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CONSÓRCIO ENER-REDE COUTO MAGALHÃES REDE COUTO MAGALHÃES ENERGIA S.A. ENERCOUTO S.A. V. III-316 4.2.6) ENTOMOFAUNA – ABELHAS As abelhas (Hymenoptera: Apoidae) são insetos herbívoros que forrageiam flores para a coleta de recursos florais, como pólen, néctar e óleo (Michener 2007). É um grupo bastante heterogêneo e apresenta uma grande variação morfológica e na coloração do tegumento e dos pelos, podendo exibir tons metálicos e estruturas especializadas na coleta de recursos florais, tais como as escovas das pernas anteriores de Centris para coletar óleo e a pilosidade especializada para transportar pólen (Michener 2007; Aguiar et al. 2003). Suas larvas são protegidas e desenvolvem-se em células no interior de ninhos confeccionados de barro, em cavidades pré-existentes, ou mais comumente no solo e alimentadas com massa polínica aprovisionada pela fêmea adulta. Os ninhos diferem em tamanho e morfologia dependendo do hábito social das abelhas (Michener 2007). De uma forma generalizada, as abelhas podem exibir comportamento solitário ou social. As espécies solitárias constroem seu próprio ninho e alimentam sua prole sem a ajuda de outras abelhas adultas, enquanto que as sociais apresentam diferentes níveis de sociabilidade, desde duas abelhas adultas vivendo em um mesmo ninho – por exemplo algumas espécies de mamangabas, Xylocopa – até gigantescas colônias com uma complexa organização social, como as abelhas de mel, Apis mellifera L. e as abelhas indígenas sem ferrão, Meliponini (Michener 2009). Segundo Batra (1984), as abelhas solitárias correspondem a aproximadamente 85% do total da diversidade de abelhas no mundo, sendo um componente importante da diversidade de insetos. Existem também abelhas de várias espécies, denominadas abelhas cleptoparasitas, que roubam o ninho de outras espécies de abelhas, matam, ou não, os ovos do hospedeiro para ovopositar e alimentar suas larvas com os alimentos existentes (Michener 2007). Existem muitos motivos para abelhas visitarem flores e diversas maneiras pelas quais as flores atraem abelhas. Flores oferecem alimento, produzem substâncias utilizadas pelas abelhas na construção do ninho ou necessárias para sua reprodução, escondem recursos florais, enganam os visitantes florais ou servem como local de acasalamento (Simpson & Neff 1981, 1983, Schlindwein 2004, Vogel 1983, Roubik 1989). Algumas abelhas desenvolveram, ao longo da evolução, uma morfologia ou um comportamento especializado para coletar recursos florais de difícil acesso ou para explorar recursos florais específicos como óleo, resinas e odores (Schlindwein 2000). Estas guildas de abelhas são formadas quase exclusivamente por espécies solitárias (Michener 1974). Especializações que são comuns a vários grupos de abelhas são: coletoras de óleo floral, abelhas vibradoras, coletoras de resina, visitantes de tubos florais longos, coletoras de odores florais e abelhas oligoléticas. Abelhas que utilizam óleo floral para construção do ninho ou para alimentação das larvas são conhecidas como coletoras de óleo floral. São encontradas na tribo Centridini, Tapinotaspidini e Tetrapediini (Vogel 1974). Esses grupos apresentam morfologia especializada nas pernas anteriores para coleta desse recurso que é produzido por poucos grupos de plantas, especialmente Malpighiaceae, Solanaceae, Krameriaceae e Plantaginaceae (Schlindwein 2004). Somente alguns grupos de abelhas têm a capacidade de retirar pólen de plantas com anteras que se abrem em poros apicais. No Brasil, a habilidade de gerar vibrações com a musculatura alar é presente em espécies dos gêneros Centris, Epicharis (Centridini), Euglossini, Bombus (Bombini), Augochlorini. Esse tipo de antera é comum em plantas das famílias Solanaceae, Melastomataceae e Caesalpinaceae, entre outras famílias menores. Algumas espécies de abelhas coletam resinas vegetais e as utilizam puras ou misturadas a barro, areia, substâncias glandulares ou tricomas vegetais na construção do ninho (Michener

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4.2.6) ENTOMOFAUNA – ABELHAS As abelhas (Hymenoptera: Apoidae) são insetos herbívoros que forrageiam flores para a coleta de recursos florais, como pólen, néctar e óleo (Michener 2007). É um grupo bastante heterogêneo e apresenta uma grande variação morfológica e na coloração do tegumento e dos pelos, podendo exibir tons metálicos e estruturas especializadas na coleta de recursos florais, tais como as escovas das pernas anteriores de Centris para coletar óleo e a pilosidade especializada para transportar pólen (Michener 2007; Aguiar et al. 2003). Suas larvas são protegidas e desenvolvem-se em células no interior de ninhos confeccionados de barro, em cavidades pré-existentes, ou mais comumente no solo e alimentadas com massa polínica aprovisionada pela fêmea adulta. Os ninhos diferem em tamanho e morfologia dependendo do hábito social das abelhas (Michener 2007). De uma forma generalizada, as abelhas podem exibir comportamento solitário ou social. As espécies solitárias constroem seu próprio ninho e alimentam sua prole sem a ajuda de outras abelhas adultas, enquanto que as sociais apresentam diferentes níveis de sociabilidade, desde duas abelhas adultas vivendo em um mesmo ninho – por exemplo algumas espécies de mamangabas, Xylocopa – até gigantescas colônias com uma complexa organização social, como as abelhas de mel, Apis mellifera L. e as abelhas indígenas sem ferrão, Meliponini (Michener 2009). Segundo Batra (1984), as abelhas solitárias correspondem a aproximadamente 85% do total da diversidade de abelhas no mundo, sendo um componente importante da diversidade de insetos. Existem também abelhas de várias espécies, denominadas abelhas cleptoparasitas, que roubam o ninho de outras espécies de abelhas, matam, ou não, os ovos do hospedeiro para ovopositar e alimentar suas larvas com os alimentos existentes (Michener 2007). Existem muitos motivos para abelhas visitarem flores e diversas maneiras pelas quais as flores atraem abelhas. Flores oferecem alimento, produzem substâncias utilizadas pelas abelhas na construção do ninho ou necessárias para sua reprodução, escondem recursos florais, enganam os visitantes florais ou servem como local de acasalamento (Simpson & Neff 1981, 1983, Schlindwein 2004, Vogel 1983, Roubik 1989). Algumas abelhas desenvolveram, ao longo da evolução, uma morfologia ou um comportamento especializado para coletar recursos florais de difícil acesso ou para explorar recursos florais específicos como óleo, resinas e odores (Schlindwein 2000). Estas guildas de abelhas são formadas quase exclusivamente por espécies solitárias (Michener 1974). Especializações que são comuns a vários grupos de abelhas são: coletoras de óleo floral, abelhas vibradoras, coletoras de resina, visitantes de tubos florais longos, coletoras de odores florais e abelhas oligoléticas. Abelhas que utilizam óleo floral para construção do ninho ou para alimentação das larvas são conhecidas como coletoras de óleo floral. São encontradas na tribo Centridini, Tapinotaspidini e Tetrapediini (Vogel 1974). Esses grupos apresentam morfologia especializada nas pernas anteriores para coleta desse recurso que é produzido por poucos grupos de plantas, especialmente Malpighiaceae, Solanaceae, Krameriaceae e Plantaginaceae (Schlindwein 2004). Somente alguns grupos de abelhas têm a capacidade de retirar pólen de plantas com anteras que se abrem em poros apicais. No Brasil, a habilidade de gerar vibrações com a musculatura alar é presente em espécies dos gêneros Centris, Epicharis (Centridini), Euglossini, Bombus (Bombini), Augochlorini. Esse tipo de antera é comum em plantas das famílias Solanaceae, Melastomataceae e Caesalpinaceae, entre outras famílias menores. Algumas espécies de abelhas coletam resinas vegetais e as utilizam puras ou misturadas a barro, areia, substâncias glandulares ou tricomas vegetais na construção do ninho (Michener

