60 anos esta noite · 2021. 4. 2. · 60 anos esta noite e como os fenômenos culturais ocorridos...
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60 anos esta noite e
Como os fenômenos culturais ocorridos desde 1954 ajudaram a construir
esta realidade que vivemos e precisamos mudar
00
Este é um projeto em construção, para ser desenvolvido em
colaboração com quem mais tenha interesse em entender
como se precipitou a decadência socioambiental que
vivemos, agravada drasticamente nas últimas seis décadas.
Todos que desejarem poderão contribuir com comentários
aos fenômenos culturais expostos, aprofundando ou
divergindo, que ficarão disponíveis para o acesso dos demais
interessados, de modo a criarmos um “consenso” múltiplo e
complexo, abrangente e plural, do passado recente, que nos
permita entender melhor o presente e ajudar mais o futuro.
Contato
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Presidente Getúlio Vargas 1950 a 1954
Dwight Eisenhower
01
Getúlio Vargas
Na época, o presidente podia aparecer fumando e dando tiro.
USA: a potência emergente econômica, militar e culturalmente
Apenas nove anos desde o final da 2ª. Guerra Mundial, a esperança no porvir dominava. Os EUA eram a potência a ser imitada (apesar de seus pontos fracos).
02
Baby-boom: os primeiros “baixinhos”
A explosão na taxa de natalidade nos EUA (e no ocidente em geral), após a 2ª. Grande Guerra, logo fará essa imensa geração de baby-boomers aparecer no radar das agências de publicidade e de seus clientes, indústrias de bens de consumo prontas para vender desde leite em pó, papinhas industrializadas e sucrilhos até fraldas descartáveis, refrigerantes, tênis e desenhos animados.
Abriu-se assim um novo, amplo, crescente, inesgotável e indefeso mercado consumidor para artigos duvidosos produzidos em quantidades abusivas e crescentes por conta da “economia de escala”.
03
A popularização da televisão
Ainda era em preto e branco numa telinha minúscula, ainda com horários limitados e tudo ao vivo (antes da era do video-tape), mas todo o potencial já estava lá.
Os baby-boomers formam a última geração viva a lembrar de como era a vida e a infância antes do advento da televisão.
04
Economia de guerra se converte em economia de consumo
Setor industrial vitaminado com fantasia, elegância e... energia nuclear. 05
Matéria plástica: a falsificação da Natureza
Primeiro, os objetos de “matéria plástica” foram timidamente se introduzindo em nossas casas e locais de trabalho, durante os anos 1950s.
Depois, multiplicados na forma de embalagens, sacolas, vestuário, utilidades domésticas, produtos descartáveis e gadgets eletrônicos, dominaram a paisagem, recobriram a natureza, reinventaram os oceanos e ficarão por aí pelos próximos séculos – mesmo se deixássemos de produzi-los imediatamente agora.
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Guerra fria, corrida armamentista
Testes nucleares ao ar livre (bombas de hidrogênio de centenas de megatons), centenas de bilhões de dólares (da época) gastos por ano em produtos que esperamos nunca serão usados.
06
Encontro Ocidente-Oriente
Com o maior contato com o Oriente após o fim da 2ª Grande Guerra, chegaram ao Ocidente as ideias mestras das filosofias e “religiões” do Japão e da Índia, principalmente.
07
Mestres indianos propõem o desapego
Paramahansa Yogananda e Krishnamurti, principalmente, introduzem nos EUA e no ocidente em geral, os ensinamentos da Filosofia Perene em sua inspiradora versão hindu.
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O existencialismo francês
Também desafinando o coro dos contentes com o avanço industrial e o aumento do PIB, os existencialistas, liderados por Jean-Paul Sartre recusavam os moldes pré-estabelecidos e preferiam decidir por si-mesmos cada passo de suas vidas. Ainda que isso significasse enorme responsabilidade, que os homens-robôs nem imaginam.
Sua companheira Simone de Beauvoir foi a primeira feminista – e a melhor.
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Sem destino
O existencialista francês se aproxima do beatnik americano no mesmo estranhamento frente à realidade tão familiar para todos, menos para si mesmos; errantes desgarrados do sistema socioeconômico e psicocultural dominante.
