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castelo da lousa 38º 21’ N 07º 24’ O

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castelo da lousa

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A identificação do lugar do Castelo da Lousa é hoje possível apenas a partir das suas coordenadas geográficas - 38º 21’ 33,90’’ Norte 07º 24’ 21,62’’ Oeste. A precisão da sua localização remete-nos para uma singularidade geológica, topográfica e arquitetónica, que se desenhou com o curso do rio Guadiana durante milhares de anos. Entre estratégia, necessidade ou oportunidade, a construção do que foi o lugar do Castelo da Lousa faz-se, hoje, a partir do imaginário da sua fundação romana, até às múltiplas dimensões que a sua ruína evoca. Dois mil anos de presença neste território deixam uma profunda impressão identitária sobre a sua cultura material e imaterial. A submersão do Castelo da Lousa e a impossibilidade de um contacto direto com o lugar, levam-nos a uma leitura mais focada sobre os vários registos captados ao longo do tempo e à urgência em fixar as memórias que ainda habitam quem apreendeu o carácter deste lugar e dos percursos que a partir dele se geravam. É este espectro de múltiplas relações convocadas por este monumento que esta exposição procura evidenciar, através de um trabalho multidisciplinar de identificação, registo, interpretação, memória e diálogo.

O processo de preparação desta exposição constitui igualmente a possibilidade de reunir no museu registos vários, até agora dispersos, criando uma importante base documental. Uma série de discursos expositivos são dispostos em paralelo criando leituras complementares, a partir de vários suportes de comunicação como o desenho, a maqueta, a fotografia, o texto, o objeto, a imagem vídeo, a escultura e o próprio espaço do museu, onde o visitante é convidado a estabelecer relações e a formar a sua própria leitura do lugar do Castelo da Lousa.

Pedro PachecoCastelo da Lousa, cortes poente-nascente, 2015 Antes e depois do enchimento da albufeira do Alqueva

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CAstELO DA LOUsA

O Castelo da Lousa, construído nos meados do séc. I a. C., terá sido residência de um colono. Naquela data estabeleceram-se no Alentejo alguns imigrantes vindos directamente de Itália ou de cidades da Península Ibérica já mais “civilizadas” do que então seriam as nossas cidades de Beja ou Évora. talvez o que os atraía fosse a possibilidade de negócio; mas se pensarmos no clima de confronto político (e mesmo de guerra civil) que então se vivia em Roma, não custa admitir que alguns desses colonos fugissem de perseguições e condenações e procurassem refúgio e tranquilidade neste extremo do mundo que então era, para os Romanos, o sul da Lusitânia. Não sabemos quem veio fixar-se no Castelo da Lousa. Que era alguém rico e culto, prova-o a arquitectura do edifício - cuja planta reproduz o modelo da casa de átrio então vigente em Roma ou em Pompeia.

A excecional fortaleza dos muros tem levado alguns autores a pensar que se trata de fortim para alojar tropas romanas. Mas nem o edifício se assemelha aos fortins que os Romanos então construíam, nem a região, então pacificada, necessitava de vi-gilância militar. Parece assim preferível ver no Castelo da Lousa a residência de um imigrante que se dedicaria ao comércio, importando de Itália ou de Cádiz (sul de Espanha) produtos que depois vendia aos indígenas de ambas as margens do Guadiana.

Poderiam ter vivido no Castelo da Lousa três gerações. Depois, no final do reinado do imperador Augusto, o sítio foi abandonado. talvez a família de terceira geração tenha ido viver para alguma das cidades mais próximas, que eram, do lado hoje português do Guadiana, Mértola, Beja e Évora; mas havia outras cidades do lado hoje espanhol que, tendo-se desenvolvido no tempo de Augusto, poderão ter atraído a família.

A albufeira do Alqueva submergiu o Castelo da Lousa. Graças às escavações que se fizeram, tudo ficou registado. Partindo da documentação gráfica recolhida, pôde reconstituir-se, em desenho, o aspecto que teriam a casa do proprietário e as instalações, modestas, dos servidores. Recolheram-se também milhares de peças. Para além das ânforas, recolheu-se cerâmica de mesa, rica, alguma importada de Itália, que servia à mesa do proprietário, bem como cerâmica de uso comum, para a cozinha e para serviço dos criados. também se encontraram algumas moedas que, aliás, ajudaram a datar o edifício.

