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  • 7/24/2019 5 Aula Mazza 27.10.09

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    OAB 140 - 1 Fase Extensivo SemanalDisciplina: Direito AdministrativoProfessor Alexandre MazzaData: 27/10/2009

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    5 Aula: Improbidade Administrativa, Atos da Administrao, Sano da ImprobidadeAdministrativa, Bens Pblicos, Interveno do Estado na Propriedade, Bens Pblicos, Servios

    Pblicos, Consrcios Pblicos.1. Improbidade Administrativa (Lei 8429/92)

    A) Sujeito Passivo (vtima):

    1. Administrao Direta caput art. 1Unio, Estados, DF e Municpios

    2. Administrao Indireta -caput art. 1Autarquia, fundao, empresa pblica, sociedade de economia mista.

    3. Entidades incorporadas - Poder Pblico -caput art. 14. Entidades com mais de 50% do patrimnio ou receita anual caput art. 1

    5. Entidades com atividade de fomento - pargrafo nico, art. 1A sano patrimonial recai sobre o equivalente do dinheiro pblico.

    6. Entidades com menos de 50% do patrimnio ou receita anual - pargrafo nico, art. 1A sano patrimonial recai sobre o equivalente do dinheiro pblico.

    B) Sujeito Ativo (autor):

    1. Agente Pblico (gnero) art. 2

    Obs.: STF Reclamao 2138, entendeu que alguns agentes polticos no respondem porimprobidade, mas por crime de responsabilidade (Lei 1079/50)

    Lei 1079/50: Presidente da RepblicaMinistro do Estado no mbito federalMinistro do STFProcurador Geral da Repblica (Chefe do MP Federal)Governador dos Estados e DFSecretrios do Estado

    2. O 3 no agente pblico pode ser considerado sujeito ativo, desde que:Induza, concorra ou se beneficie direta ou indiretamente do ato de improbidade administrativa Artigo 3.

    2. Atos de Improbidade arts 9, 10 e 11

    Art. 9: enriquecimento ilcito (rol exemplificativo)Art. 10: gera prejuzo ou leso ao errioArt. 11: atos que atentam contra princpios da Administrao

    3. Elemento Subjetivo (dolo / culpa)Art. 9: exige o dolo (inteno de se enriquecer)Art. 10: dolo ou culpa

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    Art. 11: h exigncia do dolo

    4. Sano da Improbidade AdministrativaArt. 37, pargrafo 4, CF:

    1. Suspenso dos direitos polticos2. Perda da funo pblica3. Indisponibilidade dos bens4. Ressarcimento ao errio

    Lei 8429/92 art. 12:

    1. Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimnio do autor

    2. Multa civil3.Proibio de contratao com o Poder Pblico ou de receber benefcios ou incentivos fiscais oucreditcios

    5. Gradao das Penalidades1. Suspenso dos direitos polticos:de 8 a 10 anos, no enriquecimento ilcito;de 5 a 8 anos, no prejuzo ao errio;de 3 a 5 anos, no ato que atenta princpios da Administrao.

    2. Multa civilde at 3x o valor do acrscimo patrimonial, no caso de enriquecimento ilcito;de at 2x o valor do dano, no caso de leso ao errio;de at 100x o valor da remunerao do agente pblico, no caso que atenta contra princpios daAdministrao.

    3. Proibio de contratar com a Administrao e de receber benefcios fiscais ou creditcios10 anos para o enriquecimento ilcito;5 anos para o prejuzo ao errio;3 anos para ato que atenta contra princpios da Administrao.

    6. Aes Judiciais da Improbidade Administrativa

    Legitimado ativo: MP ou pessoa jurdica interessada

    Acordo / conciliao / transaoNo possvel art. 17 (indisponibilidade do interesse pblico)

    7. Prescrio para impor as penalidades da Improbidade Administrativa art. 23 da Lei 8429/92

    1. At 5 anos aps o trmino do mandato do cargo em comisso (para quem prestou concurso ou no)ou da funo de confiana (s para quem prestou concurso pblico detentor de cargo efetivo).

    2. Dentro do prazo prescricional, previsto em lei especfica para as faltas disciplinares, punveis comdemisso a bem do servio pblico, nos casos de cargo efetivo ou de emprego.

