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1_7 Página 1 Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução ANTIGÜIDADE ORIENTAL As mais antigas civilizações da história surgiram na Antigüidade Oriental entre os anos 4.000 a.C. e 2.000 a.C. Foram as chamadas civilizações hidráulicas. As Principais civilizações da Antigüidade Oriental foram: egípcios (Vale do Nilo) mesopotâmicos (Vale do Tigre e Eufrates) hebreus (Vale do Jordão) fenícios (Líbano atual) persas (Planalto do Irã) hindus (Planície Indo-gangética) chineses (Vales do Tang-tse e Huang Ho). Estas civilizações apresentaram características comuns como a escrita, a arquitetura monumental, a agricultura extensiva, a domesticação de animais, a metalurgia, a escultura, a pintura em cerâmica, a divisão da sociedade em classes e a religião organizada (estruturada com sacerdotes, lugares para reverenciar os deuses e assim por diante). A invenção da escrita permitiu ao homem registrar e difundir idéias, descobertas e acontecimentos que ocorriam ao seu redor. Esse avanço é responsável por grandes progressos científicos e tecnológicos que possibilitaram o surgimento de civilizações mais complexas. Exemplos de tipo de escrita: Suméria - cuneiforme (gravação de figuras com estilete sobre tábua de argila) Egito - hieroglífica (com ideogramas) Fenícia (atual Líbano) Fonético - (alfabeto) Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (1 of 610) [05/10/2001 22:27:01]

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  • 1. 1_7 Pgina 1 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo ANTIGIDADE ORIENTAL As mais antigas civilizaes da histria surgiram na Antigidade Oriental entre os anos 4.000 a.C. e 2.000 a.C. Foram as chamadas civilizaes hidrulicas. As Principais civilizaes da Antigidade Oriental foram: egpcios (Vale do Nilo)q mesopotmicos (Vale do Tigre e Eufrates)q hebreus (Vale do Jordo) fencios (Lbano atual)q persas (Planalto do Ir)q hindus (Plancie Indo-gangtica)q chineses (Vales do Tang-tse e Huang Ho).q Estas civilizaes apresentaram caractersticas comuns como a escrita, a arquitetura monumental, a agricultura extensiva, a domesticao de animais, a metalurgia, a escultura, a pintura em cermica, a diviso da sociedade em classes e a religio organizada (estruturada com sacerdotes, lugares para reverenciar os deuses e assim por diante). A inveno da escrita permitiu ao homem registrar e difundir idias, descobertas e acontecimentos que ocorriam ao seu redor. Esse avano responsvel por grandes progressos cientficos e tecnolgicos que possibilitaram o surgimento de civilizaes mais complexas. Exemplos de tipo de escrita: Sumria - cuneiforme (gravao de figuras com estilete sobre tbua de argila)q Egito - hieroglfica (com ideogramas)q Fencia (atual Lbano) Fontico - (alfabeto)q Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (1 of 610) [05/10/2001 22:27:01]
  • 2. Apesar da fixao dos diversos grupos humanos em reas prximas aos rios (abastecimento de gua e comunicao) ter ocorrido em regies distintas, a maioria das civilizaes da Antigidade se desenvolveu no Crescente Frtil. Esta rea possui a forma de arco e estende-se do Vale do Jordo Mesopotmia, alm de abrigar os rios Tigres e Eufrates. A revoluo agrcola e a fixao de grupos humanos em locais determinados ocorreram simultaneamente no Crescente Frtil. Neste mesmo perodo outras civilizaes se desenvolveram s margens dos rios Nilo (egpcia), Amarelo (chinesa), Indo e Gnges (paquistanesa e indiana). Pgina 2 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo ASPECTOS ECONMICOS Predomnio da agricultura de subsistncia e de regadio, devido ao aumento das comunidades ribeirinhas que tornaram-se conhecidas como civilizaes hidrulicas. Neste perodo, a construo de canais de irrigao que permitiam levar a gua onde fosse necessria era de grande importncia. Principal atividade: Cultivo de cereais. Comrcio e artesanato eram atividades secundrias. Exceo: fencios, dedicados predominantemente ao comrcio martimo (talassocracia no Mediterrneo). ASPECTOS SOCIAIS Predomnio da sociedade estamental; nessa, cada grupo social tem uma posio e uma funo definida. A posio social determinada pela hereditariedade. A estrutura esttica (no h mobilidade social) e hierrquica, sendo vinculada s atividades econmicas. Regime de trabalho: A maior parcela da comunidade trabalhava sob um regime de servido coletiva . As Comunidades camponesas produziam excedentes agrcolas entregues ao Estado sob a forma de impostos (os camponeses no eram escravos j que viviam em comunidades, produziam seus prprios alimentos e construam suas Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (2 of 610) [05/10/2001 22:27:01]
  • 3. moradias). Diviso da sociedade: Soberano e aristocracia (nobres e sacerdotes)q Grupos intermedirios (burocratas, militares, mercadores e artesos).q Camponesesq Escravos utilizados na construo de obras pblicas (obras de irrigao, templos, palcios e outros).q Excees: Fencios, sociedade de classes (hierarquia baseada na riqueza mvel).q Hindus, sociedade de castas (de origem religiosa e absolutamente impermevel).q Pgina 3 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo Particularidades e diferenas dos modelos econmicos e sociais: Egito Vale do Nilo Mesopotmia Tigre e Eufrates Sul da sia, Plancie Indo-gangtica Norte da China, o Hwang Ho Soberano e aristocracia Fara e os sacerdotes da famlia real, oficiais do palcio Nobreza = famlia real, altos sacerdotes, oficiais reais Falta de evidncias O rei, a classe aristocrtica e a burocracia estatal faziam parte da nobreza guerreira Grupos intermedi- rios Sociedade relativamente aberta; habilidade + ambio = mobilidade social Clientes = cidados livres trabalhando para a nobreza Comrcio com a Mesopotmia, Sul da ndia e Afeganisto Artesos/escultores comerciantes Camponeses Camponeses = servos, pequenas propriedades de terras Plebe = cidados livres proprietrios de terras Fazendeiros plebeus (servos) Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (3 of 610) [05/10/2001 22:27:02]
  • 4. Escravos Escravos eram prisioneiros de guerra; camponeses eram submetidos a recrutamento forado tanto para servios militares como para grupos de trabalhos escravos escravos Pgina 4 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo ASPECTOS RELIGIOSOS Predomnio do politesmo (acreditavam na existncia de inmeros deuses). Os deuses tinham estreitos vnculos com as atividades e as foras da Natureza. Excees: Monotesmo: hebreus e egpcios durante o reinado do Fara Amenfis IVq Dualismo: persas (zoroastrismo).q Modelos Religiosos : Egito Vale do Nilo Mesopotmia Tigre e Eufrates Sul da sia, Plancie Indo-gangtica Norte da China, o Hwang Ho Fara - considerado uma divindade em forma humana, provando que os deuses se importavam com a populao Hierarquia de divindades (maiores e menores) de acordo com suas funes Importncia da fertilidade = culto deusa me Rei adorado como um intermedirio entre os deuses e os homens Crena em vida aps a morte, reflexo da natureza cclica das estaes e enchentes Divindades imortais e poderosas, mas com caractersticas humanas (hbitos e emoes) Imagens de deuses em quadros de argila, figuras de animais em argila Culto s figuras reais falecidas, base do culto aos ancestrais Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (4 of 610) [05/10/2001 22:27:02]
  • 5. Pirmides so smbolos da eternidade da vida aps a morte e do poder espiritual e temporal do Fara Lendas e crenas populares histria da criao, humanos com caractersticas divinas, enchentes Confucionismo = crena secular na conduta tica e na harmonia social Curto perodo de monotesmo = culto ao deus Sol (Amon-Ra) Sacerdcio influente Taosmo = filosofia que preza o viver em harmonia com as leis da natureza Pgina 5 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo ASPECTOS POLTICOS Estado fortemente centralizado que possua as terras e controlava a mo-de-obra. A religio justificava o poder absoluto do governante, por isto, neste perodo, havia predomnio das monarquias despticas (absolutas) de carter teocrtico. Teocracia uma forma de governo na qual a autoridade, proveniente de um Deus, exercida por seus representantes na terra. O Egito Antigo foi um dos exemplos mais extremados de teocracia. Exceo: Fencios, organizados em cidades-estados monrquicas ou republicanas, controladas por oligarquias mercantis. Modelos Polticos: Egito Vale do Nilo Mesopotmia Tigre e Eufrates Sul da sia, Plancie Indo-gangtica Norte da China, o Hwang Ho O Fara; rei-deus como ditador absoluto: Teocracia Cidades-estado chefiadas por guerreiros que se tornaram reis Governo centralizado, cidades planejadas, com prdios e servios pblicos Pequenos reinos feudais posteriormente unidos pela dinastia de Zhou Monarquia centralizada e hereditria Seqncia de imprios, alguns formados por grupos locais e outros por invasores Autocracia altamente centralizada e unificao por Chin Longa srie de dinastias familiares Nmero cada vez maior de cdigos legais Perodo Dinstico, idia da permisso dos deuses para governar Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (5 of 610) [05/10/2001 22:27:02]
  • 6. Pgina 6 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo ASPECTOS CULTURAIS Forte influncia religiosa na vida cultural, principalmente entre egpcios e hebreus. Desenvolvimento cientfico mais importante entre os egpcios (Matemtica e Medicina) e entre os caldeus (Matemtica e Astronomia). Arte principal: Arquitetura, tendo a Escultura e a Pintura como artes auxiliares. Escrita predominantemente ideogrfica (no Egito: hierglifos; na Mesopotmia: cuneiformes). Criao da escrita fontica pelos fencios. Direito baseado no princpio de Talio. Primeiro conjunto de leis escritas: Cdigo de Hamurabi (Mesopotmia). MEIO AMBIENTE E SEUS IMPACTOS As civilizaes existentes nesse perodo tinham muitos pontos em comum. Entretanto, as condies ambientais e naturais nas quais viveram fizeram com que cada um desses grupos se desenvolvesse de forma nica e independente. Egito O Vale do Nilo Mesopotmia Tigre e Eufrates Sul da sia, Plancie Indo-gangtica Norte da China, o Hwang Ho Enchentes brandas e previsveis = possibilidades criativas e positivas Enchentes violentas = pessimismo, medo de desastres Enchentes peridicas = renovao e fertilizao do solo Enchentes = renovao e fertilizao do solo Clima rido = bom estoque de alimentos Muito tributrio = cidades-estado dispersas = desunio e guerras Clima subtropical-mido = dificuldades no estoque de alimentos Muitas regies montanhosas e semidesrticas: assentamentos apenas nas margens dos rios Rio facilmente navegvel = unio poltica e cultural Regies pantanosas = irrigao usada para drenagem Montanhas do Himalaia = proteo contra invernos rigorosos Enchentes violentas = construo de diques para controlar as guas Desertos = isolamento Falta de pedras para construo = estruturas de cana e de tijolos de argila Mones (ventos) e derretimento da neve = suprimentos abundantes de gua Montanhas e desertos = isolamento cultural Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (6 of 610) [05/10/2001 22:27:02]