Jorge Alarcão, arqueólogo

Castelo da lousa, planta do lugar, 2015impressão sobre papel (livro 38º 21’ N 07º 24’ O)29,7 x 42 cm

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ARQUEOLOGIA DO CAstELO DA LOUsA

“Joaquim Bação Leal - ilustre médico de Mourão - ao tomar a iniciativa de nos anos sessenta trazer à Aldeia da Luz o Coronel Afonso do Paço (1895-1968), presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses e um dos mais eminentes arqueólogos do seu tempo, abria as portas ao estudo arqueológico do que viria a ser considerado um dos principais monumentos romanos do interior do país, o Castelo da Lousa.” *

1948Primeira referencia erudita às ruínas da Lousa, bem conhecidas dos habitantes da Luz, identificadas como restos de uma “atalaia” pelo General João d’Almeida, na sua obra “Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses”.

1962-1968Escavações de Afonso do Paço e Bação Leal que atribuem funções militares à torre posta a descoberto. Construída em xisto bem aparelhado, a torre apresenta uma forma aproximadamente quadrangular com cerca de 23,5 x 20m, com muros exteriores com 2m de espessura que nalguns casos atingem os 5,7m de altura. O estudo dos materiais arqueológicos realizado por Adília e Jorge Alarcão, aponta para uma construção e utilização no século I antes de Cristo.

1985O arqueólogo alemão Jürgen Wahl procede a exaustivo levantamento das estruturas anteriormente escavadas e interpreta-as como fazendo parte de uma “casa agrícola fortificada”, típica das regiões de fronteira, instalada nas margens do Guadiana no âmbito do programa de colonização romana deste território.

1986Manuel Maia associa as ruínas da Lousa aos “castella” ou “torres-recinto” da época republicano-romana que estudara no Baixo Alentejo, estruturas defensivas capazes de albergar pequenas guarnições militares responsáveis pela segurança das explorações mineiras da região.

1996-1998Alguns arqueólogos, como Vasco Mantas e Carlos Fabião, no âmbito de sínteses sobre a colonização romana, recuperam a tese de Paço e Leal, reinterpretando o Castelo da Lousa como uma fortificação militar com função de vigilância e policiamento das vias de comunicação, numa região sensível devido às numerosas explorações mineiras.

1997-2002Novas e extensas escavações promovidas pela EDIA no âmbito dos trabalhos arqueológicos do Alqueva, colocam a descoberto uma estrutura arquitetónica mais ampla e complexa do que se conhecia. Por fim, o Castelo da Lousa é protegido por um gigantesco “sarcófago” de areia, para minimizar os efeitos negativos da sua submersão.

2010Com coordenação de Jorge Alarcão, Pedro Carvalho e Ana Gonçalves, responsáveis pelas últimas escavações, é publicada exaustiva monografia sobre o Castelo da Lousa. Nas conclusões sugere-se que este grande edifício com os seus anexos, poderá ter sido usado como “instalação de um colono-negociante” que, na época final da república romana, importava e armazenava bens manufacturados para abastecimento das populações indígenas vizinhas, delas obtendo em troca, valiosos lingotes de metal.

2013Publicação de um estudo sobre “tabuleiros de jogo romanos” encontrados no Castelo da Lousa durante as últimas campanhas arqueológicas, assinado por Lídia Fernandes e Ana Gonçalves.

tERRItÓRIO

Uma série de mapas-desenho procuram evidenciar as várias leituras e relações entre território, lugar, tipologia, arquitetura e construção. Como ponto de partida, dá-se continuidade ao trabalho de cartografia já iniciado com a exposição Alqueva - paisagem como tema, aprofundando as relações mais directas com o território circunscrito ao Castelo da Lousa. O registo da ocupação romana dos territórios da Luz entre os períodos republicano e tardo-romano traz à superfície sinais das relações entre o Castelo da Lousa e uma vasta rede de pequenas unidades agrícolas habitacionais que, tornavam substantiva a fixação ao longo do vale do Guadiana. O desenho dá continuidade a um processo de investigação e de conhecimento, exposto num mapa dos territórios da Luz e num documento-livro que reúne nova cartografia e completa o levantamento arquitectónico actualizado na última campanha arqueológica efectuada no Castelo da Lousa.

mapa da ocupação romana no território da Luz, 2015 impressão em papel 140 x 200 cm

tOPOGRAFIA

A construção de um conjunto de três maquetas, à escala do território, do lugar e da ruína do Castelo da Lousa, procura evidenciar a topografia que constrói o lugar. A localização específica desta “vila” romana, entre o rio Guadiana a Norte, o barranco de Galmeirões a poente e o barranco do Castelo a nascente, acentua de forma dramática as características tectónicas do solo xistoso, fundindo-o com a matéria e a arquitectura do edifício. A maqueta à escala do edifício-ruína procura simular o que poderia ter sido o edifício no período em que foi habitado, há dois mil anos, numa leitura hipotética a partir de desenhos resultantes da investigação ciêntifica desenvolvida por Jorge Alarcão durante a última campanha arqueológica de 1997-2002. Não sendo possível a visita in loco, estes registos tridimensionais restituem a possibilidade de uma relação mais física e arquitetónica com o lugar do Castelo da Lousa.