    3. Ao de ressarcimento ao errio: imprescritvel art. 37, parg. 5, CF.

    8. Bens Pblicos

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    Art. 98 CC: pertencentes as pessoas jurdicas de direito pblico

    8.1 Administrao Direta: Unio Estados pessoa jurdica de direito pblico DF Municpios

    8.2 Administrao Indireta: Autarquia (pessoa jurdica de direito pblico ex.: INSS) Fundao (pessoa jurdica de direito pblico ex.: FUNASA e pessoa jurdica de direito privado ex.: TV Cultura)

    Empresa pblica (pessoa jurdica de direito privado ex.: Caixa Econmica Federal) Sociedade de economia mista (pessoa jurdica de direito privado ex.: Banco do Brasil)

    Obs.: no pode vender um bem pblico se este estiver afetado a uma destinao pblica; bempblico impenhorvel, imprescritvel (no pode ser usucapido).

    9. Interveno do Estado na Propriedade

    9.1 Formas de interveno do Estado na propriedade privada:

    1. Envolve a limitao administrativaExige providncia de natureza geral e abstrata que condicionam o exerccio da propriedade embenefcio da coletividade; no cabe indenizao porque uma determinao geral e abstrata (no individualizada).

    2. Envolve a ocupao temporriaTraz restrio quanto ao uso, podendo implicar ou no em perda da posse, incidindo em regra, emterrenos no edificados, sem a necessidade de comprovar iminente perigo.ex.: utilizao de um terreno vazio para colocar materiais de uma obra pblica ( passvel deindenizao, caso haja prejuzo).

    3. Requisio administrativaTraz restrio quanto ao uso, implicando em regra, perda da posse, tendo de comprovar iminente perigopblico (situao de urgncia admite indenizao, desde que comprovado o prejuzo).

    4. TombamentoVisa proteger o patrimnio histrico, artstico e cultura (no gera a perda da propriedade, nem a perdada posse); em regra, no gera o dever de indenizar s se comprovar o prejuzo.

    Obs.: bens que podem ser tombados: mveis, imveis, materiais ou imateriais, privados oupblicos.

    5. Servido administrativaTraz restrio quanto ao uso, sem perda da posse, traduzida pela imposio de um nus real, para

    assegurar a realizao de obras e servios pblicos (se comprovar algum tipo de prejuzo, surge o deverde indenizar).

    6. Desapropriao

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    Forma originria de aquisio de propriedade (no decorre de ttulo anterior), pelo Poder Pblico, pormeio de um procedimento administrativo, onde haja a declarao de necessidade pblica (urgncia),

    utilidade pblica (convenincia) ou de interesse social (justa distribuio da propriedade), medianteprvia e justa indenizao.

    obs: bens que podem ser desapropriados: bens mveis ou mveis, materiais ou imateriais, pblicos ouprivados.

    ver Dec Lei 3365/41, art. 2, parg. 2.

    9.2 Espcies de desapropriao

    I- ordinriaEnvolve a desapropriao por necessidade pblica, utilidade pblica ou de interesse social, mediante

    prvia e justa indenizao em dinheiro (REGRA).II- extraordinria

    a) desapropriao sano desapropriao urbanstica: feita pelo Municpio quando o proprietrio do solo urbano no edifica

    compulsoriamente a sua propriedade, no paga IPTU progressivo e a indenizao ocorrer como pagamento de ttulo da dvida pblica, resgatveis em at 10 anos art. 182, parg. 4, CF.

    desapropriao rural: declarada pela Unio Federal, envolve imveis rurais destinados areforma agrria quando no atenderem a sua funo social, com indenizao paga por ttulos dedvida agrria, resgatveis em at 20 anos art. 186 CF.

    b) desapropriao confiscatria envolve glebas em que h cultura ilegal de plantas psicotrpicas art. 243 CF.

    Competncia1. Para declarar: Unio, Estados, DF, Municpios e territrios (exceo: o DNIT e a ANATEL tem essacompetncia de forma excepcional).2. Para executar: alm de todas as entidades acima, as entidades da Administrao Indireta e osagentes delegados (concessionrios e permissionrios do servio pblico).

