5 mistérios e práticas na lei de umbanda - w. w. da matta e silva

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  • 5/26/2018 5 Mist rios e Pr ticas Na Lei de Umbanda - W. W. Da Matta e Silva

    MISTRIOS E PRTICAS

    NA

    LEI DE UMBANDA

    W.W. DA MATTA E SILVA(Mestre Yapacany)

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    RRaaiizzddeePPaaiiGGuuiinn

    SSOOBBRREEOOAAUUTTOORREEOOBBRRAASS

    Woodrow Wilson da Matta e Silva (1917-1988), Mestre Yapacany. Gro-

    Mestre e fundador da Umbanda Esotrica, foi o mdium que mais serviosprestou ao Movimento Umbandista. Revelou a Umbanda como sendo, em suaexpresso mais elevada, o AUMBHANDAN, Conjunto ou Cdigo de LeisDivinas.

    Autor de nove obras, escritas sob a influencia dos altos mentores da CorrenteAstral de Umbanda, fundamentou profundos aspectos metafsicos, esotricos,mgicos etc., tanto prticos como tericos, sobre Umbanda, destacando-a tantodo grupo dos cultos africanos ou Candombls, como das macumbas, dosincretismo Catlico Romano e do sistema Esprita ou Kardecista.

    Sua obra principal e mais conhecida Umbanda de Todos Ns, consideradaat mesmo a bblia da Umbanda, epteto cuja explicao se encontra no fato deque esta obra foi a primeira a expor os verdadeiros fundamentos da Lei eDoutrina de Umbanda, tornando-se, desde sua publicao em 1956, um guiaseguro para milhares de adeptos umbandistas.

    Suas demais obras so:

    Umbanda Sua Eterna Doutrina,Doutrina Secreta da Umbanda,Lies de Umbanda e Quimbanda na Palavra de um Preto-VelhoMistrios e Prticas da Lei de Umbanda,Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda,Umbanda e o Poder da Mediunidade,Umbanda do Brasil eMacumbas e Candombls na Umbanda.

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    NNDDIICCEE

    INTRODUO... (pgs. - 5 a 11)

    1 PARTE

    Razes histricas, mticas e msticas da Umbanda Os cultosafricanos e o Muyrakitan, origem do culto ou Adjunto da Yuremados ndios. Fuso Mistura Deturpaes Confuso. Como eporqu se imps uma nova corrente. Quem so os espritos decaboclos, pretos-velhos etc. Consideraes sobre o vocbuloumbanda. O que a Umbanda propriamente dita. (12)

    2 PARTE

    A Mediunidade... A verdadeira mediunidade na Corrente Astral deUmbanda. Os perigos das iniciaes ou das feituras de cabea.A mulher bab em face da Lei de Umbanda. O modelo deinstrues gerais de conduta moral, espiritual e fsica para mdiunsou iniciandos da Corrente Astral de Umbanda. O modelo dedisciplina interna. O roteiro para se processar uma sesso deUmbanda corretamente. (51)

    ADENDO ESPECIAL

    Com a figura da MO DOS PODERES OCULTOS que contm 26SINAIS REVELADORES DE MEDIUNIDADE nos indivduos. (73)

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    3 PARTE

    Plantas, ervas e perfumes planetrios para banhos revitalizantes oude descarga, defumaes e essncias propiciatrias, de acordo com aslinhas de Orixs que tm relaes vibratrias com o planeta regente eo signo da pessoa-mdium ou iniciando e cuja identificao pode serfeita pelo Mapa A, que d as correspondncias certas pela data donascimento. (92)

    4 PARTE

    A Magia das oferendas na Umbanda de Acordo com as 7 Linhas.Discriminao completa. As chamadas comidas de santo seuselementos, materiais nos candombls em face da Quimbanda oudos despachos para Exu... Os sinais ou os pontos riscados de fora,dos 7 Orixs ou Linhas, para as oferendas, etc., dentro do aspecto

    positivo ou da Magia Branca. (97)

    Os verdadeiros Pontos Cantados da Corrente Astral de Umbanda,das trs bandas de Caboclos, Pretos-Velhos e Crianas. (123)

    Respondendo a perguntas (167)

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    IINNTTRROODDUUOO

    Depois de termos lanado (em 1956) Umbanda de Todos Ns, atualmenteem 5 edio, uma obra de flego, com 350 pginas, toda ilustrada, com dezenasde mapas explicativos e quase uma centena de clichs diversos, revelando ossinais ou smbolos mgicos, prprios da Umbanda, julgamo-nos, at certo ponto,bastante satisfeitos.

    No entanto, sendo essa obra um tratado mais de carter oculto sobre aCorrente Astral de Umbanda, aconteceu que, se contentou a gregos, no

    satisfez grande nmero de troianos; isto , encheu se satisfao a milhares deadeptos e foi mesmo um blsamo consolador para muitos irmos umbandistasde cultura que, at aquela poca, alm de sua crena, f ou convico, no tinhamalgo de positivo, de slido, na literatura umbandista, em que se escudar paraopor aos crticos, detratores etc., dessa mesma Umbanda.

    Tanto que, pensadores umbandistas, honestos, despidos dessas tolasvaidades, dessas vs pretenses, to prprias aos que tm o despeito como armapara tudo, pensadores umbandistas, dizamos, com gabarito moral e intelectual apar com firme autoridade dos que tarimbam no meio, h 15, 20, 30 e mais anos,consideraram essa obra como a Bblia da Umbanda. Temos dezenas e dezenasde cartas que atestam esse conceito.

    Todavia, existem os outros os troianos esses que no conseguiramalcanar pelo entendimento viciado, pela cultura acanhada e muito mais portudo que ali contraria os seus mesquinhos interesses; esses, sim, ficaramagoniados, passando at a sabot-la, proibindo a sua leitura aos mdiuns de seustemplos luxuosos, alm de combat-la socapa.

    Foi bom, porque, de um modo ou de outro, chamaram mais a ateno sobre olivro do que a maior propaganda que pudssemos ter feito.

    Assim, que, a meta que visvamos ao escrever Umbanda de Todos NsALei Revelada, foi atingida.

    Mas, se ficamos satisfeitos, no paramos a. Sempre no intuito de revelar,esclarecer, elucidar, tanto quanto possvel o pensamento interno, ou seja, osPrincpios, as Regras etc., dessa Corrente Astral de Umbanda, para que os

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    adeptos, os estudiosos, os pensadores do meio (e os de fora, tambm)verificassem que Umbanda de verdade no e nunca foi absolutamente isso queas humanas criaturas, dentro de seus graus de entendimento ou de ignorncia,concebem ou pretendem que seja a umbanda que praticam, aprofundamosmais ainda e surgimos com a outra obra intitulada Sua Eterna Doutrina,

    dedicada aos que tm cultura inicitica, pois nela esto definidos os postuladosda Corrente Astral de Umbanda, com seu conceito religioso, filosfico, cientficoe ainda entrando pelo ngulo da metafsica.

    Aps esse tremendo esforo, descansamos. A seguir, dadas certascircunstncias de nossa vida, dados tremendos impactos que tivemos desustentar, dada uma srie de desiluses, de traies, de ingratides e deincompreenses que nos assoberbaram, tudo relacionado a pessoas e coisas domeio umbandista, fomos tomados por um tal estado de saturao que pedimoslicena ao nosso astral para nos afastar de tudo. Obtive-mo-la.

    Assim, cruzamos nossas armas e por que no confessar: no ntimo, jtnhamos resolvido o afastamento definitivo de tudo que fosse atividade exterior,pblica, sobre Umbanda e at mesmo j estvamos convencidos de que nossapequenina mas durssima misso, dentro do meio, estava encerrada.

    De repente... l foram chegando coisas do astral... Preto-Velho queria maisum livro e deu-lhe o ttulo: Lies de Umbanda (e Quimbanda) Na palavra deum Preto-Velho...urgia mais esclarecimentos, disse ele. Meses aps, lanvamosessa obra medinica em forma de dilogo. Simples, altamente explicativa e com

    revelaes inditas.

    Esse livro capacita, a quem o l com ateno, a compreender bem o que foi e esse Movimento de Umbanda, quer pelos seus verdadeiros aspectos, quer pelosaspectos negativos que infiltraram e que esto turvando as lmpidas guas dessasagrada corrente. Lies de Umbanda,felizmente, agradou em cheio.

    Com o esprito bem sossegado por termos cumprido mais essa parte, entramosem novo descanso a par com novas observaes e meditaes sobre o panoramaumbandista. Quanta tristeza e quo desolados ficamos no final dessasobservaes, feitas com toda iseno de nimo.

    Verificamos ser, absolutamente necessrio, escrevermos ainda mais. Por qu?Porque, depois dessa pesquisa secreta, por tendas e cabanas, terreiros, etc.,constatamos que ainda impera muita confuso. Ignorncia, mistificao,explorao e que mais nos doeu foi ver a santa ingenuidade da massa humanaque se precipita para os tais terreiros que tm fachada de Umbanda e l dentro,a boca voraz de lobo a par com o envolvimento satnico das hienas do astral...

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    E de toda essa nova observao sensata e meticulosa, conclumos, mais umavez, que trs so os principais fatores ou os pontos vitais que servem de isca ecom os quais os espertalhes atraem os ingnuos e mesmo os que, no o sendo,vo em busca de lenitivo para suas aflies ou necessidades diversas.

    Isso, pelo puro aspecto da explorao, mas existe o outro o daqueles que tma ignorncia dos simples de esprito. Analfabetos ou quase, portanto, nadaestudaram, apenas viram de terreiro a terreiro, as prticas de Umbanda e certodia, por isso ou por aquilo resolveram abrir terreiro, tambm...

    Santo Deus! preciso que a criatura tenha percorrido mais de 600 terreiros,como ns fazemos h mais de 25 anos e por diversos Estados ou cidades, paraconstruir, lentamente, um escudo de pacincia, tolerncia e, sobretudo, decompreenso relativa a seus estados de conscincia.

    Porm, tolerar a ignorncia no , absolutamente, compartilhar dela. O fato que, na maioria dos terreiros, constatamos que a mola mestra que atrai,envolve, confunde e causa danos tremendos, o que uns e outros vminterpretando e praticando como mediunidade, magia...e oferenda.

    Mediunidade, Magia e Oferenda que eles vm dizendo ser Umbanda, dosCaboclos, dos Pretos-Velhos etc. Isso, no plano de cima dito como Umbanda.E se olharmos para o de baixo que chamamos de quimbanda misericrdia! Anossa pena no pode descrever as cenas que talvez nem um Dante o fizesse.

    Assim que nos propomos a elucidar, tanto quanto nos seja possvel eordenado, o mximo de questes relacionadas com os trs citados aspectos eoutros mais, correlatos.

    Queremos cumprir, integralmente, a nossa parte. Contribuir com o nosso copodgua, para pagar a imensa fogueira da ignorncia que, infelizmente, campeiapor essas centenas e centenas de Tendas ou Terreiros, que se esto multiplicando,desordenadamente, por esse nosso Brasil, realmente, pas predestinado,chamado de Ptria do Evangelho Corao Espiritual do Mundo!

    Porm, ressalvamos desde j que tudo isso que estamos afirmando no e nempode ser geral. Existem, tambm, dezenas de casas umbandistas, dignas sobtodos os aspectos e dirigidas por irmos autorizados, capazes, estudiosos, tendobons mdiuns. Mas, claro, esto em minoria...

    Assim que, mais uma vez, nessa obra, vamos dizer algumas das coisas quepodem ser e no podem ser, da verdadeira Corrente Astral de Umbanda...

