572_farias_brito_portugues_paulo_lobão_as_variantes_da_linguagem

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  • ITA/IME Pr-Universitrio 1

    Projeto rumo ao ita

    Portugus

    as Variantes de Linguagem

    Comentrio inicialDe um modo mais abrangente, podemos analisar o fenmeno

    da variao lingustica de diferentes modos: a culturalista, em que a lngua representa a experincia humana de modo especfico, sendo atualizada pela linguagem como um recorte comum da realidade interiorizada pelos falantes, que precisam da lngua para construir seus referenciais mnimos de convivncia, j que lngua e cultura esto numa relao indissocivel, revelando que a interna l izao da pr imei ra permite a expresso da segunda; a comunicativa, em que a lngua representa a instituio de regras que determinam e demonstram as possibilidades comunicativas (...) cada ato verbal resulta de um processo intencional de ao sobre o outro, visando transformar pensamentos e aes.

    As variantes lingusticas

    Variao estilsticaO usurio da lngua, seja escritor ou no, apresenta um estilo

    prprio que expressa o seu ponto de vista sobre o mundo, sobre a sociedade e sobre si mesmo. Vale ressaltar que o estilo pessoal, em geral, est profundamente relacionado ao contexto e quele com quem falamos/escrevemos. Assim, estabelecem-se graus de formalidades que apresentam limites sociais para as nossas escolhas.

    Observe o esquema:

    Formalidade extrema

    Aproximamos a falacada vez mais da escrita

    Graus de Informalidade

    Informalidade da escrita

    Aproximamos a escritada fala

    Observe os exemplos: Larissaumaexcelentealuna,masfaltamuito. Larissafaltamuito,masumaexcelentealuna.Notequeasimplesinversodostermosdeterminantepara

    se perceber formas distintas de julgamento.

    Variao socioculturalProfundamente relacionada variao estilstica, a variao

    sociocultural est identificada nos usos diferenciados da linguagem por faixaetriaougrupossociais.Fatoqueconfirmaa teseoempregodegrias(crianas,jovens,tribos)edeformasarcaicas(idosos, adultos intelectualizados).

    Os jovens, por exemplo, em busca de sua identidade, costumam criar formas prprias de expresso, desenvolvendo uma sintaxe prpria, singular ao grupo de que faz parte.

    Observe o dilogo entre surfistas: E a?Pois. sim. E es ondas? Dando caldo. Hoje tem tubo? Demais. Irado.

    Observaes:1. A variao por sexo se mostra nos termos utilizados por

    homensemulheres.Oquecomprovaaafirmaoofatodequeousododiminutivomaiscomumnafaladamulherdoque na do homem. O homem evita o uso de uma terminologia feminina, mais efetiva, por conta de uma herana social e avaliao de seu machismo.

    2.Umaspectointeressanteavariaodedeterminadosgruposprofissionais, tambmdenominada jargo. Alguns grupos tm sua prpria terminologia.

    Exemplos: O policial flagrou o elemento transgredindo a lei. Agora ele vaiverosolnascerquadrado. A equipe agora est consciente. O professor deu as instrues tticas. Vamos pro segundo tempo em busca de um resultado positivo em cima do adversrio e sair daqui comtrspontos,poisesseonossoobjetivo.EseDeusquiservamosganharessejogo,saindodaquideparabns.

    Variao geogrficaA lngua portuguesa revela diferenas de fala e escrita em

    Portugal e no Brasil. Tanto como naquele e neste, h regies que apresentam marcas especficas, notadamente na fala. Essas variaes so denominadas de variantes regionalistas ou dialetais. So os chamados falares locais.

    As diferenas se mostram mais claramente

    nas construes sintticas

    na pronncia das palavras nos significados dedeterminadas expresses

    nolxico

    Texto Complementar

    sE tu for vim, Eu no vou ir

    O porto-alegrs uma das lnguas mais difceis doocidente(queporsinal,noumhemisfrio,esimumbaremPorto Alegre). Para comear, s existe uma interjeio bah! que usada emmais oumenos 345 situaes diferentes.S para complicar, o bah! tem tambm 345 entonaesdiferentes: pode ir desde um simples beh! at umcomplicado ph!, dependendo do que voc queira dizer. E tem tambm as grias. Porto Alegre equipada commaisou menos 15 fbricas de girias funcionando sem parar. Algumaschegamataserexportadas:viajar na maionese e pirar de batatinha, que agora esto super na moda no Rio, so faladas h anos (ou, em porto-alegrs, h horas) em Porto Alegre.

  • ITA/IME Pr-Universitrio 2

    Projeto rumo ao ita

    Outras expresses cruzam a fronteira, mas nunca chegam a ser compreendidas. Deu pra ti, por exemplo, que o nomede uma msica to velha quanto aquela sua irm, fez o maior sucesso no Brasil inteiro. Talvez porque todo mundo pensasse que deupratifossealgumasacanagem quando na verdade s queria dizerchega!.Etemtambmotrilegal.Poissim:hmiLNiOs (ou, em porto-alegrs, h horas)nInGum fala trilegalem Porto Alegre. O pessoal fala tribom, triquente, tri a fim, trigostosinha, tri o que voc quiser dizer mEnOS trilegal. mas nada to porto-alegrense quanto falar tu vai ir?. Repita, agora com sotaque: Bah, ma tu vai ir? Peh, ma se tu for ir, ento eu tambm vou vim!. E deu pra vocs.

    Ricardo Freire.

    Observe o texto a seguir:

    Drne que eu sa de casanunca mais comi piromexido em prato de barroComo se faz no serto.

    (...)

    Que por mais eu faa escia,svejofiaemaisfia,Eeunosoulagartano!

    AssAR,Patativado.VouVort.Cante l que eucanto c. Petrpolis: Vozes, 1978.

    A variao histricaAvariaode linguagemdeumapocaem relaoa

    uma outra denominada de variao lingustica diacrnica.Palavras, construes ou expresses, antes empregadas, hoje so consideradas arcaicas. neologismos e novas expresses so adotadas e acabam se juntando lngua como variantes aceitasereconhecidas.Exemplodissooverbodigitarqueadquiriu novo sentido. Outro fator que ilustra muito bem a variaohistricaaLiteratura.Aocompararmosalinguagemempregada nos poemas de Cames aos poemas do modernismo fica muito claro essa diacronia lingustica.