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1974, 2007, Schlindwein 2004, Roubik 1989). Geralmente, as resinas são coletadas em ferimentos no tronco de árvores ou em flores de Dalechampia (Euphorbiaceae) e Clusia (Clusiaceae). Abelhas coletoras de resina são encontradas em Euglossini, Meliponini e Anthidinae. Algumas espécies de plantas apresentam tubos florais longos e escondem o néctar em câmaras nectaríferas no fundo desses tubos. Dessa forma, as flores excluem visitantes de língua curta e ou de pequeno tamanho que não iriam efetivar polinização. Assim nesse tipo de flor, característico de várias famílias de plantas, especialmente Bignoniaceae, Asclepiadaceae, Cordiaceae e Verbenaceae, são visitadas e polinizadas por abelhas que apresentem o tamanho da língua compatível com o tamanho do tubo floral (Schlindwein, 2004). Os machos de todas as espécies de Euglossini (Eufriesea, Euglossa, Eulaema, Exaerete e Aglae) coletam perfumes florais e apresentam adaptações morfológicas como a tíbia posterior dilatada com superfície interna grande para estocar e transportar os perfumes florais (Vogel 1966, Michener 2007, Silveira et al. 2002). Euglossini são as únicas abelhas a coletarem esse recurso, que é produzido em osmóforos em flores de Orchidaceae e Araceae. A partir dessa descoberta, odores sintetizados em laboratório são utilizados largamente em levantamento de fauna de Euglossini de todo o Brasil (Roubik 1987). A maioria das espécies de abelhas forrageia para coletar pólen em muitas espécies de plantas, sem discriminação. Essas são conhecidas como abelhas poliléticas. Entretanto, algumas espécies restringem suas fontes de pólen a determinados grupos de plantas, dentro de uma mesma família. Esse grupo é denominado abelhas oligoléticas (Robertson 1925). Abelhas oligoléticas são conhecidas em pelo menos 12 tribos, especialmente Panurgini, várias tribos de Apinae, Paracolletini e Megachilini. Cada grupo de abelhas tem suas fontes de pólen específicas. Nesses sistemas, de forma geral, abelhas oligoléticas e plantas relacionadas formam uma relação estreita de dependência (Carvalho 2006). Devido a essas especializações, em levantamento de abelhas faz-se necessária a busca intensiva das espécies de plantas que podem ter relações especializadas com determinados grupos de abelhas, a fim de amostrá-los. Um exemplo pode ser visto nas abelhas da tribo Emphorini. O gênero Melitoma, que é oligolético em flores de Ipomoea (Convolvulaceae), somente é possível ser amostrado em coletas nas flores desse gênero de planta. O mesmo é válido para os vários grupos de abelhas especializadas. Importância das abelhas As abelhas são os principais polinizadores em quase todos os ecossistemas (Neff & Simpson 1992), assim prestam um serviço ambiental imprescindível para manutenção da reprodução das plantas. São agentes polinizadores dos mais variados tipos de plantas, desde Orchidaceae a ervas ruderais e árvores de grande porte em florestas primárias. Não obstantes a áreas naturais, estima-se que as abelhas prestam serviço de polinização a 73% das plantas cultivadas, gerando lucros de bilhões de dólares anuais (Kevan & Imperatriz-Fonseca 2002). A conservação de polinizadores está intimamente ligada à saúde ambiental, à recuperação de áreas degradadas bem como ao fornecimento de alimento à população humana. Além da importância ecológica como polinizadores, abelhas sociais que armazenam néctar desidratado em forma de mel, tais como os Meliponini e a Apis mellifera, exibem um importante papel econômico com a produção de mel, cera, própolis e outros produtos de uso antrópico (Ramalho 1989). O interesse pelos serviços ambientais prestados por ecossistemas naturais tem suportado ações internacionais de proteção à natureza. Dentre essas ações estão as Iniciativas de Polinizadores. A importância dos polinizadores foi reconhecida oficialmente pela “Convenção da Diversidade

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Biológica (CBO)” desde a Rio-92. Em 2000, foi aprovado o programa “Iniciativa Internacional para Conservação e Uso Sustentado dos Polinizadores”, que ficou posteriormente citado como IPI “Iniciativa Internacional dos Polinizadores”. Dessa forma, foi reconhecido internacionalmente o importante papel desses animais e a conservação desses polinizadores gerou iniciativas de conservação e estudos desses animais em todas as partes do mundo. O Brasil apresentou importante papel na construção da IPI com a “Carta de São Paulo”, que posteriormente gerou a Iniciativa Brasileira dos Polinizadores, uma das primeiras no mundo. Levantamento de fauna de abelhas no Brasil e na região Centro-Oeste Existem cerca de 18.000 espécies de abelhas descritas em todo o mundo (Michener 2007; Roubik 1989), dentre as quais mais de 7.000 espécies de abelhas encontram-se na América do Sul e mais de 4.000 no Brasil (Silveira et al. 2002). Cerca de 800 espécies foram coletadas no cerrado, das quais 420 espécies (52%) são conhecidas somente da região de cerrado e várias são endêmicas de locais específicos dentro da região (Dias & Morais 2007). Alves-dos-Santos & Krug (2008) indicam a utilização de várias técnicas de coleta para eficiência em levantamentos rápidos de abelhas. Além do uso de diferentes técnicas de coleta, em levantamentos rápidos, é importante a experiência do coletor na identificação de espécies de plantas alvo e na coleta de espécies de abelhas pequenas e de voo rápido, para que o levantamento seja eficiente. A maior parte dos levantamentos de fauna de abelhas brasileiras foi realizada nas regiões Sudeste e Sul do país (Pinheiro Machado 2002). Algumas listas também foram geradas no nordeste e menor número no Norte e Centro-Oeste. Foram realizados, desde meados dos anos 80, levantamentos de espécies de abelhas em áreas de cerrado (Campo 1989, Pedro 1992, Silveira 1989, Mateus 1998, Coelho-Carvalho & Bego 1995, 1996, Konll 1990, Camargo e Mazucato 1984, Silveira e Campos 1989). Entretanto, levantamentos sistemáticos de abelhas no Mato Grosso do Sul, Goiás ou Mato Grosso ainda são inexistentes. A maioria das espécies de abelhas citadas para o estado de Mato Grosso estão em Silveira et al. (2002). Conservação de abelhas A intervenção humana, decorrente de atividades agrícolas, construção de rodovias, aplicação de inseticidas, entre outras, reduz drasticamente a disponibilidade de recursos florais e áreas propícias para construção de ninhos (Michener 2007). Dessa forma, medidas de proteção e conservação ambiental se fazem importantes para a manutenção das espécies. Segundo Myer et al. (2000), o Cerrado é um dos 25 hotspots para conservação da biodiversidade da Terra. Nele ocorrem cerca de 10.000 espécies de plantas, sendo 4.400 endêmicas da região. Se uma população de polinizadores efetivos e exclusivos de uma planta é suprimida, o sucesso reprodutivo e a manutenção da população vegetal que está em dependência desta abelha não são mais garantidos (Schlindwein 2000). Assim se faz necessário o conhecimento da fauna de abelhas e plantas relacionadas, a fim de garantir informações estratégicas na conservação desse grupo biológico.

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4.2.6.1) Metodologia Entre 27 de fevereiro e 5 de março de 2010, foi realizada uma amostragem faunística de abelhas nas áreas de influência do AHE Couto Magalhães nos municípios de Alto Araguaia/MT e Santa Rita do Araguaia/GO. As abelhas voam apenas na presença de sol, portanto as atividades diárias de coleta tiveram início com o nascer do sol e término no pôr-do-sol, entre 6:30h e 19:00h. Ao final da amostragem, foram percorridos cerca de 1.500 km, com o esforço amostral de 84 horas/coletor. Períodos de chuvas e tempo fechado foram descartados do tempo total de amostragem.

