46 | dezembro/janeiro 2012
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O Jovem, jornal oficial da Juventude Popular da Maia. www.jpmaia.comTRANSCRIPT
[3] [6] [18]
Foi presidente da Juventude Popular durante oito anos, casa onde cresceu e se destacou
na vida política portuguesa. O passo seguinte passou pela secretaria-geral do CDS-PP, onde
deixou uma marca inconfundível. Deputado desde 2009, eleito pelo círculo eleitoral do
Porto, é hoje vice-presidente da bancada parlamentar do CDS-PP e seu porta-voz e um dos
deputados em maior destaque na Assembleia da República.
[12]
A JP Maia convidou o eurodeputado Diogo Feio e o professor universitário Paulo Vila Maior para debater a actual crise que assola a União Europeia e as perspectivas para o futuro do Velho Continente.
No final de 2012 os americanos vão a eleições para escolher o seu presidente. Neste Relatório Internacional poderás encontrar as últimas novidades sobre as eleições primárias do Partido Republicano.
Assumindo a dianteira nesta matéria no concelho da Maia, a Juventude Popular apresentou a sua proposta de reforma administrativa do concelho ao público. Nesta edição poderás lê-la na íntegra.
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,
Três anos. Na vida de qualquer pessoa,
três anos é muito tempo. Três anos
albergam acontecimentos que nos
marcam e outros que esquecemos;
emoções que recordamos e outras que
passam e se dissolvem na espuma da
memória; pessoas que nos
acompanham e outras que se perdem
pelo caminho. Os meus últimos três
anos foram feitos de acontecimentos
únicos, emoções inesquecíveis e pessoas
eternas. Os meus últimos três anos
foram feitos na companhia d’O Jovem.
Algo que, para mim, é único,
inesquecível e eterno.
Estes três anos ficarão guardados na
minha memória pela disponibilidade e
pela generosidade das dezenas de
pessoas que me ajudaram a preencher
as centenas de páginas com que O
Jovem marcou a Juventude Popular da
Maia. Que me ajudaram a construir três
anos em que O Jovem marcou a
Juventude Popular de uma forma
incomparável.
Foram muitos os que me deram o gosto
de fazer parte das estatísticas generosas
destes três anos. Foram 26 entrevistas a
personalidades marcantes na vida do
país, na vida do CDS, na vida da JP e na
minha vida. Foram dezenas as pessoas
que aceitaram desenhar a sua opinião
nestas páginas: as sempre generosas e
pertinentes visões dos militantes da
melhor concelhia do país, os contributos
cheios de conhecimento de causa de
alguns dos melhores militantes que a JP
tem por todo o país, e a ajuda, que não
esquecerei, daqueles que, não tendo
nada a ver com a Juventude Popular –
nada a ver com a Juventude Popular –
um ou outro até de uma sensibilidade
partidária diferente – contribuíram
decisivamente para o enriqueci-
mento da qualidade que O Jovem
sempre pretendeu oferecer à
Juventude Popular.
Foram três anos de orgulho, evolução
e de trabalho árduo. Três anos de
audiências boas e outras piores.
Foram três anos que percorreram os
melhores e os piores momentos da
Juventude Popular, em mandatos de
três presidentes diferentes. Três anos
de vitórias e de derrotas. Três anos de
força e de desânimo. Mas três anos
em que o saldo foi positivo, em que se
fez mais JP e nos quais a JP pode
observar o que de melhor há em si.
Esta é a última edição d’O Jovem que
assino como seu editor. Faço-o já com
alguma saudade, mas certo de que o
legado de 34 edições que ajudei a
fazer contribuirá, como poucos, para a
construção e a dignificação da
memória histórica da Juventude
Popular em geral e da concelhia da
Maia em particular.
Agora que assumirei o lugar de leitor
compulsivo desta publicação, resta-
me fechar o passado no baú do melhor
que vivi na minha vida, e esperar
ansioso que o futuro chegue. Pois
como escreveu Miguel Esteves
Cardoso, "por muito que se goste de
chorar o passado ou preferir o
presente, a História demonstra, em
traços largos, que o futuro é sempre
melhor para a maioria das pessoas.”
Venha ele, sempre melhor e mais
perfeito!
Por terras de
Lidador
“Portugal está a fazer tudo bem para
corrigir as suas contas e está com
esta atitude a dar um excelente
exemplo de seriedade ao mundo
económico-financeiro”. Esta foi uma
das principais mensagens que o
eurodeputado do CDS/PP, Diogo
Feio, transmitiu num debate sobre
“O Futuro da Europa”, que a
Juventude Popular da Maia organizou
recentemente.
O eurodeputado salientou que
“Portugal ainda é um país onde é
difícil criar riqueza em comparação
com outros Estados membros” e
apontou, como uma possível solução
a harmonia fiscal. Na opinião
de Diogo Feio, o Euro não está
a passar por uma crise, indicando,
sim, a existência de uma crise
de administração do Euro
em que talvez a principal saída seja
não enfraquecer a moeda mas, ao
invés, fortalecê-la cada vez mais”.
Para começar, defende uma maior
proximidade dos governos de cada
país com as instâncias de decisão da
EU. Por exemplo, os ministros das
Finanças da zona Euro devem reunir
com uma maior frequência em
detrimento dos dois encontros
anuais. No debate esteve ainda o
docente da Universidade Fernando
Pessoa, Paulo Vila Maior, que
advogou que a sobrevivência da UE
passa principalmente por todos
alinharem prioridades, “coisa que não
se tem feito”. A Grécia foi apontada
como “o início do contágio”,
relembrando que os governos deste
país falsearam a existência de défices
excessivos” durante anos.
No último mês de Dezembro a
Juventude Popular da Maia apresentou
o culminar de dois anos de trabalho,
apresentou a sua Proposta de Reforma
Administrativa e Territorial (PRAT) para
o Concelho da Maia. Onde muitos não
quiseram que a estrutura vincasse o seu
carácter activo e determinado, nós não
desistimos e conversamos com toda a
Maia que se dignou a respeitar-nos.
Fomos a todas as freguesias e falamos
com alguns executivos. Conhecemos
cada cantinho menos apelativo e
subestimamos todos aqueles que são
limpos apenas para freguês ver.
Compreendemos agora muito melhor a
nossa terra, sabemos sem qualquer
dúvida quem nela tem influência.
A PRAT da JP Maia é simples e
objectiva: divisão das dezassete juntas
de freguesia por cinco novas zonas
administrativas que respeitam e
identidade e potenciam cada um dos
grandes atributos dessas mesmas
zonas. Não pactuamos com hipocrisia:
há um sentimento de bastidores em
todo o concelho que muitas das nossas
propostas são aquilo que realmente o
concelho precisa. No dia da
apresentação pública as reacções não
podiam ter sido melhores: as pessoas
gostam de quem realmente apresenta
alternativas e de discursos saudáveis.