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    Para isso, estamos escudados no sagrado direito da Verdade e de uma missoe temos, positivamente, o beneplcito de cima, para dizer o que ningum ousoudizer at agora. Ns somos, realmente, um porta-voz da Corrente Astral deUmbanda e no estamos afirmando isso por mera vaidade. Os que nos conhecem

    bem, sabem que abominamos a vaidade e o fanatismo...

    Podemos tombar, como tombaram outros que ousaram afrontar os tabus damentira, da mistificao e da explorao religiosa, perfeitamente comercializada,atravs dos mil fetiches que espertalhes empurram na santa ingenuidade damassa; podemos tombar dizamos porque nem o Cristo Jesus escapou a essaregra... Todavia, se cairmos, ser de p... Temos bambeado por vezes, peloimpacto, pelo entrechoque de tremendas lutas astrais e... humanas... Mas, eaqueles que nos atacaram por baixo e por cima e mesmo de uma maneiraqualquer? J receberam, todos, o inflexvel retorno dentro da Lei... Temos certeza

    do que dizemos...

    Tendo ento verificado, como j foi dito, que esses trs pontos vitais,mediunidade, magia e oferenda, so os aspectos mais confundidos, explorados so a isca pela qual os espertalhes, os vendilhes, o vaidoso sabido e o vaidosoignorante atrai a massa crente, essa que maioria, composta dosverdadeiramente simples de corao, dos ingnuos pela f cega etc., conclumospela imperiosa necessidade de lanar mais esclarecimentos dentro do meioumbandista, visando aos dirigentes, aos Mdiuns-Chefes, ou mesmo aosmdiuns simples, enfim, para todo aquele que exera um comando qualquer

    numa Tenda de Umbanda.

    Mesmo porque, temos recebido centenas de pedidos de irmos umbandistas,no sentido de que lancemos mais esclarecimentos, mais revelaes no caminhodos seguidores da Sagrada Umbanda.

    Dedicamos, portanto, a esses irmos Mistrios e Prticas na Lei deUmbanda... Podemos, ento, agora, fazer a seguinte classificao, em 7 graus,sendo o inicial, o 1, e o 7 o mais elevado.

    Para iniciandos de 1 grau:Mistrios e Prticas da Lei de Umbanda.

    Para iniciandos de 2 grau: Lies de Umbanda (e Quimbanda) na palavrade um Preto-Velho.

    Para iniciandos do 3 grau: Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda.

    Para iniciandos do 4 grau: Umbanda e o Poder da Mediunidade.

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    Para iniciandos 5 e 6 graus: Umbanda de Todos Ns a Lei relevada.

    Para iniciandos do 7 grau: Sua Eterna Doutrina e Doutrina Secreta daUmbanda...

    Bem... Ainda temos a dizer algo de muito importante! Tenham pacincia nssomos um veculo, um porta-voz...

    Sabemos e todos os mdiuns de fato tambm o sabem representem eles ouno o pensamento de quaisquer correntes Espirticas, Espiritualistas, Religiosas,Esotricas, Mgicas etc. que se processa nos Cus vibrados pelo Cruzeiro doSul, neste Brasil Corao do Mundo, realmente a Ptria do Evangelho, umtremendo Movimento de Foras Espirituais...

    Isso, repetimos, no novidade nem revelao nossa. coisa sabida. Estamosapenas repetindo para o nosso meio.

    Esse tremendo Movimento de Hierarquias atravs de seus mentores, Guias eMensageiros, prepara condies adequadas no astral inferior de nosso planeta,limpando, escoimando, expurgando, os elementos nocivos, ou melhor, osespritos bestializados, dos egostas, dos avarentos, dos viciados etc., que estoinfeccionando as condies astrais e humanas neste fim de ciclo.

    Porque isso se est processando neste fim de ciclo? Porque, REALMENTE, O

    CRISTO PLANETRIO vai descer, vai reencarnar-se e desta vez no BRASIL,nestas terras que esto sob a vibrao do Cruzeiro do Sul...

    E quem est preparando toda esta limpeza, todo este expurgo, diretamente, emuma possante ao de ampla envergadura, que envolve todos os Seresdesencarnados e encarnados a Corrente Astral de Umbanda...

    Podemos adiantar mais o seguinte: todos os Cus que vibram sobre o Cruzeirodo Sul esto cruzados, inteiramente guardados pelos quatro pontos cardeais, porlegies de espritos de Caboclos, Pretos-Velhos etc.

    Tudo o que se pode entender como baixo astral j est cercado pela Polcia deChoque da Corrente Astral de Umbanda...

    Nenhum movimento espiritual, religioso, espirtico, medinico etc., srio, est-se processando atualmente, por estes brasis afora, sem a escora da CorrenteAstral de Umbanda...

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    Seja qual for a Corrente Benfeitora que esteja formada, por trs dela esto osespritos da Corrente Astral de Umbanda, guardando-a, fiscalizando-a...Poderosas falanges de Pretos-Velhos, Caboclos etc., somente aguardam a ordemde imediata execuo.

    Porque, em relao direta com o Brasil, a Corrente Astral de Umbanda, umadas mais fortes integrantes do GOVERNO OCULTO DO MUNDO, tambmrecebeu a incumbncia de agir no sentido de preparar as ditas condies para adescida do Cristo Planetrio.

    J afirmavam, h muitos anos, os nossos Pretos-Velhos: do escurecer destefim de tempo (deste ciclo), ao clarear do outro, Pai Oxal vem Terra...

    preciso, necessrio sabermos que isto tem que acontecer.

    Estamos s vsperas de tremendas agitaes e reformas sociais, religiosas etc.Estamos s vsperas da fome, de epidemias e de uma convulso vermelha, isto ,o sangue regar a terra, a ambio escurecer ainda mais as conscincias, e oegosmo do homem cavar seu prprio tmulo...

    Tal o estado de endurecimento das conscincias, que jamais se viu o ricotripudiar tanto, escorchar tanto o estmago do pobre como agora...

    Jamais se viu tanta riqueza e tanta misria... um paradoxo.

    Mas oh! meus irmos ricos e poderosos, endurecidos pelo poder do dinheiro!

    No fiquem surpresos quando receberem a visita dos Executores do Astral,para uma queima crmica, atravs de inesperadas e terrveis molstias incurveise desastres de toda sorte...

    Porque o julgamento, a seleo (o chamado Dia do Juzo Final) no coisapara o futuro, no! J fato consumado. J foi feito este julgamento, esta seleo.

    A par com isso tudo, este pobre povo geme na cegueira de sua ignorncia e noconsegue ver o caminho da libertao. Tem que vir o desespero..

    Nunca se viu valer tanto o sexo, o sensualismo, a luxria e o dinheiro comoagora. Nem nos tempos de Nero com suas bacanais...

    Nunca se viu imperar tanto a magia negra para fins sexuais como agora.

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    Desvirtuaram tanto os puros sentimentos da mulher, que hoje em dia, ela sepreocupa mais em ostentar o corpo do que com as coisas do prprio lar... e ohomem passou a v-la mais com os olhos dos instintos, do que com os olhos docorao. Infelizmente.

    E por tudo isso que surgem os mdiuns, os missionrios, instrutores, tudo deacordo com as condies de suas correntes afins, cada um cumprindo a suaparte, contribuindo para que as verdades sejam ditas, todos a seu modo, paraque se cumpra a Lei de Evoluo dos Seres.

    E ainda em relao a isso tudo, que, ns, tambm, estamos cumprindo anossa parte, dizendo tudo o que j temos dito em nossas obras, doa a quem doer,custe o que custar, acontea o que acontecer...

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    11PPAARRTTEE

    Razes histricas, mticas e msticas da Umbanda Oscultos africanos e o Muyrakitan, origem do culto ouAdjunto da Yurema dos ndios. Fuso Mistura Deturpaes Confuso. Como e porqu se imps umanova corrente Quem so os espritos de caboclos, pretos-velhos etc. Consideraes sobre o vocbulo umbanda O que a Umbanda propriamente dita...

    Escute, meu irmo em Cristo Jesus o OXAL dessa mesma Umbanda detodos ns, que, por certo, umbandista tanto quanto quem mais o seja: noimporta que voc tenha o grau de um mdium-chefe (tido como chefe-de-terreiro, pai-de-santo, bab etc.), um simples mdium, de Diretor de Tenda,Centro ou Cabana ou apenas um filho-de-f! Voc sabe o que Umbanda? Sabepara voc? Sabe para explicar?

    Voc deve saber, no seu ntimo para si, para seu entendimento, mas possvelque no saiba explicar para os outros e voc tem a obrigao, o dever de saberisso direitinho...

    Faamos um trato (o autor e voc que est lendo), vamos recordar, da maneiramais simples possvel, as coisas de Umbanda.

    Comecemos por nos reportar origem histrica, mtica e mstica da Umbandapropriamente dita e para isto temos que nos aprofundar no passado de duasrazes uma, a dos cultos afros e a outra a raiz amerndia ou de nossosndios, denominada de culto ou adjunto de Jurema.

    Primeiro, vamos qualificar como culto africano a todo sistema religioso que os

    negros trouxeram para o Brasil, que se subentende como os vrios rituais de suasnaes de origem, assim como o Nag, o Kto, o Gge, o Angola, o Bantu etc.

    Isso aconteceu, claro, logo aps o descobrimento do Brasil, quando o brancocomeou a descarreg-los por essas terras brasileiras, como escravos, trazidos devrias regies da frica.

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    Qual ento o sentido religioso, mtico e mstico dos africanos atravs de seusrituais de nao.

    De um modo geral eram monotestas, pois adoravam a um DEUS-NICO,chamado, por exemplo, entre os nags, de OLORUMe entre os angolenses de

    ZAMBY ou ZAMBIAPONGI etc. Veneravam tambm a deuses, comoemissrios desse mesmo Olorum, aos quais denominavam ORIXS(estamosexemplificando mais com a predominncia nag (Nota 1 repetimos: foi,positivamente, estudado, reconhecido, constatado que, desde o princpio daescravido no Brasil, foram os Nags que dominaram o aspecto religioso, lingsticoetc., entre as outras naes negras, especialmente como escreveu Nina Rodrigues na Bahia, os Nags assumiram a direo das colnias negras, impuseram-lhes a sualngua e suas crenas etc.. Citar mais deuses de outros cultos criar confuso), poisfoi a que dominou positivamente, quer no aspecto religioso, quer no da lngua,entre as demais naes africanas aqui no Brasil, bem como foi o sistema que maisinfluenciou tanto quanto o amerndio por dentro dessa corrente humana ditacomo dos adeptos dos cultos afro-brasileiros).

    Os Orixs, para os africanos, eram (e so ainda) considerados como ossenhores de certas FORAS ELEMENTAIS ou dos Elementos da Natureza.

    Assim que ergueram um vasto Panteo de deuses.

    Eis a discriminao simples desses Orixs, com seus respectivos atributos, paraque os irmos umbandistas tenham a noo clara da questo, a fim de, quandochegar a vez, possa discernir com facilidade o que a Umbanda propriamente

    dita.

    OS ORIXS OU DEUSES VENERADOS(concepo dos nags)

    OBATAL o filho de OLORUM. O pai da humanidade (da nossa, claro).

    UM ORIXAL, isto , aquele que est acima dos Orixs, um grande Deus.

    Posteriormente, ou seja, aqui no Brasil, recebeu a designao de OXAL(termo que uma contrao do outro). Obs.: J pela influncia ou presso doclero, foi identificado com o SENHOR DO BONFIM, da Bahia, o mesmo queJESUS. Isso foi o comeo do chamado sincretismo ou similitude.

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    XANG Deus do Trovo, do Raio, ou seja, do fogo celeste. Dentro dosincretismo passou a ser assimilado a S. Jernimo da Igreja.

    OGUM Deus do Ferro, da Guerra, das Demandas. Dentro do sincretismopassou a ser assimilado, ora a Santo Antnio (na Bahia), ora a S. Jorge, em outros

    estados.