    Observe:

    Fac-smile da obra Os Lusadas. LusdeCames,retratopintadoem Goa,1501.

    PronominAis

    D-me um cigarroDiz a gramticaDo professor e do alunoE do mulato sabido

    mas o bom negro e o bom brancoDa nao BrasileiraDizem todos os dias Deixa disso camaradame d um cigarro.

    AnDRADE, Oswald de. Seleo de Textos. So Paulo: nova Cultural, 1988.

    Exerccios de Fixao

    01. Leiaotexto.

    AONDE VAIS TU,DELINQUENTE

    INFANTE?HAVER AINDAVILANIA QUENO TENHASCOMETIDO?

    FAZES MAL JUZO DE MIM!AJO INTEMPESTIVAMENTE E O

    ZEFIR MAIS ELABORADOOSTENTA MAIS TRAMAS DOQUE EU. CONTUDO, NO ME

    DETENHAS, POSTO QUERESOLVIDO ESTOU A DEIXARESTE LUGAR. INCONTINENTE.

    CONFIA QUESOU

    INOCENTE.

    SHHH.

    SANTO PALAVREADO! SERQUE NO TEM UM SERIADO

    DE POLCIA ONDE ELES FALEMQUE NEM GENTE DE VERDADE?

    COMO QUEIRAS,MAS S SABEDORQUE BREVE SE MEREVELARO TEUSINTENTOS. POR

    ORA, VAI-TE,TRASTE!

    AONDE VAIS TU,DELINQUENTE

    INFANTE?HAVER AINDAVILANIA QUENO TENHASCOMETIDO?

    FAZES MAL JUZO DE MIM!AJO INTEMPESTIVAMENTE E O

    ZEFIR MAIS ELABORADOOSTENTA MAIS TRAMAS DOQUE EU. CONTUDO, NO ME

    DETENHAS, POSTO QUERESOLVIDO ESTOU A DEIXARESTE LUGAR. INCONTINENTE.

    CONFIA QUESOU

    INOCENTE.

    SHHH.

    SANTO PALAVREADO! SERQUE NO TEM UM SERIADO

    DE POLCIA ONDE ELES FALEMQUE NEM GENTE DE VERDADE?

    COMO QUEIRAS,MAS S SABEDORQUE BREVE SE MEREVELARO TEUSINTENTOS. POR

    ORA, VAI-TE,TRASTE!

    WATTERsON,Bill.OmelhordeCalvin.O Estado de S. Paulo. soPaulo,27/ago/2002.

    A graa da tira reside:A) no uso correto da linguagem pelos falantes, que so

    tipicamente eruditos.B) na inadequao da linguagem, j que os falantes so ntimos.C) no uso da variante dialetal por falantes eruditos.D) na quebra da lgica do dilogo pela presena da variante

    diafsica.E) na ilogicidade do dilogo, pois os falantes no se entendem.

    02. Leia.

    Chica, esse seudicionrio

    Portugus Mineirs tem uma seo de

    frases teis?

    Claro, ele ddicas de como

    se informar sobrepontos tursticos,

    por exemplo.

    Suponha que voc quersaber onde est e ondepegar a conduo mais

    prxima...

    Basta dizer:Nossinhora, oncot?

    Onqui o pondinsmaipertin?

    Chica, esse seudicionrio

    Portugus Mineirs tem uma seo de

    frases teis?

    Claro, ele ddicas de como

    se informar sobrepontos tursticos,

    por exemplo.

    Suponha que voc quersaber onde est e ondepegar a conduo mais

    prxima...

    Basta dizer:Nossinhora, oncot?

    Onqui o pondinsmaipertin?

    DJOTA.sdandogizada.Correio Popular:Campinas,12/ago/2003.

    A tirinha revela o emprego da variante:A) geogrfica. B) diastrtica.C) diacrnica. D) diafsica.E) estilstica.

  • ITA/IME Pr-Universitrio3

    Projeto rumo ao ita

    03. Considere os seguintes acontecimentos ocorridos no Brasil.

    Gois,1987Umequipamentocontendocsioradioativoutilizado em medicina nuclear, foi encontrado em um depsito de sucatas e aberto por pessoas que desconhecia o seu contedo. Resultado: mortes e consequncias ambientaissentidasathoje.

    Distrito Federal, 1999 Cilindros contendo cloro, gsbactericida utilizado em tratamento de gua, encontrados em um depsito de sucatas, foram abertos por pessoa que desconhecia o seu contedo. Resultado: mortes, intoxicaes e consequncias ambientais sentidas por vrias horas.

    Para evitar que novos acontecimentos dessa natureza venha a ocorrer, foram feitas as seguintes propostas para a atuao do Estado:I. Proibir o uso de materiais radioativos e gases txicos;II. Controlar rigorosamente a compra, uso e destino de

    materiais radioativos e de recipientes contendo gases txicos;III. Instruir usurios sobre a utilizao e descarte destes

    materiais;IV. Realizar campanhas de esclarecimentos populao sobre

    os riscos da radiao e da toxicidade de determinadas substncias.

    Dessas propostas, so adequadas apenas:A) I e II B) I e IIIC) II e III D) I, III e IVE) II, III e IV

    04. nas conversas dirias, utiliza-se frequentemente a palavra prprioeelaseajustaavriassituaes.Leiaosexemplosde dilogos.I. A Vera se veste diferente.

    mesmo,queelatemumestiloprprio;ii.ALenajviuessefilmeumadezenadevezes!Euno

    consigo ver o que ele tem de to maravilhoso assim.queeleprprio para adolescente;

    III. Dora, o que eu fao? Ando to preocupada com o Fabinho! meu filho est impossvel! Relaxa, Tnia. prprio da idade. Com o tempo, ele se acomoda.

    nas ocorrncias I, II e III, prpriosinnimode,respectivamente:A) adequado, particular, tpico.B) peculiar, adequado, caracterstico.C) conveniente, adequado, particular.D) adequado, exclusivo, conveniente.E) peculiar, exclusivo, caracterstico.

    05. Leia.sEu oLHAr

    na eternidadeEu quisera terTantos anos-luzQuantos fosse precisarPra cruzar o tnelDo tempo do seu olhar

    GilbertoGil,1984.

    Gilberto Gil usa na letra da msica a palavra composta anos-luz. Osentidoprtico,emgeral,noobrigatoriamenteomesmoque na cincia. Na Fsica, um ano luz umamedida querelaciona a velocidade da luz e o tempo de um ano e que, portanto, se refere a:A) tempo. B) acelerao.C) distncia. D) velocidade.E) luminosidade.