Aliás, é por isso que cá andamos todos
os dias a elevar no nome da Juventude
Popular. Preocupa-nos com o futuro e
com a nossa geração. Nós
concretizamos, e assim continuaremos.
Numa altura em que muito se tem
falado da reforma administrativa e
territorial do país, a Comissão Política
Concelhia da Juventude Popular (JP) da
Maia apresenta esta quarta-feira, à
noite, a proposta da estrutura para a
renovação do mapa autárquico do
concelho da Maia. A proposta passa pela
reorganização do concelho em cinco
novas zonas administrativas,
aglomerando as actuais 17 juntas de
freguesia. Cinco zonas “que estão em
total harmonia com as características de
cada freguesia actual”, garante o
presidente da estrutura, Manuel
Oliveira.
Em termos objectivos os jovens
populares da Maia propõem a criação de
cinco zonas administrativas: Castêlo da
Maia, Pedras Rubras, Lidador, Águas
Santas e Folgosa.
Estas zonas administrativas pensadas
em “total harmonia” com as
características de cada actual junta de
freguesia, respeitando, acima de tudo a
identidade de cada freguesia. Portanto,
“o que nós propomos a par até da
proposta do Governo por aquilo que
pode ler-se no livro verde que já
publicou, a nossa proposta também
respeita sempre a identidade da
freguesia e visa só, unicamente, a
questão administrativa da junta de
proposta do Governo por aquilo que
pode ler-se no livro verde que já
publicou, a nossa proposta também
respeita sempre a identidade da
freguesia e visa só, unicamente, a
questão administrativa da junta de
freguesia e não a identidade cultural,
histórica e sociológica da freguesia”,
justifica Manuel Oliveira.
Trata-se de uma proposta objectiva que
resulta de dois anos de trabalho no
terreno, “de conhecimento do concelho
e também do contacto com as pessoas
que lideram o concelho da Maia,
nomeadamente as juntas de freguesia, a
próprio executivo camarário, a
assembleia municipal, todos os
intervenientes da política na Maia”. O
resultado, é então o documento a
apresentar esta noite, que também vem
no seguimento da discussão actual da
reforma do poder local.
O líder da Juventude Popular da Maia
recorda que nem todos os presidentes
de junta se mostraram disponíveis para
receber a comissão política da estrutura
popular. Foram recebidos “apenas em
seis ou sete juntas de freguesia”, mas
visitaram e ficaram a conhecer todas as
outras freguesias onde não foram
recebidos pelos seus autarcas. No
entanto, aqueles com quem teve
oportunidade de reunir e conversar,
seis ou sete juntas de freguesia”, mas
visitaram e ficaram a conhecer todas as
outras freguesias onde não foram
recebidos pelos seus autarcas. No
entanto, aqueles com quem teve
oportunidade de reunir e conversar,
“alguns mostraram alguma abertura,
outros nem tanto e apresentaram
algumas reservas porque segundo a
visão deles a questão da proximidade
iria ser afectada”, conta.
Já no que toca à reforma da democracia
local, a proposta da JP defende o
princípio dos executivos maioritários, ou
seja, executivos de um só partido ou de
coligação, sem a presença dos
vereadores de oposição. O executivo
camarário passaria a ser escolhido e
liderado pelo primeiro elemento da lista
mais votada para a Assembleia
Municipal. A proposta defende ainda um
papel mais fiscalizador e interveniente
da Assembleia Municipal; a diminuição
do executivo camarário dos actuais onze
para oito elementos; a extinção da
inerência dos presidentes de junta nas
reuniões da Assembleia Municipal e o
reforço do papel do presidente da
Câmara nas reuniões da Assembleia
Municipal, passando a ser obrigatório
que este órgão reúna uma vez por mês.
E porque entende que a discussão deve
continuar a ser alimentada, depois da
apresentação da proposta segue-se um
debate sobre o tema alargado à
realidade nacional, que vai contar com a
presença do vice-presidente da bancada
parlamentar do CDS, João Almeida e do
ex-presidente da Junta de Freguesia de
Lordelo do Ouro e autarca do PSD
Porto, Alberto Lima.
A Juventude Popular (JP) da Maia
apresentou, no final da semana
passada, ao presidente da Câmara
Municipal da Maia a sua proposta de
reforma administrativa e territorial
para o concelho. A audiência contou
ainda com a presença do vereador da
Juventude, Hernâni Ribeiro. Depois de
terem apresentado a proposta
publicamente, no final do ano, a JP
queria também fazê-la chegar ao
autarca. Foi isso que aconteceu
agora. A Bragança Fernandes
apresentaram um documento que, na
sua base, propõe a passagem das
actuais 17 juntas de freguesia para um
modelo de cinco zonas
administrativas, mas “preservando os
traços identitários de cada uma das
freguesias”, garante a estrutura. A JP
ressalva que a sua proposta respeita
“a harmonia territorial”, no entanto,
promove uma maior competitividade
inter-regional
“a harmonia territorial”, no entanto,
promove uma maior competitividade
inter-regional temas como a extinção
dos “vereadores de oposição”, o papel
mais fiscalizador da Assembleia
Municipal, o método de eleição e
formação do executivo camarário e o
papel dos presidentes de Junta em
reunião de Assembleia Municipal
foram abertamente discutidos por
ambas as partes “tendo-se encontrado
pontos de comum acordo”. “A
proposta da JP Maia pressupõe maior
frequência de reuniões da Assembleia
Municipal, o fim do poder de voto dos
presidentes de junta nessas reuniões e,
por exemplo, a total liberdade do
presidente da câmara eleito para
escolher a sua equipa tal como
acontece no Governo central” enumera
a JP da Maia.
A JP da Maia elogia a “abertura,
rapidez e interesse” do executivo
camarário na proposta que foi
apresentada. A estrutura recorda que,
desde o início, a sua intenção era
incentivar o debate do assunto e
“desligada” de interesses políticos.
“Esta é uma proposta de uma
estrutura juvenil mas acima de tudo é
um documento que espelha a opinião
de jovens que nasceram e vivem no
concelho da Maia e o sentem, acima
de tudo, como cidadãos”, justifica.
Durante a audiência com Bragança
Fernandes, ainda houve tempo para
os jovens populares abordarem temas
relacionados com os jovens,
nomeadamente o desporto, o urba-
nismo e o empreendedorismo.
