48 | o jovem | abril de 2012

26
o jovem o jovem Entrevista | Há um ano assumiu o cargo mais exigente e complexo da estrutura. O Jovem esteve à conversa com o Secretário-Geral da Juventude Popular. [p.12] José Miguel Lello Dossier | O Sistema Financeiro e a sua projecção futura, por Miguel Ribeiro. [p.8] Especial | O Jovem conta-te tudo sobre o II Conselho Distrital do Porto da JP. [p.6] Ser JP na Maia | Comissão Política Concelhia em visita à Escola Secundária da Maia [p.3] Jornal Oficial da Juventude Popular da Maia 48 | Abril 2012 | Ano XXVI www.jpmaia.com

Upload: juventude-popular-da-maia-jp-maia

Post on 26-Mar-2016

218 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Edição de Abril de 2012 do Jornal Oficial da Juventude Popular da Maia.

TRANSCRIPT

o jovem o jovem

Entrevista | Há um ano assumiu o cargo

mais exigente e complexo da estrutura.

O Jovem esteve à conversa com o

Secretário-Geral da Juventude Popular.

[p.12]

José Miguel Lello

Dossier | O Sistema Financeiro e

a sua projecção futura, por

Miguel Ribeiro. [p.8]

Especial | O Jovem conta-te

tudo sobre o II Conselho Distrital

do Porto da JP. [p.6]

Ser JP na Maia | Comissão

Política Concelhia em visita à

Escola Secundária da Maia [p.3]

Jornal Oficial da Juventude Popular da Maia

48 | Abril 2012 | Ano XXVI www.jpmaia.com

2 | abril 2012 o jovem

Este é o Norte! por João Ribeirinho Soares [pág.3]

ficha técnica

Propriedade: Comissão Política Concelhia da Juventude Popular da Maia | Edição: Manuel Oliveira | Colunistas desta edição: Miguel Ribeiro, Ângelo Miguel, André Bazan, João Ribeirinho Soares, Manuel Oliveira, Júlio Marques | Convidado especial desta edição: André Correia | Entrevistado desta edição: José Miguel Lello | www.jpmaia.com | [email protected] | Distribuição Digital | Abril 2012 | O Jovem 1985 - 2012

José Miguel Lello Secretário-Geral da JP [pág.12]

entrevista

O que é o Sistema Financeiro? por Miguel Ribeiro [pág.8]

dossier

especial

II Conselho Distrital do Porto da JP por Vânia Peres [pág.6]

A cultura da (in)dependência por André Correia [pág.10]

convidado especial

Por Terras de Lidador por Manuel Oliveira [pág.4]

opinião

Este é o Norte! por João Ribeirinho [pág.4]

Guiné-Bissau por Nuno Silva [pág.24]

Privatizações – bom ou mau? por André Bazan [pág.20]

Encontrar o Norte por Ângelo Miguel [pág.22]

o jovem abril 2012 | 3

EDITORIAL Comissão Política Concelhia Juventude Popular da Maia

Militantes da JP Maia visitam Escola Secundária da Maia notícia

Com toda a polémica à volta das derrapagens escandalosas da

empresa Parque Escolar, a Juventude Popular da Maia tentou

contactar a Direcção da Escola Secundária da Maia na

esperança de obter opiniões e novas informações sobre este e

outros assuntos relacionados com a escola. Foi desta forma que

a Comissão Política Concelhia da Juventude Popular da Maia

tomou conhecimento no local que não é prática da Direcção da

Secundária reunir com forças políticas.

Os militantes da JP Maia aproveitaram assim para conhecer a

título não oficial uma das escolas intervencionadas pelo

projecto de remodelação de infra-estruturas escolares

impulsionado pelo último governo socialista de José Sócrates.

Recorde-se que a empresa pública Parque Escolar teve nos

últimos dias um grande destaque mediático devido às

derrapagens financeiras na ordem dos 300% que registou neste

projecto. Mais alarmante ainda é o facto deste descalabro

orçamental não ser da totalidade das escolas intervencionadas.

voltará a batalhar neste assunto.

Recordar é viver. Mudar também. O Jovem chega hoje à sua

quadragésima oitava edição com uma cara lavada mas com a

atitude de sempre.

A contar desta edição contaremos com novos espaços de

opinião com ilustres convidados. Todos os meses a Distrital do

Porto da Juventude Popular assinará uma coluna apelidada de

“Este é o Norte!”, pela mão do seu Presidente João Ribeirinho

Soares, que permitirá aos leitores d’O Jovem um

acompanhamento mais intenso e crítico da actividade desta

recém-formada equipa. Activamos ainda um conceito perdido:

dar espaço de reflexão a uma personalidade actual da

Juventude

Juventude Popular. É com enorme honra que O Jovem conta

este mês com a opinião de um dos militantes mais activos e

dedicados da estrutura jovem do CDS, André Correia, Vice-

Presidente da Comissão Política Nacional da JP.

As habituais notícias e textos de opinião dos militantes da

Juventude Popular da Maia continuam a destacar-se também

nesta nova edição que mantém o espaço de entrevista a uma

figura destacada. Este mês contamos com o incansável José

Lello, Secretário-Geral da Juventude Popular. Como uma

leitura leve e descontraída podes encontrar a secção “Sabias

que…” com dados curiosos e pertinentes da história da

concelhia da Maia, da JP e do CDS.

Desafiamos-te a escreveres connosco mais um capítulo desta

tão recheada história. Há jornais épicos.

A atitude de sempre.

4 | abril 2012 o jovem

Este é o Norte! Por Terras de Lidador

por João Ribeirinho Soares Presidente da Distrital do Porto da JP

por Manuel Oliveira Presidente da Juventude Popular da Maia

A Maia também resiste à mudança.

facebook.com/juventudepopularmaia

Somos pela autonomia!