    OXOSSI Deus da Caa, dos Vegetais etc. Dentro do sincretismo, passou a serassimilado a S. Sebastio da Igreja.

    YEMANJ Deusa da GUAS. Dentro do sincretismo, passou a serassimilada Nossa Senhora da Conceio, da Igreja (Nota 2 Segundo uma lendacorrente entre os nags, dos seiosde Yemanj a dona das guas nasceramdois riosextensos, enormes, que se uniram, formando uma monstruosa lagoa. Do ventre dessalagoa, nasceram todos esses Orixs, isto , menos Obatal, If e Ibeji, que tm outraslendas, outros conceitos etc.)

    IF O mensageiro dos deuses. O orculo dos Orixs. O Adivinhador.

    DAD - Deusa dos Vegetais.

    OLOKUM Deus do Mar.

    OK Deus da Agricultura.

    OLOCH Deusa dos Lagos.

    OB Deusa do Rio Oba.

    AG-CHALAG Deus da Sade.

    OI Deusa do Rio Nger.

    CHAPAN Deus da varola, da peste etc.

    OK Deus das Montanhas.

    OG-CHALUG (com outro atributo), AJ ou Aroni, OXANBY ou Oxanin os deuses da medicina os que podiam curar etc.

    Bem, meu irmo umbandista, por a voc j pode ir comeando a analisar osaspectos dessa raiz e mesmo o porqu de somente cinco desses Orixs oudesses termos representativos de Foras ou Potncias, milenrios, tradicionais,

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    remotssimos, terem sidos conservados no conceito interno, oculto, ou melhor, deadaptao oculta do astral, por dentro da Lei de Umbanda, quando chegarmos questo das verdadeiras Linhas ou das Sete Vibram,es Originais dessa Lei.

    Assim que, em seus rituais de nao estamos exemplificando sempre com

    de nag tocavam o adarrum, espcie de toque especial de atabaques, parachamar seus Orixs. Esses atabaques eram preparados cuidadosamente, dentrode certo segredo, tudo envolvendo cnticos, ervas e certa fase da lua e tinham adenominao de RUM (que era o maior), RUMPI (que era o de tamanho mdio)e o menor dos trs, L. Esse toque especial com esses trs atabaques era para quese desse o transe (o animismo fetichista de Nina Rodrigues) medinico, quer noBabalorix, quer numa filha ou filho-de-santo. Tudo isso era acompanhado dedanas expressivas (apropriadas a cada Orix), palmas, cnticos, ditos tambm,como pontos etc.

    E era sempre assim, dentro de um ritual rotineiro, que o Babalorix ou o Bab depois chamado de pai-de-santo e a Ialorix, tambm chamada de me-de-santo ou o mesmo uma Ia, o mesmo que inicianda ou filha-de-santo etc.,podiam ficar possudos pelo seu orix...

    Todavia, se qualquer um desses casse com o santo (o mesmo que seentender como ficar mediunizado) ou com seu orix, todos sabiam que no erao Orix ancestral o deus Xang, Ogum, Oxossi etc. Era um enviado do Orix,porm representava a sua fora.

    Quer o Orix, que para eles era (e ) um ser-espiritual altamente situadoperante Olorum ou Deus, quer o seu enviado (o Orix intermedirio) que, paraeles, tambm era um esprito muito elevado, nunca tinham encarnado, isto ,jamais haviam passado pela condio humana.

    Todo esse ritual, com suas evocaes, suas prticas, era (e ainda deve ser)quase sempre acompanhado de oferendas simples ou especiais chamadadepois de comida-de-santo tudo de acordo com a ocasio da festa ou dacerimnia que se fizesse necessrio. Tambm era comum, antes de iniciar o ritualpropriamente dito, fazer um eb, espcie de despacho, que envolvia, desde osacrifcio de animais at o seu aspecto mais simples, com pipocas e outras coisas.

    Ento cremos ter ficado bem claro, nessas linhas gerais, que os africanostrouxeram suas concepes bem definidas, com seus deuses, seus rituais, suasprticas e, especialmente, todo um sistema de oferendas aos Orixs, queenvolviam elementos materiais, inclusive o sacrifcio de animais, com sangue etc.(essa questo de oferendas ou comida-de-santo ser analisada e esclarecida naparte que trata de magia e oferendas).

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    Agora, meus irmos umbandistas especialmente a voc que se diz ou Bab,Tata ou mdium-chefe, cremos que j chegou ao seguinte entendimento: Noculto africano puro, em seus ritos, s evocavam Orixs ou seja, os espritosenviados deles, que (estavam convencidos disso) nunca tinham encarnado,

    porque, aos espritos ditos como EGUNS(ou egungum), eles repeliam, oumelhor, no eram aceitos de forma alguma. Como EGUNS(guarde bem isso),consideravam ou qualificavam a todos os espritos de seus antepassados, asalmas dos mortos, enfim, a todos que j tinham sofrido o processo da encarnao.

    PORTANTO, OS ESPRITOS DE CABOCLOS, PRETOS-VELHOS, CRIANASETC., SERIAM REPELIDOS, PORQUE ERAM EGUNS. Todos esses soespritos-velhos porque j encarnaram dezenas, centenas de vezes.

    E para que os fundamentos dessa raiz fiquem bastante reavivados na

    mente de todo umbandista, vamos repisar o seguinte:

    Babalorix espcie de sacerdote do culto nag. Interpretao dada: pai-de-santo o chefe-do-candombl.

    Bab diminutivo do termo Babalorix, que tanto pode designar o homemcomo a mulher, sacerdote ou sacerdotisa. Interpretao: pai ou me-de-santo.

    Babala ou Babalaw espcie de adivinho ou sacerdote do culto de If.

    Ialorix espcie de sacerdotisa. Interpretao dada: me-de-santo adona-do-candombl.

    Ia ou Yaw espcie de inicianda. Interpretao dada: filha-de-santo.

    Ogan espcie de protetor do candombl, que fornecia os meios financeirospara as festas etc. Era escolhido pelo Bab e confirmado pelo orix.

    Ogan de atabaque a pessoa que conhecia os segredos dos toques para osOrixs.

    Cambondo dito como cambono, espcie de tocador de atabaque noscandombls de angola (depois, em conseqncia das deturpaes, passou a serqualificado, nos terreiros, como auxiliar dos protetores, isto , aqueles que seocupam de servir s pessoas mediunizadas).

    Candombl o local onde se faz o terreiro. Onde se processam os ritos ou ascerimnias.

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    Candombl de Caboclo ritual onde predomina as evocaes para osencantados o mesmo que os Caboclos.

    Ilu atabaque de um modo geral.

    Matana sacrifcio de animais para os Orixs e para Exu tambm.

    Peji o altar ou o santurio dos candombls, dito, tambm, como Cong.

    E ainda, para a necessria diferenciao:

    Padrinho diz-se, tambm, como pai-de-santo, no candombl de Caboclo.

    Como padrinho ou compadres tambm tratam aos Exus, quando no reino.

    Tata ou Tata de Inkice interpreta-se tambm como pai-de-santo (Congo eAngola).

    Encantado interpreta-se tambm como Orix, no candombl de Caboclo eno catimb como os espritos protetores, chamados de mestres etc.

    Tendo reavivado esses significados, em linhas gerais e sintticas, deixamos delado, agora, essa raiz afro e vamos ao encontro do que , genuinamente, nosso,bem brasileiro a raiz amerndia ou de nossos ndios, o adjunto de Jurema...

    para que, depois, possamos encontrar a verdadeira Umbanda.

    Ento, vamos recordar, tambm, de uma maneira simples, em linhas gerais,honestamente, sem certas deturpaes que nossa histria acolheu das crnicasdos Jesutas e outros (interessados em deturpar ou confundir aquilo queencontraram em matria religiosa, na mstica ou na tradio de nossosaborgines, particularmente dos tupy-namb, dos tupy-guarany), quepretenderam catequizar os negros e os nossos ndios daquela poca.

    Saibam vocs, meus irmos umbandistas, brasileiros ou no, que os nossosNDIOS, especialmente os TUPY-NAMB, TUPY-GUARANY, pelas alturas doano de 1500, NO ERAM TRIBOS OU UM POVO PRIMITIVO QUEESTIVESSE NA INFNCIA DE SUA EVOLUO. Quem sups isso, foram osbrancos conquistadores.

    No tiveram capacidade para verificar que, em vez de ser um povo primitivo,era, sim, um POVOou uma raa to antiga, que se perdia por dentro dosmilhes de anos a sua origem... Tambm, eles os portugueses que aportaram

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    com Cabral e mesmo, posteriormente, nas terras dos brasis, no vieram paraestudar a antiguidade, a cultura, a civilizao etc., de nossos aborgines....

    Os Tupy-namb, os Tupy-guarany, como ficou constatado muito depois, porinmeras autoridades e estudiosos pesquisadores, era um povo que estava em

    franca decadncia, isto , no ltimo ciclo de sua involuo...

    Para que voc, meu irmo umbandista, entenda isso, de maneira simples,atente a essa verdade: ponto fechado, so fatos histricos, so verdadesocultas ou so dos ensinamentos esotricos que, toda Raa surge, faz sub-raas,evolui sob todos os aspectos e, depois, entra em decadncia, para dar lugar aoutra nova Raa.

    preciso que compreendamos essa questo de decadncia das raas. O quetem acontecido o fenmeno das migraes espirituais ou seja: os espritos vo

    deixando gradativamente de encarnar numa raa, ou melhor, na ltima sub-raa,para irem animar novas condies, em novos movimentos de novas correntesreencarnatrias, para se constiturem em nova Raa. Assim, o que os espritosabandonam, obedecendo as diretrizes de uma Lei Crmica, Superior so oscaracteres fsicos de um raa e sua espcie vai diminuindo, diminuindo, por faltado dinamismo das reencarnaes, at se extinguir ou na melhor das hipteses,conserva os remanescentes atrasados, porque os outros, a maioria, os maisadiantados no voltam mais.

    Portanto, a humanidade, obedecendo Lei dos Ciclos e dos Ritmos, evolui

    constantemente, porm atravs de vrias raas. Algumas dessas Raas j nosprecederam e passaram por duas fases: uma, ascendente e de progresso e outra,descendente ou de decadncia.

    Foi, dentro desse critrio, desse conceito, dessa verdade, que a antiga tradiode todos os povos atesta a passagem pela face da terra de Raas assimqualificadas: 1 a Raa pr-Admica; 2 a Raa Admica; 3 a Raa Lemuriana; 4a Raa Atlanteana; 5 a Raa Ariana, que a nossa, a atual, no incio de suaQuinta Ronda Crmica etc.

    Porque 7 so as Raas-raiz, 7 so as Rondas Crmicas, 7 so os ciclosevolutivos, pelos quais, ter de passar toda a Humanidade. Portanto, j passoupor 4 dessas condies e est na 5; falta ainda passar por mais 2 Raas, 2 Rondase 2 Ciclos, que viro no futuro, daqui a milhes e milhes de anos.

    Foram diversos os fatores ou as causas que contriburam para a decadncia econseqente desaparecimento dessas Raas pr-histricas, com suas civilizaes:

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    causas psquicas ou morais, fsicas, csmicas (cataclismos), biolgicas,mesolgicas etc.

    As suas civilizaes todos os documentos, todos os cdigos, todos osensinamentos da antiga tradio o atestam foram adiantadssimas, sob todos os

    aspectos.

    Foi, portanto, um povo, os Tupy-namb, dos Tupy-guarany etc. j na ltimafase de acentuada decadncia da raa, ou seja, dentro das condies citadas,porm ainda com os vestgios positivos de uma avanada civilizao que osportugueses encontraram no Brasil do ano de 1500...