Destaque para os projectos do Parque
Maior e das Piscinas Olímpicas.
Convém começar pelos factos,
transversais a todo o território
nacional. O mapa administrativo de
Portugal foi desenhado entre 1835 e
1840 pelos incontornáveis Passos
Manuel e Mouzinho da Silveira.
Desde então, mantém-se em vigor.
No entretanto, o País e o território
foram-se naturalmente transfor-
mando, chegando hoje a um cenário
completamente díspar daquele que
era quando entrou em vigor o actual
mapa administrativo de Portugal.
O século XIX da nossa História fala-
nos de um Portugal homogéneo na
sua distribuição demográfica, pré-
dominantemente ruralizado, fazendo
passar a agricultura como ponto forte
da sua actividade económica e ainda
parco em vias de comunicação que
fragmentavam e isolavam
excessivamente o território. Passados
passar a agricultura como ponto forte
da sua actividade económica e ainda
parco em vias de comunicação que
fragmentavam e isolavam
excessivamente o território. Passados
quase 200 anos, constata-se um país
completamente assimétrico, extre-
mamente heterogéneo na distribuição
populacional, concentrada no litoral.
Industrialmente, tendemos a evoluir
para as cidades de serviços.
Abandonando-se a dependência da
agricultura, com altos índices de
urbanização e com malhas densas de
acessibilidades entre centros urbanos.
Politicamente, não se encontram
respostas à crescente necessidade de
governação. Pelo contrário, perdeu-se
escala, mais acentuada nos níveis de
poder mais próximos da população.
A forma como hoje usamos e
transformamos o solo mudou
radicalmente. Mas mantiveram-se
os contornos da administração
poder mais próximos da população.
A forma como hoje usamos e
transformamos o solo mudou
radicalmente. Mas mantiveram-se
os contornos da administração
territorial, parados no tempo. Este
desajuste crescente torna pertinente
uma reforma do mapa
administrativo de Portugal.
Uma reformulação dos limites e
camadas de governação não se
materializa todos os anos, nem sequer
todas as décadas. Como tal, não pode
constituir o simples exercício de
reajuste à realidade. Deve, conter uma
visão contemporânea do território, de
olhos postos no futuro e considerando
as variáveis administrativas e
estatísticas sem nenhum subterfúgio
que se desvie de outras dimensões
não menos importantes, tal como o
factor identitário, cultural, social ou
económico.
Rever o mapa administrativo não
que se desvie de outras dimensões
não menos importantes, tal como o
factor identitário, cultural, social ou
económico.
Rever o mapa administrativo não
constitui por si só um exercício que se
limita a rever o espaço intra-
municipal. Pelo contrário, devem ser
seguidos critérios de
compatibilização, de coerência, na
reforma do Estado central, do
espaço regional e municipal. Assim,
mexer em freguesias sem olhar para
as do concelho vizinho, por vezes até
com maiores elos de ligação, é
incoerente. No presente documento
consideraremos apenas as Juntas de
Freguesia do Concelho da Maia por
razões óbvias, no entanto, não
deixamos de lado uma nova proposta
futura que englobe essas freguesias
vizinhas de outros concelhos. Há,
indiscutivelmente, freguesias da Maia
que se enquadram melhor em
Matosinhos ou no Porto; como há
freguesias desse concelho que
estariam estrategicamente melhor
posicionadas no concelho da Maia.
Descendo então ao fragmento
unitário da divisão do nosso território,
a freguesia, verifica-se hoje uma
completa perda de competências. É
então necessário voltar a dar escala.
Certamente que será este um dos
principais objectivos a que se propõe
uma revisão do mapa administrativo.
O que está em jogo não é apenas a
alienação pura de freguesias mas a
redistribuição de competências numa
perspectiva mais ampla, com vista ao
seu reforço individual. Manter tanto
quanto possível a forma (para evitar
mexer-se em factores sensíveis como
os identitários ou culturais) alterando
o conteúdo. Esta é a questão.
Agregar espaços intermunicipais que
juntos valham mais do que sozinhos
na reivindicação das suas
potencialidades. Procurar o que une
esses mesmos espaços quer em
termos sociais, económicos,
culturais ou identitários e justificar o
seu maior poder representativo para
descentralizar competências que
O que está em jogo não é apenas a
alienação pura de freguesias mas a
redistribuição de competências numa
perspectiva mais ampla, com vista ao
seu reforço individual. Manter tanto
quanto possível a forma (para evitar
mexer-se em factores sensíveis como
os identitários ou culturais) alterando
o conteúdo. Esta é a questão.
Agregar espaços intermunicipais que
juntos valham mais do que sozinhos
na reivindicação das suas
potencialidades. Procurar o que une
esses mesmos espaços quer em
termos sociais, económicos,
culturais ou identitários e justificar o
seu maior poder representativo para
descentralizar competências que
estão hoje nos municípios, por vezes
até viciadas e longe da realidade. Da
mesma forma, estas últimas, tal como
as áreas metropolitanas devem, no
seu respectivo domínio espacial,
serem capazes de se transformar
segundo os mesmos critérios para
legitimar competências que hoje são
centralizadas na capital. Trata-se de
um reescalonamento de compe-
tências e recursos.
Por último, não pode um reforço de
poder local ser admitido sem tornar
mais eficaz e transparente a gestão
local. É necessário qualificar os
agentes responsáveis por esse
acréscimo de competências, garantir
o funcionamento regular das
assembleias municipais ou de
freguesia ou ainda incrementar o
poder fiscalizador. Não faz sentido
falar de reforma administrativa sem
abordar, solidamente este tema.
assembleias municipais ou de
freguesia ou ainda incrementar o
poder fiscalizador. Não faz sentido
falar de reforma administrativa sem
abordar, solidamente este tema.
A presente proposta da Juventude
Popular da Maia não é em vão nem
tenta tirar proveito desonesto da
actualidade deste tema. Planos de
actividade, e até notícias de jornais,
comprovam desde 2010 o interesse
da estrutura pelo conhecimento
profundo da realidade territorial e
administrativa do concelho da Maia.
Foi nesse mesmo ano que começamos
a fazer um levantamento exaustivo de
todas as estruturas e organismos
públicos maiatos. Tomamos a
iniciativa de abordar pessoalmente
cada um dos executivos de Junta de
Freguesia que tomaram posse após as
eleições autárquicas de 2009 porque
entendemos que é justo ouvir aqueles
sobre quem vamos falar e propor uma
nova ideia, uma nova estratégia e
forma de actuar. Infelizmente, das
dezassete freguesias que compõem
o concelho, fomos recebidos apenas
em Pedrouços, Barca, Folgosa,
Milheirós, Vila Nova da Telha e Silva
Escura. Após um primeiro contacto,
Gueifães, Maia, Moreira e Vermoim
desinteressaram-se pela nossa visita
sendo que Gondim, São Pedro de
Avioso, Santa Maria de Avioso, Águas
Santas, Nogueira, Gemunde e São
Pedro de Fins nunca responderam ao
pedido de audiência da estrutura.