Sendo certo que não sou filiado nem nunca fui

dirigente da Concelhia da Maia, é com muito gosto que

digo presente a este desafio de assinar uma coluna no

periódico de referência para a Juventude Popular que é

‘O Jovem’. Estatuto conseguido à custa de muito

trabalho, resiliência e qualidade de informação.

Simplesmente não podia dizer não ao desafio de dar o

meu contributo a um dos projectos que no meu

modesto entendimento mais deve honrar esta Mui

Nobre, Sempre Leal e Invicta instituição que é a

Juventude Popular.

Neste meu primeiro artigo gostava de vos falar sobre

um dos temas que considero mais problemático para o

desenvolvimento da nação que todos nós amamos: o

centralismo. O Distrito do Porto tem vindo a ser alvo

desta doença e a questão de Leixões, e o cada vez mais

próximo problema do Aeroporto, são provas de que o

centralismo não vai desaparecer de um dia para o outro

e como tal é necessário um esforço ainda maior da

classe política da região para o combater. É

absolutamente inaceitável que se pense em fundir os

Portos de Mar, retirando competências à Região num

processo que terá um único desfecho: transformar o

Porto num deserto de oportunidades.

O Porto de Leixões cria riqueza, é altamente eficiente

na sua operação, contribui largamente para as

exportações das nossas empresas e investe grande

parte dos seus resultados na economia regional. Se dá

lucro e é bem gerido para que mudar? Ainda mais

incompreensível é a luta que as concelhias do distrito

do Porto do PSD estão a fazer contra a actual

administração. Acusar a administração de Leixões de

ser um braço armado da Câmara Municipal de

Matosinhos e outras acusações do mesmo calibre,

discutir nomes e futuras nomeações nos jornais apenas

vão contribuir para transformar cada vez mais o Porto

no parente pobre do Portugal que nós fundamos.

facebook.com/jpdistritalporto

Se há coisa que tenho feito nos últimos tempos, com

mais ou menos regularidade, é visitar todos aqueles

locais da Maia que marcaram momentos da minha

vida. Com a certeza de que o tempo é infiel e tenta a

todo o custo, dia após dia, matar lentamente todas

aquelas memórias de momentos únicos e marcantes, o

último local onde o passado esteve, num segundo, à

frente dos meus olhos foi a Escola Secundária da Maia.

Provavelmente o local da minha adolescência onde fui

mais feliz e ganhei consciência das responsabilidades

da vida futura, a Secundária da Maia é, e perdoem-me

a falta de isenção, a melhor escola do concelho e,

factualmente, uma das melhores a nível nacional no

ranking em que concorrem lado a lado instituições de

ensino privado e público. No entanto, muito mudou

com as recentes obras da Parque Escolar.

Sem certezas de que também aqui terá havido uma das

famosas derrapagens orçamentais, uma investigação

que a Juventude Popular da Maia está neste preciso

momento a realizar, a verdade é que por mais

pavilhões que façam de novo, por mais tijolo que

escondam e pintem de branco, por mais árvores que

cortem, a Secundária da Maia mantém a sua essência

de grande pólo jovem, dinâmico e vivo do centro do

concelho. Arrisco-me, aliás como sempre o senti, a

dizer que a Secundária da Maia é quem traz mais vida e

vibração a um centro que se queria com mais jovens,

movimento e… vida.

Vida é aquela palavra que caracteriza a Secundária da

Maia por mais alterações físicas e humanas que lhe

façam. As linhas continuam lá, as paredes mestras e

muitos rostos conhecidos da minha adolescência

continuam lá. Rostos que, agora com uma “nova”

escola, dizem ter saudades da “velha” escola. Porque

na Maia também se resiste à mudança, quase num

espírito conservador muito próprio de quem sente

aquilo que é seu e que ajudou a construir.

opinião

Sabias que...

o jovem abril 2012 | 5

o Jornal O Jovem vai já na sua 48ª edição?

Fundado em 1985 com meios que hoje consideramos

rudimentares, foi uma marca da Juventude Popular da Maia

da altura. Escrito à máquina com linhas bastante simples

desde logo apresentou textos interventivos e de profunda

capacidade crítica.

Depois de anos de abandono, “O Jovem” voltou em grande

força em 2008 respondendo ao grande crescimento da

concelhia da Maia. Com ilustres convidados como Nuno

Melo, Michael Seufert, João Almeida e José Ribeiro e

Castro, o jornal foi-se tornando o espelho do enorme

trabalho das várias equipas que deram vida à Juventude

Popular da Maia.

Esta edição que estás a ler é já a 48ª com a certeza de que

mais umas dezenas virão para te contar tudo sobre a vida

da Juventude Popular, do CDS e dos seus protagonistas.

a primeira edição d’O Jovem.

Especial CD

II Conselho Distrital do Porto da JP

especial

por Vânia Peres facebook.com/vania.f.peres

6 | abril 2012 o jovem

Foi no passado dia 31 de Março que a Comissão Política

Distrital do Porto realizou o II Conselho Distrital, no

auditório nobre da Junta de Freguesia da Senhora da

Hora. O salão nobre da Junta de Freguesia da Senhora

Da Hora, revelou-se pequeno para o acolhimento de

todos os militantes da Juventude Popular que quiseram

marcar a sua presença neste momento de mais uma

formação: toda a estrutura distrital do Porto da

Juventude Popular, militantes do Porto, da Maia, de

Matosinhos, de Penafiel, de Gondomar, Rio Tinto, entre

outros.

Uma vez que a temática do Porto de Leixões tem

estado em voga nos últimos dias, o Conselho Distrital

iniciou com um debate sobre a temática da Autonomia,

Desenvolvimento e Competitividade da zona Norte do

País. A Deputada à Assembleia da República e ex-

Presidente da Comissão Política Distrital do Porto, Vera

Rodrigues e Tiago Barbosa Ribeiro, representante da

Federação Distrital da Juventude Socialista do Porto,

foram os oradores escolhidos para fazerem uma análise

sobre os pontos mais competitivos da zona Norte.

