42. domicílio, intimidade e constituição (anotação crítica do acordão 364-2006 do...

7/25/2019 42. Domiclio, intimidade e constituio (anotao crtica do acordo 364-2006 do Tribunal Constitucional) (Manoel

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DOMICLIO, INTIMIDADE E CONSTITUIO(ANOTAO CRTICA DO ACRDO 364/2006

DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL)

UnknownDOMICLIO, INTIMIDADE E CONSTITUIO (ANOTAOCRTICA DO ACRDO 364/2006 DO TRIBUNAL

CONSTITUCIONAL)

Domicile, intimacy and the Constitution (a critical analysis on decision number 364/2006by the Constitutional Court)

e!ista "rasileira de Ci#ncias Criminais $ !ol% &00/20&3 $ '% $ an / 20&3D*+20&3+40

___________________________________________________________________________________________

Manu! "a C#$%a An"&a"ro-essor Catedr.tico da aculdade de Direito da Uni!ersidade de Coimbra%

'&a "# D&%# Constitucional

R$u*# arti1o analisa o crdo 364/2006, e5arado 'elo *ribunal Constitucional'ortu1u#s, no ual se debateu se os uartos ane5os a uma casa de alterne onde as'rostitutas recebem, em 'ri!ado, os seus 7clientes7 'ara a 'r.tica de actos se5uais,con-i1uram 8 ou, se se uiser, !alem como 8 durante o tem'o em ue isso acontece, umahabita9o ou um domic:lio% trabalho e5';e as uest;es e5aminadas no caso,descre!endo as decis;es tomadas 'elos *ribunais ue o e1redo 8 Domic:lio 8 ?alora9odas 'ro!as%

A$%&a.% *his 'a'er analy@ed decision number 364/2006 enacted by the ortu1ueseConstitutional Court which addresses whether the bedrooms located at a Casa dealterne, a 'lace where 'rostitutes 'ri!ately recei!e their 7clients7 -or the 'ractice o-se5ual acti!ities, constitute, or i- one wants, ser!e as, durin1 the time that these

acti!ities take 'lace, a household or domicile% *his 'a'er addresses the uestions thatha!e been e5amined in this case and describes the decisions made by the Court thatruled it% *he author, who does not a1ree with the 'osition taken by the ortu1ueseConstitutional Court, 'ro!ides the -undaments -or his 'osition based on a le1al8constitutional, criminal and 'rocedural conce't o- domicile, as well as the conce't o-intimacy and its nuclear and in!iolable area on the basis o- Aerman


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Su*&%*DUEF 8 2%> "BGH> G > G>>*> D *"UB C>**UCB 83%GH >I DG GD> >G JGH > C>>% CCG* UKDCC>**UCB,GB G CG>>UB GB DG DHCKB 8 4%>G >* F L *HDDG, DG

G>*M *HDDGN 8 %CCBUD

5 INTRODUO

&% B#8se nas Metamorfosesde !:dio ue, ao contem'lar o 'al.cio do >ol O seu 'ai 8,aetonte -icou esma1ado de es'anto% Bo1o 'ela riue@a da matPria (oiro, -o1o, bron@e,'rata e mar-im) com ue o 'al.cio -ora constru:doQ de'ois e sobretudo, 'ela bele@a da-orma como a matPria -ora trabalhada% L ue, como, dando conta do mesmo es'anto,

obser!a o 'oeta, Ra -orma su'era!a a matPria (materiam superabat opus)S.

o P esta a im'resso ue nos dei5a um 'rimeiro olhar sobre o crdo 364/2006 do*ribunal Constitucional, ue nos 'ro'omos a'reciar e anotar criticamente% ui nosomos sur'reendidos 'or um desa


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Gm se1undo lu1ar, temos outrossim como se1uro ue os actos se5uais entre 'rostitutase os seus clientes O asser9o ue !ale, a i1ual t:tulo e na mesma medida 'ara as'essoas en!ol!idas dos dois lados da rela9o de 'rostitui9o O 'ertencem = rea nucleare inviolvel da intimidade% Uma .rea ue 1o@a de tutela absoluta, estando subtra:da a

ualuer


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2 OS +ROBLEMAS E AS RES+OSTAS DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL

