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6 – PRÁTICAS CULTURAIS

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6 – PRÁTICAS CULTURAIS

6.1 – PREPARO DO SOLO

- Histórico e Objetivos

- Tipos de Preparo

-- Aração + Gradagem

-- Grade pesada + Grade Leve

- Discos

- Aiveca

- Escarificador

No caso de revolvimento do solo

CUIDADOS

- Pulverização do solo

- “Pé-de-arado”

- “Pé-de-grade”

Outras finalidades do preparo

- Controle de plantas daninhas;

- Incorporação de corretivos de solo (Ex: calcário);

- Controle de erosão;

- Eliminação de camadas de impedimentos

CUIDADOS NO PREPARO

- Alternar equipamentos de preparo e a profundidadede trabalho;

-Reduzir ao máximo o número de operações;

- Diminuir a quebra excessiva de torrões;

- Revolver o solo o mínimo possível;

-Trabalhar o solo com umidade adequada;

- Deixar o máximo de resíduos vegetais sobre o solo.

Fonte: Recomendações técnicas para a cultura do trigo no Paraná (Circular IAPAR 82)

Expansão do Plantio Direto no Brasil

180 ha

32 milhões de ha

0

10

20

30

40

50

76/77 80/81 85/86 90/91 95/96 00/01 05/06 09/10

Milhões de hectares

Área com espécies de verão = 37,6 haÁrea com espécies de inverno + safrinha = 10,4 ha

Área com espécies de inverno = 2,7 haÁrea com safrinha = 7,7 ha

27,2 ha

(Denardin, 2012)

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Tabela 1. Caracterização inicial da área experimental referente a análise química do solo. Selvíria, MS, Brasil, 2012.

Prof.: profundidade; Prof. 1: 0,00-0,05 m, Prof. 2: 0,05-0,10 m; Prof. 3: 0,10-0,20; Prof. 4: 0,20-0,40 m

Tabela 2. Caracterização inicial da área experimental referente a granulometria e alguns atributos físicos do solo, nas profundidades de 0,00-0,05, 0,05-0,10, 0,10-0,20 e 0,20-0,40 m. Selvíria, MS, Brasil, 2012.

Prof.: Profundidade; P.total: porosidade total; Ds: Densidade do solo; Souza e Alves, 20031,17 a 1,28 Mg m-3

Raij, 1997Acidez alta 4,4-5,0

Raij, 1997baixa 26-50

Descompactação mecânica

de áreas em Plantio direto

com escarificador

Agosto de 2012

Fonte: Nascimento (2013)

Descompactação com plantas de coberturaFonte: Nascimento (2013)

Dessecação das plantas e desintegrador mecânico

Fonte: Nascimento (2013)

Semeadura da cultura

Fonte: Nascimento (2013)

Camada de solo (0,05-0,10 m) Plantas de cobertura Pousio Guandú Crotalária Braquiaria Milheto

Escarificador Resistência do solo à penetração (MPa) Sem 4,53 AB 4,95 b B 4,51AB 3,18 A 3,35 b AB com 4,04 B 2,94 a AB 3,78 B 4,14 B 1,98 a A

DMS(5%) Escarificador dentro de Planta de cobertura (1,1663); Plantas de cobertura dentro de Escarificador (1,6331);

Camada de solo (0,10-0,20 m) Plantas de cobertura

Pousio Guandú Crotalária Braquiaria Milheto Escarificador Resistência do solo à penetração (MPa)

Sem 5,70 b AB 6,04 b B 6,17 b B 4,35 A 4,73 AB com 3,44 a 4,51 a 4,56 a 4,39 a 3,92 a

DMS(5%) Escarificador dentro de Planta de cobertura (1,2009); Plantas de cobertura dentro de Escarificador (1,6816);

Tabela. Desdobramento da interação significativa da análise de variância referente à resistência do solo a penetração (escarificador x plantas de cobertura)nas camadas de 0,05-0,10 e 0,10-0,20 m. Selvíria, MS, 2013.

Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, e maiúscula, na linha, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Fonte: Nascimento et al. (2013)

6.2 - SEMEADURA

6.2.1 – Época de semeadura

Existe regionalização para épocas de semeadura

de trigo e triticale para os vários Estados produtores.

ESTADO DE SÃO PAULO

O Estado está dividido em 10 zonas tritícolas. Para

Regionalização das épocas de semeadura de trigo e

triticale foram realizadas análises considerando:

- Rendimento em experimentos de campo;

- Tipos de solo e relevo;

- Risco de geada no espigamento;

- Necessidade hídricas no florescimento;

- Excesso de chuva na colheita.

Fonte: Informações Técnicas para trigo e triticale (2013)

As indicações de épocas de semeadura para o Estado de

São Paulo estão contidas na publicação:

“Reunião Técnica de trigo da Secretaria da Agricultura e

Abastecimento do estado de São Paulo: Recomendações

para 2002. 3ª Edição. Campinas: 2002, 94 p. (Boletim

Técnico 167).