Tiago Barbosa Ribeiro apontou como factores de

competitividade da Região Norte a sua grande

representatividade nas exportações nacionais (40%), a

sua massa populacional muito jovem e crítica. Por seu

lado, a Deputada Vera Rodrigues acredita que a zona

Norte se pode diferenciar se adoptar uma estratégia

sustentável e recorrer aos recursos internos. Ambos

defendem que os principais factores de

desenvolvimento e de competitividade se prendem

com o facto da Região Norte deter a melhor

Universidade do País e da Europa, do Aeroporto

Francisco Sá Carneiro e do Porto de Leixões, pois são

estes os canais que nos fazem chegar turistas e

empreendedores aos País.

Relativamente ao Porto de Leixões, os Deputados do

Círculo do Porto, bem como a Estrutura Distrital do

Porto da Juventude Popular, reuniram-se com o

Presidente do Concelho de Administração do Porto de

Leixões, Eng. Matos Fernandes, o qual demonstrou

uma enorme preocupação com o facto da Holding

pretender fundir os Portos e partir para uma gestão

centralizada dos mesmos, em Lisboa.

Da ordem de trabalhos do Conselho Distrital, faziam

ainda parte a análise da implementação da JP no

distrito, verificando que falta a eleição de 4

concelhias para ser atingida a plenitude Distrital, bem

pretender fundir os Portos e partir para uma gestão

centralizada dos mesmos, em Lisboa.

Da ordem de trabalhos do Conselho Distrital, faziam

ainda parte a análise da implementação da JP no

distrito, verificando que falta a eleição de 4 concelhias

para ser atingida a plenitude Distrital, bem como a

análise da execução do plano de actividades

apresentado e proposto no último Conselho Distrital,

pontos apresentados pelo Secretário-Geral José Rosas e

pelo Presidente da Distrital do Porto, respectivamente.

Manuel Oliveira, Vice-Presidente da Distrital,

apresentou a todos os militantes presentes as

alterações produzidas no último Congresso Estatutário,

realizado em Coimbra. Miguel Pires da Silva, Presidente

da Comissão Política Nacional da Juventude Popular

encerrou os trabalhos do II Conselho Distrital do Porto.

À noite houve jantar de tomada de posse da recente

eleita Comissão Política Concelhia de Matosinhos, da

qual Elisabete Silva é agora Presidente.

Vera Rodrigues e Tiago Ribeiro em debate.

Elisabete Silva é a nova Presidente da JP Matosinhos

somos pela autonomia! somos pela autonomia!

7 | abril 2012 o jovem

dossier

o sistema financeiro

por Luís Miguel Ribeiro

<<

$$$$

O que é o sistema financeiro e como funciona? De onde

vem o capital e como isso afecta a economia? São

questões que por vezes é difícil de se encontrar

respostas mais concretas e como tal, quando se

desconhece criam-se várias figuras para os diabolizar.

Para satisfazer uma das primeiras questões, entende-se

por sistema financeiro toda a estrutura ou organização

que descreva a circulação de capitais numa dada

economia. Esta circulação de capitais é composta pelos

mercados financeiros e intermediários financeiros que

têm como missão angariar fundos junto dos agentes

económicos que possuem excedentes de fundos

(aqueles cuja despesa é inferior à receita) e canalizá-los

para aqueles que necessitam de financiamento exterior

(aqueles que desejam efectuar maior despesa do que o

rendimento que dispõem).

Os agentes que observam um excedente de fundos são

chamados de mutuantes ou aforradores primários

(lender-savers) e são a origem de todos os fluxos de

financiamento. Por norma os mutuantes são as famílias,

mas também pode ser o Estado caso exista um

superavit nas contas públicas, as empresas ou outros

agentes exteriores à economia (resto do mundo).

Quanto aos agentes que observam um deficit de fundos

são chamados de devedores primários (borrower-

spenders) e são o destino final dos diferentes fluxos de

financiamento, que por norma são as empresas, e o

Estado caso as contas públicas sejam deficitárias, mas

também podem ser famílias e o resto do mundo a

assumirem este papel.

Assim, a deslocação dos fundos dos aforradores

primários para os devedores primários é chamado de

financiamento onde pode assumir duas vias: Directo e

Indirecto.

$

8 | abril 2012 o jovem

o que é? como funciona?

$$$ $

Podemos e devemos ainda distinguir vários tipos de

intermediários financeiros. Uma principal distinção que

é feita é sobre as que têm capacidade de gerar moeda,

e para isso distinguem-se entre Instituições Financeiras

Monetárias e Instituições Financeiras Não Monetárias.

Dentro da primeira categoria, encontram-se:

- Banco Central Europeu e os Bancos Centrais

Nacionais dos Estados Membros e da União Europeia

que adoptaram o euro;

- Instituições de Crédito Gerais (Bancos; Caixas

Económicas; Sociedades de Locação Financeira;

Instituições Financeiras de Crédito, etc.)

E entendem-se como Instituições Financeiras Não

Monetárias:

- Sociedades Financeiras (Sociedades Financeiras de

Corretagem; Sociedades Corretoras; Sociedades de

Desenvolvimento Regional, Agências de Câmbios, etc.)

- Companhias de Seguros;

- Sociedades Gestoras de Fundos de Pensões.

Assim, o entendimento básico desde sistema torna-se

fulcral para compreender o impacto que estas

actividades provocam na vida quotidiana e que

desempenham um papel importante na redução do

risco e dos custos e ainda proporcionam o aumento do

financiamento às empresas que necessitam de liquidez

para realizar as suas actividades o que nos afecta

diariamente.

Indirecto.

