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Roteiro

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livro besta

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Roteiro

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CENA 1 - RUA DA CIDADE. EXT. DIA.

Rua larga, deserta, coberta por névoa, asfalto de pedra,

casas antigas e abandonadas, algumas de janelas abertas,

portas abertas e outras fechadas. A névoa entra pelas

janelas e portas.

Dentro das casas objetos velhos, gastos e empoeirados. Todas

as casas vazias e abandonadas.

Naila, uma garota de 22 anos, pele parda, cabelos morenos

curtos e estatura mediana, anda pela rua pisando nas

pequenas poças de água de entre as pedras do asfalto. Após

uma breve caminhada, ergue sua câmera nas mãos e olha no

visor da câmera.

Não se pode ver muito. A neblina da cidade, limita a visão.

Naila tira uma foto da rua a sua frente. A câmera dispara o

flash e a foto é colocada no visor da câmera. Ela observa a

neblina da foto formar uma silhueta. Ela ergue o olhar

procurando a silhueta no final da rua, mas não vê nada.

Receosa, Naila volta à sua caminhada pela rua.

CENA 2 - CENTRO DA CIDADE. EXT. DIA.

O centro da cidade é dividido por uma ferrovia de trem. Há

uma passarela que atravessa de um lado da linha do trem para

o outro lado.

Naila para longe da ferrovia, posiciona sua câmera na frente

dos olhos e mira a passarela. Pelo visor Naila vê em cima da

ponte uma outra silhueta por trás da neblina.

A silhueta sobe em cima da grade lateral da passarela. Naila

abaixa a câmera e arregala os olhos. A silhueta olha para

baixo e Naila corre em direção à passarela.

NAILA

(grita) Não! Espera!

A silhueta se joga da grade da passarela e cai. Naila corre

até onde a silhueta estava, se apoia sobre a grade e observa

a linha do trem a baixo.

Não há nada além da linha do trem.

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2.

CENA 3 - RUA DO BAR. EXT. NOITE.

A rua é escura, sem iluminação.

Um bar no centro está com as luzes baixas, a porta aberta e

algumas messas e cadeiras na calçada logo à frente da porta.

A fachada do bar é velha e gasta, não se pode ler o nome na

placa sobre a porta.

Naila caminha pela rua e dirigi-se ao bar.

CENA 4 - BAR. INT. NOITE.

O bar é calmo, com música ambiente e conversas entre os

clientes. A decoração é velha, com móveis de madeira gastos,

tudo parece empoeirado. As luzes são fracas e falham

eventualmente. Atrás do balcão há poucas bebidas.

Naila entra pela porta do bar, os poucos clientes sentados

nas mesas velhas param a conversa e observam Naila cruzar o

bar até o balcão. Alguns clientes sussurram entre si.

O Barman, um homem de quarenta e poucos anos com uma barba

suja por fazer, ele veste um avental manchado. O Barman

acompanha a caminhada de Naila pelo bar, ele limpa um copo

com um pano rasgado e sujo.

Naila apoia-se no balcão e se dirige ao Barman.

NAILA

Boa noite, eu não conheço muito bem

a cidade, por me dizer onde

encontro um hotel?

O barman ergue uma sobrancelha e observa Naila de cima a

baixo.

BARMAN

Uma turista? O que está fazendo

numa cidade como essa? Não vai

encontrar bons hotéis por aqui.

Um homem sentado no balcão ao lado de Naila a olha pelo

canto do olho e bate seu copo de Chopp no balcão. O homem

tem por volta de cinquenta anos e barba cumprida, ele veste

a calça de um uniforme abatido de empregado ferroviário. Ele

tem seu casaco do uniforme no balcão.

HOMEM

Uma garota jovem como você não

deveria estar em uma cidade como

está! O que faz aqui?

(CONTINUA...)

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...CONTINUANDO: 3.

NAILA

Vim a trabalho. Eu só preciso de um

lugar pra passar a noite.

HOMEM

Perda de tempo! Não há o que ser

feito aqui, apenas sugiro que vá

embora.

BARMAN

Não seja rude com a jovem. Você já

bebeu de mais.

