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1 MACROECONOMIA III A TEORIA GERAL DO EMPREGO, DO JURO E DA MOEDA J. M. Keynes Capítulo 3 - O Princípio da Demanda Efetiva Teoria de Keynes: desemprego como resultado de insuficiência de demanda ou, de maneira geral, variações no nível de emprego estão relacionadas com as variações da DE. Custos: 1) de fatores; 2) de uso. Lucro = valor da produção - (custo de fatores + custo de uso).

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    MACROECONOMIA III A TEORIA GERAL DO EMPREGO, DO JURO E DA

    MOEDA J. M. Keynes Captulo 3 - O Princpio da Demanda Efetiva Teoria de Keynes: desemprego como resultado de

    insuficincia de demanda ou, de maneira geral, variaes no nvel de emprego esto relacionadas com as variaes da DE.

    Custos: 1) de fatores; 2) de uso. Lucro = valor da produo - (custo de fatores + custo

    de uso).

  • 2

    MACROECONOMIA III Empresrio quer maximizar o lucro quando decide o

    volume de emprego a ser oferecido. As decises dos empresrios quanto ao volume de

    emprego a ser oferecido dependero do preo da oferta agregada e do preo da demanda agregada.

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    MACROECONOMIA III "(...) levando-se em conta certas condies da tcnica de

    recursos e do custo dos fatores por unidade de emprego, tanto para cada firma individual quanto para a indstria em conjunto, o volume de emprego depende do nvel de receita que os empresrios esperam receber da correspondente produo. Os empresrios esforam-se por fixar o volume de emprego ao nvel em que esperam maximizar a diferena entre a receita e o custo dos fatores" (Keynes, p. 30). Assim, os capitalistas tendero a expandir o emprego se o rendimento esperado for maior que o preo de oferta agregada, ou seja, haver aumento do volume de emprego enquanto a FDA for superior FOA.

  • 4

    MACROECONOMIA III Preo da oferta agregada (Z): receita necessria que

    os capitalistas esperam obter para oferecer certo volume de emprego.

    Preo da demanda agregada (D): receita esperada advinda da venda de produtos decorrente de dado nvel de emprego.

    Seja Z o preo da oferta agregada que resulta do emprego de N trabalhadores Z = f(N) = FOA;

    Seja D o preo de demanda agregada resultante do emprego de N trabalhadores D = g(N) = FDA.

  • 5

    MACROECONOMIA III "Dessa maneira, se para determinado valor de N o

    produto esperado for maior que o preo de oferta agregada, isto , de D for superior a Z, haver incentivo que leva os empresrios a aumentar o emprego acima de N e, se for o caso, a elevar os custos disputando os fatores de produo entre si, at chegar ao valor de N para o qual Z igual a D. Assim, o volume de emprego determinado pelo ponto de interseo da FDA e da FOA, pois neste ponto que as expectativas de lucro dos empresrios sero maximizadas. Chamaremos DE o valor de D no ponto de interseo da FDA com a FOA" (Keynes, p. 30).

  • 6

    Equilbrio do sistema: dado pela interseo da curva de oferta e demanda agregadas

    E

    Onde: Z(N) = FOA;

    D(N) = FDA;

    N* = ponto de equilbrio do emprego;

    E = ponto de DE.

    P*Q

    N1 N* N2 N

    Z(N)

    D(N)

  • 7

    MACROECONOMIA III A partir do grfico, pode-se afirmar que: No ponto E a receita necessria para induzir dado volume de

    emprego (FOA) exatamente igual receita esperada (FDA) advinda daquele volume de emprego. Porm, nada garante que este ponto de equilbrio corresponda ao pleno-emprego dos fatores de produo.

    No ponto N2 as estimativas de demanda so insuficientes para cobrir os custos adicionais relativos expanso do emprego, isto , o rendimento esperado (FDA) menor que o rendimento necessrio (FOA) proveniente daquela quantidade de emprego. Portanto, os empresrios no expandiro o emprego alm de N*.

  • 8

    MACROECONOMIA III Situao oposta ocorrer no ponto N1: a receita esperada

    (FDA) superior ao custo de produo (FOA) empresrios tendero a aumentar o volume de emprego at N*.

