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Lições de Direito Processual do Trabalho Teoria e Prática

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Lições de Direito Processual do Trabalho

Teoria e Prática

1ª edição — 2013

2ª edição — 2014

3ª edição — 2015

LEONARDO TIBO BARBOSA LIMAJuiz do Trabalho substituto do TRT da 3ª Região (aprovado em 1º lugar); Professor de Processo do Trabalho e Prática

Processual Trabalhista da FAPAM — Faculdade de Pará de Minas e de cursos de pós-graduação; especialista em Direito Público pela UGF/RJ — Universidade Gama Filho, Mestre e Doutorando em Direito do Trabalho pela PUC/MG — Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais; Membro do Instituto de Ciências Jurídicas e Sociais; Ex-advogado

trabalhista, Técnico Judiciário do TRT da 3ª Região e Juiz do Trabalho substituto do TRT da 18ª Região.

Lições de Direito Processual do Trabalho

Teoria e Prática

3ª edição

Atualizada à luz da Lei n. 13.015/14 (recursos) e da Lei n. 13.105/15 (Novo CPC)

EDITORA LTDA.

© Todos os direitos reservados

Rua Jaguaribe, 571CEP 01224-001São Paulo, SP — BrasilFone (11) 2167-1101www.ltr.com.br

Setembro, 2015

Produção Gráfica e Editoração Eletrônica: GRAPHIEN DIAGRAMAÇÃO E ARTEProjeto de Capa: FABIO GIGLIOImpressão: BARTIRA GRÁFICA E EDITORA

versão impressa — LTr 5334.6 — ISBN 978-85-361-8300-8 versão digital — LTr 8627.6 — ISBN 978-85-361-8322-0

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Lima, Leonardo Tibo Barbosa

Lições de direito processual do trabalho : teoria e prática / Leonardo Tibo Barbosa Lima. — 3. ed. rev. e ampl. e atual à luz da Lei n. 13.015/14 (recursos) e da Lei n. 13.105/15 (Novo CPC). — São Paulo : LTr, 2015.

Bibliografia.

1. Direito processual do trabalho 2. Processo (Direito) 3. Recursos (Direito) I. Título.

15-07226 CDU-347.9:331

Índices para catálogo sistemático:

1. Direito processual do trabalho 347.9:331

2. Processo trabalhista : Direito do trabalho 347.9:331

À minha família, Bruna, minha amada esposa, que acompanhou doce e pacientemente cada passo dessa jornada; Maria Helena, minha saudosa mãe e advogada espiritual, e Juraci, meu querido pai e revisor; Graciele, Renato e

Maria Luisa; Sílvia, Leonardo e Alice; Flávia, Adyr e Lara; Renata, Sérgio e Helena; Clenda e Ronaldo;

Aos amigos dos TRTs da 3ª e 18ª Região;

Aos colegas e alunos da FAPAM;

Aos meus eternos professores, em especial a Luiz Otávio Linhares Renault, Márcio Túlio Viana, José Roberto Freire Pimenta, Mauricio Godinho Delgado e Gregório Assagra de Almeida;

Enfim, a todos os amigos e demais incentivadores desse projeto.

Lições de Direito Processual do Trabalho • Teoria e Prática 7

Sumário

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 15

NOTA À 3ª EDIÇÃO ............................................................................................................. 17

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................................... 19

1.1. O curso de Direito ............................................................................................... 19

2.2. Como estudar direito o Direito ........................................................................... 20

2.3. O que fazer com o Direito Processual do Trabalho ........................................... 25

2. TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO ................................................... 27

2.1. Conceito ............................................................................................................... 27

2.2. Fundamentos ....................................................................................................... 28

2.3. Natureza jurídica.................................................................................................. 29

2.4. Aplicação, eficácia, interpretação e integração. .................................................. 29

2.5. Aplicação do Novo CPC ao Processo do Trabalho ............................................ 33

2.6. Princípios.............................................................................................................. 34

2.6.1. Princípios gerais do processo ................................................................. 35

2.6.1.1. Princípios informativos ............................................................ 35 2.6.1.2. Princípios fundamentais ........................................................... 35

2.6.2. Princípios específicos do processo do trabalho .................................... 38

2.6.2.1. Princípio da proteção ................................................................ 38 2.6.2.2. Princípio da finalidade social ................................................... 43 2.6.2.3. Princípio da jurisdição normativa ou normatização coletiva . 44

2.6.3. Princípios gerais criados pelo Novo CPC ............................................. 44

3. JUSTIÇA DO TRABALHO ............................................................................................ 46

3.1. Justiça do Trabalho no Direito Comparado ....................................................... 46

3.2. Justiça do Trabalho no Brasil .............................................................................. 47

3.2.1. Histórico ................................................................................................. 47

8 Leonardo Tibo Barbosa Lima

3.2.2. Atual estrutura ........................................................................................ 48 3.2.2.1. Tribunal Superior do Trabalho ................................................ 49 3.2.2.2. Tribunais Regionais do Trabalho ............................................ 53 3.2.2.3. Juízes do Trabalho ..................................................................... 54

4. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO .................................................................. 55 4.1. Normas gerais sobre o Ministério Público ......................................................... 55

4.1.1. Histórico ................................................................................................. 55 4.1.2. Natureza jurídica .................................................................................... 56 4.1.3. Características e atribuições ................................................................... 56 4.1.4. Princípios institucionais ........................................................................ 58 4.1.5. Autonomia, garantias, prerrogativas e vedações .................................. 58 4.1.6. Organização institucional ...................................................................... 60

4.2. Ministério Público do Trabalho .......................................................................... 63 4.1.1. Conceito e história ................................................................................. 63 4.1.2. Estrutura ................................................................................................. 63 4.1.3. Atribuições .............................................................................................. 64 4.1.4. Instrumentos .......................................................................................... 67