O Barman pega o copo vazio do homem ao lado de Naila e se

retira.

HOMEM

O outro lado da cidade é perigoso,

não ande por lá.

NAILA

O outro lado? Você diz,

atravessando a passarela?

HOMEM

Isso. Isso. Não vá para lá, já que

pretende ficar.

NAILA

Eu estive lá. O que tem de errado?

HOMEM

Não importa! Não volte lá se tem

amor por sua vida. Resolva o que

tem a resolver aqui na cidade e vá

embora!

O Barman volta e coloca um pequeno pedaço de papel no balcão

em frente da Naila.

BARMAN

Aqui está o endereço de um pequeno

Hotel, não é grande coisa, mas é

barato e perto.

NAILA

Muito obrigada!

Naila pega o pedaço e caminha em direção à porta do bar. O

homem sentado no balcão a olha sobre o ombro.

(CONTINUA...)

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...CONTINUANDO: 4.

HOMEM

(grita) Esqueça o que viu do outro

lado.

Naila se retira do bar ignorando o grito do homem sentado ao

balcão. O homem se vira para o Barman.

HOMEM

Qual é o seu problema? Está

trabalhando para ele, agora?

BARMAN

Deixa a garota fazer o trabalho

dela...

CENA 5 - RECEPÇÃO DO HOTEL. INT. NOITE.

A recepção do hotel é bem iluminada, as paredes vazias, um

balcão de madeira está no centro da recepção. Hans, um

senhor de sessenta anos, de bigode e porte largo, está

sentado em uma cadeira velha lendo seu jornal. Ele usa uma

boina na cabeça que está caída sobre seus olhos.

Naila entra na recepção do hotel e se depara com Hans. Ela

se curva sobre o balcão para olhá-lo.

NAILA

Boa noite. Você é o dono do hotel?

Eu gostaria de um quarto.

O velho levanta sua boina a tirando do rosto, ele ergue o

olhar para Naila e lentamente dobra seu jornal.

HANS

Sim. Eu sou Hans, o dono. Faz tempo

que não vejo turistas em meu

hotel...

Hans se levanta e se aproxima do balcão.

NAILA

Eu não sou turista. Estou aqui a

trabalho.

HANS

A trabalho? O que você faz?

NAILA

Eu sou fotógrafa, estou aqui por um

projeto meu.

(CONTINUA...)

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...CONTINUANDO: 5.

HANS

Por que nessa cidade, entre tantas?

Se me permite dizer... Seria melhor

se você não ficasse aqui por muito

tempo.

NAILA

Eu pretendo ficar o tempo

necessário.

Naila arruma a bolsa de sua câmera em seu ombro.

HANS

Você já esteve do outro lado, minha

jovem?

NAILA

(Naila hesita) Sim. Eu passei

lá mais cedo.

HANS

Viu algo por lá? Fotografou algo?

NAILA

Desculpe, mas eu gosto de trabalhar

em sigilo e eu estou meio cansada,

acho melhor eu...

HANS

Não sei se você percebeu, mas o

outro lado da cidade não é como

qualquer cidade comum. Eu venho

pesquisando o que acontece lá há

anos, se você capturou algo anormal

seria muito interessante e eu

adoraria ver as fotos.

Naila franze o cenho. Ela pega a bolsa da sua câmera

lentamente sem tirar os olhos de Hans.

NAILA

Eu vi alguém se matar na ponte em

cima da linha do trem... Mas quando

eu olhei para baixo... Não havia

nada. Eu tenho certeza do que vi.

HANS

Alguém se matando? Certeza?

NAILA

Sim! Certeza!

(CONTINUA...)

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...CONTINUANDO: 6.

Naila liga sua câmera e mostra algumas fotos para Hans. A

foto da rua onde a neblina parecia formar uma silhueta,

outra foto onde parecia ter alguém olhando pela janela de

uma casa abandonada.

HANS

Muito interessante!

NAILA

O que tem do outro lado?! Tudo isso

estava mesmo lá? Não sou só eu que

enxergo isso nas fotos?

