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CONTABILIDADE GERENCIAL UM INSTRUMENTO DE APOIO A GESTÃO
PARA A TOMADA DE DECISÃO.
Katia Assunção Sousa
Email: [email protected]
Rosemar Bassolli
Email: [email protected]
INTRODUÇÃO
A Contabilidade gerencial se caracteriza pôr ser uma área contábil autônoma, pelo
tratamento dado à informação contábil, enfocando planejamento, controle e tomada de
decisão, dentro de um sistema de informação contábil. A contabilidade gerencial é relacionada
como fornecimento de informações para os administradores, isto é, aqueles que estão dentro
da organização e que são responsáveis pela direção e controle de suas operações, a
contabilidade gerencial pode ser constatada como contabilidade financeira, que é relacionada
com o fornecimento de informações para os acionistas, credores e outros que estão de fora da
organização.
A contabilidade gerencial deve fazer a conexão entre ações locais dos gerentes e a
lucratividade da empresa, para que estes possam saber que direção tomar. Medindo
corretamente o impacto de ações locais no desempenho global, a contabilidade gerencial
também serve como agente motivador, pois premia as pessoas que contribuem
significativamente ao objetivo da empresa, esta tem o objetivo de fornecer informações para
que os gerentes possam decidir qual o melhor caminho para a empresa.
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RESUMO
Contabilidade Gerencial um instrumento de apoio à gestão para a Tomada de Decisão.
A contabilidade gerencial tem em seu papel principal fornecer ferramentas para a
administração da empresa, procurando suprir informações que se encaixem de maneira valida
e efetiva no modelo decisório do administrador. Está caracterizada como um enfoque no
fornecimento de informações para os administradores, no caso, uma ferramenta para a
administração. É uma ferramenta necessária dentro dos procedimentos contábeis na
contabilidade financeira, contabilidade de custos, na analise financeira, etc. de modo a auxiliar
os gerentes na tomada de decisões. O foco atual esta centrada em criar valores consideráveis
pelo fornecimento de informações necessárias para o sucesso das organizações, de um modo
geral a contabilidade gerencial se vale de outros campos de conhecimentos, entre eles o
conceito da administração da produção, da estrutura organizacional e da administração
financeira, campo mais amplo de toda a contabilidade empresarial. O contador gerencial deve
ser um profissional altamente qualificado, pois ele quem definirá e controlará todo o fluxo de
informações da empresa.
Palavras-Chave: Contabilidade Gerencial, Informações, Tomada de Decisão.
Tema central: Contabilidade Gerencial, Tomada de Decisão.
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DEFININDO CONTABILIDADE GERENCIAL
A contabilidade gerencial pode receber diversas definições. As palavras- chaves para o
entendimento da contabilidade gerencial são informação e gestão.
Iudícibus caracteriza a contabilidade gerencial como:
[...] um enfoque especial conferido às várias técnicas e procedimentos contábeis já
conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise
de balanços, etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais
analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a
auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório (1998, p. 21).
Nesse contexto a contabilidade gerencial se apresenta como sendo aquela destinada a prover
informações úteis para a administração.
O IFAC, International Federation of Accountants, diz que:
[...] contabilidade gerencial pode ser definida como o processo de identificação,
medição, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação da
informação (financeira e operacional) usada pela administração para planejar, avaliar,
controlar e assegurar, dentro de uma organização, o uso dos recursos com
responsabilidade (1998, p. 99, tradução nossa).
Anthony e Govindarajan (2001) destacam que a contabilidade gerencial tem três divisões:
contabilidade de custo total, responsável pelo custeio de produtos e serviços para fins de avaliação de
estoques, da precificação e da lucratividade dos produtos;
A contabilidade diferencial, responsável por estimar os custos existentes em condições
alternativas; e o controle gerencial, responsável pelo controle e medição das variáveis
estratégicas, bem como de unidades de negócios, dentre outros.
A contabilidade, em sua origem, era gerencial, haja vista que era realizada para que os
gestores pudessem ter controle sobre seus bens e orientar suas ações em vista do futuro. Além de
estar composta em conformidade com o modelo de gestão então adotado.