3% Gm ordem a obter uma 'ers'ecti!a adeuada = com'reenso dos 'roblemas a

euacionar e su'erar doutrinal e normati!amente, recordamos os 'assos e os dadosmais rele!antes do 'rocesso%

a) inter!en9o do *ribunal Constitucional -oi moti!ada 'or um 'rocesso criminal emue o ar1uido ha!ia sido acusado e condenado como autor de um crime de lenocnio,'re!isto e 'unido nos termos do n% & do art% &Y0%Z do Cdi1o enal (BAB+&[40+2)% G isto'oruanto se 'ro!ou ue o ar1uido era scio 1erente de uma discoteca, em uetrabalha!am como RalternadeirasS !.rias mulheres, ue tinham tambPm rela9;es se5uaiscom os clientes% ue acontecia em uartos locali@ados num ane5o situado nas traseirasda discoteca%

b) 'ro!a dos -actos assentou -undamentalmente nos de'oimentos das testemunhas,militares da Auarda acional e'ublicana e a1entes da ol:cia udici.ria, ue reali@aramuma busca na discoteca e nos uartos do ane5o, ao tem'o em ue duas das mulheres

RalternadeirasS se encontra!am nos uartos com clientes% um dos uartos, os a1entesdos r1os de 'ol:cia criminal obser!aram Rum casal em 'leno acto se5ual, a mulher 'orbai5o do homem, sendo ue se encontra!am com'letamente des'idosSQ no outroencontra!am8se Rdes'idos um homem e uma mulher deitados na cama, ele 'or cimadela, no tendo, no entanto, 'resenciado em -la1rante o 'r'rio acto se5ualS% ecorda8seainda ue a busca, tem'esti!amente autori@ada 'or des'acho


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'elo ar1uidoS%

d) . em sede de recurso 'ara a ela9o, a de-esa do ar1uido !eio ainda in!ocar a!iola9o da esfera nuclear da intimidade, como -undamento alternati!o, autnomo ebastante de proibi!"o de valora!"o das 'ro!as% Uma 'roibi9o de !alora9o ue'ersistiria intocada e irredut:!el, -osse ual -osse o entendimento ue, em de-initi!o,!iesse a 're!alecer uanto = uali-ica9o ou no dos uartos como domiclio% G, 'araalPm disso, uma 'roibi9o de !alora9o directamente decorrente do reconhecimento etutela constitucional da privacidade)intimidade, nos termos dos arts% 26%Z, 32%Z, e 34%Zda Constitui9o da e'\blica (BAB+&[XX+3)% Dis'ositi!os ue determinam, sem mais, ainconstitucionalidade material dos 'receitos do Cdi1o de rocesso enal (BAB+&[4&+X)('articularmente dos arts% &26%Z, &Y4%Z e &YY%Z), se inter'retados no sentido deautori@arem e le1itimarem a in!aso e de!assa da .rea nuclear e in!iol.!el daintimidade% omeadamente, se tal acontecer como meio de obten9o de 'ro!as, aualuer t:tulo, 'ara o 'rocesso 'enal% G da sua ulterior !alora9o como 'ro!a em

'rocesso 'enal%

Gsta -oi, contudo, uma linha de ar1umenta9o ue no mereceu uma considera9odirecta e e5'ressa 'or 'arte da ela9o de Coimbra% ue se limitou a sinali@ar em obiterdictumue ela s -aria sentido = custa de Rum a'elo a estranho e bi@arro conceito de

^!ida 'ri!ada e -amiliar_S%

e) ncon-ormado com o entendimento ue obte!e !encimento na ustentando O e reuerendo ocorres'ondente 'ronunciamento O a inconstitucionalidade material das normas doCdi1o de rocesso enal (BAB+&[4&+X) ('articularmente dos arts% &26%Z, n% 3, &Y4, n% 2

e &YY%Z) se inter'retados com o sentido e alcance ue lhes -ora adscrito 'ela ela9o deCoimbra% saber, com o sentido deT 'or um lado, recusar o estatuto e o re1ime dodomiclioaos uartos das casas de alterne, ao tem'o em ue as alternadeiras recebemneles clientes, com uem mant#m actos se5uaisQ e, 'or outro lado, le1itimar a in!aso ede!assa da !ida :ntima das 'essoas en!ol!idas, tanto 'rostitutas como clientes%euerendo, em con-ormidade e em \ltima instVncia, ue o *ribunal Constitucional se'ronunciasse 'elaproibi!"o de!alora9o das 'ro!as