  • 7. Abundncia de pedras = arquitetura permanente Contato com o Oriente Mdio a noroeste Pgina 7 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo CONTRIBUIES E REALIZAES DAS CIVILIZAES DA ANTIGIDADE ORIENTAL Sociedade Regio / Perodo Contribuies / Realizaes Sumrios Mesopotmia meridional (3500-2300 a.C.). Cidades-estado, matemtica (base 60 e sistemas de latitude), veculos com rodas, zigurates (templos), escrita cuneiforme, escolas. Egpcios Vale do Nilo (Egito) (3100-1200 a.C.) Irrigao para controlar o rio, expanso de terras cultivveis, calendrio, medicina, monarquia hereditria e centralizada, escrita pictogrfica (hierglifos), tumbas nas pirmides, mumificao. Babilnicos Mesopotmia (1900-1600 a.C.) Cdigo de leis de Hamurbi, unificao de toda regio mesopotmica. Hititas Turquia e Sria (1800-1200 a.C.) Metalurgia (ferro) Fencios Lbano atual (1400-800 a.C.) Navegao martima, alfabeto fontico, comrcio alm-mar. Assrios Norte da Mesopotmia (900-612 a.C.) Sociedade militarista, engenheiros militares, imprio armado da Mesopotmia ao Egito. Ldios Turquia (700-550 a.C.) Cunhagem de moedas, sistema monetrio. Hebreus/Judeus/ Israelitas Terra de Cana / atual Israel (2.000 a.C.-79 d.C.) Monotesmo - conceito de um Deus nico, os 10 Mandamentos, a criao de um cdigo de valores ticos e morais; O Velho Testamento. Caldees Mesopotmia (612-539 d.C.) Astronomia, fases lunares = 4 semanas por ms, ano solar preciso, astrologia: Zodaco. Persas Ir atual (1200-330 d.C.) Amplo sistema de estradas, unificao de um povo vasto em um nico imprio, perodo de paz e de tolerncia, regras claras. Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (7 of 610) [05/10/2001 22:27:02]
  • 8. 2_5 Pgina 1 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Egito EGITO A Civilizao egpcia data do ano de 4.000 a.C., permanecendo relativamente estvel por 35 sculos, apesar de inmeras invases das quais foi vtima. Em 1822, o francs Jean Franois Champollion decifrou a antiga escrita egpcia tornando possvel o acesso direto s fontes de informao egpcias. At ento, o conhecimento sobre o Egito era obtido atravs de historiadores da Antigidade greco-romana. O MEIO AMBIENTE E SEUS IMPACTOS Localizado no nordeste africano de clima semi-rido e chuvas escassas ao longo do ano, o vale do rio Nilo um osis em meio a uma regio desrtica. Durante a poca das cheias, o rio depositava em suas margens uma lama frtil na qual durante a vazante eram cultivados cereais e hortalias. O rio Nilo essencial para a sobrevivncia do Egito. A interao entre a ao humana e o meio ambiente evidente na histria da civilizao egpcia, pois graas abundncia de suas guas era possvel irrigar as margens durante o perodo das cheias. A necessidade da construo de canais para irrigao e de barragens para armazenar gua prximo s plantaes foi responsvel pelo aparecimento do Estado centralizado. Nilo > agricultura de regadio > construo de obras de irrigao que exigiam forte centralizao do poder > monarquia teocrtica EVOLUO HISTRICA A histria poltica do Egito Antigo tradicionalmente dividida em duas pocas: Pr-Dinstica (at 3200 a.C.): ausncia de centralizao poltica. Populao organizada em nomos (comunidades primitivas) independentes da autoridade central que era chefiada pelos monarcas. A unificao dos nomos se deu em meados do ano 3000 a.C., perodo em que se consolidaram a economia agrcola, a escrita e a tcnica de trabalho com metais como cobre e ouro. Dois reinos Alto Egito (sul) e Baixo Egito (norte) surgiram por volta de 3500 a.C. em conseqncia da necessidade de se unir esforos para a construo de obras hidrulicas. Dinstica: forte centralizao poltica Mens, rei do Alto Egito, subjugou em 3200 a.C. o Baixo Egito. Promoveu a unificao poltica das duas terras sob uma monarquia centralizada na imagem do fara, dando incio ao Antigo Imprio, Mens tornou-se o primeiro fara. Os nomarcas passaram a ser governadores subordinados autoridade faranica. Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (8 of 610) [05/10/2001 22:27:02]
  • 9. Pgina 2 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Egito PERODOS DA POCA DINSTICA A poca Dinstica dividida em trs perodos: Antigo Imprio (3200 a.C. 2300 a.C.) Capital: Mnfis Foi inventada a escrita hieroglfica. Construo das grandes pirmides de Giz, entre as quais as mais conhecidas so as de Quops, Qufrem e Miquerinos. Esses monumentos, feitos com blocos de pedras slidas, serviam de tmulos para os faras. Tais construes exigiam avanadas tcnicas de engenharia e grande quantidade de mo-de-obra. Invaso dos povos nmades > fragmentao do poder Mdio Imprio (c. 2040-1580 a.C.) Durante 200 anos o Antigo Egito foi palco de guerras internas marcadas pelo confronto entre o poder central do fara e os governantes locais nomarcas. A partir de 2040 a.C., uma dinastia poderosa (a 12) passou a governar o Pas iniciando o perodo mais glorioso do Antigo Egito: o Mdio Imprio. Nesse perodo: Capital: Tebasq Poder poltico: o fara dividia o trono com seu filho para garantir a sucesso ainda em vidaq Poder central controlava rigorosamente todo o pasq Estabilidade interna coincidiu com a expanso territorialq Recenseamento da populao, das cabeas de gado e de terras arveis visando a fixao de impostosq Dinamismo econmicoq Pgina 3 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (9 of 610) [05/10/2001 22:27:02]
  • 10. Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Egito Os Hicsos Rebelies de camponeses e escravos enfraqueceram a autoridade central no final do Mdio Imprio, permitindo aos hicsos - um povo de origem caucasiana com grande poderio blico que havia se estabelecido no Delta do Nilo conquistar todo o Egito (c.1700 a.c.). Os hicsos conquistaram e controlaram o Egito at 1580 a.C. quando o chefe militar de Tebas derrotou-os. Iniciou-se, ento, um novo perodo na histria do Egito Antigo, que se tornou conhecido como Novo Imprio. As contribuies dos hicsos foram: fundio em bronzeq uso de cavalosq carros de guerraq tear verticalq Novo Imprio - (c. 1580- 525 a.C.) O Egito expulsou os hicsos conquistando, em seguida, a Sria e a Palestina. Capital: Tebas.q Dinastia governante descendente de militares.q Aumento do poder dos sacerdotes e do prestgio social de militares e burocratas.q Militarismo e expansionismo, especialmente sob o reinado dos faras Tutms e Ramss.q Conquista da Sria, Fencia, Palestina, Nbia, Mesopotmia, Chipre, Creta e ilhas do Mar Egeu.q Afluxo de riqueza e escravos e aumento da atividade comercial controlada pelo Estado.q Amenfis IV promoveu uma reforma religiosa para diminuir a autoridade dos sacerdotes e fortalecer seu poder implantando o monotesmo (a crena numa nica divindade) durante seu reino. q Invases dos povos do mar (ilhas do Mediterrneo) e tribos nmades da Lbia conseqente perda dos territrios asiticos. q Invaso dos persas liderados por Cambises.q Fim da independncia poltica.q Com o fim de sua independncia poltica o Egito foi conquistado em 343 a.C. pelos persas. Em 332 a.C. passou a integrar o Imprio Macednio e, a partir de 30 a.C., o Imprio Romano. Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (10 of 610) [05/10/2001 22:27:02]
  • 11. Pgina 4 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Egito ASPECTOS ECONMICOS Base econmica: Agricultura de regadio com cultivo de cereais (trigo, cevada, algodo, papiro, linho) favorecida pelas obras de irrigao. q Agricultura extensiva com um alto nvel de organizao social e poltica.q Outras atividades econmicas: criao de animais (pastoreio), artesanato e comrcio.q ASPECTOS POLTICOS Monarquia teocrtica: O governante (fara) era soberano hereditrio, absoluto e considerado uma encarnao divina. Era auxiliado pela burocracia estatal nos negcios de Estado. q Havia uma forte centralizao do poder com anulao dos poderes locais devido necessidade de conjugao de esforos para as grandes construes. q O governo era proprietrio das terras e cobrava impostos das comunidades camponesas (servido coletiva). Os impostos podiam ser pagos via trabalho gratuito nas obras pblicas ou com parte da produo. q ASPECTOS SOCIAIS Predomnio das sociedades estamentais (compostas por categorias sociais, cada uma possua sua funo e seu lugar na sociedade). q O Egito possua uma estrutura social esttica e hierrquica vinculada s atividades econmicas. A posio do indivduo na sociedade era determinada pela hereditariedade (o nascimento determina a posio social do indivduo). q A estrutura da sociedade egpcia pode ser comparada a uma pirmide. No vrtice o fara, em seguida a alta burocracia (altos funcionrios, sacerdotes e altos militares) e, na base, os trabalhadores em geral . A sociedade era dividida nas seguintes categorias sociais: q O fara e sua famlia - O fara era a autoridade suprema em todas as reas, sendo responsvel por todos os aspectos da vida no Antigo Egito. Controlava as obras de irrigao, a religio, os exrcitos, promulgao e cumprimento das leis e o comrcio. Na poca de carestia era responsabilidade do q Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (11 of 610) [05/10/2001 22:27:02]