    Autorizao na lei ou no contrato

    Obs.: desapropriao indireta (ou apossamento administrativo): aquela realizada sem aexistncia de um procedimento administrativo prvio.

    Retrocesso o direito do proprietrio ter de volta o imvel desapropriado; deveria ocorrer quando a Administraod finalidade ilcita ao bem desapropriado; no qualquer tredestinao (outra finalidade) que gera aretrocesso (ilcita) se for lcita no cabe a retrocesso.

    Obs.:

    10. Bens Pblicos aquele que pertence a uma Pessoa Jurdica de direito Pblico ou est afetada prestao do serviopblico.

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    10.1 CaractersticasOs Bens pblicos tm regime jurdico diferenciados, podendo ser:

    a) Imprescritibilidade: no pode ser objeto de ao de usucapio. O poder pblico no perde bens pelousucapio, mas pode adquiri-los.

    b) Impenhorabilidade: no possvel penhorar seus bens. A Fazenda Pblica garante suas dvidasatravs de precatrios (art. 100 CF), inclusive os clculos alimentcios, que tm prioridade na tramitaodeste precatrio (Smulas 144 STJ e 655 STF).

    c) Inalienabilidade: relativa, pois em alguns casos posso alienar bens pblicos, para que hajaalienao necessrio a desafetao, ou seja, s so passveis de alienao os bens de uso comum dopovo e de uso especial.

    10.2 Classificao

    a) Bem de Uso Comum do Povo: usado indistintamente por qualquer um do povo. Ex. praas.Podendo haver cobranas na sua utilizao. Ex. Zona Azul, Pedgio, etc.

    b) Bem de Uso Especial serve de estabelecimento para os entes pblicos ou destinado prestao deservio pblico. Ex. Prdio onde est a Prefeitura, Museu, Universidade, etc.

    c) Bem de Uso Dominical/Dominial so os desafetados, sem destinao especial. Ex. Bem entregue aUnio, para saldar dvida.

    ]c.1) Bens Imveis, se houver interesse pblico devidamente justificado, avaliao prvia, licitao namodalidade concorrncia, autorizao legislativa, caso o bem imvel pertena Administrao PblicaDireta, Autarquia ou Fundao.

    c.2) Bens Mveis interesse pblico devidamente justificado, avaliao prvia, licitao no hmodalidade especfica.

    11. Servios Pblicos toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material prestada pelo Estado para acoletividade em geral e sob a gide do Direito Pblico.

    a) atividade de utilidade e comodidade material: so todas as atividades necessrias ou convenientespara a adequada convivncia social.Ex. polcia, energia eltrica, saneamento bsico mnimo, gs, segurana nacional (art. 21 da CF);

    b) titularidade de Estado (direto/ indireto);c) normas de Direito Pblico: continuidade do servio pblico; universalidade.

    11.1 Principais RegrasArt.6 da Lei 8987/95a) Continuidade no Servio Pblico: tendo em vista que o Servio Pblico essencial para acoletividade, a sua prestao no pode ser interrompida;

    b) Universalidade: o Servio Pblico deve ser prestado para a coletividade em geral. Devendo serobservado e respeitado os Princpios da Isonomia e da Capacidade Financeira do Estado.

    c) Eficincia: fazer o melhor com o tenho, devendo prestar um servio de qualidade e focar-se naquantidade.

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    d) Modicidade das Tarifas: os valores cobrados devem ser razoveis, caso contrrio ser violado oPrincpio da Universalidade.

    Obs.: o servio pblico no precisa ser gratuito.

    e) Cortesia: os usurios do servio devem ser tratados com cortesia e educao.

    11.2 Classificaoa) Obrigatoriedade no Uso do Servio:a.1) CompulsriosEx. coleta de lixo;

    a.2) FacultativoEx. Telefone, Transporte, etc.

    b) Destinatrio dos Servios:b.1) uti universi so usurios indeterminados.Ex. Iluminao Pblica;

    b.2) uti singulis tem usurios determinados e servios divisveis.Ex. Conta de gua.

    11.3 Concesso de Servio Pblico o contrato pelo qual o Poder Pblico delega a prestao de um Servio Pblico a algum quedemonstra capacidade para a sua execuo, remunerando- se por meio de tarifas cobradas dos

    usurios.11.4 Permisso o ato discricionrio e precrio pelo qual o Poder Pblico delega um Servio Pblico a algum quedemonstre capacidade de execut-lo.

