4º relatório de prj_22 - passeio do cg

33
Instituto Tecnológico de Aeronáutica Divisão de Engenharia Aeronáutica Departamento de Projetos Cálculo do Centro de Gravidade da aeronave Fokker 100 Alunos Bernardo Vianna de Melo Jacintho Charles Kolbe Borchardt Dante Ricardo Ambrósio Paulo Henrique Valente Campos Professores Bento Silva de Mattos 1º Ten. Ney Rafael Sêcco São José dos Campos, 28 de abril de 2013

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Page 1: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

Instituto Tecnológico de Aeronáutica

Divisão de Engenharia Aeronáutica

Departamento de Projetos

Cálculo do Centro de Gravidade

da aeronave Fokker 100

Alunos

Bernardo Vianna de Melo Jacintho

Charles Kolbe Borchardt

Dante Ricardo Ambrósio

Paulo Henrique Valente Campos

Professores

Bento Silva de Mattos

1º Ten. Ney Rafael Sêcco

São José dos Campos, 28 de abril de 2013

Page 2: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

2

Conteúdo

1. Introdução .......................................................................................................... 3

2. Determinação do CG .......................................................................................... 3

2.1. Partes fixas ..................................................................................................... 5

2.1.1. Asa .............................................................................................................. 5

2.1.2. Empenagem Horizontal ............................................................................... 7

2.1.3. Empenagem Vertical ................................................................................... 8

2.1.4. Fuselagem ................................................................................................... 9

2.1.5. Sistemas .................................................................................................... 10

2.1.6. Nacelle ...................................................................................................... 10

2.1.7. Motor ........................................................................................................ 10

2.1.8. Trem de pouso ........................................................................................... 12

2.1.9. Pilone ........................................................................................................ 13

2.1.10. Fluido Aprisionado .................................................................................... 13

2.1.11. Combustível .............................................................................................. 13

2.1.12. Tripulação e carga paga ............................................................................. 17

2.2. CG da aeronave ............................................................................................ 18

2.3. Passeio do CG com a ocupação dos passageiros ............................................ 23

3. Momentos de inércia ........................................................................................ 30

4. Conclusão ........................................................................................................ 33

5. Bibliografia ...................................................................................................... 33

Page 3: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

3

1. Introdução

A determinação do centro de gravidade de uma aeronave é extrema importância, uma

vez que os movimentos executados pela aeronave se dão em torno deste ponto. Além

disto, a posição do CG cresce de importância pois define a margem estática do avião,

fator esse que quantifica a estabilidade do avião em vôo. Assim, determinaram-se o

centro de gravidade da aeronave, o passeio do CG e a alteração da margem estática de

acordo com a distribuição dos passageiros nos assentos, bem como a variação desses

resultados com a mudança de posição da asa.

Para a obtenção dos resultados apresentados neste trabalho, alguns valores foram

considerados, conforme estabelece aTabela 1.

Tabela 1 – Dados utilizados para o cálculo do passeio do CG da aeronave considerando

peso da carga paga sendo 107*91 = 9737 kg

Dado Valor

MTOW (calculado no Lab 2) 39.870 kg

Passo entre poltronas 31 polegadas

Peso por passageiro (com bagagem) 91 kg

Coordenada x da primeira fileira 5,7 m

Coordenada x do ponto neutro 17,54 m

Corda média aerodinâmica (Lab 2) 3,69 m

2. Determinação do CG

A determinação do CG utilizou, como fonte de dados de posições as vistas frontal,

lateral e superior da aeronave Fokker 100, dispostas, respectivamente, pelas Figura 1,

Figura 2 e Figura 3.

Page 4: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

4

Figura 1 - Vista frontal da aeronave Fokker 100.

Figura 2 - Vista lateral da aeronave Fokker 100.

Figura 3 - Vista superior da aeronave Fokker 100.

Page 5: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

5

Os pontos desejados foram obtidos pelo software livre GetData Graph Digitizer® e, a

partir dele, atribui-se os eixos x, y e z da seguinte maneira:

Eixo x: comprimento da aeronave, partindo do nariz;

Eixo y: envergadura da asa, tendo como zero a ponta da asa esquerda;

Eixo z: altura com relação ao solo, partindo do solo.

2.1. Partes fixas

As partes fixas da aeronave compreendem a asa, as empenagens horizontal e vertical, a

fuselagem, os sistemas, as nacelles, os motores, o trem de pouso, os pilones e o fluido

aprisionado. A seguir, os métodos de determinação do CG de cada um dos componentes

fixos da aeronave.

2.1.1. Asa

Para a determinação do CG de uma semi-asa, determinaram-se os pontos referentes ao

bordo de ataque (BA) e bordo de fuga (BF), utilizando-se a Figura 3 para a obtenção do

x e y e a Figura 1 para a obtenção do z.