Áreas de Estudo A) Pontos fixos de coleta de Euglossini Foram escolhidos dez pontos de coleta localizados, o mais próximo possível dos pontos propostos pelo Plano de Trabalho para Coleta de Fauna do AHE Couto Magalhães. Os pontos de Coleta de Euglossini estão espacializados no Mapa dos Locais de Amostragem de Abelhas (MB-CTM-31), descritos no Quadro 4.2.6.1-1 e marcados como referência no croqui apresentado na Figura 4.2.6.1-1. Duas áreas inicialmente propostas para coleta não puderam ser amostradas devido à impossibilidade de acesso ao local (Casa de Força - foz do córrego Rico e Jusante do Empreendimento – córrego do Onça). Fortes chuvas ocorreram na região durante o período de coleta e as estradas e pontes ficaram intransitáveis (pontos marcados em amarelo no croqui da Figura 4.2.6.1-1). Adicionalmente, três amostras de Euglossini foram perdidas em função do transbordamento de rios da região: uma no alto rio Babilônia, uma no ponto Controle e uma no médio ribeirão Claro.

Quadro 4.2.6.1-1 Descrição e localização dos pontos de coleta das armadilhas com odor, para captura de

Euglossini, na área de influência do AHE Couto Magalhães

Região Pontos Descrição Coordenadas em

UTM

Região 1 Ponto 1 – ribeirão Zeca Novato (AII)

(Foto 3)

Área de cerrado bem conservada da bacia do ribeirão Zeca Novato; solo arenoso quartzoso.

266061/8055093

Ponto 2 - córrego do Sapo (AII) (Foto 1)

Local de Cerrado a cerca de 3 km de área de vereda, na bacia do córrego do Sapo; presença de um solo arenoso, de grau intermediário de conservação.

251282/8055975

Região 2 Ponto 3 - córrego do Sapo (Vereda) (AII)

(Fotos 2 e 12)

Área de formação monoespecífica de Buriti (Mauritia flexuosa, Arecaceae). Embora área pequena, exibe bom estado de conservação; presença de Orchidaceae do gênero Catasetum nas Palmeiras; vegetação rasteira com presença de Cyperaceae e Poaceae em abundância.

251561/8055513

Região 5 Ponto 4 - foz do ribeirão Claro

(ADA)

Área de mata ciliar com estrato superior atingindo 10 m de altura; fragmento de pequenas proporções, em estado intermediário de conservação.

266116 /8090065

Ponto 5 - médio Ribeirão Claro (Foto 8) (AID)

Área de mata ciliar em bom estado de conservação; presença de uma área de cerrado muito próxima do ponto de coleta.

258634/8092647

Região 3 Ponto 6 - médio ribeirão Claro (Foto 9) (AID)

Área de mata ciliar em bom estado de conservação; fragmento de pequenas proporções rodeado de plantação de soja (Glycine max, Fabaceae).

259532 /8092665

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Região Pontos Descrição Coordenadas em

UTM

Região 6

Ponto 7 - região do córrego Taboca e córrego da Vaca (Foto 10) (ADA)

Fragmento de mata ciliar rodeado por paisagem de cerrado sob influência de pastagem; em ótimo estado de conservação com estrato arbóreo superior a 15 m.

265234/8093282

Ponto 8 – rio Babilônia - área controle (Foto 6)

(AID)

Área de mata ciliar com cerca de 40 ha em ótimo estado de conservação; rodeada por pastagem; é o maior fragmento de mata da região que foi melhor amostrado.

272773/8088453

Região 4 Ponto 10 - baixo rio Babilônia (Foto7)

(ADA)

Área de mata ciliar em bom estado de conservação; área com forte influência do Rio Babilônia; mata com estrato superior de no máximo 10 m.

270552/8094078

Região 7 Ponto 9 – cachoeira Couto de Magalhães

(ADA)

Área pequena de mata ciliar com extrato arbóreo de grande porte, acima de 15 m, que recebe a umidade da cachoeira.

271333/8101739

Ponto Extra Ponto 11 - Entorno da cidade (Fotos 4 e 5)

(AII)

Área de mata ciliar com grau intermediário de conservação na bacia do córrego Gordura; extrato superior com mais de 10 m de altura; essa área não foi incluída na análise de similaridade, pois nenhum indivíduo de Euglossini foi coletado durante a amostragem.

261866/8083415

B) Áreas de coleta de abelhas em flores e busca ativa de ninhos de Meliponini

A descrição das regiões de coleta de abelhas em flores e busca ativa por ninhos de Meliponini, é apresentada a seguir:

Região 1 - Região do ribeirão Zeca Novato (AII): área de cerrado sensu strito com ótimo estado de conservação; no período de coleta não havia muitas plantas em floração; área com fisionomia bastante diferente das demais; há influência de plantação de Eucalyptus e de criação extensiva de gado (Foto 3).

Região 2 - Região do córrego do Sapo (AII): área com várias fisionomias; presença de cerrado de solo areno-argiloso e vereda; área sob forte influência de plantações de soja (Fotos 1, 2 e 12).

Região 3 - Região da bacia do ribeirão Claro (AID): área de criação de gado e plantação de soja; alguns fragmentos de mata ciliar e de cerrado de solo argiloso são encontrados, de uma forma geral, bastante degradados (Fotos 8 e 9).

Região 5 - Região da bacia do ribeirão Claro (ADA): área de criação de gado e plantação de soja; alguns fragmentos de mata ciliar e de cerrado de solo argiloso são encontrados, de uma forma geral, bastante degradados.

Região 4 - Região da bacia do rio Babilônia incluindo a área denominada controle (AID e ADA): área com grande influência da Floresta Amazônica; impacto antrópico provocado por extensas áreas de pasto; algumas áreas de cerrado de solo argiloso também fazem parte da fisionomia da região (Fotos 6 e 7).

Região 6 - Região do córrego Taboca e córrego da Vaca (ADA): área com influência de Floresta Amazônica, mas com áreas de cerrado e uma vasta paisagem de extensas plantações de soja e criação de gado (Fotos 10 e 15).

Região 7 - Área da cachoeira Couto de Magalhães: (ADA) área de mata ciliar e de cerrado apresentando solo argiloso; presença de forte impacto antrópico devido a plantações de soja e criação de gado; na região ainda há alguns remanescentes de cerrado em bom estado de conservação.

Região Extra - Área do entorno da Cidade (AII): área de amostragem com impacto antrópico das zonas urbanas da cidade de Alto Araguaia e Santa Rita do Araguaia. Nessa região inclui-se áreas de cerrado relativamente bem conservadas, áreas de mata

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ciliar às margens do rio Araguaia e uma área de mata ciliar da bacia do córrego Gordura com bom grau de conservação; foram incluídas nessa área as abelhas coletadas em áreas urbanas de Alto Araguaia e de Santa Rita do Araguaia, em praças e jardins (Fotos 4, 5 e 14).

Figura 4.2.6.1-1: Croqui de localização dos pontos de amostragem de abelhas. Pontos

vermelhos: os pontos de coleta de Euglossini; pontos azuis: coletas de abelhas em flores e pontos onde foram encontrados ninhos de Meliponini. Destaque em amarelo: locais que

não puderam ser amostrados em função da falta de acesso. Metodologia de coleta Três métodos de amostragem de abelhas foram utilizados para obter um número significativo de espécies de abelhas:

- Método quantitativo/qualitativo de captura de machos de Euglossini Foram confeccionadas armadilhas “trap” com garrafas tipo pet com iscas de cheiro (Fotos 11, 12 e 17). Os euglossines, ou abelhas das orquídeas, formam um grupo bastante especializado na coleta de odores florais em espécies, principalmente, de Orchidaceae e Araceae sendo polinizadores efetivos dessas espécies (Foto 18). Devido a essa peculiaridade, podem ser facilmente atraídas com iscas de odores artificiais. Esta técnica é largamente usada em levantamentos de abelhas (Roubik 1987; Nemésio 2009) e permite avaliar a riqueza e abundância, uma vez que se pode padronizar o tipo de odor usado, quantidade de armadilhas por área a ser amostrada e tempo de exposição da armadilha (Fotos 11 e 12).

