo News, palestrante no lançamento do All Park Polo Empresarial, primeiro condomínio horizontal para empresas e indústrias no Estado, situado em Aparecida de Goiânia, em maio. Bittar e Júnior, anfitriões do evento, receberam empresários e políticos que ouviram o panorama político e econômico traçado pela jornalista.
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GENTE DA INDÚSTRIA
�� OLHO NO VIADUTO / O engenheiro Alexandre Lemos Barros (Mold Estruturas Pré-Fabricadas/Construsan) tem, na obra do viaduto da Marginal Botafogo, no Jardim Goiás, cartão de visita para os produtos carro-chefe de sua empresa: vigas de pontes e viadutos. Além de empresas em Aparecida de Goiânia, ele conta com canteiros de obras montados também fora de Goiás (Distrito Federal, Mato Grosso, São Paulo e Tocantins).
�� COSMÉTICOS PARA A COPA / A empresária Luna Pimentel comemora o segundo ano de sua indústria, a Odorata Cosméticos, com lançamento de lápis e esmalte em cores alusivas à Copa do Mundo, como verde e amarelo com brilho discreto. Ela diz que, entre as metas cumpridas, estão o novo catálogo, site incrementado com e-commerce e, lógico, o aumento das vendas do negócio door-to-door, que não perde para marcas pioneiras na revenda via revistinha. Ela voou para carreira-solo com moderna fábrica no Polo Empresarial de Aparecida de Goiânia e uma linha de produtos sofisticados, tudo depois de “anos de escola” na indústria do pai, Jeová Pimentel (Abelha Rainha) e nas faculdades de Direito e Administração de Empresas.
�� DE SORVETES, PICOLÉS E CORES / O empresário goiano Antônio Santos (Creme Mel), que tem se destacado com a expansão de sua empresa também fora de Goiás, lança neste mês de junho novas embalagens para seus produtos. Os tradicionais potes brancos deram lugar a recipientes de cores vibrantes em dourado e em vermelho. Fundada em 1987, a marca contabiliza 42 sabores de sorvetes e 36 de picolé e constitui o maior mix do segmento. O produto genuinamente goiano é fabricado com leite de gado Jersey, o que, segundo Santos, influencia decisivamente na qualidade, textura e cremosidade de seus gelados.
�� NA CASA COR / O empresário Bento Loures Pinto (Finart) exibe móveis modulados que sua indústria fabricou para o ambiente do arquiteto Leo Romano, na última edição da Casa Cor, em Goiânia. Natural de Nova Veneza, ele abriu sua fábrica em 1986, no Jardim Nova Era, na capital, e acaba de inaugurar novo showroom no Setor Marista. No segundo semestre, suas linhas de modulados e de móveis especiais já serão produzidas na nova indústria, que será inaugurada no Polo Moveleiro de Senador Canedo.
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O Brasil é um dos países com maior reserva hídrica do planeta, em que pese a distribuição paradoxal de suas reservas de água em relação
à população de suas regiões geográficas. Assim, é que nas regiões Norte e Centro-Oeste, com apenas 20% da população do País, concentram-se 80% dos recursos hídricos nacionais, ao passo que nas demais regiões brasileiras, com 80% da população, há apenas 20% des-ses recursos. Apesar dessa dicotomia da divisão espa-cial dos recursos hídricos brasileiros, do ponto de vista da produção de energia elétrica de origem hidráulica, essas regiões têm importante função de complementa-riedade na geração desse insumo imprescindível para o desenvolvimento do País.
O Brasil possui 260 GW de potencial para produ-ção de hidroeletricidade, mas apenas 32% desse total es-tão explorados. Mesmo com um grande potencial ainda a ser desenvolvido, 110 GW possuem grandes entraves para seu aproveitamento na geração de energia elétrica por causa da legislação ambiental e da presença de par-ques nacionais, terras indígenas e áreas de preservação ambiental, principalmente na região Norte.
Na região Sudeste-Sul brasileira, estão localizadas 70% das hidrelétricas nacionais, concentradas em cinco grandes bacias em Minas Gerais, São Paulo e Paraná, e só recentemente iniciou-se o processo de exploração da
hidroeletricidade na região Norte, que possui cerca de 10% de seu potencial desenvolvido.