Ainda, a partir do cutaway da aeronave Fokker 100, representado pela Figura 4 a seguir,

determinaram-se a percentagem da corda de três seções transversais ao longo da asa em

que se encontravam as longarinas dianteira e traseira.

Figura 4 - Cutaway da aeronave Fokker 100. (Flight International)

Page 6: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

6

A Figura 5 a seguir ilustra o detalhe da estrutura da asa.

Figura 5 - Detalhe do cutaway da asa da aeronave Fokker 100. (Flight International)

adaptado

Sendo assim, obteve-se a percentagem da corda (de cada seção) em que estão as

longarinas dianteira e traseira.

Tabela 2 - Percentagem da corda em que estão as longarinas dianteira e traseira da

aeronave Fokker 100.

Seção 1 Seção 2 Seção 3 Média

Longarina dianteira 0,170 0,167 0,125 0,167

Longarina traseira 0,580 0,595 0,616 0,595

Dessa maneira, utilizando-se a média das percentagens de corda de cada uma das três

seções, obteve-se, a partir das posições do BA e do BF, a posição das longarinas

dianteira e traseira ao longo da asa. Ainda, como a localização do CG da semi-asa está a

70% da distância entre as duas longarinas e a 35% da semi-envergadura, obteve-se o

resultado dado pelaFigura 6, para a semi-asa direita.

Dada a simetria da aeronave, obteve-se, também as coordenadas do CG das semi-asas

direita e esquerda, conforme a Tabela 3.

Page 7: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

7

Tabela 3 - Posição do CG das semi-asas e da asa da aeronave Fokker 100.

x (m) y (m) z (m)

Semi-asa esquerda 17,45 9,11 2,2

Semi-asa direita 17,45 18,95 2,2

Asa 17,45 14,03 2,2

Figura 6 – Determinação do CG da semi-asa direita

2.1.2. Empenagem Horizontal

Para a determinação do CG da empenagem horizontal, determinaram-se os pontos

referentes ao bordo de ataque (BA) e bordo de fuga (BF), utilizando-se a Figura 3 para a

obtenção do x e y e a Figura 1 para a obtenção do z, conforme feito para a asa.

Ainda, tem-se que o CG da empenagem horizontal se encontra a 42% da corda na raiz e

em 38% da semi-envergadura. Dessa maneira, tem-se a Figura 7 com o resultado do CG

da semi-empenagem horizontal direita. A Tabela 4 mostra os resultados obtidos.

y = 2,4062x - 18,405R² = 0,9961

y = 12,407x - 224,95R² = 0,9922

y = 3,856x - 48,361R² = 1

10

15

20

25

30

12,0 14,5 17,0 19,5 22,0

y (m

)

x (m)

BA BF

Longarina dianteira Longarina traseira

70% distância entre longarinas CG

Linear (BA) Linear (BF)

Linear (70% distância entre longarinas)

Page 8: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

8

Tabela 4 - Posição do CG das semi-empenagens e da empenagem horizontal da aeronave

Fokker 100.

x (m) y (m) z (m)

Semi-empenagem horizontal esquerda 33,68 12,13 7,83

Semi- empenagem horizontal direita 33,68 15,93 7,83

Empenagem horizontal 33,68 14,03 7,83

Figura 7 – Determinação do CG da empenagem vertical da aeronave Fokker 100

2.1.3. Empenagem Vertical

Para a determinação do CG da empenagem horizontal, determinaram-se os pontos

referentes ao bordo de ataque (BA) e bordo de fuga (BF), utilizando-se a Figura 2 para a

obtenção do x e z e a Figura 3 para a obtenção do y.

Ainda, tem-se que o CG da empenagem vertical se encontra a 42% da corda na raiz e

em 55% da semi-envergadura para a configuração em T. Dessa maneira, tem-se a

Figura 8 com o resultado do CG da empenagem vertical direita. A Tabela 5 mostra os

resultados.

y = 1,5592x - 34,505R² = 0,9999

12

14

16

18

20

30 32 34 36

y (m

)

x (m)

BF CG BA Linear (BA)

Page 9: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

9

Figura 8 - Determinação do CG da empenagem vertical.

Ainda, a a seguir, ilustra as coordenadas do CG da empenagem vertical.

Tabela 5 - Posição do CG da empenagem vertical da aeronave Fokker 100.

x (m) y (m) z (m)

31,21 6,45 14,03

2.1.4. Fuselagem

É dado que para aeronaves com motores traseiros, como o Fokker 100, o CG da

Fuselagem está entre 47 e 50% do comprimento total da fuselagem. Sendo assim,

atribuiu-se, arbitrariamente, que o CG está a 48%.