Faltas de respeito protocolares à
parte, o comprometimento da
Juventude Popular da Maia por um
levantamento sério da realidade foi
à mesma cumprido e, mesmo com
tentativas menos claras de
silenciamento desta nossa iniciativa,
podemos afirmar que estamos de
consciência absolutamente tranquila
quanto às nossas responsabilidades e
seriedade. Cumprimos, como sempre,
o nosso papel.
Tomamos a iniciativa de abordar
pessoalmente cada um dos executivos de
Junta de Freguesia que tomaram posse após
as eleições autárquicas de 2009 porque
entendemos que é justo ouvir aqueles sobre
quem vamos falar e propor uma nova ideia,
uma nova estratégia e forma de actuar.
podemos afirmar que estamos de
consciência absolutamente tranquila
quanto às nossas responsabilidades e
seriedade. Cumprimos, como sempre,
o nosso papel.
Tal como explica o Livro Verde, esta é
uma reforma ambiciosa e abre portas
para uma ainda maior evolução
futura. A Juventude Popular da Maia
concorda com a necessidade da
reforma a dois tempos - primeiro as
freguesias e em seguida os
municípios. Uma reforma estruturada
assume uma maior coerência a
começar pela base fazendo com que o
processo de transferência de
competências e responsabilidades
seja justamente repartido e
equilibrado pelas novas freguesias.
Acreditamos que a extinção das
juntas de freguesias não deverá
basear-se somente em critérios
aritméticos - deverá ser ponderado
um critério de acesso ou de
proximidade aos serviços que são
prestados nas juntas. Só assim se
melhora a qualidade de vida dos
cidadãos, obtém-se economias de
escala e verdadeiras poupanças. No
caso concreto do concelho da Maia, e
devido à sua característica urbana,
vias de comunicação e infra-estruturas
múltiplas, é perfeitamente possível
uma redução forte e definitiva dos
serviços que as dezassete juntas de
freguesias oferecem. Não faz sentido,
usando o exemplo de Vermoim ou
Maia, ter uma junta de freguesia a
cem metros da Câmara Municipal. Há
serviços e recursos que podem ser
aglomerados e perfeitamente
integrados numa ou noutra entidade
aumentando desta forma a
poupança. Somos sensíveis às
diferentes necessidades da população
face à proximidade da junta de
freguesia com a sede do município ou,
até mesmo, entre juntas de freguesia -
tendo como melhor exemplo Folgosa
e São Pedro de Fins em que ambas as
estruturas estão distanciadas por
pouco mais de um quilómetro.
Convém, por último, explicar
objectivamente que entendemos e
e São Pedro de Fins em que ambas as
estruturas estão distanciadas por
pouco mais de um quilómetro.
Convém, por último, explicar
objectivamente que entendemos e
defendemos a reforma da entidade
administrativa (Junta de Freguesia)
e não sobre a identidade cultural,
histórica e sociológica (Freguesia).
Acreditamos que o problema
identitário das várias Freguesias
nunca será colocado em causa com
esta reforma. Um freguês de Vila
Nova da Telha nunca se sentirá
atraiçoado por ter uma nova
entidade administrativa com outro
nome e que aglomere mais
Juntas de Freguesia. A actual
Constituição da República Portuguesa
defende o direito à identidade,
direito esse que será sempre
salvaguardado independentemente
da reforma política. Não
pretendemos, por isso, por em causa
o sentimento de identidade das
populações com a terra em que
nasceram ou viveram e, como tal, com
a qual se sentem identificadas. Uma
reforma administrativa que
rectifique os centros de decisão e as
unidades administrativas, não é
contrário à manutenção das
unidades territoriais já hoje
existentes.
Tendo em conta o diagnóstico apresentado,
a Juventude Popular da Maia procedeu a um
novo desenho do mapa do concelho,
aproveitando as fronteiras das actuais
freguesias, aglomerando-as em cinco
grupos que correspondem às novas juntas
de freguesias que propomos. Assim,
propõe-se a divisão do mapa do concelho
da Maia nos seguintes cinco pólos: Castêlo
da Maia (Barca, Stª Maria de Avioso, S.
Pedro de Avioso, Gemunde e Gondim),
Pedras Rubras (Moreira da Maia e Vila Nova
da Telha), Lidador (Vermoim, Maia e
Gueifães), Águas Santas (Milheirós, Águas
Santas e Pedrouços) e Folgosa (São Pedro
de Fins, Nogueira, Silva Escura e Folgosa).
Tendo em conta o diagnóstico
apresentado, a Juventude Popular da
Maia procedeu a um novo desenho
do mapa do concelho, aproveitando
as fronteiras das actuais freguesias,
aglomerando-as em cinco grupos
que correspondem às novas juntas de
freguesias que propomos.
Estas cinco novas unidades territoriais
respeitam o equilíbrio social e
económico que entendemos ser vital a
cada uma das novas juntas de
freguesia. Essa divisão emana do
carácter heterogéneo presente no
actual mapa concelhio, através do
qual se percebe que a divisão em
cinco freguesias é natural.
Assim, propomos a divisão do mapa
do concelho da Maia nos seguintes
cinco pólos: Castêlo da Maia (Juntas
de Freguesia de Barca, Stª Maria de
Avioso, S. Pedro de Avioso, Gemunde
e Gondim), Pedras Rubras (Juntas de
Freguesia de Moreira da Maia e Vila
Nova da Telha), Lidador (Juntas de
Freguesia de Vermoim, Maia e
Gueifães), Águas Santas (Juntas de
Freguesia de Milheirós, Águas Santas
e Pedrouços) e Folgosa (Juntas de
Freguesia de São Pedro de Fins,
Nogueira, Silva Escura e Folgosa).
Pela sua componente histórica, faz
todo o sentido que toda a zona que
compreende o território das actuais
juntas de freguesia de Santa Maria
de Avioso, São Pedro de Avioso,
Gemunde, Barca e Gondim, se funda
numa só unidade territorial.
A vila do Castêlo da Maia, que
abrange estas cinco freguesias,
obtém, muitas vezes, um maior
reconhecimento do que as próprias.