  • 12. fara alimentar a populao. aristocracia (nobreza e sacerdotes). A nobreza ajudava o fara a governar.q grupos intermedirios (militares, burocratas, comerciantes e artesos)q camponesesq escravoq Os escribas, que dominavam a arte da escrita (hierglifos), governantes e sacerdotes formavam um grupo social distinto no Egito. Pgina 5 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Egito ASPECTOS CULTURAIS A cultura era privilgio das altas camadas.q Destaque para engenharia e arquitetura (grandes obras de irrigao, templos, palcios).q Desenvolvimento de tcnicas de irrigao e construo de barcos.q Desenvolvimento da tcnica de mumificao de corpos.q Conhecimento da anatomia humana.q Avanos na Medicina.q Escrita pictogrfica (hierglifos).q Calendrio lunar.q Avanos na Astronomia e na Matemtica, tendo como finalidade a previso de cheias e vazantes.q Desenvolvimento do sistema decimal. Mesmo sem conhecer o zero, os egpcios criaram os fundamentos da Geometria e do Clculo. q Engenharia e Artes.q Jogavam xadrez.q ASPECTOS RELIGIOSOS Politesmoq Culto ao deus Solq As divindades so representadas com formas humanas (politesmo antropomrfico), com corpo de animal ou s com a cabea de um bicho (politesmo antropozoomrfico) q Crena na vida aps a morte (Tribunal de Osris), da a necessidade de preservar o cadver, desenvolvimento de tcnicas de mumificao, aprimoramento de conhecimentos mdico-anatmicos. q 3_3 Pgina 1 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (12 of 610) [05/10/2001 22:27:02]
  • 13. Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Mesopotmia Mesopotmia Regio do Oriente Mdio, localizada entre os rios Tigre e Eufrates (a palavra Mesopotmia significa entre rios), onde se sucederam as civilizaes dos Sumrios, Babilnicos, Assrios e Caldeus. A Mesopotmia no se unificou sob um governo como no Egito, a regio era povoada de cidades-estados independentes que periodicamente exerciam forte hegemonia sobre toda a Mesopotmia. O meio ambiente e seus impactos Situada entre os rios Tigre e Eufrates, a Mesopotmia pertencia ao chamado Crescente Frtil. Ao norte, o territrio montanhoso, desrtico e, portanto, menos frtil; j ao sul, a regio constituda por plancies muito frteis. A aridez do clima obrigou a fixao da populao s margens dos rios Tigre e Eufrates, cujas guas permitiram o desenvolvimento da agricultura na regio. A construo de obras de irrigao foi fundamental para o aproveitamento dos recursos hdricos disponveis na rea. Alm disso, por ser uma regio de grande fertilidade em meio regies ridas, a Mesopotmia foi vtima de constantes invases de povos estrangeiros. Pgina 2 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Mesopotmia Evoluo histrica e caractersticas de cada civilizao: POVO CARACTERSTICAS PRINCIPAIS SUMRIOS (antes de 2000 a.C.) Originrios do planalto do Ir, fixaram-se na Caldia. Organizavam-se politicamente em cidades-estado (Ur, Uruk, Lagash, Eridu). Em cada cidade-Estado o poder poltico era exercido por chefes militares e religiosos (rei-sacerdotes) chamados de patesi . A religio era politesta. O templo era no somente o centro religioso como poltico, administrativo e financeiro. Contribuio cultural: inveno da escrita cuneiforme : sinais abstratos em forma de cunha, feitos em tbuas de argila. Na literatura, destaque para os poemas O Mito da Criao e A Epopia de Gilgamesh. Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (13 of 610) [05/10/2001 22:27:02]
  • 14. ACADIANOS (antes de 2000 a.C. ) Povo de origem semita que ocupou a parte central da Mesopotmia, realizando, por volta de 2300 a.C., durante o reinado de Sargo I, a unificao poltica. Estabeleceu sua capital em Akkad, da o nome da civilizao acadiana. Disputas internas e invases estrangeiras levaram ao desaparecimento desse Imprio. Pgina 3 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Mesopotmia PRIMEIRO IMPRIO BABILNICO (2000 a.C. 1750 a.C.) Grupo de invasores amoritas, vindos do deserto da Arbia Capital: Babilnia.Grande centro urbano da Antigidade Oriental, eixo econmico e cultural da regio. Hamurbi o mais importante rei babilnico unificou politicamente a Mesopotmia e elaborou o primeiro cdigo de leis escritas: Cdigo de Hamurbi (compilao de procedimentos jurdicos). Neste, est prevista a Lei do Talio (olho por olho, dente por dente), abrange quase todos os aspectos da vida babilnica (comrcio, propriedade, herana, direitos da mulher, famlia, escravido etc.). Hamurbi realizou uma reforma religiosa, instituindo o culto a Marduk, principal divindade em honra de quem foi construdo um imponente zigurate. Rebelies internas e invases que levaram a um enfraquecimento do Imprio e fragmentao do poder. IMPRIO ASSRIO (1300 a.C. 612a.C.) Ocupou o norte da Mesopotmia, perto do curso superior do rio Tigre, regio rica em madeira e minrio (cobre e ferro). Capital: Assur. Principal atividade econmica: pastoreio e comrcio. Grande parte da riqueza vinha do saque das regies conquistadas; existia uma espcie de sistema bancrio. Militarismo: Usavam cavalos e armas de ferro e passaram para a histria como o povo mais guerreiro da antiguidade. Formao de um Imprio. Conquista da Mesopotmia, da Sria e da Palestina. Crueldade com os derrotados de guerra (esfolamento vivo nas pedras, corte de orelhas, rgos genitais e narizes); escravizao dos sobreviventes. Governante mais conhecido: Assurbanipal, ampliou as Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (14 of 610) [05/10/2001 22:27:02]
  • 15. fronteiras do imprio; ordenou a construo da principal biblioteca da Antigidade Oriental em Nneve, reunindo importante acervo cultural. Morreu em 631 a.C. passando a ocorrer revoltas dos povos dominados que, chefiados pelos caldeus de Nabopolasar, derrubaram o imprio por volta de 612 a.C. SEGUNDO IMPRIO BABILNICO (612 a.C. 539 a.C.) Origem semita; derrotando assrios, estabeleceu seu poder sobre a Mesopotmia. Capital: Babilnia. Com o rei Nabucodonosor II o imprio babilnico atingiu seu apogeu. Ampliou as fronteiras do reino, dominando a Fencia e a Sria.Vitria sobre o Egito, ocupao do Reino de Jud e Jerusalm com escravizao dos hebreus (O Cativeiro da Babilnia). Construo de grandes obras pblicas: templos e palcios; zigurate (imponente construo em forma de torre com degraus , conhecido como a torre de Babel) e os famosos Jardins Suspensos da Babilnia. Com a morte de Nabucodonosor II h o enfraquecimento do reino, tornando-se alvo da expanso persa. Chefiados por Ciro I, os persas invadiram e dominaram a Mesopotmia, que se tornou uma provncia do Imprio Persa. 4_1 Pgina 1 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Fencia Fencia A Fencia corresponde atualmente regio do Lbano. De recursos naturais escassos, alm do clima rido e solo pouco apropriado atividade agrcola, sua localizao geogrfica favoreceu fundamentalmente a navegao e o comrcio. Essa vocao martima dos fencios contou ainda com a ajuda das abundantes florestas de cedro, madeira adequada para a fabricao de embarcaes, presentes em seu territrio. Os fencios no conheceram, na Antigidade, a centralizao poltica, organizando-se segundo cidades-estados; unidades autnomas do ponto de vista econmico e administrativo, sendo que as que mais se destacaram foram Biblos, Tiro e Sidon. A principal classe da sociedade fencia, pelas prprias atividades econmicas dessa civilizao, era formada pelos comerciantes e armadores que controlavam a vida econmica e poltica das cidades-estado. A expanso das atividades comerciais levou os fencios a controlar a navegao no Mediterrneo, onde fundaram diversas colnias e feitorias. Entre elas destacam-se Palermo, na Siclia, Cdis e Mlaga, na Espanha, e, principalmente, Cartago, no norte da frica. A cultura fencia, dado o carter aberto de sua Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (15 of 610) [05/10/2001 22:27:02]
  • 16. organizao scio-econmica, assimilou diversos componentes de outras culturas. Cabe, destacar, sua mais importante contribuio para a cultura ocidental: a inveno do alfabeto com 22 letras, matriz de nossa escrita atual. 5_24 Pgina 1 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia Grcia Chamamos de civilizao grega, ou civilizao helnica aquela que se desenvolveu a partir do extremo sul da Pennsula Balcnica (a Grcia atual) e se difundiu pelas ilhas do Mar Egeu, costa ocidental da sia Menor, litoral do Mar Negro e por certos pontos africanos e europeus do Mediterrneo. As origens da civilizao helnica so encontradas nos primitivos povos que habitavam a Pennsula Balcnica, os pelasgos, na civilizao egia e nos povos indo-europeus (aqueus, jnios, elios e drios) que, desde mais ou menos 2.000 a.C. comearam a penetrar nos Blcs. A CIVILIZAO EGIA A civilizao egia desenvolveu-se, originalmente, nos muitos arquiplagos do Mar Egeu e teve como principal centro a ilha de Creta, da tambm ser conhecida por civilizao cretense. Os egeus chegaram a ocupar tambm as costas ocidentais da sia Menor e a parte meridional dos Blcs. A exigidade das terras arveis e das reservas minerais e a facilidade para a navegao (muitas enseadas naturais e ilhas prximas umas das outras) fizeram com que os egeus se notabilizassem como um povo de navegadores. O comrcio martimo foi a base de sua economia. Conseqentemente, a civilizao egia caracterizou-se por um notvel desenvolvimento urbano, sendo que dentre suas cidades a mais importante foi Cnossos, cujos reis recebiam o ttulo de Minos. Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (16 of 610) [05/10/2001 22:27:02]
  • 17. Cada cidade tinha, provavelmente, o estatuto de uma cidade-estado, ou seja tinha sua autonomia e soberania poltica. provvel que essas muitas cidades-estados tenham formado uma espcie de federao, sob a liderana efetiva de Cnossos. Parece-nos fora de dvida que os Minos (reis de Cnossos) exerciam uma efetiva hegemonia sobre os povos egeus. Alguns historiadores chegam a designar essa civilizao como civilizao minica. Pgina 2 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia As relaes das cidades-estados do Egeu eram pacficas, j que no existiam resqucios arqueolgicos de fortificaes em nenhuma delas. J nas cidades egias do sul da Pennsula Balcnica encontramos fortificaes, o que demonstra a preocupao defensiva gerada pelas sucessivas ondas de povos indo-europeus que l foram chegando. Nossos conhecimentos acerca da civilizao egia so limitados pelo fato de que seus sistemas de escrita ainda no foram plenamente decifrados e, conseqentemente, temos de contentar-nos com suposies feitas a partir de achados arqueolgicos e de documentos escritos que j puderam ser decifrados. Entretanto, algumas afirmaes podem ser feitas com relativa segurana: sua religio estava diretamente ligada natureza e sua principal divindade era representada por uma figura de mulher (a Grande deusa), que era tida como me de todos os outros deuses e dos homens. A arte egia era viva e brilhante, plena de humanismo e individualidade, ou seja, ela se distingue plenamente das artes anteriores e contemporneas, mesmo porque ela no estava a servio nem do Estado nem da religio. Embora no tenhamos muitos elementos para conhecer a cultura egia, certo que ela exerceu profunda influncia junto aos povos mediterrneos, especialmente atravs dos gregos, que foram seus principais depositrios. Por volta de 1.600 a.C., Cnossos foi destruda por uma aliana de cidades-estados egias do sul da Grcia, lideradas por Micenas. Pgina 3 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (17 of 610) [05/10/2001 22:27:02]