Ainda, a partir da Figura 2, obteve-se além de x, o valor de z do CG da fuselagem. A

Tabela 6 contém as coordenadas do CG da fuselagem.

Tabela 6 - Posição do CG da fuselagem da aeronave Fokker 100.

x (m) y (m) z (m)

15,60 14,03 3,30

y = 1,0412x - 24,063R² = 1

4,00

5,25

6,50

7,75

9,00

26,0 28,5 31,0 33,5 36,0

z (m

)

x (m)

BA BF CG Linear (BA)

Page 10: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

10

2.1.5. Sistemas

Levou-se em consideração que o CG dos Sistema está entre 33 e 37% do comprimento

total da fuselagem. Sendo assim, atribuiu-se, arbitrariamente, que o CG está a 35%.

Ainda, a partir da Figura 2, obteve-se além de x, o valor de z do CG da fuselagem. A

Tabela 7 contém as coordenadas do CG dos Sistemas.

Tabela 7 - Posição do CG dos Sistemas da aeronave Fokker 100.

x (m) y (m) z (m)

11,38 14,03 2,40

2.1.6. Nacelle

Sabendo-se que o CG da nacelle se encontra a 40% de seu comprimento a partir da

entrada de ar, determinou-se seu CG a partir da Figura 2 para a determinação de x, da

Figura 3 para a determinação de y e da Figura 1 para a determinação de z. A Tabela 8 a

seguir contém as coordenadas do CG da nacelle.

Tabela 8 - Posição do CG das nacelles direita e esquerda da aeronave Fokker 100.

x (m) y (m) z (m)

Nacelle esquerda 24,09 11,29 3,57

Nacelle direita 24,09 16,77 3,57

2.1.7. Motor

Segundo o certificado da ANAC para o motor Tay 620 da Rolls Royce®, Figura 9, têm-

se os seguintes dados da Tabela 9 a seguir.

Page 11: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

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Tabela 9 - Dados do motor Tay 620 da Rolls Royce® (Ademir Antônio da Silva, 2010)

Ou seja, o CG do motor Tay 620 se encontra, a partir da entrada de ar do motor, a

14,5% do seu comprimento; 8,6 cm abaixo da linha de centro do motor.

Figura 9 - Motor turbofan Tay 620 da Rolls Royce®.

Dessa maneira, a partir dos pontos (x,z) limitantes da nacelle, oriundos da Figura 2,

obteve-se a linha de centro da nacelle, que deve coincidir com a linha de centro do

motor. Ainda, estipulando, arbitrariamente, que entre a entrada de ar da nacelle e a

entrada de ar do motor tenha 50 cm, obteve-se o resultado segundo a Figura 10.

Page 12: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

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Figura 10 - Determinação do CG do motor da aeronave Fokker 100.

A Tabela 10 contém os resultados obtidos para o CG dos motores Tay 620, com auxílio

da Figura 3 para a obtenção do y.

Tabela 10 - Posição do CG dos motores Tay 620 da Rolls Royce® instalados na aeronave

Fokker 100.

x (m) y (m) z (m)

Motor esquerdo 22,71 11,29 3,51

Motor direito 22,71 16,77 3,51

2.1.8. Trem de pouso

Sabe-se que o CG do trem de pouso está a 50% do munhão. Sendo assim, a partir da

Figura 1 para a determinação do y e da Figura 2 para a determinação do x e do z,

obtiveram-se os resultados da Tabela 11.

y = -0,023x + 4,1202

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

22,0 23,5 25,0 26,5 28,0

z (m

)

x (m)

nacelle inferior nacelle superior linha de centro

limites motor CG motor Linear (linha de centro)

Page 13: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

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Tabela 11 - Posição do CG do trem de pouso da aeronave Fokker 100.

x (m) y (m) z (m)

Bequilha 3,74 14,03 1,34

TDP esquerdo 17,67 11,51 1,40

TDP direito 17,67 16,55 1,40

2.1.9. Pilone

É dado que o CG do pilone e o do motor coincidem em x e z. Sendo assim, a partir da

Figura 1, determina-se o y. O resultado do CG dos pilones seguem na Tabela 12.

Tabela 12 – Posição do CG dos pilones da aeronave Fokker 100.

x (m) y (m) z (m)

Pilone esquerdo 22,71 12,29 3,51

Pilone direito 22,71 15,77 3,51

2.1.10. Fluido Aprisionado

Para o cálculo do fluido aprisionado, atribui-se que seu CG se encontraria no mesmo x e

y do CG do combustível, porém com z bem próximo ao intradorso do perfil em que se

encontra o CG. O resultado encontrado, dado pela Tabela 15, será mostrado após a

determinação do CG do combustível.