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b) se1unda uesto de constitucionalidade di@ res'eito no a'enas = norma do art%&YY%Z do Cdi1o de rocesso enal (BAB+&[4&+X), mas ainda =s normas dos arts% &26%Z,n% 3, e &Y4%Z, n% 2% >o as normas destes 'receitos, na inter'reta9o se1undo a ual ^umes'a9o -echado, onde se tra!am rela9;es se5uais, P susce't:!el de ser !iolado atra!Ps de

mandado de busca


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conceito de domic:lio no 'ode, assim, ser des'rendido do conceito de resid#ncia O uecorres'onde, ali.s ao seu sentido comum O nenhuma ra@o tendo o recorrente uando,atra!Ps de um alar1amento desmedido do conceito de domic:lio, estende o re1imeconstitucional das buscas domicili.rias =s buscas nos uartos ane5os a uma discoteca

onde se 'raticam actos de nature@a se5ualS%

"em !istas as coisas, P 'oss:!el recondu@ir a ar1umenta9o do *ribunal Constitucional adois enunciados distintosT

Rrimeiro, a distin9o e di-eren9a tanto conceitual como normati!a entreprivacidade)intimidade, 'or um lado e domic:lio, 'or outroQ

>e1undo, a e5tenso do conceito de domic:lio 'ela e5tenso ue lhe d. o ^sentidocomum_, !inculando8o ao ^conceito de resid#ncia_%S

b) or outro lado, o *ribunal Constitucional no considerou inconstitucionais as normas(mais 'recisamente os arts% &26%Z, n% 3, &Y4%Z, n% 2 e &YY%Z do Cdi1o de rocesso enal(BAB+&[4&+X)) inter'retadas como autori@ando a obten9o de 'ro!as = custa da de!assada intimidade% Concretamente, = custa da in!aso, a t:tulo de buscas a Rum es'a9o-echado, onde se tra!em rela9;es se5uaisS% edu@indo, tambPm deste lado, as coisas =sua e5'resso mais sim'les, o *ribunal Constitucional considera ue, sal!o tratando8sede domic:lio/resid#ncia, P le1:timo de!assar todos os es'a9os onde as 'essoas seentre1uem = e5'resso li!re da sua intimidade, como o so 'or e5cel#ncia as rela9;esse5uais% G P assim 'oruanto, adianta o *ribunal Constitucional, a t:tulo de-undamenta9o, Rno e5iste norma constitucional de ue 'ossa retirar8se a com'letaimunidade de um es'a9o a buscas


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a hora de sustentar e -undamentar a nossa 'r'ria 'osi9o no nos limitaremos areali@ar um e5ame cr:tico dos ar1umentos a'resentados 'elo *ribunal Constitucional,a'ostando em 'r a descoberto as suas debilidades e in-irmar a sua 'lausibilidade% araalPm disso, 'ri!ile1iaremos uma !ia alternati!a 'ela 'ositi!a, enunciando e sustentando

uma constru9o doutrinal e normati!a a ue 'ossam -undadamente recondu@ir8se asnossas 'r'rias conclus;es, de teor e sentido o'ostos aos ue -oram subscritos 'elo*ribunal Constitucional% Um 'ro'sito cu


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Y% L 'elo domiclio ue de!e come9ar8se% ecordando, = 'artida, ue todos os'roblemas ue deste lado 'ossam suscitar8se O de :ndole constitucional, 'enal ou'rocessual 'enal O a'elam directamente 'ara a solu9o de um 'roblema 'rP!io e'ressu'osto, ue determina uma decisi!a redu9o da com'le5idade% Bo1o 'orue a suasolu9o le!a im'l:cita a res'osta a 'raticamente todos os demais 'roblemas


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or isso P ue, de todos os lados se reconhece ue o domiclioou a abita!"ode ueaui curamos se estende muito 'ara alPm do conceito -:sico de casa e do conceito

e P assim, em 1eral, assim ter. de s#8lo,'or ostensi!a e 'atente maioria de ra@o, com os uartos em ue as 'rostitutas serecolhem recebendo clientes 'ara com eles 'raticarem actos se5uais, 'elo tem'o em uetal acontece% recisamente 'orue em tais constela9;es nin1uPm 'ode ter d\!idas deue 'rostitutas e clientes se re-u1iam num es'a9o -isicamente delimitado e -echado deum uarto, em nome da reali@a9o da sua intimidade% nde'endentemente de se saberonde o uarto se situaT num hotel de lu5o, numa modesta 'enso de bairro ou deestrada, numa !ul1ar Rcasa de 'asseS% *udo 'ostas naturalmente entre 'ar#nteses todasas re'resenta9;es e tabus de -undo moralista% Gm nome das uais se 'ode, 'ore5em'lo, a-irmar ue s a t:tulo de Rbi@arriaS se 'ode -alar aui de !ida 'ri!ada%