    O povo dos Tupy-namb, dos Tupy-guarany, da era pr-cabralina era toadiantado, to civilizado, quanto os outros povos que habitaram a Amrica doSul na poca deles assim como os Maias, os Quchuas etc.

    Suas concepes, sua mstica, enfim, sua Teogonia, era de grande pureza eelevao, somente alcanada, pelos que j vinham dentro de uma velhssimamaturao espiritual.

    E a prova insofismvel disso era a sua lngua o Nheengatu, o idiomasagrado, a lngua boa, incontestavelmente um idioma polissilbico.

    O Nheengatu o idioma sagrado dos Tupy-namb, dos Tupy-guarany revelaclaramente, em sua morfologia, em seus fonemas, no seu estilo metafrico etc.,

    ter sido uma lngua raiz, polida, trabalhada atravs de milnios. Foi to bemtrabalhada essa lngua polissilbica, que se presta s mais elevadas variaes ouinterpretaes poticas. Dela derivaram diversos idiomas, tambm consideradosantiqssimos.

    Vamos, ento, verificar por dentro de sua teogonia a pureza de suasconcepes sobre as coisas divinas etc., pois os tupy-namb, os tupy-guarany era,sobretudo, um povo monotesta.

    Acreditavam, adoravam a um Deus-Supremo sobre todas as coisas, a quemchamavam com muita venerao de TUPAN.

    TUPAN ou TUP de tu, que significa rudo, estrondo, barulho epan, quesignifica ou exprime o som, o estrondo, o rudo feito por algum que bate, quetrabalha, que malhaetc.

    TUPANera, portanto, o Supremo Manipulador, isto , Aquele que manipulaa natureza ou os elementos. o divino Ferreiro que bate incessantemente na

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    Bigorna Csmica. Era considerado, sem dvida alguma, o Supremo PoderCriador.

    Veneravam a GUARACY, YACY e RUD (ou Perud), como a trplicemanifestao do poder de Tupan. Eram atributos externos.

    GUARACY oSOL de Guar, vivente e cy, me. Davam essa duplainterpretao: Pai ou me dos viventes no sentido correto de que o Sol era e o princpio vital que animava todas as coisas da natureza, o mesmo que a luz quecriava a vida animal, etc. Guaracyera, sem dvida, a representao visvel, fsica,do Poder Criador que, atravs dele, criava nos elementos da prpria natureza, ascoisas, os seres etc. Enfim, era o elemento gneo o pai da natureza.

    Por isso, diziam, dele, Guaracy, saa tatauy, as flechas de fogo de Tupan, osraios do cu que se transformavam em tupacynynga, o trovo. Por causa disso

    que certos interpretadores ligeiros deram Tupan como sendo, puramente, odeus do trovo...

    YACY a LUA de Ya, planeta e cy, me ou progenitora: era a me dosvegetais ou ainda a me natura.

    RUD ou PERUD o deus ou divindade que presidia ao AMOR, reproduo. Rud era evocado pelas cunhs (nulheres), em suas saudades, emseus amores, pelos guerreiros ausentes, para que eles s tivessem pensamentos ecorao para record-las.

    E para reafirmar esse trplice conceito teognico, os pay(sacerdotes)ensinavam mais que, Guaracy representava o Eterno masculino, o princpio vitalpositivo quente de todas as coisas. E Rudera o intermedirio, isto , o amor queunia os dois princpios na criao da natureza...

    Acreditavam mais em MUYRAKITAN, ou MURAYKTAN, termo oriundo deuma lngua matriz, de tal antiguidade, que somente Tupan era quem podia t-laensinado raa mais antiga de toda a Terra. Essa lngua era o ABANHENGA, quesurgiu com a primeira raa que nasceu na religio de brazilan (Nota 3 Nopretendemos, nesta singela obra, nos estender, com estudos ou provas, sobre aantiguidade do Brasil e das Amricas os brasis, o brazilandos primitivosmorubixabas. Todavia, os que quiserem ver como a Histria do Brasil e da Amrica est incerta, adulterada, podem recorrer s obras de reconhecidas autoridades,cientistas internacionais, assim como: Lund, Ameguino, Pedberg, Gerber, Hartt, H.Girgois, etc., bem como nas obras de Alfredo Brando, Domingos Magarinos e outros.Atravs de toda essa literatura, cientfica, histrica etc., se comprova que: a primeiraregio a emergir doplago universal das guas ocenicas foi o Brasil; que o homemsurgiu na era terciria e no na quaternria, como de ensino clssico aqui no

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    Brasil; que a escrita mais antiga de toda a humanidade tem sua origem na primeiraraa que surgiu na primeira regio do planeta Terra, que adquiriu as condiesclimatricas para isso o Brasil, isto , o seu planalto central...) conforme reza oTUYABA-CUA- a Sabedoria dos Velhos Pays (do que falaremos adiante).

    MUYRAKITAN ou MURAYITAN se decompe assim: de mura, mar, gua;yara, senhora, deusa e kitan, boto de flor. Portanto, pode ser interpretadocorretamente assim: Deusa que floriu das guas, Senhora que nasceu do mar,Deusa ou Senhora do mar.

    Veneravam muito esta Divindade, a quem prestavam um culto todo especial.Acreditavam em seus poderes mgicos e teraputicos, atravs de seuitaobymba espcie de argila de cor verde, uma substncia nativa, colhida nofundo de certos lagos, a qual transformavam num poderoso amuleto, queadquiria a forma de um disco.

    Os itaobymba s podiam ser colhidos e preparados pelas ikannyabas (asconhtay ou moas virgens que eram votadas, desde a infncia, comosacerdotisasdo culto de MUYRAKITAN, o qual era vedado aos homens.Posteriormente, isto , no perodo da decadncia, se transformou no culto deYurem, dito na adaptao do elemento branco como o adjunto da Jurema).

    Essas sacerdotisas eram as nicas criaturas entre os tupy-guaranyque podiampreparar esse talisme o faziam assim: esperavam sempre que YACY, a lua,estivesse cheia, estendendo a sua luz sobre a placidez das guas do lagoescolhido pelas ikannyabas, que, dentro de uma severa preparao ritualstica emgica, para ele se dirigiam. Esse preceito implicava na passagem da rvore daYUREM verdadeira, onde invocavam ou imantavam os fludos magnticos dalua, atravs de cnticos e palavras especiais sobre determinado nmero defolhas, para serem mastigadas por elas, na ocasio de mergulharem no lago.

    Assim, enquanto algumas dessas ikannyabas mergulhavam, as outras ficavamcantando certas melopias rtmicas acompanhadas do termo mgico ma-ca-uam.Quando uma ou outra emergia com a substncia malevel a argila verde asoutras colocavam-na em pequeninas formas, j com o formato de um disco, comum orifcio no centro.

    Depois de recolhida a quantidade necessria, todas ficavam beira das guasem cerimnia especial, uma espcie de encantao mgica, toda dedicada sforas da guas a Muyrakitan, at que Guaracy, o Sol, comeasse a nascer, afim de endurecer com seus raios de luz a dita substncia, para ficar como oitaobymba. Esses talisms tomavam uma consistncia to rija, que nada maispoderia ser feito ou talhado sobre eles.

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    Esses amuletos de Muyrakitan eram verdes, verdes-claros e os mais preciososeram os de cor branca. Todos eram de uso exclusivamente feminino e usados naorelha esquerda das cunhsou mulheres.

    O seu equivalente para os homens era o TEMBET, um talism de nefrita

    verde, em forma de T, que os ndios traziam pendente no lbio inferior, atravsde uma perfurao.

    TEMBET, que se originou de Tembaeit, de T ou T, o signo divino (gravadonas pedras sagradas) da cruz (de curu); de mba, objeto, e de ita, pedra. Podeser interpretado corretamente assim: cruz feita de pedra (em sentido sagrado).

    O tembet era um talism de Guaracy o Sol preparado pelos payou peloskarayba, para que imantasseo raio, o fogo do cu, enfim, a energia solar. Era osmbolo mgico do deus-sol. Tambm preparavam outros amuletos que

    tomavam a designao de Itapos-sangas, inclusive os que eram feitos ourecebiam a fora de YARA me dgua.

    A muyrakitanou o itaobymbae o tembetjuntos representavam a foramgica de TUPAN o Deus NICO.

    Agora, meu irmo umbandista, voc j deve estar entendendo melhor aquesto da raiz Amerndia ou de nossos ndios. Mas vamos prosseguir, vamosver o que significava, entre os tupy-namb e os tupy-guarany, daquele gloriosopassado o TUYABA-CUA...

    Tuyaba-cu a sabedoria dos velhos pay, era precisamente a tradiomais oculta, conservada atravs de milnios, de pay a pay, ou seja, de mestre amestre, de mago a mago, a qual conjugava todos os conhecimentos mgicos,teraputicos (o caa-yaari), fenomnicos, espirticos, ritualsticos, religiosos etc.

    Essa tradio, esses ensinamentos, essas prticas mgicas, teraputicas, omistrio das plantas na cura, a interpretao misteriosa sobre as aves, tudo issoera tuyaba-cua.

    O PAYera justamente o mago mais elevado, dentro da tribo. Conhecia amagia a fundo, praticava a sugesto, o magnetismo, o hipnotismo e, sobretudoera mestre no uso dos mantras (Nota 4 interessante verificarmos que, hoje emdia, nenhuma Escola conhece mais o segredo dos mantras. Apenas, dentro dos maisaltos graus, ensinam certas vocalizaes com vogais uma coisa infantil doutrinando que mantras so vocalizaes especiais que se imprimem s palavras,num cntico... Isso no resolve nada, em matria de magia, na movimentao da forados elementais. Aprendemos, ns, de nossos Caboclos que mantras so vocalizaesespeciais que se imprimem sobre certos termos, isto , sobre palavras especiais.)

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    O Karayba no tinha a categoria de um pay; era tratado mais como feiticeiro,isto , aquele que se dava s prticas de fundo negro etc. Posteriormente,confundiram um com o outro.

    Todo movimento espiritual, mgico ou de fenmenos astrais que pudesse

    afetar a vida da tribo era coordenado pelo pay, que influenciava diretamente omorubixaba, que, como chefe da tribo, praticamente nada fazia sem consultar opay, que por sua vez tambm ouvia os ancies.

    Esses velhos magos da sabedoria os pajs, como se grafou depois conheciam o mito solar, ou melhor, os Mistrios Solares (simbolizados no CristoCsmico), ou seja, a lei do verbo Divino, tanto que jamais se apagou nosensinamentos de tuyaba-cua o que a tradio remotssima de seusantepassados havia legado sobre YURU-PIT, SUMAN e YURUPARY eexemplificavam tudo, revelando o mistrio ou o sentido oculto da flor do

    mborucay(o maracuj), a par com a interpretao que davam a curu a cruz.

    Dentro da tradio, se recordava que, num passado to longnquo quanto asestrelas que esto no cu, surgiu, no seio da raa tupy, iluminada pelo deus-soluma criana loira, que disse ter sido enviada por Tupan. Falava de coisasmaravilhosas e ensinava outras tantas. Recebeu o nome de YUPITAN.

    Assim, cresceu um pouco entre eles e um belo dia, tambm iluminada pelo sol,desapareceu. Porm, antes disso, disse que noutra poca viria SUMANe depoisYURUPARY. Realmente o termo Yupitantem um significado profundo.

    YUPITAN de yu, loiro, doirado, e pitan, criana, menino, significava, naantigussima lngua matriz, o abanhenga, criana ou menino loiro iluminadopelo sol. Davam-lhe tambm o nome de ARAPIT de ara, luz, esplendor, epit,criana etc., e significava o filho iluminado de Aracy, deAra, luz, e cy, meou progenitora, origem etc.