    Concluso: nvel timo de emprego a ser oferecido pelos empresrios corresponde ao ponto de DE. Da a inovao de Keynes: possibilidade de desemprego involuntrio quando a FDA e a FOA estiverem em equilbrio.

  • 9

    MACROECONOMIA III FDA = soma das funes consumo e investimento. Funo consumo: relativamente estvel; depende do nvel

    de renda da comunidade. Funo investimento: instvel; depende da relao

    existente entre a taxa de juros e a eficincia marginal do capital.

  • 10

    MACROECONOMIA III O emprego depender ento: 1) da FOA; 2) da propenso

    a consumir e 3) do montante de investimento. O volume de emprego assim estipulado determinar os

    salrios reais (e no o inverso como postulado pela teoria clssica).

    Eficincia marginal do capital: mxima taxa de rendimento sobre o custo que se espera de uma unidade adicional dessa espcie de bem.

    Taxa de juros: depende da oferta e da demanda por moeda.

  • 11

    MACROECONOMIA III Demanda por moeda subdivide-se em trs modalidades:

    transao, precauo (ambas relativamente estveis) e especulao (instvel).

    Haver incentivo para realizar novos investimentos enquanto a eficincia marginal do capital estiver acima da taxa de juros. Esta situao se prolongar at que estas taxas se tornem iguais.

    A propenso a consumir e o nvel de investimentos determinam o emprego e este determina os salrios reais (e no o inverso, como queria a teoria clssica).

  • 12

    MACROECONOMIA III Se o investimento e o consumo caem, o volume de

    emprego tambm ser reduzido. O volume de emprego poder ser inferior oferta de trabalho potencialmente disposta a trabalhar ao salrio real vigente. Portanto, o salrio real de equilbrio ser superior desutilidade marginal do emprego de equilbrio.

    Paradoxo da pobreza: aumento do consumo e, portanto, o investimento poder ser menor para garantir o pleno emprego.

  • 13

    MACROECONOMIA III Cap 5 - A expectativa como elemento determinante do

    produto e do emprego Investimentos Os nveis de demanda e custos que devem ser estimados

    para se tomar as decises de investimentos no so aqueles imediatamente frente, mas comeando somente quando o equipamento estiver sendo usado na produo e terminando com a vida do equipamento.

  • 14

    MACROECONOMIA III Curto prazo X longo prazo: o curto prazo caracterizado

    por um estoque de capital fixo, ao contrrio do longo prazo onde o estoque de capital pode ser ampliado. Na TG estes dois termos tambm se referem ao horizonte das expectativas que motivam as decises de produo (curto prazo) e de investimento (longo prazo).

    Ambas decises (de produzir e investir) envolvem estimativas de demanda futura, mas o investimento envolve resolues de longo prazo.

  • 15

    MACROECONOMIA III Variando-se os fatores variveis (por exemplo, trabalho)

    pode-se alterar a produo a curto prazo; porm a expectativa relevante para o investimento envolve muitos perodos de produo.

    As expectativas de curto prazo pertencem s expectativas de venda ao final do perodo corrente de produo; as expectativas de longo prazo referem-se s vendas esperadas de vrios perodos.

  • 16

    MACROECONOMIA III So as expectativas de curto prazo e longo prazo que

    determinam o volume de emprego e produo. Se as expectativas das firmas forem frustadas a oferta de emprego sofrer mudana na prxima oportunidade, provocando desequilbrios na economia.

  • 17

    MACROECONOMIA III Cap. 8 - A propenso a consumir: I. Os fatores objetivos O consumo depende: Da renda agregada; De fatores objetivos que a afetam; De fatores subjetivos .

  • 18

    MACROECONOMIA III Fatores objetivos que influenciam a propenso a

    consumir: variaes no salrio real; variao na diferena entre renda e renda lquida

    (depreciao?); variaes imprevistas nos valores de capital no

    considerados n renda lquida; variaes na poltica fiscal; modificaes das expectativas acerca da relao entre

    nveis presentes e futuros da renda.

  • 19

    MACROECONOMIA III Conclui-se que a propenso a consumir pode ser considerada

    relativamente estvel, desde que sejam eliminadas a variao nos preos (que afetam o salrio real), as fluttuaes imprevistas no valor do capital, as variaes substanciais na taxa de juros e na poltica fiscal, pois tais fatores no devem Ter importncia, a no ser em situaes especiais.

