4 - 1 psicologia fenomenologica_ uma aproximacao teorica humanista

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    Psicologia fenomenológica: uma aproximação teórica humanista

    Phenomenological psychology: a theoretical humanistic approach

    Mauro Martins Amatuzzi

    Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Ciências da Vida, Programa de Pós-Graduaçãoem Psicologia. v. !o"n #o$d %unlop, s&n., Pr'dio dministrativo,Campus ((, !d. (paussurama, )*+ +-

    + , Campinas, /P, #rasil. E-mail 0 1amatu22i3m4$a"oo.com.5r 6

    RESUM

    7ste ensaio visa fundamentar teoricamente a psicologia fenomenológica tal como ela tem sido praticada a partir de um enfo8ue "umanista. (nicia descrevendo a fenomenologia como um modo de pensamentofilosófico caracteri2ado pela consideração da e9periência en8uanto realidade vivida su5:etivamente. 7laestuda a realidade da8uilo 8ue a psicologia pes8uisa cientificamente. fenomenologia inspira aconstrução de uma psicologia fenomenológica derivada da filosofia com aplicaç;es no campo da pr

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    psicologia fenomenológica tal como praticada no conte9to da psicologia "umanista D7spin"a, 3++EFaurini, 3++ F Hessias, 3++ I, situando-o no con:unto de outros sentidos possíveis para essa e9pressão.

    7ssa 8uestão não ' nova D ngerami-Camon, 3++JF #ello, 3++ F #runs K >org"ieri, ) *F Giorgi, ) EL,3++JF Gomes, ) E, ) LF Goto, 3++EF ?alling K Mill, ) JF ?olanda, 3++*I. Mo entanto, como em umaa5ordagem 8ualitativa o desenvolvimento doi-se perdendo o sentido da realidade0 esse tipo de8uestão foi sendo dei9ado de lado. ?usserl falou so5re essa perda de significados no seu te9to so5re acrise das ciências europ'ias D?usserl, ) J &3++ I. 7le estava interessado em encontrar um camin"o parase c"egar a esse sentido es8uecido, para al'm da ciência convencional0 uma refle9ão 8ue resgatasse ae9periência comum, 8ue dissesse de 8uê a ciência est< falando e como ' essa realidade 8ue se nosapresenta. (sso não podia ser feito em la5oratórios, pois envolve o ser "umano e sua produção designificados.

    %iante da filosofia, algo parecido foi acontecendo. >alando em uma linguagem mais psicológica, poder-se-ia e9pressar assim a intuição de ?usserl0 se o "omem pudesse considerar sua e9periência, com tudo8ue nela est< implicado, a5stendo-se do :ulgamento espont=neo da realidade 8ue ela encerra, ele poderiac"egar a conclus;es seguras acerca do con"ecimento e seu alcance. Por esse camin"o seria possívelafirmar coisas so5re os atos da consciência, e isso mesmo seria um acesso R verdade 8ue desacreditaria oceticismo generali2ado e daria uma 5ase sólida para as discuss;es. esse pro:eto ?usserl c"amou deQfilosofia como ciência rigorosaQ e de QfenomenologiaQ D7nglis", ) L I. >oi por ter a5erto essa

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    possi5ilidade de um pensamento efetivo, 8ue transcendesse o relativismo, 8ue logo se formou em tornodele um grupo de discípulos e um movimento.

    Sue camin"o ' esse, entãoT O o da consideração da e9periência em si mesma, independentemente dos :uí2os de realidade ou de valor 8ue espontaneamente somos levados a fa2er. 7sses :uí2os correspondemao 8ue ?usserl denominou atitude natural. /e estou vendo um ladrão rou5ando meu carro, por e9emplo,imediatamente passo a tomar alguma providência para me proteger ou para evitar o rou5o. ?< aí um :uí2oimplícito de realidadeF não paro para considerar a e9periência em si mesma. /e, pelo contr

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    nos ' dado tam5'm socialmenteF aparece a8ui a intersu5:etividade. N modo fenomenológico de pensarcaracteri2a-se pela consideração da e9periência intencional no encontro das su5:etividades envolvidascom o mundo.