    A frAnquEzA DE Amorim

    O Brasil no aceitar a responsabilidade por mais um fracasso das negociaes globais de comrcio,disse o chanceler Celso Amorim, nivelando os termos da conversa logo nas preliminares da reunio ministerial aberta emGenebra nessa segunda-feira. Nivelar umaboapalavra.Na sexta-feira,ocomissriodeComrciodaunio Europeia, Peter mandelson, havia acusado o Brasil de estar sempre por trs dos vrios impasses da Rodada Doha. Comentrios semelhantes foram feitos mais de uma vez por autoridades americanas, igualmente empenhadas em culpar os emergentes, principalmente os maiores e mais ativos nas discusses, pela demora em se chegar a um acordo.

    O chanceler brasileiro, segundo alguns, passou da conta ao descrever a insistncia nessas acusaes como aplicao prtica do ensinamento de Josef Goebbels, o chefe da propaganda nazista: a mentira repetida torna-se aceita como verdade. O ministro Amorim talvez no tenha calculadooefeitodesuacomparaoanegociadorachefedos Estados unidos, Susan Schwab, mostrou-se ofendida, por ser filha de sobreviventes do holocausto. muito bem, exclua-seonomedeGoebbels, atporqueeleno foioprimeiro a perceber o vnculo entre repetio e persuaso. Com ou sem a citao, o ministro brasileiro est certo. Esteodadoessencial.

    Em2003,emCancn,aconfernciaministerialdaOrganizaomundial doComrcio (OmC) fracassou emconsequncia de um impasse entre europeus, africanos e asiticos. na mesma ocasio, a delegao americana jogou a culpa no Brasil e noutrosmembros doGrupo dos 20. Essa verso, repetida muitas vezes, acabou sendo aceita como verdadeira e citada em muitos artigos.

    A declarao de Amorim, ao contrrio da avaliao de alguns analistas, no deve ter enfraquecido o Brasil nesta fase crucial das negociaes. mais provavelmente, deve ter servido para tornar mais claras as condies da conversa e para mostrar o peso da responsabilidade de cada um. Se americanos e europeus querem de fato um acordo razovel, devem cumprir sua parte e oferecer concesses significativas no comrcio agrcola, reduzindo de fato ossubsdios e diminuindo ou eliminando barreiras. O esboo de acordo sobre agricultura, no entanto, apresenta o risco de retrocesso nas discusses. Abre espao para os pases desenvolvidos listarem um grande nmero de produtos sensveiseampliaremoseuprotecionismo.OBrasilrejeitaessa possibilidade e, ao mesmo tempo, cobra maior acesso a mercados e um corte real de subvenes. O momento propcio para essa reduo, porque os preos devemcontinuar elevados no mercado internacional por alguns anos.

    O chanceler brasileiro tambm reafirmou adisposio de negociar com maior flexibilidade a abertura do mercado para produtos industriais. Ele j anunciou essa disposio mais de uma vez. mas, para avanar nas ofertas, precisa estar seguro das intenes do outro lado e da extenso real das concesses na rea agrcola.

    Anegociao particularmente complicada, paraoBrasil,porqueopasmembrodeumaunioaduaneira,o mercosul, e todos os scios devem concordar quanto ao grau de abertura de seus mercados para produtos industriais. Quanto menores as concesses do mundo rico paraocomrciodoagronegcio,maiorseraresistnciadaArgentina, mais protecionista que o Brasil na rea industrial.

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    Projeto rumo ao ita

    Oesboodeacordoparaosetoragrcolatambmamplia as possibilidades de protecionismo em vrias economias emergentes, como ndia, indonsia e China,menos competitivas na produo rural.

    Esses pases tambm tm interesses diferentesdos brasileiros em alguns aspectos do comrcio de bensindustriais. Qualquer deles pode criar obstculos decisivos a um acordo global de comrcio sem falar em alguns sul-americanos, como Bolvia e Venezuela.

    As possibilidades de um final feliz para a reunio de ministros em Genebra parecem muito limitadas, neste momento. Se o encontro for um sucesso, ainda restar o trabalho de conseguir o apoio da maioria dos membros daOmC,porquesosprincipaispesospesadosemdiosparticipam das negociaes desta semana.

    Se, no entanto, estes alcanarem um entendimento, a parte mais difcil do trabalho ter sido provavelmente concluda.

    OEsTADOON-LiNE.A franqueza de Amorim.22jul.2008.Disponvelem:

  • ITA/IME Pr-Universitrio5

    Projeto rumo ao ita

    Texto para a questo 09.

    o quE EnvELHEcEr?

    Admiro muito o seu trabalho. numa de suas colunas, voc diz ao leitor que ele corre o risco de envelhecer cedo e mal. Espero que voc no tenha uma ideia preconcebida da velhice, que tem seus prs e seus contras, como qualquer fase da vida. Omaior dos contras uma sade frgil. Estou sob a influncia da minha ltima leitura, Saber Envelhecer, de Ccero, e concordo em boa parte com os argumentos dele a favor da velhice. melhor envelhecer do que viver uma adolescncia prolongada, pois sofrimento maior do que na adolescncia no h.

    bomseradmiradaporalgumquelCcero,aquemns devemos a noo moderna de humanismo.

    Com ele, humanitas, que significava o amor do humano, passou a significar cultura. Alm de culto, opoltico para Ccero s devia querer o otium, que significa repouso, ausncia de guerras e de lutas. Devia ainda recusar o poder excessivo e viver no respeito dos direitos de todos. So maneiras de ser e de se comportar que requerem a sabedoria, rara na juventude e mais comum na idade avanada.

    Sou favorvel aos mesmos valores, mas no a esta ou aquela idade. H tantas maneiras de ser adolescente ou de envelhecer! E, a bem da verdade, no sei o que envelhecer.Noprimeirosentidododicionrio,significatornar-se velho, e isso no me leva a nada. no segundo sentido, tomaraspectodevelho.Paramim,fica idosoe bem quem se d ao outro e aceita o tempo que passa, porque se transforma com ele. H pessoas, que pelos cabelos brancos, apresentam um aspecto de homens e mulheres idosos, mas pela intensidade do olhar, transmitem umajuventudeinegvel.Oqueimportaisso.