    Depois, muito depois (reza a tradio) de terem passado algumas geraes,vindo do lado do oriente, aparece um velho de barbas brancas, entre os tupy-namb, dizendo-se chamar SUMAN (ou SUM), que passou a ensinar a leiDivina e muitas coisas mais, de grande utilidade. Ele dizia, tambm, que foiTupan que o tinha mandado. SUMANtambm, certo dia, se despediu de todos eps-se a caminhar para o lado do Oriente at desaparecer, deixando entre ospay todo o segredo de tuyaba-cua e assim ficou lembrado como o pai dasabedoria... Entre os tupis-guaranis, tambm foi constatada a tradio viva,positiva, sobre YURUPARY o seu Messias (possivelmente, uma dasencarnaes do Cristo Planetrio).

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    Yurupary de yuru, pescoo, colo, garganta ou boca, e pary, fechado,apertado, tapado, significa o mrtir, o torturado, o sofredor, o agonizante.YURUPARY, na teogonia amerndia, foi o filho da virgem Chicy, de Chi,pranto, e cy, me, a me do pranto, uma mter dolorosa que viu seu filhoquerido ser sacrificado porque pregava (tal e qual JESUS) o amor, a renncia, a

    igualdade e a caridade.

    YURUPARY foi, portanto, entre os tupy-guaranis, um MESSIAS e no o que osjesutas daqueles tempos interpretaram o diabo (Nota 5 Tal e qual fez com osafricanos, a Igreja tambm quis fazer assimilaes entre os nossos ndios com seussantos. Os jesutas fizeram uma tremenda fora, para identificar Suman ou Sumcom o Santo Thom ou Tom, deles. Mas no pegou de jeito algum... Sobre aTradio de Yurupary, o Cel. Sousa Brasil no tomo 100 do vol. 154 da Revista doInstituto Histrico 2, de 1926, d testemunho irrefutvel dessa venerada tradioque ainda encontrou entre os nossos ndios). Tanto que se perde no passado desua remotssima tradio esse tema de um Messias, da cruz e de seu martrio. Porisso que veneravam a Curu a cruz de curu, fragmento de pau ou de pedrae , gritar ou produzir qualquer som estridente. Curu em sentido mstico,significa cruz sagrada, porque recebeu o sofrimento, o grito do agonizante ou aagonia do mrtir. Em certas cerimnias, os pay, depois de produzirem o fogoatritando dois pedaos de pau, os cruzava (para formar uma cruz) parasimbolizar o Poder Criador o FOGO SAGRADO...

    E foi por causa disso, desse conceito, desse conhecimento, que eles os ndios receberam com alegria, com amigos, como irmos, aos portugueses de Cabral,porque nas velas de suas naus estavam desenhada uma espcie de cruz.

    Pensaram que segundo uma antiga profecia eles vinham para ajud-los... ecomo se enganaram...

    Mas, voltemos a falar sobre os conhecimentos dos pay. Como j dissemos,eram to profundos os conhecimentos desses magos, tinham conservado to bemdentro da tradio a sabedoria do Sum, que quando queriam simbolizar paraos mborubixabas, para os guerreiros, para as cunhs etc., a divina revelao danatureza, isto , a eterna verdade sobre Aquele enviado de Tup, que vinhasempre, desde o princpio da raa e que entre eles veio como Yurupary,exemplificavam este mistrio, tomando de uma flor de mborucuy...

    Mborucuy (ou maracuy maracuj, apassiflora coerulea) revela em sua flora coisa sagrada; ela obedece Guaracy o Sol que filho de Tup. Quando elenasce, ela vive, se abre e mostra seus mistrios e quando Guaracy morre (seesconde, no ocaso), ela se enluta, se fecha ( a questo que a cincia denominaHeliotropismo ou tropismo pelo Sol).

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    Vejam (continuam dizendo), a flor do maracuy guarda a paixo, o martrio deYurupary; ela tem os cravos, a coroa, os aoites, a coluna e as chagas... E assim,reavivava na lembrana todos os conselhos de seu Messias, de seu reformador o filho da virgem Chicy (o prprio termo mborucuy diz tudo em seusignificado: mboru que significa tortura, sofrimento, martrio e cuy o mesmo

    que cunh, mulher. Ento temos: martrio da mulher).

    Assim eram os pay daqueles tempos. Conhecedores da magia, praticavamtambm todas as modalidades medinicas. E eram mais seguros sabiam o quefaziam e porqu do que os pretensos pais-de-santos ou os tais mdiunschefes de hoje em dia....

    Tomavam precaues especiais sobre os mdiuns e quando queriam que asmulheres que tinham um dom, profetizassem, isto , cassem em transemedinico, primeiro envolviam-nas no mistrio do caa-timb ou timb, isto ,

    nas defumaes especiais de plantas escolhidas, depois emitiam um mantranprprio para as exteriorizaes do corpo astral o termo ma-ca-aum, dentro devocalizaes especiais e rtmicas. Logo, aplicavam sobre suas frontes o mbarac.Elas caam como mortas, eles diziam palavras misteriosas e elas se levantavam,passando a profetizar com o R-anga os espritos de luz...

    Mas o que era Mbarac? O Mbarac ou marac era um instrumento queproduzia rudos ou sons especiais. Ele falava, respondia, sob a ao mgica dospay. Enfim, era um instrumento dotado de um poder magntico e era,positivamente, um canal medinico. (Nota 6 Afirmamos que era um instrumento

    de poder magntico, porque tinha o seu preparo feito sob as foras da magia dosastros. O mbarac, em si, era uma espcie de chocalho, manipulado do frutoconhecido como cabaceira a cucurbita lagenaria e dentro desse fruto [dessa cabaa]eram colocadas certas pedrinhas ou seixos. Essas pedrinhas eram amuletos ouitapossangas especiais, inclusive o talism de muyrakitan [o itaobymba], bem comoo Tembet. Tanto empregavam esse mbarac para os efeitos mgicos, como para osfenmenos ou da mediunidade, para fins hipnticos, isto , para ativar o ardor dosguerreiros, no combate...)

    Jamais explicaram ao branco, como procediam para comunicar esses poderesao mbarac, em suas cerimnias de bno, batismo, e imantao...

    Testemunhou essas cerimnias e esses poderes, Sans Standen, um alemo quefoi aprisionado pelos tupy-namb, durante muitos anos e que pde assistir aesses fenmenos produzidos pelo pay.

    Uma outra testemunha insuspeita tambm presenciou os poderes mgicos deum karaybae esse foi o padre Simo de Vasconcelos, que relata no livro II dasCrnicas da Companhia de Jesus do Estado do Brasilo caso da clava sangrenta.

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    Disse ele: um tal carahybafixou duas forquilhas no cho, a elas amarrou umaclava enfeitada de diversas penas e depois andou-lhes em torno, danando egesticulando num cerimonial estranho, soprando e dizendo-lhes frases. Logodepois desse cerimonial, a clava desprendeu-se dos laos e foi levada pelos aresat desaparecer no horizonte, voltando depois, pelo mesmo caminho, vista de

    todos, visando a colocar-se entre as forquilhas, notando-se que estava cheia desangue.

    Isso no terreno da magia. Na teraputica eram mestres na arte de curarqualquer doena muitas das quais, at o momento a medicina oficial temconsiderado incurveis pelo emprego das plantas, ervas ou razes. Ao segredomgico e astral de preparar as plantas curativas, denominavam de caa-yary.

    Caa-yarytambm era o esprito protetor das plantas medicinaise aquele quese voltava a ele, na arte de curar, no podia nem ter relaes com mulher, tal o

    formidvel compromisso que assumia.

    Quando o branco ambicioso quis saber o segredo do caa-yary, os pay, oskarayba, diziam que eram o av da erva o mate, para despist-lo.

    Os pay (convm repisarmos) faziam constantemente uma espcie de sessopara fins medinicos, ou seja, para evocarem R-Anga os espritos da luz aqual denominavam GUAY, que se processava sob cnticos e danas rtmicas(completamente diferentes dessas batucadas que brancos civilizados que sedizem babs e tatas fazem, hoje em dia).

    Antes desse ritual medinico, tinham um particular cuidado no preparo dostimba serem usados, isto , faziam os defumadores propiciatrios para afastarANHANG, que era o esprito das almas penadas, atrasadas etc., era, enfim,mal comparando o mesmo que o diabo dos catlicos e o Exu-pago daquimbanda.

    Essa cerimnia ou ritual dito Guay era sempre feita, para tirar guayupi afeitiaria, de algum...

    Bem, meu irmo umbandista, cremos j ser suficiente o que acabamos derecordar sobre a raiz amerndia. Pelo que voc acabou de ler, deve ter-seinteirado de seus aspectos essenciais.

    Ento, vamos agora verificar o que aconteceu com essas duas razes aqui, noBrasil, isto , a RAIZ AFROe a RAIZ AMERNDIAou de nossos ndios, com aFUSO ou a mistura de uma com a outra.

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    O Culto Bantu dos africanos foi o que trouxe uma tendncia mais livre.Comeou por receber j no Brasil as influncias dos outros e principalmentedo culto nag. J por efeito dessa influencia, j por essa tendncia mais liberal,pelas alturas do ano de 1547 foi constatado, positivamente, a existncia de umaespcie de fuso, de mistura de prticas, de ritos, com o cerimonial que os

    nossos ndios vinham praticando e denominado pelo branco como adjunto deJurema...

    importante lembrarmos que esse adjunto da Jurema que foi interpretadocomo uma espcie de sesso, de reunio, de agrupamento, j era, por sua vez,uma degenerao do verdadeiro CULTO DA YUREMA que foi um dos aspectospuros que ficou do primitivo CULTO DE MUYRAKITAN, que foi sendoesquecido ou se apagando dentro dos ritos sagrados dos tupy-nambs, dos tupy-guaranys e outras tribos, aps a era cabralina, ou seja, j no perodo de acentuadadecadncia desse povo...

    Dessa fuso entre o culto dos bantus e o dito como adjunto da Juremasurgiu, depois de alguns anos, outra espcie de rito, com prticas mistas queficou conhecido ou que foi chamado depreciativamente de CANDOMBL DECABOCLO, onde a par com a evocao e a crena nos orixs, predominavamais a influncia amerndia, com seus Caboclos, seus encantados etc. Dentrodesse aspecto ainda existe em alguns Estados, particularmente na Bahia.

    Porm, por outro lado, esse aspecto, essa fuso, degenerou mais ainda, porquecertas prticas do elemento negro, netos de africanos etc., de cunho nitidamente

    baixo, ditas como pura feitiaria, prevaleceu mais.

    Assim, viu-se surgir mais uma retaguarda negra, nefanda e que ficoudenominada de CATIMB.

    Por qu catimb? Porque nas primitivas prticas do Candombl deCaboclo, dado a influncia amerndia, se usavam muito os timbs ou catimbs,cujos termos significam defumao, a par com o uso exagerado de muita fumaade cachimbo...

    Ento, a essa degenerao negra, por uma questo de associao de idias, decorrelao, passaram a chamar de Catimb...

    Nesse Catimb, que ainda hoje em dia existe (infelizmente) e em muitosEstados e que, por aqui, pela Guanabara, j incrementaram como uma espcie deapndice de muitos terreiros, o qual fazem funcionar depois da meia-noite.Isso que h de mais escuro, trevoso e prejudicial.

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    Nele, o que manda o dinheiro e o mal. Os despachos, as arriadas para ostais mestres de linhas com seus encantados coisa corriqueira e tudo feito nabase do pagamento...

    Os seus praticantes os chamados de catimbozeiros so de baixssima moral

    espiritual etc. Esses infelizes esto irremediavelmente presos nas garras do astralinferior no que h de mais inferior mesmo, do baixo astral...