2.1.11. Combustível

O tanque de combustível da aeronave Fokker 100 se encontra entre as longarinas

dianteira e traseira da asa. Assim, pelos dois perfis de asa fornecidos (normalizados pela

corda da seção), da raiz e da ponta, conforme ilustram a Figura 11 e a Figura 12, obtém-

se duas das áreas do prisma que forma o tanque de combustível, Figura 13.

Page 14: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

14

Figura 11 - Perfil da asa na raiz da aeronave Fokker 100.

Figura 12 - Perfil da asa na ponta da aeronave Fokker 100.

Figura 13 - Prisma do tanque de combustível da aeronave Fokker 100. S1 é a área

referente à parte do perfil da raiz, bem como S2 à parte do perfil da ponta que limitam o

tanque de combustível.

Para encontrar as áreas S1 e S2, por sua vez, teve que se determinar a posição, em cada

um dos perfis, que se econtrava as longarinas dianteira e traseira. Assim, utilizando-se

dos dados obtidos para a determinação do CG da asa, obtiveram-se os limites das áreas

S1 e S2, conforme ilustram a Figura 14 e Figura 15. O centróide é determinado pelas

médias entre os valores de x e de z de cada um dos pontos.

-0,4-0,2

00,20,4

0 1 2 3 4 5 6

z (m

)x (m)

extradorso intradorso

-0,1

-0,05

0

0,05

0,1

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4

z (m

)

x (m)

extradorso intradorso

Page 15: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

15

Figura 14 - Área S1 limitada pelo perfil na raiz e pelas longarinas dianteira e traseira da

aeronave Fokker 100.

Figura 15 - Área S2 limitada pelo perfil na ponta e pelas longarinas dianteira e traseira da

aeronave Fokker 100.

Assim, a partir dos pontos que limitam as áreas S1 e S2, determinou-se sua área

analiticamente, conforme a relação:

𝑆 =∑|(𝑥𝑖 . 𝑦𝑖+1) − (𝑥𝑖+1. 𝑦𝑖)|

2

A Tabela 13contém os resultados das áreas determinadas analiticamente, bem como

considerando o retângulo que contem as áreas S1 e S2 em seu interior.

centróide; 2,316; -0,003

-0,4

-0,2

0,0

0,2

0,4

1,0 1,3 1,6 1,9 2,2 2,5 2,8 3,1 3,4 3,7

z (m

)

x (m)

limite tanque centróide

centróide; 0,526; 0,020

-0,05

-0,03

0,00

0,03

0,05

0,08

0,21 0,31 0,41 0,51 0,61 0,71 0,81

z (m

)

x (m)

limite tanque centróide

Page 16: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

16

Tabela 13 - Resultado das áreas S1 e S2 do prisma do tanque de combustível da aeronave

Fokker 100.

Método S1 (m2) S2 (m2)

Retângulo 2,11 0,08

Analítico 1,87 0,08

Com os valores de S1 e S2 (obtidos pelo método analítico), obteve-se a distância, com

relação à área S1, que se encontra o CG do combustível, conforme a relação:

𝐿𝐶𝐺 =𝐿

4

𝑆1 + 3𝑆2 + 2√𝑆1𝑆2

𝑆1 + 𝑆2 + √𝑆1𝑆2

Ou seja, a partir de 𝐿𝐶𝐺 , tem-se o y do CG do combustível. Pelos dados obtidos para se

determinar o CG da asa, obteve-se o comprimento L das longarinas dianteira e traseira e

utilizou-se no cálculo o valor médio dos comprimentos das longarinas.

Dessa maneira, para 𝐿 = 14,04 𝑚, tem-se 𝐿𝐶𝐺 = 4,306 𝑚.

Por fim, para a determinação de y e z do CG do tanque de combustível, traçou-se a linha

entre os centróides dos perfis na raiz e na ponta, atribuindo a cada um dos limites de

tanque a sua posição com relação aos eixos adotados. A Figura 16 ilustra a obtenção do

y e do z do CG do combustível.

Figura 16 - Determinação do CG do combustível da aeronave Fokker 100.

centróide na raiz

centróide na pontay = 19,617x - 314,82

z = 0,363x - 4,002

2,0

2,1

2,2

2,3

2,4

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

16,7 16,8 16,9 17,0 17,1 17,2 17,3 17,4 17,5

z (m

)

y (m

)

x (m)

Centróides xy Centróides xz CG

Linear (Centróides xy) Linear (Centróides xz)

Page 17: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

17

A partir de x, tem-se, da relação (x,y) dos centróides o valor de y, bem como pela

relação (x,z) dos centróides o valor de z. As relações estão evidentes na Figura 16.