A contabilidade permaneceu dessa forma até que houve um movimento do mercado
financeiro e de capitais que culminou com a padronização da atividade contábil.
As fases e o contexto histórico em que se desenvolveu a contabilidade gerencial até os
tempos atuais são abordadas a seguir.
CONTABILIDADE GERENCIAL E SUA EVOLUÇÃO
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Com o advento das grandes companhias de produção industrial, no final do século XIX,
tornaram-se necessárias novas técnicas de controle e custeio dos produtos. Nascendo assim uma
das primeiras contribuições à contabilidade gerencial , com a apresentação de algumas formas
utilizadas para calcular o custo de produção real, incluindo custos indiretos e alocação de despesas
indiretas. Trabalhos sobre custos de fabricação evidenciaram a preocupação primeira nos estudos no
início do século XX. Com o crescimento das empresas, mais era exigido da contabilidade como
fonte de informações e controle dos resultados da gestão.
Para Johnson e Kaplan (1987), um dos principais elementos do controle e análise dos
resultados foi o retorno sobre os investimentos, ao qual foram associados os orçamentos flexíveis e
os preços de transferência. Dada essa realidade, o papel da contabilidade na elaboração de
orçamentos, na determinação de preços e no controle operacional, dentre outras atividades, aumentou
sobremaneira.
Segundo Schmidt (2000), nos anos cinquenta e sessenta outros trabalhos emergiram sobre
orçamento de capital, fluxos de caixa, a influência da informação contábil sobre o comportamento dos
empregados, a informação contábil para a tomada de decisões e para a avaliação de desempenho
divisional. Ainda informa que nos anos setenta, as pesquisas pautaram-se pela aplicação da
estatística para evidenciar as práticas de contabilidade gerencial.
Por ir de encontro ao crescimento globalizado do mercado, torna-se cada vez mais viável
para uma organização, ter em seu quadro de profissionais um Contador gerencial também conhecido
como Controller.
Para os avanços da contabilidade gerencial citados até então, Johnson e Kaplan (1987)
comentam que as informações dela perderam relevância no contexto da gestão.
Justificam essa opinião dizendo que a contabilidade financeira está voltada e
parametrizada para atender aos usuários externos e não aos gestores da entidade, enquanto que a
contabilidade gerencial foi internalizada a ponto de não vislumbrar o cenário em que a empresa está
envolta, bem como ser intempestiva para a tomada de decisões. O ambiente que Johnson e Kaplan
(1987) consideram para as exposições deles está baseado num mercado de competição
globalizada, cuja tecnologia da informação coloca a empresa em condições de concorrer em
qualquer lugar do planeta.
O IFAC – Federação Internacional dos Contadores (1998) tem considerado a evolução da
contabilidade gerencial em quatro estágios distintos, a saber:
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O 1º estágio compreende o período antes de 1950 e enfatiza a determinação de custos e o
controle financeiro, por meio da utilização de técnicas de contabilidade de custos e
orçamento;
O 2º estágio teve início por volta de 1965, quando deu ênfase ao fornecimento de informações
para o planejamento e controle, por meio do uso de técnicas como análise de decisão e
contabilidade por responsabilidade;
O 3º estágio ocorreu por volta de 1985, quando a atenção voltou-se para a redução de
desperdícios dos recursos usados nos processos de negócios, por meio do uso de técnicas de
gerenciamento de custo e análise do processo;
O 4º estágio teve início por volta de 1995, quando a atenção foi deslocada para a geração ou
criação de valor por meio do efetivo uso dos recursos, do uso de tecnologias, as quais
examinam os direcionadores de valor dos clientes, de valor dos acionistas e inovação
organizacional.
O IFAC (1998) destaca ainda que cada estágio representa uma evolução da
contabilidade gerencial em resposta a novas realidades enfrentadas pelas empresas. Desse modo, é
uma evolução que considera as tecnologias utilizadas até a fase anterior, acrescendo algo de novo,
perfazendo uma combinação entre o velho e o novo, para atender ao novo ambiente gerencial.
