45 24 6 ano xiii número 45 setembro 2016 congresso … · aires (fauba), ocorreu entre 25 de...

8
4 5 6 Pesquisas aprimoram mapeamento florestal Mapa da Qualidade do leite Congresso discute novas práticas de ensino ESALQComunidade Insetos Ano XIII Número 45 Setembro 2016 ISSN 1984-6592 Gerhard Waller (DvComun) 24º Siicusp na ESALQ • Em 5/11, o Departamento de Entomo- logia e Acarologia da ESALQ realizará o Festival de Insetos de Piracicaba. Pales- tras, workshops e visitas monitoradas mostrarão a importância dos insetos para o ecossistema e a vida humana Informações: www.lea.esalq.usp.br [email protected] (19) 3429.4122 Nos dias 5 e 6 de julho, a ESALQ sediou o 2º Congresso de Graduação da Universida- de de São Paulo (USP). O evento, promovido pela Pró-Reitoria de Graduação da USP, bus- cou firmar um espaço de integração do corpo docente para compartilhar suas melhores prá- ticas de ensino e experiências pedagógicas. A cerimônia de abertura contou com as palavras dos componentes da mesa, reitor da USP, professor Marco Antonio Zago; vice- reitor da USP, professor Vahan Agopyan; di- retor da ESALQ, professor Luiz Gustavo Nussio; pró-reitor de graduação da USP, pro- fessor Antonio Carlos Hernandes; e o presi- dente da Comissão Organizadora do 2º Con- gresso de Graduação da USP, professor Edmund Chada Baracat. Durante a cerimônia, mantendo o propó- sito original do evento, a Pró-Reitoria de Gra- duação destacou as atividades de ensino dos docentes, e também aqueles que tiveram as melhores avaliações pelos estudantes em suas disciplinas. Nesta edição, o professor Paulo Cesar Sentelhas, do Departamento de Engenharia de Biossistemas da ESALQ, foi homenageado como professor melhor avaliado pelos alunos. Um momento especial foi dedicado à 100ª dupla diplomação em Engenharia Agronômi- ca entre ESALQ e o Institut National Agronomique de Paris-Grignon e com a Fédération dês Écoles Supérieures D’Ingènierus em Agriculture – Fesia – Angers – França. Para tanto, foram home- nageados os professores Raul Machado Neto, José Roberto Postali Parra, Maria Lúcia Carneiro Vieira, e o representante de Paris-Tech, Claude Barbichon, pelas expres- sivas contribuições na coordenação do pro- cesso de dupla diplomação, enquanto que a chefe do Serviço de Atividades Internacio- nais, até o ano de 2013, Sra. Angela Regina Pires e Peres, foi homenageada por sua ex- pressiva contribuição na implantação do processo de dupla diplomação. Por outro lado, o centésimo aluno diplomado no pro- grama de dupla diplomação, Jammer Adam Collange Cavalcanti, também recebeu uma moção de reconhecimento. O evento seguiu com uma apresentação musical sob responsabilidade do pianista e graduando em Ciências dos Alimentos da ESALQ, Mateus Santin Mendes, com um repertório de música popular brasileira, se- guida da palestra de abertura “Projetos edu- cacionais inovadores com metodologias ati- vas”, ministrada pelo professor José Manuel Moran, da Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA-USP). Durante os dois dias de congresso, fo- ram realizadas sessões de comunicação oral na Central de Aulas da ESALQ. Para o reitor Marco Antonio Zago, o fato de a USP estar realizar o congresso de graduação mostra que a Universidade con- sidera essa atividade extremamente impor- tante. “À medida em que a sociedade muda muito rapidamente, os estudantes que rece- bemos a cada ano são estudantes diferentes daqueles que vieram em anos anteriores, com novos hábitos, novas maneiras de pen- sar, nova maneira de aprender. Portanto, a USP tem que se atualizar para receber es- ses estudantes e continuar sendo universi- dade líder na América Latina”. De acordo com o diretor da ESALQ, Luiz Gustavo Nussio, realizar um certame interno de discussões sobre a graduação decorre de uma necessidade da Universi- dade. “Olhar de uma forma mais introspectiva para dentro da unidade fabril, que é a nossa graduação, é uma maneira de materializar isso com pessoas concentra- das em torno das discussões”. Gerhard Waller (DvComun) A abertura do 2º Congresso de Graduação da USP ocorreu no Salão Nobre Evento contou com sessão de pôsteres e apresentações orais

Upload: nguyenkien

Post on 19-Sep-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

4

5

6

Pesquisas aprimoram mapeamento florestalMapa da Qualidade do leite

Congresso discute novas práticas de ensino

ESALQComunidade• Insetos

Ano XIII Número 45 Setembro 2016

ISSN 1984-6592

Ger

hard

Wal

ler

(DvC

omun

)

24º Siicusp na ESALQ

• Em 5/11, o Departamento de Entomo-logia e Acarologia da ESALQ realizará oFestival de Insetos de Piracicaba. Pales-tras, workshops e visitas monitoradasmostrarão a importância dos insetospara o ecossistema e a vida humana

Informações:

www.lea.esalq.usp.br

[email protected]

(19) 3429.4122

Nos dias 5 e 6 de julho, a ESALQ sediouo 2º Congresso de Graduação da Universida-de de São Paulo (USP). O evento, promovidopela Pró-Reitoria de Graduação da USP, bus-cou firmar um espaço de integração do corpodocente para compartilhar suas melhores prá-ticas de ensino e experiências pedagógicas.