Através do financiamento directo, os devedores

primários endividam-se junto dos aforradores primários

nos mercados financeiros, vendendo títulos (activos

financeiros). Esses títulos constituem direitos de saque

sobre o rendimento futuro dos devedores primários ou

sobre os seus activos e representam um património

para aqueles que os compram e uma responsabilidade

(dívida) para os indivíduos ou empresas que os vendam.

Como nem sempre é fácil fazer coincidir os desejos de

quem empresta com quem quer obter financiamento, o

fluxo de transferências pode ser mediado por um

terceiro agente denominado de intermediário

financeiro e que constitui o financiamento indirecto.

A função destes intermediários é de canalizar os fundos

dos agentes com capacidade de financiamento para os

agentes com necessidade de financiamento. Para o

fazer, eles compram títulos de dívida primária (emitidos

principalmente por empresas) e vendem títulos de

dívida secundária (por eles mesmo emitidos) aos

agentes com capacidade de financiamento

(normalmente para as famílias). Os títulos que os

intermediários financeiros compram aparecem no

activo do seu balanço e os títulos que vendem,

constituem responsabilidades e por isso figuram no seu

passivo.

Portanto, podemos entender os intermediários

financeiros como agentes modificadores encarregues

de adaptar um montante global de dívida primária

emitida pelos agentes com necessidade de

financiamento, às necessidades dos agentes com

capacidade de financiamento.

No entanto, para além de adequarem as necessidades

de financiamento existem outras razões que justificam

a existência destes intermediários financeiros, como

por exemplo por desempenharem um papel importante

na redução dos custos das transacções financeiras e na

redução do acesso dos custos da informação, isto

ocorre devido a trabalharem em economias de escala

desenvolveram conhecimentos e técnicas específicas da

actividade. Uma outra função existente é a de suprimir

ou reduzir os riscos para os investidores, isto é, de

reduzir a incerteza associada aos activos adquiridos que

neste caso são conseguidos através de uma

diversificação de carteira, que consiste em investir num

cabaz de activos cujos rendimentos não têm uma

correlação entre si.

Podemos e devemos ainda distinguir vários tipos de

intermediários financeiros. Uma principal distinção

que é feita é sobre as que têm capacidade de gerar

o jovem abril 2012 | 9

Um desafio que temos que vencer!

Qualquer ser humano é, naturalmente, dependente de muitas coisas, mas

nós, os portugueses, exageramos. Tal dependência excessiva verifica-se a

todos os níveis da sociedade, sendo diversas as suas causas e consequências.

Parte significativa dos portugueses é, desde logo, dependente de um certo

emprego ou ocupação, porque o sistema educativo não lhe deu as

qualificações que lhe permitam ter mais oportunidades de realização pessoal

e profissional.

Acresce que muitos dos cidadãos se tornaram dependentes de serviços

públicos, muitos deles deficientemente estruturados que, apresentam fraca

qualidade e eficiência sendo posteriormente geradores de novas

dependências, distorções e abusos.

Há muito que se tornou evidente para mim a necessidade de se alterar

profundamente o modo como a sociedade portuguesa está organizada e

como funciona.

Estamos, assim, dependentes de um Estado pesado e demasiado

interventor, que as últimas gerações deixaram criar e engordar, e que limita

a nossa liberdade e iniciativa, individual e colectiva. Temos uma sociedade

civil pouco activa, amorfa e nada dinâmica, causa e efeito da situação

generalizada de dependência em que vivemos.

Mas a herança do passado, que afecta a nossa independência tem que ser

vista pelas novas gerações, como uma janela de oportunidade!

Falo de uma nova geração de portugueses. Portugueses que procuram ter

uma visão mais informada e crítica sobre o funcionamento da sociedade no

sentido de construir e alcançar os seus objectivos de felicidade. Acreditam

em valores como a responsabilização, o mérito e a concorrência, mas

também crêem na solidariedade e na participação activa e democrática dos

cidadãos.

Consideram que o cidadão cria e é, com a sua iniciativa e capacidade, o

principal motor da evolução e desenvolvimento da sociedade. Não obstante,

entendem que o Estado deve ser o garante intransigente da igualdade de

oportunidades como ponto de partida.

Não querem um Estado pesado, ineficiente, burocrático, demasiado

presente e asfixiante da sociedade civil. Querem um Estado independente

dos interesses económicos, que acredite no cidadão e na sociedade civil, a

favor dos quais deve libertar todas as funções e serviços que não tem

necessariamente que desempenhar. Estes portugueses pretendem ver

ultrapassados mitos e preconceitos do passado. Admitem que a flexibilidade

laboral, acompanhada de eficientes programas de protecção social, é mais

favorável aos trabalhadores, por fomentar o investimento, a mobilidade e

por introduzir os incentivos correctos aos desempenhos e atitudes.

A cultura da (in)dependência

convidado especial

Vice-Presidente da JP André Correia

facebook.com/agfac

10 | abril 2012 o jovem

por introduzir os incentivos correctos aos desempenhos e

atitudes.

Eles sabem que uma concorrência bem regulada, mercados

abertos e flexíveis, sem posições abusivas ou dominantes, é a

melhor forma de promover a inovação, melhorar a qualidade

de gestão e aumentar a produtividade.

Não ignoram também que é preciso promover activamente

um ambiente favorável ao investimento, nacional ou

estrangeiro, incentivando qualquer um a iniciar uma

actividade por conta própria.

Revejo-me claramente nestes portugueses e, como tal,

teremos que ser capazes de inverter o eixo pouco virtuoso –

correspondente a uma sociedade imobilista, fechada, rígida,

com um modelo social ineficaz e injusto e com um Estado

pesado e asfixiante – para um novo eixo – correspondente a

uma outra sociedade mais aberta, flexível e justa, mais

potenciadora de criação de riqueza e capaz de sustentar um

novo modelo social!