5. COMPETÊNCIA TRABALHISTA................................................................................. 71 5.1. Princípios.............................................................................................................. 71 5.2. Classificação da competência .............................................................................. 74 5.3. Critérios de fixação da competência ................................................................... 74 5.4. Competência internacional ................................................................................. 75 5.5. Competência material.......................................................................................... 79 5.6. Competência territorial ....................................................................................... 98 5.7. Competência em razão da pessoa, da hierarquia e do valor da causa ............... 102

6. PARTES E PROCURADORES ....................................................................................... 104 6.1. Conceito e fundamento ....................................................................................... 104 6.2. Capacidade ........................................................................................................... 105 6.3. Representação ...................................................................................................... 108 6.4. Legitimidade ......................................................................................................... 110

6.4.1. Conceito .................................................................................................. 110

6.4.2. Legitimidade ordinária .......................................................................... 111

6.4.3. Legitimidade extraordinária .................................................................. 111 6.5. Sucessão processual ............................................................................................. 114 6.6. Litisconsórcio ....................................................................................................... 118 6.7. Intervenção de terceiros ...................................................................................... 120

6.7.1. Modalidades do direito processual comum .......................................... 120

6.7.1.1. Assistência .............................................................................. 121

Lições de Direito Processual do Trabalho • Teoria e Prática 9

6.7.1.2. Denunciação da lide............................................................... 122

6.7.1.3. Chamamento ao processo ..................................................... 123

6.7.1.4. Desconsideração da personalidade jurídica ......................... 123

6.7.1.5. Amicus curiae .......................................................................... 124 6.7.2. Modalidades do direito processual do trabalho ................................... 124

6.7.2.1. Chamamento à autoria .......................................................... 124

6.7.2.2. Integração à lide ..................................................................... 124

6.7.2.3. Intervenção iussu iudicis ........................................................ 125 6.8. Procuradores ........................................................................................................ 125 6.9. Assistência judiciária e justiça gratuita ............................................................... 130 6.10. Atos ilícitos das partes .......................................................................................... 131

7. ATOS, TERMOS, PRAZOS E DESPESAS PROCESSUAIS .......................................... 134 7.1. Atos ....................................................................................................................... 134 7.2. Termos .................................................................................................................. 137 7.3. Prazos.................................................................................................................... 137 7.4. Despesas ................................................................................................................ 142

8. NULIDADES ................................................................................................................... 144 8.1. Conceito, natureza jurídica e fundamentos ....................................................... 144 8.2. Classificação ......................................................................................................... 145

9. AÇÃO, PROCESSO E PROCEDIMENTO .................................................................... 147 9.1. Ação, pretensão e demanda ................................................................................. 147 9.2. Processo e procedimento ..................................................................................... 148 9.3. Relação jurídica processual ................................................................................ 149 9.4. Pressupostos processuais ..................................................................................... 150 9.5. Espécies de dissídios ............................................................................................. 152 9.6. O dissídio individual e seus procedimentos ....................................................... 152

9.6.1. Rito ordinário ......................................................................................... 153 9.6.2. Rito sumaríssimo ................................................................................... 155 9.6.3. Rito sumário ........................................................................................... 157 9.6.4. Inquérito para apuração de falta grave ................................................. 157 9.6.5. Dissídios decorrentes da relação de trabalho. ....................................... 158

9.7. O dissídio coletivo e seu procedimento. ............................................................. 159 9.7.1. Teoria geral ............................................................................................. 159 9.7.2. Dissídio coletivo originário ................................................................... 162 9.7.3. Dissídio coletivo de extensão ................................................................. 169 9.7.4. Dissídio coletivo de revisão ................................................................... 170

9.7.5. Tutelas de urgência em dissídios coletivos ........................................... 170

9.8. O dissídio metaindividual e seu procedimento .................................................. 171

10 Leonardo Tibo Barbosa Lima

10. PETIÇÃO INICIAL ...................................................................................................... 177

10.1. Formatação ......................................................................................................... 177

10.2. Endereçamento .................................................................................................. 178

10.3. Qualificação das partes ...................................................................................... 178

10.4. Causa de pedir .................................................................................................... 179

10.5. Pedidos ............................................................................................................... 181

10.6. Requerimentos finais ......................................................................................... 182

10.7. Anexos obrigatórios ........................................................................................... 183

10.8. Indeferimento, aditamento e emenda .............................................................. 183

10.9. Modelo de petição inicial .................................................................................. 184

11. DEFESA ......................................................................................................................... 186

11.1. Exceções ............................................................................................................ 186

11.2. Contestação ....................................................................................................... 189

11.2.1. Conceito, natureza e princípios ......................................................... 189

11.2.2. Defesa processual ................................................................................ 190

11.2.3. Defesa de mérito ................................................................................. 192

11.3. Reconvenção ...................................................................................................... 195

11.4. Revelia ................................................................................................................. 197

11.5. Modelo de defesa ............................................................................................... 200

12. PROVAS ........................................................................................................................ 203

12.1. Teoria geral ......................................................................................................... 203

12.1.1. Meios ................................................................................................... 203

12.1.2. Fontes .................................................................................................. 204

12.1.3. Objeto .................................................................................................. 204

12.1.4. Finalidade ............................................................................................ 205

12.1.5. Princípios ............................................................................................ 206

12.1.6. Ônus da prova ..................................................................................... 207

12.1.7. Valoração............................................................................................. 210

12.1.8. Poderes instrutórios do Juiz ............................................................... 211

12.1.9. Provas ilícitas....................................................................................... 212

12.1.10. Produção antecipada de provas ......................................................... 212

12.2. Provas em espécie .............................................................................................. 213

12.2.1. Prova documental ................................................................................ 213

12.2.2. Interrogatório e depoimento pessoal .................................................. 214 12.2.3. Confissão .............................................................................................. 215 12.2.4. Prova testemunhal ................................................................................ 215 12.2.5. Perícia ................................................................................................... 217