A cerimônia de abertura contou com aspalavras dos componentes da mesa, reitor daUSP, professor Marco Antonio Zago; vice-reitor da USP, professor Vahan Agopyan; di-retor da ESALQ, professor Luiz GustavoNussio; pró-reitor de graduação da USP, pro-fessor Antonio Carlos Hernandes; e o presi-dente da Comissão Organizadora do 2º Con-gresso de Graduação da USP, professorEdmund Chada Baracat.

Durante a cerimônia, mantendo o propó-sito original do evento, a Pró-Reitoria de Gra-duação destacou as atividades de ensino dosdocentes, e também aqueles que tiveram asmelhores avaliações pelos estudantes emsuas disciplinas. Nesta edição, o professorPaulo Cesar Sentelhas, do Departamentode Engenharia de Biossistemas da ESALQ,foi homenageado como professor melhoravaliado pelos alunos.

Um momento especial foi dedicado à 100ª

dupla diplomação em Engenharia Agronômi-ca entre ESALQ e o Institut NationalAgronomique de Paris-Grignon e com aFédération dês Écoles SupérieuresD’Ingènierus em Agriculture – Fesia –Angers – França. Para tanto, foram home-nageados os professores Raul MachadoNeto, José Roberto Postali Parra, MariaLúcia Carneiro Vieira, e o representante deParis-Tech, Claude Barbichon, pelas expres-sivas contribuições na coordenação do pro-cesso de dupla diplomação, enquanto que a

chefe do Serviço de Atividades Internacio-nais, até o ano de 2013, Sra. Angela ReginaPires e Peres, foi homenageada por sua ex-pressiva contribuição na implantação doprocesso de dupla diplomação. Por outrolado, o centésimo aluno diplomado no pro-grama de dupla diplomação, Jammer AdamCollange Cavalcanti, também recebeu umamoção de reconhecimento.

O evento seguiu com uma apresentaçãomusical sob responsabilidade do pianista egraduando em Ciências dos Alimentos daESALQ, Mateus Santin Mendes, com umrepertório de música popular brasileira, se-guida da palestra de abertura “Projetos edu-cacionais inovadores com metodologias ati-vas”, ministrada pelo professor José ManuelMoran, da Escola de Comunicações e Artesda USP (ECA-USP).

Durante os dois dias de congresso, fo-ram realizadas sessões de comunicação oralna Central de Aulas da ESALQ.

Para o reitor Marco Antonio Zago, ofato de a USP estar realizar o congresso degraduação mostra que a Universidade con-sidera essa atividade extremamente impor-tante. “À medida em que a sociedade mudamuito rapidamente, os estudantes que rece-bemos a cada ano são estudantes diferentesdaqueles que vieram em anos anteriores,com novos hábitos, novas maneiras de pen-sar, nova maneira de aprender. Portanto, aUSP tem que se atualizar para receber es-ses estudantes e continuar sendo universi-dade líder na América Latina”.

De acordo com o diretor da ESALQ,Luiz Gustavo Nussio, realizar um certameinterno de discussões sobre a graduaçãodecorre de uma necessidade da Universi-dade. “Olhar de uma forma maisintrospectiva para dentro da unidade fabril,que é a nossa graduação, é uma maneira dematerializar isso com pessoas concentra-das em torno das discussões”.

Ger

hard

Wal

ler

(DvC

omun

)

A abertura do 2º Congresso de Graduação da

USP ocorreu no Salão Nobre

Evento contou com sessão de pôsteres e apresentações orais

Caio AlbuquerqueJornalista na Escola Superior de Agricultura “Luizde Queiroz” (USP/ESALQ)

Atender demandas públicas

2 Ano XIII Número 45 setembro/2016

Formar profissionais capazes de solucio-nar demandas da sociedade. Esse é um dospilares que sustentam a gênese desta Escola.Ensinar com qualidade, pesquisar com com-prometimento e expandir-se afim de promo-ver o bem público.

Mais uma edição do ESALQ notíciaschega até você apresentando exemplos nosquais a instituição e a atuação da sua comuni-dade interna estão em sintonia com o desen-volvimento de um mundo melhor. Com esseespírito destacamos em nossa capa o 2º Con-gresso de Graduação da USP, realizado naESALQ e que trouxe uma infinidade de no-vas práticas de ensino afim de acompanhar oritmo acelerado das novas gerações, ávidaspor conhecimento em plataformas didáticasnos mais variados formatos.

No espaço Inovação tecnológica, des-tacamos um grupo de pesquisadores queaprimora de forma pioneira estudos comdados gerados por instrumentosaeroembarcados laser e óticos para fins flo-restais. De olho na floresta evidencia umcase de sucesso na tarefa de transferir aosetor produtivo os resultados oriundos doconhecimento produzido na esfera acadê-mica. Levar ao público informações segu-ras e que efetivamente contribuam com odesenvolvimento da nossa economia são

encontrados também na página 5. Solo ParaTodos, Sistema TempoCampo e Mapa daQualidade do Leite apresentam-se como ini-ciativas de diferentes grupos da ESALQ atre-ladas com a responsabilidade de elevar osníveis de eficiência produtiva do agronegóciobrasileiro. E o mais importante, são ferra-mentas acessíveis gratuitamente a todos oselos da cadeia produtiva.