<<

11 | abril 2012 o jovem

o sistema financeiro

entrevista 12 | abril 2012 o jovem

Quase um ano após Lamego já muito aconteceu

na JP, no CDS e no país. O que mudou na tua

vida?

De facto a minha vida sofreu grandes alterações.

Diria mesmo que se modificou radicalmente.

Passei a ter uma agenda bastante mais complexa e

exigente, situação que obrigatoriamente veio

modificar um pouco a forma como encaro não só

meu tempo livre, nomeadamente durante os fins-

de-semana, bem como a nível profissional.

Contudo, tenho obrigatoriamente que salientar

que não lamento estas modificações, muito pelo

contrário. Dia apos dia tenho-me deparado com

situações e conhecido pessoas que, de certa forma

tem contribuído para um engrandecimento

pessoal e que me tem marcado profundamente.

A Secretaria Geral Nacional é, para muitos, o

posto de maior risco e desgaste na JP. Achas que

é um cargo amaldiçoado?

(Risos) Não, de todo. A Secretaria Geral é um

cargo de extrema exigência e dotado de algum

desgaste, mas ao mesmo tempo absolutamente

apaixonante. O Secretário Geral tem cada vez

mais que ser um misto entre um diplomata e um

gestor, gerindo a estrutura com grande rigor; é

uma máquina complexa, composta por muitas

estruturas e todas elas tem de funcionar de uma

forma coordenada. Claro que para tal terá que

assumir uma postura de absoluta isenção, tal

como a que saiu reforçada no XIX Congresso

Nacional – Estatutário, realizado este ano, em que,

se bem se lembram, foi aprovada uma PAE

estipulando que o Secretário-Geral não poderia

assumir mais nenhum cargo no seio da Juventude

Popular. Claro que a exposição inerente ao cargo

em si, faz com que por vezes, as pessoas não

consigam, ou melhor, tenham alguma dificuldade

em separar o “trigo do joio”, ou seja, diferenciar o

campo pessoal do campo institucional. Tal,

infelizmente, cria por vezes situações e tensões

que deveriam de todo ser evitadas.

3. Como SG, lidas com todas as

questões de tesouraria inerentes à

estrutura. Qual é o estado de saúde

económico da JP? Que medidas

<<

Como SG, lidas com todas as questões de

tesouraria inerentes à estrutura. Qual é o estado

de saúde económico da JP? Que medidas

concretas tomaste?

Como devem compreender, não irei revelar

números concretos, mas não é segredo para

ninguém que a Juventude Popular não se encontra

a atravessar um período económico feliz. Aliás,

como revelado no Conselho Nacional, no qual

entre muitos outros pontos foi aprovado por

unanimidade o orçamento em vigor. Apesar de

considerar o orçamento bastante ambicioso,

infelizmente tiveram que ser tomadas bastantes

medidas a nível financeiro das quais se pode

destacar, por exemplo, um plano de gestão capaz

de amortizar todas as dívidas que diariamente

assombram a JP. Claro que este plano, apesar de

exigente, foi estruturado e delineado com os olhos

postos no futuro. Um futuro no qual não foram

descuradas situações de extraordinária

importância para o crescimento da Juventude

Popular. Apesar das adversidades económicas, a

estrutura não pode parar, e, contra todas as

dificuldades, posso orgulhosamente afirmar que

tem existido real investimento na modernização e

profissionalização da JP em todas as áreas, bem

como têm sido apoiadas, apesar das dificuldades,

todas as Direcções Distritais e Concelhias eleitas

na promoção e dinamização das suas actividades.

4. Desde que tomaste posse, a JP tem

tido um crescimento acelerado. É tão

desgastante como recompensador

estar todos os dias no terreno?

14 | abril 2012 o jovem

Desde que tomaste posse, a JP tem tido um

crescimento acelerado. É tão desgastante como

recompensador estar todos os dias no terreno?

No seguimento do convite por parte do meu

Amigo Miguel Pires da Silva para ingressar esta

Comissão Politica Nacional na qualidade de

Secretário Geral, rapidamente se instalou em mim

um sentimento de dever, empenho e dedicação

para com a Juventude Popular, tentando assumir

toda a responsabilidade que o cargo representa.

Ainda é cedo para conseguir avaliar os resultados

do meu mandato, mas posso afirmar que o

crescimento tem vindo a ser acelerado. É certo

que tenho aplicado boa parte dos meus esforços

no crescimento da JP, contudo não deixo de ver

esse objectivo como uma obrigatoriedade do

cargo que represento. Mas respondendo á vossa

pergunta, vejo acima de tudo o crescimento da JP

como algo extremamente gratificante e

recompensador. Estes resultados conseguem

facilmente suprimir o desgaste físico e psicológico

resultante do meu esforço.

Quais são os últimos indicadores de implantação

da JP e os principais entraves que encontras?

Apesar da Direcção Nacional ter sido eleita no

ultimo fim-de-semana de Julho, por razões obvias,

apenas começou a trabalhar em Setembro.

Contudo, nestes últimos sete meses existiu um

crescimento de mais de dois mil militantes e foram

realizadas quase cem eleições. Existem por vezes

alguns entraves à implantação, torna-se, contudo,

bastante difícil de enumera-los, pois os mesmos

são muito diversos, fazendo com que cada caso

seja sempre um caso isolado, situação que obriga a

que a forma de lidar e de trabalhar no sentido de

promover o crescimento e a implantação seja

completamente diferentes em todas as situações.

contrário. Dia apos dia tenho-me deparado com

situações e conhecido pessoas que, de certa forma

tem contribuído para um engrandecimento

pessoal e que me tem marcado profundamente.

A Secretaria Geral Nacional é, para muitos, o

posto de maior risco e desgaste na JP. Achas que

é um cargo amaldiçoado?

(Risos) Não, de todo. A Secretaria Geral é um

15 | abril 2012 o jovem

não procurando com o seu trabalho resultados

eleitorais futuros.