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American runaway of life
Para quebrar o molde, os beatniks americanos sugeriam a aventura do inesperado, a poesia, a meditação, as drogas, misturando tudo isso com a fenomenologia, a psicanálise e o existencialismo, que no fundo são maneiras diversas de ver ou falar a mesma coisa
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Allen Ginsberg e William Burroughs
Bob Dylan e Ginsberg
Allen Ginsberg
Burroughs e David Bowie
Estranhamento nem tão novo assim no ocidente
Na França, os Devaneios de um Caminhante Solitário, de Jean J. Rousseau, a poesia de Arthur Rimbaud, e, nos Estados Unidos, os textos e exemplos de Henry D. Thoreau e Jack London mostravam que todo esse mal-estar, que parece crescer sem parar em nossa civilização (uma ilusão sem futuro?) não é nada recente.
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Modelos de Hollywood
Então, o galã não precisava ter cara de garoto ou traços delicados.
Os homens usavam chapéu.
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Humphrey Bogart
Clark Gable
Gary Cooper
Modelos de Hollywood
E as mulheres não queriam ter cabelo liso.
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Elizabeth Taylor
Doris Day Jane Russell
Marilyn Monroer
Música irresistível
Na época, era preciso ser gênio ou ao menos muito especial para aparecer.
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Billie Holiday
Ella Fitzgerald
Louis Armstrong
Cole Porter
Chet Baker
Ambiente urbano no Rio de Janeiro
Poucos carros (importados), transporte coletivo (meio apertado, mas ao ar livre), ninguém de bermuda, camiseta ou chinelo de dedo.
Na praia, pouca gente e pouco antes de aparecer o maiô duas-peças - precursor do biquini, porém cobrindo até o umbigo...
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Ambiente urbano em São Paulo
Poucos pedestres na rua...
Todos chegaram bem cedo, estacionaram seus carrinhos importados em baixo do Viaduto do Chá, e já foram trabalhar.
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Jornais da época
Os leitores gostavam mais de ler, e os jornais não se negavam a recolher notícias e produzir artigos e matérias.
As fotos mal roubavam espaço aos textos, que abundavam em páginas muito maiores do que o formato hoje adotado por nossos jornais.
Reduziram o tamanho e a densidade das áreas textuais, e aumentaram as áreas para fotos e anúncios. Mas quem liga?
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Cinema neo-realista italiano
Na Europa, os filmes buscavam retratar as pessoas do ponto de vista da realidade e da poesia, apelando para a sensibilidade, em vez de buscar elevar a adrenalina, com muita ação e pancadaria, como crescentemente no cinema hollywoodiano.
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Roma, cidade aberta Roberto Rossellini
Os boas-vidas Federico Fellini
No Brasil, a ingenuidade
País periférico, consumíamos ou o folklore próprio ou filosofias exóticas, fossem elas existencialista, marxista, positivista .
Os galãs tinham nome em inglês e as mulheres tinham que fazer “permanente” no cabelo.
21 Cjyll Farney
Virginia Lane
Eliane Marta Rocha
Era no humor que expressávamos melhor a nossa energia
Ser notado como humorista, comediante, em tempos quando ainda estavam ativos Charles Chaplin, Jerry Lewis e Jacques Tati, não era para qualquer um.
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Oscarito Carequinha Grande
Otelo
Brasileiro sempre foi musical...
Também na música íamos bem.
Os cantores podiam fumar na foto da capa, mas tinham de usar terno e bigode.
Luis Gonzaga teve que se impor para quebrar esse padrão e se apresentar vestido de vaqueiro nordestino.
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Nelson Gonçalves
Luis Gonzaga
Outras culturas também estavam presentes
No Brasil, graças ao rádio e aos discos 78rpm, a população urbana conhecia sucessos nos ritmos do tango, bolero, fado, mambo, canções francesas e italianas, além dos sucessos norteamericanos.
Domenico Modugno Maurice Chevalier Ester de Abreu Amália Rodrigues
Carlos Gardel
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Gatos, sexy e torturados
Baby-boomers à vista: saem os galãs de terno, bigode e chapéu e entram os jovens rebeldes, torturados e charmosos “porém” talentosos.
