5.º teste_8.º c

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    Agrupamento de Escolas Fontes Pereira de Melo 150873Escola Secundria de Fontes Pereira de Melo

    Pg. 1

    Ano Letivo

    2013/2014 5. TESTE DEAVALIAO Portugus

    8. ANO

    L atentamente o seguinte texto de Miguel Torga. Em caso de necessidade, consultao glossrio apresentado a seguir ao texto.

    TEXTO A

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    O pai queria fazer dele um homem. Por isso, mal o pequeno acabou a 4. classe emPedornelo, Guimares com ele!

    Mas no havia padre Macrio capaz de endireitar semelhante criatura. Nem a puxes deorelhas e a golpes de rgua se conseguia evitar que o rapaz saltasse a toda a hora pelas janelas do colgio e desaparecesse pelas serras a cabo, aos grilos. Trazia j o vcio da terra;mas, com a idade, em vez de a coisa melhorar, piorava.

    De palha na mo, era v-lo torreira do sol. Metia a sonda em cada agulheiro1 queencontrava, punha-se a esgravatar, a esgravatar, e o pobre do habitante do buraco no tinhaoutro remdio seno vir tona.

    S quando o estmago dava horas das grandes regressava a casa com vinte ou trintabichos daqueles. O reitor2 mandava-o ir ao gabinete, punha-lhe a cara num pimento, masde pouco valia. No dia seguinte, l fugia ele outra vez.

    Tinha o quarto transformado em viveiro. Em vez de retratos de atrizes e de cowboys,gaiolas de todos os tamanhos dependuradas nas paredes, com folhas de alface e deserradela3 metidas nas grades. E era num tal cenrio que o prefeito4 o encontrava quandoo encontrava, abstrato, alheado, fora do mundo.

    A lio? Estou a estud-la...Na aula a seguir que a coisa se via: um estenderete5!

    Contudo, como inexplicavelmente na cadeira do Dr. Rodrigues s tirava vintes, e oprofessor gozava de grande prestgio entre os colegas, ano sim, ano no, l passava. A notade Zoologia podia muito. E os outros mestres, apertados, davam o 10 e desabafavam:

    V l... Como sabe tanto de grilos...No fim do curso do liceu6, Coimbra. Para mdico. O pai sonhava com ele em Pedornelo

    a curar maleitas.Mas quando, ao cabo de seis anos, o velho julgava que tinha ali o Paracelso7 dos

    Paracelsos, a folha corrida8 do rapaz registava apenas uma enigmtica distino em cinciasnaturais e reprovaes no resto.

    Deus no quis, todavia, matar o santo homem com a punhalada duma desiluso. Nasvsperas de o cbula regressar, mandou-lhe piedosamente uma broncopneumonia, que olevou desta para melhor, juntamente com as esperanas que depositara no filho.

    E foi assim, herdeiro das ricas terras do pai, e com a Arca de No9 sabida de cabo a rabo,

    Maro 2014Durao: 100 minutos

    GRUPO 1

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    5. TESTE DEAVALIAO 8. ANO TURMAC

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    que o Sr. Nicolau voltou definitivamente a Pedornelo.Andava ento pelos trinta anos. Alto, seco, plido, delicado, veio pr na veiga10 e nos

    montes da terra uma nota que at ali no havia: a mancha lrica dum cidado de guarda-solbranco a caar bicharocos.

    O Sr. Nicolau passou bem?

    Bem, muito obrigado, tio Armindo...E abaixava-se a agarrar uma louva-a-deus. Tirava um frasco do bolso, pegava na infelizcom mil cuidados, no lhe fosse quebrar um brao, e bojo11 do vidro com ela.

    A princpio, todos arregalaram os olhos, num justo e desconfiado espanto. No que derao filho do Sr. Adriano Gomes! Mas apenas lhes arrendou, por umas cascas de alho12, osbens de que passara a ser dono, e o viram contente com a transao, mudaram de ideias epuseram-se a vender-lhe quantos insetos havia nas redondezas. Bastava chegar ao p dele emostrar-lhe uma joaninha, para que a comprasse logo por um tosto. De modo quesemelhante maluqueira era uma mina, vista por qualquer lado.

    S o mestre-escola, o velho Sr. Anselmo, que j na instruo primria se vira e desejara

    para meter naquela cabea tonta as contas de multiplicar, se mostrava renitente naaceitao de to grande desgraa. E, quando acabou por dar o brao a torcer, foi destamaneira:

    Enfim, do mal o menos. Se lhe d para colecionar burros, tnhamos a aldeiatransformada numa estrebaria13...