lugar do castelo da Lousa, 1:333, 2015 maqueta em cartão prensado cinza sobre valchromat preto 99 x 120 cm

* António Carlos Silva, in “Arqueologia nas terras da Luz”, 2004

António Carlos Silva, arqueólogo

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DUARtE BELO fotografou o Castelo da Lousa no verão de 1996, durante uma caminhada de descida do vale do Guadiana. Este trabalho fotográfico integra o vasto arquivo fotográfico que Duarte Belo tem vindo a consolidar ao longo de vários anos, num infinito registo cultural do território português. As fotografias a preto e branco fixam um tempo de simbiose da ruína com a paisagem, que permite reconhecer e condensar os momentos de quem experienciou este lugar.

Castelo da Lousa, Duarte Belo 1996 impressão preto e branco em papel de algodão sobre PVC 80 x 120 cm

ARQUEOLOGIA

Das várias campanhas arqueológicas efectuadas no Castelo romano da Lousa ao longo de cerca de 40 anos, resultou uma vastíssima e densa base documental variando, segundo o enfoque de cada equipa, a recolha de artefactos e um vasto processo de registos arqueológicos desenhados e fotografados. A apresentação de uma selecção do material mais relevante, procura expor e cruzar os documentos das várias campanhas, contribuindo para um conhecimento mais profundo do sítio e do período da sua ocupação. O material documental está bem expresso nos vários registos arqueológicos efectuados desde a descoberta à protecção e submersão do Castelo da Lousa, onde se destacam, João de Almeida, Afonso do Paço, Joaquim Bação Leal, Jorge Alarcão, Jürgen Wahl, Ana Gonçalves, Pedro Carvalho, António Carlos silva e mais recentemente Lídia Fernandes com o estudo sobre os tabuleiros de jogo romanos, também descobertos na última campanha. A importância de um olhar de síntese sobre o trabalho produzido pelos arqueólogos, torna-se indispensável para aprofundar o conhecimento sobre o castelo da Lousa. Construção, tipologia, função, forma e habitar, são questões que se levantam a partir deste edifício idiossincrático, pela intensa osmose que estabeleceu com o meio.

Planta do castelo da Lousa, Jürgen Wahl 1985 impressão, WAHL, Jürgen - Castelo da Lousa. Ein wehrghoft caesarisch-augusteischer zeit. In Madrider Mitteilungen. Madrid. XXVI, 1985 25 x 18,5 cm

EsCULtURA

FRANCIsCO tROPA O convite feito ao artista Francisco tropa para integrar esta exposição teve, desde o início, o intuito de expandir os conteúdos da exposição, através do seu discurso artístico, activando relações entre espaço, arqueologia, território, matéria e memória.

Francisco tropa traz a esta exposição um novo olhar e diálogo, convidando Federico Ferrari para acrescentar a palavra à sua obra. A relação objeto-escultura, texto-poema e espaço-museu, cria um campo inesperado de ações que alargam a possibilidade de gerar afinidades com os conteúdos específicos da exposição. três esculturas em bronze suspensas, de dimensões variáveis, emitem uma subtil chama de luz, evocando as raras candeias de azeite romanas em forma de caracol, do mesmo período do Castelo da Lousa. A reciprocidade e ressonância entre poema e escultura abrem uma multiplicidade de interpretações, adensando camadas de tempo e de memória e revelando detalhes maiores de uma cultura universal e intemporal.

Lanterna de azeite, Francisco tropa 2015 bronze 20 x 20 x 20 cm aprox.

FOtOGRAFIA

JOsÉ M. RODRIGUEs fotografou no ano de 2002, durante vários meses, o início do período de enchimento da barragem do Alqueva. Este registo resulta de um trabalho, nunca antes exposto, encomendado pelo Centro Português de Fotografia. As fotografias a cores, de grande formato, evidenciam as primeiras marcas da transformação da paisagem do Guadiana, exatamente antes do início da subida das águas e da criação do grande lago do Alqueva. Durante este processo o Castelo da Lousa é objecto de um projecto de salvaguarda e proteção do monumento para resistir à submersão, recorrendo a um invólucro composto por várias camadas de sacos de areia. Em pouco tempo este lugar tornou-se apenas numa referência geográfica.