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Uma unidade amostral foi disponibilizada por duas manhãs em cada ponto fixo de coleta. A unidade amostral consiste de nove armadilhas dispostas num raio de 10 metros. Em cada armadilha um chumaço de algodão foi embebido com 5 mL do odor artificial puro. As substâncias utilizadas foram: Skatol, Salicilato de metila, ß-ionone, Vanillina, Acetato de benzila, Eucalyptol, Eugenol, Cinamato e Benzoato de benzila.

- Método qualitativo de coletas de abelhas em flores com rede entomológica Para avaliação da riqueza de espécies da área, as abelhas foram coletadas em flores com auxílio de rede entomológica. Esse método depende da disponibilidade de espécies vegetais com flores, abundância de flores, tipo de flor e recurso floral disponibilizado aos visitantes. Ao avistar flores, dois coletores com rede entomológica coletaram abelhas por um período que variou de 5 a 15 minutos por espécie vegetal por parada (Fotos 13, 14 e 15). Nesta técnica a experiência do coletor é importante, principalmente para localizar espécies de planta alvo, que possuam fontes de recurso (néctar, pólen, óleo e odores) e sejam capazes de capturar espécies raras ou pequenas. No primeiro dia de coleta, algumas espécies de plantas em floração foram avistadas e determinaram a necessidade de um esforço amostral maior. A escolha dessas espécies foi baseada na observação de recursos disponíveis (néctar, pólen, entre outros), no conhecimento prévio de relações especializadas planta-grupos de abelhas e, pela abundância da espécie de planta na região. Nessa técnica de coleta não há como delimitar uma área e dessa forma os pontos foram classificados de acordo com a proximidade dos pontos fixos de coleta de Euglossini (Figura 4.2.6.1-1). A impossibilidade da delimitação de um ponto está relacionada ao hábito das abelhas de visitarem flores, assim a melhor forma de amostragem é considerar dentro de uma região ampla, cada espécie de planta florida e seus polinizadores específicos. Portanto, para este grupo, escolheu-se delimitar as áreas usando as características fisionômicas, de proximidade e pela micro-bacia hidrográfica.

- Método qualitativo de amostragem da riqueza de espécies sociais da tribo Meliponini Durante os percursos entre os pontos de coleta de Euglossini, espécies de árvore de maior porte foram vistoriadas para localização de ninhos de Meliponini. Para cada ninho encontrado foi marcado um ponto de GPS. Na medida do possível, alguns indivíduos foram coletados e as entradas dos ninhos foram fotografadas (Fotos 19 e 20). Nem sempre foi possível coletar indivíduos dos ninhos, principalmente devido à altura em que esses foram encontrados e o comportamento críptico de algumas espécies, quando os indivíduos não saiam do ninho ao serem incomodados (Nogueira Neto 1997).

Método de sacrifício dos animais, procedimentos laboratoriais e identificação

Em campo, todos os animais coletados foram sacrificados em vidro mortífero contendo acetato de etila (Foto 16). Em cada vidro foram colocadas etiquetas de papel com as seguintes informações: município de coleta, nome do ponto de coleta de Euglossini mais próximo, coordenada geográfica em UTM, data e coletor. No laboratório os animais foram montados em alfinete entomológico e secos em estufa a 42 °C por dois dias, conforme procedimento padrão para esse grupo biológico (Silveira et al. 2002). Cada indivíduo foi etiquetado com as informações contidas no vidro mortífero, recebendo uma

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etiqueta com número único do banco de dados do grupo Plebeia Ecologia de Abelhas e da Polinização. Para identificação, inicialmente foi utilizada a chave para os gêneros de abelhas que ocorrem no Brasil, apresentada em Silveira et al (2002). Após a identificação dos gêneros, os indivíduos foram morfoespeciados. As espécies que foram identificadas ao nível específico, foram comparadas com material previamente identificado e depositado na coleção entomológica da UFPE, ou por meio de chaves de identificação presentes para as espécies. Alguns grupos são virtualmente impossíveis de identificação ao nível especifico sem serem enviados para especialistas e/ou por revisões de gêneros e sub-gêneros.

Tratamento taxonômico Para o tratamento taxonômico foi utilizada a classificação proposta por Melo e Gonçalves (2005) e presente no Catálogo de Abelhas Moure (http://moure.cria.org.br/catalogue). Nessa classificação, as famílias tratadas classicamente por Michener 2007 e Silveira et al. 2002 são tratadas como subfamílias. Todas as espécies de abelhas são tratadas como pertencentes à família Apidae contendo 7 subfamílias, das quais 5 estão representadas em território brasileiro. Taxa que são anteriormente tratados como subfamílias, aqui foram tratadas como tribo ou subtribo.

Tratamento de Apis mellifera L.

A espécie de abelha Apis mellifera L. 1758, ou abelha do mel, como é conhecida em língua inglesa “honey bee”, é uma espécie introduzida e comum a todas as regiões brasileiras. Na maioria dos levantamentos de abelhas realizado no Brasil (Silveira et al. 2002 e Pinheiro Machado et al. 2002) é a espécie mais abundante. Apis mellifera foi excluída da amostragem e das análises, uma vez que é superabundante e de fácil reconhecimento em atividades de campo. Esse é um procedimento que foi usado em várias publicações de comunidade de abelhas. Entretanto, um espécime por localidade foi coletado como testemunho. Ninhos de Apis mellifera não foram procurados, sendo encontrados ocasionalmente. Apis é uma espécie introduzida bastante comum e não fez parte do objetivo desse trabalho.

Análise dos dados Para Euglossini e Meliponini, foi feita análise de similaridade utilizando índice de similaridade Jaccard e construção do dendrograma pela técnica do UPGMA. O índice de Jaccard é um índice de similaridade de presença e ausência simples que gera índices percentuais entre as amostras a partir de uma matriz retangular ou quadrada. Para Euglossini, foi utilizado o índice de similaridade de Bray-Curtis que pesa a presença de cada espécie e sua abundância entre amostras e o dendrograma gerado pela média do grupo. Foi utilizada a lista de pontos amostrados para Euglossini e para Meliponini de acordo com as descrições de pontos apresentadas no sub-item Áreas de Estudo A e B. As análises foram realizadas com auxilio do software Primer 6.1.6 (Primer-E 2006).

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4.2.6.2) Resultados e Discussão Durante o período amostrado, foram coletados 1.282 indivíduos de abelhas distribuídos em 178 espécies e 60 gêneros (Tabela 4.2.6.2-1). Todas as subfamílias de abelhas presentes no Brasil foram amostradas (Figura 4.2.6.2-1). A subfamília Apinae foi melhor representada (113 espécies e 1.118 indivíduos) seguida de Halictinae (49 espécies e 104 indivíduos), Megachilidae (11 espécies e 20 indivíduos), Andrenidae (4 espécies e 42 indivíduos) e Coletidae (1 espécie e 1 indivíduo).

28%

63%

2%6% 1%

Apinae Halictinae Megachilidae Andrenidae Coletidae

Figura 4.2.6.2-1: Percentual de espécies coletas por subfamília no levantamento de abelhas para região do AHE Couto Magalhães.

A lista com as espécies de abelhas coletadas é apresentada na Tabela 4.2.6.2-1. Das 178 morfoespécies amostradas, 19,7% foi identificada ao nível específico. Dificuldades na identificação, ou por falta de material de referência previamente identificado ou por falta de revisões taxonômicas, são comuns em trabalhos com insetos (ver Silveira et al. 2001, Pinheiro-Machado et al. 2002). A presença de espécies novas na amostra, embora até agora somente confirmada para uma espécie de Paratetrapedia, também é fator limitante para chegar ao nível específico nas identificações. O envio do material para especialistas pode adicionar novas informações à lista. É relevante informar que há uma grande escassez de levantamentos de abelhas no Brasil (Vera Imperatiz-Fonseca, informação pessoal), especialmente para os estados da região Norte e Centro Oeste (Pinheiro-Machado et al. 2002). Ainda não foram geradas listas de espécies de abelhas em levantamentos sistemáticos para o estado do Mato Grosso e Goiás dificultando ainda mais a identificação dos animais.

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Tabela 4.2.6.2-1 Listas de espécies coletadas e abundância total nas áreas de influência do AHE Couto

Magalhães.