25 Paul Newman
Marlon Brando
James Dean
Presidente Juscelino Kubitscheck 1956 a 1961
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John Kennedy
Rebeldia a 78, 45 e 331/2 RPM
A fusão do rythm n’ blues do velho oeste com os ritmos dos negros americanos do leste, turbinados com os novos instrumentos elétricos e recursos de gravação, gerou um fenômeno musical que logo se tornou fenômeno cultural e muito comercial...
Caiu no gosto da juventude americana e mundial por se identificar com o espírito de inconformismo em parte autêntico, em parte induzido pela indústria e propaganda.
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Little Richard Chuck Berry
Música para os baby-boomers
Ritmo marcadamente basal, volume alto, músicos jovens e bonitos, certa aparência de bagunça e excitação, e um bom marketing bastaram para que um ritmo, uma sonoridade e uma atitude se tornassem uma característica de toda uma cultura geracional e além.
Bill Haley ainda se apresentava de terno, como qualquer músico profissional; Elvis já surgiu de jeans e casaco de couro.
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Bill Haley Elvis Presley
Enquanto isso, no Brasil Ouvia-se rock por aqui, como se ouviam outros ritmos “jovens”, como o cha-cha-cha e o calipso, ambos ritmos latinos de alcance mundial.
O rock nacional mal existia, indo pouco além da Celly Campello. Dominavam os ritmos dançantes e os sambas-canções.
Francisco Carlos
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Poesia intimista, música elaborada
A música popular brasileira que então poderia ser identificada como “moderna” na verdade era bem mais sofisticada em letra, melodia e harmonia do que os rocks que tanto barulho faziam.
Essa cena musical e poética, misturando o samba-canção brasileiro, o jazz americano e uma pitada de existencialismo francês, já anunciava a bossa nova.
30 Maysa Matarazzo
Dick Farney
Juventude transviada
E delinquência juvenil: eis aí duas expressões que adentraram o imaginário popular na segunda metade da década de 1950.
Nunca ninguém tinha pensado nisso, nesses termos assim conjugados; talvez por que nada igual jamais tivesse ocorrido desse modo, de fenômeno social afetando os jovens, como aliás ocorre até hoje, apenas diferentemente.
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Juventude transviada
Hollywood fez questão de glamurizar a rebeldia sem causa dos baby-boomers de todo o mundo.
James Dean Marlon Brando Elvis Presley
Juventude transviada Amor, sublime amor
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Um novo cinema para um novo Brasil
De repente vai surgindo uma nova geração de jovens cineastas decididos a interferir na história do país a partir da sensibilização da sociedade para a sua própria realidade, seus tesouros e carências.
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Nelson Pereira dos Santos Rio 40 graus
Sputinik: a humanidade entra em órbita
Num dia de outubro de 1957 o mundo acordou sabendo que era possível pôr um satélite artificial orbitando a Terra e permitindo a transmissão intercontinental de dados e precipitando ainda mais a globalização.
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Em 1957 W. Reich morria preso nos EUA
Por pesquisar a felicidade e a saúde fora dos padrões aceitos pela comunidade médica e científica – e por chocar os vizinhos – Reich, que fugira do nazismo alemão, acabou sendo vítima do nazismo norteamericano.
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Sim, nós podemos!
A bossa nova foi o rock dos baby-boomers brasileiros, só que contando com poetas e compositores bem nacionalistas, apesar de se deixarem influenciar pela mesma matriz que influenciou o jazz.
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Tom Jobim e Vinicius de Moraes Vinicius de Moraes e Tom Jobim
Roberto Menescal
Cuba
Fotogenia dos protagonistas ajudou a encantar uma geração 37
Pílula anticoncepcional
Libertação do medo de engravidar e “medicalização” de um instinto natural, que passa a depender de um medicamento – de uso diário e contínuo - para se manifestar.
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Nouvelle vague
Os filmes franceses vão muito mais longe do que os americanos na abordagem de novas formas de relacionamento, como triângulos amorosos assumidos e o sexo sem culpa fora do casamento.