Figura: Zoneamento para época de semeadura de trigo e triticale em São Paulo

Zona A – 20/03 a 30/04 sendo tolerado até 10/05

Zona A1 – 20/03 a 30/04

Zona B – 20/03 a 31/05

Observações:

- Estiagens em abril prejudicam a germinação e incidência de pragas (Elasmo)

- Semeadura em abril ou início de maio risco de geada no florescimento;

- Culturas semeadas em maio risco de doenças (UR elevada do florescimentoà maturação).

Zona C – 20/03 a 30/04 sendo tolerado até 15/05cultura irrigada até 30/05;

Zona D – sequeiro: 20 a 31/03 tolerado até 15/04;

Zonas D, E, F, G e H: 01/04 a 31/05 – somente com irrigação;

Zona I: 01 a 30/04 sendo tolerada até 15/05.

6.2.2 – Espaçamento e densidade de semeadura

Espaçamento entrelinhas

Para trigo e triticale deve ser usado 17 cm entrelinhas.

Outros espaçamentos são possíveis, porém não deve

Ultrapassar 20 cm.

Profundidade de semeadura

Deve ficar entre 2 e 5 cm com preferência para

semeadura em linhas.

Densidade de Semeadura do Trigo e Triticale

RIO GRANDE DO SUL E SANTA CATARINA

Ciclo Médio ou Precoces...........300 a 330 sem viáveis/m2

Semitardias ou Tardias...................250

Pastejo.......................................330 a 400

1. CULTURA DO TRIGO

PARANÁ, MATO GROSSO DO SUL E SÃO PAULO

200 a 400 sementes viáveis/m2 dependendo do ciclo,

porte e até clima e solo.

MINAS GERAIS, GOIÁS, BAHIA, MATO GROSSO EDISTRITO FEDERAL

Trigo de sequeiro.........................350 a 450 sem viáveis/m2

Solos de boa fertilidade e sem alumínio....400

Trigo irrigado..........................................270 a 350

2. Cultura do Triticale

350 a 400 sementes viáveis/m2

No de sementes/m = N sementes/m2 x Espaçamento (cm)

Poder germinativo (%)

Massa de 1000 sementes = 35 - 40g

Gasto de sementes por área em kg/ha

kg/ha = No de sementes/ m2 x PMS (gramas)

Poder germinativo (%)

Onde: PMS = peso de 1000 sementes

6.2.3 – Semeadura à lanço

- Objetivo

- Operações

- Recomendação

- Vantagens da semeadura em linhas:-- Distribuição mais uniforme das sementes;-- Maior eficiência dos fertilizantes;-- Menor risco de danos por herbicidas de pré-emergência;-- Menor gasto de sementes já que à lanço se recomenda

aumentar em 20 a 25% a quantidade de sementes.

Plantio direto – Urochloa (Brachiaria)

Plantio direto – Urochloa (Brachiaria)

Plantio direto – Urochloa (Brachiaria)

Plantio direto – Urochloa (Brachiaria)

Plantio direto sobres restos culturais de milho

Plantio direto sobres restos culturais de milho.

6.2.4 – Tratamento de Sementes

Os fungos veiculados pelas sementes, alvo do controle com

fungicidas, são os mesmos que causam manchas foliares, a

giberela e a brusone. Uma excessão é o carvão (Ustilago tritici).

O Oidio, embora não seja transmitido pelas sementes, pode

ser controlado, em cultivares suscetíveis, pelo tratamento de

sementes com TRIADIMENOL. Esse tratamento controla

também o Carvão do trigo.

Fonte: Informações técnicas para trigo e triticale – Safra 2015

(Helminthosporiose)

6.2.5 – Inoculação de Sementes

Indica-se o uso de inoculante com Azospirillum brasilense e/ou

outras bactérias associativas promotoras de crescimento de

Plantas devidamente registrado no Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (MAPA). A eficiência agronômica

dos inoculantes pode variar em função das condições de cultivo

do trigo.

Fonte: Informações Técnicas para Trigo e Triticale – Safra 2015.

Fonte: Informações técnicas para trigo e triticale – Safra 2015.

Tabela – Valores médios de grãos por espiga, massa hectolítrica,massa de mil grãos e produtividade. Selvíria (MS), 2011.

Grãos por espiga

Massa Hectolítrica

Massa mil grãos

Produtividade Regulador

nº kg 100 L-1 g kg ha-1 Testemunha 39,25 85,88 44,05 3.810 0,5 L ha-1 – Perf. 40,25 87,52 44,28 4.222 0,5 L ha-1 –Floresc. 40,13 86,47 44,23 3.825 0,25+ 0,25 L ha-1 (P+F) 39,38 86,16 43,64 3.948 DMS 7,87 2,70 3,77 853,85 Teste F Regulador (R) 0,06NS 1,07NS 0,09NS 0,76NS

Inoculação (I) 0,04NS 0,44NS 0,07NS 3,24NS

R x I 0,13NS 0,36NS 0,28NS 0,27NS Inoculação Presença(1) 39,94 86,74 43,92 4.148 Ausência 39,56 86,28 44,17 3.754 DMS 4,16 1,43 1,99 451,57 C.V. (%) 14,36 2,26 6,20 15,66

ns – não significativo.(1)- Produtividade com diferença significativa a 8% de probabilidade.