Lições de Direito Processual do Trabalho • Teoria e Prática 11

12.2.6. Inspeção judicial ................................................................................... 218

12.2.7. Prova emprestada ................................................................................. 219

13. AUDIÊNCIA TRABALHISTA ..................................................................................... 220

13.1. Regras gerais ....................................................................................................... 220

13.1.1. Princípios .............................................................................................. 220

13.1.2. Tempo, lugar e registro ........................................................................ 221

13.2. Dinâmica ............................................................................................................ 221

13.2.1. Pregão ................................................................................................. 221

13.2.2. Primeira proposta de conciliação ...................................................... 222

13.2.3. Leitura da inicial ................................................................................. 224

13.2.4. Defesa e impugnação ......................................................................... 224

13.2.5. Instrução ............................................................................................. 224

13.2.6. Razões finais ....................................................................................... 225

13.2.7. Segunda proposta de conciliação ...................................................... 226

13.2.8. Decisão ................................................................................................ 226

13.3. Casuística ............................................................................................................ 226

13.3.1. Audiência inicial ................................................................................. 227

13.3.2. Acordo ................................................................................................ 228

13.3.3. Audiência de instrução ...................................................................... 230

14. SENTENÇA E COISA JULGADA ................................................................................ 232

14.1. Sentença trabalhista ........................................................................................... 232

14.1.1. Conceito .............................................................................................. 232

14.1.2. Princípios ............................................................................................ 232

14.1.3. Requisitos............................................................................................ 234

14.2. Exame dos reflexos do Novo CPC na sentença trabalhista ............................. 235

14.2.1. Prazo ................................................................................................... 235

14.2.2. Ordem de julgamento ........................................................................ 235

14.2.3. Remessa necessária ............................................................................. 236

14.2.4. Julgamento liminar de improcedência ou julgamento prima facie . 237

14.2.5. Fundamentação integral .................................................................... 238

14.2.6. Vedação de inovação ou surpresa ..................................................... 238

14.2.7. Retratação nas decisões antecipadas ................................................. 239

14.2.8. Hipoteca judiciária ............................................................................. 239

14.2.9. Protesto judiciário .............................................................................. 240

14.3. Coisa julgada nas demandas individuais .......................................................... 240

14.4. Coisa julgada nas demandas coletivas .............................................................. 242

14.5. Modelo de sentença ........................................................................................... 243

12 Leonardo Tibo Barbosa Lima

15. RECURSOS ................................................................................................................... 247

15.1. Teoria geral ......................................................................................................... 247

15.1.1. Conceito e natureza jurídica .............................................................. 247

15.1.2. Princípios ............................................................................................ 247

15.1.3. Classificação ........................................................................................ 248

15.1.4. Efeitos .................................................................................................. 248

15.1.5. Pressupostos ....................................................................................... 249

15.1.6. Decisões antecipadas .......................................................................... 257

15.1.6.1. Ordem dos processos no Tribunal ...................................... 257 15.1.6.2. Súmula impeditiva de recursos (no juízo a quo) ............... 258 15.1.6.3. Julgamento da causa madura (pelo Tribunal ad quem) ... 258 15.1.6.4. Julgamento monocrático (do relator no juízo ad quem) ... 259

15.1.7. Matéria administrativa ......................................................................... 260

15.1.8. Incidentes recursais (Lei n. 13.015/14) ............................................... 260

15.1.8.1. Incidente de uniformização de jurisprudência................... 261 15.1.8.2. Incidente de recursos repetitivos .......................................... 262 15.1.8.3. Incidente de assunção de competência ................................ 264

15.1.9. Reclamação ........................................................................................... 265

15.1.10. Espécies recursais ................................................................................. 266

15.2. Recurso ordinário .............................................................................................. 267

15.3. Recurso de revista .............................................................................................. 268

15.4. Embargos no TST .............................................................................................. 274

15.5. Embargos de declaração .................................................................................... 277

15.6. Agravo de instrumento ...................................................................................... 280

15.7. Agravo de petição ............................................................................................... 281

15.8. Agravo regimental .............................................................................................. 282

15.9. Agravo inominado ou interno .......................................................................... 283

15.10. Recurso adesivo .................................................................................................. 284

15.11. Pedido de revisão do valor da causa.................................................................. 284

15.12. Modelo de recurso ordinário ............................................................................ 284

16. EXECUÇÃO TRABALHISTA ...................................................................................... 287

16.1. Procedimentos preparatórios ............................................................................ 287

16.1.1. Liquidação de sentença ...................................................................... 287

16.1.2. Outras medidas .................................................................................. 295

16.2. Teoria geral da execução .................................................................................... 295

16.2.1. Conceito, natureza jurídica e fundamentos ...................................... 295

16.2.2. Princípios ............................................................................................ 296

Lições de Direito Processual do Trabalho • Teoria e Prática 13

16.2.3. Títulos executivos ............................................................................... 299 16.2.4. Legitimidade ....................................................................................... 299 16.2.5. Classificação ........................................................................................ 301 16.2.6. Competência ....................................................................................... 302

16.3. Execução por quantia certa ............................................................................... 303 16.3.1. Citação ................................................................................................ 303 16.3.2. Banco Nacional de Devedores Trabalhistas ...................................... 304 16.3.3. Penhora ............................................................................................... 304 16.3.4. Avaliação, expropriação e trâmites finais.......................................... 307 16.3.5. Suspensão e extinção .......................................................................... 310

16.4. Execução específica ............................................................................................ 311 16.5. Execução provisória ........................................................................................... 312 16.6. Execução coletiva ............................................................................................... 313 16.7. Execução por prestações sucessivas .................................................................. 316 16.8. Execução contra a Fazenda Pública .................................................................. 316 16.9. Execução contra Estados estrangeiros e Organismos Internacionais ............. 323 16.10. Execução das contribuições sociais previdenciárias ......................................... 323