Coincidentemente, e por sorte, a nascente indústria da pílula anticoncepcional encontrava o mercado de seus sonhos estimulado pela indústria artístico-cultural.
Jules e Jim O acossado de François Truffault de Jean Luc Goddart
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Pop-art! 40
A arte , a comunicação de massas e a publicidade se dão as mãos...
A recém-batizada “sociedade de consumo” se glamuriza pela arte, e poucos notam seu efeito.
Acima, obras de Roy Lichtenstein Abaixo, obras de Andy Warhol
Presidente Jânio Quadros 1961 a 1961
John Kennedy
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Naturalidade inédita
Há milênios as mulheres ocidentais não adotavam um look tão natural quanto a partir dos anos 1960.
Agora, talvez, já não se possa dizer o mesmo
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Cinema novo e muito bom
O problema foi que a maioria do público não queria ir ao cinema para ver o Brasil na tela.
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Vidas Secas de Nelson Pereira dos Santos
Cinco vezes favela de Cacá Diegues
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No Brasil o presidente João Goulart, vice de Jânio, assume em circunstâncias conturbadas. Nos EUA, Lindon Johson, vice de Kennedy, assume em circunstâncias ainda mais dramáticas.
Presidente João Goulart 1962 a 1964
Lindon Johnson
LSD: iluminação geral
O maior vacilo de Timothy Leary foi pensar que as pessoas queriam se libertar de suas armaduras, de seus papéis sociais, de suas histórias pessoais, de seus traumas, com (ou sem) a ajuda da psicodelia.
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Tim Leary
Leary não estava só
Na cultura ocidental, o caminho havia sido previsto por William Blake, e experimentado (e relatado) por Aldous Huxley.
Também a cultura rock estava atenta para essa proposta.
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Presidente Castelo Branco 15/04/1964 a 15/03/1967
NB: Os políticos ao lado NÃO estavam interessados nas propostas de Timothy Leary
Lindon Johnson
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A juventude tinha o que mostrar
A primeira geração de artistas jovens que conquistaram o estrelato havia crescido ouvindo músicos naturais e espontâneos (não contaminados pelo mercado), e seus grupos não tinham sido “fabricados” por produtores musicais, como se faz hoje em dia.
Rolling Stones
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The Beatles
O que Glauber pensaria hoje?
O mesmo que pensa quem ama o Brasil profundo, tão rico em tesouros de todos os tipos, ao vê-lo sempre se debatendo nas mãos dos oportunistas e dos indiferentes.
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Barravento
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Barravento
Nara Leão e o show Opinião
Valorização instantânea dos grandes artistas esquecidos.
Afrosambas
O Brasil moderno saúda uma raiz sua.
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Cartola Nelson Cavaquinho
Terapias corporais
A insatisfação difusa com o modelo urbano-capitalista criou o interesse por cuidar do corpo para aliviar a mente
.
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Movimento hippie
Milhões de jovens se dispõem a abandonar o falso conforto da vida burguesa, alienada e doentia das grandes cidades e criam novas formas de conviver e educar as crianças.
Thoreau já havia dado o exemplo.
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Black Power!!!
Martin Luther King Jr., Stokely Carmichael, Muhammad Ali, Malcolm X, Ângela Davis, Black Panthers...
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Mohammed Ali (Cassius Clay) Malcom X
Martin Luther King
Presidente Artur Costa e Silva 15/03/1967 a 31/08/1969
A dúvida na época: quem venceria o confronto? A contracultura ou os “caretas”?
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Lindon Johnson
Pouco antes de o sonho acabar, o tropicalismo
Ainda achávamos que seria fácil mudar o mundo, na base do “all you need is love”.
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1968
Toda a efervescência, a insatisfação, todo o sonho e a inocência se manifestaram naquele ano, e não só na França.
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Daniel Cohn-Bendit
Abbie Hoffmann
Nova onda de orientalismo
Desiludidos do mundo material, os buscadores da Paz e do Amor se dispõem a ir à Índia para trazê-los até nós.
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Marshall McLuhan
Este percebeu primeiro que todos que o mundo se transformava em uma “aldeia global” e que “o meio é a mensagem”
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56 A Rede Globo cria a Som Livre
Por que uma rede de televisão queria ter uma gravadora?