    J to grande a infiltrao desses elementos humanos e astrais no meioumbandista, que os interessados j lanaram venda esttuas dos tais de ZPilintra, Caboclo Boiadeiro, enfim, dos tais mestres do Catimb, para seconfundirem com as verdadeiras entidades da Lei de Umbanda, pela massa cega,confiante, ingnua...

    J verificamos em certos terreiros a existncia delas, de mistura com santos e

    santas, caboclos e pretos-velhos, sereias-do-mar etc. Santo Deus! Quantaignorncia! Mas no podemos desanimar...

    Logo depois, essa fuso que gerou o Candombl de Caboclo acolheutambm a forte influncia dos santos da Igreja Apostlica Romana. Da queveio o aspecto dito como sincretismo, similitude etc.

    Toda essa complexa mistura, que o leigo chama de macumba, candombl,baixo-espiritismo, magia-negra e em certos Estados, de canjer, pajelana,batuque ou toque de Xang, babassu, tambor de mina etc., recebeu ainda, nos

    ltimos 50 anos, mais uma acentuada influncia a do Espiritismo dito como deKardec.

    Ento temos, h mais ou menos 414 anos, todos esses ASPECTOS, mstico,mtico, religioso, fenomnico, sincrtico, espirtico etc., de MISTURA eenvolvendo PRTICAS, as mais CONFUSAS, fetichistas, materialmentegrosseiras, de ritualsticas barulhentas, pelos tambores ou atabaques, tringulos,cabaas e outros instrumentos exticos e primitivos, tudo isso em pleno SCULOXX, norteando as linhas-afins de uma IMENSA COLETIVIDADE ou massahumana, j na casa dos milhes, com seus milhares e milhares de Tendas,Cabanas, Centros, Terreiros etc.

    Essa coletividade religiosa, mstica, foi denominada, nos ltimos anos, pelosINTERESSADOS os monopolizadores dessa situao como dos ADEPTOSDOS CULTOS AFRO-BRASILEIROS ou AFRO-ABORGINES.

    Essa era (e ainda , em grande parte) a situao existente, quando surgiu UMVIGOROSO MOVIMENTO DE LUZ, ORDENADO PELO ASTRAL SUPERIOR

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    QUE ABARCOU TUDO ISSO NUMA TREMENDA E PODEROSAINTERPENETRAO HUMANA E ASTRAL...

    ESSE PODEROSO MOVIMENTO DE LUZ, dentro dessa coletividade ditacomo dos adeptos dos Cultos Afro-brasileiros, FOI FEITO PELOS ESPRITOS

    QUE SE APRESENTARAM COMO CABOCLOS, PRETOS-VELHOS ECRIANAS....

    E quem so esses ESPRITOS? Vamos explicar....

    Esses espritos so, justamente, os dos antiqssimos pay, karaybas,morubixabas, tuxabas ou caciquese outros mais, da primitiva RAA TUPY oudos Tupi-namb, tupis-guaranis etc. (pois o tronco racial deles era um s), bemcomo pelos tambm antigos ou primitivos sacerdotes do povo africano, ditoscomo babalaws, babalas, tatas etc., a par com os espritos de crianas, que

    foram ordenados para essa misso, dado a mstica dessa coletividade sobre eles,pela derivao da crena dos Ibejisdos africanos e dos curuminsdos ndios, enos Cosme e Damio.

    Porque surgiram estes espritos dentro desta coletividade?

    Ora, pelo que acabamos de explicar sobre os fatores de fuso e degenerao econseqentes misturas, etc., cremos que ficou patenteque essa massa, essacoletividade, no podia continuar assim, dentro das condies expostas.

    Era (e ainda , em 90%) de ausncia absoluta nesses ambientes, a Doutrina, oEvangelho e, claro, o estudo da mediunidade etc.

    Prticas as mais confusas, desordenadas, baixas por envolverem oferendascom sacrifcio de animais, sangue etc., ainda so fatores comuns noscandombls que dizem praticar algum ritual de naoe que, por cima de tudoisso, ainda afirmam ser de umbanda.

    A ignorncia to grande na maioria dessas criaturas que se intitulam de paisde santo ou babalorixs, babs, tatas, chefes-de-terreiros etc., que ainda noforam capazes de notar a patente discrepncia no tipo de oferenda (ou comidade santo) que fazem a seus orixs tidos por eles como Espritos-Ancestraisdos outros Espritos, isto , como Potncia Elevadssimas aos quais oferecemsacrifcios, de animais, com sangue e tudo e tambm oferecem o mesmo tipo desacrifcios, com sangue e tudo, para os Exus... considerados espritos atrasados.Como se entender isso? S entendimentos estacionados h 4.000 anos podemconceber e praticar semelhantes disparates... pois, como que a mesmaqualidade de oferendapode servir tanto para Orix quanto para Exu?

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    Pois bem, era impossvel que a providncia Divina deixasse de AGIR...

    E foi por causa disso tudoque se fez imprescindvel um novo MOVIMENTOdentro desses Cultos Afro-brasileiros ou de sua imensa massa de adeptos.

    E esse MOVIMENTO DE LUZ feito pelos espritos carmicamente afins a essamassa e pelos que, dentro de afinidades mais elevadas ainda, as que sopautadas no Amor, na ajuda, na RENNCIA em prol da EVOLUO DE SEUSSEMELHANTES foi lanado atravs da mediunidade de uns e de outros, pelosCaboclos, Pretos-velhos etc., com o NOME DE UMBANDA...

    Comearam ento a aparecer por dentro da Corrente Astral e humana,falanges e falanges de Pretos-Velhos, de Caboclos, como os Pai-Benedito, Pai-Joo, Pai-Z, Pai-Tom, Pai-Jac, Pai-Domingos, Pai-Francisco, Pai-Antonio, Pai-Moambique, Pai-Malaquias, Pai-Tibiria, Pai-Martim, Pai-Ernesto, Pai-Chico

    etc., e as Me-Cambinda, Me-Maria, Me-Guiomar etc., e as Vov-Conga,Vov-Catarina, Vov-Lusa etc., e as Tia-Chica, Tia-Maria, Tia-Francisca, Tia-Quitria etc.

    A par com esses surgiram logo os Caboclos; foram os Caboclo 7Encruzilhadas, Caboclo 7 Flechas, Caboclo Ubiratan, Ubirajara, Urubato, Tupy,Tupinamb, Guarany, Yrapu, os Pena-Azul, Pena-Branca, Caboclo guia-Branca, Arranca-Toco, Arruda, Coqueiro, Guin etc.; bem como as CaboclasJurema, Jandira, Jupira, Juara, Indira, Cabocla do Mar, Cabocla Estrela, CaboclaTrs Luas e muitas outras mais...

    E tambm vieram, acompanhando os pretos-velhos e os Caboclos, as Falangesdos espritos de crianas, como os Cosme, os Damio, os Doum, os Tupnzinho,os Crispim, os Joozinho, os Duquinha, os Simeo, as Mariazinhas, asManuelinha, e um sem nmero deles e delas...

    Todas essas entidades e outras mais aos milhares desceram como pontas-de-lana, ordenadaspelo Tribunal Planetrio, afim de incrementarem por todosos meios e modos a EVOLUOda massa dita como dos adeptos dos cultosafro-brasileiros...

    Foi ento que surgiram as primeiras manifestaes dos cacarucaio os Pretos-Velhos, dos primeiros Caboclos, nos terreiros, atravs da mediunidade de uns ede outros, os chamados mdiuns, aparelhos ou veculos dos espritos...

    E como legtimos trabalhadores da seara do Cristo Jesus, foram logo ensinandoa Sua Doutrina, isto , as Leis do Pai-Eterno...

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    Muito embora lutassem com a dificuldade do material humano medinico,mesmo assim conseguiram firmar idias e Princpios, estabelecendo as REGRASe fizeram um vasto trabalho de ADAPTAO de conceitossobre Linhas etc...

    O termo UMBANDA que eles implantaram no meio para servir de

    BANDEIRA a esse novo MOVIMENTO, identifica, positivamente, a fora e osdireitos de trabalhodessa poderosa CORRENTE, que assim passou a sedenominar Corrente Astral de Umbanda.

    Ensinaram mais que, Umbanda representa, dentro da coletividade dita comodos adeptos dos Cultos Afro-aborgines, as Leis de Deus, pela palavra do CristoJesus o Regente de nosso planeta Terra.

    E esses Caboclos, esses Pretos-Velhos, dado a confuso reinante sobre aquesto das linhas, todas fortemente enxertadas de santos e santas da Igreja

    Romana, embaralhando cada vez mais os entendimentos, conseguiram firmardoutrinasobre as Linhas, as Legies, as Falanges etc...

    Portanto, sempre ensinaram que Umbanda um termo Litrgico, sagrado,vibrado, que significa, num sentido mais profundo CONJUNTO DAS LEIS DEDEUS, porque tem por escopo, dentro do meio que atualmente se diz comoUmbandista, implantarno corao de seus filhos de f essas citadas leis...

    A Corrente Astral de Umbanda reconhece 7 Potncias Espirituais que tmcomando diretosobre o planeta Terrae tambm no sistema planetriode que

    ele faz parte, sendo que a principal dessas Potncias o Cristo Planetrio, quesupervisiona as outras seis, e que por efeito dessa adaptao tomam o nome deORIXS.

    Essas Potncias ou esses Orixs fazem-se representar atravs de LINHAS, cadaLinha tendo 7 Legies e cada Legio tendo 7 Falanges. Linha significa, a FaixaVibratria em que esto situadas, por afinidade, as Entidades Mentoras, ou seja,os GUIAS, os PROTETORES e todas as humanas criaturas, dentro, claro, destamesma lei de afinidade (Nota 7 Aos que se interessem por maioresfundamentos,quer no aspecto cientfico, filosfico, metafsico, religioso, mstico, mgico oucabalstico, ritualstico, medinico etc., recomendamos nossos livros: Umbanda de

    Todos Ns a Lei revelada, um compndio de flego, com 350 pginas, todo ilustradocom mais de 100 clichs e mapas diversos, alguns at policrmicos, de 60 x 40, 50 x 30cm. E ainda a nossa obra medinica, em forma de dilogo, com revelaes inditas,intituladas de Lies de Umbanda [e Quimbanda] na Palavra de um Preto-Velho...E,para os que j tenham acentuada cultura esotrica, recomendamos especialmente SuaEterna Doutrina, uma obra da srie Umbanda de Todos Ns. Recomendamos,tambm, a excelente obra do confrade J. Barbosa, intituladaManual dos Chefes-de-Terreiro e Mdiuns de Umbanda...Tambm, nessa oportunidade, recomendamos a

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    todos os nossos leitores as obras do confrade Joviano Trres, assim como a suaTotalidade e Sociologia[cosmoviso integral]... Joviano Trres um mdium deextraordinria clarividncia csmica. Ele foi um dos primeiros a alcanar as razesdesse tremendo Movimento da Corrente Astral de Umbanda no Brasil... Porque, seuesprito escapa, voa, e interpenetra os espaos siderais para estudar princpios, causasetc. Suas obras precisam ser lidas e bem meditadas. H uma grande semelhana deconceitos entre Totalidade e Sociologiae nossa citada obra Sua Eterna Doutrina...)

    Devemos lembrar a todos os nossos irmos umbandistas, estudiosos etc., que onome ou os NOMES pelos quais as Escolas, os sistemas filosficos, as religies,ou os cabalistas, os magistas, os esoteristas, os teosofistas, os gnsticos etc...,identificam as Potncias Divinas, no altera a razo de ser dessas Potncias etampouco sua essncia... Portanto Brahma, Olorum, Zamby, Deus, Jesus, Buda, Mitra, Osris etc. No fundo de tudo esto sempre e inalteravelmente oPai-Eterno e o Cristo Planetrio...