16.10.1. Competência ..................................................................................... 323 16.10.2. Procedimento ................................................................................... 324

16.11. Defesa do executado .......................................................................................... 325 16.11.1. Modalidades ..................................................................................... 325 16.11.2. Embargos à Execução ....................................................................... 326 16.11.3. Embargos da Fazenda Pública ......................................................... 327 16.11.4. Exceção de pré-executividade .......................................................... 328

16.12. Impugnação à liquidação................................................................................... 329 16.13. Fraude de execução e ato atentatório à dignidade da Justiça .......................... 330 16.14. Direito fundamental à execução trabalhista efetiva ......................................... 331

16.14.1. Ontologia da execução trabalhista: visão panorâmica ................... 331 16.14.2. Deontologia da execução: direito fundamental do credor ............ 332

17. PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO TRABALHISTA .......................................... 337

17.1. Teoria geral ....................................................................................................... 337 17.2. Procedimento eletrônico ................................................................................. 341

18. AÇÕES ESPECIAIS CÍVEIS NO PROCESSO DO TRABALHO ............................... 345 18.1. Ação Rescisória .................................................................................................. 346 18.2. Ação Anulatória ................................................................................................. 366 18.3. Mandado de Segurança ..................................................................................... 370

18.3.1. Mandado de Segurança individual .................................................... 370

18.3.2. Mandado de Segurança coletivo ........................................................ 382

14 Leonardo Tibo Barbosa Lima

18.4. Ação de Consignação em Pagamento ............................................................... 383

18.5. Ações Possessórias.............................................................................................. 387

18.6. Ação de Despejo ................................................................................................. 389

18.7. Ação de Exigir Contas ........................................................................................ 390

18.8. Ação Monitória .................................................................................................. 391

18.9. Ação Civil Pública e Ação Coletiva ................................................................... 393

18.10. Embargos de Terceiro ........................................................................................ 395

18.11. Oposição ............................................................................................................. 397

19. TUTELA PROVISÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO ..................................... 399

19.1. Tutela antecipada x tutela cautelar ................................................................. 399

19.2. Tutela provisória .............................................................................................. 400

19.2.1. Disposições gerais ............................................................................. 400

19.2.2. Tutela de urgência ............................................................................ 400

19.2.3. Tutela de evidência ........................................................................... 402

20. JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA NO PROCESSO DO TRABALHO ........................... 403

20.1. Teoria geral ....................................................................................................... 403

20.2. Ações específicas ............................................................................................... 404

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 407

Lições de Direito Processual do Trabalho • Teoria e Prática 15

Apresentação

Este livro partiu da ideia de transportar para o papel o ensino ministrado na graduação do curso de Direito. A didática, a ética e a atualidade são, portanto, suas características intrínsecas, uma vez que, na graduação, os professores, enquanto educadores, têm a preocupação permanente de tentar transmitir não só o ensino do conteúdo atual, mas, principalmente, a formação científica e ética do aluno, tudo isso da maneira que mais facilitar o aprendizado.

E isso não facilita a tarefa. A aula, agora escrita, alcança uma diversidade de pessoas, além, simplesmente, daqueles alunos matriculados em um período do curso de Direito de determinada instituição. É preciso lidar, antes de tudo, com a heterogeneidade do leitor, em respeito a ele, que lê, pensa e age a partir do que encontra nessas linhas. Isso tudo sem perder a objetividade e a clareza.

É por esse motivo que, sem a pretensão de esgotar o tema, esta obra procurará apresentar, além da teoria, um pouco de prática, como a oferta de auxílio na elaboração de peças e textos jurídicos, abordagem das questões doutrinárias polêmicas e, ainda, no próprio estudo do Direito em si, enquanto ciência e instrumento, sempre que isso for possível.

Além disso, é preciso destacar que o número reduzido de citações de outros autores foi proposital, a fim de tornar o texto mais aprazível de ser lido, valorizando dessa forma as palavras do próprio autor, na tentativa de ser fiel, ao máximo, à realidade das salas de aula.

Por outro lado, foi farta a utilização da jurisprudência, especialmente a do TST, tendo em vista a prioridade em trazer para a sala de aula o posicionamento atual dos Tribunais com os quais o estudante terá maior contato.

A expectativa é de que as horas dispensadas à leitura deste livro sejam úteis, despertando no caro amigo leitor a amizade colorida com o Direito Processual do Trabalho, à semelhança do que sente o autor, pois aquele que vive sem paixão tudo enxerga em preto e branco.

Sucesso a todos!

O Autor.

Lições de Direito Processual do Trabalho • Teoria e Prática 17

Nota à 3ª edição

É com alegria que apresento, ao caro leitor, a 3ª edição do livro Lições de Direito Processual do Trabalho — Teoria e Prática, que traz muitas novidades, a começar pela nova editora, a LTr, de notória excelência na publicação de obras na área trabalhista.

Em relação ao conteúdo, a obra foi revista e ampliada, com destaque para o acréscimo dos Capítulos 18, 19 e 20, que tratam, respectivamente, das ações cíveis aplicáveis ao processo do trabalho, das tutelas provisórias e dos procedimentos em jurisdição voluntária.

O texto também foi atualizado à luz do Novo CPC, merecendo destaque, ainda, o Capítulo 15, adequado à Lei n. 13.015/14, e o Capítulo 17, adaptado à Resolução n. 136 do CSJT.

O Autor.

Lições de Direito Processual do Trabalho • Teoria e Prática 19

1 Considerações Iniciais

1.1. O CURSO DE DIREITO

O curso de graduação Direito não deve ser confundido com as carreiras jurídicas profissionais. Estas, por vezes, exigem uma habilitação a qual pode ser uma prova, um concurso ou outro processo seletivo, geralmente com acesso franqueado apenas a quem é graduado em Direito.