    Lei psicolgica fundamental: "(...) os homens esto dispostos, de modo geral e em mdia, a aumentar o seu consumo medida em que sua renda cresce, embora no em quantia igual ao aumento de sua renda" (Keynes, p. 75).

  • 20

    MACROECONOMIA III Cap. 9 - A propenso a consumir: II. Os fatores subjetivos Indivduos: fazer reservas financeiras para fazer face a qualquer eventualidade

    (precauo); constituir fundos para complementar renda de aposentadoria, custeio

    de educao, etc; postergar o consumo com vistas a aproveitar o benefcio auferido pelos

    juros; garantir fundos para realizar projetos especulativos ou econmicos em

    momentos apropriados; fazer fortuna; avareza.

  • 21

    MACROECONOMIA III Existem tambm motivos pelos quais empresas e

    governos se abstm de gastar: acumulao interna para financiar novos investimentos a

    fim de evitar emprstimos externos; necessidade de liquidez imediata para fazer face a

    emergnicas (crises).

  • 22

    MACROECONOMIA III Cap. 13 - A teoria geral da taxa de juros "Pode-se dizer que a curva de eficincia marginal do

    capital governa as condies em que se procuram fundos disponveis para novos investimentos, enquanto a taxa de juros governa os termos em que esses fundos so corretamente oferecidos" (Keynes, p. 121).

  • 23

    MACROECONOMIA III Nvel de escolha dos indivduos: que parte da renda consumir e que parte poupar? Como aplicar o excedente da renda sobre o consumo? Sob

    forma lquida imediata ou no mercado financeiro?

  • 24

    MACROECONOMIA III Erro comum nas teorias geralmente aceitas: deduo da

    taxa de juros do primeiro desses dois elementos. Se no houvesse incerteza, seria melhor possuir ttulos

    que produzem juros em contraste com a posse de moeda que no os produz. Portanto, a preferncia liquidez pelo motivo especulao no existiria.

    Conceito de taxa de juros em Keynes: recompensa da renncia liquidez por um perodo determinado.

  • 25

    MACROECONOMIA III "A taxa de juros no o preo que

    equilibra a demanda de recursos para investir e a propenso de abster-se do consumo imediato. E' o preo mediante o qual o desejo de manter riqueza em forma lquida se concilia com a quantidade de moeda disponvel" (Keynes, p. 122).

  • 26

    MACROECONOMIA III Determinantes da taxa de juros: preferncia pela liquidez

    (demanda por moeda) e a quantidade de moeda em circulao (oferta de moeda).

    Algumas vezes os indivduos preferem reter moeda (entesourar) ao invs de aplicar seus fundos no mercado financeiro em face da incerteza quanto ao futuro das taxas de juros.

    Trs so os motivos que governam a preferncia pela liquidez: transao; precauo; especulao

  • 27

    MACROECONOMIA III Posio baixista: expectativa de queda no valor dos ttulos

    (e, consequentemente, elevao da taxa de juros) induz reteno de moeda;

    Posio altista: o oposto da posio baixista. Posies contrrias dos baixistas e dos altistas contribuem

    para estabilizar as oscilaes na taxa de juros.

  • 28

    MACROECONOMIA III "O motivo especulao na preferncia de liquidez se define,

    pois, como o intento de assegurar um lucro por conhecer melhor que o mercado o que trar o futuro. As aquisies de obrigaes sero adiadas se se espera que a taxa de juros suba. Se a taxa de juros sobe, ento baixar o preo das obrigaes. A pessoa que haja especulado retendo o dinheiro, pode ento comprar a preo inferior e obter um lucro. Um indivduo que espera que suba o preo das obrigaes (que baixe a taxa de juros) mais que o espera a opinio dominante, tal como se expressa nas cotaes da bolsa, est em situao de lucrar, tomando dinheiro emprestado a curto prazo a fim de comprar ttulos agora e vend-los a um preo mais elevado depois quando e se o preo realmente subir" (Keynes, p. 159).

  • 29

    MACROECONOMIA III A regulamentao da taxa de juros pode ser realizada via

    poltica monetria: um aumento na quantidade de moeda faz baixar a taxa de juros, com reflexos positivos sobre o nvel de produo e emprego.

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