Passemos a uma esfera mais pessoal. Como vês

o teu futuro na Juventude Popular?

O meu futuro enquanto militante e, neste

momento, como Dirigente Nacional, tem vindo a

ser construído e trabalhado dia após dia, e muito

francamente desejo que assim o continue a ser.

Todos os dias me debruço e tenho que resolver

todo um conjunto de problemas relativos à

Juventude Popular, existindo da minha parte uma

enorme vontade em as resolver, com a máxima

equidade, de modo a fomentar e promover valores

absolutamente intrínsecos para mim enquanto

Secretario Geral, nomeadamente: a união, o

crescimento, a coesão e a valorização dos Nossos

militantes, das Nossas Direcções Distritais e

Concelhio, das Nossas políticas e sobretudo da

Nossa Juventude Popular. Claro que no meio deste

processo já cometi, como seria inevitável, algumas

incorrecções de secretaria que, felizmente, não

prejudicaram nem denegriram a Estrutura;

contudo julgo ter tido sempre a humildade em

pedir desculpa aos lesados e tentar resolver as

situações em questão o mais rapidamente

possível. Apesar disto, termino sempre o meu dia

com a tranquilidade que decorre de estar

consciente que tudo fiz ao meu alcance em prol da

Juventude Popular. Assim estou sempre pronto

para encarar e assumir o meu futuro na JP, ou seja,

recomeçar o trabalho no dia seguinte.

Acreditas numa reafirmação de Portugal e dos

portugueses no Mundo?

Basta olhar para a História de Portugal para

constatar que nos momentos de extrema

dificuldade o nosso país sempre se

soube reinventar. É óbvio que não

voltaremos a ser uma potência colonial

como no século XVI…no entanto em

domínios como, por exemplo, as novas

tecnologias, industria especializada,

têxteis técnicos ou ligados a moda,

exploração da zona económica

É habitual haver contacto permanente entre as

Secretarias-Gerais da JP e do CDS. Como avalias

esta relação no teu mandato?

Estou absolutamente convicto que o crescimento

da Juventude Popular é um reflexo do crescimento

do CDS, bem como o crescimento do CDS resulta

num natural crescimento da JP. Ou seja, acredito

que ambas as instituições devem ter uma relação

de extraordinária proximidade. Neste sentido, e

após a sua eleição, procurei de imediato reunir

com o meu homólogo, o Dr. António Carlos

Monteiro com o objectivo de criarmos uma ponte

de trabalho comum de melhor funcionamento

entre as estruturas. No que toca à relação entre as

Secretarias-gerais, apraz-me bastante afirmar que

existe a melhor das relações entre nós. Uma

relação que tem sido pautada em ambos os lados

por uma disponibilidade a todos os níveis, dotada

de uma total e franca abertura, sem que esta

represente não só uma ingerência na autonomia

da Juventude Popular, como também da minha

parte uma tentativa de manipulação dos trabalhos

do CDS.

A coligação de Governo PSD/CDS parece firme.

Achas que o partido sairá prejudicado em

termos eleitorais desta campanha governativa?

Sinceramente, creio que essa questão nem se põe.

Infelizmente o país atravessa um período bastante

sensível e exigente nas mais diversas áreas. Torna-

se vital uma solidificação da nossa economia, uma

reestruturação das nossas políticas sociais, uma

reafirmação de Portugal e do mercado português a

nível internacional entre tantas outras áreas que

necessitam de uma urgente intervenção. O CDS

enquanto partido de Governo, em conjunto com o

PSD, possui um enorme sentido patriótico,

trabalhando em nome de Portugal, por Portugal,

não procurando com o seu trabalho

resultados eleitorais futuros.

Desde que tomaste posse, a JP tem tido um

crescimento acelerado. É tão desgastante como

recompensador estar todos os dias no terreno?

No seguimento do convite por parte do meu

Amigo Miguel Pires da Silva para ingressar esta

16 | abril 2012 o jovem

<<

dificuldade o nosso país sempre se soube

reinventar. É óbvio que não voltaremos a ser uma

potência colonial como no século XVI…no entanto

em domínios como, por exemplo, as novas

tecnologias, industria especializada, têxteis

técnicos ou ligados a moda, exploração da zona

económica exclusiva do nosso mar (ZEE), e

noutras áreas, inclusivamente agrícolas,

deveremos ambicionar ter um papel cada vez mais

preponderante. Apesar das inúmeras dificuldades,

acredito que com trabalho, determinação e um

rumo constante, poderemos conseguir reganhar o

papel que merecemos quer a nível europeu quer a

nível dos países com os quais mantemos relações

privilegiadas devido à nossa história. Neste

momento países como o Brasil e Angola são

determinantes para a nossa economia, não nos

podendo esquecer de outros países, como por

exemplo a Guiné, Timor, Moçambique entre

outros que necessitam um dever de colaboração,

mas que no futuro serão certamente parceiros

determinantes. O papel da CPLP é absolutamente

crucial na influência que Portugal deve ter no

mundo, nomeadamente naquele que construi.

Que mensagem deixas aos militantes da

Juventude Popular e aos leitores d’O Jovem?

Nestes tempos extremamente difíceis

temos que acreditar (e eu não tenho

qualquer duvida) que o nosso caminho

é o único que nos permite sair desta

crise que teve origem na combinação

da adversa situação económica

internacional e de todo um conjunto de

desvarios políticos internos cometidos

Que mensagem deixas aos militantes da

Juventude Popular e aos leitores d’O Jovem?