COMPARAÇÕES ENTRE A CONTABILIDADE GERENCIAL E A FINANCEIRA
O objetivo da contabilidade financeira é coletar dados de transações econômicas e
financeiras que afetam o patrimônio da empresa, classificá-los e registrá-los, fornecendo
informações importantes em forma de relatórios. É bastante objetiva, verificável, relevante e
tempestiva.
Apresentamos abaixo um quadro comparativo entre contabilidade financeira e
contabilidade gerencial.
QUADRO: COMPARAÇÃO ENTRE CONTABILIDADE FINANCEIRAE GERENCIAL
Aspecto Contabilidade financeira Contabilidade gerencial
Público-alvo
Externo: acionistas, credores,
governo, legisladores, dentre
outros.
Interno: planejamento, direção e
motivação, controle e avaliação do
desempenho.
Ênfase
Consequências financeiras do
passado. Objetividade e
consistência dos dados.
Decisões que afetam o futuro.
Relevância e a flexibilidade dos dados.
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Informação Precisa, objetiva. Oportuna, objetiva e subjetiva.
Relatórios
Resumidos com informações sobre
a entidade como um todo.
Detalhados sobre setores,
departamentos, produtos, clientes,
fornecedores, dentre outros. Princípios de contabilidade
geralmente aceitos
São observados. Podem ser observados.
Obrigatoriedade É obrigatória. Não é obrigatória. Única
Restrição: custo x benefício.
Orientação Eventos passados. Eventos futuros.
Implicações
comportamentais
Preocupada com a forma pela
qual se devem medir e comunicar
eventos econômicos. Impacto sobre
o comportamento é secundário.
Preocupada com a forma pela qual os
relatórios e as medidas influenciarão o
comportamento dos gerentes.
Delineamento das
atividades
Campo de atuação é mais preciso.
Menor uso de disciplinas afins.
Campo de atuação é menos
preciso. Maior interação com as
ciências econômicas e ciências do
comportamento.
Fonte: Adaptado de Horngren (1985), Garrison e Noreen (2001), Warren, Reeve e Fess (2001) e
Atkinson et al. (2000).
É notória, por essa comparação, que a contabilidade gerencial procura expressar em seus
relatórios uma visão holística. Em destaque está a orientação para o futuro, à preocupação com o
impacto e a tempestividade das informações sobre os gerentes e a amplitude do campo de atuação,
permitindo a utilização de técnicas e teorias advindas de disciplinas afins.
Johnson e Kaplan (1987) argumentam que a contabilidade gerencial tem se preocupado
muito com informações para decisões de curto prazo voltado para o ambiente interno das empresas,
não contribuindo para o seu futuro de longo prazo, ou seja, no aspecto estratégico. Dada a
importância atribuída à estratégia no atual contexto de competitividade global crescente, este
comportamento estaria colocando a contabilidade numa posição de pouca relevância para o
processo de gestão.
A CONTABILIDADE GERENCIAL ESTRATÉGICA
Opiniões de diversos autores vêm sendo apresentadas sobre os aspectos estratégicos da
contabilidade gerencial, proporcionando a cada entidade utiliza-la de acordo com as suas
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necessidades.
Para Horngren, Foster e Datar (2000), o objetivo da contabilidade gerencial, dentre outros é
fornecer informações para formulação das estratégias gerais, implicando numa perspectiva de
longo prazo. Assim, inclui decisões acerca do desenvolvimento de inovações e de produtos, bem
como investimentos em ativos tangíveis e intangíveis (marcas, patentes, recursos humanos, dentre
outros).
O IFAC (1998, p. 99) afirma que a contabilidade gerencial está inserida no processo de
gestão, fornecendo informações para:
Controlar as atividades correntes de uma organização;
Planejar estratégias, táticas e operações futuras;
Otimizar o uso dos recursos;
Medir e avaliar o desempenho;
Reduzir a subjetividade no processo de tomada de decisões; e
Melhorar a comunicação interna e a externa.