Área de influência/Região amostral AII AID ADA Classificação Taxonômica

Extra 1 2 3/5 4 6 7 Apidae

Andreninae Calliopsini

Acamptopoeum sp. 1 Oxaeini

Oxaea austera Gertäcker, 1867 1 1 1 3 Oxaea sp. 6 1 1 4 1 1

Protandrenini Rhophitulus sp. 2 2 15 1 1

Apinae Apini

Apis mellifera (Linnaeus, 1758) 1 1 1 1 1 1 1 Bombini

Bombus sp. 1 1 Centridini

Centris (Centris) sp. 1 1 Centris (Centris) sp. 2 2 Centris (Centris) sp. 3 1 Centris (Hemisiela) tarsata Smith 1874 1 1 1 Centris (Heterocentris) analis (Fabricius, 1804) 1 1 1 1 Centris (Melacentris) sp. 1 4 7 3 1 Centris (Trachina) sp. 1 1 Centris (Trachina) sp. 2 1 Epicharis (Epicharis) sp. 1 3 1 Epicharis (Hoplepicharis) sp. 1 1 3 Epicharis (Hoplepicharis) sp. 2 1 Epicharis (Perepicharis) sp. 1 1 Epicharis (Triepiecharis) sp. 1 1 2

Emphorini Alepidosceles sp. 1 8 8 7 1 1 1 1 Alepidosceles sp. 2 1 1 1 Alepidosceles sp. 3 2 Alepidosceles sp. 4 2 1 Alepidosceles sp. 5 1 Alepidosceles sp. 6 4 Ancyloscelis aff. ursinos 4 Melitoma segmentaria (Fabricius, 1807) 3 1

Ericrocidini Acanthopus sp. 1 1 Eurytis sp. 1 Hopliphora cf. velutina (Lepeletier & Serville, 1825) 1

Eucerini Gaesischia sp. 1 1 Gaesischia sp. 2 2

Euglossini Eufrisea sp. 1 1 Eufrisea sp. 2 1 Euglossa cf. decolorata Smith, 1874 1 Euglossa sp. 2 1 Euglossa (Euglossa)sp. 3 3 Euglossa (Glossura)sp. 4 4 Euglossa sp .4 3 Euglossa sp. 5 1 Eulaema (Apeulaema) cingulata (Fabricius, 1804) 3 1 2 2

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Área de influência/Região amostral AII AID ADA Classificação Taxonômica

Extra 1 2 3/5 4 6 7 Eulaema (Apeulaema) nigrita Lepeletier, 1841 12 11 23 30 1 Eulaema (Apeulaema) pseudocingulata Oliveira, 2006 1 13 9 8 5 2

Exomalopsini Exomalopsis (Exomalopsis) fulvofasciata Smith, 1879 1 1 1 Exomalopsis (Exomalopsis) sp. 1 4 3 1 1 2 Exomalopsis (Exomalopsis) sp. 2 2 1 1 Exomalopsis (Exomalopsis) sp. 3 1 Exomalopsis (Exomalopsis) sp. 4 1 Exomalopsis (Exomalopsis) sp. 5 2 3 Exomalopsis (Exomalopsis) sp. 6 4 4 Exomalopsis (Exomalopsis) sp. 7 1 3 1 Exomalopsis (Exomalopsis) sp. 8 1 Exomalopsis (Exomalopsis) sp. 9 1 1 Exomalopsis (Exomalopsis) sp. 10 1 Exomalopsis (Exomalopsis) sp. 11 1

Meliponini Cephalotrigona cf. capitata (Smith, 1854) 8 24 1 Cephalotrigona sp. aff. capitata 1 1 Frieseomelitta aff. varia 1 1 1 2 Geotrigona cf. mombuca (Smith, 1863) 4 Meliponia (Michmelia) titania Gribodo, 1893 5 Paratrigona lineata (Lepeletier, 1836) 12 1 4 9 27 5 Partamona helleri (Friese, 1900) 4 1 1 Partamona aff. cupira 2 2 2 Partamona sp. 1 5 2 15 9 Plebeia sp. 1 1 Plebeia sp. 2 1 Scaptotrigona sp. grupo bipunctata 1 45 136 4 16 Scaura latitarsis (Friese, 1900) 6 Schwarziana aff. mourei 1 Schwarzula timida(Silvestri, 1902) 27 Tetragona clavipes (Fabricius, 1804) 15 4 58 5 15 2 Tetragonisca angustula (Latreille, 1811) 4 1 Trigona spinipes (Fabricius, 1798) 2 5 16 1 Trigona sp. 1 2 3 14 3 77 Trigona sp.2 11 1 7 Trigona sp. 3 2 1 9 28 23 1 Trigona sp.4 1 Trigona sp. 5 9 3 3 Trigona sp.6 1 6 1 Trigona sp. 7 1 1 1 Trigona turculenta Almeida, 1984 1 1 3 13 1 Trigonisca sp. 1 3 2 Trigonisca sp. 2 3

Protepeolini Leiopodus nigripes Friese, 1908 1

Rhathymini Rhathymus sp. 8

Tapinotaspidini Monoeca sp. 2 Paratetrapedia aff. connexa sp.1 3 3 Paratetrapedia aff. connexa sp. 2 2 1 Paratetrapedia connexa (Vachal, 1909) 1 Paratetrapedia sp. 1 grupo linneata sp. 1 1 Paratetrapedia sp. 2 grupo linneata 1 Paratetrapedia sp 3 grupo lineata 5 3 Paratetrapedia sp. 4 nova (Aguiar sp. 2) 2 1 Paratetrapedia sp. 5 1 Paratetrapedia sp. 6 1

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Área de influência/Região amostral AII AID ADA Classificação Taxonômica

Extra 1 2 3/5 4 6 7 Tapinotaspoides sp. 1 3 2 Tropidopedia sp. aff. venezuelana 1 Tropidopedia sp. 1 1

Tetrapediini Tetrapedia diversipes Klug, 1810 1 1 1 Tetrapedia sp. 1 1 1 1 Tetrapedia sp. 2 1 1 Tetrapedia sp. 3 1 1 Tetrapedia sp. 4 1 Tetrapedia sp. 5 2

Xylocopini Ceratinina

Ceratina (Ceratinula) sp. 1 Ceratina (Crewela) maculifrons Smith, 1844 1 Ceratina (Crewela) sp. 1 2 Ceratina (Crewela) sp. 2 3 1 Ceratina (Crewela) sp. 3 2 Ceratina (Crewela) sp. 4 1 Ceratina (Crewela) sp. 5 1 Ceratina (Crewela) sp 6 1 Ceratina (Crewela) sp. 7 1

Xylocopina Xylocopa (Monoxylocopa) sp. 1 1 Xylocopa (Neoxylocopa) frontalis ( Olivier, 1789) 1 1 1 Xylocopa (Neoxylocopa) ordinaria Smith, 1874 1 1 Xylocopa (Neoxylocopa) suspecta Moure & Camargo,

1988 1 1

Colletinae Paracolletini

Perdithomorpha sp. 1 Halictinae

Augochlorini Augochlora (Augochlora) esox (Vachal, 1911) 1 1 Augochlora (Augochlora) sp.1 1 Augochlora (Augochlora) sp. 2 1 Augochlora (Oxystoglossella) sp. 3 1 Augochlorella sp. 1 1 Augochlorella aff. sp. 2 plebeia 1 Augochlorella sp. 3 3 Augochlorella sp. 4 2 1 Augochlorella sp. 5 1 Augochlorella sp. 6 1 Augochlorella sp. 7 1 Augochloropsis heterochroa (Cockerell, 1900) 1 Augochloropsis sp. 1 1 Augochloropsis sp. 2 2 2 Augochloropsis sp. 4 1 Augochloropsis sp. 6 1 1 1 1 Augochloropsis sp. 7 3 Augochloropsis sp. 8 1 Augochloropsis sp. 9 2 Augochloropsis sp.3 plebeia 3 Augochloropsis sp.5 plebeia 7 2 2 Augochloropsis sp. 10 1 Augochloropsis sp. 11 plebeia 1 Megalopta sp. 1 2 Megalopta sp. 2 1 Megalopta sp. 3 1 Megalopta sp. 4 2 1 1 3