Nestes tempos extremamente difíceis temos que

acreditar (e eu não tenho qualquer duvida) que o

nosso caminho é o único que nos permite sair

desta crise que teve origem na combinação da

adversa situação económica internacional e de

todo um conjunto de desvarios políticos internos

cometidos pelo anterior executivo. Gostaria assim

de deixar uma mensagem simples e muito clara:

desde 1143 até aos nossos dias que a Nação

Portuguesa soube inverter períodos negativos,

assim, e apesar de todas as dificuldades, temos

que acreditar em nós jovens, temos que acreditar

no nosso país, temos que trabalhar com

determinação e afinco por um futuro melhor e

sustentável, não duvidando de que a Juventude

Popular e o CDS serão de forma incondicional um

braço amigo na construção consciente do nosso

futuro, no futuro dos Jovens Portugueses e de um

Portugal renovado.

desvarios políticos internos cometidos

pelo anterior executivo. Gostaria assim

de deixar uma mensagem simples e

muito clara: desde 1143 até aos nossos

dias que a Nação Portuguesa soube

inverter períodos negativos, assim, e

apesar de todas as dificuldades, temos

que acreditar em nós jovens, temos que

acreditar no nosso país, temos que

trabalhar com determinação e afinco

por um futuro melhor e sustentável, não

duvidando de que a Juventude Popular

e o CDS serão de forma incondicional

um braço amigo na construção

consciente do nosso futuro, no futuro dos

17 | abril 2012 o jovem

numa palavra…

Um país: Egipto

Uma cidade: São Paulo

Uma viagem: Síria e Jordânia;

Um livro: A Queda de um Anjo;

Um filme: A Lista de Schindler;

Uma música: In A Little While;

Um politico: George Catlett Marshall;

Uma marca: Região Demarcada do Douro;

Uma bebida: Vinho;

Uma qualidade: Determinado;

Um defeito: Pouco Pontual.

Um politico: George Catlett Marshall;

Uma marca: Região Demarcada do Douro;

Uma bebida: Vinho;

Uma qualidade: Determinado;

Um defeito: Pouco Pontual.

19 | abril 2012 o jovem

s privatizações de empresas, cuja participação

do estado é significativa, tem sido alvo de alguma

polémica nos média e nos mercado financeiros. O

estado encontra-se indiscutivelmente a passar por

dificuldades e tem forçosamente que existir uma

mudança.

As privatizações contribuem efectivamente para a

ajuda do cumprimento do défice e

consequentemente da estabilidade das contas

públicas do estado português e também do

aumento da competitividade de todo o sector

empresarial. Mas serão estes parâmetros

suficientes para justificarem tais actos?

Analisando cuidadosamente o sector público,

através de dados transmitidos nos jornais e

debates efectuados por políticos e especialistas

em economia, diria que sim. Estes parâmetros são

suficientes e realmente necessários. O peso do

estado na economia nacional tem efectivamente

que baixar. Torna-se insustentável o estado

continuar a participar em empresas que não

apresentam resultados positivos e ainda ter que

remunerar os chamados gestores de topo com

ordenados grandiosos, sem que estes apresentem

resultados positivos para a empresa. Torna-se

igualmente insustentável nos dias que correm os

portugueses terem de suportar uma empresa com

orçamentos imponentes, sem que passem por

qualquer tipo de controlo ou que ofereçam

directamente algum tipo de benesse ao povo

português. Hoje em dia, mais que nunca é quase

que obrigatório, fazer mais e melhor, com menos

recursos.

Respeito o ponto de vista de que, o estado não

deveria vender todas as suas empresas. No

entanto, penso que será necessário entender

que necessitamos urgentemente de adoptar

Privatizações – bom ou mau?

deveria vender todas as suas empresas. No

entanto, penso que será necessário entender que

necessitamos urgentemente de adoptar políticas

que dinamizem os mercados, aumentando, assim

a credibilidade do país e dos mercados. É com uma

enorme satisfação que visualizamos através de

informação disponibilizada na imprensa que foi

concluído com algum sucesso as privatizações

realizadas no sector da energia “EDP e REN”, por

exemplo. Estas actividades económicas

comprovam claramente que Portugal pode ser

uma fonte de investimento sustentável, apetecível

e credível para capitais estrangeiros.

Desta forma e com o apoio da nova legislação do

trabalho, os portugueses irão sentir-se obrigados a

lutar cada vez mais pelo seu posto de trabalho,

local de trabalho esse, que cada vez mais irá ser

ocupado por verdadeiros profissionais

competentes, qualificados, motivados e focados

em obter bons resultados. Portugal irá sair

beneficiado em termos empresariais, financeiros e

económicos da crise que atravessa através da

aplicação destas medidas, tornando-se assim, num

país mais forte e competitivo.

Em modo de conclusão, fico a aguardar

ansiosamente que todo o processo negocial das

empresas com capital de estado seja

efectivamente bem sucedido para o bem de todos

os portugueses. Com estas medidas o tecido

empresarial português irá ficar mais forte,

competente e dinâmico, apresentando assim,

maior credibilidade financeira nos mercados

internacionais e o país ficará menos vulnerável e

mais estável economicamente.

André Bazan

A

Militante da Juventude Popular da Maia [email protected]

20 | abril 2012 o jovem opinião

<<

esde 1976 que está prevista na constituição da

República Portuguesa a Regionalização conforme o

artigo 238º em Portugal Continental, este

acontecimento tem sido constantemente adiado

pelas forças políticas que sobem ao poder, a par se

encontram também as vozes regionalistas que se

fazem ouvir cada vez mais desde a revolução de 25

de Abril de 1974. Esta vontade nobre em contrariar o

centralismo incessante que se faz em Lisboa foi

posta à prova no referendo de 8 de Novembro de

1998porém a fraca adesão às urnas causada pela

confusa campanha política que desviou o verdadeiro

sentido do referendo ditou o seu fracasso.