HANS

Não, não é só você. (Hans passa a

mão pelo bigode) Vou te levar até

seu quarto.

Hans pega uma chave dentro da gaveta do balcão. Ele

gesticula com a mão para que Naila o siga.

CENA 6 - QUARTO DO HOTEL. INT. NOITE.

O quarto é arrumado, há apenas uma cama de solteiro, um

pequeno armário e um criado-mudo ao lado da cama. Do lado

oposto da porta há uma janela coberta por uma cortina velha.

Naila fecha a porta do quarto atrás dela e a tranca. Ela

deixa sua mala e a bolsa da sua câmera na cama, caminha até

a janela e puxa a cortina para o lado.

A vista da cidade esta completamente escura. No horizonte

pode-se ver a passarela da ferrovia e as ruas escuras,

nenhuma luz acesa, nem mesmo a do bar.

Uma pequena luz ao longe surge. A luz segue pela passarela

até o outro lado da cidade.

Naila puxa a cortina rapidamente cobrindo a janela.

CENA 7 - CENTRO DA CIDADE. EXT. DIA.

O céu está nublado, mas não há neblina no centro da cidade.

De baixo da passarela, na linha do trem, há vagões

abandonados, os vidros das janelas estão quebrados e não há

porta no trem. Os bancos do lado de dentro estão quebrados e

sujos.

A plataforma da estação está quebrada, um grande buraco se

abre no meio dela, há pedaços de concreto, ferro e vidro

quebrado no buraco.

(CONTINUA...)

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...CONTINUANDO: 7.

Hans e Naila colocam-se lado a lado na passarela que passa

por cima da linha do trem, ambos observam a estação logo a

baixo.

HANS

Essa cidade foi fundada por uma

família Alemã, sua economia era

voltada à essa ferrovia que

atravessava no meio da cidade, ela

transportava de tudo para a

capital, o que a tornava

importante, mas após o acidente da

ferrovia ela foi fechada e nunca

mais utilizada o que tornou essa

cidade abandonada e deserta. Desde

então o outro lado da cidade tem

sido assim.

NAILA

O que foi esse acidente?

Hans e Naila caminham ponte a baixo lentamente enquanto

conversavam.

HANS

Um trem chegou em uma velocidade

muito alta e perdeu o controle

saindo dos trilhos. O trem acertou

a plataforma e a estação a

destruindo por completo. Tanto os

passageiros do trem, os que

esperavam na plataforma, quanto os

funcionários que estavam na sala de

controle da estação morreram.

NAILA

Espera. Todos os funcionários?! Eu

vi um funcionário ferroviário no

bar ontem a noite! Como se fecharam

a estação?

HANS

Bar? Não sobreviveu ninguém, não

mora ninguém aqui, não tem como

você ter visto alguém que trabalha

aqui.

NAILA

Eu o vi ontem a noite! E tinha um

bar, o Barman que me deu o endereço

do seu hotel!

(CONTINUA...)

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...CONTINUANDO: 8.

HANS

Como eu disse. Isso é impossível.

Não há nenhuma alma viva além de

nós dois aqui.

NAILA

Então... São os passageiros e os

funcionários que assombram esse

lugar?

HANS

Me parece que sim. Mas eu nunca

consegui encontrar uma aparição nem

ao menos me comunicar com eles, se

ao menos eu pudesse libertá-los e

ajudá-los...

CENA 8 - ESTAÇÃO. EXT. DIA.

Naila e Hans caminham até a estação e a plataforma. Naila

para na beirada da plataforma de trem, próxima à um buraco

onde a plataforma está quebrada. Ela olha para o buraco e vê

um pequeno coelhinho de pelúcia com o olho rasgado e todo

sujo.

Ela desce cuidadosamente para o buraco e pega o coelho de

pelúcia. No momento que ela o toca um grito de criança ecooa

em seus ouvidos. Naila solta rapidamente o coelho.

HANS

Algum problema?

NAILA

Eu achei... Ter ouvido alguma

coisa.

HANS

Eu não ouvi nada.

Naila pega o coelhinho de pelúcia novamente, mas nada

acontece. Ela volta para a plataforma e olha para Hans.