  • 18. A CIVILIZAO MICNICA O nome de civilizao micnica dado ao conjunto dos povos gregos (aqueus, jnios e elios) que assimilaram a cultura egia e conquistaram boa parte dos domnios egeus, inclusive Cnossos. A designao micnica devida ao fato de que a cidade de Micenas e seus reis exerciam uma efetiva hegemonia sobre os demais povos gregos. Essa hegemonia no foi estabelecida de forma pacfica. As guerras entre as diversas cidades-estados micnicas foram constantes, sendo que, dentre essas guerras, as mais importantes foram entre Micenas e Tebas e entre Micenas e Tria (esta imortalizada pela Ilada). Os micnicos, a exemplo dos egeus, tiveram no comrcio sua atividade econmica dominante, sendo o comrcio o principal difusor da cultura e da civilizao micnica pelo Mediterrneo. A Ilada e a Odissia, poemas picos atribudos a Homero, e achados arqueolgicos, constituem-se as principais fontes histricas para o conhecimento da Histria micnica, bem como para os primeiros tempos da civilizao helnica . A decadncia e conseqente desaparecimento da civilizao micnica ocorreram, fundamentalmente, devidos invaso dos drios, um povo tambm indo-europeu, altamente belicoso e que chegou Pennsula Balcnica por volta do sculo XII a.C. Como povo tipicamente agrrio, os drios instalaram-se nas melhores e mais frteis terras balcnicas. Tal fato provocou um grande fluxo migratrio, bastante desordenado, atravs do qual os povos micnicos povoaram as terras menos frteis da Grcia, as ilhas do Egeu, partes do litoral ocidental da sia Menor e certas regies em torno do Mar Negro. Esse movimento migracional ficou conhecido como Dispora Grega. O territrio da Grcia Antiga (Grcia Continental, Peloponeso ou Grcia Peninsular e Grcia Insular) possui um relevo montanhoso que isola , umas das outras, as poucas plancies mais ou menos frteis l existentes. Tal situao de relevo, somada ao fato de o litoral ser altamente propcio ao desenvolvimento da navegao ( multiplicidade de enseadas naturais propcias ao aproveitamento como portos), ajuda a explicar a vocao mercantil da Grcia. O carter com o qual ocorreu a Dispora Grega e o tipo de realidade geogrfica dos territrios ocupados pelos migrantes nos ajudam a entender certos aspectos econmicos e polticos das comunidades gregas. Cada plancie foi ocupada por um cl cujo chefe, normalmente o mais velho dos homens, exercia uma autoridade quase que absoluta. Inicialmente, a terra era de todos, mas com o crescimento demogrfico, a explorao comunal foi passando a ser insuficiente para a populao. o incio da propriedade privada, sendo que as terras eram distribudas por um critrio de parentesco em relao ao chefe do cl. As melhores terras eram dadas aos parentes mais prximos, e assim por diante, at que os parentes mais distantes nem sequer recebiam uma propriedade agrria. Em outros termos, podemos afirmar que, com o advento da propriedade privada, configurou-se uma estratificao social, em cujo topo tnhamos uma aristocracia (proprietrios das melhores terras). Em situao intermediria, tnhamos os pequenos proprietrios (em posse de terras no to frteis). Na base, havia uma massa de trabalhadores agrrios. importante notar que os descendentes desses primeiros gregos (os participantes da Dispora) eram sempre homens livres. S mais tarde viria aparecer a instituio da escravido por dvidas. Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (18 of 610) [05/10/2001 22:27:02]
  • 19. Pgina 4 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia A GRCIA ARCAICA (Sculos VIII a VI a.C) J que a economia das diversas comunidades gregas era tipicamente agrria, podemos entender que a propriedade da terra era o elemento fundamental na determinao da condio scio-econmica do indivduo, bem como de sua participao poltica na comunidade. Dentro desses parmetros, fcil justificar o fato de que, na maioria das cidades-estados gregas, verificamos uma progressiva concentrao de poder nas mos da aristocracia (classe social dos grandes proprietrios de terra). Por meio dessas informaes pode-se afirmar que houve na Grcia uma evoluo poltica de monarquias para oligarquias.S que o domnio poltico e econmico da aristocracia no perdurou indefinidamente sem contestao. A concentrao da propriedade fundiria nas mos da aristocracia, o regime de transmisso da herana apenas para o primognito e o prprio crescimento vegetativo da populao foram responsveis por uma crescente tenso social que ameaava desestabilizar o domino da aristocracia. Nesse contexto podemos entender o desencadeamento do sistema de colonizao grega no Mediterrneo, processo que consistiu na ocupao de terras no-gregas por povos gregos. A invaso dessas terras se concretizava com a instalao de famlias nessas reas, esses grupos originavam novas cidades-estados. Os gregos , no movimento colonizatrio, ocuparam diversos pontos da sia Menor ( costa da Anatlia); a regio dos estreitos (Mar de Mrmora e Mar Negro), onde fundaram Bizncio; Siclia (onde fundaram, entre outras, as cidades-estados de Siracusa e Agrigento) e no sul da Itlia (Tarento, Sbaris, Crotona e Npoles). As colnias gregas do sul da Itlia e Siclia so conhecidas genericamente pelo nome de Magna Grcia. As colnias mantinham estreitas ligaes com as terras de origem dos colonos, ou seja, com as cidades-estados na prpria Grcia. A colonizao grega no Mediterrneo trouxe consigo diversas consequncias, dentre as quais merecem destaque: a helenizao cultural de diversos pontos do Mediterrneo.q Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (19 of 610) [05/10/2001 22:27:02]
  • 20. um intenso desenvolvimento comercial entre as colnias e as cidades-estados da Grcia.q As colnias ficavam em regies de solo frtil, portanto, tinham uma produo agrria diversificada e abundante, cujos excedentes eram exportados para a Grcia. Clique no mapa para ampliar. Pgina 5 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia A crescente penetrao , na Grcia, de produtos agrcolas coloniais determinou a decadncia do sistema agrrio tradicional. Inicialmente, os pequenos proprietrios viram-se arruinados pela concorrncia colonial; depois, a prpria aristocracia teve seu poderio econmico abalado.As terras em mos da aristocracia foram sendo progressivamente aproveitadas para o plantio da vinha e da oliva. Paralelamente, desenvolveu-se a produo do vinho e do azeite. Configurou-se, dessa forma, uma reciprocidade comercial: as colnias forneciam alimentos, a Grcia fornecia vinho e azeite. O trato da vinha e da oliva exigia grandes contingentes de mo-de-obra, fato este que contribuiu para o crescimento da escravido. Na Grcia, alm do escravo obtido por conquista ou compra, havia o escravo por dvidas (o devedor que no podia pagar aquilo que devia era escravizado pelo credor como forma de pagamento). A escravido por dvidas atingia, fundamentalmente, os pequenos proprietrios de terra que, depois de perderem suas propriedades, acabavam perdendo a liberdade. Verificamos que a colonizao trouxe consigo um notvel desenvolvimento comercial que serviu de estmulo para o incremento da vida urbana e, conseqentemente, das atividades artesanais. A camada social constituda por indivduos ligados a atividades urbanas (comrcio, artesanato e funes liberais) viu-se fortalecida e multiplicou-se . Resumindo: as necessidades da sociedade aristocrtica grega levaram ocorrncia de uma colonizao no Mediterrneo; tal colonizao desencadeou um desenvolvimento mercantil e uma crise agrria na Grcia; essa crise significou um enfraquecimento econmico e poltico da aristocracia; o desenvolvimento mercantil gerou um fortalecimento econmico e poltico das camadas sociais urbanas. Na Grcia, nesse perodo (sculos VIII a VI a.C.) o poder econmico concentrava-se cada vez mais nas mos das camadas urbanas, enquanto o poder poltico continuava monopolizado pela aristocracia fundiria.Tal contradio, somada s crescentes tenses sociais, serviu de vetor para uma srie de transformaes polticas que ocorreram nas cidades-estados grega. Essas transformaes polticas aconteceram sempre no sentido da evoluo de uma oligarquia (governo de poucos) para uma democracia (governo de todos os cidados). Os principais agentes dessa evoluo poltica foram os legisladores e os tiranos. Os legisladores eram indivduos nomeados pela aristocracia para realizarem reformas capazes de aliviar a tenso social e a contestao poltica. Os tiranos eram lderes que tomavam o poder pela fora, geralmente com apoio popular; uma vez no poder, os tiranos realizavam reformas polticas e sociais mais ou menos profundas. Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (20 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 21. No Perodo Arcaico da histria da Grcia (sculos VIII a VI a.C.), verificamos uma crescente urbanizao econmica e, conseqentemente, um deslocamento do poder poltico das mos da aristocracia fundiria para as mos das camadas urbanas. S que tais processos no ocorreram da mesma forma e nem simultaneamente nas diversas cidades-estados gregas. Cada cidade-estado (polis o termo grego) da Grcia conheceu seu prprio processo evolutivo; duas delas, Esparta e Atenas, foram as mais notveis e importantes polis do Perodo Arcaico. Pgina 6 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia ESPARTA Esparta conheceu um desenvolvimento e uma organizao absolutamente singulares em relao s demais polis gregas. Essa cidade estava localizada no centro da plancie da Lacnia, no frtil vale do rio Eurotas. Nos tempos pr-gregos, a se desenvolvera a civilizao mecnica que, por volta de 1200 a.C., fora conquistadas pelos drios. A partir da ocupao da Lacnia, os drios, que deram origem aos espartanos, atravs de uma srie de guerras, foram conquistando os territrios vizinhos, dentre os quais o mais importante foi a plancie da Messnia. O imperialismo continental foi uma das caractersticas dominantes da histria de Esparta. Essa cidade quase no participou do movimento colonizatrio grego no Mediterrneo por ocupar uma regio frtil. Seu expansionismo limitou-se ao territrio da prpria Grcia. Essa uma singularidade de Esparta. Segundo a tradio, a organizao scio-poltica e econmica de Esparta deve-se a uma constituio, que teria sido elaborada por um personagem semilendrio chamado Licurgo. Na verdade, a organizao espartana no devida obra de um nico indivduo e nem foi estabelecida de uma s vez.; ela resultado de reformas que foram realizadas desde a origem da polis at, mais ou menos, o sculo VI a.C., quando adquiriu sua feio definitiva. Em seus moldes finais, a sociedade espartana estava estratificada da seguinte maneira: Espartanos ou Espartatas. Camada que agregava todos os indivduos que possuam direitos polticos; provavelmente, os espartatas eram os descendentes dos drios que haviam conquistado a Lacnia e dado origem polis de Esparta. Hilotas Camada constituda de escravos do Estado que descendiam, provavelmente, dos primitivos habitantes da Lacnia (aqueles que a ocupavam quando houve a invaso dos drios). Periecos Camada composta de indivduos livres que viviam sob a dominao poltica dos espartatas e se dedicavam ao artesanato e explorao de pequenas propriedades agrrias. Os periecos eram, provavelmente, descendentes dos povos que foram sendo vencidos por Esparta atravs de suas guerras. Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (21 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 22. Pgina 7 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia Os espartatas, alm de serem os nicos a possuir direitos polticos, eram submetidos a um regime especial de vida: o homem espartata era fundamentalmente um soldado e sua mulher era me de outros espartatas. Para que pudessem ser soldados, os espartatas tinham sua manuteno, bem como a de suas famlias, assegurada pelo Estado. Cada espartata, ao completar sua educao militar, recebia do Estado um lote de terra e uma ou mais famlias de hilotas que trabalhavam na terra e produziam o suficiente para a manuteno do espartata, de sua mulher (tambm uma espartata) e de seus filhos. interessante notar que a sociedade espartata era absolutamente democrtica (todos tinham exatamente os mesmos direitos), os meios de produo pertenciam ao Estado, ou seja, no havia propriedade privada dos meios de produo entre os espartatas . Os hilotas, como j dissemos, pertenciam ao Estado e eram cedidos aos espartatas para serem utilizados exclusivamente pelos cidados, sendo que seu trabalho era basicamente aproveitado no trato da terra. Os periecos, como homens livres , podiam possuir suas prprias terras ou seus prprios meios de trabalho e sobrevivncia. Eram obrigados a pagar tributos para o Estado e a prestar servio militar, quando convocados. A organizao poltica de Esparta tambm era singular, em relao s demais existentes na Grcia. O poder poltico espartano era exercido nos seguinte termos: A Diarquia era constituda por dois reis que representavam as duas famlias mais importantes de Esparta (os Europntidas e os Agadas) e que exerciam funes religiosas e militares. q A Gersia era uma assemblia formada por vinte e oito ancies, recrutados dentre as famlias mais tradicionais, e mais os dois reis; a Gersia funcionava como um tribunal julgando os infratores da lei. q A Apella era a assemblia de todos os cidados; suas funes eram praticamente ilimitadas; era o rgo que tomava todas as decises em ltima instncia. q O Eforado, ou Conselho dos Cinco foros, principal rgo executivo do governo, era formado por cinco cidados, eleitos anualmente pela Apella, que deviam fiscalizar a observao da Constituio e das leis. q Nos parmetros dessa organizao poltica, o que verificamos de fato que os cinco foros eram os reais detentores do poder e, exatamente por isso, eram trocados todos os anos para que no houvesse a possibilidade de um indivduo ou um grupo de indivduos monopolizar o poder em carter permanente. Pgina 8 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (22 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 23. ATENAS Atenas desenvolveu-se como sendo o centro poltico e econmico da plancie da tica; esta regio se comunica mais facilmente com o mar do que com o interior do continente, em funo de seu relevo. A tica apresentava um solo relativamente frtil, um boa reserva florestal que fornecia, abundantemente, madeira para a construo naval, grandes reservas de prata e chumbo, muita argila e grandes pedreiras de calcrio e mrmore. Dentre os recursos naturais disponveis o ferro era o material mais escasso. Primitivamente, desenvolveram-se diversas comunidades na plancie da tica, que foram progressivamente sendo unificadas em torno de um centro poltico instalado na Acrpole de Atenas. Tal processo foi gradual e pacfico e recebeu o nome de sinecismo; esse, levou instalao de uma monarquia. O fortalecimento da aristocracia, formada por grandes proprietrios de terra, fez com que a monarquia se transformasse, progressivamente, numa oligarquia aristocrtica. Tal evoluo aconteceu pacificamente, atravs do esvaziamento das funes do Basileu, que aos poucos tornou-se apenas um chefe religioso. Simultaneamente, foram surgindo outras magistraturas: o Polemarca, a quem competia a chefia militar; o Arconte, responsvel pela administrao e os seis Tesmotetas , que eram os juzes e guardies da lei.Os magistrados eram eleitos anualmente pela Eclsia, assemblia de todos os cidados. Havia ainda o Arepago, conselho formado exclusivamente por elementos recrutados dentre a aristocracia, os componentes desse grupo cooperavam com os magistrados na direo da polis. Pgina 9 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (23 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 24. Com a configurao poltica da oligarquia, verificamos o surgimento de uma nova estratificao social que, ao invs de ser baseada em critrios de nascimento, sustentava-se por critrios determinados a partir das rendas e propriedades dos indivduos. Essa estratificao ampliou o nmero de cidados e tornou possvel aumentar os efetivos militares, e conseqentemente, o poderio do Estado. O crescimento demogrfico, aliado a outros fatores j mencionados, fez com que Atenas empreendesse tenazmente uma ao colonizatria no Mediterrneo. Tal feito impulsionou as atividades mercantis e fortaleceu as camadas urbanas; ao mesmo tempo, as atividades agrrias conheciam uma radical transformao: o desenvolvimento da vinicultura e das oliveiras. Um fato relevante que ao lado da aristocracia, at ento hegemnica em termos polticos, passa a existir uma camada social ligada s atividades mercantis (comrcio e artesanato) , que conheceu um rpido processo de enriquecimento passando a reivindicar uma posio mais atuante no aparelho do Estado. O processo de desenvolvimento mercantil foi acompanhado por uma crise agrria que atingiu, fundamentalmente, os pequenos proprietrios que se viam empobrecidos e mesmo escravizados por dvidas. Em sntese, havia uma crescente insatisfao popular que pde ser utilizada pelas camadas mercantis como instrumento de presso para a realizao de transformaes polticas. As primeiras manifestaes para a transformao poltica ocorreram de forma pacfica. A prpria estrutura oligrquica, pressionada pelos setores urbanos e populares, formou legisladores encarregados de reformas que aplacassem a tenso scio-poltica e permitissem a continuidade do domino aristocrtico. Dracon,o primeiro legislador, em 621 a.C., elaborou as primeiras leis escritas de Atenas; as leis draconianas caracterizaram-se por sua excessiva severidade. Essas regras no chegaram at os documentos escritos; sendo assim, tal legislao no teve seu carter efetivamente demonstrado. Mais tarde, a simples existncia de leis escritas coibiu a arbitrariedade com o qual os juzes (aristocratas) julgavam os no-aristocratas. Pouco aps a elaborao das leis draconianas, um segundo legislado, foi constitudo: Slon. Em 594 a.C., Slon elaborou profunda reformas nas leis de Dracon. Pgina 10 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia ATENAS Os principais aspectos das reformas de Slon foram: amenizao da severidade das leis draconianas;q fim da escravido por dvidas;q devoluo das terras que haviam sido tomadas pelos credores dos seus proprietrios originais;q estabelecimento de um tamanho limite para as propriedades agrrias;q admisso dos tetas (trabalhadores livres no-proprietrios de terra) na Eclsia;q criao do Heliaea (tribunal de justia do qual todos os cidados podiam participar);q as magistraturas passaram a ser exercidas por todos os cidados.q Vale a pena destacar o fato de que, em Atenas, eram cidados apenas os homens livres no-estrangeiros; sendo assim, os estrangeiros e os escravos no possuam direitos civis. Slon fez com que todos os cidados pudessem exercer as magistraturas; entretanto, na prtica,s os Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (24 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 25. indivduos mais ricos se ocupavam das funes dos magistrados (Basileu, Polemarco, Arconte e Tesmotetas), pois estas exigiam dedicao exclusiva sem remunerao. As reformas de Slon ampliaram a faixa de participao dos cidados ligados s atividades mercantis, atenderam parcialmente os interesses das camadas populares e aboliram a escravido por dvidas. S que essa mudanas no foram bem aceitas nem pela aristocracia e nem pelas camadas populares desejosas de reformas mais profundas do que as efetuadas , grande parte da insatisfao do povo estava ligada estrutura da propriedade fundiria.Apesar desse descontentamento proveniente de diversas camadas sociais, no h como negar que aps as reformas de Slon, Atenas conheceu um perodo de relativa paz social; fato este que permitiu o desenvolvimento de uma poltica imperialista, cuja primeira manifestao concreta foi o conjunto de lutas contra Mgara acerca da posse de Salamino. Nessas batalhas, Pisstrato, grande general, foi importantissmo. Em 561 a.c, com ampla