A voz do povo foi-se intensificando e nos dias de

hoje murmura-se a palavra regionalização por todo

o país, pois eu defendo que se grite! Leigos são

aqueles que ainda pensam que regionalizar não é

mais que uma desculpa para dividir o país e retirar

de Lisboa tudo o que por lá se faz, a meu ver trata-se

imperiosamente de uma necessidade de valorizar o

resto do país permitindo que todas as regiões se

desenvolvam e não continuar a produzir para

sustentar o Terreiro do paço. Com a regionalização

novos horizontes se abriam, melhorias económicas

se verificariam, desenvolvimento em todo o país

existiria. Assim, considero o acto de regionalizar o

impulsionador de um futuro risonho para Portugal.

As regiões poderiam finalmente tirar total proveito

das ajudas da União Europeia destinadas às regiões,

existiria um equilíbrio entre o litoral e o interior

baseado no desenvolvimento da auto-suficiência.

Importante será dizer que a regionalizar não se

poderão aumentar as despesas com cargos políticos

e novas instituições públicas, contrariar essa

tendência é palavra de ordem defendendo os

interesses da nação e não os interesses políticos.

Inevitável é falar de regionalização sem se falar na

Encontrar o Norte!

Ângelo Miguel Vogal da Juventude Popular da Maia [email protected]

interesses da nação e não os interesses políticos.

Inevitável é falar de regionalização sem se falar na

cidade do Porto eleita “Melhor Destino Europeu

2012”, comecemos então por aterrar no Aeroporto

Francisco Sá Carneiro considerado em 2007 o

melhor aeroporto da Europa, não satisfeito

continua a bater recordes sendo dos mais recentes

o feito de ultrapassar a barreira dos 6 milhões de

passageiros anuais, situado na cidade da Maia

pertencente à Metrópole do Grande Porto; e

porque não uma volta à beira mar passando pelo

mais eficiente e lucrativo porto marítimo, o Porto

de Leixões; pertence-nos também a maior área

Industrial do país, na Maia; o vinho do Porto um dos

principais emblemas de Portugal.

O Norte é a segunda região do país que mais produz

porém a primeira mais pobre, e perguntamo-nos

como é isto possível e afinal onde pára a riqueza

que tanto nos custa a criar? Vai toda parar a um

buraco sem fim, de nome Lisboa, buraco esse bem

fundo que nos remete para o reinado de D. João V,

rei que teve a proeza de esbanjar todo o ouro

proveniente das colónias em obras luxuosas como o

Aqueduto das Águas Livres em Lisboa ou o

Convento de Mafra, em 1750 o monarca morrera

mas ficara a sua pior obra o Centralismo

Democrático. Depois de tantos anos com a mesma

política, será tão difícil encontrar o norte?

Chega de cortar as pernas a quem quer andar pelo

seu próprio pé, a quem quer dar rumo ao país, a

quem quer encontrar o norte há tanto perdido. Não

vale a pena adiar o inevitável, apostar na

regionalização é vital, não há que procurar, há que

ouvir a pronúncia do Norte!

s privatizações de empresas, cuja participação

D

22 | abril 2012 o jovem opinião

<<

Guiné-Bissau

Nuno Silva Vice-Presidente da Juventude Popular da Maia [email protected]

usta-me muito considerar Estados falhados.

No entanto, as condições geográficas,

económicas, políticas, militares e a sua história

recente são um autêntico “case study” de como

um Estado falha redondamente. No entanto, o

grande problema da Guiné-Bissau é muito fácil de

se encontrar: são as suas forças armadas. Não

restam dúvidas que as Forças Armadas Guineenses

têm sido, ao longo dos últimos trinta e alguns

anos, o centro da instabilidade política que o país

sempre teve. Claro que o facto de ser um país de

difícil acesso, de solos pouco ricos, de ser um país

de narcotráfico, de não ter instituições preparadas,

de não ter infra-estruturas, afecta muito a sua

estabilidade. No entanto, as forças armadas nunca

tiveram uma transição para o modelo

democrático, o que fez com que ficassem em

regime de"permanente estado de guerra".

Depois da morte de Nino Vieira, ninguém quis

saber da Guiné. É normal, lá não há nada. Em

2010, nova tentativa de golpe de estado foi

orquestrada pelas forças armadas. Angola tem

estado no terreno mas, de novo, e agora contra

Angola, uma grande facção do exército, liderada

por ainda não se sabe bem quem, prende o

candidato presidencial e Primeiro-ministro e ainda

o Presidente interino sob acusação de preparação

da entrega das forças armadas guineenses a

Angola no pós-eleições presidenciais que se

disputariam em 2 semanas., toma a capital e as

instituições guineenses. Não é normal um país

soberano, reconhecido, ter Forças Armadas

divididas em cartéis e lideradas por senhores de

guerra.

Portugal, e bem, enviou para a Guiné-Bissau a

Força de Reacção Imediata, com uma fragata, uma

corveta e um P-3 Orion da Força Aérea para,

caso seja necessário, assegurar os interesses

C Portugal, e bem, enviou para a Guiné-Bissau a Força

de Reacção Imediata, com uma fragata, uma

corveta e um P-3 Orion da Força Aérea para, caso

seja necessário, assegurar os interesses

portugueses, os cidadãos nacionais, e os cidadãos

estrangeiros e mesmo guineenses que sejam

considerados pelo governo português. Não advogo

uma intervenção militar directa, nem sequer a

presença portuguesa, como em Timor à luz das

dificuldades financeiras que o país atravessa, mas

parece claro que, Portugal juntamente com os

parceiros da CPLP e com a ONU tem de convergir

numa estratégia viável para garantir a estabilidade

das instituições democráticas guineenses. Citando

Jaime Nogueira Pinto “Se a Guiné-Bissau se tornar

num estado falhado, que é o que acontecerá se esta

situação não for reposta, vai custar muito mais

mesmo em termos financeiros do que custará por

exemplo neste momento uma missão internacional

que ajude, do ponto de vista militar, a endireitar as

coisas. Para além da vergonha que é haver um

estado falhado na comunidade lusófona”.

24 | abril 2012 o jovem opinião

<<