    VEJAON-LiNE.Oqueenvelhecer?22jul.2008. Consultrio Sentimental.

    . (fragmento adaptado).

    09. Considere as seguintes afirmaes a respeito do texto.I. As vozes de dois autores diferentes so percebidas:

    um, para quem o envelhec imento encaradopredominantemente de forma negativa; e outro, para quempossvelenvelhecerbem;

    II. A expresso e mais (linha 19) poderia ser substituda sem perda ou alterao de sentido por um termo com valor adversativo;

    III. O uso da expresso a bem da verdade(linha23)confereum tom de veracidade e de honestidade ao discurso do autor, complementado pelo uso de definies dicionarizadas para o termo envelhecer;

    IV. O autor, ao usar a expresso Para mim (linha 26), torna a afirmao que a segue convincente e incontestvel, uma vez que quela se atribui uma forte carga semntica de veracidade e generalizao.

    Est correto o que se afirma em:A) I e II B) II e IIIC) III e IV D) I, II e IIIE) II, III e IV

    10. Emtermosgerais,argumentarumprocedimentolingusticoque visa a persuadir, a fazer o receptor aceitar o que lhe foi comunicado por meio da induo de uma sensao de realidade ou impresso de verdade. marque a alternativa que nocontmumaestratgiaargumentativautilizadanotexto.A) Citao de autores renomados ou autoridades em certo

    domnio do saber, criando a imagem de que o autor conhece bem o assunto que est discutindo.

    B) uso de exemplos, dos quais se extrai uma concluso geral, a partir de casos especficos, para comprovar as opinies e pontos de vista do autor.

    C) Exaltao daquele a quem a mensagem se destina, criando, ao mesmo tempo, uma imagem positiva do produtor do discurso, que conquista a simpatia do receptor da mensagem e favorece o convencimento.

    D) uso de analogias para comprovar opinies ou pontos de vista do autor.

    E) Explorao de mecanismos lingusticos, tais como: o uso da variedade culta da lngua ou a transcrio e parfrase de significaes dicionarizadas, como forma de atribuir confiabilidade ao que se diz.

    Exerccios Propostos

    texto i

    o tEXto nA ErA DiGitAL

    Houve um tempo em que o hbito de manter cadernos de anotaes era algo bastante corriqueiro. Oschamadosdelivrosdelugares-comunseramutilizadospelos leitores para o registro de trechos e passagens interessantes com que se deparavam em suas leituras. mas,almdetranscries,essescadernostambmreuniamapontamentos sobre a vida cotidiana. Essas informaes eram agrupadas e reorganizadas medida que novos excertos iam sendo acrescidos. O hbito espelhou-se, e muitos escritores famosos cultivaram essa maneira no linear e fragmentada de veicular informaes.

    Hoje, essa tradio de escrita parece mais viva do que nunca, impulsionada por novas tecnologias e pela comunicaoemrede.Noexageroafirmarquee-mails, blogues e redes de relacionamento j deixaram uma marca relevante na produo textual contempornea. A Internet tornou os textos mais naturais e coloquias, embora no seja a nica responsvel por essas mudanas.

    ComcadavezmaisusuriosoacessoaredesnoBrasilaumentou35%entre2008e2009ainternetestcriando novos hbitos de comunicao entre as pessoas, que acabam se adaptando s facilidades da nova tecnologia. Isso vale tanto para a leitura em vista da profuso de textos veiculados na rede, quanto para a escrita, principal meio de expressodointernauta(pelomenosatqueasconversasviavozsetornemmaiscorriqueiras).

    Ao contrrio da minha opinio, h quem veja nessa torrente de informaes que jorra na Internet, um fator negativo, dificultando nossa concentrao em textos de flego como romances. O crtico de tecnologia nicholas Carr defende a tese de que a navegao na Internet est interferindo em nossa capacidade de leitura, dando a entender que a experincia de ler proporcionada pela Internet bastantesuperficial.

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    Projeto rumo ao ita

    OescritormichelLaubaprovaosnovoshbitosdeleitura incutidos pela tecnologia. Para ele, a propenso a mensagens mais curtas em sites e blogues no nos tornou necessariamente mais dispersos ou desatentos. Ao contrrio, l-se mais do que antigamente:

    Os que leem textosmais longos e difceis sominoria como sempre foram. mas o restante das pessoas, quehumadcadanolianada,hojetrabalhacomotextoescrito boa parte do tempo, e isso cria um certo hbito de leitura,mesmoquediludoafirma.

    Embora no se possa afirmar categoricamente que a Internet favoreceu o desenvolvimento de uma culturaletrada,comnfaseeminformaesprofundase relevantes, ela reforou o peso da palavra escrita no cotidiano das pessoas.

    muRAnO, Edgard. Revista Lngua. So Paulo. segmento,ano5,n64,fev.2011.Adaptado.

    01. Para justificar seu posicionamento favorvel em relao Internet, o autor defende a ideia de que:A) a navegao na Internet est prejudicando a capacidade de

    leitura das pessoas.B) as novas tecnologias tm favorecido o hbito da leitura e o

    desenvolvimento da escrita.C) as redes sociais, atualmente, se tornam mais acessveis

    populao de baixa renda.D) as diversas classes sociais do mundo se beneficiaram com o

    advento da era digital.E) os dados veiculados pelos sites dificultam a concentrao

    para leituras complexas.

    02. Vrios recursos lingusticos podem ser utilizados para expressar umaopinio:adjetivos,advrbios,verbosopinativossoalgunsdeles.O trecho do texto I, em que o autor manifesta uma opinio pessoalarespeitodoassuntoabordado,:A)mas,almdetranscries,essescadernostambmreuniam

    apontamentossobreavidacotidiana.(linhas6-7)B) Essas informaes eram agrupadas e reorganizadas

    medida que novos excertos iam sendo acrescidos. (linhas 7-9)

    C)No exagero afirmar que e-mails, blogues e redes de relacionamento j deixaram uma marca relevante na produotextualcontempornea.(linhas14-16)

    D)[...]oacessoaredesnoBrasilaumentou35%entre2008e2009[...](linhas19-20)

    E) OescritormichelLaubaprovaosnovoshbitosdeleituraincutidospelatecnologia.(linhas35-36)

    03. O adjetivo desempenha importante papel no texto. ele que nos permite configurar os seres ou objetos, nomeando-lhes as peculiaridades.O ad je t i vo cor r ique i ras no t recho do tex to I (pelomenosatqueasconversasviavozsetornemmaiscorriqueiras).(linhas25-26),empregadoparacaracterizarosubstantivoconversas,podesersubstitudosemalteraode sentido por:A) alteradas. B) corrompidas.C) decifradas. D) modificadas.E) triviais.