Shank e Govindarajan (1997, p. 5) consideram que a contabilidade gerencial participa do
processo cíclico estratégico, no qual se constitui a administração, a saber:
Formular estratégias;
Comunicar essas estratégias a toda a organização;
Desenvolver e pôr em prática as táticas para implementar as estratégias; e
Desenvolver e implementar controles para monitorar as etapas de implementação
da estratégia e depois o sucesso no alcance das metas estratégicas.
A contabilidade, mais especificamente no aspecto gerencial, enquanto sistema de informações
encontra-se em todas as etapas de desenvolvimento da estratégia.
Para BROMWICH (1990), a característica de estratégica atribuída à contabilidade
gerencial pode ser justificada considerando duas teorias econômicas: a primeira diz que o produto
é valorizado de acordo com os seus atributos e características oferecidos ao consumidor.
DIXON (1998) argumenta que a contabilidade gerencial é influenciada pelas decisões
estratégicas, pois estas devem ser redigidas em linguagem e técnicas contábeis, caso se queira
monitorar e controlar o gerenciamento estratégico. Informa, ainda, que a formulação e o
desenvolvimento das estratégias dependem de informações que podem ser fornecidas pela
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contabilidade gerencial, como estrutura de custos, estratégias de preços e produtos, volumes e
participação no mercado dos competidores, entre outras.
Contudo a contabilidade gerencial deve assumir uma postura estratégica por meio de
relatórios com informações do ambiente externo.
Brouthers e Roozen (1999) informam que a contabilidade estratégica atua fornecendo
informações necessárias para as seguintes funções estratégicas:
Análise ambiental;
Geração de estratégia alternativa;
Seleção de estratégia alternativa;
Planejamento da implementação da estratégia;
Controle do processo de gerenciamento estratégico.
Posto que para uma organização tempo seja dinheiro, a contabilidade gerencial, para
responder a administração estratégica, deve ser capaz de fornecer as informações financeiras
necessárias dentro de um tempo adequado.
Padoveze define controladoria estratégica como:
[...] a atividade de controladoria que, através do sistema de informação contábil,
abastece os responsáveis pelo planejamento estratégico da companhia com
informações tanto financeiras quanto não-financeiras, para apoiar o processo de
análise, planejamento, implementação e controle da estratégia organizacional (2003, p.
94).
O foco para contabilidade gerencial estratégica destacado nas definições é a estratégia
empresarial, cabendo à formulação, planejamento e controle, procurando participar efetivamente
do sucesso empresarial.
FUNDAMENTOS E ENFOQUES DA CONTABILIDADE GERENCIAL
ESTRATÉGICA
No trabalho de Martins (1998 citado por PADOVEZE, 2003), foram apresentados os
fundamentos e os enfoques de atuação da controladoria ou contabilidade estratégica.
Os fundamentos são:
a) Atenção a todos os stakeholders;
b) Preocupação com o longo prazo;
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c) Uso de informações financeiras e não financeiras (produtividade, qualidade, satisfação dos
clientes e funcionários, dentre outras); e
d) Foco constante no ambiente externo.
Atua sobre informações relativas a:
a) Competidores: custos, rentabilidade, preços de venda, capacidade produtiva;
b) Clientes: satisfação em relação aos concorrentes, motivos dos negócios não realizados e
outras informações;
c) Funcionários: satisfação, absenteísmo, imagem da empresa junto a potenciais funcionários,
produtividade, e outras;
d) Fornecedores: evolução da qualidade, capacidade produtiva e situação financeira, grau
de satisfação com os fornecedores;
e) Macro-ambiente: conjunturas, política e socioeconômica, relacionadas com a empresa,
indicadores de mercado externo, importações, câmbio e outras;
f) Acionistas: satisfação, valor da empresa e outras.
Embora o entendimento do que venha a ser contabilidade gerencial estratégica dentre a maioria
dos estudiosos pesquisados tenha aspectos comuns (foco no ambiente externo, no marketing, nos
competidores).
A existência da contabilidade gerencial estratégica passa pela postura estratégica dos
contadores ou controllers quando estes ganham importância no processo decisório estratégico.