Na esfera do ensino, mais uma edição doGuia do Estudante chega às bancas ratifican-do a excelência dos nossos cursos e, em ini-ciativas como o curso de agricultura tropicaloferecido aos estudantes de graduação e pós-graduação da ESALQ e de outras 8 institui-ções estrangeiras (página 6) temos a certezade que alcançamos patamares deinternacionalização de forma cada vez maisestável. A qualidade das nossas ações maisuma vez é premiada, no Brasil e no exterior,por docentes e discentes. Representando ou-tras tantas iniciativas laureadas, e registradasnesta edição, saudamos o professor JoséVicente Caixeta Filho, vencedor do PrêmioBunge 2016 na categoria Vida e Obra.Boa leitura.

Jornalista responsável / EditoraçãoCaio Albuquerque (Mtb 30356)Pauta e redaçãoAlicia Nascimento Aguiar (Mtb 32531)Ana Carolina Brunelli (estagiária)Caio Antunes Nogueira (estagiário)RevisãoJosé Djair VendramimProjeto gráfico / EditoraçãoJosé Adilson Milanêz

Produção gráficaServiço de Produções Gráficas - SVPGrafTiragem 3.000 exemplares

Divisão de Comunicação - DvComunAv. Pádua Dias, 11 • Caixa Postal 9

13418-900 • Piracicaba, SP

Telefone: (19) 3429.4485

www.esalq.usp.br/acom

[email protected]

twitter.com/esalqusp

www.youtube.com/user/esalqvideos

Publicação Trimestral da E. S. A. “Luiz de Queiroz”

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”DiretorLuiz Gustavo Nussio

Vice-DiretorDurval Dourado Neto

Universidade de São Paulo

ReitorMarco Antonio Zago

Vice-reitorVahan Agopyan

ESALQ notícias

Expediente/Editorial

Clique Este espaço é seu. Envie sua foto de prédios oupaisagens do Campus com boa resolução para

[email protected]

Laboratório de Química Analítica Aplicada USP/ESALQBalões volumétricos utilizados em análises ambientaisFoto de Marcos Canto Machado, doutorando em Ciências pelo CENA/USP - A imagem faz parte da 2ª Mostra Fotográfica Visões da Ciência

Ano XIII Número 45 setembro/2016 3

ESALQHoje

Car

los

Per

ez

Argentina

Prevenção à Febre Maculosa

Tejon na ESALQ

A partir de um acordo celebrado em2014 entre a ESALQ e a Faculdade deAgronomia da Universidade de BuenosAires (FAUBA), ocorreu entre 25 de ju-lho e 02 de agosto, na instituição argenti-na, um curso sobre fungos fitopatogênicospara pós-graduandos e profissionais quetrabalham em instituições de pesquisa euniversidades. Parte das atividades foramministradas pelos docentes do Departamen-to de Fitopatologia e Nematologia daESALQ, Nelson Massola e Lilian Amorim.A professora Lilian apresentou o conteú-do relacionado com epidemiologia de do-enças causadas por fungos e o professorMassola ministrou aulas sobre grupos defungos fitopatogênicos em parceria comos pesquisadores da instituição parceira.

SolosEntre 29 e 31 de agosto, ocorreu na

ESALQ o ‘5º Workshop Internacional doTerra Preta Program’. A atividade reuniupesquisadores de oito países e discutiu es-tudos com Terra Preta do Índio e Biochar(carvão vegetal). A atividade é organizadapelo Terra Preta Program, programa depesquisa internacional e interdisciplinar,financiado pela Universidade deWageningen (Holanda) e pela Embrapa,que desde 2010 foca em diferentes aspec-tos relacionados às origens, ao uso atual eà recriação de solos antrópicos.

Phyllomedusa

Em junho, a revista Phyllomedusa –Journal of Herpetology, publicaçãoESALQ, obteve índice de impacto daThomson & Reuters (JCR-Journal ofCitation Reports). Todos os artigos pu-blicados podem ser obtidos na íntegra di-retamente na homepage da revista ou noPortal de Periódicos da USP, que, além dos11 artigos e um book review publicados nestaedição, trazem um Editorial comemorati-vo dos 15 anos da revista. Acesse:

www.phyllomedusa.esalq.usp.br

Ger

hard

Wal

ler

(DvC

omun

)

Palestrante abordou desafios aos profissionais do agronegócio

Caixeta vence Prêmio BungeEm 27/7, o professor José Vicente Caixeta

Filho, do Departamento de Economia, Admi-nistração e Sociologia da ESALQ, foi anun-ciado vencedor do Prêmio Fundação Bunge.Em sua 61ª edição, a iniciativa reconheceuCaixeta Filho na categoria Vida e Obra, áreade Infraestrutura de Transportes. Em 2016, apremiação homenageia as áreas de CiênciasAgrárias e de Ciências Exatas e Tecnológicas.Foram contemplados profissionais com tra-balhos relacionados aos temas “Nutrição e

Alimentação Animal” e “Infraestrutura deTransportes”, respectivamente. Caixeta falouda importância em ser reconhecido. “Ser re-conhecido na área de Infraestrutura de Trans-portes, que alguns chamam de Logística, apartir da ESALQ, acredito que seja muito re-levante porque é uma novidade. Isso faz ainstituição extrapolar o ambiente da agricul-tura. Abordamos a agricultura e vamos alémdela”. A premiação ocorrerá durante cerimô-nia em novembro.