    04. A expresso em destaque no trecho do texto I Hoje, essa tradio de escrita parecemais viva doquenunca(linhas12-13)refere-se:A) aos excertos que eram acrescentados nos romances.B) aos termos informais frequentes nos textos digitais.C) superficialidade apresentada na leitura via Internet.D) influncia negativa da Internet na escrita atual.E) maneira no linear e fragmentada de veicular informaes.

    05. Quanto formao do plural de substantivos compostos, algumas normas devem ser observadas.O grupo de palavras compostas que seguem a mesma regra de flexo de nmero de lugares-comuns:A) obra-prima, navio-petroleiro, gua-marinhaB) amor-prprio, vice-presidente, beija-florC) salrio-mnimo, carto-postal, sempre-vivaD) segunda-feira, bate-boca, tenente-coronelE) vitria-rgia,amor-perfeito,abaixo-assinado

    06. na lngua escrita culta, h casos em que o sinal indicativo dacraseproibido,comoocorrenaexpressodestacadanotrechodotextoiComcadavezmaisusuriosoacessoa redesnoBrasilaumentou[...](linhas19-20)A mesma regra deve ser aplicada em:A) [...] a Internet tornou os textos mais naturais e coloquiais,

    embora no seja a nica responsvel por essas mudanas.(linhas16-18)

    B) Isso vale tanto para a leitura, em vista da profuso de textos veiculados na rede, quanto para a escrita,(linhas23-24)

    C) [...] dando a entender que a experincia de ler proporcionada pela internet bastante superficial.(linhas32-34)

    D) Para ele, a propenso a mensagens mais curtas em sites ebloguesnonostornounecessariamentemaisdispersos.(linhas36-38)

    E) Embora no se possa afirmar categoricamente que a internet favoreceu o desenvolvimento de uma culturaletrada,(linhas45-47)

    07. A regra para a formao do plural de substantivos e adjetivos emportugusoacrscimodos ao singular. mas a flexo de nmero apresenta regras especiais, como ocorre na palavra novos (linha 8).A palavra que apresenta a mesma caracterstica no plural de novo:A) broto B) bolsoC) estojo D) fornoE) rolo

    texto ii

    As rEGrAs DE ouro Do E-mAiL

    Anterior internet, o correio eletrnico continua sendo uma das formas de comunicao mais eficazes.

    mais antigo do que a prpria Internet, o e-mailumadas ferramentas mais importantes da comunicao virtual, e seu surgimento foi importante para que a rede mundial de computadores fosse aperfeioada e desenvolvida. A primeira trocademensagenseletrnicasfoiem1965epossibilitavaacomunicao entre vrias pessoas ao mesmo tempo.

    A velocidade dessas mensagens pode ser um prato cheio para desatenes por parte de redatores, resultando em erros muitas vezes constrangedores. Para que isso no ocorra, o texto de um e-mail deve ser simples, exigindo cuidados com sua releitura e acertos no tom da mensagem.

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    Projeto rumo ao ita

    no trabalho, em que a comunicao pode custar dinheiro ou mesmo o sucesso profissional, um e-mail deve ser redigido com toda a ateno para no dar margem a mal-entendidos. Deve priorizar trs pontos: simplicidade, clareza e objetividade. O vocabulrio deve pertencer linguagem usual,

    sem expresses rebuscadas que possam complicar a mensagem;

    simplicidadenopodesersinnimodedescuido.precisoestar atento repetio de termos sem necessidade, abreviaes obscuras ou construes truncadas;

    Paraumtextoconcisoeclaro,bastarel-loecortartermosdesnecessrios, evitando dizer em muitas palavras o que se poderia dizer em poucas;

    Ter emmente o receptor de suamensagem e tentaradequar o tom, com o cuidado de reler no final o texto;

    Cuidado com palavrasmal colocadas e destinatrioserrados. uma simples mensagem destinada pessoa errada, por engano, pode causar grandes estragos.

    muRAnO, Edgard. Revista Lngua. So Paulo. segmento,ano5,n64,fev.2011.Adaptado.

    08. De acordo com o texto II, para que as mensagens eletrnicas sejam eficazes, necessrio que o emissor esteja atento linguagem empregada.no trabalho, ao redigir um e-mail, deve-se utilizar determinados recursos, exceto:A) reviso do texto para que a mensagem seja adequada ao

    receptor.B) palavras e expresses que apresentem mais de uma

    significao.C) emprego apenas de termos que sejam necessrios

    compreenso.D) usos lingusticos que faam parte do nosso dia a dia.E) vocabulrio preciso que no gere dvidas.

    09. muitas vezes, empregam-se palavras e expresses com sentidos que se estendem almdo significado original. Ao abordaraspectos relativos ao e-mail, o texto II emprega um exemplo prprio da linguagem figurada em:A) comunicao virtual (linha 2)B)mensagenseletrnicas(linha5)C) prato cheio (linhas 7-8)D)sucessoprofissional(linha13)E)mal-entendidos(linha15)

    10. Um verbo auxiliarmodal responsvel pela expresso dedesejo, probabilidade, dever, possibilidade, necessidade. no trecho uma simples mensagem destinada pessoa errada, por engano, podecausargrandesestragos.,aformaverbaldestacada expressa:A) certeza. B) desejo. C) ordem. D) necessidade. E) possibilidade.

    11. A articulao lgica entre as ideias expressada pelo emprego de conectivos em um texto um fator de coerncia. no trecho do texto II no trabalho, em que a comunicao pode custar dinheiro ou mesmo o sucesso profissional, um e-mail deve ser redigido com toda a ateno para no dar margem amal-entendidos. (linhas 12-15), o termo emdestaque introduz, em relao parte inicial, a ideia de:A) alternncia. B) comparao.C) concluso. D) contraste.E) proporo.

    12. Para um texto conciso e claro, basta rel-lo e cortar termos desnecessrios, evitando dizer em muitas palavras o que se

    poderia dizer empoucas; (linhas 23-25)Na formao dapalavra desnecessrios, o prefixo des- indica negao. no texto II, a palavra em que ocorre um prefixo com o mesmo

    sentido:A) abreviaes.