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V. III-328

Área de influência/Região amostral AII AID ADA Classificação Taxonômica

Extra 1 2 3/5 4 6 7 Megalopta sp. 5 1 Megalopta sp. 6 1 1 6 Pereirapis sp. 1 1 3 Pereirapis sp. 2 1 1 Pereirapis sp. 3 1 Pseudaugochlora flammula Almeida, 2008 1 Pseudaugochlora graminea (Fabricius, 1804) 1 Pseudaugochlora pandora (Smith, 1853) 1 Pseudaugochlora sp. 1 1 Pseudaugochlora sp. 2 1 1 1 Pseudaugochlora sp. 3 1 Rhinocorynura sp. 1 1 1 Temnosoma sp. 1 Thectochlora alaris (Vachal, 1904) 3 2 1 1 Techtochlora sp. aff.alaris 1

Halictini Caenohalictina

Habralictus sp. Ax 1 Habralictus sp. Bx 1

Halictina Dialictus sp. 1 1 Dialictus sp. 2 1 Dialictus sp. 7 plebeia 1 Dialictus sp. 12 plebeia 1 1 Halictidae sp. 1 2

Megachilinae Anthidiini

Anthidium sp. 1 Larochatidium sp. 2 Anthodioctes sp. 2 Hypantidium sp. 1

Megachilini Megachile (Leptorachina) sp. 2 Megachile (Leptorachis) sp. 1 Megachile (Pseudocentron) sp. 2 Megachile (Ptilosarus) sp. 1 1 Megachile (Ptilosarus) sp. 2 1 Megachile (Sayapis) dentipes Vachal, 1909 1 Megachile (Sayapis) sp. 1 2 3

Total de indivíduos 179 164 97 304 251 142 145 Total de taxa 70 45 32 44 77 39 29

Legenda: Região Extra: Entorno das Áreas Urbanas; Região 1: Ribeirão Zeca Novato; Região 2: Córrego do Sapo; Região 3/5: Bacia do Ribeirão Claro; Região 4: Bacia do Rio Babilônia; Região 5: Região do Córrego Taboca e Córrego da Vaca; Região 7: Região da Cachoeira Couto Magalhães. AII: Área de influência indireta; AID: Área de Influência Direta; ADA: Área Diretamente afetada. Plebeia- Numeração da espécie na coleção Entomológica de UFPE; Aguiar- Número da espécie em Aguiar 2005; cf- espécie a conferir; aff. espécie afim à.

Avaliando-se os registros por áreas de influência (Tabela 4.2.6.2-1), obteve-se para a AII 117 espécies, distribuídas em quatro subfamílias (Andreninae, Apinae, Halictinae e Megachilinae), 17 tribos e 3 subtribos (Ceratinina, Xylocopina e Halictina). Para a AID, foram registradas 102 espécies em 5 subfamílias (Andreninae, Apinae, Colletinae, Halictinae e Megachilinae), 18 tribos e 2 subtribos (Ceratinina e Xylocopina Caenohalictina e Halictina). Na análise entre AII e AID, 54 taxas são comuns entre a AII e AID. Avaliando-se as espécies amostradas na ADA, contabilizou-se 55 espécies pertencentes a 5 subfamílias (Andreninae, Apinae, Halictinae e Megachilinae), 26 tribos e 3 subtribos (Ceratinina, Xylocopina, e Halictina). Comparando-se com as espécies das AII e AID, observou-se que 26 espécies observadas na ADA ocorrem tanto na AII como na AID, 8 espécies foram registradas apenas na AII e ADA e 6 espécies foram registradas na AID e

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V. III-329

ADA, ou seja das 55 espécies registradas na ADA, 40 espécies forma amostradas ou na AII ou AID. O número absoluto de espécimes e espécies coletado foi elevado quando comparado com outros trabalhos de levantamentos de abelhas no Brasil, principalmente quando avaliado o tempo de amostragem (Quadro 4.2.6.2-1) em especial no Cerrado. Pode-se observar que a amostragem de espécies foi superior ou próxima aos trabalhos com um ano ou mais de coleta de dados. Quanto à riqueza de espécies é surpreendente encontrar tamanha riqueza em um tempo tão curto de coleta. Pode-se observar que o número de espécies coletadas foi maior do que em outras áreas de cerrado coletadas durante 1 a 3 anos, com coletas mensais (Quadro 4.2.6.2-1).

Quadro 4.2.6.2-1 Número de espécies, número de indivíduos, ecossistema e duração e periodicidade de

alguns levantamentos de abelhas realizados no Brasil.

Fonte Ecossistema Nº de

espécies Nº de

indivíduos Duração e

periodicidade

Andena et al. 2005 Cerrado de Corumbataí-

SP 103 923 1 ano / 2x ao mês

Campos, 1989 Cerrado de Corumbataí-

SP 117 683 3 anos / 4x ao mês

Pedro, 1992 Cerrado de Cajuru-SP 194 4.086 1 ano / 2x ao mês

Silveira, 1989 Cerrado de Paraopeba-

MG 183 1.422 1 ano / 3 a 5 dias ao mês

Mateus, 1998 Cerrado de Luiz Antonio-

SP 140 3.659 3 anos / 2x ao mês

Coelho-Carvalho & Bego, 1996

Cerrado/Reserva Ecologica do Panga-MG

128 1.226 1 ano / 2x por semana

Knoll, 1990 Área urbana - São Paulo-

SP 133 7.593 1 ano / 3x ao mês

Camargo & Mazucato, 1984

Área urbana -Ribeirão Preto-SP

212 8.114 1 ano / 3x por semana

Aguilar, 1998 Floresta latifoliada tropical / Cotia-SP

109 2.429 1 ano / 2x ao mês

Martins, 1990 Caatinga / Casa Nova e

Lençois-BA 189 3.010 1 ano / 2x ao mês

Gonçalves e Melo 2005 Campos e Mata Mista, Paq. Vila Velha, Ponta

Grossa PR 181 1.552 10 meses/1x ao mês

Rêbelo et al 2003 Cerrado, Região

sententrional do MA 127 -

Compilação de vários trabalhos

Santos et al. 2004 Transição Cerrado

Amazônia, TO 83 5.534 1 ano/2x ao mês

Presente trabalho Cerrado e transição

Amazônia cerrado, MT e GO

178 1.285 7 dias

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V. III-330

Nas regiões amostradas, a riqueza variou de 29 a 77 espécies com uma média de 48 espécies amostradas por área. O índice de equitabilidade Pielou, índice que mede a uniformidade entre a abundância de indivíduos entre as espécies, foi alto para todas as áreas. Para as áreas da bacia do ribeirão Claro (AID) e da cachoeira Couto de Magalhães (ADA) houve uma menor equitabilidade e diversidade devido a presença de grande número de indivíduos de Scaptotrigona e Partamona coletados em flores de Bowdichia e Mimosa sp (Leguminosae). Essa limitação é recorrente em trabalhos de comunidade de abelhas, pois plantas de floração em massa atraem uma grande abundância de Meliponini, espécies que demonstram recrutamento e forrageamento massivo. Uma discussão a cerca da utilização de índices em coletas de abelhas pode ser encontrado em Sakagami (1967). A área com maior riqueza de espécies foi a da bacia do rio Babilônia incluindo a área controle (Quadro 4.2.6.2-2), seguida pelo entorno da cidade (Região Extra) e a maior diversidade foi encontrada na cidade. A explicação para a maior diversidade de espécies na região do entorno da cidade está relacionado ao grande número de indivíduos de Scaptotrigona sp, grupo Bipunctata coletado em Bowdichia (Leguminosae). A grande riqueza encontrada nas áreas do entorno da cidade está relacionada e uma grande riqueza de espécies de plantas com flores nas áreas sob influência antrópica durante o período de amostragem. Plantas ruderais de fácil acesso e plantas em jardins foram muito importantes para amostragem de uma alta diversidade de espécie de abelhas. Na área do entorno da cidade não houve captura de nenhuma espécie de Euglossini, grupo indicador de áreas mais conservadas. Capturar abelhas em flores de árvores é muito difícil devido a inacessibilidade das flores (Silveira et al. 2002), assim em plantas ruderais e de pequeno porte a captura é facilitada. Esse foi o caso da bacia do rio Babilônia, onde a espécie de Lamiaceae Hyptis suaveolens teve uma grande importância no aumento da riqueza de espécies coletadas nessa área.