Os resultados do CG para combustível encontram-se na Tabela 14.

Tabela 14 – Posição do CG do combustível da aeronave Fokker 100.

x (m) y (m) z (m)

Tanque na asa esquerda 16,99 9,73 2,16

Tanque na asa direita 16,99 18,34 2,16

Os resultados do CG do fluido aprisionado tomam o mesmo x e y do CG do

combustível, porém o z considera-se este bem próximo ao intradorso. A determinação

de z foi feita por meio da Figura 1. Os resultados do CG do fluido aprisionado

encontram-se na Tabela 15.

Tabela 15 - Posição do CG do fluido aprisionado da aeronave Fokker 100.

x (m) y (m) z (m)

Fluido aprisionado na asa esquerda 16,99 9,73 1,87

Fluido aprisionado na asa direita 16,99 18,34 1,87

Dessa maneira, tem-se as coordenadas de cada um dos componentes fixos da aeronave,

que compõem a aeronave vazia, bem como do combustível.

2.1.12. Tripulação e carga paga

Para o cálculo do CG da tripulação e da carga paga, utilizou-se a Figura 22 como

referência. Os resultados de CG encontrado seguem dispostos na Tabela 16.

Page 18: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

18

Tabela 16 - Posição do CG da tripulação e da carga paga na aeronave Fokker 100. Foi

considerado 4 tripulantes (500 kg total) e 107 passageiros (91 kg cada).

x (m) y (m) z (m)

Tripulação 9,91 14,03 3,11

Carga paga 13,62 14,04 3,20

2.2. CG da aeronave

Ainda, do laboratório 2, tem-se os pesos dos componentes fixos, cujos centros de

gravidade foram determinados. A Figura 17 ilustra a distribuição percentual dos pesos

dos componentes, bem como seu respectivo valor absoluto. Já a Figura 18 ilustra a

distribuição percentual dos pesos vazio, combustível, carga paga, tripulação.

Figura 17 - Distribuição percentual do peso dos componentes fixos da aeronave Fokker

100, somando 21627 kg.

fuselagem5314 kg

25%

trem de pouso1163 kg

6%

bequilha264 kg

1%

motor3639 kg

17%

nacelle908 kg

4%

pilone288 kg

1%

sistemas5175 kg

24%

empenagem horizontal

660 kg3%

empenagem vertical293 kg

1%

asa3881 kg

18%

fluido aprisionado41 kg

0%

Page 19: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

19

Figura 18 - Distribuição de peso MTOW da aeronave Fokker 100, totalizando 39870 kg.

Portanto, tem-se o centro de gravidade da aeronave, dado pela seguinte relação.

𝑥𝐶𝐺 =∑ 𝑥𝐶𝐺,𝑖𝑊𝑖

𝑛𝑖=1

∑ 𝑊𝑖𝑛𝑖=1

E de maneira análoga, calculam-se 𝑦𝐶𝐺 e 𝑧𝐶𝐺 .

As Figura 19, Figura 20 e Figura 21 ilustram, sobre as três vistas, a posição nas

coordenadas cartesianas do CG de cada um dos componentes fixos, do combustível, da

tripulação, da carga paga, bem como da aeronave (MTOW).

combustível8006 kg20,3%

peso vazio21627 kg

54,9%

tripulação500 kg1,3%

carga paga9282 kg23,5%

Page 20: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

20

Figura 19 – Vista superior da aeronave com a posição do CG dos componentes e da

aeronave

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34

y (m

)

x (m)

asa empenagem horizontal empenagem vertical

fuselagem sistemas nacelle

motor bequilha trem de pouso principal

pilone fluido aprisionado combustível

tripulação carga paga CG

Page 21: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

21

Figura 20 – Vista lateral da aeronave com a posição do CG dos componentes e da

aeronave

Figura 21 – Vista frontal da aeronave com a posição do CG dos componentes e da

aeronave

012345678

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34

z (m

)

x (m)

asa empenagem horizontal empenagem vertical

fuselagem sistemas nacelle

motor bequilha trem de pouso principal

pilone fluido aprisionado combustível

tripulação carga paga CG

0

1

2

3

4

5

6

7

8

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28

z (m

)

y (m)

asa empenagem horizontal empenagem vertical

fuselagem sistemas nacelle

motor bequilha trem de pouso principal

pilone fluido aprisionado combustível

tripulação carga paga CG

Page 22: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

22

Por fim, é apresentada a Tabela 17 contendo os valores de peso de cada componente e

sua respectiva posição, segundo o sistema de eixos adotados.

Tabela 17 – Valores das massas (MTOW) e coordenadas do CG dos componentes fixos

considerando carga paga de 9737 kg.