    B) aperfeioada.

    C) desatenes.

    D) destinatrios.

    E) importantes.

    13. A palavra comunicao (linha 12) deriva do verbo comunicar, e seu sufixo (O) segue o mesmo padro ortogrfico do

    substantivo derivado de:

    A) conter.

    B) conceder.

    C) compreender.

    D) demitir.

    E) verter.

    texto iii

    o PrAzEr DA EscritA

    Escrever bem nunca deve ser encarado como uma obrigao.Aomenos,pordoismotivosimaginoeu.

    Emprimeirolugar,porqueissoumanecessidadedavida contempornea.

    uma dissertao ruim num concurso pblico, um texto livre mal escrito numa seleo de emprego ou uma confusa carta de reclamao ao Procon podem fazer toda a diferenaquandooqueestemjogoumaconquistadefato desejada por seu redator.

    Emsegundolugar,porqueumprazerasercultivado.um texto descuidado no chega a ser atestado

    de toda uma formao educacional frgil. mas o da forma como damos nfase quilo que fazemos (como diria Drummond: Que triste! Que triste so as coisas, consideradassemnfase.).Naprtica,nohgarantiadequeaprenderumadadaquantidadedetcnicasdeescritanosfaa escrever melhor. Escrever, como ler, s ser efetivamente um hbito qualificado se feito com prazer.

    ao esculpir um texto que se percebe o quanto insuficiente decorar regras de portugus oumacetesrpidos de construo retrica. Certamente, um bom textodenunciaoquantoasriolevamosoprazerdelereescrever.Oquantoasriolevamostudooquefazemoscom efetiva entrega e delcia.

    Haver, evidentemente, coordenadas a serem seguidas por um texto conceitual e argumentativo. mas toda redao deve ser pensada como um processo de descobertas, um modo de articular o que se sabe para alcanar o que no necessariamente est dado desde o incio.

    no se trata de padronizar o prprio texto, mas fazer aflorar o melhor de nosso raciocnio.

    PEREiRAJUNiOR,LuizCosta.Oprazerdaescrita.Revista Lngua.soPaulo.segmento,ano5,n.69,p.4.jul.2011.Adaptado.

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    14. Paradefenderaopiniodequeescreverbemumprazeraser cultivado, o autor do texto III desenvolve vrias ideias, entre elas a de que:A)um textomal escrito consequncia de uma formao

    educacional ineficiente.B) a produo de um texto deve configurar-se como um

    processo de descobertas.C)oaprendizadodemacetesdeconstruoretricaessencial

    ao bom redator.D) o hbito da leitura deve ser desenvolvido desde as primeiras

    sriesescolares.E) o texto padronizado garante sucesso em concursos pblicos

    e selees de emprego.

    15. O termo em destaque funciona, no texto III, como um elemento de coeso referencial em relao ao termo entre colchetes em:A) Em primeiro lugar, porque issoumanecessidadedavida

    contempornea.(linhas3-4)[obrigao]B)quando o que est em jogo uma conquista de fato

    desejada por seuredator.(linhas8-9)[bom texto]C) mas o da forma como damos nfase quilo que

    fazemos.(linhas12-13)[atestado]D)Oquantoasriolevamostudo o que fazemos com efetiva

    entregaedelcia.(linhas23-24)[regras de portugus]E) no se trata de padronizar o prprio texto, mas fazer aflorar

    o melhordonossoraciocnio.(linhas30-31) [texto]

    16. Para que a leitura do texto iii seja bem-sucedida, precisoreconhecer sua progresso temtica, ou seja, a sequncia em que os contedos foram apresentados, explicados, retomados, dentreoutrasestratgias.Assim, pode-se afirmar que:A) o segundo e o quarto pargrafos explicam os dois motivos

    pelos quais o autor considera que o ato de escrever deve ser considerado uma obrigao.

    B) o quarto pargrafo do texto retoma o contedo do segundo pargrafo, porque os dois se referem ao prazer de escrever como um sentimento a ser cultivado.

    C)oquintopargrafo explicaqueo atodeescrever umanecessidade da vida contempornea por causa dos concursos pblicos e selees de emprego.

    D) o quinto e o sexto pargrafos apresentam os argumentos que justificama ideiadequeescreverumprazera sercultivado, contida no quarto pargrafo.

    E) ostimoeooitavopargrafosapresentamapropostadeque os estudantes devem decorar regras de portugus para escrever melhor.

    17. um dos aspectos responsveis por garantir a coerncia textual a relao lgica que se estabelece entre as ideias. Essarelao pode ser explicitada por conectores ou estar implcita na sequncia textual. no trecho a seguir, estabelece-se uma relao lgica implcita entre os dois perodos.na prtica, no h garantia de que aprender uma dada quantidadede tcnicasdeescritanos faaescrevermelhor.Escrever, como ler, s ser efetivamente um hbito qualificado sefeitocomprazer.(linhas15-18,textoiii)Essa relao lgica entre os dois perodos pode ser expressa por:A) embora. B) por conseguinte.C) medida que D) a fim de que.E) sempre que.

    18. Umdos empregos da vrgula a separao de elementosque exercem funes sintticas diferentes, geralmente com a finalidade de real-los, como acontece com os adjuntos adverbiais antecipados na estrutura da orao.As frases a seguir, extradas do texto III, so exemplos desse tipo de uso, exceto:A)Aomenos,pordoismotivosimaginoeu.(linha2)B)Emprimeirolugar,porqueissoumanecessidadedavida

    contempornea.(linhas3-4)C) na prtica, no h garantia de que aprender uma dada

    quantidadedetcnicas[...](linhas15-16)D)Certamente, umbom texto denuncia o quanto a srio

    levamosoprazerdelereescrever.(linhas21-23)E) no se trata de padronizar o prprio texto, mas fazer aflorar

    omelhordenossoraciocnio.(linhas30-31)

    texto ivcriAnAs on-line

    A onda da virtualizao e da mobilidade via tecnologiasdigitaisnoumanovidadedanossaEra., sim, a possibilidade da materializao de algo que a humanidade vem fazendo h milhares de anos, desde que precisou sobreviver e viver melhor em ambientes diversos e com condies nem sempre favorveis.

    Virtualizar-se expandir-se, promover ummovimento de autocriao e de brincar com dimenses de tempo e espao de uma formamais palpvel. proporcionar a ampliao de conhecimentos e de relaes de todos os tipos.