    Miguel Torga, O Senhor Nicolau, Contos,4. ed., Lisboa, Dom Quixote, 2005

    GLOSSRIO1 agulheiro buraco pequeno.2 reitor diretor de certos estabelecimentos de ensino.3 serradela planta tenra.4 prefeito responsvel, num colgio, pela vigilncia dos alunos durante as horas deestudo.5 estenderete m figura numa avaliao oral ou escrita.6 curso do liceu curso que comeava no equivalente ao atual 5. ano e terminava noequivalente ao atual 11. ano (no existia o 12.).7 Paracelso clebre mdico e alquimista do sculo XVI.8 folha corrida registo das classificaes acadmicas obtidas.9 Arca de No embarcao em que, segundo a Bblia, No se salvou do dilvio com afamlia e um casal de cada espcie de animais.10 veiga terra de cultivo.11 bojo parte mais larga de um recipiente.12 por umas cascas de alho por quase nada; a baixo preo.13 estrebaria abrigo para cavalos e burros; cavalaria.

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    Responde ao seguinte questionrio, com clareza e correo e nas tuas prpriaspalavras.

    1. Assinala a opo que completa cada frase, de acordo com o sentido do texto. 1.1 O narrador relembra alguns episdios da vida do rapaz2 PONTOS

    a) que se passaram em Guimares. b) que ocorreram em Pedornelo. c) vividos em Coimbra. d) que se passaram no campo.

    1.2 Na frase Trazia j o vcio da terra; mas, com a idade, em vez de a coisa melhorar,piorava (ll . 5-6), a palavra sublinhada estabelece com a primeira orao uma relaode 2 PONTOS a) causa

    b) oposioc) tempo

    d) fim

    1.3 A frase Como sabe tanto de grilos (l. 23) fica completa com a expresso seguinte2 PONTOS a) dou o 10.b) merece mais do que 10.c) s tira vintes.d) l vai passando.

    2. Enquanto estudante, o protagonista viveu em diferentes locais. Indica-os, associando acada um deles uma etapa do seu percurso escolar.6 PONTOS

    3. Nicolau nunca foi bom aluno. Transcreve uma frase ou expresso do texto que ocomprove.3 PONTOS

    4. Nicolau, todavia, tinha um interesse que o absorvia inteiramente, quase uma paixo: osinsetos.

    Menciona trs diferentes manifestaes desse interesse.6 PONTOS

    5. Rel o 13. pargrafo do texto (linhas 29-31). A que esperanas se refere o narrador?5 PONTOS

    6. Aps o regresso do Sr. Nicolau a Pedornelo, os habitantes da terra receberam-no comespanto e desconfiana, mas depois mudaram de atitude. Indica o que determinouessa mudana.4 PONTOS

    7. Enfim, do mal o menos (linha 50). Explica o que quis dizer o mestre-escola com estecomentrio.8 PONTOS

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    L, agora, com muita ateno, o seguinte texto, extrado de um artigo da revistaNational Geographic.

    TEXTO B

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    A diversidade das formas de vida to grande que ainda no conseguimos medi-la.Embora nos ltimos 200 anos os bilogos tenham descoberto e atribudo nomes a poucomais de 1,5 milhes de espcies de plantas, animais e microrganismos, devero existir naTerra, segundo diversos mtodos de clculo, entre 3 e 100 milhes de espcies.

    Apesar desta imensa complexidade, ou talvez por causa dela, a biosfera muito frgil.Este enxame de organismos encontra-se mal equipado para aguentar o assalto inexorvel1 da humanidade contra os habitats em que vive. A espcie humana, atualmente compostapor seis mil milhes de pessoas e que ser, em meados do sculo, de nove mil milhes,transformou-se numa fora geofsica com maior poder de destruio do que as tempestadesou as secas.

    Ao empurrar as zonas climticas na direo dos plos mais rapidamente do que a flora ea fauna conseguem emigrar, o aquecimento global ameaa a existncia de ecossistemasinteiros, entre eles os do rtico e de outras regies anteriormente pouco alteradas.

    Em geral, os investigadores concordam que as espcies se extinguem atualmente a umavelocidade, pelo menos, 100 vezes (e talvez at 10 mil vezes) mais rpida do que aquela aque as novas espcies vo surgindo. Muitos especialistas creem que, a manter-se o ritmoatual de alteraes ambientais, metade das espcies sobreviventes em todo o mundopoder desaparecer at ao final do sculo.