Componente Massa (kg) X cg (m) Y cg (m) Z cg (m)

combustível 8005,81 16,99 14,03 2,16

fuselagem 5313,78 15,60 14,03 3,30

trem de pouso 1163,00 17,67 14,03 1,40

bequilha 264,11 3,74 14,03 1,34

motor 3639,36 22,71 14,03 3,51

nacelle 908,09 24,09 14,03 3,56

pilone 287,94 22,71 14,03 3,51

sistemas 5174,64 11,38 14,03 2,40

empenagem horizontal 660,47 33,68 14,03 7,83

empenagem vertical 293,32 31,21 14,03 6,45

asa 3881,26 17,45 14,03 2,20

fluido aprisionado 41,21 16,99 14,03 1,87

tripulação 500,00 9,91 14,03 3,11

carga paga 9737,00 13,6203 14,04 3,20

Total (MTOW) 39.870,00 16,25 14,03 2,88

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23

2.3. Passeio do CG com a ocupação dos passageiros

Adotando os dados indicados da Tabela 1 e que cada passageiro pesaria 91 kg com sua

bagagem e com referência na distribuição de poltronas da Figura 22, o passeio do CG

para a asa na posição correta foi obtido pela Figura 23.

Figura 22 – Disposição das poltronas do Fokker 100

Figura 23 – Passeio do CG com a ocupação de passageiros. As linhas pontilhadas pretas

verticais são, da esquerda para a direita, a posição da bequilha e do trem de pouso

principal e a linha verde é a posição na qual o CG não pode passar com a massa em kg e

XCG em metros.

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Com os dados obtidos nesse gráfico, obteve-se que a posição x do CG mais próxima do

nariz da aeronave foi de 16,04 m e a mais afastada foi de 17,27 m. A posição da linha

verde, que estabelece a posição que o CG não pode passar para que o trem de pouso

printicpal esteja a 15% da corda média aerodinâmica de distância atrás da posição mais

traseira do CG, é de 17,32 m pois a partir desse ponto compromete-se o controle da

aeronave em solo. Com uma margem de segurança de 2% (reduzindo 2% o ponto

mínimo e aumentando 2% o ponto máximo) temos que o passeio do CG é de 1,90 m –

ponto mais próximo do nariz de 15,72 m e o mais distante 17,62 m. Pode-se perceber

que o trem de pouso esta atrás, mesmo com a margem de segurança, pois a posição do

trem de pouso principal é 17,80 m (Figura 2), porém com a margem de segurança de 2%

o CG ultrapassa os 17,32 m.

Para conhecer como a margem estática pode variar com a ocupação de passageiros, foi

calculada a margem estática para a ocupação dos passageiros da mesma forma que foi

obtido o gráfico da Figura 23, onde a margem estática foi dada por:

𝑀𝐸 =𝑥𝑝𝑛 − 𝑥𝐶𝐺

𝑐𝑚𝑎

Onde xpn é o ponto neutro da aeronave (ponto na qual o momento não altera com o

ângulo de ataque), XCG a posição do CG da aeronave e cma a posição da corda média

aerodinâmica. Esses dados podem ser obtidos na Tabela 1. Com isso, o gráfico obtido é

o que pode ser visualizado na Figura 24.

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25

Figura 24 – Variação da margem estática. O traços verticais pontilhados são, da esquerda

para a direita, a posição do trem de pouso principal e da bequilha com a massa em kg.

A menor margem estática obtida foi de 0,073 e a maior de 0,407. Com uma segurança

de 2%, a menor fica 0,071 e a maior 0,415. O valor da menor margem estática mostra-se

preocupante já que é muito próximo de zero o que tornaria a aeronave pouco

estabilizada em vôo, o que leva a crer que a ocupação dos passageiros no caso de um

vôo em que a aeronave não é completamente cheia é muito importante, e pode

comprometer a segurança em vôo.

Alterando a posição da asa em 4 m para frente e 4 m para trás, temos as seguintes

configurações de passeio da margem estática e do CG considerando que o ponto neutro

pemanece o mesmo.

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Figura 25 – Passeio do CG com a ocupação de passageiros para a asa posicionada 4m a

frente da convencional. As linhas pontilhadas pretas verticais são, da esquerda para a

direita, a posição da bequilha e do trem de pouso principal e a linha verde é a posição na

qual o CG não pode passar com a massa em kg e XCG em metros.

Dos gráficos das Figura 25 e Figura 26 se pode perceber que ao deslocar a asa para

frente a aeronave se torna mais estável já que a margem estática aumenta (valor mínimo

de 0,175). Vale lembrar que neste gráfico esta se considerando que o ponto neutro

permanece o mesmo o que não é verdade, porém ao deslocar a asa para frente, por

exemplo, o ponto neutro também é deslocado para frente, porém em menor intensidade

que o deslocamento da asa, assim, a tendência é que a margem estática aumente.