Iudícibus (2001), que entendem que o posicionamento do contador ou controller na
empresa faz com que a contabilidade ganhe importância no processo de administração estratégica.
PRÁTICAS DE CONTABILIDADE GERENCIAL ESTRATÉGICA
As práticas de contabilidade gerencial estratégica podem ser inúmeras e variadas. Há
trabalhos que relacionam a contabilidade gerencial e os investimentos da empresa
(CAWENBERGH et al., 1996; SHANK, 1996; CARR; TOMKINS, 1996) ou ainda ser abordado
o balanced scorecard (KAPLAN; NORTON, 1997). Guilding, Cravens e Tayles (2000)
tomaram por referência os trabalhos de Simmonds (1986), enfoque em marketing, Bromwich
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(1990), enfoque em competidores e Wilson (1995 citado por GUILDING; CRAVENS;
TAYLES, 2000), enfoque no longo prazo, para determinar parâmetros para discernir as práticas
de contabilidade gerencial estratégica, os quais são:
1. Orientação para o mercado ou ambiental;
2. Enfoque sobre competidores; e
3. Orientação para o futuro de longo prazo.
Tais práticas busca fornecer informações que facilite o processo de formulação
estratégica. Em longo prazo, uma postura de orientação para o futuro, bem como foco
estratégico, caminha rumo a excelência para uma administração de sucesso.
O PAPEL DA CONTABILIDADE GERENCIAL
A competição esta cada vez mais acirrada, exigindo que empresas se adaptem
rapidamente. Elas precisam tornar a mudança em uma norma. A organização precisa estar
preparada para esse novo desafio, que antes de qualquer coisa é uma mudança de mentalidade.
Cada vez mais o sucesso pode durar pouco, a vantagem conseguida pode ser dissipada
de muito pouco tempo.
A organização, bem como as pessoas, tem que aprender a lidar com essa “nova
mudança”. Essa mudança só pode ser acompanhada se abandonar os conceitos tradicionais de
administração e usar novos conceitos.
Os processos de raciocínio são a base para uma organização de aprendizagem, para
se criar uma organização que causa mudanças e, consequentemente, que entra num processo
de otimização contínua. (Corbett, 1997; p.20).
Essas mudanças no ambiente empresarial têm impacto na contabilidade gerencial. Esse
impacto fica evidente quando analisamos as severas criticas que a contabilidade gerencial vem
sofrendo.
Hoje, a informação não esta sendo providenciada de uma forma que possa ajudar a
administração a identificar, priorizar e resolver problemas.
Administradores de produção estão sendo orientados a tomar importantes decisões
apesar das informações disponíveis da contabilidade de custos, e não porque ela é relevante.
Objetivos:
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A contabilidade Gerencial tem por objetivo, facilitar o planejamento, controle,
avaliação de desempenho e tomada de decisão.
Auxiliar o empresário nas tomadas de decisões, a fim de controlar, planejar e corrigir
as falhas da empresa, proporcionando um melhor gerenciamento.
Elaborar planos administrativos e instrumentos de apoio ás funções, focando a
avaliação de resultados.
Auxiliar no gerenciamento de departamento, enxergar e corrigir problemas, ajudar a
empresa a crescer e gerar lucros e diminuir a taxa de mortalidade empresarial e o desemprego.
As formas dos relatórios são orçamentos, contabilidade por responsabilidade, relatórios de
desempenho, de custos, relatórios não rotineiros para facilitar a tomada de decisão.
O contador gerencial pela própria natureza das funções que lhe são solicitadas a
desempenhar necessitará de formação bem diferente daquela exigida para o profissional que
atua na contabilidade formal. Estudará contabilidade como sistema de informação integrado ao
Sistema de Informação Global da Empresa, voltando ao atendimento das necessidades de
informação.
CARACTERÍSTICAS DO CONTADOR GERENCIAL
O contador gerencial, também conhecido como Controller da empresa, tem como a
principal função na moderna contabilidade gerencial, a função de assessoria, é o seu
departamento que tem a incumbência de prestar serviços especializados os outros
administradores e á presidência da empresa.