    Antes, porm, de entrarmos na definio das 7 Linhas da Lei de Umbanda, faz-se necessrio elucidarmos tambm um conceito errneo que comum e aferradona mentalidade de muitos irmos umbandistas, desses que ainda tm preguiade analisar, comparar etc.

    Esse conceito de que a Umbanda um dos aspectos do chamadoEspiritismo de Kardec ou do Kardecismo...

    At irmos estudiosos pensam e costumam afirmar isso, como ponto dedoutrina. Estes estudiosos, parece, no analisaram a coisa como ela e se

    apresenta. Batem-se no ponto de que, no umbandismo, existe a manifestao dosespritos e no espiritismo tambm. Vamos elucidar esta questo de vez.

    Todos sabem que quem particularizou o termo espiritismo foi Allan Kardec,para traduzir, por ele, certos ensinamentos dos espritos.

    A palavra espritoperde-se pela antiguidade, dentro dos livros religiosos devrios povos, inclusive dos Vedas, dos Brahmas, no livro dos mortos dosEgpcios, nas obras de Fo-HY, um dos mais antigos sbios da China, na Bblia deMoiss, na Cabala dos Judeus, nos Evangelhos ditos do Cristo, e, para no

    citarmos mais, na antiqssima Bblia Maia-Quchua o Popol-Vuh etc.

    O que se deve entender, realmente, por espiritismo? Segundo Kardec, aDoutrina dos Espritos. Como vem, revelar a doutrina ou as coisas do espritono foi exclusivo privilgio de uns e outros...

    Diremos, pois, que a doutrina esprita ou o Espiritismo tem por princpio asrelaes do mundo material com os espritos ou seres do mundo invisvel etc.

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    (Livro dos Espritos, int., pg. 11.) E estes espritos foram engendradosexclusivamente por Kardec para criarem uma doutrina sua prpria?

    Ora, estas relaes, esta doutrina, que tambm traduzem as Eternas verdades,so to velhas quanto a prpria humanidade, porquanto podem ser identificadas

    nos antigos e sagrados livros da mais velhas religies do mundo.

    s compararmos os 34 itens com que Kardec fundamentou os pontosprincipais da doutrina que os espritos transmitiram, em sua introduo (obracitada, pgs. 21-25)...

    Devemos reconhecer ento que a essnciadesta doutrina e suas relaes com omundo da forma, comunicaes, fenmenos inerentes mediunidade, soFATOSque remontam aos primrdios das civilizaes. No so, portanto,REALIDADEsomente conhecidas de 1857 aos nossos dias.

    E a Umbanda que tem como vrtice de sua razo de ser, desde as erasprimitivas, ou mais particularmente, desde a segunda raa-raiz, os Lemurianos,numa Era de Escorpio o signo da magia, a exteriorizao peridica ou porciclos, destes fatos, ressurgiu na atualidade, como o fizera no passado entre osAtlantes, os Maias, os Quchuas, os Tupy-guarani e os Tupy-namb da pocapr-cabraliana e ainda bem como h milnios, quando o antigo apogeu da raaafricana, que conservou dentro da tradio oral at nossos dias, farrapos destaLei ou desta Doutrina revelao do prprio verbo primitiva sntese relgio-cientfica, cujas derivaes podem ser identificadas nos diferentes sistemas

    religiosos (pelo aspecto esotrico) de todas as raas.

    Vamos ressaltar, agora, uma verdade positiva: Kardec codificou, isto ,propagou, apenas, PARTEdessas antigas Verdades reveladas pelos espritosde acordo com a poca expresses de uma Lei imutvel, que vm sendoconfirmadas e ampliadas dentro de nossas Linhas de Umbanda, por grandesinstrutores, espritos altamente evoludos, que consideramos como Orixsintermedirios e Guias, que tm como misso precpua reconstituir as partesrestantes ou seja, o Todo...

    O que reala, claramente, do exposto? Que h uma certa identidade entre oEspiritismo e a Umbanda. Esta identidade se verifica quanto doutrina, manifestao e comunicao dos espritos, pelo fator medinico, bem como pelaparte cientfica, filosfica, moral etc.

    Mas sobrepe-se logo, numa comparao, o seguinte: a Lei de Umbanda no o Espiritismo apenas. Este, com todo seu contedo, que faz parte da Umbanda,isto , se integra ou se ABSORVE NELA.

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    Na Umbanda, ALM da parte filosfica, cientfica, doutrinria e dosfenmenos da mediunidade, pela manifestao, desta ou daquela forma, dosespritos, formando estas coisas, os atributos principais e tacitamentereconhecidos como particularizando a escola Kardecista, tem a Umbanda ainda,bem definido, o aspecto propriamente dito de uma religio, pela Liturgia, Ritual,

    Simbologia, Mitologia, Mstica, bem como pela Magia, Astrologia esotrica eoutras correlaes de Foras NO PRATICADAS no denominado espiritismo, e,portanto, INEXISTENTES.

    Podemos portanto, agora, entrar com a definio ou o conceito interno sobre aschamadas 7 Linhas da Lei de Umbanda.

    ESSAS 7 LINHAS ou VIBRAES ORIGINAIS ou (OS 7 ORIXS), SO:

    LINHA ou VIBRAO ORIGINAL DE OXAL (ou de ORIXAL, que

    significa: o maior, aqueleque est acima de todos os Orixs, sem ser o DEUS, isto, Olorum, Zamby, Tupan etc). Essa Linha o mesmo que se compreende como aFaixa Vibratria direta do Cristo Planetrio mais identificado como JESUS eque faz a superviso das demais, em suas aes envolventes ou de influenciaessobre o Planeta Terra, do qual, Ele, o Cristo Csmico, o Regente Direto. EssaFaixa Vibratria faz-se representar diretamente na Corrente Astral e Humana deUmbanda, atravs das entidades que se apresentam sob a forma de Caboclos. Naadaptao popular dos terreiros, diz-se como Linha de Oxal mesmo. Essesespritos ou Entidades trabalham muito na magia positiva, com os elementaresou com os ditos espritos da natureza da corrente eletromagntica SOLAR...

    OBS.: Essa faixavibratriad margem ao entendimentodos menosobservadores, para que digam existir na Umbanda uma Linha do Oriente(assimcomo uma espcie de oitava linha, saindo portanto, do segredo do setenrio).Essa tal linha no existe na Umbanda. O que h o seguinte: as Entidades que seapresentam como Caboclos, no grau de Guias e da para cima, so espritosluminares, em misso, dentro da Corrente Astral de Umbanda.... Muitos somagos, foram altos sacerdotes ou iniciados dos antigos Templos Orientais etc. Osseus verdadeiros corpos astrais conservam a raizda ltima personalidade, isto ,de magos do Oriente, de hindus etc.

    LINHA ou VIBRAO DE YEMANJ. Nessa Faixa Vibratria esto situadostodos os espritos que se apresentam na Umbanda sob a forma de Caboclase queesto muito ligadas ou que trabalham dentro da magia positiva, com oselementais das guasou com os espritos da natureza da correnteeletromagntica LUNAR... Na adaptao popular dos terreiros diz-se comoLinha do Povo do Mar, Povo das guas etc...

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    LINHA ou VIBRAO DE YORI. Nessa Faixa Vibratria esto situados todosos espritos que se apresentam na Umbanda sob a Roupagem Fludica decrianase que trabalham muito na magia positiva com os elementaisou comespritos da natureza telricose elicosda corrente eletromagntica doplaneta MERCRIO... Na adaptao popular dos terreiros diz-se como linha das

    crianas, dos beijadas, de Cosme e Damio etc...

    LINHA ou VIBRAO ORIGINAL DE XANG. Nessa Faixa Vibratria estosituados todos os espritos que se apresentam na Umbanda sob a forma deCaboclose que trabalham muito na magia branca ou positiva com os elementaisou com espritos da natureza gnea e hdricapela corrente eletromagntica doplaneta JPITER.

    Na adaptao popular dos terreiros diz-se como Linha do Povo da Cachoeira,Linha de So Jernimo etc...

    LINHA ou VIBRAO ORIGINAL DE OGUN. Nessa Faixa Vibratria estosituados todos os espritos que na Umbanda se apresentam como Caboclose quetrabalham muito na magia branca ou positiva com os elementaisou com osespritos da natureza gnea e hdricapela corrente eletromagntica do planetaMARTE... Na adaptao popular dos terreiros diz-se como Linha de So Jorge,etc...

    LINHA ou VIBRAO ORIGINAL DE OXOSSI. Nessa Faixa Vibratria estosituados todos os espritos que na Umbanda se apresentam comoCaboclos e

    Caboclasque trabalham muito na magia branca ou positiva com os elementaisou os espritos da natureza telrica ou elicapela corrente eletromagntica doplaneta VNUS... na adaptao popular dos terreiros diz-se como Linha de S.Sebastio, dos Caboclos da mata etc...

    LINHA ou VIBRAO ORIGINAL DE YORIM. Nessa Faixa Vibratria estosituados todos os espritos que se apresentam na Umbanda sob a roupagemfludica de Pretos-Velhose de Pretas-Velhase que manipulam muito a magiapositiva sob todos os aspectos, inclusive pelas rezasetc., tudo se relacionandocom os elementaisou com os ditos como espritos da natureza elica etelricapela corrente eletromagntica do planeta SATURNO... Na adaptaopopular dos terreiros diz-se como Linha dos Pretos-Velhos, Linha de SoCipriano, Linha dos Cucarucaio, e at como Linha das Almas pelainterpretao dada nos chamados candombls etc. (Nota 8 - Essa questo delinhas, no meio umbandista, tem sido o eterno cavalo de Batalha dos doutores da lei,dos intransigentes e dos fracos de entendimento. Compuseram, arquitetaram linhas avontade, porm sempre com a causa presaa Igreja Romana. Tanto , que todas aslinhas que existem, como ensinamentos nos livros da literatura umbandista, tm

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    santos e santas a granel... chegaram at a compor linhas, ora com cinco orixs e doissantos, ora com sub-linhas de quarenta e nove santos...

    Qualquer um que tenha um plano de entendimento no pode aceitar as tais linhasassim... faltam-lhes o sentido oculto, teolgico, filosfico, cientfico etc.

    Ento, tenho recebido certas perguntas de alguns desses entendidose com certaironia, quando perguntam assim: onde o irmo Matta e Silva arranjou mais essasduas ltimas linhas de YORIe de YORIM?... est faltando nelas S. Jorge, S.Jernimo, S. Cipriano etc... de estranhar que nossas entidades no falem nelas...

    Ora, meus prezados irmos poderosos tatas, sbios babalas vou responder avocs, contando o casode um amigo e umbandista de fato, um advogado, pessoa degrande cultura esotrica etc... Tendo ele a graa de receber no seio da famlia apresena de um legtimo Caboclo, pela mediunidade de sua esposa, pde constatar osprofundos conhecimentos dessa entidade a par com a palavra de luz, a caridade etc.

    Enfim, viu esse Caboclo dizer e fazer coisas extraordinrias. Pois bem,desencarnando a esposa, ele comeou a correr gira, como se diz vulgarmente, naesperana de rever esse bom amigo Caboclo ou quando mais no fosse, um outroqualquer que suprisse a sua saudade de contato, de esclarecimentos etc... Um belo dia

    procurou-me. Ento? perguntei-lhe... e ele triste, desolado mesmo, confessou-me:corri seca e meca...falei com dezenas e dezenas de guias e nada... Por qu? torneia indagar... porque s ouvi bobagens e quando no era bobagem, no diziam nada,porque nada sabiam... mas, no perdi a crena nos verdadeiros Caboclos, Pretos-Velhos, etc... como voc diz, Matta e Silva: ou animismo, auto-sugesto ou so eles os quiumbas, que nada sabem mesmo...)