Como será 2056 e o que estaremos fazen-do daqui a quatro décadas? Com essequestionamento o jornalista e publicitário JoséLuiz Tejon abriu a palestra “Agronegócio,Agrossociedade, inovação, integração, supe-ração, os desafios do futuro”, evento que inte-grou o projeto Diálogos na ESALQ, ocorridoem 25/8, no Salão Nobre da instituição.

Na plateia, estiveram professores, alunosde graduação e pós-graduação, além de servi-

dores técnicos e administrativos, que acompa-nharam o palestrante por cerca de uma hora.Entre outros temas, Tejon falou sobre a cone-xão dos elos da cadeia do agronegócio. “Hoje,com o sistema de informação interativo, é pos-sível que o cidadão leigo passe a ter um instru-mento de diagnóstico de todos os efeitos sen-soriais do leite, por exemplo, desde a qualida-de de nutrição que foi dado ao milho presentena alimentação do gado”.

A incidência do carrapato-estrela, trans-missor da bactéria que causa a Febre MaculosaBrasileira, foi o tema da campanha de fériasque alertou visitantes do campus para os ris-cos da presença dos carrapatos em áreas degrande circulação. A iniciativa foi da Comis-são Técnica Permanente de Prevenção e Con-trole da Febre Maculosa e Prefeitura doCampus USP “Luiz de Queiroz” (PUSP-LQ).Durantes os finais de semana de julho, estagi-

ários e pós-graduandos do setor de Acarologiada ESALQ, orientados pelo professor Gilber-to de Moraes e pelo agrônomo Carlos Perez,dialogaram com os visitantes para alertar so-bre os riscos da circulação das pessoas emáreas abertas próximas de matas ciliares. Em16/08, inserido na mesma temática, ocorreu o3º Encontro de Capacitação em Diagnóstico,Tratamento e Prevenção à Febre MaculosaBrasileira.

Campanha esclareceu dúvidas da população quevisitou o campus nos finais de semana de julho

Ano XIII Número 45 setembro/20164

GET

LiD

AR

Em 2009, um dos alunos do programa depós-graduação em Recursos Florestais daESALQ, orientado pelo professor Luiz CarlosEstraviz Rodriguez, concluiu seu mestradomostrando que tecnologias laser tinham enormepotencial na área florestal. A pesquisa de MatheusFelipe Zonete foi, portanto, o marco zero deuma ideia que se transformaria em um novogrupo de pesquisa na ESALQ.

Ao ingressar em 2011, o doutorando EricGorgens recebeu do professor Estraviz o con-vite de ajudá-lo a criar esse grupo. “Ele mepediu para ajudá-lo a estruturar, com os de-mais alunos sob sua orientação, um grupo deestudos: o GET-LiDAR. O foco seria aquantificação e a qualificação de florestas uti-lizando tecnologias LiDAR”. Eric tornou-seespecialista em LiDAR na área florestal e,depois de um curto período no INPE em SãoJosé dos Campos, é hoje professor da Uni-versidade Federal dos Vales do Jequitinhonhae Mucuri, em Diamantina (MG).

LiDAR é a sigla para Light Detection AndRanging, tecnologia que utiliza dados geradospor instrumentos aeroembarcados laser e óticospara fins florestais. “A quantificação e qualifica-ção da biomassa é rotina essencial para a gestãode florestas. Assim podemos acompanhar odesenvolvimento desse recurso natural, e detec-tar se o crescimento é saudável ou se há degra-dação”, explica o professor Estraviz.

O GET-LiDAR (Grupo de Estudos emTecnologias LiDAR) desenvolve de formapioneira no Brasil o uso de dados geradospor esses instrumentos. “Os trabalhos inici-ais, e vários outros que continuamos desen-volvendo, comprovam a alta correlação exis-tente entre a realidade de campo e as métricasextraídas das nuvens de pontos produzidas

pelos equipamentos de escaneamentoaeroembarcado a laser, técnica mais conheci-da pela sigla em inglês, ALS (Airborne LaserScanning). E isso acontece porque as nuvensde pontos que geram essas métricas são re-presentações 3D bastante precisas da super-fície escaneada pelo ALS”, completa o pro-fessor. Técnicas terrestres de escaneamento,ou TLS (Terrestrial Laser Scanning), sãotambém exploradas pelo grupo.

O grupo formou cinco mestres e dois dou-tores, e já publicou em seis anos mais de quin-ze artigos em periódicos nacionais e interna-cionais. Destacam-se no GET-LiDAR doisobjetivos que moldam a sua personalidade.“O primeiro, é a vontade de substituir méto-dos de mensuração florestal que se tornaramobsoletos. O segundo, é contribuir para queesse processo de modernização vá além dapesquisa e transfira efetivamente para o setorprodutivo os resultados encontrados”.