A utilização das águas envolve múltiplos atores e deve ser tratada do ponto de vista de políticas públicas, com fóruns deliberativos inclusivos e representativos. No Brasil, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) faz esse papel, podendo ser considerado como um Parlamento das Águas no País, por meio da aplica-ção das políticas públicas nacionais, consubstanciadas na Política Nacional de Recursos Hídricos e no Plano Nacional de Recursos Hídricos.
As ações do CNRH visam harmonizar, ordenar e disciplinar a gestão dos usos múltiplos da água (geração de energia, pesca, agricultura, turismo, indústria, abas-tecimento de água etc.) e também a cobrança pelo uso da água, a regulação do funcionamento dos comitês e agências de bacia e as questões socioambientais (inun-dação, áreas indígenas, parques nacionais, controle de cheias etc.)
ARTIGO
Recursos hídricos, uma vantagem competitiva
“A UTILIZAÇÃO DAS ÁGUAS ENVOLVE MÚLTIPLOS ATORES E DEVE SER TRATADA DO PONTO DE VISTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS, COM FÓRUNS DELIBERATIVOS INCLUSIVOS E REPRESENTATIVOS”
FLÁVIO ANTÔNIO NEIVA Presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage)
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GIRO PELOS SINDICATOS
SINDCEL
QUALIFICAÇÃO DE MÃO DE OBRA / O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia no Estado de Goiás (Sindcel), Célio Eustáquio de Moura, visitou a turma do curso de eletricista de redes elétricas, desenvolvido na Escola Senai Dr. Celso Charuri, em Aparecida de Goiânia. Acompanhado do diretor da unidade, Marcos Antônio Mariano Siqueira, e do coordenador de Projetos Especiais do Senai, Walmir Telles, o empresário destacou a importância do curso (foto). “Nosso setor carece de profissionais qualificados, então espero que os alunos desta turma sejam nossos futuros colegas de profissão.”
SINDIBRITA
VISITA A BELO MONTE / O Sindicato das Indústrias Extrativas de Pedras do Estado de Goiás, Tocantins e Distrito Federal (Sindibrita) patrocinou, em abril, visita técnica de diretores e associados à usina hidrelétrica de Belo Monte, considerada uma das maiores obras civis do mundo, em construção na região de Altamira, no Pará.
SIND QUÍMICA
BOAS PRÁTICAS / O Sindicato das Indústrias Químicas no Estado de Goiás (Sindquímica), numa parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla), realizou, no início de abril, o workshop Discutindo a Nova Norma de Boas Práticas de Fabricação e Protocolos e Validação de Sistemas (foto), referente à RDC nº 47, de 25 de outubro de 2013, com a especialista Elionae Maximos.
LOGÍSTICA REVERSA / Ainda em abril, em parceria com a Faculdade Sul Americana (Fasam), o Sindquímica realizou treinamento sobre aplicação da logística reversa no setor, com participação de Renato Binoto. Em campanha paralela ao evento, o sindicato arrecadou 221 quilos de alimentos e 84 litros de produtos de limpeza, doados ao Instituto Espírita Batuíra de Saúde Mental, ao Centro de Valorização da Mulher (Cevam) e ao Centro Educacional Infantil Nossa Senhora de Nazaré. No foto, o presidente do sindicato, Jaime Canedo, e representantes do Cevam.
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F IEG REG IONAL
PROBLEMAS ESTRUTURAIS / Uma comitiva da Fieg, liderada pelo presidente Pedro Alves de Oliveira, participou de reunião promovida pela Regional Anápolis, sob a presidência do empresário Wilson de Oliveira, para discutir demandas das indústrias instaladas no Distrito Agro Industrial de Anápolis (foto), como deficiências no suprimento de energia elétrica, na Estação de Tratamento de Esgoto, no sistema viário interno e no acesso pelo trevo da BR-060. Participaram da reunião os seguintes presidentes e diretores de sindicatos: Valdenício Andrade (SindAlimentos); Jair Rizzi (Siva); Robson Braga (Simmea); Heribaldo Egídio e Marçal Soares (Sindifargo); Luiz Ledra (Sinprocimento); Alexandre Moura (Sindtrigo).