X% Aanha uma 'rimeira 'ers'ecti!a sobre a e5tenso do conceito de domic:lio e arelati!a di!ersidade -enomenol1ica das res'ecti!as mani-esta9;es concretas,ensaiaremos um in:cio de -undamenta9o teleo1ico8a5iol1ica, ca'a@ de sustentarauele 'rimeiro e anteci'ado 'onto de che1ada e em'restar8lhe a indis'ens.!el

le1itima9o material%a) Um discurso cu


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'ronunciamentos con!ocado de -orma 'er-eitamente aleatria, !isa R1arantir aoindi!:duo, em considera9o da sua di1nidade humana e no interesse do seu li!redesen!ol!imento, um elementar %ebensraum)S%[Como 'ode ler8se na deciso sobre agrosser %auscangriff, a sua !erso mais elaborada e a ue te!e maior im'acto directo e

indirecto, desencadeando ondas de choue na le1isla9o, na


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cum'ridas uando no termina nas uatro 'aredes da casa ou nos limites de um


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'resente conte5to o nosso interesse co1niti!o, soar. a1ora e!idente ue o conceito dedomic:lio tenha uma e5tenso ue !ai muito 'ara alPm da ue lhe P adscrita 'elo

Rsentido comumS ou 'ela lin1ua1em corrente% 4omiclio, 'ara este e-eito, P todo oes'a9o -:sica e e5teriormente circunscrito e -isicmente delimitado em ue a 'essoa O s

ou com outros 'or si escolhidos O se entrincheira 'ara dar li!re curso = e5'resso da sua'ri!acidade/intimidade% esta linha e na esteira da doutrina a seu tem'o sustentada 'elo:eicsgerictre-ere8se ue a uali-ica9o de um es'a9o como domic:lio no de'ende do-acto de ele ser ou no usado 'ara 'ernoitar% R -acto de um es'a9o ser!ir ou seradeuado 'ara o descanso nocturno no P necess.rio, embora 'ossa !aler como ind:ciosi1ni-icati!o de ue se trata de um domic:lio%S&X>er. normalmente im!el, mas 'ode serm!el (tenda de cam'ismo, rulote, barco etc%)Q 'ode ser ocu'ado de -orma mais oumenos duradoira, mais ou menos bre!e ou -u1a@% uarto de um hotel no dei5a de serdomic:lio, mesmo uando tomado 'or 'ouco tem'oT o tem'o bre!e de uma hora dere'ouso, de um encontro amoroso%

este conte5to soa 'articularmente clari-icadora a


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aui em toda a linha as considera9;es noutro conte5to -eitas 'elo "AW, ao sustentar ainscri9o de um determinado es'a9o na .rea de tutela do art% &3 da Bei undamentalalem, com o ar1umento de ue R= semelhan9a do ue sucede com nossa habita9o'ri!ada, lhe cabe ti'icamente a -un9o de .rea de entrincheiramento 'ara a reali@a9o

da !ida 'ri!adaS%24

L uma concluso cu


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como domic:lio as cartas O as linhas tele-nicas, os sistemas in-orm.ticos e os mediaelectrnicos O lu1ares 'or onde 'assa tanta da !ida ntimade tanta 'essoa% G a lista'oderia alon1ar8se ad infinitum%

este 'ro'sito, P com al1um descon-orto ue se re1ista ue, contra tudo, contra todosos dados do 'rocesso O mesmo na !erso do 'rocesso ue che1ou = 'orta do *ribunalConstitucional e -oi 'or ele e5'licitamente sub