Assim é que, ao contrário do que dita o senso comum, o curso não é voltado para a formação específica de advogados, professores, magistrados, promotores, etc., mas para a sedimentação do conhecimento jurídico produzido e para a estimulação da produção do próprio conhecimento. Por certo que esse objetivo também vem acompanhado da finalidade profissional, de maneira que o curso também visa a preparar o egresso para a vida prática, seja qual for a carreira escolhida por ele.

A situação econômica do país gera reflexos nas Faculdades de Direito. Hodiernamente, muitos são os alunos que necessitam conciliar o curso com o trabalho, razão pela qual dispõem de pouco tempo para dedicação ao estudo, além dos efeitos que sofrem em decorrência natural do cansaço. Mesmo aqueles que têm o privilégio de se dedicarem exclusivamente aos estudos, compartilham com os demais colegas o anseio pelo sucesso profissional, sobretudo no que se refere à estabilidade financeira.

Disso advém que é comum encontrar, já nos primeiros anos do curso, alunos que manifestam o interesse em prestar concursos públicos, por exemplo. Há quem já faça um cursinho ou até mesmo quem já seja servidor público e almeje cargo mais elevado, razão pela qual lançam mão da comparação entre o cursinho preparatório para concursos e o curso de Direito. Como o processo de formação é mais doloroso, o curso do Direito geralmente é preterido. Paulo Roberto de Gouvêa Medina bem explica esse conflito:

Boa parte dos que batem às portas das Faculdades de Direito anseia por uma carreira no serviço público. E, por isso, espera que o curso lhe dê, antes de tudo, preparação para os concursos de seu interesse. Ora, o curso de bacharelado não pode descer da posição eminente em que se situa, no plano cultural, de modo a transformar-se num cursinho preparatório para concursos públicos. (...) O curso de graduação em Direito deve preparar o estudante para vida profissional — o que

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significa descortinar um amplo horizonte, do ponto de vista da formação universitária. Entram, aí, a filosofia que se imprime ao curso e as matérias que nele se oferecem. (2010, p. 60).

Por vezes, o excesso de preocupação com o exame da OAB, com o edital do próximo concurso, ou até mesmo com o trabalho de conclusão do curso, tiram o foco do aluno daquilo que mais lhe será cobrado na vida profissional: a capacidade de pensar por si mesmo.

A internet facilitou demasiadamente o acesso à informação. Basta digitar nos sites de busca qualquer tema jurídico para o aluno encontrar artigos, livros e teses, das mais simples às mais complexas. E à medida que as fontes de consulta vão se tornando mais “fáceis”, na via inversa a capacidade de pensar vai ficando cada vez menos estimulada. O resultado é a cola, a cópia, o plágio... Há excesso de ingredientes, mas há pouca gente interessada em seguir corretamente a receita e elaborar o prato por conta própria.

Existe, portanto, um aparente conflito entre o que oferece o curso de graduação em Direito e o que dele espera o aluno. Como conciliar isso? Em primeiro lugar, a estrutura curricular de um curso de graduação deve procurar ser crescentemente atrativa, a fim de estimular o aluno a duvidar, pesquisar e compreender. Noutras palavras, é preciso fornecer ao aluno os instrumentos necessários ao desenvolvimento de um olhar crítico para o Direito, tomando-o objeto de um estudo científico. Para isso, a instituição de ensino deve estimular a pesquisa. Esses são os passos seguros rumo ao conhecimento jurídico de base.

Além disso, o curso de Direito precisa oferecer disciplinas profissionalizantes, para que o aluno simule a prática e aprenda a aplicar os conhecimentos que adquiriu.

Do aluno, espera-se que estude. Mas como estudar corretamente?

2.2. COMO ESTUDAR DIREITO O DIREITO

Não há uma só maneira de estudar o Direito. Cada um pode seguir seus próprios métodos, mas existem alguns postulados derivados da experiência que costumam ser muito úteis. É o que aqui se pretende mostrar, a título de sugestão, para quem se inicia nessa jornada.

O primeiro ponto a considerar é que o Direito é uma Ciência. Essa afirmativa é verdadeira, porque o Direito abriga ao menos três características científicas: possui objeto próprio, princípios próprios e metodologia própria.

O objeto do Direito já foi somente a norma jurídica, durante a ditadura do positivismo jurídico. Mas hoje ele é mais amplo. Nos ensinamentos de Miguel Reale, o Direito é tridimensional, abrigando o fato, o valor e a norma jurídica. Por isso é que o Direito influencia tudo e de tudo sofre influência. Da Medicina à Física, onde houver sociedade em seu complexo de fatos e valores, haverá necessidade de existirem normas, como já afirmou Ulpiano.

Princípios, por sua vez, são postulados científicos, máximas abstratas e genéricas, que concentram informações conclusivas sobre um tema. O Direito os possui como tal e mais além. No Direito, hodiernamente, os princípios têm força normativa, uma vez que se unem às regras para formar a norma jurídica.

Por fim, resta dizer da metodologia. Aqui abre-se destaque para a hermenêutica jurídica, que identifica os métodos de interpretação da norma jurídica.

Ocorre que, além dessa metodologia formal e clássica, há uma metodologia informal. É a metodologia do estudo do Direito, relativa aos métodos para apreensão do conhecimento jurídico, consistente no que fazer para entender e guardar as informações estudadas.

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Nas próximas linhas, tentar-se-á transmitir ao leitor um pouco da experiência nessa “metodologia informal”, a fim de auxiliá-lo no estudo do Direito. Para estudar direito o Direito, é preciso observar as seguintes regras:

1. Organização das disciplinas: o estudante deve identificar quais disciplinas pretende estudar e qual o tempo que dispõe para o estudo. O graduando, por exemplo, deve identificar as disciplinas do semestre, como Direito Constitucional, Direito Civil, Direito Penal, Teoria Geral do Processo e Direito Empresarial. O concursando deve fazer o mesmo com as disciplinas objeto do edital do concurso ou do exame.

