5 tropos de agripa

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Os Cinco Tropas [de Agripa] H.P. r, 164-179. Os cticos posteriores (a Enesidemo) nos transmitiram os cinco modos seguintes de suspenso de juzo: Primeiro, amado baseado no conflito (diaphonia). Segundo, o modo levando ao regresso ao infrnito. Terceiro, o modo derivado da relatividade. Quarto, o modo hipottico. Quinto, o modo da circularidade (dialelo). De acordo com o modo baseado no conflito, conclumos que um desacordo indecidvel sobre o assunto em questo pode ocorrer tanto na vida comum, quanto entre os filsofos. Por esse motivo no podemos nem decidir em favor de algo, nem recus-Ia e assim somos levados suspenso. " Segundo o modo levando ao regresso ao infinito, dizemos que o que apresentado em defesa da posio em questo supe algo em sua defesa e assim sucessivamente ao infinito, de tal forma que no temos um ponto de partida para sustentar nada, e disso decorre a suspenso. No modo derivado da relatividade, como dissemos anteriormente (H.P. r, l35-l36), o objeto aparece sempre de maneira relativa ao sujeito que julga e s circunstncias de sua percepo, sendo que suspendemos o juzo sobre sua natureza. O modo da hiptese ocorre quando os dogmticos, levados ao regresso ao infinito, tomam como ponto de partida algo no demonstrado, mas que assumem sem prov-Ia, mas como um postulado. O modo da circularidade ocorre quando aquilo que deveria ser empregado para provar o que se investiga, pressupe o que investigado, portanto sendo impossvel recorrer a um ou a outro, suspendemos o juzo acerca de ambos. Mostraremos brevemente que toda questo a ser investigada acaba por estar includa em algum desses modos. A questo proposta referente ou aos sentidos, ou ao pensamento, mas seja como for obj eto de controvrsia, pois alguns afirmam que s os sentidos so verdadeiros, outros, que s os inteligveis (nota)e outros ainda que alguns sensveis e alguns inteligveis. Diro ento que a controvrsia pode ou no ser decidida? Se dizem que no pode, ento somos levados suspenso do juzo, pois no caso de questes disputadas que no admitem deciso, nada pode ser afirmado. Mas, se dizem que pode ser decidida, perguntamos como. Por exemplo, no caso de objetos dos sentidos (basearemos nosso argumento neles em primeiro lugar), a questo deve ser decidida por um objeto dos sentidos ou por um objeto do pensamento? Pois se dissermos que deve s-Ia por um objeto dos sentidos, j que nos encontramos no plano do sensvel, esse objeto ele prprio requerer outro para confirm-lo, e se este outro tambm for um objeto sensvel, tambm requerer outro e assim por diante ao infinito. E se a questo sobre o objeto sensvel deve ser decidida por um objeto do pensamento, ento, uma vez que tambm h controvrsias sobre objetos do pensamento, esse objeto do pensamento requerer exame (krseos) e confirmao (psteos). Portanto, como chegaremos a essa confirmao? Se com base em um objeto inteligvel, isso levar tambm a um regresso ao infinito; se"com base em um objeto sensvel, uma vez que o inteligvel foi utilzado para chegar ao sensvel e o sensvel ao inteligvel, ento temos o modo da circularidade (dialelo). Se~ contudo, nosso debatedor para tentar escapar desta concluso afirmar que assume algum postulado como dado e sem ser demonstrado (anapodeiktos) para a demonstrao dos prximos passos de seu argumento, ento temos o modo da hiptese, de que no h

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2 escapatria. Porque se o autor da hiptese digno de crdito, ns tambm seremos igualmente dignos de crdito sempre que formularmos a hiptese oposta [problema do critrio]. Alm do mais, se o autor da hiptese assume algo verdadeiro, causa suspeita por assumir isso por hiptese e no demonstr-Ia, enquanto que se for falso ento os fundamentos do argumento esto arruinados. Mais ainda, se a hiptese leva verdade, deve-se assumir o prprio objeto de investigao e no alguma outra coisa que seria apenas um meio para se estabelecer aquilo que se investiga; mas, se absurdo assumir isso que se investiga, ser tambm absurdo se assumir aquilo de que depende. tambm bvio que todos os sensveis so relativos, pois so relativos a quem tem as sensaes. Portanto parece que seja qual for o objeto sensvel de que se trate isso nos levar a algum dos cinco modos. E argumentamos de modo semelhante em relao ao objeto inteligvel, pois se constatarmos que se trata de controvrsia indecidvel, devemos suspender ajuzo.

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