Quadro 4.2.6.2-2 Índices ecológicos calculados com as amostras de abelhas durante campanha de coleta

de abelhas das áreas de influência do AHE Couto Magalhães.

Área de influência

Local Riqueza

(S) Abundância

Equitabilidade (J')

Diversidade de Shannon-Wiener

H'(log2) Região Extra 70 179 0.89 5.51 Região 1 45 164 0.72 3.98 AII

Região 2 32 97 0.89 4.47 Região 3/5 44 304 0.58 3.19

AID Região 4 77 251 0.82 5.18 Região 6 39 142 0.78 4.14

ADA Região 7 29 145 0.59 2.91

O índice de diversidade Shannon-Wiener foi alto para todas as regiões amostradas. A região de menor diversidade e riqueza foi a área da cachoeira Couto de Magalhães. Esse resultado não pode ser analisado como se indicasse que a área tenha baixa diversidade de abelhas, mas está relacionada à impossibilidade de coleta das espécies que visitavam espécies de árvores. Pelo menos duas espécies de Anacardiaceae estavam em plena floração durante o período de coleta, entretanto não foi possível acessar as flores.

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Curva do coletor e estimadores de riqueza de espécies

Pode-se observar que a curva de coleta, ou número acumulado de espécies por dia de coleta, não atingiu a assíntota (Figura 4.2.6.2-2). Portanto, não houve a estabilização da curva, mostrando que o período de amostragem não foi suficiente para amostrar a riqueza total de espécies da área de estudo. Foi necessário gerar a curva do coletor por dia, já que várias áreas foram amostradas em um único dia. Este resultado para a curva de coleta era esperado, uma vez que o objetivo deste levantamento era o diagnóstico em uma única campanha de coleta, conforme definido junto à equipe de análise do presente estudo e posteriormente adicionado ao conteúdo do Termo de Referência. Os estimadores de diversidade Jacknife 1 e Jacknife 2 estimaram 328 e 435 espécies respectivamente, enquanto o bootstrap estimou uma riqueza total de 237 espécies. Esses dados mostram o potencial de riqueza de espécies total para a área.

Figura 4.2.6.2-2: Curva do coletor e estimadores de riqueza de espécies de abelhas da área sob influência do AHE Couto Magalhães calculados a partir dos dados coletados

durante a primeira campanha de coleta de abelhas. As áreas de maior riqueza e diversidade de Meliponini encontram-se na bacia do rio Babilônia. Nesta bacia podem ser encontradas 18 das 28 espécies de Meliponini amostradas para a região. A diversidade de Meliponini na região é alta quando comparada a trabalhos publicados em áreas de Cerrado.

Busca por ninhos de abelhas Mesmo com alta riqueza apresentada no levantamento nas flores, foram encontrados somente 12 ninhos de Meliponini durante o período de coleta (Fotos 19 a 22 ). O mais frequente foi o de Tetragona clavipes (6 ninhos) observados em duas áreas distintas. Ninhos das outras espécies

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V. III-332

foram encontrados apenas em uma localidade (Tabela 4.2.6.2-2). Encontrar ninhos de Meliponini é uma tarefa difícil e a carência de informantes locais que soubessem da localização de ninhos dificultou o levantamento. Durante a visita de reconhecimento da área, no primeiro dia de campo, dois ninhos de Apis mellifera foram avistados ao acaso. Não foi efetuada busca ativa por ninhos de Apis por se tratar de uma espécie introduzida e muito abundante (Tabela 4.2.6.2-2).

Tabela 4.2.6.2-2 Ninhos de Meliponini e Apini encontrados nas áreas de influência do AHE Couto

Magalhães.

Espécie Número de ninhos Local

Trigona truculenta 1 Região do baixo rio Babilônia

Partamona sp. 1 Região córrego da Vaca e córrego Taboca

Scaptotrigona sp. grupo bipuntata 1 Região córrego da Vaca e córrego Taboca

Tetragona clavipes 6 Região do baixo rio Babilônia e Região córrego da Vaca córrego Taboca

Friesomellita aff. varia 1 Ribeirão do Zeca Novato Tetragonisca angustula 1 Ribeirão do Zeca Novato

Trigona sp. 4 1 Região do rio Babilônia – área controle

Apis mellifera 2 Região da Casa de Força*

Total 14 * Observação realizada no primeiro dia de campo, no momento de reconhecimento da área de estudo, posteriormente, não foi possível amostrar essa área por interrupção dos acessos em decorrência de fortes chuvas.

Análises de similaridade

Foi realizada uma análise de similaridade entre as regiões amostradas utilizando-se o índice de similaridade de Jaccard para todas as espécies amostradas (Figura 4.2.6.2-3). Esse dendrograma mostra que a similaridade entre as áreas foi baixa. A região do ribeirão Zeca Novato apresenta a composição de espécies menos similar e não se agrupou de forma significativa com as demais áreas (Simprof test Pi: 1.46; sig 1,7%). Os resultados sugerem que a composição de espécies é muito diferente das demais áreas. As áreas com maior similaridade foram da cachoeira Couto de Magalhães e região da bacia do Ribeirão Claro, entretanto com similaridade média relativamente baixa, em torno de 33%. As baixas similaridades médias encontradas podem ser explicadas pela diferença de espécies de plantas em floração entre as diferentes regiões, e não pela diferença de composição de espécies de abelhas das áreas. Várias espécies de abelhas de ampla distribuição geográfica, como por exemplo, Centris analis e C. tarsata, Trigona spinipes e espécies de Xylocopa, não foram amostradas uniformemente em todas as áreas, pois a maioria é visitante de flores de árvores e é de se esperar, no entanto, que essas espécies ocorram em todas as áreas.

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V. III-333

Figura 4.2.6.2-3: Dendrograma de similaridade entre a fauna de abelhas nas áreas amostradas. Construção do dendrograma pela técnica UPGMA. Índice de similaridade de

Jaccard. Agrupamentos acima da linha não são significativos (Simprof test 3+7 -> 8 at 30.36; 5+8 -> 9 at 26.81; 4+9 -> 10 at 21.7; 1+10 -> 11 at 19.56; 6+11 -> 12 at 18.07; Pi: 1.2

Sig(%): 11.8; 2+12 -> 13 at 15.12; Pi: 1.46 Sig(%): 1.7)

- Meliponini No intuito de diminuir o erro de amostragem, foi realizada uma análise de similaridade com índice de Jaccard somente com as espécies de Meliponini. Esse grupo de abelhas apresenta ninhos perenes e raios de forrageio delimitado, tornando-se um grupo melhor para análises dessa natureza a partir do método utilizado. Os resultados apontam para uma baixa similaridade entre as regiões 1 e 2, córrego do Sapo e ribeirão do Zeca Novato respectivamente, em relação às demais áreas (Figura 4.2.6.2-4). A similaridade média das demais áreas foi bem maior, mostrando que as áreas de cerrado de solo arenoso do córrego do Sapo e do ribeirão Zeca Novato apresentam uma composição de espécies de Meliponini diferente daquelas de cerrado de solo areno-argiloso e com influência de Floresta Amazônica. Observando o dendrograma, nota-se que áreas mais próximas apresentam similaridade maior na composição de espécies do que as áreas mais distantes.