Uma vez identificadas as disciplinas, é necessário saber de quanto tempo dispõe o estudante para o estudo diário. Muitos estudantes se desanimam ao perceberem que dispõem de apenas uma ou duas horas de estudo por dia. Entretanto, isso pode ser suficiente, se tudo for conciliado com muita disciplina. Vários são os relatos de pessoas que conseguiram a aprovação em concursos muito difíceis, com apenas três horas de estudo por dia.

A seguir, o estudante deve estabelecer uma relação de prioridade entre as disciplinas, conforme a quantidade, a complexidade e a exigência. Por exemplo, na graduação, o aluno deve verificar quais são as disciplinas com mais e menos aulas, as mais complexas e as mais simples, e quais são os professores mais exigentes ou menos exigentes. Para um concurso ou exame, o candidato deve fazer separação semelhante. Em um concurso para a magistratura do trabalho, por exemplo, o estudo do Direito do Trabalho, do Direito Processual do Trabalho e do Direito Constitucional deve ter mais espaço na organização dos estudos do que o Direito Penal, o Internacional e o Administrativo, por exemplo.

Por fim, o estudante dever organizar o seu tempo, de maneira que estude apenas uma matéria por dia, conforme a prioridade de cada qual. Para um concurso da área trabalhista, por exemplo, as disciplinas podem ser organizadas da seguinte forma:

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo

Direito do Trabalho

Processo CivilDireito Empresarial

Processo do Trabalho

Direitos Humanos

Revisão DescansoProcesso do Trabalho

Direito Administrativo

Direito Internacional

Direito Constitucional

Direito da Criança

Direito Constitucional

Direito Previdenciário

Direito CivilDireito do Trabalho

Direito Penal

A tabela acima está organizada por semana, de maneira que na primeira semana o estudante deve estudar Direito do Trabalho, Processo Civil, Direito Empresarial, Processo do Trabalho e Direitos Humanos. Na segunda semana, estudará Processo do Trabalho, Direito Administrativo, Direito Internacional, Direito Constitucional e Direito da Criança e do Adolescente. Finalmente, na terceira semana, o estudo será de Direito Constitucional, Direito Previdenciário, Direito Civil, Direito do Trabalho e Direito Penal. Veja-se que as matérias mais cobradas são estudadas com mais frequência.

O sábado é destinado à revisão das disciplinas. Vale lembrar que a revisão é diferente do estudo. Naquela, o aluno apenas deve fazer uma leitura rápida do que foi estudado durante a semana, somente para ajudar a memorizar o assunto. Essa revisão é fundamental para se armazenar as informações na parte do cérebro responsável pela memória de longo prazo.

Só a repetição e a emoção têm a chave para guardar informações nessa parte do cérebro. Os exercícios usam a repetição para operar este fenômeno, como demonstra a famosa curva de Ebbinghaus, ou curva do esquecimento:

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Fonte: Juris Way. Disponível em: <http://www.jurisway.org.br>. Acesso em: 16 jul. 2012.

Como é possível verificar, a curva demonstra que a revisão está diretamente ligada à aprendizagem de longo prazo. Caso ela não seja feita, em aproximadamente trinta dias o cérebro descartará a informação, por entender que ela é desnecessária.

O domingo é o dia da família, dos amigos e do lazer. Sem um dia de descanso, a qualidade dos estudos cai, como na fábula do cortador de lenha. Diz a estória que, certa vez, uma empresa contratou o melhor lenhador das redondezas, pagando-lhe mais que os outros em razão da impressionante quantidade de lenha que conseguia cortar. No primeiro dia, cortou por horas, e ao invés de fazer uma pausa para refeição com os demais colegas, decidiu prosseguir no trabalho. De fato cortou mais lenha que todos.

Entretanto, ao longo das semanas, o número de lenha cortada foi diminuindo gradativamente, por mais que o lenhador se esforçasse. Deixou de tomar café, almoçar e até de dormir, tudo para conseguir manter sua produção, a qual caía a cada dia.

Esgotado, o lenhador reclamou com o patrão: “— Não sei o que acontece. Ao contrário dos demais, corto lenha o dia todo, mas eles cortam mais lenha do que eu a cada dia que passa...”. Então lhe disse o patrão: “— Você já reparou que enquanto os seus colegas param para comer, aproveitam para amolar os machados?”

2. O quê e como estudar. Ciente da disciplina a ser estudada no dia, o estudante deve dividi-la por assunto (pontos), como fazem os livros, com seus capítulos, e os concursos, nos editais. Em Direito Processual do Trabalho, por exemplo, o primeiro dia de estudos pode ser o de Princípios. O segundo, o da Organização da Justiça do Trabalho, e assim sucessivamente.

A boa compreensão de cada tema deve envolver a análise de quatro fontes: a) doutrina; b) legislação; c) jurisprudência; e d) exercícios.

A doutrina abrange as aulas do curso de Direito ou de um outro curso (como um cursinho, para os concursandos) e as obras jurídicas. Nas aulas, o aluno deve procurar anotar as palavras mais importantes proferidas pelo professor, sem que seu texto se torne uma cópia exata do que foi falado. É que o aluno não deve usar as anotações de maneira que atrapalhe o seu entendimento sobre o assunto. Há alunos que anotam tudo, na esperança de estudar, depois, sozinhos. Ocorre que, sozinhos, vêem-se diante de dúvidas intermináveis, desperdiçando a presença do professor, transformando as aulas em textos.