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lado do tratamento dis'ensado = rea nuclear e inviolvel da intimidade% contem'la9odo ue na esteira de !:dio, desi1n.mos 'or RmatPriaS e 'or R-ormaS 'ro!oca umes'anto de sentido in!erso ao ue, se1undo o 'oeta, ter. sido !i!enciado 'or aetonte%Gle no sabia o ue mais admirar, se a matPria ou a -orma% s no sabemos o ue

menos admirarT matPria e -orma concorrem auipari passuno mesmo sentido ne1ati!o,no sendo -.cil dilucidar de ue lado se ter. ido mais lon1e% ecordamos ue, ao serdirectamente con-rontado com o 'roblema da intimidadecomo barreira = intromisso ede!assa das instVncias da


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ali, 'or !e@es com um entono li1eiramente cr:tico, tem curado de asse1urar uma maisde'urada e ri1orosa arruma9o cate1orialsistem.tica% G, 'or !e@es, uma maisconseuente assun9o das im'lica9;es e consu#ncias coen!ol!idas nos a5iomasbasilares adiantados 'elo *ribunal Constitucional ederal%

G o uadro no P si1ni-icati!amente outro 'or 'arte da


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basilar do seu es'ec:-ico re1ime% Gm ue sobressai, 'or um lado, o carcter absoluto datutela, com a subtrac!"o = balan!a e aos -uos da pondera!"oQ e, 'or outro lado, ='rescri9o de linhas articuladas de de-esa e de rea-irma9o contra-.ctica%

*udo 'ondo entre 'ar#nteses as sin1ularidades do caso concreto e a sua irredut:!eltend#ncia 'ara a centri-u1icidade%

b) novumassoma, de'ois, no sentido e no teor da deciso de -undo% oi a 'rimeira !e@ue um *ribunal alemo se 'ronunciou 'ela ilegitimidade constitucionalde uma concretamedida de in!esti1a9o 'rocessual 'recisamente 'or intromisso na rea nuclear einviolvel da intimidade% as di-erentes !e@es ue atP ento os *ribunais alemes O'articularmente o *ribunal Constitucional e o "AW O tinham sido con-rontados com o'roblema, as coisas tinham8se sistematicamente saldado 'or decis;es de cari@'reocu'antemente Resui@o-rPnicoS%

Come9a!a8se sem're 'ela 'roclama9o ritual:stica da eminente e in!iol.!el .rea nuclear

da intimidade% Has acaba!a8se in!aria!elmente 'or concluir 'ela constitucionalidade damedida em discusso 'or se considerar ue no caso concretamente sub -udice, ela noatin1ia, a-inal, auela .rea nuclear, antes contendia com dados ou -actos 'ortadores deuma ualuer !al#ncia sistPmicosocial% Do 1PneroT a con!ersa ou o re1isto :ntimo, !ersa,'or e5em'lo, sobre crimes concretamente cometidos, o ue lhe im'rime um cunho oucar.cter de -acto social e lhe retira eo ipsoo car.cter de coisa 'ri!ada ou :ntima% maislon1e ue se ter. ido ocorreu no citado segundo caso do dirio33em ue se re1istou umem'ate entre os


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susce't:!eis de 'rote1erS auela .rea nuclear%36Como o mesmo *ribunal Constitucionaltem re'etida e desen!ol!idamente 'roclamado, a 'rossecu9o deste ob


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introdu@iu um no!o n% 4 no f &00 aBda >t, consa1rando um re1ime id#ntico 'ara asintromiss;es nas telecomunica9;es%

1ualmente si1ni-icati!as as altera9;es introdu@idas,


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Hobre eles impende uma irredutvel e intransponvel proibi!"o de valora!"o%

b) >e as coisas so ho


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material e -ormalmente o 'roblema ue esta!a sobre a mesa% saber, o 'roblema daintimidade, ue o mesmo *ribunal acabara de re-erenciar, de'urado e decantado da1an1a conceitual cone5a e 'osto a coberto dos ru:dos, da 'erturba9o e com'le5idadeemer1entes, !%1% do domic:lio% Henos ainda se !# ue ela 'ossa contribuir 'ara su'ortar

a solu9o -inal ue o *ribunal Constitucional uis im'or%

?aler. a 'ena recordar a bene-:cio de contraste, a li9o ue nos !em do lado do *ribunalConstitucional ederal ou do "AW% ue, no conte5to de um ordenamento


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emer1ia a todos os t:tulos e 'or todas as ra@;es, como uma meridiana e aruet:'icamani-esta9o de proibi!"o de valora!"o% Hesmo atentos = im're!is:!el e irre'rim:!elca'acidade da !ida 'ara criar o inima1in.!el e a sur'resa, no ser. realista acreditar uecasos como este batam -reuentemente =s 'ortas dos *ribunais%