    Agora, prezado irmo umbandista, que voc j leu a classificao das Linhasde Umbanda e deve ter entendido tambm que os espritos ditos como deCaboclos, Pretos-Velhos e crianas (considerados como egunse, portanto,repelidos nos cultos afros puros), foram os que implantaram a nova corrente, isto

    , um movimento novo, ao qual deram o nome de Umbanda...

    Deve ter compreendido mais, que nem a raiz africana, nem a raizamerndia ou de nossos ndios, so ou foram Umbanda propriamente dita...

    Deve ter ficado bem claro, tambm, que a degeneraodas duas RAZES, pelafuso, pelas misturas geradores de RAMOS negativos, complexos, confusos, etc.,foi que deu margema que houvesse uma interveno do Astral Superior, dentrodesses citados ramaisou degeneraes que enfeixam com a denominao decultos afro-brasileiros e, posteriormente, passaram a considerar como

    Umbandista ou dos adeptos da Umbanda...

    Como se v, o que tem causado a maior confuso nos entendimentos, naquesto de Umbanda versuscandombls, o aspecto relativo ao sincretismoOrixs x santos catlicos, na interpretao dada pelos adeptos...

    Conforme acabamos de definir no conceito interno da Corrente Astral deUmbanda sobre as 7 Linhas dos Orixs ou Vibraes Originais e abaixo ou no fim

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    da descrio de cada Linha, acentuamos o aspecto sincrtico ou de assimilaopopular nos terreiros daqui do estado do Rio, inclusive a antiga Guanabara ,vamos acentuar e repetir, tambm, algumas variaes do citado sincretismo,ainda na interpretao dos crentes ou adeptos, em mais alguns estados do nossoBrasil, a fim de que os estudiosos possam analisar, comparar etc., pois esta

    questo ou esse estudo sobre Umbanda algo difcil, complexo e demandapesquisa profunda e conhecimentos vrios. mais trabalho para uma equipe detcnicos, do que de um s...

    Sincretismo Afro-Catlico que ainda influencia e confunde bastante osentendimentos no meio Umbandista...

    Todavia ainda para facilitar mais os entendimentos sobre todos essesfundamentos histricos e suas decorrncias, compomos esse organograma daOrigem Histrica, Mtica e Mstica da Lei de Umbanda, pelo qual se torna maisfcil ao estudante concatenar, revisar claramente tudo que leu sem maioresdetalhes at agora.

    Portanto, irmos umbandistas, a Umbanda , no resta a menor dvida, umpoderoso movimento religioso, uma autntica RELIGIO, que influencia

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    milhes de pessoas ou adeptos, visto no faltar nela nenhuma das condies ouatributos que compem uma religio propriamente dita no conceito dos doutosou telogos, a respeito... e para isso, vamos ver o que ensinam as EntidadesEspirituaissobre a Umbanda e sua Eterna Doutrina.

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    NOES SOBRE A ETERNA DOUTRINA DALEI DE UMBANDA

    ACorrente Astral de Umbanda , incontestavelmente, um dos organismosem ao do Governo Astral ou Oculto do Planeta Terra.

    As entidades espirituais militantes dessa Corrente tm como escopo reafirmar,incessantemente, dentro do meio ou da corrente humana, a Doutrina do CristoPlanetrio.

    Para isso, sempre que possvel, quando incorporam, irradiam ou influenciamum mdium, relembram, para os filhos-de-f, os seus pontos principais.

    Assim que apontam o egosmo como causa de todos os males, de todos ossofrimentos humanos. O egosmo uma das manifestaes do desejo, e esse temorigem no prprio esprito, sendo que o desejo, como o interpretamos, umaspecto grosseiro, objetivo, das Afinidades Virginais do esprito.

    As afinidades virginais do esprito so faculdades prprias dele, eternas comoele, porque sempre existiram como seus atributos internos, mesmo quando eleno participava da Natureza Natural, isto , mesmo quando o esprito ainda notinha cado ou descido s regies do espao csmico onde a energia natural

    tem domnio. (Galxias, sistemas planetrios, corpos celestes, macro emicroorganismos etc.)

    As entidades mentoras da Corrente Astral de Umbanda esses Caboclos,Pretos-Velhos e Crianas ensinam que essa natureza natural a segunda viade evoluo crmica dos seres espirituais, porque a primeira via de evoluopara os espritos o Reino Virginal, onde eles esto purosem sua prpriaessncia, isentos de qualquer espcie de veculos materiais ou de qualquerligao com energia fsica propriamente dita.

    A descida ou queda ao mundo dos planetas implicou no seucondicionamento de vida as formasfacultadas pelas qualidades de energiacondensada em matria, condies essas que o esprito ignoravae por issomesmo que se viu preso s injunes dessa outra natureza. A comeou aexperimentar essa nova Via de evoluo e o fez atravs dos reinos mineral,vegetal e animal, chegando por fim ao gnero humano, sempre experimentando,

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    errando e criando, assim, o que se designa por Karma, dentro da roda incessantedas reencarnaes...

    , portanto, ponto fechado na Escola Umbandista as duas vias de evoluo, anecessidade das Reencarnaes, das Experimentaes e das respectivas lies.

    ponto fechado, ainda, que os espritos, de acordo com sua natureza virginal,isto , com suas afinidades virginais, sempre tiveram consigo a Eterna NaturezaAtiva e a Eterna Natureza Passiva...

    Com isso, queremos dizer, positivamente, que a Escola Umbandista rechaa ateoria que os espritos no tm sexo: tanto podem encarnar como criaturamasculina como feminina... essa doutrina errnea.

    Sim, os espritos do reino Virginal, purose isentos de veculos, no possuem

    sexo assim como ns podemos compreender, no corpo humano.

    As suas afinidades e vibraes psquicas so quem, ao se definirem, ao seimprimirem, ao se materializarem, revelama sua qualidadena matria.

    Em suma: o esprito que tem como prpria de sua natureza espiritual avibrao psquica do masculino foi, e ser sempre masculino. Pode ter milhesde reencarnaes, mas todas sero em forma de homem.

    O que pode acontecer, tem e vem acontecendo uma espcie de desvio, uma

    anormalidade, pelo abuso de suas faculdade no que se diz como instinto sexual;ele cria em si tais condies de desejos insatisfeitosou de insatisfaes, quetende e procura avidamente satisfaz-los, surgindo dessa situao a necessidadede encarnar como elemento feminino (uma das maneiras de derivaressas citadascondies) a fim de esgotar essa alterao, esse distrbio, da linha justavibratriade sua natureza...

    Essas condies ainda costumam, tambm, adquirir tal intensidade, taisestados mrbidos, que passam ao aspecto de acentuada degenerao psquica; quando surgem como introvertidos ou homossexuais, etc.

    As mesmas acontecem com os espritos da vibrao feminina. No entanto,sero, porque sempre foram, da linha do eterno feminino. Sempre se definiram,em suas afinidades virginais, pela natureza passiva, da energia-matria.

    Essa regra, essa lei, essa realidade fundamental que implica na existncia deDuas Naturezas, Dois Plosetc., em todas as coisas, uma Verdade Eterna.

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    Dentro dessas condies, portanto, que o esprito ou o ser desencarnado vivepreso natureza de seus desejos, encarnado sem cessar, em repetidosreajustamentos, para Evoluir...

    E a fim de incrementar a evoluo de todos os Seres ou Espritos carnados ou

    desencarnados que esto situados na faixa vibratria e Crmica da CorrenteAstral de Umbanda, que existem esses Caboclos, esses Pretos-Velhos etc.,olhando, fiscalizando e ajudandode todas as maneiras positivas nos ambientesastrais dos terreiros e das tendas, que os chamam incessantemente, em tremendabarulhada, pensando que eles podem incorporar nos casces da ignornciados homens ditos e ditos como mdiuns...

    Naturalmenteque imenso o esforo das entidades dentro desses ambientes,para incorporarem num aparelho de fato, a fim de poderem aplicar diretamentea Doutrina do Cristo Jesus Planetrio dito como Jesus ou Oxal.

    Esses ambientes ruidosos, porm, tm seu lado bom, pois cumprem a sua partena lei natural das coisas. Nem tudo ser treva no meio umbandista...

    Existem muitas e muitas Casas de Umbanda onde a Caridade normal, opo de cada noite. H centenas e centenas de umbandistas conscientes que no seapavoram nem se deixam envolverpela ostentao, pela vaidade de seusirmos ainda escravizados ao aspecto exterior, vulgar, material das coisas que osolhos fsicos gostam de ver...

    Ns, umbandistas conscientes, no estamos arraigados aos exteriores queservem de escala e de contato para os planos superiores. Quem se aferra a eles,so criaturas dentro do sagrado direito de praticarem de acordo com seusestados de conscincia ou de percepo.

    Concebemos a Lei de Umbanda como parte atuante na Terra, das HierarquiasConstitudas. Interpretamos a Lei de Umbanda como o movimento destasHierarquias Constitudas que originam mensageiros ou trabalhadores espirituaisque so os espritos chamados de Caboclos e Pretos-Velhos, OrixsIntermedirios, Guias e Protetores e que portanto representam a Lei deUmbanda.

    O caminho que nos apontam o do Amor, no duplo aspecto da Renncia e daCaridade, no por nossa palavra apenas, pois nos consideramos muito aqumdeste Amor-Renncia. Traduzimos a palavra como simples e despretensiosoveculo destes Caboclos e Pretos-Velhos que muitos desprezam, pensandoserem eles calapalos ou xavantes ou pobres negros africanos egressos deencarnaes recentes, pois que s pensam ou tm em mente a viso de mestres

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    orientais, sem quererem dar crdito quando afirmamos que estes mestres so osmesmos que se envolvem em outras roupagens. Eles no fazem escolhaspessoais, quando se trata de fazer caridade ou incrementar a evoluo dascoletividades humanas. Sabiamente se adaptam mstica, pelo relevo moral eespiritual, tnico, mstico, social e religioso de cada povo ou raa.

    O objetivo atingir o estado de renncia, porque a forma de dinamizar aprpria matria orgnica, pelas vibraes do esprito, nos aproximando doCristo, realizando gradativamente o Cristo em ns.

    A meta das entidades militantes da Lei de Umbanda no apenas atuar emmdiunsde incorporao em maioria se prestam to-s para servir, que quasesempre forados pelas circunstncias que os obrigaram a procurar o espiritual.Eles procuram mdiuns com faculdades mais elevadas, a fim de faz-losmissionrios da luz.

    Afirmamos, ento, que o objetivo dessas entidades preparar mediadoresentre esses mdiuns influentes ou com tendncias afins s luzes da verdade naprpria conscincia, para que possam ser, assim, os mediadores reais de suasmensagens ou ensinamentos, veculos adequados aos contatos superiores dosOrixs intermedirios nas mensagens aceleradoras da evoluo humana.

    Ao falarmos desses Caboclos e Pretos-Velhos, queremos definir o mritodesses espritos, oh! irmos que no querem ver! Cegos, guias de cegos, queno vem a luz do Sol estender suas vibraes pelos cumes das montanhas, para

    beijar o mais nfimo dos seres... o Sol espiritual para todos, oh! irmos criadosdos casces da ignorncia ou da incompreenso religiosa!...

    Por que desprezar o que no conhecem internamente? A sublimidade da obraest, justamente, na no seleo dos agrupamentos, quando se espalham assementes! Quanto mais o campo for agreste, maior o mrito, pelo esprito desacrifcio e tolerncia. assim que nossas entidades trabalham, ao se revestiremdas formas apropriadas tal e qual como as ferramentas que se usam no preparoda terra de campo agreste...

    Seria intil devassar a mata virgem, sob condies bravias, na roupagemdosricos e potentados, de finos calados e elegantes tecidos. Logo receberiam areao dos espinhos ou cardos da incompreenso. No seriam olhados naconfiana pel