Não raras vezes, também, são as
próprias populações dessas freguesias
as primeiras a assumirem uma
identificação maior ao Castêlo da
Maia do que à freguesia específica da
próprias populações dessas freguesias
as primeiras a assumirem uma
identificação maior ao Castêlo da
Maia do que à freguesia específica da
qual são naturais ou residentes.
Como ponto de grande atractividade,
este núcleo territorial apresenta três
potenciais motores de
desenvolvimento académico,
empresarial e tecnológico: o Instituto
Superior da Maia, parte da Zona
Industrial da Maia e a proximidade
com o Tecmaia.
Tal como sucede com o Castêlo da
Maia, também podemos observar
empiricamente que a identidade de
Pedras Rubras, bem como o seu
reconhecimento por parte das
populações, ultrapassa, em larga
escala, o das freguesias que a
compõem: Moreira e Vila Nova da
Telha.
Assim, os motivos históricos que
presidem à união destas duas
freguesias numa só são
indiscutivelmente evidentes. Com
uma população residente de cerca de
16 mil habitantes, o peso demográfico
desta nova freguesia é, também,
significativo.
Como mais-valia significativa, e
potenciadora de uma dinâmica
positiva para o desenvolvimento desta
unidade territorial e toda a zona Oeste
do concelho da Maia, encontramos a
potenciadora de uma dinâmica
positiva para o desenvolvimento desta
unidade territorial e toda a zona Oeste
do concelho da Maia, encontramos a
presença do internacionalmente
aclamado Aeroporto Francisco Sá
Carneiro.
Unidas historicamente na
constituição da cidade da Maia, as
freguesias de Gueifães, Maia e
Vermoim fundem-se, nesta nova
proposta, numa nova unidade
territorial, a mais central do concelho.
Com uma concentração assinalável a
nível de serviços no contexto
concelhio, nomeadamente no que a
aspectos do funcionamento
administrativo do mesmo diz respeito,
é fácil considerar que a divisão deste
território em três unidades
administrativas ao mesmo tempo que
alberga a Câmara Municipal da Maia
constitui um grosseiro exagero.
Com um agregado populacional
elevado e uma oferta e um nível de
desenvolvimento assinalável, esta
nova unidade territorial tem tudo para
ser um pólo urbano e residencial de
excelência, nomeadamente através da
centralidade que oferece.
A divisão administrativa e
territorial do concelho da Maia com
as suas dezassete freguesias.
A divisão administrativa e
territorial do concelho da
Maia com a proposta
da JP Maia: dezassete
Juntas de Fregue-
sai divididas em
cinco novas
áreas.
A freguesia de Águas Santas, com a
sua configuração actual, representa
a maior freguesia do concelho em
termos populacionais, reunindo cerca
de 20% da população. Se a ela
juntarmos as freguesias de Milheirós e
Pedrouços (a mais “jovem” do
concelho), obtemos um número
superior a 30% da população maiata.
Para além de ser um dos mais
significativos pólos maiatos no que diz
respeito à população residente, a nova
freguesia de Águas Santas beneficia
de um posicionamento estratégico na
fronteira com os concelhos do Porto,
Matosinhos e Gondomar.
A proximidade a pólos empresariais e
académicos de excelência no contexto
distrital e nacional é mais um dos
pontos positivos desta freguesia, e
que lhe atribui um potencial de
desenvolvimento assinalável.
O concelho da Maia tem uma das suas
características mais notórias na
dicotomia entre o rural e o urbano.
São Pedro de Fins, Silva Escura,
Folgosa e Nogueira, e todo o
território compreendido por estas
quatro freguesias é, talvez, a
representação mais fiel da ruralidade
que ainda caracteriza uma boa parte
do concelho da Maia.
Assim, propomos juntar estas quatro
quatro freguesias é, talvez, a
representação mais fiel da ruralidade
que ainda caracteriza uma boa parte
do concelho da Maia.
Assim, propomos juntar estas quatro
freguesias que constituem o “Pulmão
da Maia”, construindo assim uma
fonte de potencial inesgotável, na
aliança entre o clássico e o moderno,
entre o verde actual e o urbano a
desenvolver, entre a história e a
identidade que marcam as raízes do
concelho e o desenvolvimento que a
zona Lesta da Maia também merece.
Para além do redesenho do mapa
concelhio, não deve ser esquecida a
reformulação do modelo de
funcionamento e de eleição dos
órgãos autárquicos. Não faz sentido
que as Assembleias Municipais
continuem a ter um papel cada vez
mais simbólico, subjugada às
competências do executivo
camarário.
Da mesma forma, não faz sentido
que os esses mesmos executivos
camarários vejam o seu trabalho
limitado pelo condicionamento de
certas decisões dos vereadores
eleitos pela oposição. Assim sendo, a
Juventude Popular da Maia defende
o princípio de que o presidente do
município seja o primeiro eleito da
certas decisões dos vereadores
eleitos pela oposição. Assim sendo, a
Juventude Popular da Maia defende o
princípio de que o presidente do
município seja o primeiro eleito da
lista mais votada à respectiva
Assembleia Municipal e o seu
executivo camarário escolhido por
ele, num enquadramento
semelhante ao da composição dos
governos da República. Desta forma,
conferir-se-iam mais poderes à
Assembleia Municipal, que focaria e
melhoraria a sua fiscalizadora e
conferir-se-ia uma estabilidade e
homogeneidade fundamentais à
actuação de qualquer Câmara Muni-
cipal. No caso concreto do concelho da
Maia é, ainda, razoável pensarmos
numa diminuição dos vereadores que
compõem o executivo camarário (dos
actuais 11 para 8) sem que uma
gestão autárquica eficaz seja posta
em causa, nomeadamente num
cenário em que a Assembleia
Municipal, com os seus poderes
reforçados, constituiria um reforço
significativo para essa mesma gestão.
Ainda como ponto de elementar justiça
e bom senso, a Juventude Popular da
Maia defende que os Presidentes das
Juntas de Freguesia deixem de ter
inerência nas reuniões da Assembleia
Municipal, acabando assim, por um
lado, com uma inconcebível anorma-
lidade democrática, e, por outro, com
uma situação que, na prática, pode
levar a que interesses particulares de
uma freguesia se imponham ao
interesse comum de todo o concelho.
Deverá ainda ser reforçada a presença
do Presidente da Câmara Municipal
nestas reuniões, com um carácter
obrigatório de, pelo menos, uma vez
em cada mês, de modo a
consubstanciar uma cooperação
estratégica entre ambos os órgãos e a
facilitar e optimizar a tarefa
fiscalizadora da Assembleia Municipal.
Cinco áreas administrativas
para um futuro mais eficiente,
eficaz, coerente e dinâmico.