    12. Parceria Pblico-PrivadaLei 11079/04 um contrato Administrativo de concesso especial, na modalidade patrocinada ou administrativa, eser utilizada por ocasio das concesses de servios pblicos ou de obras pblicas que envolvaminvestimentos pecunirios pelo poder concedente. Podendo ser:

    a) Patrocinada: quando envolver adicionalmente tarifa cobrada de obras pblicas ao parceiro privado;b) Administrativa: quando a Administrao Pblica a usuria direta ou indireta, ainda que envolvaexecuo de obra ou fornecimento e instalao de bens.

    * A Concessionria Especial regida pela Lei 11.079/04, sendo utilizada em carter extraordinrio, nopodendo ser utilizada nas seguintes situaes:a) Prazo menor do que 5 anos;

    b) Objeto do contrato estiver prevendo um valor inferior a R$ 20.000.000,00;

    c) Objeto do contrato for apenas para fornecimento de mo-de-obra;

    d) Objeto do contrato for para instalar bens ou equipamentos;

    e) O nico objeto for para a construo de obras

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    13. Consrcios PblicosLei 11107/05

    Sero institudos atravs de contratos, cuja celebrao, depender de prvia subscrio de protocolo deintenes, podendo ser realizados entre entes de nveis federativos distintos. um contrato em que aspartes s podem ser entes da Federao.Ex.: consrcio envolvendo a Unio, Estados e Municpios.Quando a Unio celebra contrato com os Municpios o Estado deve fazer parte.* Os Consrcio tem personalidade jurdica, podendo ser de direito pblico (associao pblica,administrao indireta) e direito privado.

    Obs. A Permisso o ato discricionrio e precrio pelo qual o poder pblico delegado um servio parapessoa que demonstre capacidade de execuo. * Sem prazo determinado, se revogou no cabe indenizao.

    QUESTES SOBRE OS TEMAS1. (OAB/CESPE 2006.1) Assinale a opo em que todos os bens sejam considerados de usocomum do povo.a) ruas, praas e veculo policialb) mares, estradas e praasc) rios, mares e prdios da sede da prefeiturad) prdios da sede da prefeitura, ruas e veculo policial

    2. (OAB/CESPE 2007.3) O diretor-geral de determinado rgo pblico federal exarou despachoconcessivo de aposentadoria a um servidor em cuja contagem do tempo de servio fora utilizadacertido de tempo de contribuio do INSS, falsificada pelo prprio beneficirio. Descoberta afraude alguns meses mais tarde, a referida autoridade tornou sem efeito o ato de aposentadoria.Na situao hipottica considerada, o princpio administrativo aplicvel ao ato que tornou semefeito o ato de aposentadoria praticado o daa) autotutela.b) indisponibilidade dos bens pblicos.c) segurana jurdica.d) razoabilidade das decises administrativas.

    3. (OAB/CESPE 2007.3. SP) Recente deciso do Supremo Tribunal Federal, levando emconsiderao a peculiar situao jurdica de uma estatal (regida pelo direito privado), afirmou aimpossibilidade de se penhorarem seus bens e determinou que sua execuo s poderia ocorrerpelo regime do precatrio (art. 100 da Constituio Federal). Tal deciso ocorreu em refernciaa) ao Banco do Brasil, uma sociedade de economia mista cujos bens so bens pblicos dominiais.b) Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos (ECT), por se tratar de empresa pblica que executaservio pblico.c) Companhia de Gs de So Paulo (COMGAS), porque, como empresa privada e concessionria deservio pblico, todos seus bens so reversveis.d) ao INSS, uma autarquia federal cujos bens so todos bens pblicos de uso especial.

    4. (OAB/CESPE 2007.3. SP) Uma forma de contratao entre integrantes da administraopblica, derivada de convnio de cooperao ou de consrcio pblico e que expressa delegaode atividades, como planejamento e fiscalizao de servio pblico, denominadaa) convnio consorcial.b) protocolo de intenes.

    c) concesso de servio pblico.d) contrato de programa

    Gabarito: 1. B; 2. A; 3. B; 4. D.