SICMA
DIA DA CONSTRUÇÃO SOCIAL / A agenda do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis (Sicma) em maio mais uma vez incluiu sua participação, como parceiro, no 10º Feirão Caixa da Casa Própria e na 5ª Expo Casa & Móveis, evento criado por iniciativa do próprio sindicato para divulgar e fortalecer a indústria moveleira da região. Em agosto, está prevista a realização do Dia Nacional da Construção Social, numa parceria do Sicma com o Sesi Jaiara. A proposta é realizar um evento nos moldes da Ação Global, com uma extensa programação e prestação de serviços, voltada para os trabalhadores da construção e seus dependentes.
INVESTIMENTO EM ANÁPOLIS / A Empresa Brasileira de Correios, Fieg Regional Anápolis, Porto Seco Centro-Oeste e o Fórum Empresarial de Anápolis assinaram protocolo de intenções para a elaboração do mapeamento do mercado de logística no município. A finalidade é subsidiar os Correios na definição do projeto para a implantação de um centro de distribuição para atender ao mercado postal e de encomendas na região. A assinatura do documento ocorreu em solenidade realizada na sede do Porto Seco (foto), com a presença do diretor regional dos Correios, Sergio Douglas Repolho Negri. A Fieg Regional Anápolis lidera o trabalho, numa ação articulada com os seis sindicatos locais (Sindifargo, Sindicer/GO, SindAlimentos, Siva, Simmea e Sicma).
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GIRO PELOS SINDICATOS
SINDIFAR GO
VISITA À SIC / Estreitar o relacionamento e as parcerias e buscar apoio para o fortalecimento do Arranjo Produtivo Local (APL) do segmento farmoquímico. Esses foram alguns dos objetivos da visita do presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo), Heribaldo Egídio, juntamente com o presidente executivo, MarçaI Henrique Soares, ao secretário de Indústria e Comércio, William Leyser O´Dwyer, no início de maio. Na oportunidade, foi entregue ao titular da SIC um ofício contendo dados atualizados que demonstram a importância da indústria farmacêutica para a economia goiana.
SINDIC E R / GO
EXTRAÇÃO DE ARGILA / No dia 24 de abril, o Sindicato das Indústrias Cerâmicas do Estado de Goiás (Sindicer/GO), presidido por Henrique Morg (foto), realizou duas assembleias para tratar de Convenções Coletivas de Trabalho de 2014 e apresentação e aprovação da prestação de contas do exercício de 2013. Em reunião de diretoria, foram avaliados, entre outros assuntos, os desdobramentos do seminário sobre Extração de Argila para a Indústria Cerâmica, realizado na Casa da Indústria, em Goiânia, quando foi discutida a fiscalização a ser realizada em todo o Estado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). O sindicato fez gestões ao órgão para ser informado sobre o período da fiscalização, a fim de que as empresas possam preparar a documentação necessária.
TÍTULO DE CIDADÃO / O presidente do Sindifargo, Heribaldo Egídio, foi prestigiado por várias autoridades no ato solene realizado pela Câmara Municipal de Goiânia, no dia 6 de maio, para a outorga do Título de Cidadão Goianiense, em reconhecimento ao trabalho que desenvolve na indústria farmacêutica e em entidades classistas de que participa.
SINDT RIG O
AGRONEGÓCIO / Presidente do Sindicato dos Moinhos de Trigo da Região Centro-Oeste, André Lavor (à direita) dirigiu reunião do Conselho Temático de Agronegócios, que também preside, com presença do superintendente de Irrigação do Estado de Goiás Alécio Morástica (à esquerda), em encontro dia 3 de junho, na Casa da Indústria.
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SIND AL IMENTOS
FÓRUM BRASILEIRO / O presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Anápolis (SindAlimentos), Wilson de Oliveira, participou do 2º Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos, ocorrido no dia 11 de abril, no Hotel Mercure, em Goiânia. O evento, realizado pelo Grupo de Líderes Empresariais, presidido pelo empresário João Doria Jr., e o Lide Agronegócios, liderado pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, contou com as presenças do governador Marconi Perillo e do presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia), Edmundo Klotz. O fórum debateu os cenários para os mercados interno e externo, gargalos e perspectivas para a indústria do setor.