Na prática isso se materializa a partir de umprograma de transferência tecnológica coor-denado pelo professor Estraviz no âmbito doIPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Flo-restais). Com o apoio de cinco grandes empre-sas brasileiras (Cenibra, Duratex, Eldorado,Suzano e Veracel), do setor de chapas e celulo-se, associadas ao IPEF, a transferência aconte-ce via Programa Cooperativo de Pesquisa emGestão Florestal (PCGF). “No momento, anossa equipe está envolvida na fase decapacitação dos técnicos das empresas que in-tegram a cooperativa de pesquisa. Acapacitação antecede o início dos projetos pi-lotos dentro da empresa que aplicarão os prin-cípios ALS, TLS, estereoscópicos e de visãocomputacional em atividades de monitoramentodas florestas industriais, de restauração e na-

turais geridas por esses empreendimentos”,detalha Estraviz Rodriguez.

Outra frente de transferência dos trabalhosdo GET-LiDAR é desenvolvida pelo enge-nheiro florestal Daniel Papa, analista de trans-ferência de tecnologias da Embrapa Acre, emRio Branco que veio fazer o mestrado naESALQ. “Escolhi a ESALQ pelo elevado ní-vel de pesquisa da USP, pela inovação empesquisas com LiDAR na área florestal e pelaproximidade entre pesquisadores da EmbrapaAcre com o professor Luiz Carlos Estraviz”.Papa foi liberado de suas funções no Acre echegou em Piracicaba em fevereiro de 2016.“Meu projeto de pesquisa usa o LiDAR paramapear a floresta amazônica com objetivo deaperfeiçoar os planos de manejo florestal. OLiDAR é uma tecnologia que permite, porexemplo, o mapeamento dos cursos d’águaabaixo da copa das árvores, coisa que umaimagem de satélite não consegue. Com ummapeamento preciso dos cursos d’água den-tro de uma área de manejo florestal, é possí-vel delimitar com exatidão a Área de Preser-vação Permanente (APP) e assim assegurara não extração de árvores nessas áreas”.

O trabalho do GET-LiDAR já se viu reco-nhecido nacionalmente, e foi um dos desta-ques de empreendedorismo em 2015, quandoo professor Estraviz, e o seu orientadoEsthevan Gasparoto, mestrando do programade pós-graduação em Recursos Florestais daESALQ, receberam o Prêmio Santander deEmpreendedorismo. “O nosso maior desafioé manter a pesquisa e a transferência tecnológicaequilibradas, sem perder a qualidade científicadas nossas publicações e o nosso propósitoconstante de inovar a cada trabalho”, finaliza oprofessor coordenador do GET-LIDAR.

Na ESALQ, Grupo de Estudos emTecnologias LidAR desenvolve de formapioneira estudos com dados gerados porinstrumentos aeroembarcados laser eóticos para fins florestais

De olho na floresta

InovaçãoTecnológica

TEXTO Caio Albuquerque

Ano XIII Número 45 setembro/2016 5

EmDestaque

Primeira publicação abordaContagem de Células Somáticas(CCS)

Clínica lança Mapa da Qualidade do LeiteA fim de fornecer informações estratégi-

cas para indústrias, governos, sindicatos,cooperativas ou qualquer outro elo da cadeiaprodutiva do leite, a Clínica do Leite, progra-ma do Departamento de Zootecnia daESALQ, lançou, em 30/08, durante reuniãoda Confederação da Agricultura e Pecuáriado Brasil (CNA), em Brasília (DF), o Mapada Qualidade do Leite Produzido no Sudestedo Brasil. Em 2016 serão lançadas 4 edições.A primeira publicação trata da Contagem deCélulas Somáticas (CCS), que é o indicadorde sanidade da glândula mamária e da inci-dência de mastite nos rebanhos. Nas três edi-ções seguintes serão apresentadas informa-ções sobre a composição do leite, contagembacteriana e resíduos de antibióticos. Acesse:

www.clinicadoleite.com.br

Solo Para Todos é o nome do projeto coor-denado pelo professor Alexandre Demattê, doDepartamento de Ciência do Solo da ESALQ.Desenvolvido pela equipe do LaboratórioGeoCis (Geotecnologias em Ciência do Solo),a iniciativa se apresentará como um banco dedados que estará disponível na internet, cominformações gratuitas dos solos de Piracicaba emais quatro municípios vizinhos, que unidossomam mais de 240 mil hectares. Contemplaráas áreas rurais de Águas de São Pedro,Charqueada, Iracemápolis, Mombuca e Rio dasPedras. O projeto está cadastrado como temáticona Fundação de Amparo à Pesquisa do Estadode São Paulo (Fapesp) – processo nº22262-0/2014 e, após finalizado, trará informações refe-rentes ao mapa de solos, o que facilitará o plane-jamento e a definição de épocas de plantio ecorte e, no caso da cana-de-açúcar, a definiçãoda variedade indicada para cada região.