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V. III-334

Figura 4.2.6.4-4: Dendrograma de similaridade entre a fauna de Meliponini nas áreas amostradas. Índice de similaridade de Jaccard e construção do dendrograma UPGMA. Agrupamentos abaixo da linha não foram significativos. (Simprof test 3+7 -> 8 at 64.71; 4+8 -> 9 at 58.33; 5+9 -> 10 at 54.33; 6+10 -> 11 at 39.43; Pi: 2.48 Sig(%): 35.3; 2+11 -> 12

at 32.39; Pi: 3.93 Sig(%): 1.7; 1+12 -> 13 at 29.08; Pi: 3.91 Sig(%): 1.3)

- Euglossini

Para este grupo as coletas foram realizadas por meio de armadilhas de odor em pontos fixos, permitindo que os pontos amostrais sejam especificados em maior detalhe. Foram coletados 131 indivíduos de nove espécies e de três gêneros de abelhas Euglossini com a utilização de armadilhas com iscas de odores. A espécie Eulaema pseudocingulata foi comum a todas as áreas amostradas. Para os dez pontos de amostragem para Euglossini, Eulaema nigrita não ocorreu apenas no Cerrado do córrego do Sapo, de fato, neste ponto a única espécie registrada foi E. pseudocingulata. Espécies de Euglossa e Eufriesea somente ocorreram nas amostragens dos córregos Taboca e da Vaca e na Área Controle (rio Babilônia) e uma espécie de Euglossa na vereda do córrego do Sapo. Nenhuma das espécies de Euglossa e Eufriesea foi comum a qualquer área. No ponto de coleta localizado no entorno das áreas urbanas não foi coletada nenhuma espécie de Euglossini. Em decorrência esse ponto foi excluído da análise. A análise de similaridade usando o índice de Jaccard agrupou o Cerrado da área do córrego do Sapo e a área do ribeirão Zeca Novato (Figura 4.2.6.2-5). Nessas duas áreas somente foi coletado E. pseudocingulata. Duas áreas, córrego da Vaca/Taboca e rio Babilônia - Área Controle apresentaram baixa similaridade em relação aos outros pontos amostrados. As três áreas coletadas na bacia do ribeirão Claro tiveram as mesmas espécies.

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V. III-335

Figura 4.2.6.2-5: Dendrograma mostrando a similaridade entre a fauna de Euglossini nas áreas amostradas. Índice de similaridade de Jaccard construção do dendrograma pela

técnica UPGMA. Todos os agrupamentos foram significativos. Utilizando um índice que pondera a abundância das espécies (Bray-Curtis), pode-se observar uma mudança de topologia do dendrograma (Figura 4.2.6.2-6): dois agrupamentos são formados. O primeiro com as três áreas onde foram coletadas Euglossa e Eufrisea mais a área do rio Babilônia e um agrupamento com as áreas onde somente espécies de Eulaema foram coletadas em abundâncias semelhantes. De forma geral as áreas apresentaram baixa diversidade para este grupo de abelhas. Esperava-se diversidade Euglossini, principalmente do gênero Euglossa, maior do que a que foi encontrada, entretanto os resultados apontam para uma fauna de Euglossini diferente, uma vez que nas áreas de maior influência do Cerrado somente ocorreram espécies de Eulaema e nas áreas de veredas e de florestas de maior porte, espécies de Euglossa e Eufrisea foram encontradas. A ausência de Euglossa melanotricha nas amostras foi surpreendente, uma vez que em vários levantamentos de Euglossini em áreas de Cerrado essa é a espécie mais abundante.

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V. III-336

Figura 4.2.6.2-6: Dendrograma mostrando a similaridade entre a fauna de Euglossini nas áreas amostradas. Índice de similaridade de Bray-Curtis e construção do

dendrograma pela técnica UPGMA. Todos os agrupamentos foram significativos. 4.2.6.3) Síntese dos Aspectos Relevantes Durante o levantamento da fauna de abelhas nas áreas de influência do AHE Couto Magalhães verificou-se que a área apresenta alta riqueza e diversidade de espécies de abelhas. Destaca-se que em vários levantamentos de fauna de abelhas publicados, realizados em áreas de Cerrado, a riqueza e diversidade de abelhas foi menor do que a encontrada. A curva de coletor e os estimadores de riqueza utilizados mostram que a riqueza de espécies pode ser maior do que a amostrada nesse trabalho, sobretudo para Adreninae e Coletidae que apresentaram baixa representatividade. Este potencial aumento de diversidade já era esperado. É importante destacar as análises de similaridade, que indicam que algumas fitofisionomias da região apresentam faunas distintas. Nas análises realizadas observa-se a formação de dois grupos distintos, o primeiro englobando as duas áreas de cerrado sensu strito (região do ribeirão Zeca Novato e córrego do Sapo - AII) e outro agrupamento das regiões de cerrado com influência amazônica (demais regiões amostradas – AII, AID e ADA). Assim, a alta diversidade registrada neste estudo, está associada ao registro de abelhas em região com mistura de elementos, destacando-se sua importância como ecótono altamente diverso. Quanto aos Meliponini, encontrou-se alta riqueza. Este grupo apresenta uma elevada demanda ambiental, uma vez que são seres sociais e necessitam de árvores para nidificação, em alguns casos com alta simbiosidade com algumas espécies vegetais. O grupo utiliza-se de grande diversidade de espécies para forrageio. Os levantamentos de Euglossini realizados mostraram a baixa diversidade, riqueza e abundância desse grupo.

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Um fato relevante a ser colocado está relacionado à identificação das espécies. Não obstante que alguns grupos são de difícil identificação e carecem de revisões taxonômicas é importante salientar a presença de espécies não descritas na amostragem realizada. Pode-se exemplificar com o gênero Alepidosceles (Emphorini) no qual há somente duas espécies descritas para o Brasil e nas amostragens realizadas encontraram-se aparentemente seis espécies, indicando o reduzido conhecimento que se tem sobre este grupo.

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V. III-338

4.2.6.4) Inventário Fotográfico

Locais de coleta

Foto 1: Ao fundo Cerrado da região do

córrego do Sapo (AII)

Foto 2: Região do córrego do Sapo, notar

ao fundo área de vereda (AII)

Foto 3: Cerrado na região do ribeirão Zeca

Novato (AII)

Foto 4: Região do entorno da cidade,

pequenos fragmentos inseridos na matriz de cultivo de soja (AII)

Foto 5: Região nas proximidades da cidade

de Santa Rita do Araguaia, GO (AII)

Foto 6: Rio Babilônia na área controle,

notar ao fundo mata alta (local das coletas) (AID)

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V. III-339

Foto 7: Mata ciliar na região do rio

Babilônia (AID)

Foto 8: Região do médio ribeirão Claro,

mata ciliar exuberante (AID)

Foto 9: Cerrado na região do ribeirão Claro

(AID)

Foto 10: Cerrado na região do córrego da

Vaca e córrego Taboca (ADA)

Metodologias de coleta

Foto 11: Armadilha usada na captura de Euglossini. A – Esquema; B – Armadilha

Foto 12: Armadilhas para Euglossini

montadas na área do ribeirão do Sapo (AII)

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V. III-340

Foto 13: Técnica de amostragem com rede entomológica, em exemplar de Bowdichia

sp. (Fabaceae). Região do rio Babilônia (AID)

Foto 14: Amostragem com rede

entomológica em flores na região próxima à cidade (AII)

Foto 15: Coleta de abelhas na entrada de

ninhos de Meliponini na região do córrego da Vaca e córrego Taboca (ADA)

Foto 16: Adição de acetato de etila na

câmara mortífera

Espécies identificadas

Foto 17: Armadilha com Euglossini

capturados

Foto 18: Eulaema pseudocingulata com polinário de Catasetum (Orchidaceae)

aderido ao metassoma

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V. III-341

Foto 19: Ninho de Trigona truculenta

(Meliponini) localizado em Ficus sp. na área da foz rio Babilônia (ADA)

Foto 20: Ninho de Partamona sp.

(Meliponini) localizado na região de córrego da Vaca (ADA)

Foto 21: Entrada do ninho de Tetragona

clavipes em tronco de Cariocar brasiliensis na região do Rio Babilônia (AID)

Foto 22: Ninhos de Apis mellifera

(africanizadas), observada em fendas na rocha na região da Loca, próxima a casa de

força (ADA)

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V. III-342

4.2.6.5) Mapas

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V. III-343

Mapa dos Locais de Amostragem de abelhas