SIMMEA
APOIO AO SUBDELEGADO DO TRABALHO / O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Anápolis (Simmea), Robson Peixoto Braga, participou de encontro (foto) na Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia), que resultou num manifesto espontâneo de representações patronais e laborais ao trabalho desenvolvido no município pelo subdelegado do Trabalho, Degmar Pereira, por sua postura de diálogo com as empresas. A Fieg Regional Anápolis foi representada na reunião por Darlan Neiva de Siqueira, da área de Relações com o Mercado do Sistema Fieg.
SIVA
PRESTAÇÃO DE CONTAS / O presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Anápolis (Siva), Jair Rizzi, participou, recentemente, de evento promovido no Espaço Lune pela Saneago para a prestação de contas dos investimentos feitos pela estatal nos últimos anos em Anápolis, com a presença do governador Marconi Perillo. Segundo Rizzi, a cidade deverá receber investimentos de R$ 160 milhões em sistemas de água e esgoto. Na foto, o presidente do Siva com o deputado estadual Carlos Antônio e o vice-presidente do Sindicer/GO e vice-prefeito de Campo Limpo de Goiás, Itair Nunes.
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Senhor empresário: A FIEG é integrada por 36 sindicatos da indústria, com sede em Goiânia, Anápolis e Rio Verde. Conheça a entidade representativa de seu setor produtivo. Participe. Você só tem a ganhar.
ANÁPOLISAv. Engº Roberto Mange, nº 239-A, Jundiaí, Anápolis/GO - CEP 75113-630 Fone/Fax: (62) 3324-5768 e [email protected]
SINDALIMENTOSSindicato das Indústrias da Alimentação de AnápolisPresidente: Wilson de Oliveira [email protected]
SICMASindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de AnápolisPresidente: Álvaro Otávio Dantas Maia [email protected]
SINDIFARGOSindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de GoiásPresidente: Heribaldo EgídioPresidente-Executivo: Marçal Henrique Soares [email protected]
SIMMEASindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de AnápolisPresidente: Robson Peixoto Braga [email protected]
SINDICER-GOSindicato das Indústrias de Cerâmica no Estado de GoiásPresidente: Henrique Wilhelm Morg de [email protected]
SIVASindicato das Indústrias do Vestuário de AnápolisPresidente: Jair Rizzi [email protected]
SIAEGSindicato das Indústrias de Alimentação no Estado de GoiásPresidente: Sandro Antônio Scodro MabelFone/Fax: (62) [email protected]
SIEEGSindicato das Indústrias Extrativas do Estado de Goiás e do Distrito FederalPresidente: Domingos SávioFone (62) 3212-6092 - Fax [email protected]
SIGEGOSindicato das Indústrias Gráficas no Estado de GoiásPresidente: Antônio de Sousa AlmeidaFone (62) 3223-6515 - Fax [email protected]
SIMAGRANSindicato das Indústrias de RochasOrnamentais do Estado de GoiásPresidente: Eliton Rodrigues FernandesTelefone: (62) [email protected]
SINCAFÉSindicato das Indústrias de Torrefação e Moagem de Café no Estado de GoiásPresidente: Carlos Roberto VianaFone (62) 3212-7473 - Fax [email protected]
SINDIAREIASindicato das Empresas de Extração de Areia do Estado de GoiásPresidente: Gilberto Martins da CostaFone/Fax (62) [email protected]
SINDCELSindicato das Indústrias da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia no Estado de GoiásPresidente: Célio Eustáquio de MouraFone: (62) 3218-5686 / [email protected]
SINDIALFSindicato das Indústrias de Alfaiataria e Confecção de Roupas para Homens no Estado de GoiásPresidente: Daniel VianaFone (62) 3223-2050
SINDIBRITASindicato das Indústrias Extrativas de Pedreiras e Derivados do Estado de GO, TO e DFPresidente: Flávio Santana RassiFone/Fax (62) [email protected]
SINDICALCESindicato das Indústrias de Calçados no Estado de GoiásPresidente: Elvis Roberson PintoFone/Fax: (62) [email protected]
OUTROS ENDEREÇOS
SIAGOSindicato das Indústrias do Arroz no Estado de GoiásPresidente: José Nivaldo de OliveiraRua T-45, nº 60 - Setor BuenoCEP 74210-160 - Goiânia - GOFone/Fax (62) [email protected]
SIFAÇÚCARSindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar do Estado de GoiásPresidente: Segundo Braoios MartinezPresidente-Executivo: André Luiz Baptista Lins RochaRua C-236, nº 44 - Jardim AméricaCEP 74290-130 - Goiânia - GOFone (62) 3274-3133 / Fax (62) 3251-1045
SIFAEGSindicato das Indústrias de Fabricação de Etanol no Estado de GoiásPresidente: Segundo Braoios MartinezPresidente-Executivo: André Luiz Baptista Lins RochaRua C-236, nº 44 - Jardim AméricaCEP 74290-130 - Goiânia- GOFone (62) 3274-3133 e (62) [email protected]
SIMESGOSindicato da Indústria Metalúrgica, Mecânica e de Material Elétrico do Sudoeste GoianoPresidente: Welington Soares CarrijoRua Costa Gomes, nº 143 Jardim MarconalCEP 75901-550 - Rio Verde - GOFone/Fax (64) [email protected]
SINDICATOS COM SEDE NA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁSAv. Anhanguera, nº 5.440, Edifício José Aquino Porto, Palácio da Indústria, Centro, Goiânia-GO, CEP 74043-010
SINDICARNESindicato das Indústrias de Carnes e Derivados no Estado de Goiás e TocantinsPresidente: José Magno PatoFone/Fax (62) 3229-1187 e [email protected]
SIMELGOSindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de GoiásPresidente: Hélio [email protected]/Fax (62) 3224-4462 [email protected]
SIMPLAGOSindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado de GoiásPresidente: Olympio José AbrãoGestor executivo: Giovanni SoutoFone (62) [email protected]
SINDICURTUMESindicato das Indústrias de Curtumes e Correlatos do Estado de GoiásPresidente: João EssadoFone/Fax: (62) [email protected].
SINDIGESSOSindicato das Indústrias de Gesso, Decorações, Estuques e Ornatos do Estado de GoiásPresidente: José Luiz Martin AbuliFone: (62) [email protected]
SINDILEITESindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de GoiásPresidente: César HelouFone (62) 3212-1135 / Fax [email protected]
SINDIPÃOSindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria no Estado de GoiásPresidente: Luiz Gonzaga de AlmeidaFone: (62) [email protected]
SINDIREPASindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de GoiásPresidente: Sílvio Inácio da SilvaTelefone (62) 3224-0121/ [email protected]
SINDMÓVEISSindicato das Indústriasde Móveis e Artefatos de Madeira no Estado de GoiásPresidente: Pedro Silvério PereiraFone/Fax (62) [email protected]
SINDTRIGOSindicato dos Moinhos de Trigo da Região Centro-OestePresidente: André Lavor P. BarbosaFone (62) 3223-9703 [email protected]
SININCEGSindicato das Indústrias de Calcário, Cal e Derivados no Estado de GoiásPresidente: Alcir Mendonça JúniorFone/Fax (62) [email protected]
SINPROCIMENTOSindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de GoiásPresidente: Luiz LedraFone (62) 3224-0456/Fax [email protected]
SINDQUÍMICA-GOSindicato das Indústrias Químicas no Estado de GoiásPresidente: Jaime CanedoFone (62) 3212-3794/Fax [email protected]
SINVESTSindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de GoiásPresidente: Manoel Silvestre Alvares da SilvaFone/Fax (62) [email protected]
SINROUPASSindicato das Indústrias de Confecções de Roupas em Geral de GoiâniaPresidente: Edilson Borges de SousaRua 1.137, nº 87 - Setor MaristaCEP 74180-160 - Goiânia - GOFone/Fax: (62) [email protected]
SINDUSCON-GOSindicato das Indústrias da Construção no Estado de GoiásPresidente: Carlos Alberto de Paula Moura JúniorRua João de Abreu, 427 - St. OesteCEP 74120-110 - Goiânia- GOFone (62) [email protected]
SINDICATOS
MARCELO ALMEIDAGERENTE DE INOVAÇÃO QUE DESENVOLVEU UM APLICATIVO COM CURSOS DE ATUALIZAÇÃO PARA SEUSFUNCIONÁRIOS VIATABLET E CELULAR
Chegou o Edital SENAI SESI de Inovação 2014. Seus projetos inovadores contam
com um grande incentivo para aumentar a produtividade das empresas e startups brasileiras e melhorar a educação,
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