Quanto aos livros, a metodologia é semelhante. O estudante deve fazer resumos apenas para facilitar uma revisão. A exemplo das anotações de aulas, os alunos não devem transformar os resumos em uma obsessão. O segredo é nunca deixar o conhecimento para depois, ou seja, o resumo deve refletir aquilo que o aluno entendeu e não o que ele pretende compreender noutro momento.

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As anotações de aula e os resumos dos livros devem ser, portanto, sintéticos. Eles serão peça chave nas revisões e nos estudos para véspera de provas, sobretudo nas provas orais. No entanto, as anotações nunca devem comprometer a devida atenção à exposição do professor. Quem realmente presta atenção ao professor, durante a aula, já terá bem mais que meio caminho andado em seu aprendizado.

Uma boa obra doutrinária é aquela que mais se ajusta ao estilo do leitor. Contudo, há fatores indispensáveis para isso: a linguagem e o conteúdo. A linguagem é subjetiva — vai do gosto de cada um — e o conteúdo, objetivo. Este, para ser bom, deve abranger teoria e as mais recentes legislação e jurisprudência. Na dúvida, peça indicação ao professor da disciplina.

O estudo da legislação é, certamente, o mais odiado pelos estudantes. Estes vêem-se diante de textos indecifráveis, abstratos e muito rico em detalhes. Além disso, a legislação é o objeto preferido das provas objetivas (de múltipla escolha), o que obriga os estudantes a memorizarem boa parte do que estudam.

Para o estudo da legislação, talvez o melhor método seja o de tornar o estudo divertido, usando a chave da emoção para guardar no cérebro as informações mais importantes. Para isso, o estudante deve abusar da imaginação, utilizando toda sorte de instrumentos, como canetas coloridas, desenhos, colagens, etc. Quanto mais engraçada for a forma de estudar, mais o seu cérebro irá guardar a informação.

No estudo da Constituição Federal, por exemplo, poderá memorizar o art. 1º da seguinte forma:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I — a soberania;

II — a cidadania;

III — a dignidade da pessoa humana;

IV — os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V — o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Da leitura do artigo, pode-se criar um macete: um francês (para lembrar que o artigo fala da República Federativa do Brasil), casado (para memorizar que os Estados, Municípios e o Distrito Federão formam uma União indissolúvel), veio para o Brasil e disse “— So Ci Di Va Plu” (Soberania, Cidadania, Dignidade, Valores e Pluralismo).

O estudo da jurisprudência deve ser uma rotina, seguindo o plano de estudo quanto a cada matéria. Hoje, os principais tribunais superiores dispõem de informativos semanais, com a síntese de suas principais decisões. É possível até cadastrar um e-mail no site desses tribunais e os receber semanal e gratuitamente. A dica aqui é de, após a leitura de cada decisão, elaborar uma pequena frase, em que seja possível identificar a decisão do tribunal. O aluno deve ir colecionando essas frases para leitura no dia da revisão semanal e no dia que antecede a prova que irá fazer. Sobretudo nas provas subjetivas, o conhecimento jurisprudencial é peça fundamental na obtenção de boas notas.

Além dos informativos, o aluno aprendiz deve estudar as súmulas dos tribunais superiores. O macete, quanto às súmulas, está na sua separação por temas. Por exemplo, em Processo do Trabalho, o estudante deve separar as súmulas que tratem de recursos, mandado de segurança, ação rescisória, etc. Pode ser útil também o uso da mesma técnica dos informativos, isto é, elaborando pequenas frases mais curtas que as próprias súmulas, apenas para facilitar a revisão.

Por fim, os exercícios. Os livros podem fornecer ao aluno o conhecimento atualizado da teoria, da jurisprudência e da legislação. Todavia, por melhor que seja o livro, o cérebro humano só guardará as informações que são necessárias. O exercício, por sua vez, exige do cérebro a informação, razão pela

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qual somente com a realização de exercícios a teoria, a jurisprudência e a legislação ficarão registrados na memória do estudante. Entretanto, o exercício só produzirá efeitos se o aluno os fizer com disciplina. Essa é a parte que mais depende do esforço do aluno e, por isso mesmo, talvez seja o principal diferencial entre aqueles que vão bem e aqueles que vão mal nas avaliações.

O exercício deve ser feito ao final do estudo de cada ponto. O aluno deve tentar responder sem consulta, a menos que ela seja permitida na prova respectiva. O importante aqui é descobrir o que mais é cobrado na prova. Por isso é que o aluno deve tentar resolver provas anteriores da disciplina que cursa, ou da banca que irá elaborar a prova do concurso que almeja.

Ninguém detém todo o conhecimento. Ninguém que já tenha conseguido seus objetivos o fez sabendo absolutamente tudo o que poderia ser cobrado. A aprovação vem para aquele que sabe mais, quanto àquilo que é cobrado na prova. A ciência do que mais cai só vem através dos exercícios.

3. Estudo de base x estudo de prova. Finalmente, quanto aos estudos, cabe lembrar ao estudante que existem dois ciclos de estudo. Um para criar uma base de conhecimento, e outro para fazer a prova.

O estudo de base é feito a longo prazo. Sua metodologia é a citada no item 2, envolvendo o estudo da doutrina, da legislação e da jurisprudência e a realização de exercícios.

Cerca de trinta dias antes da prova, no caso dos concursos, e uma semana, na graduação, o aluno deve suspender o estudo de base para realização de uma revisão especial para a prova. Ela consiste em reler os resumos produzidos, com ênfase em um deles, a depender da espécie de prova. Se for uma prova objetiva, o aluno deve dar especial atenção à leitura da lei e das súmulas dos tribunais. Caso seja uma prova de segunda etapa, dissertativa, o foco estará na doutrina e na jurisprudência.

4. Como responder às questões da prova. Nas provas objetivas, o estudante deve começar pelas questões que julgar mais fáceis, visto que estas provas oferecem um tempo reduzido para sua resolução, fator que também serve como seleção. Além disso, a resolução de questões mais difíceis em primeiro lugar certamente deixaria o candidato mais cansado e com a sensação de que a prova foi mais difícil do que realmente era.