NAILA

Se o senhor nunca viu nenhuma

aparição, por que procura saber

sobre os espíritos? O que te fez

querer salvá-los se nem tem certeza

que estão aqui?

HANS

Pela minha mulher. Ela morreu há 15

anos, mas ainda posso sentir que

(MAIS...)

(CONTINUA...)

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...CONTINUANDO: 9.

HANS (...cont.)ela está aqui. E se por causa desse

acidente os espíritos não podem

descançar e se livrar desse mundo,

minha mulher também não pode. Quero

salvá-la, assim como quero salvar

todos os outros.

NAILA

Então talvez eu possa ajudar sua

esposa!

Alguns sussurros e risadas de crianças soam.

NAILA

Ouviu isso?

HANS

Não. O que?

NAILA

São criaças... Vindo desse lado da

cidade.

Naila corre para fora da estação e é seguida por Hans.

CENA 9 - RUA DA ESTAÇÃO. EXT. DIA.

A rua está coberta por neblina.

Naila para na rua em frente à estação e olha à sua volta.

Hans para ao lado de Naila e segura em seu braço.

HANS

Aonde pensa que está indo? É

perigoso.

NAILA

Mas tem algo lá! Eu já volto,

talvez seja importante. Talvez

sejam respostas!

HANS

É perigoso de mais, por que quer

tanto ajudar? Você tem uma vida

inteira pela frente!

NAILA

Eu fui mandada fotografar essa

cidade deserta porque era sem

graça. Meu trabalho está por um

(MAIS...)

(CONTINUA...)

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...CONTINUANDO: 10.

NAILA (...cont.)fio. Eles não acham que eu sou

capaz, dizem que minhas fotos não

tem emoção... Eu vou embora daqui e

perder meu emprego, então eu quero

ao menos ajudar essa cidade. Vou

ajudar sua esposa.

Hans a olha por um longe tempo sem respondê-la.

HANS

Tome cuidado...

Hans solta o braço de Naila.

Naila corre rua a cima.

CENA 10 - RUA DA CIDADE. EXT. DIA.

Naila anda com passos rápidos e largos pelas ruas da cidade

abandonada. Em sua mão ela segura o coelhinho de pelúcia.

Ela segue sussurros e cochichos de crianças que não podem

ser vistas. E então ouve uma voz mais próxima que parece

estar saindo do coelho, baixa de mais para se entender o que

diz.

CENA 11 - RUA DA CIDADE. EXT. DIA.

Naila para em uma esquina, uma rua sem saída que sobe para

uma grande mansão. Ela olha novamente para o coelho e seus

sussurros ficam ainda mais altos. Naila caminha até a grande

mansão e entra pelo portão de ferro enferrujado.

A mensão tem sua pintura descascada, o portão está

entreaberto e quebrado. A porta alta de madeira e as janelas

gastas estão fechadas.

Há mato e musgo pela lateral da mansão e por todo seu

quintal. Alguns degrais levam à varanda e à porta principal.

Naila pisa nas táboas de madeira que leva à varanda e elas

rangem. Ela bate na porta. A porta abre lentamente. Naila da

um passo à frente, cada passo de Naila faz a madeira ranger.

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11.

CENA 12 - HALL DA MANSÃO. INT. DIA.

A mensão está escura.

Há um grande lustre no teto, quadros antigos pendurados na

parede, um cumprido tapete vermelho no chão do Hall. Todos

os móveis são empoeirados e há teias de aranha nas paredes

da paterais e nos quadros.

NAILA

Olá?

Sua voz ecooa pela mansão vazia.

A porta atrás de Naila bate com força, Naila da um pulo de

susto e o coelhinho de pelúcia em sua mão é puxado para

frente, Naila é obrigada à soltá-lo. A imagem de Richie, um

garoto de dez anos, cabelos loiros e bagunçados, vestindo um

pijama manchado de sangue, surgue diante Naila. Ele abraça o

coelho com força.

A imagem de Richie é meio transparente, ele se vira para

Naila com os olhos vermelho sangue.

RICHIE

Você quem pegou o bigodes?