Os contadores têm papel importante no processo de tomada de decisões, não como
tomadores de decisões, mas como coletores e relatores de dados relevantes. Muitos gerentes
querem que o contador ofereça sugestões sobre uma decisão, mesmo que a decisão final
sempre pertença ao executivo operacional. Um contador gerencial deve ser elemento com
formação bastante ampla.
Saber tratar, refinar e apresentar de maneira clara, resumida e operacional, dados
dispersos, contidos nos registros da contabilidade financeira, de custos etc., bem como juntar
tais uniformes com outros conhecidos não especificamente ligados á área contábil, para suprir a
administração em seu processo decisório. Deve estar ciente de certos conceitos de
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microeconomia e observar as reações dos administradores quanto á forma e conteúdo dos
relatórios. Deve ser elemento com formação bastante ampla, inclusive de conhecimento, senão
das técnicas, pelo menos dos objetivos ou resultados que podem ser alcançados com métodos
quantitativos. (Sérgio de ludícibus, 1987 p.23).
Nesse contexto fica claro qual o perfil esperado pelo mercado para os novos bacharéis
em Ciências Contábeis, que queiram atuar como contadores gerenciais, tornando se, portanto
profissionais de destaque.
São funções do contador gerencial:
1. Garantir que as informações cheguem às pessoas certas no tempo certo;
2. Fazer compilação, síntese e análise da informação;
3. Fazer planejamento perfeito com objetivo de se chegar a um controle eficaz, ou seja,
controlar as atividades da empresa;
4. Elaborar relatórios padrões para facilitar sua interpretação;
5. Avaliar e assessorar os gerentes e o presidente;
6. Organizar o sistema gerencial a fim de permitir à administração Ter conhecimento dos
fatos ocorridos e seus resultados;
7. Comparar o desempenho esperado com o real;
8. Pensar e planejar a administração tributária;
9. Elaborar relatórios para o governo e entidades oficiais;
10. Proteger os ativos da empresa;
11. Fazer avaliação econômica para tomada de decisão;
12. Propor medidas corretivas a fim de melhorar a eficiência da empresa.
Também podemos definir como característica do contador gerencial a precisão e a
defesa dos interesses da empresa, pois os administradores querem que o Controller forneça
dados e números precisos e pertinentes à decisão que será tomada, querem inclusive que ele
recomende qual deve ser a decisão, mesmo que não seja esta a decisão a ser tomada pela alta
administração.
O contador gerencial deve ser um profissional altamente qualificado, com profundo
conhecimento dos princípios contábeis, pois ele quem definirá e controlará todo o fluxo de
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informações da empresa, fazendo com que, como dito anteriormente, as informações corretas
cheguem aos interessados dentro de prazos adequados e que a administração superior só
receba informações úteis à tomada de decisões.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os temas apresentados nesse trabalho visam propiciar uma reflexão, e ampliar as
possibilidades tanto para aqueles que irão ingressar nessa área, como aqueles que já operam
como um profissional. As organizações carecem de profissionais qualificados com esse novo
perfil.
Dada as necessidades do mercado aliada a oferta em tecnologia da Informação, a
Contabilidade gerencial deixa de ser apenas uma matéria didática, e passa ser um novo ramo a
ser trilhado pelo profissional formado em Ciências Contábeis.
O desenvolvimento que a Contabilidade Gerencial pode ter com o uso inteligente de
métodos quantitativos e com a difusão de sistemas de informações gerenciais em
processamento eletrônico torna se cada dia mais amplo. Posto que a Contabilidade auxilie
bastante no fornecimento de informações para decisões cujo conhecimento e tratamento sejam
somados a outras disciplinas.
O objetivo da contabilidade gerencial é de fazer a conexão entre as ações locais
dos gerentes e a lucratividade da empresa, para que eles possam saber quais ações suas levam
a empresa em direção à sua meta.
As informações gerenciais não são apenas utilizadas pela administração interna da
empresa, sendo cada vez mais partilhadas com clientes e fornecedores.
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