Foi presidente da Juventude Popular durante oito anos, casa
onde cresceu e se destacou na vida política portuguesa. O passo
seguinte passou pela secretaria-geral do CDS-PP, onde deixou
uma marca inconfundível. Deputado desde 2009, eleito pelo círculo
eleitoral do Porto, é hoje vice-presidente da bancada parlamentar
do CDS-PP e seu porta-voz e um dos deputados em maior destaque
na Assembleia da República.
Quatro anos e meio depois, que
diferenças existem entre o João
Almeida actual e aquele que deixou
a liderança da Juventude Popular?
Esta pergunta entra no domínio da
psicanálise, para a qual não estou
habilitado. É natural que tenha, hoje,
mais experiência e maturidade. Pelo
menos é isso que me vão dizendo.
Sinceramente, não consigo fazer uma
separação.
Tiveste um papel fundamental na
revitalização do partido ocorrida nos
últimos anos, devido ao teu trabalho
na secretaria-geral. Como classificas
o estado actual do CDS? Esta
tendência de crescimento veio
para ficar?
Agradeço o elogio, mas esse foi um
trabalho de muita gente. Desde as
estruturas locais, dos seus dirigentes e
militantes, ao Presidente do Partido.
Sem esquecer o enorme contributo
dos funcionários do CDS. Foi esse
trabalho que permitiu que o CDS seja,
actualmente, um partido forte e
preparado para as diferentes tarefas
militantes, ao Presidente do Partido.
Sem esquecer o enorme contributo
dos funcionários do CDS. Foi esse
trabalho que permitiu que o CDS seja,
actualmente, um partido forte e
preparado para as diferentes tarefas
que é chamado a desempenhar. Daí
termos tido um ciclo eleitoral muito
positivo. Acho que a consistência que
o partido tem é um factor
determinante para que possamos
continuar a crescer.
Parte do mérito desse crescimento
é, certamente, do grupo
parlamentar de que agora és Vice-
Presidente. Que comentário te
merece o trabalho dos deputados
do CDS?
O Grupo Parlamentar é sempre a face
mais visível do partido. Sem dúvida,
nas últimas legislaturas, o seu
trabalho tem estado na base do
crescimento eleitoral do CDS. No
inicio da actual legislatura, vários
deputados foram chamados a integrar
o governo, o que representa
reconhecimento, mas também um
trabalho tem estado na base do
crescimento eleitoral do CDS. No
inicio da actual legislatura, vários
deputados foram chamados a integrar
o governo, o que representa
reconhecimento, mas também um
desafio ao actual grupo. Há que
manter o trabalho de qualidade.
Decorridos seis meses desta
legislatura, acho que esse desafio está
a ser vencido. É uma consequência do
excelente trabalho dos diferentes
deputados, muito deles estreantes, e
acima de tudo duma excelente
liderança exercida pelo Nuno
Magalhães.
Desse grupo parlamentar fazem
parte dois deputados da Juventude
Popular e, simultaneamente, do
círculo eleitoral do Porto, que é
também o teu. Como classificas, em
particular, o seu trabalho?
Excelente. Não o digo por amizade,
mas digo-o com orgulho. É fantástico
ter dois deputados da JP, ainda por
cima eleitos pelo Porto, com tanta
qualidade. O Micha tem dado
seguimento ao óptimo trabalho que já
vinha desenvolvendo e a Vera tem-se
afirmado a cada tarefa que lhe é
atribuída. É sem dúvida uma das
revelações desta legislatura.
Alguns anos depois, o CDS volta ao
Governo. Que papel será o partido
chamado a assumir no mesmo, uma
vez que, em comparação com o que
aconteceu em 2002, a relação de
forças com o PSD lhe é, agora, mais
favorável?
As circunstâncias são muito
diferentes. Desta vez chegamos ao
governo numa situação de
emergência nacional. O papel do CDS
será o de contribuir para a
recuperação da autonomia do país e a
concretização de um ambicioso
processo de reformas estruturais.
Acho que, desta vez, são mais claros
“ Acredito que temos de romper
com os modelos que nos
impediram de ter verdadeiro
crescimento económico. Temos
de acrescentar a liberdade de
escolha e a liberdade de
iniciativa, às liberdades de
expressão e de participação
política.
emergência nacional. O papel do CDS
será o de contribuir para a
recuperação da autonomia do país e a
concretização de um ambicioso
processo de reformas estruturais.
Acho que, desta vez, são mais claros
os objectivos da governação. Quanto
ao "peso" do CDS, é efectivamente
maior, e isso representa mais
oportunidades para marcamos a
governação com a competência que
tem sido característica dos nossos
governantes.
Tendo em conta essa coligação
governamental, não temes que o
papel do grupo parlamentar do CDS
perca importância e se torne tão
discreto que passe a ser indiferente?
Não me parece. O CDS tem sido,
sempre, capaz de se afirmar pelo
trabalho do seu Grupo Parlamentar.
Quer na oposição, quer na maioria
parlamentar. Fui testemunha disso na
anterior esperança de governo, entre
2002 e 2005. Nessa altura, o Grupo
Parlamentar foi sempre uma
referência do trabalho do CDS. Assim
tem sido, também, nesta legislatura.
Apesar de terem passado poucos
meses desde a sua tomada de posse,
que avaliação fazes do Governo
liderado por Pedro Passos Coelho?
É um governo condicionado por um
Programa de Assistência Económica e
Financeira, daí a avaliação estar
condicionada ao nível de execução
desse programa. Nesse ponto, acho
que tem sido um governo
competente. Quanto ao mais,
entendo que é de registar a coragem
de promover reformas, há muito
adiadas.
Que comentário te merecem o os
ministros emanados do interior do
CDS?
Têm sido aquilo que neles
reconhecemos. Ministro com uma
“ O Micha tem dado seguimento
ao óptimo trabalho que já
vinha desenvolvendo e a Vera
tem-se afirmado a cada tarefa
que lhe é atribuída.
Que comentário te merecem o os
ministros emanados do interior
do CDS?
Têm sido aquilo que neles
reconhecemos. Ministro com uma
enorme capacidade de trabalho e
uma competência indiscutível. É
impossível não associar a ética social
na austeridade ao Pedro Mota
Soares, a recuperação de importância
do sector primário à Assunção Cristas
e o definido estratégico da
diplomacia económica ao Paulo
Portas. Isso é esclarecedor da
qualidade do seu trabalho. Mas
não podemos esquecer
O país vive um momento muito
difícil na sua História, em que o
o óptimo trabalho que vêm
desenvolvendo os "nossos" Secretários
de Estado.