É preciso ter muita atenção com questões que apresentem alternativas absolutas ou muito genéricas. Na Ciência Jurídica, diferentemente das exatas, há poucos postulados absolutos, isto é, sem exceções. Por isso, tendem a estar erradas as alternativas que contenham as palavras sempre, exclusivamente, somente, apenas, qualquer, nunca, nenhum, etc.

Outra dica é verificar a quantidade de questões de que o aluno sabe a resposta. Se, por exemplo, entre elas houver mais letras “A”, “C” e “D” do que “B”, haverá grande probabilidade de que as questões duvidosas tenham como resposta a letra “B”.

Calha lembrar, entretanto, que o melhor método para responder a questões objetivas é o exercício com provas anteriores. Além de tudo que já foi dito, há o fato de que muitas questões são repetidas, o que poderá ser fundamental na solução das questões mais difíceis.

A resposta das questões dissertativas dependem, essencialmente, de um bom Português e de uma boa organização das ideias. Aqui, a resolução de provas anteriores também é bem-vinda, mas seu potencial aumenta muito com o estudo em grupo, no qual as respostas possam ser apresentadas e corrigidas por colegas ou professores.

Em Direito, toda resposta deve conter a seguinte organização:

a) Conceito do instituto (doutrina);

b) Fundamento (legislação);

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c) Correntes (doutrina);

d) Opinião do autor; e

e) Jurisprudência.

Exemplificando, imagine-se que a pergunta fosse a seguinte: disserte sobre a autonomia científica do Direito Processual do Trabalho. Uma boa resposta deveria começar conceituando o que é o Direito Processual do Trabalho e o que significa autonomia científica. Depois, seria o caso de citar a legislação sobre o assunto, partindo sempre da Constituição Federal para, somente depois, citar outras normas, como a CLT, o CPC e súmulas vinculantes. O passo seguinte seria dizer sobre as correntes, no caso, monista e dualista. Após a apresentação das principais teses sobre o assunto, o aluno deveria apresentar sua opinião, dizendo qual corrente lhe parece mais adequada. Por fim, se houver uma jurisprudência sobre o tema, só então o aluno deverá citá-la, pois ela é apenas a visão de um tribunal, a qual não é absoluta.

2.3. O QUE FAZER COM O DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

O domínio do Direito Processual do Trabalho oferecerá um leque de opções profissionais ao estudante. Em apertada síntese, apresentam-se algumas das mais importantes carreiras jurídicas na área trabalhista, as quais exigem o conhecimento do Direito Processual do Trabalho:

1. Advocacia. O estudante que optar por ser advogado trabalhista atuará perante a Justiça do Trabalho e órgãos extrajudiciais, como o Ministério do Trabalho e Emprego, na defesa de seu cliente, o qual poderá ser o empregado ou o empregador. O início da carreira depende de aprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil, que consiste em uma prova de duas fases. Na primeira, o estudante deverá obter uma nota mínima em uma prova de múltipla escolha, com 80 (oitenta) questões fechadas, sobre várias matérias, inclusive o Direito Processual do Trabalho. Uma vez aprovado, o estudante torna-se apto a participar da segunda etapa, composta de quatro ou cinco questões dissertativas e de uma peça prático-profissional, na qual o candidato deverá resolver um caso prático, como se advogado fosse. Entre as opções ofertadas, o aluno poderá escolher a área trabalhista e responder a questões de Direito e de Processo do Trabalho;

2. Academia. O egresso do curso de Direito poderá seguir a carreira acadêmica, a fim de aperfeiçoar seus conhecimentos na área de Direito Processual do Trabalho. Para isso, deverá participar de um curso de pós-graduação, oferecido em duas modalidades: lato sensu e stricto sensu. A pós-graduação lato sensu visa a formar especialistas, fornecendo ao estudante um estudo mais aprofundado e voltado para a atuação profissional. Já a pós-graduação stricto sensu tem como finalidade a formação de mestres e doutores. O mestrado habilita o estudante a ser professor. Já o doutorado o transforma em pesquisador. Existem muitos cursos de pós-graduação em Direito Processual do Trabalho, o que poderá ser consultado no portal da CAPES — Coordenação e Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (<http://www.capes.gov.br>).

3. Carreiras públicas. O Direito Processual do Trabalho é disciplina obrigatória em várias carreiras públicas. A título de exemplo, serão abordadas as carreiras federais. No Poder Judiciário, o estudante poderá prestar concurso para a magistratura trabalhista, ingressando no cargo de Juiz do Trabalho substituto, atuando na prestação jurisdicional. Ainda no âmbito desse poder, há os cargos de servidores, os quais se dividem em Oficial de Justiça, Analista Judiciário e Técnico Judiciário, cujas atribuições envolvem o auxílio ao Juiz do Trabalho. No Poder Executivo, há cargos de servidor e de auditor do Ministério do Trabalho e Emprego, responsáveis por desempenharem a fiscalização do cumprimento da legislação trabalhista. Ainda nesse Poder, há o cargo de Advogado da União, pertencente à Advocacia Geral da União, no qual o aprovado defenderá a União nas relações de trabalho. No Poder Legislativo, existem os cargos de consultor e procurador, do Senado e da Câmara de Deputados, respectivamente. A função desses profissionais é de

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auxiliar as Casas Legislativas na elaboração de projetos de lei na área trabalhista. Por fim, no Ministério Público da União, o estudante poderá concorrer ao cargo de Procurador do Trabalho e atuar como membro do Ministério Público do Trabalho, na defesa da ordem jurídica trabalhista, do regime democrático e dos interesses sociais trabalhistas.

Realizada essa pequena introdução, é chegada a hora de dar início às aulas de Direito Processual do Trabalho.