A posição do XCG da aeronave desloca-se para a frente, e tem um valor máximo de 16,9

m. Com a margem de segurança de 2%, temos 17,24 m. Este valor ainda estaria a frente

dos 17,32 m representados pela linha verde, mantendo o controle da aeronave em solo.

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Figura 26 – Variação da margem estática para a asa 4 m a frente com a massa em kg

Figura 27 - Passeio do CG com a ocupação de passageiros para a asa posicionada 4m atrás

da convencional. As linhas pontilhadas pretas verticais são, da esquerda para a direita, a

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posição da bequilha e do trem de pouso principal e a linha verde é a posição na qual o CG

não pode passar com a massa em kg e XCG em metros.

Figura 28 - Variação da margem estática para a asa 4 m atrás com a massa em kg

Como esperado, ao deslocar a asa para trás o avião torna-se menos estável, chegando a

ter valores negativos para a márgem estática (menor márgem estática de -0,079) o que

torna o avião instável e capaz de voar apenas com auxílio de sistemas de controle.

Com relação ao observado na Figura 27, a linha verde vertical é ultrapassada pelo

gráfico da posição do XCG em diversos pontos o que comprometeria o controle da

aeronave em solo mesmo sem considerar a margem de segurança de 2%.

O observado nas figuras acima para a variação da posição da asa se faz coerente quando

percebe-se que o CG da aeronave encontra-se a frente do ponto neutro, assim, ao

deslocar a asa para frente o CG da aeronave também se desloca para frente e,

considerando que o ponto neutro permanece constante (atrás da CG da aeronave), a

margem estática deve, de fato, aumentar e deve reduzir ao deslocar a asa para trás.

Page 29: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

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Desta forma, pode-se perceber que a posição do CG e a margem estática estão

intimamente ligados com o posicionamento da asa no avião, de tal forma que o passeio

do CG com a mudança da posição da asa pode ser observado nas Figura 29 e Figura 30.

Figura 29 – Variação do XCG da aeronave em função da mudança da posição da asa,

ambos em metros. Em preto a posição do trem de pouso principal e em verde, a posição de

segurança de 15% da cma.

No projeto de um avião recomenda-se que a posição do trem de pouso principal seja de

pelo menos 15% da corda média aerodinâmica de distância em relação à posição mais

traseira do CG pois, caso o CG encontre-se atrás desse ponto, pouco do peso da

aeronave é equilibrado na bequilha o que dificulta o controle da aeronave em solo. Na

Figura 29 pode-se perceber que tal requisito deixa de ser atendido para a asa com XCG

acima de 19 m aproximadamente, o que caracterizaria um deslocamento para trás de 1,5

m da asa, ou seja, ao deslocar 4 m a asa para trás, compromete-se o controle da

aeronave em solo considerando o avião pleno.

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No gráfico da Figura 23, em que considera-se o avião em sua configuração

convencional, pode-se perceber que com a margem de segurança de 2%, algumas

configurações de ocupação da aeronave têm o CG ultrapassando a posição de 17,32 m,

comprometendo o controle da aeronave em solo. Este dado, assim como outros aqui

apresentados, nos mostram que a ocupação dos lugares da aeronave deve ser controlada

e não pode ser feita de forma qualquer, podendo por em risco a segurança em vôo e em

solo.

Figura 30 – Variação da Margem estática em função da alteração da posição da asa

Pode-se perceber pelas Figura 29 e Figura 30 que tanto a posição do CG como a

margem estática variam linearmente com a posição da asa.

3. Momentos de inércia

Com base nos dados até aqui apresentados e considerando a condição de carregamento

MTOW da aeronave, foram calculados os momentos de inércia da aeronave Fokker 100,

conforme a Tabela 18.

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Tabela 18 – Valores dos momentos de inércia da aeronave considerando massa de MTOW