Gste era, na !erdade, um caso ue tra@ia estam'ados no rosto os marcadores do direitoreclamado% orue nele con!er1iam tr#s linhas de -acto e de direito, cada uma bastante'ara, s 'or si e sem mais, im'or, uma concluso de sentido 'recisamente contr.rio=uele ue mereceu o tributo do *ribunal Constitucional% ara alPm de im'osta 'elodireito do domiclio, a concluso 'ela 'roibi9o de !alora9o resulta!a tambPm, linear einesca'.!el, do direito da rea nuclear inviolvel da intimidade)sexualidade% sto 'arano entrar em linha de conta com a linha de 'ro1resso aberta 'ela intimidade)nude%

Como se tal no bastasse, sobra!a, incontorn.!el, uma considera9o 1lobal e conobre o tema, in-ra% o Cdi1o enal (BAB+&[40+2)alemo, a 'rimeira a'ari9o da 'ri!acidade/intimidade (mais 'recisamente sob a -rmula

Pgina #&


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9ctspers9nlicen %ebensbereic) como obGBG, %,J:, 200, '% 6 e ss%

3 Continuamos a 'ri!ile1iar a contra'osi9o entreprivacidade em sentido materialeprivacidade em sentido formal, tradicional e relati!amente estabili@ada na doutrina e na


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'aradi1m.tica, e5'ressa no 'ronunciamento sobre a grosser %auscangriff% Do lado dae5tensa e inabarc.!el literature, c-%, 'or e5em'lo, DU**AG,J, &[[[, '% 262 e ss%QWGDGAG, 'onner $ommentar CC, art% &3, n% 26Q G% nT HUJQ DjAQWGJA, art% &3, n% 20Q "CGDG,J, 200X, '% [26%

'CIHt44, &3X gJ, &[[[, '% 260%

6 >obre a e5'resso O Rbschirmun1 der ri!ats'hre in rumlicher WinsichtS O 'resentena CWGQ >CWDGQ BGCGQ >*G"GAG8BG"G, Htrafgesetbuc%$ommentar, 2006 (2Y% u-l%), '% &24&Q *DBG, W%Q >CWG, *h%, Htrafgesebuc undLebengesete, 200Y (4% u-l%), '% X4YQ BCG, %Q jWB, Ch%, Htrafgesetbuc%

$ommentar, 200Y (26% u-l%), '% 6&%

X Discut:!el, 'elas suas es'eci-icidades, o caso da cela na pris"o% >obre o caso e emsentido ne1ati!o, c-% a deciso do *ribunal Constitucional (30%0%&[[6), LJK&[[6, '%2643 e ss% >obre a sala de visitas de uma penitenciria, em ue o recluso recebe as!isitas, e a sua e5cluso da -i1ura e do re1ime do domic:lio, 'CIHt44, &3X g J, &[[[,'% 2[ e ss%, com anota9o de A% Dutt1e% . cremos ue de!ero reconhecer8se e tratar8se como domic:lio os es'a9os 'risionais destinados =s !isitas :ntimas dos reclusos,durante o tem'o em ue tal acontece% *ambPm aui se cum're inte1ralmente auelecritPrio de Rintimidade e -echado = cha!e (Eertrauteit und bgesclosseneit), ue,

se1undo o *ribunal Constitucional ederal, de-ine a e5'eri#ncia do domic:lioS%

[ 'EerfC@42, 2&2 g LJK, &[Y6, '% &Y3%

&0 'EerfC@&0[, 2Y[ g LJK, 2004, '% &000 e &002%

&& e5'resso vida privadaP aui em're1ue como distinta e contra'osta = intimidade,se1undo a terminolo1ia e a to'o1ra-ia da doutrina das tr3s esferas% >obre ela, C>*DDG, Hobre as proibi!+es de prova em processo penal, &[[2, '% [4 e ss%Q C>*DDG, Hobre a valora!"o como meio de prova em processo penal das grava!+es

produidas por particulares, &[XY, '% 46 e ss%

&2 'EerfC@, &0&, 36& g LJK, 2000, '% &022%

&3 "GAH, %, %auscen im :ectsstaat, 2004, '% Y%

&4 dem, ibidem%

& DGAG, inT %auscen im :ectsstaat, 2004, '% &4% a -ormula9o con!er1entede U*WA, C, 2004, '% [XT R*ambPm o art% &3 da Bei undamental 'rote1e as'essoas, no os es'a9osS%