Fonte: Rodrigues et al. (2012)

Tabela – Massa hectolítrica, massa de mil grãos e produtividade obtidosem trigo irrigado, com doses de nitrogênio em cobertura e presença eausência de inoculação. Selvíria (MS), 2011 e 2012.

Massa hectolítrica Massa mil grãos Produtividade g kg ha-1 Tratamentos

2011 2012 2011 2012 2011 2012 Inoculação (I) Presença 86,87 81,32 43,76 34,31 3.552 2.082 Ausência 87,47 81,17 44,86 33,15 3.583 1.942

Doses de N (kg ha-1) 0 86,23 82,72 44,57 33,82 1.936(1) 1.616(2)

30 87,92 81,37 45,24 33,50 3.299 2.149 60 86,93 80,12 45,40 32,44 3.745 2.305 90 88,16 81,49 43,36 35,54 4.479 2.229 120 85,91 80,54 42,90 33,37 4.376 1.761 I 3,17ns 0,03ns 1,71ns 0,31ns 0,04ns 1,52ns

F N 2,63* 0,81ns 1,50ns 0,24ns 35,04** 5,71** I x N 3,83* 0,04ns 0,66ns 0,76ns 1,30ns 1,31ns

CV (%) 2,03 3,87 5,82 19,63 13,81 17,92

ns – não significativo, * e ** significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente. (1)y= 1976,6419+45,4554x-0,2104x2 (R2=0,98); (2)y= 1646+21,940x– 0,1630x² (R2=0,84)

Fonte: Barbieri et al. (2013)

Tabela 2. Desdobramento da interação significativa da análise de variância referente àprodutividade de grãos de trigo. Selvíria (MS), safra 2012.

Fonte: Sabundjian et al. (2013).

Figura. Plântulas aos 20 dias após a emergência (DAE) – Fernandópolis -SP .

Fonte: Vazquez (2013).

Figura: Detalhe das espigas na época do enchimento dos grãos (80 DAE) –Fernandópolis - SP.

Fonte: Vazquez (2013).

Fator de variação

colmos por m2

AP

(cm)

Peso por

espiga (g)

M 1000

(g)

MH

kg hl-1

P

kg ha-1

Inoculação

Com inoculação 282 69,1 1,91 40,22 a 80,43 2.058 a

Sem inoculação 286 67,3 1,88 38,95 b 79,96 1.675 b

Defensivo

Testemunha 346 a 71,3 1,90 39,93 80,42 1.870

Vitavax+Thiram 272 b 68,5 1,88 39,79 79,61 1.716

Metalaxil+Fludioxonil 263 b 65,6 2,02 40,06 80,61 1.907

Imidacloprid+Tiodicarb 254 b 68,6 1,85 38,93 80,65 1.789

Fipronil 288 b 67,1 1,82 39,20 79,70 2.051

Valores de F

Inoculação (I) 0,04ns 0,91ns 0,51ns 5,60* 0,95ns 4,55*

Defensivos (D) 4,69** 1,08ns 0,14ns 0,66ns 0,88ns 0,39ns

I x D 1,31ns 0,35ns 0,68ns 1,22ns 0,87ns 1,67ns

Média 284 68,2 1,89 39,58 80,20 1.867

C.V. (%) 16,78 8,42 16,17 4,29 1,89 30,48

Tabela 1. Número de colmos, altura de planta, peso por espiga, massa de 1000grãos, massa hectolítrica e produtividade de grãos de trigo cv. IAC 373 com ou sem inoculação de Azospirillum brasilense e aplicação ou não de defensivos agrícolas no tratamento de sementes. Fernandópolis, SP, 2012.

Médias seguidas de mesma letra, minúscula nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. ns= não significativo; *=significativo a 5% de probabilidade; **=significativo a 1% de probabilidade.

Fonte: Vazquez et al. (2013).

Sem Azospirillum Com Azospirillum Sem Azospirillum

Cultura do trigo Arf (2011)

Sem AzospirillumCom Azospirillum

Trigo com e sem Inoculação

Doses de N em cobertura x Azospirillum Brasilense - 2013

ComInoculaçãoSem

Inoculação

6.2.6 – REDUTOR DE CRESCIMENTO

A aplicação de redutor de crescimento está restrita às cultivares

com tendência ao acamamento, em solos de elevada fertilidade,

principalmente em trigo irrigado na região de cerrado.

Não é indicada a utilização no caso de ocorrer deficiência hídrica

na fase inicial do desenvolvimento da cultura.

Indica-se a aplicação de eti-trinexapac (Moddus) na fase de

elongação da cultura (com o 1º nó visível), na dose de 0,4 L ha-1

Foto: Acamamento na cultura do trigo