    Estamos imersos em um contexto em que viver estar tambm virtualmente presente, o que produz osmulticenrios e as sincronias miditicas de criao e de exposioquevemosdiariamente.AEradoVirtualumcaminho para essa perspectiva mltipla, e a mobilidade ummeioparaoalcanceda liberdadedeexpressoquepode ocorrer a qualquer tempo, em qualquer lugar e com qualquer pessoa.

    Segundo pesquisas, as crianas brasileiras, as nossas crianas, esto passando cada vez mais tempo on-line, cerca de73horasporms.Essesdadosrevelamquehumanovacultura nascendo em todos os mbitos, que vai desde o simples brincar ao crescer, estudar, trabalhar e se relacionar. Tal comportamento independe do que pensamos estar certo ouerrado,poisestebinmionomaisaplicvelcomumasoluo razovel.

    As instituies de ensino que incorporarem os meios digitais (tablets, notes,celulares3G)estarodandoumpasso frente na possibilidade de realizar o seu papel de formao na educao, ampliando o espectro de conhecimentos dos alunosumavezqueasinstituiesfsicas,apenasmundoreal, no sero mais capazes de fazer.

    no sentido de alargamento do contingente cognitivo, o segredo para uma educao eficaz est em permitir que as pessoas possam extrair e aomesmo tempo gerarcontedo nesse novo contexto. Estamos em um momento no qual todos somos criadores e consumidores crticos de informaes diversas. Isso significa podermos compilar aquilo que desejamos e transformarmos em novas informaes.

    A gerao de novos conhecimentos j est acontecendo dessa forma. nesse novo modelo, os contedos no so mais simplesmente empacotados do professor para os alunos; mas so contedos que permitem a produo de contribuies pelo estudante, geradas por meio de buscas ou de interaes com qualquer parte do mundo ou da Histria, e expressos nas mais diversas formas miditicas que fomos, atontem,capazesdeconhecer.

    GARRIDO, Susane. Crianas on-line. O Globo.Opinio.p.7,25set.2011.Adaptado.

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    19. OtextoiV,queumartigodeopinio,defendeaideiadeque:A)aexperincianomundovirtualanicapossibilidadede

    garantir a liberdade de expresso na escola do futuro.B)atecnologiadigitalpermitequeaspessoassejamtambm

    criadorasdecontedo,almdemerasconsumidoras.C) a virtualizao da informao obrigou a humanidade a

    abandonar antigas prticas de relacionamento interpessoal.D) o tempo que as crianas brasileiras passam conectadas tem

    repercusses negativas na sua formao escolar.E) os multicenrios criados pela tecnologia digital oferecem a

    possibilidade de retomar experincias passadas.

    20. De acordo com as regras de concordncia nominal do uso padrodaLnguaPortuguesa,oadjetivodeveconcordaremgnero e nmero com o substantivo a que se refere. no seguinte trecho do texto IV, a flexo dos adjetivos expressos e geradas segue esse uso padro. nesse novo modelo, os contedos no so mais simplesmente empacotados do professor para os alunos; mas so contedos que permitem a produo de contribuies pelo estudante, geradas por meio de buscas ou de interaes com qualquer parte do mundo ou da Histria, e expressosnasmaisdiversasformasmiditicasquefomos,atontem,capazesdeconhecer.(linhas42-48)A flexo desses adjetivos pode ser justificada porque eles se referem, respectivamente, a:A) contedos e contribuies.B) conhecimentos e interaes.C) alunos e contribuies.D) contedos e interaes.E) estudantes e contribuies.

    21. A seguinte palavra pode ser considerada um neologismo formado por derivao sufixal e relacionado s descobertas cientficasetcnicasdaatualidade:A) mobilidadeB) multicenriosC) on-lineD) tabletsE) Virtualizar-se

    22. As instituies de ensino que incorporarem os meios digitais (tablets, notes,celulares3G)estarodandoumpassofrentena possibilidade de realizar o seu papel de formao na educao[...](linhas28-31)no trecho, os parnteses so utilizados com a funo de:A) acrescentar uma informao crtica sobre o tema do texto.B) detalhar uma informao oferecida no contexto anterior.C) corrigir uma informao contida no corpo do pargrafo.D) explicar o sentido de uma palavra utilizada anteriormente.E) introduzir um comentrio do autor sobre o contedo

    apresentado.

    23. Noprocessode leitura,precisoqueo leitor identifiqueasmarcas de continuidade que o texto apresenta. As referncias a pessoas, coisas, lugares, fatos so introduzidos e, depois, retomados, para se relacionarem, medida que o texto vai progredindo. Os recursos lingusticos que garantem essa progresso so chamados de recursos coesivos referenciais:pronomes,sinnimos,hipernimos,expressesresumitivas, expresses metafricas, formas metadiscursivas, numerais,advrbios,artigossoalgunsdeles.

    no texto IV, no trecho nesse novo modelo, os contedos no so mais simplesmente empacotados do professor paraosalunos... (linhas42-44,),omesmoprocessodereferenciao pode ser exemplificado pela palavra ou expresso destacada em:A) , sim, a possibilidade da materializao de algo que

    a humanidade vem fazendo hmilhares de anos [...] (linhas3-4)

    B) Estamos imersos em um contexto em queviverestartambmvirtualmentepresente[...](linhas12-13)

    C)A Era doVirtual um caminhopara essaperspectiva mltipla[...](linhas15-16)

    D)[...]amobilidadeummeioparaoalcancedaliberdadedeexpresso que pode ocorrer a qualquer tempo, em qualquer lugarecomqualquerpessoa.(linhas16-19)

    E) [...] uma educao eficaz est em permitir que as pessoas possam extrair e ao mesmo tempogerarcontedo[...](linhas35-37)

    24. A relao lgica estabelecida entre as ideias do texto IV, por meio da palavra ou da expresso destacada, est exemplificada corretamente em:A) Concluso: [...] algo que a humanidade vem fazendo h

    milhares de anos, desde que precisou sobreviver e viver melhoremambientesdiversos[...](linhas3-5)

    B)Temporalidade:AEradoVirtualumcaminhoparaessaperspectivamltipla, e amobilidade ummeiopara o alcancedaliberdadedeexpresso[...](linhas15-17)

    C) Comparao: Tal comportamento independe do que pensamos estar certo ou errado, poisestebinmionomaisaplicvelcomumasoluorazovel.(linhas25-27)