Pgina #*


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&6 LJK, 2004, '% &002%

&Y dem, '% &002%

&X >CWGQ >CWDGQ BGCGQ >*G"GAG8BG"G, ob% cit% e loc% cit% omesmo sentido, *DBG, W%Q >CWG, ob% cit% e loc% cit%Q BBG, %eipiger $ommentar

um Htrafgesetbuc, f &23, n% &&%

&[ AB, %,J, &[[[, '% [3%

20 "CGDG, o'% cit%, '% [26%

2& dem, ibidem%

22 'CIHt0, 206 gJ:, 2006, '% 2&6%

23 'ud DU**AG, A%, o'% cit%, &[[[, '% 262%

24 'CIHt0, 206 gJ:, 2006, '% 2&%

2 ara si1ni-icar esta mesma realidade, !#m -a@endo curso na literatura contem'orVneae 'articularmente nas -ormula9;es dapraxis


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30 'EerfC@,X0, 36Y g , &[[0, '% 63 e ss% *ambPm esta deciso 'ersiste como ummarco, sobretudo 'elo euil:brio de !otos re1istado (4/4) a -a!or e contra ainconstitucionalidade da !alora9o de um di.rio 'essoal, euil:brio s des-eito 'elo !otode desem'ate do 'residente%

3& 'EerfC@&0[, 2Y[ g LJK, 2004, '% [[[ e ss% >i1ni-icati!o da im'ortVncia e doim'acto desta deciso P, desde lo1o, o n\mero in!ul1ar de reac9;es doutrin.rias ue'ro!ocou, tanto arti1os em re!istas da es'ecialidade como !olumes mono1r.-icos% t:tulo de mera ilustra9o, recordamos, DGAG, :P, 2004, '% &0& e ss%Q AU>,JuH,2004, '% 4Y e ss%Q W>, LJK, 2004, '% 30X2 e ssQ U*>CW, LJK, 200, '% 20 e ss%QU*WA, o'% cit%, '% XY e ss%Q BDGH, o'% cit%, '% &[& e ss%Q %auscen im:ecsstaat u den $onsequenen des Arteils des 'undesverfassungsgericts um

Crossen %auscangriff, 2004%

32 De'ois do acrdo sobre a grosser %auscangriff, o tema da .rea nuclear e in!iol.!eltem !indo a ser ob* DDG, Hobre as proibi!+es de prova` cit%, '% 200 e ss%

34 ?er, su'ra, nota 32%

3 Como sucede 'articularmente com as di-erentes -ormas de intromisso no domic:liobem como com os di-erentes meios ocultosde intromisso nas telecomunica9;es e nossistemas in-orm.ticos de recolha, transmisso, arma@enamento e 'rocessamento dedados% Desen!ol!idamente neste sentido, o recente (2Y%02%200X) 'ronunciamento do*ribunal Constitucional sobre as chamadas buscas online% C-% LJK, 200X, '% X33 e ss%

36 LJK, 200X, '% X33%

3Y 'EerfC@&&3, 34X g LJK, 200, '% 26&2% ecorda8se ue nesta deciso esta!a emcausa a constitucionalidade de medidas de intromisso nas telecomunica9;es% o mesmosentido, mas a1ora do 'onto de !ista da intromisso no domic:lio, a deciso sobre agrosser %auscangriff, 'EerfC@&0[, 2Y[ g LJK, 2004, '% &003%

3X LJK, 2004, '% &003%

3[ dem, ibidem% Gm sentido con!er1ente, 'EerfC@&&3, 34X, LJK, 200, '% 26&2, onde

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'ode ler8seT Rt#m de ser ado'tados 'rocedimentos ue asse1urem ue os conte\dos dacomunica9o 'ertinentes = area nuclear eminentemente 'essoal no 'odem ser1uardados nem !alorados, mas antes ser imediatamente destru:dos, see5ce'cionalmente eles ti!erem sido recolhidos% > ue tais 'rocedimentos -altam na leiS

cu


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>CWDGQ BGCGQ >*G"GAG8BG"G, o'% cit%, '% &Y&0%

& ecorda8se, como a seu tem'o sublinha!a

42. domicílio, intimidade e constituição (anotação crítica do acordão 364-2006 do...

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