O país vive um momento muito
difícil na sua História, em que o
colapso parece, por vezes, muito
próprio. De forma genérica, quais
pensas serem as causas da crise
actual e que grandes soluções
teremos de procurar?
As causas da nossa actual situação são
muitas. Internas e externas.
Conjunturais e estruturais. Estando
mais discutidas as causas internas e
conjunturais, aponto apenas as
outras. Portugal tem um problema de
excesso de peso do estado e do sector
público e outro de centralismo. O mais
grave é que estes são traços comuns
do Estado Novo e do PREC. O que
significa que mudar, muito mais que
mais discutidas as causas internas e
conjunturais, aponto apenas as
outras. Portugal tem um problema de
excesso de peso do estado e do sector
público e outro de centralismo. O mais
grave é que estes são traços comuns
do Estado Novo e do PREC. O que
significa que mudar, muito mais que
uma opção ideológica, é um desígnio
geracional. Acredito que temos de
romper com os modelos que nos
impediram de ter verdadeiro
crescimento económico. Temos de
acrescentar a liberdade de escolha e a
liberdade de iniciativa, às liberdades
de expressão e de participação
política.
Que soluções pode um jovem
esperar do CDS e, em particular, do
deputado João Almeida, para
resolver os problemas que o
socialismo criou à sua geração?
Pode esperar soluções de redução do
peso do estado na economia, de
liberdade de escolha na educação,
saúde ou na segurança social ou de
uma política fiscal que respeite a
iniciativa. Agora, temo de ter
consciência que, para lá chegarmos,
temos que resgatar a nossa
autonomia, cumprindo o Programa de
Assistência.
Que mensagem deixas aos leitores
d’O Jovem?
Uma mensagem simples. Vejam nesta
publicação, na JP Maia e nos seus
dirigentes o exemplo do que é uma
participação política útil e de
qualidade. A política precisa de mais
gente nova com esta capacidade e
disponibilidade para a causa pública.
“ A política precisa de mais
gente nova com esta
capacidade e disponibilidade
para a causa pública.
No estreito de Ormuz, o Irão começa
a jogar um jogo perigoso. Com os
últimos testes feitos ao armamento
iraniano no estreito, o Irão anunciou
que controla a 100% a passagem
pelo estreito. Por ali passam cerca
de 40% do petróleo norte-
americano, e também boa parte do
petróleo para a Europa. O Irão pode
estar a comprar uma guerra com o
ocidente, coisa que não é desejável
para ninguém. O Reino Unido já
enviou o seu mais sofisticado navio
para a zona, desafiando o Irão, e os
EUA já anunciaram que não vão
permitir que o Irão faça o que quer
numa zona de interesse vital para o
ocidente. O tempo de pagar tributo
já passou a uns séculos. Mesmo com
o resgate de um navio iraniano
sequestrado por piratas por parte
dos norte-americanos não terá sido
suficiente para acalmar as coisas,
semanas depois de um drone (avião
não pilotado por pessoas) americano
ter-se despenhado no Irão quando
dos norte-americanos não terá sido
suficiente para acalmar as coisas,
semanas depois de um drone (avião
não pilotado por pessoas) americano
ter-se despenhado no Irão quando
estava a espiar o país. O drone,
capturado pelo Irão, é uma falha de
segurança incrível americana, para
não falar da tecnologia exposta.
Com estes acontecimentos, mais o
anuncio da criação da primeira
fábrica iraniana para
enriquecimento de urânio, o clima
começa a ficar quente muito
depressa, mais quente do que o
clima iraniano de deserto. A ONU já
pediu que o Irão abra a porta a
inspectores internacionais para
garantir o uso civil de urânio
enriquecido, pedido que ainda não
obteve respostas, mas prevê-se
semanas, meses ou anos tensos
entre o ocidente e o Irão.
Politicamente incorrecto, feudo de
Putin e Medvedev, por esta ordem.
A corrida republicana para a Casa
Branca já começou oficialmente com o
Iowa Caucus, onde o centrista Mitt
Romney sai como vencedor com uma
vantagem de meros 8 votos do super
conservador Rick Santorum. Aca-bando
por ser a surpresa da noite, mesmo
num estado conservador, Rick
Santorum nunca foi favorito na corrida
até poucos dias antes da eleição, onde
o congressista Ron Paul vinha a ganhar
protagonismo e acabou por ficar em
terceiro lugar (mesmo assim muito
bom), mas jà vinha a ganhar
protagonismo e acabou por ficar em
terceiro lugar (mesmo assim muito
bom), mas à última hora ultrapassado
pelo ex senador Santorum. Se o texto
assim foi o resultado inicial da noite,
dias mais tarde, a recontagem provou
que final teria sido Rick Santorum a
ganhar a corrida no Iowa, batendo
Romney por quase 30 votos.
Eleitoralmente não trás nada de
diferente já que a atribuição de
delegados ficou idêntica.
ganhar a corrida no Iowa, batendo
Romney por quase 30 votos.
Eleitoralmente não trás nada de
diferente já que a atribuição de
delegados ficou idêntica.
Num quarto lugar afastado, o ex
presidente da Câmara do Repre-
sentantes Newt Gringrich desapontado
pelos ataques negativos que foi vítima
por parte de outras campanhas, não
consegui ultrapassar esse facto,
perdendo muito terreno para os três
primeiros. Em quinto e sexto vieram o
governador Rick Perry e a congressista
Michele Bachmann com resultados
muito pouco atractivos para continuar
na corrida. A congressista no dia
seguinte ao Iowa Caucuses anunciou
que se ia retirar da corrida à nomeação
para a presidência.
New Hempshire, onde a vitória de Mitt
Romney era já uma certeza, a luta seria
pelo 2º e 3º lugar. Huntsman que estava
no terreno há muitos dias, tinha
esperança num bom resultado, que
acabou por obter (mas não tão grande
como esperava). Hunstman apontava
para o segundo lugar, mas Ron Paul
no terreno há muitos dias, tinha
esperança num bom resultado, que
acabou por obter (mas não tão grande
como esperava). Hunstman apontava
para o segundo lugar, mas Ron Paul
acabou por conseguir o segundo posto
da eleição, deixando Hunstman em
terceiro. Ainda que com este resultado,
Jon Huntsman também acabou, dias
mais tarde, por retirar a sua
candidatura, apoiando Mitt Romney.