Solo Para Todos

Apresentar cenários de previsão dos efei-tos do clima sobre a produtividade no campo esubsidiar ações dos produtores rurais. Esse éo objetivo do Sistema TempoCampo-ESALQ,lançado em agosto pela ESALQ. O sistema éresultado de diversos projetos de pesquisa naárea de modelagem agrícola e agrometeorologiada instituição, que tem agora sua primeira ver-são operacional disponibilizada na forma deuma ferramenta de apoio à decisão para o setorprivado e instituições públicas. O SistemaTempoCampo não faz a previsão de produçãototal da propriedade ou das regiões, mas avaliaa variação da produtividade em relação à safraanterior. Acesse:

Sistema Tempo Campo

www.tempocampo.org

No mapa, cenário otimistade produtividade da cana,safra 2016/2017

Ger

hard

Wal

ler

(DvC

omun

)

Utilização de sensor de Fluorescência de Raios X emhorizontes de um perfil de Nitossolo na ESALQ

Luca

s S

afan

elli

Ano XIII Número 45 setembro/20166

Agricultura Tropical

Ensino

24º Siicusp na ESALQ

Trabalhos foram apresentados na Central de Aulas

Curso reuniu estudantes da ESALQ e de outras oitoinstituições estrangeiras

Colação

Estrelas

EUA

França

Nos dias 5 e 6/9, a ESALQ sediou umadas etapas do 24º Simpósio Internacional deIniciação Científica, o Siicusp. Participaramdessa etapa cerca de 250 trabalhos de inicia-ção científica, apresentados na forma oral oupôster. A professora Maria Carolina QuecineVerdi coordena as ações do evento na ESALQe comentou sobre a importância da atividadena formação do futuro cientista. “É uma opor-tunidade de os estudantes participarem de umcongresso, apresentarem seus trabalhos e tam-bém adquirirem contato com outras áreas de atu-

ação, o que pode despertar novos interesses eampliar a possibilidade de novos estudos”.

Além das apresentações, o professorRicardo Antunes de Azevedo, docente do De-partamento de Genética da ESALQ apresen-tou, no dia 5/9, uma palestra sobre a impor-tância das boas práticas e cuidados com oplágio. No dia 6/9, foi a vez do professorPaulo Cesar Sentelhas, do Departamento deEngenharia de Biossistemas, falar sobre osestudos interdisciplinares para o entendimentodas mudanças climáticas.

Considerando a área de Ciências Agrári-as, a USP consta atualmente em quinto lugarno ranking da U.S. News. & Global Report esexto lugar no NTU ranking. Sendo respon-sável por grande parte desse êxito, a ESALQvisa ampliar sua visibilidade diante de seusparceiros internacionais e por isso realizou,entre 25/7 e 6/8, um curso inovador com tópi-cos de agricultura tropical de base biológicacom estudantes de graduação e pós-graduaçãoda ESALQ e de outras 8 instituições estran-geiras, incluindo escolas dos EUA, Japão,Holanda, Itália, França e Turquia.

Durante a abertura, o diretor da ESALQ,professor Luiz Gustavo Nussio, falou da opor-tunidade de a ESALQ oferecer um cursomultidisciplinar de agricultura tropical aos seusparceiros internacionais. “Essa atividade ocorrecom a colaboração de todos os nossos depar-tamentos, mostrando assim uma tela das nos-sas competências. Nossa expectativa é de queao regressarem aos seus países de origem es-ses estudantes possam se apresentar como amelhor fonte de divulgação das nossaspotencialidades. A vinda desses alunos esta-belece uma reciprocidade muito esperada”.

A ESALQ realizou, em 12/8, a Ses-são Simples de Colação de Grau. A ceri-mônia, ocorrida no Salão Nobre do Edi-fício Central, foi conduzida pelo profes-sor Claudio Maluf Haddad. Na ocasião,foram graduados formandos em Ciênci-as Biológicas (bacharel e licenciatura),Ciências dos Alimentos, Ciências Eco-nômicas, Engenharia Agronômica, En-genharia Florestal, Gestão Ambiental eLicenciatura em Ciências Agrárias.

A nova edição do Guia do Estudan-te da Editora Abril avaliou os cursos degraduação da ESALQ com suas estrelasque indicam o nível de excelência. AESALQ sairá estampada com 4 estrelas(muito bom) no curso de Ciências Eco-nômicas, e 5 estrelas (excelente) noscursos de Ciências Biológicas, Ciênciasdos Alimentos, Engenharia Agronômi-ca, Engenharia Florestal e GestãoAmbiental. Administração, ainda nãopassou por avaliação.

Os doutorandos André Freitas Colaçoe Mateus Tonini Eitelwein, do Programade Pós-graduação em Engenharia de Sis-temas Agrícolas da ESALQ foram agra-ciados com o Outstanding GraduateStudent Award. A homenagem e o res-pectivo prêmio foram entregues durantea 13ª Conferência Internacional de Agri-cultura de Precisão, ocorrida entre 31/7 e3/8, em St. Louis, Missouri, EUA.

Entre 4 e 8 de julho, ocorreu emRennes, na França, o 31st InternationalWorkshop on Statistical Modelling(IWSM). Nessa edição, a ESALQ este-ve representada por Rafael de AndradeMoral, estudante de doutorado do Pro-grama de Pós-graduação em Estatísticae Experimentação Agronômica. O tra-balho do esalqueano, intitulado N-mixture models applied to zero-inflatedinsect abundance data, foi eleito como amelhor apresentação feita por aluno. Oestudo tem orientação da professora doDepartamento de Ciências Exatas daESALQ, Clarice Garcia BorgesDemétrio, co-orientação do professorWesley Augusto Conde Godoy, do De-partamento de Entomologia e Acarologiada ESALQ, e do professor John Hinde,da National University of IrelandGalway (NUI Galway).