    $enomenologia e psicologia

    principal tarefa 8ue ?usserl se prop s foi esclarecer o camin"o fenomenológico para o pensamento"umano0 8ual o alcance do con"ecimento, como são os atos da consciência, como se apresenta o mundo.Has depois, no interior do movimento fenomenológico, v

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    uma e9periência específica e situada 8ue se rece5e por meio de um depoimento e9periencial depoistra5al"ado de forma sistemranAl, ) L I. (sso 8uer di2er 8ue se sup;e 8ue o ser "umano ten"a

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    algum poder so5re as determinaç;es 8ue o afetam. N tra5al"o psicológico consiste fundamentalmente emoferecer um conte9to dialógico no 8ual a li5eração desse poder se:a promovida. posta-se na autonomiacrescente da pessoa e na fecundidade de uma relação "umana "onesta para promover essa autonomia. autonomia ' entendida como a capacidade 8ue o ser "umano tem de orientar sua própria vida de forma positiva para si mesmo e para a coletividade.

    Messa perspectiva, o atendimento não se 5aseia em um diagnóstico, mas na afirmação de uma tendênciainata e criativa ao crescimento, e não ' conce5ido como uma intervenção direcionada a efeitosespecíficos, mas sim como uma relação li5ertadora dessa tendência na pessoa. 8ualidade dessa relaçãoad8uire import=ncia capital, pois ' a partir dela 8ue a capacidade de ver claramente e de orientar a própriaconduta por parte da pessoa 8ue se relaciona com o psicólogo vai se esta5elecendo. palavraQdiagnósticoQ ainda pode ser til, mas agora com uma compreensão a5rangente, 8ue se constrói :untamente com o cliente e a serviço dele, ao longo do atendimento, e 8ue inclui uma visão de seu modode ser, da nature2a da situação e tam5'm dos rumos 8ue poderiam dar um sentido positivo R din=mica davida.

    s pes8uisas 8ue estão a serviço desta forma "umanista de atendimento são principalmente 8ualitativas,descritivas de vivências su5:etivas, 5uscando e9plicitar seus significados potenciais em relação a algumconte9to e "a5ilitando o profissional com uma visão mais ampla do ser "umano, pois ' isso 8ue o tornamais apto a oferecer a8uela relação li5ertadora. Suanto R pes8uisa 5

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    )I %elimitar o o5:eto a ser estudado Do campo da e9periênciaI e o tipo de ol"ar pretendido so5re esseo5:eto. Messe tipo de pes8uisa, falar em o5:eto e tipo de ol"ar ' mais ade8uado 8ue falar em o5:etivogeral e o5:etivos específicos. escol"a e a formulação ade8uada de um campo e de um enfo8ueepistemológico são fundamentais para uma pes8uisa relevante.

    3I N desafio seguinte ' o encontro concreto com o fen meno na sua alteridade Do QondeQ e o QcomoQdesse encontro devem estar genericamente previstos no passo anteriorI. 7sse passo e8uivale ao tradicionalir a campo0 imersão e convívio. 8ui e9istem duas preocupaç;es importantes0 como o pes8uisador vaifacilitar ao entrevistado o acesso R sua e9periência vivida, e como ele vai registrar esse encontro para posterior an

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    #insBanger, . D) E)I. ntroduction # l$anal%se existencielle. Paris0 es Oditions de Hinuit.DNriginalement pu5li' et ) EI. XinAs Y

    #insBanger, . D) EEI.&r's formas de exist'ncia malograda. io de !aneiro0 [a"ar. DNriginalmente pu5licado em ) J I. XinAs Y

    #oss, H. D) EJI. Ang(stia) culpa e liberta!"o. /ão Paulo0 ivraria %uas Cidades. XinAs Y

    #u5er, H. D) EEI. Eu e tu. /ão Paulo0 Corte2 e Horaes. X inAs Y

    #runs, H. . de @. K ?olanda, . >. DNrgs.I D3++*I. Psicologia e fenomenologia* reflex+es e perspectivas D3a. edI. Campinas0 línea. XinAs Y