base de apoio popular, esse general tomou o poder em Atenas estabelecendo a Tirania , governo de um tirano. Na Grcia Antiga, tirano era o indivduo que tomava o poder pela fora das armas. Pisstrato exerceu a Tirania de 561 a 528 a.C., ou seja, da tomada do poder at sua morte. Com a instalao da Tirania, esse lder no extinguiu a estrutura poltico-administrativa estabelecida por Slon, apenas superps uma nova e superior esfera de poder, ou seja, o tirano colocou-se acima da estrutura j existente. Pgina 11 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia Dentre as realizaes de Pisstrato, esto: o enfraquecimento da aristocracia, atravs do confisco de parte substantiva de suas terras, e a distribuio destas reas para os cidados pobres; q a montagem de uma poderosa frota naval, objetivando o estabelecimento da hegemonia ateniense no Mediterrneo Oriental. q Com a morte de Pisstrato, seus filhos Hiparco e Hpias o sucederam no poder. Pouco aps essa sucesso, uma conspirao aristocrtica assassinou Hiparco, provocando a adoo de uma poltica intensamente repressiva por parte de Hpias. Tal forma de liderana causou uma progressiva perda das bases polticas de Hpias, fato que acabou criando as condies necessrias para um movimento insurrecional que derrubou a Tirania. Com o fim dessa forma de governo, o poder foi concentrado nas mos de um novo legislador, Clstenes, que realizou as reformas que conduziram Atenas condio de uma Democracia. No incio de seu governo, Clstenes sofreu uma intensa oposio da aristocracia, que se aliou a Esparta. Os espartanos chegaram a ocupar Atenas, mas logo foram expulsos; esse evento s contribuiu para o fortalecimento de Clstenes e de suas pretenses reformistas. As reformas de Clstenes instalaram em Atenas uma nova sistemtica poltica, cujas idias fundamentais eram a igualdade poltica de todos os cidados e a participao direta dos mesmos na mquina governamental. O principal aspecto de suas reformas foi a criao de uma nova estrutura de recrutamento para a participao poltica. Os cidados foram distribudos em demos (unidades organizacionais de carter local s quais todos os cidados eram obrigados a pertencer formalmente). O conjunto dos demos foi distribudo em trs grupos: o primeiro reunia os demos da cidade de Atenas (nos quais predominavam os indivduos ligados s atividades de comrcio e artesanato, alm dos trabalhadores urbanos); q Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (25 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 26. o segundo reunia os demos do litoral (que agregavam os navegadores e pescadores);q o terceiro reunia os demos do interior (que agregavam os proprietrios rurais grandes e pequenos).q Pgina 12 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia Cada um desses grupos era dividido em dez Tritia (cada qual formada por vrios demos). Trs tritias (uma de cada grupo) formavam uma Tribo. Essas dez tribos formavam a base para o recrutamento poltico e militar necessrio. importante saber que em cada tribo havia participao indistinta dos diversos estratos sociais. Cada tribo fornecia uma unidade militar sob o comando de um Estratego , eleito pela prpria tribo. A Boul ou Conselho dos Quinhentos, formada por cinqenta elementos de cada tribo, passou a ser o principal rgo executivo do governo. As funes legislativas foram integralmente concentradas nas mos da Eclsia (assemblias de todos os cidados). As funes judicirias pertenciam ao Heliaea (tribunal formado por juzes eleitos anualmente, em nmero idntico para cada tribo, pela Eclsia). Com essas reformas, todos os cidados, independentemente de sua condio scio-econmica, passaram a participar diretamente do exerccio do poder poltico. Com isso, Atenas atingiu seu esplendor democrtico. S que o conceito de cidadania era restrito aos homens livres nascidos em Atenas; conseqentemente, mulheres, escravos e estrangeiros no tinham acesso ao poder poltico; logo, a democracia ateniense no era o governo de todos, e sim o governo de todos os cidados. Ainda assim, as reformas realizadas por Clstenes reduziram muito os nveis de tenso social e contestao poltica existentes. Pgina 13 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (26 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 27. Civilizao Grega Arcaica (sculos VIII a VI a.C) As bases da cultura e da civilizao grega devem ser buscadas entre os egeus; os povos indo-europeus que deram origem nao grega assimilaram aquilo de mais significativo produzido por esse grupo. Em funo do desenvolvimento da colonizao mediterrnea, particularmente no que diz respeito ao estabelecimento de colnias na sia Menor, a civilizao grega entrou em contato com as civilizaes orientais (egpcia e mesopotmica principalmente), das quais recebeu fortes influncias. A partir desses dois fundamentos, os gregos desenvolveram uma cultura e uma civilizao originais, que podem ser consideradas fatores fundamentais da unidade nacional grega. Um segundo fator dessa unidade era a religio. Os gregos praticavam um politesmo cujos deuses, alm de serem representados com formas humanas (Antropomorfismo), eram efetivamente humanizados em seus comportamentos e histrias. Os deuses gregos, alm de suas virtudes, possuam defeitos humanos. A vida dos deuses era contada atravs de lendas (Mitologia) que, de uma certa forma, foram sistematizadas nos poemas homricos. O templo era considerado como a casa do deus e, por isso , merecia um cuidado arquitetnico distinto do dado as demais edificaes gregas. Cada polis tinha seu deus principal, ao qual era dedicado o mais imponente templo da cidade. Ainda assim, havia alguns templos que adquiriam uma importncia que transcendia o mbito restrito da polis. o caso do Templo de Apolo, em Delfos, cujo orculo era consultado indistintamente por todos os gregos; tambm o caso do Templo de Zeus, em Olmpia, onde, de quatro em quatro anos, eram realizados os Jogos Olmpicos, atividades nas quais atletas de toda a Grcia tomavam parte. Pgina 14 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia Em termos de literatura, a poesia pica foi o primeiro ramo desenvolvido. No perodo arcaico, os poemas homricos conheceram sua primeira edio; nessa poca viveu Hesodo, poeta de origem campesina, cujas principais obras so: A Teogonia, em que tentou organizar a genealogia dos deuses e Os Trabalhadores e os Dias, em que narra o cotidiano da vida rural grega de seu tempo. Ainda no perodo arcaico, nasceu a poesia lrica, cujos principais representantes, naquele momento, foram Alceu e a poetisa Safo. Nas suas origens, a cincia e a filosofia se confundiram bastante. No perodo arcaico, a principal preocupao dos filsofos era a de encontrar o elemento primrio da vida, a partir do qual o mundo e o homem teriam surgido. O primeiro dos nomes conhecidos o de Tales de Mileto, cuja maior especulao dizia respeito formao das leis que regiam o conhecimento da cincia abstrata. Alm disso, Tales desenvolveu uma srie de conhecimento prticos, especialmente em Matemtica, e formulou a teoria de que a substncia primria era a gua. Dentre os discpulos de Tales de Mileto, merecem destaque: Anaxmenes que via no ar a substncia primria, e Anaximandro, para quem os mundos eram infinitos em sua perptua inter-relao. Dois outros filsofos merecem destaque: Xenfanes, que acreditava em um nico deus que dirigia as foras do mundo e considerava o politesmo e as lendas acerca da vida dos deuses como simples invenes da imaginao humana, e Pitgoras de Samo, para quem os segredos do universo esto na harmonia dos nmeros. A arquitetura grega manifestou sua mxima produtividade e esplendor na construo dos templos. Para Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (27 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 28. essa arquitetura, as idias de proporo e harmonia eram fundamentais, partindo delas formaram-se dois estilos bsicos: o drico (severo e funcional) e o jnico (luxuoso e elegante). A escultura exercia um papel efetivamente independente da arquitetura, sendo que a estaturia, trabalhada fundamentalmente em mrmore, preocupava-se com o rigor anatmico e com a preciso dos movimentos e detalhes. Pgina 15 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia AS GUERRAS MDICAS OU GRECO PRSICAS fato notvel de que, no sculo VI a.C., as poleis gregas da Anatlia (sia Menor) e na Magna Grcia (sul da Itlia e Ilha da Siclia) apresentavam maior desenvolvimento econmico e cultural que as da prpria Grcia. Destaque maior deve ser dado s principais poleis da Anatlia: Mileto, feso, Samos e Lesbos. Estes eram, sem dvida, os mais prsperos centros irradiadores da civilizao helnica. O Reino Ldio fazia fronteira com as poleis gregas da Anatlia e mantinha intensas relaes mercantis com elas. Esse contato fazia com que a Ldia assimilasse, em larga escala, os padres culturais da civilizao helnica; em contrapartida, o Reino Ldio foi estabelecendo uma efetiva hegemonia poltica sobre a Anatlia.O estabelecimento da hegemonia ldia facilmente compreensvel se levarmos em considerao no s a inexistncia de uma unidade poltica entre as poleis gregas da Anatlia, como tambm a existncia, muitas vezes, de intensas rivalidades entre elas. Em 548 a.C., Ciro, rei dos persas, em sua poltica imperialista, conquistou o Reino da Ldia e, por extenso, estabeleceu seu domnio poltico sobre a Anatlia. A sujeio ao Imprio Persa no alterou, substancialmente, a vida de Anatlia; entretanto, mudou drasticamente os objetivos imperialistas persas. A partir do estabelecimento de seu domnio sobre a Anatlia, os persas passaram a participar, indiretamente, do comrcio mediterrneo. A insero dos persas nos assuntos mediterrneos orientais fez com que o imperialismo persa passasse a almejar o domnio dos Blcs. Esse objetivo era favorecido pela fragmentao poltica da Grcia e pelas freqentes e intensas rivalidades entre as cidades-estados da Grcia. Entre 499 e 494 a.C., as poleis gregas da Anatlia, apoiadas por Atenas, revoltaram-se contra o domnio persa. Esses dominadores, tendo subjugado os povos revoltosos da Anatlia, voltaram sua ateno para os Blcs e, nesse contexto, em 492 a.C., conquistaram a Trcia e a Macednia, cujo governo foi entregue por Dario I a Mardnio e cuja posse serviria de base de apoio para futuras incurses no territrio grego. Pgina 16 