Ger

hard

Wal

ler

(DvC

omun

)G

erha

rd W

alle

r (D

vCom

un)

Projeto Equoterapia

Ano XIII Número 45 setembro/2016 7

Painel

Ger

hard

Wal

ler (

Aco

m)

www.zootecnia.esalq.usp.br

Novos Talentos

Desde 2001, a ESALQ desenvolve o Projeto Equoterapia, inicia-tiva pioneira dentro das Universidades Públicas, que oferece trata-mento terapêutico e educacional complementar e utiliza o cavalo comoinstrumento de reabilitação de pessoas com deficiência física e/oumental para melhorar o desenvolvimento físico, psíquico, cognitivo esocial. Desenvolvido no Departamento de Zootecnia, sob coordena-ção do professor Claudio Maluf Haddad, conta com profissionais nasáreas de Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia, Terapia Ocupacional,Zootecnia, Agronomia, Equitação e voluntários da graduação e pós-graduação, com atendimento de segunda à sexta-feira. Saiba mais:

Campus tem novo restaurante

Desde 1/8, o campus “Luiz de Queiroz”passou a contar com o novo restaurante uni-versitário, localizado próximo à Central deAulas. “Nos últimos anos cresceu sensivel-mente a quantidade de pessoas que circulamno campus, foram criados novos cursos degraduação e de pós-graduação e isso acabouinviabilizando o antigo restaurante”, comen-tou o prefeito do campus, Fernando Seixas. O

novo restaurante tem 1.809,20 m2 de áreaconstruída e opera em sistema terceirizado.Sobre o cardápio, a nutricionista e chefe daSeção de Restaurante, Paula Telles Poeta, res-salta uma novidade. “Além de ovo, serão ofe-recidas outras opções de pratos vegetarianos”.A capacidade de atendimento no novo espaçoé maior. Antes havia espaço para atender 248pessoas sentadas e agora são 376 lugares.

ESALQTec

Em 25/8, o jornalista FernandoBarros esteve na ESALQ para apre-sentar o “Prêmio Novos Talentos paraa Agricultura Sustentável”. O objetivoé aproximar jovens universitários dasoportunidades acadêmicas, científicas,profissionais e de empreendedorismoembutidas no desafio de aumentar aprodução de alimentos em escala pla-netária. Inscreva-se:

Foi liberado e inaugurado oficial-mente em 27/7 o anel viário emPiracicaba, rodovia SPI 162/308, queleva o nome do ex-docente da ESALQ,Ernesto Paterniani, do Departamento deGenética. A via liga as rodoviasComendador Mário Dedini (SP-308),Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304),Rodovia Cornélio Pires (SP-127) eRodovia Laércio Cortes (SP-147). 

Homenagem

Em reunião realizada na Câmara deVereadores de Piracicaba em 28/7, foicomemorado o Dia do Trabalhador Ru-ral e o Dia do Agricultor. Na ocasião, aESALQTec Incubadora Tecnológica daESALQ, foi homenageada na categoria“Empresa do setor do ano”. 

www.premionovostalentos.com

JapãoA ESALQ recebeu, na última se-

mana de agosto, um grupo de estudan-tes da Tokyo University of Agriculture.Os japoneses são integrantes do Re-Inventing Japan Project, iniciativa quepromove o desenvolvimento de líderesnas áreas de Alimentação, Agricultura eMeio Ambiente na América Latina.

Ger

hard

Wal

ler

(DvC

omun

)

ConheçaaESALQ

Cartum da exposição “Amorim, 30 anos nessa brincadeira”. A mostra, aberta no Museu Luizde Queiroz, integrou a programação da 21ª Semana de Arte e Cultura da USP e 26ª SemanaCultural da ESALQ, ocorrida entre 19 e 23 de setembro

Espaço tem capacidade para 376 pessoas

DetalhesdaESALQ

ProjetoMemória

Ano XIII Número 45 setembro/20168

Serviço Odontológico

O livro impresso não vai morrerTEXTO Caio Albuquerque

Dina Maria Bueno Moretti nasceu em 6de maio de 1928, em Campinas (SP). “Meupai era gerente do Banco Comercial do Es-tado de São Paulo e a gente se mudava bas-tante. Passei minha infância em Olímpia (SP)e se eu quisesse que fosse melhor seria im-possível. Tenho recordações maravilhosas,foi um tempo em que eu podia viver na rua,no jardim da minha casa”. De Olímpia vie-ram para Piracicaba. “Cheguei aqui em 30de junho de 1940. Eu me lembro quandonós chegamos, viajamos um dia inteiro efomos ao Hotel Central, na praça JoséBonifácio. Chegamos à meia noite, mas es-távamos irreconhecíveis pois estávamos co-bertos de terra. Não havia estrada asfaltada.Fomos morar em uma casa em cima do ban-co, em uma casa destinada aos gerentes”.

Em Piracicaba, foi matriculada na escolaSud Mennucci e já na infância revelava o gos-to pela leitura. “Eu era uma boa aluna, não erabrilhante, eu gostava mesmo era de ler. Desdemenina eu gostava de ler livrinhos de história,especialmente os de Monteiro Lobato, ganha-va de minha mãe um por mês, se eu me portas-se bem! (risos)”. Quando chegou a hora deescolher uma carreira, decidiu fazer Biblio-teconomia em São Paulo. “Naquele tempotodo mundo estudava para ser professor, maseu queria ser diferente. Eu não queria ser pro-fessora e não me dava com Matemática”. Em1945, foi para a faculdade. “Era no SedesSapientiae, da PUC, perto da Consolação. Ar-rumei um pensionato de freiras próximo à ave-nida Angélica e depois me mudei para o aloja-mento da faculdade”.