A Corrida seguiu para a Carolina do Sul,
onde Mitt Romney teria dificuldades
acrescidas pelo de Newt Gringich ter
apostado forte naquele estado com
anúncios a criticar o ex-governador. Se
era esperado uma corrida taco a taco
entre Newt e Romney, o dia das
eleições foi uma surpresa. Pouco antes
da eleição, e depois de não ter
concorrido em New Hempshire, e
tentado angariar votos na Carolina do
Sul, Rick Perry abandonou a corrida
apoiando o amigo Newt Gringich que
ganhou a eleição com 40% dos votos,
deixando Romney num segundo lugar
longínquo. Como era esperado,
Santorum consolidou o terceiro lugar
apoiando o amigo Newt Gringich que
ganhou a eleição com 40% dos votos,
deixando Romney num segundo lugar
longínquo. Como era esperado,
Santorum consolidou o terceiro lugar na
primária, e Ron Paul, cuja tarefa era
difícil na Carolina do Sul, acabou por
ficar em 4º lugar na corrida, agora a 4.
Assim, para as próximas corridas,
prevê-se que Mitt Romney continue o
favorito do establishment, como
importantes apoios mas com a base
republicana ainda a duvidar se ele é o
candidato deles. Santorum, Newt e
Ron Paul farão o máximo para
contrariar as expectativas de Romney.
Newt revela-se neste momento como
o favorito a contrarias Mitt Romney,
mas as próximas primárias podem
facilmente voltar a mudar o panorama
eleitoral do GOP.
Confesso. Fui daqueles que festejou efusivamente o
fim de José Sócrates como Primeiro-Ministro de
Portugal. Por si só este acontecimento bastaria para
destacar o ano que acabou como um dos mais felizes
da nossa história como povo, como sobreviventes.
Coloco até esta vitória ao mesmo nível das quedas dos
ditadores Kadafi, Mubarak e Ben Ali. Atrevo-me até,
nas devidas proporções, a posicionar o fim do
massacre político de Sócrates ao mesmo nível da
captura e morte de Bin Laden. Porque é de terrorismo
que estamos essencialmente a falar, a queda do Eng.
José Sócrates, e que me perdoem os meus amigos que
partilham o mesmo grau académico, ficará para
sempre registada na minha memória como o grande
ponto final à até então contínua e despreocupada
destruição da reputação internacional de Portugal. O
terrorismo de José Sócrates conseguiu duplicar a
dívida pública portuguesa em apenas seis anos
culminando numa inevitável intervenção externa do
FMI. Não, a palavra terrorismo não é exagerada. Foi o
terror do aumento da carga fiscal, foi o terror do BPN,
foi o terror dos PEC’s, foi o terror dos Ministros que o
acompanhavam, foi o terror do seu bad english, foi o
terror da hipoteca de gerações futuras e ainda é o
terror quando o convidam para orador na Sorbonne.
Mesmo a mais de 1.500 km de distância sinto que
nunca estaremos em segurança mas, por um único
momento na história, gostaria de ter sido Aníbal
Cavaco Silva naquela gloriosa noite de 23 de Março de
2011. Paz à sua alma política.
2011 foi também, por razões bem mais positivas, o ano
do CDS. Paulo Portas liderou e posicionou o partido
como a verdadeira oposição ao Partido Socialista de
Sócrates. Sempre objectivo e extremamente bem
assessorado, o líder do CDS sabia que o fim da
governação socialista estaria próximo com o aumento
das medidas impopulares. Este cliché foi aproveitado
de uma forma incontestada por um político que
ofuscou o carisma e as boas graças do debutante
Pedro Passos Coelho. Mais, à parte do facto de Portas
ser de longe o melhor político da praça, todos sabemos
assessorado, o líder do CDS sabia que o fim da
governação socialista estaria próximo com o aumento
das medidas impopulares. Este cliché foi aproveitado
de uma forma incontestada por um político que
ofuscou o carisma e as boas graças do debutante
Pedro Passos Coelho. Mais, à parte do facto de Portas
ser de longe o melhor político da praça, todos sabemos
que se estivesse à frente do PSD há muito que já teria,
ou ainda seria, Primeiro-Ministro deste país. Com um
eleitorado que tradicionalmente olha à cor e não ao
conteúdo ou às pessoas, o CDS conseguiu registar uma
subida espantosa para um partido a quem, pós Durão e
Santana Lopes, tinham passado uma certidão de óbito.
Embora Portas seja naturalmente o rosto da vitória, a
verdade é que o CDS desde as legislativas de 2009
conseguiu a reunião de um punhado de excelentes
parlamentares que foram um dos grandes pilares do
sucesso. Casos como Teresa Caeiro, João Almeida,
Nuno Magalhães ou Cecília Meireles foram
importantes para a estratégia que o partido montou à
volta do debate parlamentar das contas públicas e do
crescimento económico português.
Não fui, até publicamente, partidário da entrada do
CDS neste Governo mas não deixei de considerar
certeiras as escolhas que Paulo Portas fez para o novo
executivo. Vejamos: Pedro Mota Soares, que
demonstrou durante anos ser um dos grandes
parlamentares portugueses, ficou com uma das pastas
mais sensíveis mas ainda assim uma bandeira do CDS.
As propostas para a reforma da Segurança Social
permitindo um sistema misto, o aumento gradual das
pensões mínimas assim como a constante fiscalização
do RSI fazem deste Ministro o meu preferido e aquele
que tem mostrado ser mais assertivo e coerente com a
campanha eleitoral de Maio; Assunção Cristas tem sido
atraiçoada pela dimensão do seu Ministério. A
agricultura, as pescas, o mar e o ordenamento do
território são grandes problemas da economia
portuguesa que continuam por resolver e potenciar. A
nova Lei do Arrendamento Urbano, por exemplo, ficou
visivelmente aquém do esperado para a liberdade
campanha eleitoral de Maio; Assunção Cristas tem sido
atraiçoada pela dimensão do seu Ministério. A
agricultura, as pescas, o mar e o ordenamento do
território são grandes problemas da economia
portuguesa que continuam por resolver e potenciar. A
nova Lei do Arrendamento Urbano, por exemplo, ficou
visivelmente aquém do esperado para a liberdade
negocial entre inquilinos e senhorios; Paulo Portas, por
último, tem uma pasta que o coloca tendencialmente
fora do fogo cruzado entre Governo e oposição e prova
disso é ser o único líder político com subida de
popularidade. Portas foi hábil na solução dos vistos
para Angola colocando assim a diplomacia económica
como um dos objectivos prioritários de Portugal.
2012 será um ano decisivo para Portugal. Um governo
que toma medidas impopulares verá sempre a sua
imagem ameaçada. No entanto, façamos votos para
que à estabilidade política se some um resfriar da
tensão social e um crescimento da economia e das
empresas. Tudo depende de nós. Bom ano!
“