e unidades no SI

Componente I_xx I_yy I_zz I_xy I_xz I_yz

Combustível 4057,4 8455,5 4398,1 -5,5 -4224,3 5,3

Fuselagem 952,6 3176,7 2224,1 9,7 -1455,6 -6,4

Trem de pouso 2536,9 4892,0 2355,2 -4,7 -2444,3 4,9

Bequilha 620,6 41933,7 41313,1 9,3 5063,6 1,1

Motor 1468,2 153310,4 151842,3 -66,4 14931,0 -6,5

Nacelle 431,6 56237,5 55805,9 -20,1 4907,8 -1,8

Pilone 116,2 12129,6 12013,4 -5,3 1181,3 -0,5

Sistemas 1175,5 124000,5 122825,1 71,2 12015,4 7,0

Emp. horizontal 16205,5 216940,6 200735,2 -32,5 57035,1 -9,2

Emp. vertical 3744,8 69421,6 65676,8 -12,4 15682,7 -3,0

Asa 1776,8 7439,6 5662,8 -13,2 -3172,0 7,4

Fluido

aprisionado 41,6 64,2 22,6 0,0 -30,7 0,0

Tripulação 27,2 20086,7 20059,5 8,9 -739,2 -0,3

Carga paga 1018,9 68212,4 67194,6 -183,5 -8272,1 22,6

SOMA 3,42E+04 7,86E+05 7,52E+05 -2,44E+02 9,05E+04 2,06E+01

Como pode ser observado na Tabela 18, os valores de Ixy e de Iyz foram muito menores

do que os outros momentos de inércia da aeronave. Tal fato já era esperado

considerando-se que a aeronave é simétrica. Em verdade, esperava-se que esses

momentos de inércia fossem nulos, porém dado a imprecisão do método de

determinação do CG dos componentes, tal valor não foi encontrado. Entretanto, a

Page 32: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

32

pequena ordem de grandeza desses resultados leva a conclusão de que obteve-se um

resultado coerente e, sobretudo, razoável.

Considerando-se a aeronave após o cruzeiro tendo consumido o combustível referente a

todas as fases de voo, temos que a posição do XCG da aeronave passa a ser 16,06 m, o

que aumenta a margem estática da aeronave, tornando-a mais estável. Nesta condição,

os momentos de inércia passam a ser os apresentados na Tabela 19.

Tabela 19 – Valores dos momentos de inércia da aeronave considerando avião com

combustível todo consumido e unidades no SI

Componente I_xx I_yy I_zz I_xy I_xz I_yz

Combustível 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Fuselagem 317,8 1445,7 1128,0 7,5 -598,7 -4,0

Trem de pouso 3188,6 6200,4 3011,9 -5,7 -3099,0 5,9

Bequilha 773,9 40865,9 40092,0 10,0 5570,2 1,4

Motor 757,8 161481,5 160723,8 -74,0 11035,5 -5,1

Nacelle 236,7 58725,5 58488,8 -22,3 3720,8 -1,4

Pilone 60,0 12776,0 12716,1 -5,9 873,1 -0,4

Sistemas 2223,3 115838,1 113615,0 74,2 15893,1 10,4

Emp. horizontal 15056,3 220102,8 205046,5 -35,6 55562,9 -9,6

Emp. vertical 3379,3 70700,9 67321,7 -13,6 15083,1 -3,0

Asa 2840,4 10383,8 7543,5 -16,5 -4628,9 10,2

Fluido

aprisionado 57,7 93,1 35,4 0,0 -45,2 0,1

Tripulação 1,5 18898,8 18897,3 9,4 -167,6 -0,1

Carga paga 203,9 58208,5 58005,5 -165,0 -3434,9 9,8

SOMA 2,91E+04 7,76E+05 7,47E+05 -2,38E+02 9,58E+04 1,40E+01

Page 33: 4º Relatório de PRJ_22 - Passeio do CG

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Nessa condição de voo, os momentos de inércia diminuem, com exceção de Ixz. A

redução do momento de inércia faz com que a aeronave se torne mais facilmente

manobrável, já que ela fica aparentemente mais leve para rotacionar. Com isso, uma

mesma ação de controle causaria uma reação maior do que a em condição inicial de

voo. Desta forma, os controles, ou o piloto, devem perceber a condição de voo da

aeronave e assim estabelecer qual deve ser a ação de controle a ser tomada para que

uma condição seja obtida.

O momento Ixz representa o quanto a aeronave tende a rotacionar involuntariamente em

torno do eixo y ao realizar uma manobra. Neste caso, na condição final de voo há o

aumento deste fator, tornando esta ação mais lenta.

4. Conclusão

Após todas as observações feitas neste trabalho e verificando o comportamento dos

gráficos para diversas situação, tanto de ocupação quanto de configuração da aeronave,

é possível constatar que a alteração da posição do CG da aeronave causa grande

mudanças nas condições de estabilidade e controle e que, em diversas situação

corriqueiras, como consumo de combustível e ocupação da aeronave pelos passageiros,

o CG da aeronave modifica de forma significativa, pondo em risco a estabilidade em

vôo e em solo.

Assim, torna-se primordial um plano de passeio do CG de uma aeronave, dada uma

condição de voo além de que deve-se observar qual será a ocupação dos passageiros,

para que o controle da aeronave não fique comprometido.

5. Bibliografia

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