    Haver maneira de salvar boa parte do que resta do mundo natural? Existe, pelo menos,essa possibilidade, graas organizao providencial2 da geografia da vida. Com efeito, abiodiversidade no se encontra uniformemente distribuda, uma vez que grande parte delase concentra num nmero relativamente pequeno de recifes coralgenos3, florestas, savanase outros habitats dispersos por vrios continentes e em redor destes. Os bilogos chegarama acordo sobre o seguinte: se consegussemos preservar esses lugares especiais, seriapossvel continuar a suportar o rpido crescimento da populao humana, ao mesmo tempoque se protegia grande parte da fauna e da flora ameaadas. Entre os mais preciosos desseslugares, esto os pontos quentes, que os bilogos especializados em conservao definemcomo ambientes naturais onde vive um grande nmero de espcies em perigo que noexistem em mais nenhum stio.

    E. O. Wilson, in National Geographic, Janeiro de 2002 (adaptado)

    GLOSSRIO1 inexorvel a que no se pode escapar;

    implacvel.2 providencial perfeita.3 coralgenos de coral.

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    8. Assinala comV as afirmaes verdadeiras eF as afirmaes falsas, de acordo com otexto.6 PONTOS a) Desconhece-se o nmero exacto de espcies existentes na Terra.b) As tempestades e as secas so as foras geofsicas mais destruidoras do planeta.c) O ritmo a que aparecem novas espcies suficiente para equilibrar os ecossistemas.d) As espcies distribuem-se igualmente pelos habitats dos vrios continentes.e) A salvao do mundo natural depende da proteco das zonas com maior

    biodiversidade.f) Os pontos quentes so locais onde vivem muitas espcies ameaadas de extino.

    9. Indica a alnea correta, para cada uma das seguintes frases, de acordo com o texto.

    9.1. A principal ameaa biodiversidade 3 PONTOS a) a ao dos fenmenos meteorolgicos.

    b) a complexidade das formas de vida.c) a grande fragilidade dos ecossistemas.d) o rpido aumento da populao humana.

    9.2. Metade das espcies atualmente existentes pode extinguir-se durante os prximos3 PONTOS

    a) dez anos.b) cem anos.c) mil anos.d) dez mil anos.

    1. Apesar de iguais, as palavras destacadas nas alneasa) e b) pertencem a classesdiferentes.Diz quais so essas classes de palavras.3 PONTOS a) Nicolau tinhao vcio da terra.b) Este facto nuncao deixou concentrar-se nos estudos.

    2. Reescreve a seguinte frase, acrescentando um advrbio de frase.2 PONTOS Os professores no gostavam de Nicolau.

    3. Atenta na frase: Elestm alguma curiosidade pelo trabalho de Nicolau.Reescreve a forma verbal destacada nos tempos e modos indicados nas alneas,mantendo a mesma pessoa e nmero.4 PONTOS a) Pretrito Imperfeito do Conjuntivo.b) Condicional.

    GRUPO 2

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    4. Observas as formas verbais destacadas nas frases seguintes.a) Eleestava convencido de que o filho seria mdico.b) Nicolauvisitava a famlia regularmente.c) Quando o rapazregressou, toda a aldeia ficou admirada.

    4.1 Indica a subclasse a que pertencem, associando a cada alnea apenas uma letra dacoluna B. 3 PONTOS

    Coluna A Coluna Ba) estavab) visitavac) regressou

    A) verbo principal transitivo diretoB) verbo principal transitivo indiretoC) verbo principal transitivo direto e indiretoD) verbo principal intransitivoE) verbo copulativo

    5. Reescreve a frase no futuro do indicativo.2 PONTOS O reitor mandava -o ir ao gabinete.

    6. Refere a funo sinttica dos constituintes sublinhados nas frases.6 PONTOS a) Ele veiode Coimbra.b) Os insetos so realmentefascinantes!c) O reitor punha-lhe a cara num pimento.

    O protagonista do texto A sempre se sentiu fascinado pelo mundo natural e fez-secolecionador de insetos. Certamente, tambm j tiveste, ou ainda tens, um interesse muitoespecial por alguma coisa. Conta como nasceu esse interesse e como evoluiu, ou se temmantido, ao longo da tua vida, incluindo na narrativa momentos de alegria, realizaopessoal e possveis aventuras, contrariedades, obstculos

    Porm, antes de comeares a escrever, toma ateno s instrues que se seguem.

    Escreve um mnimo de 140 e um mximo de 240 palavras. Divide o teu texto em pargrafos, de forma a apresentares as tuas ideias de

    forma organizada e coerente. Escolhe o vocabulrio adequado. Presta ateno construo das frases e pontuao.

    COTAES:Grupo 1 50 pontosGrupo 2 20 pontosGrupo 3 30 pontos

    GRUPO 3

    A professora: Isabel Prata