NAILA

Não, eu o achei na estação

abandonada... Você estava lá quando

houve o acidente, não estava?

RICHIE

(grita) Estava!

As lâmpadas do lustre sobre o Hall estouram, alguns

vidrinhos caem no chão e sobre Naila que se protege com os

braços sobre a cabeça

RICHIE

E eu vi o que eles fizeram com meus

pais! Por isso nunca vou

perdoá-los!

NAILA

Quem fez o que?

RICHIE

Aqueles empregados dos meus pais

acertaram o trem na estação e

mataram a mim e meu pai!

(CONTINUA...)

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...CONTINUANDO: 12.

NAILA

Então você é da família que fundou

a cidade? Foi tudo um acidente,

ninguém quis acabar com a ferrovia

e matar sua família.

RICHIE

(grita)Não! Enquanto eles não me

pagarem eu não os deixarei em paz!

Richie segura o coelhinho de pelúcia pelas orelhas deixando

o corpo do coelho arrastar no chão. Uma corrente de ar

começa a circular Richie e seus cabelos balançam ao vento.

Naila recua alguns passos, se apoia na parede para ignorar a

corrente de ar.

NAILA

Não foi culpa de ninguém!

Um dos quadros da parede voa em direção à Naila. Ela abaixa

rápido e o quadro bate na parede.

NAILA

Não adianta você prender os

espíritos nessa cidade até que

alguém pague por esse erro! Você

pode apenas prosseguir ao lado de

seus pais!

FANTASMA

Não posso! Eles se foram sem mim!

Eles foram para além da luz!

Uma lágrima de sangue escorre pelo rosto de Richie. Outro

quadro voa em direção à Naila, ela desvia.

NAILA

Todos merecem ir para além da luz!

(Naila da uma passo à frente em

direção à Richie) E você merece ir

com eles, eles superaram o que

houve, você não pode culpar a

cidade pelo que houve.

Richie abaixa a cabeça e o vento para aos poucos.

NAILA

Você pode se juntas à seus pais! É

só librertar à todos e você mesmo!

(CONTINUA...)

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...CONTINUANDO: 13.

Richie olha pro lado arrependido e lentamente solta seu

coelhinho de pelúcia. Ao mesmo tempo que o coelho cai no cão

os outros quadros da parede também caem. Sua imagem clarea

elntamente até desaparecer em um flash de luz que ilumina o

Hall inteiro forçando Naila a fechar os olhos.

Naila abre os olhos lentamente. A o Hall está vázio. Não há

lustres quebrados nem quadros jogados pelo Hall. Há apenas

um coelho sujo jogado no chão.

CENA 13 - RECEPÇÃO DO HOTEL. INT. DIA.

A recepção está iluminada.

Hans lê seu jornal sentado na cadeira atrás do balcão.

Naila entra na recepção vindo do corredor. Ela arruma sua

bolsa no ombro e para em frente ao balcão.

Hans se levanta e tira sua boina.

NAILA

Obrigada pela estadia.

HANS

Eu quem agradeço por ter ajudado a

cidade.

NAILA

O prazer foi meu! Eu tirei boas

fotos afinal. Valeu ter vindo até

aqui.

HANS

Você viu a minha mulher?

NAILA

Não... Mas tenho certeza que ela

está em um lugar melhor agora!

HANS

Boa sorte em seu trabalho.

NAILA

Obrigada! Talvez eu continue por

conta própria procurando lugares

onde posso tirar fotos como tirei

aqui!

HANS

Você se dará muito bem. Boa sorte.

(CONTINUA...)

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...CONTINUANDO: 14.

NAILA

Obrigada.

Naila acena para Hans e sai pela porta da recepção.

CENA 14 - RUA. EXT. DIA.

O sol quase se põe no horizonte. Não há niblina na rua.

Naila caminha pela rua. Ela observa as casas vazias e

abandonadas. Naila passa na frente do bar, ela se vira para

o bar. A porta está aberta, não há ninguém lá dentro, apenas

móveis velhos empoeirados e cheios de teia de aranha.

Naila sorri e segue para o horizonte ao por do sol.