Para associar o poder televisivo, divulgar nas novelas os seus artistas, e influenciar a evolução da música popular brasileira até transformá-la na atual música populista brasileira.
Presidente Emílio Médici 30/10/1969 a 15/03/1974
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Richard Nixon
Sociedade de consumo
A “economia” das nações passa a depender do consumismo de seus povos.
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Sociedade de consumo
Os produtos cada vez mais descartáveis vão criando uma nova ordem moral, onde nada vale nada diante da perspectiva de uma nova novidade.
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O sonho acabou
A chacina cometida pela “família Manson”, tipicamente hippie, determinou o fim da inocência do “paz e amor”, do “flower power”, e do “faça amor, não faça a guerra”...
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Ecologismo científico
Instituições de pesquisa e a “academia” começam a reconhecer a insustentabilidade do modelo industrial- consumista, onde a economia de escala gera bilhões de produtos baratos à custa da Natureza e das gerações futuras.
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Presidente Ernesto Geisel 15/03/1974 a 15/03/1979
Richard Nixon
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63 Alimentação natural, agricultura orgânica, tecnologias alternativas
No final dos anos 1960, o ocidente foi defrontado com o fato de que seu sistema agro-alimentar estava todo errado, e só poderia produzir pessoas obesas e predispostas às doenças degenerativas. A macrobiótica deu a partida – em termos de popularidade – para a crescente preocupação em buscar uma alimentação mais natural, integral e saudável, predominantemente vegetariana.
A denúncia dos cereais refinados, da comida industrializada e do açúcar branco (Sois todos Sanpaku) ajudou milhões de pessoas a protegerem sua saúde e energia. Hoje, a crescente valorização da agroecologia, da permacultura, das ecovilas e da agricultura urbana é um desdobramento do impulso inicial dado nessa época.
Nova onda orientalista
Seitas indianas militantes, como Hare Krshna, Sikh e Ananda Marga empolgam jovens do mundo inteiro com suas mensagens de devoção irrestrita e trabalho social.
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Movimento Punk
Para desviar a juventude do processo de esclarecimento promovido por vários fenômenos culturais recentes, inclusive a maior consciência ecológica, era preciso atingir os novos jovens, 20 anos mais novos que aqueles baby-boomers originais, de modo a impedir que seguissem o caminho de inconformismo e contestação de seus irmãos mais velhos.
Então, era preciso algo que parecesse muita rebeldia, mas que fosse bem inócuo e impotente – e, melhor ainda, que pudesse ser comercializado, como uma moda, tendência de uma tribo antenada.
Resumindo o movimento Punk: a rebeldia que o “sistema” gosta.
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Moda brega
O que começou como uma piada para os críticos musicais e gravadoras, acabou caindo no gosto da imensa parte da população que aprecia o sentimentalismo mais piegas ou uma pornografiazinha light.
Com o aumento da população, principalmente nas camadas sociais menos escolarizadas e com a decadência do ensino público, a música popular brasileira mergulhou desde então num processo de atender consumidores cada vez menos exigentes, gerando artistas cada vez mais simplórios, em vez de nos revelar o que há de melhor nessa arte, como era feito até então pelos críticos e gravadoras.
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Falcão
Valdick Soriano
Vando
Roberta Miranda
Rajneesh, ou Osho
O último guru ou um farsante total?
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68 Discoteca
A juventude mundial e brasileira ainda seria submetida a novos modismos que a distraíssem de suas responsabilidades com o futuro.
A “moda das discotecas” (que nunca mais acabou, apenas muda de nome) introduziu o costume de ter que pagar para se divertir, dando início a uma imensa indústria de exploração comercial da vida noturna dos jovens.