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (28 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 29. Em 490 a.C., os persas, sob comando de Mardnio e com apoio de Hpias, tirano deposto de Atenas, iniciaram a invaso da Grcia Setentrional, fixando como objetivo primordial a conquista da tica. Os gregos, graas a uma vitria na Batalha de Maratona, conseguiram rechaar essa primeira tentativa de conquista empreendida pelos persas; esse povo atravessou uma srie de problemas internos em seu Imprio (revolta do Egito, morte de Dario I e sua sucesso por Xerxes). Essa situao fez com que, por dez anos, os persas no voltassem a ameaar diretamente o territrio grego. Esse perodo de trgua deu aos gregos, a possibilidade de se organizarem melhor, particularmente atravs da conscientizao de diversas cidades-estados de que o problema persa representava uma ameaa para toda a Grcia e no apenas para Atenas. Em 480 a.C., teve incio uma nova campanha persa na Grcia. De imediato, Tesslia foi tomada e o avano sobre a tica iniciado; neste, os persas foram retardados pela passagem no desfiladeiro das Termpilas, graas ao dos espartanos sob o comando de Lenidas.Esse atraso nas Termpilas permitiu que a populao de tica fosse evacuada para Salamina. Quando os persas tomaram e saquearam Atenas, ela estava despovoada. Em seguida, os invasores pretendiam vencer, definitivamente, os gregos concentrados em Salamina. Desde o final da primeira incurso persa, os atenienses, liderados por Temstocles, haviam montado uma poderosa frota naval, graas qual foi possvel impedir uma derrota na batalha naval de Salamina. Com a perda persa em Salamina, a hegemonia martima passou para as mos dos gregos, tal fato foi decisivo para o destino da guerra. Em 479 a.C., os persas tentaram uma nova investida e, desta feita, foram derrotados pelos espartanos em Platia (Pausnias era o chefe espartano nessa batalha) e pelos atenienses em Mcale. Diante dessas duas derrotas, os persas tiveram de desistir definitivamente da conquista da Grcia, j que seus exrcitos e sua frota naval foram quase que totalmente destrudos. Pgina 17 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia O APOGEU DE ATENAS Aps as batalhas de Platia e Mcale, acabaram as lutas entre gregos e persas no territrio da Grcia, contudo as guerras continuaram. Em funo das pesadas derrotas, a Prsia precisou de uma trgua para rearticular suas foras, reaparelhar seu exrcito e sua frota. Nesse mesmo momento os gregos atenienses viam a oportunidade de afastar os persas definitivamente do Mar Egeu. No fim da guerra, Atenas era a cidade-estado em melhores condies para exercer um papel hegemnico entre os gregos. Alm de possuir a maior frota naval do Egeu e um poderoso exrcito, Atenas, aps as reformas de Clstenes, vivia uma relativa paz social e, em funo dos sucessos nas Guerras Mdicas, seu sentimento nacional estava vivo e forte. Para as poleis gregas das ilhas do Egeu e da Anatlia, era vital a continuidade das lutas contra o imprio persa. Sendo assim, no foi difcil para Atenas, acatando a sugesto de um de seus generais das Guerras Mdicas, Aristides, propor e conseguir a formao de uma confederao martima: a Confederao de Delos. Essa Confederao agregava quase todas as poleis das ilhas do Egeu e da Anatlia sob a presidncia de Atenas. Cada membro da Confederao, ou seja, cada polis que dela participava, devia Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (29 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 30. contribuir com tropas e navios ou ento com dinheiro, que viabilizava o recrutamento de tropas e equipagem para a marinha. Por ser a mais rica dentre as cidades-estados que participavam da Confederao de Delos, Atenas sempre exerceu uma efetiva hegemonia sobre todas as poleis que dela participavam. Muito cedo, as poleis gregas do Helesponto e do Mar de Mrmora aderiram Confederao. A atuao blica da Confederao de Delos foi eficiente, pois, em cerca de vinte anos, ela conseguiu afastar os persas do contato direto com o Mar Egeu. Nos primeiros tempos, a figura dominante em Atenas e, conseqentemente, na Confederao, foi Cimon e, posteriormente, Pricles, sendo que o ltimo exerceu durante mais de quinze anos um papel absolutamente preponderante na vida ateniense, tanto que os seus tempos ficaram conhecidos sob a designao da Era de Pricles. Em conseqncia das Guerras Mdicas e atravs daConfederao de Delos, Atenas passou a exercer absoluta hegemonia poltica, militar e econmica em todo o Mediterrneo Oriental. Essa situao acelerou o ritmo de desenvolvimento mercantil de Atenas, provocando um intenso crescimento de sua populao atravs do aumento considervel do nmero de metecos (estrangeiros) e de escravos. O desenvolvimento mercantil de Atenas fez com que se tornasse obrigatria a consolidao de sua dominao no Mediterrneo Oriental. Nesse quadro era natural que a Confederao de Delos se tornasse um imprio Ateniense, ela passou a existir, uma vez afastado o problema persa, para contribuir para o fortalecimento e enriquecimento de Atenas. Em funo dessa realidade dito que o sculo V a.C. o sculo do apogeu de Atenas e no resta dvida que essa expanso imperial ateniense inquietou diversas outras poleis na Grcia, particularmente Esparta. Pgina 18 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia A GUERRA DO PELOPONESO E A GRCIA NO SCULO IV a.C. Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (30 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 31. A hegemonia ateniense sobre a Grcia esbarrava, dentre outras coisas, na concepo poltica do particularismo das cidades-estados. A idia de nacionalidade, para os gregos antigos, estava ligada sua polis de origem e no nao grega. A ao centralizadora de Atenas, de certa forma, opunha-se concepo de polis. O imprio ateniense encontrava forte oposio junto s principais polis da Grcia, principalmente no que diz respeito a Esparta e suas aliadas, que formavam a chamada Liga do Peloponeso. Inicialmente, o imperialismo preocupava-se com as terras litorneas do Mar Egeu; entretanto seu prprio desenvolvimento fez com que as terras do Mediterrneo Ocidental passassem a ser reas atrativas. No Mediterrneo Ocidental, particularmente na Magna Grcia, havia vrias poleis; Siracusa por exemplo, mantinha um prspero comrcio que chegava Grcia principalmente atravs de Corinto, uma polis aliada a Esparta. Conforme Atenas voltava sua ateno imperialista para o Ocidente, entrava em choque com Corinto e, conseqentemente , agravava suas relaes com Esparta. O apoio ateniense revolta da Crcira, uma colnia de Corinto, foi suficiente para que toda a Liga do Peloponeso entrasse em Guerra com Atenas. Sendo assim, no ano de 431 a.C. iniciava-se a Guerra do Peloponeso. Durante dez anos, Esparta e seus aliados bloquearam, por terra, a tica, forando Atenas a buscar seus suprimentos por mar, principalmente na sia Menor. Tal bloqueio, bem como as constantes lutas, fizeram com que a populao da tica fosse concentrada dentro dos muros de Atenas. Isso dificultava o abastecimento desse povo e piorava as condies sanitrias de Atenas. Esse contexto tornou muito propcia a ocorrncia de vrias epidemias que mataram grandes contingentes humanos, inclusive Pricles. Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (31 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 32. Pgina 19 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia Em 421 a.C. foi negociada e assinada a Paz de Ncias, que deveria ser mantida por, no minmo, cinqenta anos. Restabelecida a paz, Atenas retomou sua poltica imperialista no ocidente e, em 413 a.C., comeou a articular planos para atacar Siracusa, que tambm era aliada de Corinto. Os planos para o ataque a Siracusa foram concebidos por Alcebades e sofreram forte oposio dos aristocratas de Atenas. Essa oposio causou violentos ataques a Alcebades, que acabou obrigado a fugir dessa plis e a refugiar-se em Esparta delatando os planos atenienses aos que o acolheram e que, sob o comando de Ncias, fracassaram. A partir disso, a ocorrncia de uma ofensiva espartana por terra impingiu diversas derrotas a Atenas at que, em 404 a.C., com a Batalha de Egos-Ptamos, os espartanos foram vitoriosos. Com a derrota de Atenas, teve incio o perodo da hegemonia espartana na Grcia. Essa plis tentou estabelecer seu imprio atravs de uma crescente interveno nos assuntos internos das outras poleis .Alm disso, Esparta procurou estabelecer seu controle sobre o comrcio do Mediterrneo Oriental gerando com isso a renovao dos choques contra o Imprio Persa. As posies imperialistas de Esparta desestabilizaram sua realidade interna. O crescimento do nmero de seus escravos provocou novas necessidades militares capazes de preservar a dominao poltica dos espartatas. Esses problemas internos fizeram com que Esparta deixasse de preservar suas posies na Anatlia. Dessa forma essa cidade voltou a sofrer presses e acabou voltando a pertencer ao Imprio Persa. Esses acontecimentos propiciaram uma aliana entre Atenas e Tebas e a formao de uma nova liga martima sob a liderana dessas poleis. Ainda nesse perodo, Esparta teve de enfrentar diversas revoltas de seus escravos. Em suma, a hegemonia espartana viu-se em xeque at que, com a Batalha de Leuctras, 371 a.C., os tebanos, liderados por Pelpidas e Epaminondas, expulsaram os espartanos da Grcia Setentrional. Em seguida, Tebas apoiou a libertao da Messnia em relao a Esparta e conquistou a Tesslia. Assim a hegemonia tebana estabelecia-se sobre a Grcia. S que em 362 a.C., Atenas e Esparta aliaram-se e derrotaram Tebas; a partir da, nenhuma polis grega tinha condies de impor sua hegemonia Grcia. Pgina 20 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (32 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 33. A CIVILIZAO GREGA NOS SCULOS V E IV a.C. No sculo V a.C., a vida cultural grega encontrou em Atenas o seu principal centro irradiador, o que natural, se pensarmos que nesse sculo Atenas era efetivamente a principal potncia do mundo helnico. Se quisermos atribuir uma caracterstica bsica para a cultura grega clssica (aquela produzida nos sculos V e IV a.C.), devemos indicar o Humanismo : preocupao com a valorizao do homem e do humano. Esse Humanismo visvel, por exemplo, na escultura. Fdias e Miron, os dois principais escultores