Formou-se em 1946 e, em seguida, ini-ciou um curso de tradutora na própria faculda-de. “Um dia, uma professora me disse que naESALQ havia uma vaga para bibliotecária au-xiliar. Na ESALQ, fui sabatinada pelo diretore por um professor. A biblioteca era numa da-quelas casinhas ao lado da atual copiadora.Naquele cuxixozinho lá! Era tudo apertadinho!Meu chefe era um engenheiro agrônomo, Re-

nato Moraes Bartolomeu. Naquele tempo a pro-fissão de bibliotecário não era regulamentada”.

Quando chegou, fazia a catalogação, a clas-sificação, enfim, todo o processo antes de olivro entrar na estante. “Quando eu chegueihavia pilhas de livros para organizar. Todo otrabalho na biblioteca era feito a mão, item poritem. A única ferramenta era a máquina de es-crever. Nesse regime fiquei por 10 anos e, en-tão, meu chefe se aposentou e me tornei a pri-meira bibliotecária formada da ESALQ”.

Antes mesmo de entrar na ESALQ, co-nheceu Justo Moretti Filho, então estudantede Engenharia Agronômica. “Ele morava naesquina do Clube Coronel Barbosa, próxi-mo da minha casa e o pai dele tinha umatabacaria famosa, a Tabacaria Tupã. Ele es-tudava na ESALQ e eu o via saindo parapegar o bonde da sacada da minha casa.Depois, nos aproximamos nos eventos doCoronel Barbosa e ele era meu par de dança.E da dança virou namoro e do namoro viroucasamento em 1951”. O marido já era pro-fessor na ESALQ e, por vezes, perguntavaporque a esposa ficava tanto tempo no tra-balho. “Tinha uma paixão pela Escola, tenhoaté um quartinho aqui em casa com recorda-ções da ESALQ. Meu marido reclamava queeu gostava mais da ESALQ do que dele (ri-sos), porque eu passava o dia lá. Eu semprechegava atrasada aqui em casa (risos). Enquan-to tivesse coisa para fazer eu ficava. Eu consi-derava a biblioteca como a minha casa”.

A biblioteca mudou algumas vezes de lu-gar. “Depois nos mudamos para o EdifícioCentral próximo do Salão Nobre. Lá havia maisespaço, a sala de leitura era bem grande. Sótínhamos um problema. Na sala do acervo,quando chovia forte, molhava os livros. Entãoficávamos eu, o escriturário e o servente carre-gando livros para protegê-los da chuva”.

Com a ampliação da equipe e do acervo,um novo prédio foi construído e a bibliotecase mudou para esse novo local, onde hoje fun-ciona a Cultura e Extensão. “Na sala de leitura,

eu era a mulher do silêncio, porque sempretinha uma conversa ou outra mais exaltada.Psiii...”. Durante sua gestão na biblioteca, or-ganizou, com as demais bibliotecárias, o Cur-so de Integração Escola-Biblioteca, com alu-nos de 1º e 2º graus de escolas de Piracicaba.“Eu tinha uma equipe maravilhosa, eram pes-soas simpáticas, capazes, todos no mesmo tom.Todo mundo tinha direito a dar palpites nasreuniões. De vez em quando eu vou lá. Sintomuita saudade”. Foi vice-presidente da Co-missão Brasileira de Documentação Agrícola(CBDA) e vice-presidente da AsociaciónInteramericana de Bibliotecarios yDocumentalistas Agrícolas (AIBDA) e par-ticipou como membro do Grupo de Trabalhoem Ciências Agrícolas/SP. “Em 1993, recebida AIBDA o Prêmio Nacional MáximoGalardón para Brasil pela destacada contribui-ção no desenvolvimento da informação agrí-cola no Brasil”.

Aposentou-se em 1977. Posteriormentetrabalhou, por cinco anos, como assessora debiblioteca no Planalsucar. “Continuo lendoavidamente, jornais, revistas e livros, inclusi-ve tem um lá na minha cabeceira me esperan-do. Para sair um pouco da esfera dos livros,faço aulas de artesanato e uma vez por semaname reúno com as amigas para bordar. Na outraencarnação, quero ser bibliotecária novamentepois o livro impresso não vai morrer”.

Dina Maria Bueno Moretti“Eu considerava a Biblioteca como a

minha casa”

Ger

hard

Wal

ler

(DvC

omun

)

Ger

hard

Wal

ler

(DvC

omun

)

Construída em 1945 em estilo arquitetôniconeocolonial, a edificação tem 278,05m2 eoriginalmente serviu como moradia paraprofessores da ESALQ. Na década de 1990,passou a abrigar a sede da Guarda Universi-tária. Em 2005, após reforma com base emprojeto desenvolvido pela Prefeitura do campuse promoção das obras necessárias para ade-quação dos espaços internos, passou a abrigaro Centro Odontológico do campus, preservandoa arquitetura externa em sua íntegra em respeitoao tombamento do campus pelo CONDEPHAAT.

(fonte: Divisão do Escritório Regional da SEF de Piracicaba)