Presidente João Figueiredo 15/03/1979 a 15/03/1985
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Jimmy Carter
Celebridades e mundo fashion
Outro fenômeno no início dos anos 1980: a cultura da famosidade, que convida as pessoas a investirem tempo e emoção em acompanhar a vida notória de atrizes de novelas, top models, drag queens, rainhas de bateria, travestis e, mais recentemente, BBBs e mulheres-frutas
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Izabelita dos Patins
MoniqueEvans
VivianeAraújo
Roberta Close
Umberto Saade Luiza Brunet
New Wave – Rock Brasil
Mirando numa geração que chegava ao mercado de consumo sem conhecer Bob Dylan nem Mutantes, para quem Beatles e Raul Seixas já nada significavam, surgiram grupos com o objetivo de cativá-los, explorando o lado teatral da música, e afastando-a de sua sinceridade essencial.
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Paulo Ricardo e RPM
AIDS
De origem nebulosa, o virus da SIDA surgiu fazendo milhares de vítimas principalmente entre os homossexuais masculinos, muitos deles famosíssimos.
Como principal resultado, uma maior medicalização - e artificialismo - do que seria um aspecto natural da vida. Agora, além da pílula diária, na vida das mulheres, o preservativo tornou-se obrigatório na vida dos homens, sejam homos ou héteros, solteiros ou casados, e com o próprio governo comprando e promovendo as vendas.
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Rock Hudson Fred Mercury Cazuza
A ordem é malhar e ficar brutão
De repente, é preciso pagar para ficar bem, bem forte, de preferência. Nem que seja preciso tomar anabolizante de cavalo.
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Saem de cena o intelectual magrinho e o forte normal
Substituídos pelo sensacionalismo físico-sexual.
Jean-Pierre Leaud
Brad Pitt Kirk Douglas
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Presidente José Sarney 15/03/1985 a 15/03/1990
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Ronald Reagan
Infantilização da cultura
No que “infantil” tem de pior - no sentido de quase idiotia –, a tevê passou então a formar a geração seguinte de consumidores e cidadãos.
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Carnaval bahiano
Fenômeno turístico movido à juventude com dinheiro, coca e cerveja.
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Próteses para tudo e todos
Prossegue a falsificação da saúde e medicalização do corpo humano.
E a cultura absorve essas contrafações como se fosse tudo muito natural.
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Adeus à U.R.S.S.
Em 1989, os países comunistas do leste europeu abandonaram seu sistema econômico- político, instaurado a partir de 1917 na Rússia e de 1945 nos seus satélites na Europa oriental, e abraçaram o capitalismo.
Poucos lamentaram então a falência do “socialismo real”, mas hoje muitos lamentam a hegemonia total do capitalismo que se seguiu.
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Presidente Fernando Collor 15/03/1990 a 29/12/1992
79 Presidente Itamar Franco 29/12/1992 a 1/01/1995
George Bush1
Revogação da Lei da Informática
Até então era praticamente impossível comprar um computador moderno, e os “nacionais” eram obsoletos e caríssimos.
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Internet
A princípio recurso militar dos EUA, depois aberto à comunidade acadêmica e ONGs, e finalmente tornada comercial, a internet mudou a vida de quase todo mundo.
A globalização acelera, e cria um sistema nervoso para o planeta, que talvez fosse o que faltava...
81
Cultura de megaeventos
Como massificar os jovens quase todos de uma vez?
Com megaeventos, só possíveis graças à tecnologia da indústria de equipamentos de som e de imagem atuais.
82
Presidente Fernando Henrique Cardoso 1/01/1995 a 1/01/2003
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Bill Clinton
Efeitos Pokemon 84
Vulgarização da cultura
Ao buscar ampliar sua base no segmento de novos consumidores, frutos do aumento demográfico e do fim da inflação, mas sem maiores referências culturais, a indústria cultural passou a apostar nos instintos mais básicos.
85
Presidente Lula 1/01/2003 a 1/01/2011
George W. Bush
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Alimentos geneticamente adulterados
Em 24/03/2005, a Lei da Bio(ins)segurança revelou que a sociedade não é mais capaz de reagir a qualquer infâmia que a indústria e o agronegócio decidam para nós.
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Presidente Dilma Rousseff 1/01/2011
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Barack Obama
Manifestações de Facebook
Com a facilidade de comunicação entre desconhecidos propiciada pelas redes sociais, os grupos mais “antenados” aprenderam a encaminhar suas demandas de modo mais direto, para o bem e para o mal (promovendo a democracia, onde não existe, ou atentando contra ela, onde existe).
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