da poca, antes de pretenderem representar os deuses como divindades, davam-lhes traos marcadamente humanos, tanto no que diz respeito ao seu aspecto fsico, quanto na preocupao da fixao de uma emoo em cada imagem esculpida. Fdias, alm de ter sido notvel escultor, colaborou com o arquiteto Ictinnio e com Pricles na reconstruo de Atenas, aps as Guerras Mdicas, sendo que dessa reconstruo o monumento mais significativo foi o Partenon, templo da deusa Atena, na Acrpole de Atenas Na filosofia, aps Herclito, que via no fogo o elemento essencial e que foi o primeiro filsofo a constatar a importncia do movimento do universo, e de Demcrito, o formulador da teoria do atomismo, a filosofia grega passou a se preocupar fundamentalmente com o homem; o caso, por exemplo, dos sofistas (Protgoras foi o mais notvel) que, antes de filsofos, eram educadores, ou seja, dedicavam-se a transmitir os conhecimentos adquiridos pela humanidade. Foi em meio aos sofistas que surgiu Scrates, o primeiro dos grandes filsofos gregos. Ao contrrio do que se fazia at ento, Scrates no se preocupou com a cosmologia e sim com o homem; discutiu, atravs de seu mtodo denominado maiutica, as grandes virtudes dos homens. Scrates no deixou nada escrito e seu pensamento chegou at ns atravs das obras de seus discpulos, dentre os quais o principal foi Plato, que reuniu os ensinamentos socrticos nos Dilogos. Pgina 21 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (33 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 34. Plato fundou uma escola chamada Academia. Preocupou-se com a teoria do conhecimento; para ele, a idia a forma essencial de todas as coisas; o mundo real transcende o mundo dos fenmenos aparentes. Outra preocupao de Plato foi a poltica e, em sua obra Repblica, ele desenvolveu todo um panorama crtico da vida poltica das cidades-estados. Dentre os discpulos de Plato, o mais notvel foi Aristteles que, a exemplo de seu mestre, tambm fundou uma escola, o Liceu. Para Aristteles, a razo um elemento essencial no conhecimento humano; entretanto, os dados manipulados pela razo so fornecidos pelos sentidos, ou seja, pela experincia sensorial. Os escritos de Aristteles abrangeram todos os campos do conhecimento humano de ento, desde o mundo material (Fsica), passando pela teoria do conhecimento (Organum) at poltica (Poltica) e as artes (Arte Potica e Arte Retrica). Outro campo do conhecimento que se desenvolveu no perodo clssico foi a Histria. Herdoto (o Pai da Histria) em sua obra Guerras Mdicas foi o primeiro a se preocupar com o registro sistemtico do passado isento das lendas e da mitologia. Tucdides, autor da Guerra do Peloponeso, acrescentou observao histrica a crtica histrica, ou seja, preocupou-se em estabelecer relaes de causa-efeito entre os fatos histricos. Xenofontes outro historiador do perodo. Pgina 22 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (34 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 35. O MUNDO HELENSTICO A Macednia um territrio ao norte da Grcia. Seu povo foi considerado por muito tempo, pelos gregos, como sendo brbaro, essa imagem s foi alterada quando os macednios passaram por um processo de helenizao. Em funo do desenvolvimento comercial e das Guerras Mdicas, a Macednia viu suas relaes com as polis gregas intensificadas, a ponto da Macednia passar a ser vista como parte do mundo helnico. Desde cedo, a Macednia conheceu um processo poltico altamente centralizador. A monarquia absoluta era sua verdade em termos de organizao do Estado. Felipe, rei da Macednia, viveu em Tebas a partir de 356 a.C, onde passou a conhecer profundamente a realidade da Grcia, suas virtudes e fraquezas. O crescente caos poltico grego, aps o perodo da hegemonia tebana, deu margem para que Felipe desenvolvesse uma ao poltica, cujo objetivo era o estabelecimento do domnio macednico sobre a Grcia. Tal poltica encontrava entre os prprios gregos inmeros adeptos. o caso de Iscrates e de Esquines, que viam no domnio macednico o nico caminho vivel para preservar a soberania grega no Egeu, diante do novo expansionismo persa. claro que entre os gregos tambm havia ferrenhos opositores a Felipe da Macednia, caso, por exemplo, do grande orador Demstenes. Com o intuito de desencadear um imperialismo macednico, Felipe realizou profundas transformaes nas estruturas militares e sociais de seu reino; por exemplo: adotou a falange tebana como unidade de luta de seu exrcito, confiscou as terras dos aristocratas e distribuiu-as aos homens pobres para que estes tambm tivessem condies de servir no exrcito. Aproveitando as divergncias de opinio entre os gregos, Felipe foi estabelecendo seu domnio na Grcia Continental. Teve de enfrentar resistncias militares que foram definitivamente sobrepujadas com sua vitria na Batalha de Queronia, em 338 a.C., em conseqncia da qual foi criada a Liga de Corinto, atravs da qual a Grcia, menos o Peloponeso, reconheceu a supremacia macednica. Pgina 23 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia Clique no mapa para ampliar Pouco aps esses eventos, Felipe foi assassinado e sucedido no trono por seu filho Alexandre, que passou para a histria como Alexandre Magno. Alexandre Magno foi educado durante algum tempo por Aristteles, sendo profundo admirador e conhecedor do mundo grego. Alexandre dizia-se descendente de deuses e heris e desenvolveu em torno de si toda uma mstica que o transformou em personagem semidivino. Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (35 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 36. Sua curta vida foi dedicada construo de um Imprio Macednico universal que ficou conhecido como Imprio Helenstico. Alm de consolidar o domnio macednico na Grcia, Alexandre conquistou todo o territrio Persa, Fencia, Egito e parte da ndia. Morreu aos 33 anos de idade, em 323 a.C., na Babilnia, pouco aps haver desposado uma princesa persa. Em meio ao seu expansionismo militar, Alexandre fundou diversas cidades, que se tornaram centros difusores da cultura grega. Alexandria, no Egito, a mais importante delas. Aps sua morte, o Imprio de Alexandre conheceu uma forte crise sucessria, uma vez que seu filho s nasceria aps alguns meses e seus generais iriam disputar o controle do Imprio. Aps intensas e prolongadas lutas, chegou-se forma de partilha do Imprio entre os principais generais de Alexandre. Antgono ficou com o Reino da Macednia, que inclua a Grcia, nessa rea foi estabelecida a Dinastia Antignida. Ptolomeu Lagos ficou com o Reino do Egito, onde foi estabelecida a Dinastia Lgida. Seleuco ficou com o Reino da Sria, que abrangia todos os territrios asiticos do Imprio Helenstico, nessa regio foi estabelecida a Dinastia Selncida. O Reino da Sria, por ser o mais vasto e mais heterogneo em termos de populao, conheceu, ao longo de sua histria, um processo de fragmentao atravs do qual tiveram origem uma srie de pequenos reinos (Prgamo, Galcia, Capadcia, Bitnia, Ponto Euxino e Partos). Entre 197 e 31 a.C., todos os reinos helensticos foram conquistados pelos romanos. Pgina 24 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Grcia Cultura Helenstica Acreditava-se que a cultura helenstica resultava da fuso da cultura grega com as culturas orientais (principalmente a egpcia e a persa), entretanto, a viso atual diz que a cultura helenstica nada mais do que a prpria cultura grega desenvolvida fora da Grcia , a partir do sculo III a.C. Essa cultura helenstica teve nas cidades de Alexandria, Antiquia e Prgamo seus principais ncleos de difuso. Principais realizaes da cultura helenstica: Notveis progressos na Matemtica, especialmente com Euclides, autor dos Elementos da Geometria. Na Fsica, com Arquimedes, grandes descobertas foram feitas A Filosofia desenvolveu duas correntes: O Estoicismo que nega qualquer forma de validade das coisas materiais e defende a total renncia a elas. O Epicurismo que, ao contrrio do estoicismo, defende a busca do verdadeiro prazer. Nas artes plsticas, os escultores e pintores buscaram fundamentalmente a fixao da idia desse movimento em seus trabalhos. Na literatura o desenvolvimento da poesia idlica teve como principal expoente Tecrito. Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (36 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 37. 6_34 Pgina 1 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Roma Roma A Monarquia (753/509 a.C.) Praticamente, no existem fontes histricas objetivas e precisas para as origens da cidade-estado de Roma. Os prprios romanos dos primeiros tempos homricos no conheciam com clareza os dados de sua fundao. Era corrente, em Roma, uma explicao lendria segundo a qual Rmulo e Remo descendentes de Enias, um prncipe troiano que emigrara para a Itlia aps a destruio de Tria, teriam fundado a cidade em 753 a.C. Essa lenda chegou at ns atravs de Eneida poema pico de Virglio. Em termos cientficos, com base nas pesquisas arqueolgicas e demais fontes, a Histria constata que Roma se originou de aldeamentos militares, estabelecidos entre sete colinas, s margens do rio Tibre, pelos latinos e sabinos, numa tentativa de defender o Lcio contra as freqentes invases dos etruscos. Esses aldeamentos militares devem ter sido estabelecidos por volta do ano 1000 a. C. e, lentamente, foram evoluindo para a condio de uma cidade-estado. certo que, no sculo VIII a.C., Roma j era uma cidade-estado e, mais do que isso, uma Monarquia. Em suas origens, a economia romana estava inteiramente voltada para a explorao agrria; conseqentemente, a propriedade da terra era o elemento estratificador da sociedade, vindo da o fato de Roma ter originalmente uma sociedade fundamentalmente aristocrtica. Pgina 2 Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Clssica > Roma Matrias > Histria > Histria Geral > Antiguidade Oriental > Introduo file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (37 of 610) [05/10/2001 22:27:03]
  • 38. Na estrutura social da monarquia romana, encontramos as seguintes camadas sociais: Patrcios Aristocracia latifundiria constituda pelos descendentes diretos dos fundadores de Roma. Os patrcios organizavam-se em cls (comunidades familiares em sentido amplo, que em Roma eram chamadas de "gens"), cujos membros diziam-se descendentes de um mesmo antepassado que era por eles cultu