    7nglis", !. D3++)I. ,usserl. erbete do dicionário dos filósofos) dirigido por enis ,uisman . /ão Paulo0Hartins >ontes. X inAs Y

    7spin"a, @. G. D3++EI. /epensando o cuidado a partir de viv'ncias de interna!"o em 0ospital geral. %issertação de mestrado não-pu5licada, Pontifícia Universidade Católica de Campinas. XinAs Y

    >org"ieri, \. C. D) *I. Psicologia fenomenológica* fundamentos) m todo e pes2uisas . /ão Paulo0Pioneira. X inAs Y

    >ranAl, V. D) L I.m sentido para a vida. parecida0 7d. /antu., Aoun, ., mar, ., C"auc"ard, P., ideau, ., /arton, ., Victoro %., KVivilaume, H. D) L+I. icionário de psicologia. is5oa0 Ver5o. X inAs Y

    Giorgi, . D) ELI. Psicologia como ci'ncia 0umana* uma abordagem de base fenomenológica. #elo?ori2onte0 (nterlivros. XinAs Y

    Giorgi, #. D3++JI. efle9ions on t"erapeutic practice guided 5$ a ?usserlian perspective. 4ournal of P0enomenological Ps%c0olog%) 35 678) 191-1:3. ;

    Goto, @. . D3++LI. ntrodu!"o # psicologia fenomenológica* a nova psicologia de Edmund ,usserl. /ãoPaulo0 Paulus. X inAs Y

    Gomes, Z. D) EI. entrevista fenomenológica e o estudo da e9periência consciente. Psicologia ?P) @ D3I0*+J-** . XinAs Y

    Gomes, Z. DNrg.I D) LI. enomenologia e pes2uisa em psicologia . Porto legre. U> G/. XinAs Y

    ?alling, /., K Mill, !. %. D) JI. 5rief "istor$ of e9istential-p"enomenological ps$c"iatr$ and ps$c"ot"erap$. 4ournal of P0enomenological Ps%c0olog%) 75 D)I0)- J. XinAs Y

    ?eidegger, H. D) JI.?er e tempo. Petrópolis0 Vo2es. X inAs Y

    ?usserl, 7. D3++ I.

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    Ween, 7. D) E I. ntrodu!"o # psicologia fenomenológica. io de !aneiro0 (nteramericana. XinAs Y

    aurini, H. . D3++ I.B dever do pra er segundo a experi'ncia de Dovens* um estudo fenomenológico. %issertação de mestrado não-pu5licada, Pontifícia Universidade Católica de Campinas. XinAs Y

    Hacedo, /. H. D3+++I. Psicologia clínica e aprendi2agem significativa0 relatando uma pes8uisafenomenológica cola5orativa. Psicologia em Estudo) D3I0 -E . XinAs Y

    Herleau-Pont$, H. D) I. enomenologia da percep!"o. /ão Paulo0 Hartins >ontes. DNriginalmente pu5licado em ) JI. XinAs Y

    Herleau-Pont$, H. D) 3I.B visFvel e o invisFvel. /ão Paulo0 Perspectiva. DNriginalmente pu5licado em) I. X inAs Y

    Herleau-Pont$, H. D) E*I.Ci'ncias do 0omem e fenomenologia . /ão Paulo0 /araiva. DNriginalmente pu5licado em ) J)I. XinAs Y

    Herleau-Pont$, H. D) E3I. rance.DNriginalement pu5lie et ) 3I. XinAs Y

    Hessias, @. /. C. D3++ I.Compreens"o psicológica das viv'ncias de pais em aconsel0amento gen tico*um estudo fenomenológico. @ese de doutorado não-pu5licada, Pontifícia Universidade Católica deCampinas. XinAs Y

    ogers, C., K osen5erg, . . D) EEI. A pessoa como centro. /ão Paulo0 7dusp. XinAs Y

    /c"eler, H. D) I. a reviravolta dos valores. Petrópolis0 Vo2es. X inAs Y