    D) Causalidade: [...] ampliando o espectro de conhecimentos dos alunos uma vez que as instituies fsicas, apenas mundoreal,noseromaiscapazesdefazer.(linhas31-33)

    E) Condio: [...] os contedos no so mais simplesmente empacotados do professor para os alunos; mas so contedos que permitem a produo de contribuies pelo estudante.(linhas42-45)

    25. A progresso temtica a forma como se encadeiam asideias que contribuem para o desenvolvimento do tema. Apartirdeum tema,precisoqueos tpicosmantenhamum encadeamento entre si, uma relao de continuidade para dar andamento ao texto. Para que um texto seja considerado coerente,precisoqueapresentecontinuidade tpica, semrupturas definitivas nem digresses excessivamente longas. Para compreender um texto, portanto, o leitor deve ser capaz de (re)construir o caminho traado pelo autor e estabelecer as relaes marcadas no texto.O texto IV, antes de defender a necessidade de as instituies de ensino incorporarem os recursos digitais no processo educacional, aborda:A) a virtualizao e a mobilidade alcanadas pelas tecnologias

    digitais e a mudana nos hbitos das crianas brasileiras.B) a proposta de um novo modelo de ensino marcado

    por maior participao dos alunos no processo de ensino-aprendizagem.

    C)aimportnciadeaspessoassetornaremtambmcriadorasdecontedo,almdemerosconsumidoresdeinformaesvia rede.

    D) as caractersticas da Era Virtual e a crtica ao modelo de ensino em que o professor passa contedos prontos aos alunos.

    E) as pesquisas sobre o tempo de uso da rede pelas crianas brasileiras e a afirmao de que possvel compilar etransformar informaes.

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    Fique de Olho

    A literatura contribuiu e continua contribuindo para o

    enriquecimento da linguagem. Vocbulos, expresses que nasceram

    nos livros para nominar personagens ou mesmo lugares foram

    tomados de emprstimo pela linguagem cotidiana. Um bomexemploaOdisseia,poemapicodogregohomero.

    AobraumanarrativadeaventurasdeUlisses,quetentavoltar para casa aps a Guerra de Troia. Por dez anos, ulisses

    enfrentaosmaisdiferentesinimigos,atconseguirchegarasuataca. Os infortnios, as dificuldades enfrentadas por ulisses deram

    origem a uma expresso que est incorporada linguagem do

    cotidiano. Veja:

    Essa viagem pela Europa foi uma verdadeira odisseia.

    Agora quero sombra e gua fresca.

    BALzAquiAnA

    NosculoXiX,quandoashoronasda literaturacasavamantesdecompletar21anos,ofrancshonordeBalzaccausoufuror com o romance A mulher de 30 anos (1831), que exaltamulheresmaismaduras,atraentesnosfisicamente,mastambmporseencontraremnaplenitudedesuafeminilidadeasfamosasbalzaquianas.De l pra c, prem, os limites desse conceitose expandiram na mesma medida em que a qualidade de vida, a

    cosmticaeacirurgiaplsticaresguardamabelezadosefeitosdaidade. Para representar, hoje, uma balzaquiana, a escolha recairia

    sobremulherescom40,50ouat60anos.

    Cheguei aos 40 anos, agora possome considerar umabalzaquiana, muito embora me sinta com 22. Assim, Alice

    tentava enganar o tempo.

    BiG BrotHEr

    O romance 1984, do ingls George Orwell, escrito em

    1948(ottuloapenasinverteuosdoisltimosalgarismosdadata),descreve uma sociedade em que no existe mais liberdade nem

    privacidade. Todos os cidados so controlados pelo Partido, cujo

    lderaclamadocomooGrandeirmo.Nessepesadelofuturista,osaparelhosdeTV,almdereceberasimagenstransmitidaspelogoverno, servem para espionar a vida familiar dos espectadores.

    Gigantescos cartazes anunciam por toda parte: O grande irmo

    estdeolhoemvoc.DerivadofatoaexpressoBig Brother, que passou a ser usada para denominar esse tipo de poder que tenta

    controlarossentimentos,aconscinciadecadaumatbatizarum dos mais famosos reality shows de TV mundial. A expresso

    bastante usada para fazer referncia a situaes em que aprivacidadeexpostasemofiltrodacensura.

    Esse final de semana na praia com os amigos foi um

    verdadeiro big brother. J pensou se minha namorada toma

    conhecimento disso.

    mOREnO, Cludio. Revista Super Interessante, mundoEstranho,soPaulo.Abril,2002.

    LeiaagoraosversosdopoetabarrocoGregriodematos.

    (...)

    Goza, goza da flor da mocidade,

    Que o tempo trota a toda ligeireza,

    E imprime em toda a flor sua pisada.

    Oh no aguardes, que a madura idade

    Te converta em flor, essa beleza

    Em terra, em cinza, em p, em sombra, em nada.

    (mATOS, Gregrio. Gregrio de Matos LiteraturaComentada.2.ed.So Paulo: nova Cultural, 1988. p. 112.)

    Bibliografia

    ABAuRRE,mariaLuizam.ePOnTARA, marcela. Gramtica e texto: AnliseeConstruodosentido.soPaulo:moderna,2006.FARRACO, Carlos Alberto e TEzzA, Cristovo. Oficina de texto.

    Petrpolis: Vozes,2005.FIORIn,JosLuizesAViOL, Francisco Plato. Para entender o texto. soPaulo:tica,2002.iLARi, Rodolfo. Introduo semntica: brincando com a gramtica. soPaulo:Contexto,2001.KOCH, Ingedore Villaa. A coeso textual. So Paulo: Contexto,

    1996.

    nEVES, maria Itelena de maura. Gramtica de usos do Portugus.

    soPaulo:Unesp,2000.mOnTEIRO,JosLemos.A estilstica. Petrpolis:Vozes,2005.

    EXErccios DE fiXAo

    As Variantes de Linguagem

    01 02 03 04 05

    B A E B C

    06 07 08 09 10

    B A E B D

    EXErccios ProPostos

    As Variantes de Linguagem

    01 02 03 04 05

    B C E E A

    06 07 08 09 10

    D D B C E

    11 12 13 14 15

    A C A B C

    16 17 18 19 20

    D B E B A

    21 22 23 24 25

    E B C D A

    AN13/03/13Rev.: TMOSG.: 69243/13

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