Guadiana, José M. Rodrigues 2002 impressão a cores em papel de algodão sobre alucobond 90 x 270 cm

Duarte Belo e José M. Rodrigues fotografaram, em circunstâncias distintas, o território do vale do Guadiana. O Castelo da Lousa representava um momento muito especial em qualquer percurso ao longo do Guadiana. O arquivo fotográfico destes fotógrafos permite-nos voltar a olhar o lugar do Castelo da Lousa a partir de duas experiências muito particulares.

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O museu da Luz, na sua matriz conceptual, mantém um forte vínculo com os territórios da antiga Luz, a partir do processo de tran-sição entre a paisagem do Guadiana e a nova paisagem do Alqueva. Matéria e memória determinam características intrínsecas ao acto de construir, a partir do xisto como matéria-prima de construção e da memória que a sua inscrição na paisagem do território da Luz constitui para os seus habitantes. O Castelo da Lousa inscreve-se nesta dialética, como uma referência arquitetónica e cultu-ral incontornável. Recursos, tecnologias e processos construtivos determinam signifi-cativamente a expressão e caráter da arqui-tetura. A expressão de documentos distintos como texto, desenho, fotografia, vídeo, e matéria, deixa em aberto a discussão sobre a capacidade permanente de reciclagem de conhecimento e cultura presente na arquitectura contemporânea, no processo contínuo de construção do nosso habitar.

— A fotografia do museu da Luz captada por Fernando Guerra, expõe o lado mais abstrato do museu, o que mais se distancia da ideia de edifício, apresentando-o como uma construção inacabada, que simultaneamente se opõe e se integra na paisagem de prado do território da Luz.

— O texto representa o primeiro documento conceptual elaborado sobre o museu, mesmo antes de qualquer impressão em desenho. Expressa uma leitura de método e uma visão sobre o que viria a ser o lugar e a arquitetura do museu, a partir da sua experiência espacial, sensorial e conceptual.

— Os oito desenhos-planta representam momentos distintos do processo de concepção do museu, onde a presença do Castelo da Lousa permanece latente. As suas variações exprimem gradualmente a fixação de ideias de espaço, uso, geometria, topografia e matéria.

— As pedras de xisto como elemento singu-lar de construção, induzem a um diálogo de continuidade no espaço e no tempo entre o Museu da Luz e o Castelo da Lousa. A pedra de xisto irregular foi retirada de um dos mu-ros do Castelo da Lousa antes da sua sub-

MEMÓRIA

Dar voz aos lugares traduz a capacidade de poderem emanar significado, através da sua personificação desmultiplicada na voz de homens e mulheres. Uma série de depoimentos filmados procura dar voz ao lugar do Castelo da Lousa a partir de dois registos distintos - um mais experiencial, baseado na memória de visita do lugar, protagonizado pelas pessoas da Luz e outro mais disciplinar, a partir da leitura e interpretação cognitiva do lugar, protagonizado por personalidades que naturalmente são convocadas para este lugar. A interacção entre estes dois discursos, popular/erudito, torna-se um valioso instrumento documental, evidenciando uma diversidade de experiências e histórias que, contribuem para a construção de uma leitura mais detalhada sobre a importância material e imaterial deste testemunho histórico.

voz aos lugares #1 (77’) 2015 projecção sobre alucobond 70 x 125 cm Produção: Laranja Azul / Maria Ribeiro Soares Autoria: Pedro Pacheco Imagem: Olga Ramos Som: Armanda Carvalho Montagem: Pedro Duarte Depoimentos: Duarte Belo, Jorge Alarcão, João Chilrito, José M. Rodrigues, António Carlos Silva, Joaquim Bação, Diogo Jordão, Jacinta Barradas, Domingos Palhinhas, Horácio Guerra(Depoimentos filmados no museu da Luz entre outubro e novembro de 2015)

MEMÓRIA

João Chilrito é um dos anciãos da aldeia da Luz. Aos 87 anos continua a escrever quadras alusivas à sua terra, confrontando memórias de um passado na antiga Luz, com um presente marcado por um território em transformação. Acedeu com entusiasmo ao nosso pedido escrevendo um novo conjunto de quadras sobre o Castelo da Lousa, alusivas a esta exposição. Participou nas primeiras campanhas arqueológicas do Castelo da Lousa, nos anos sessenta, coordenadas pelo coronel Afonso do Paço e pelo Dr. Joaquim Bação Leal. No dia em que selaram o castelo da Lousa com um volume de sacos de areia, no âmbito do projeto de salvaguarda deste monumento romano, fez-se retratar e fotografar com o castelo e escreveu este poema:

Depois de ao alto subirDe triste pus-me a pensarDe nunca mais tornar a ir

O castelo visitar

Subindo os sacos de areiaQue servem de protecçãoPara não me sair da ideia Tenho esta recordação

quadra popular, João Chilrito 2015 quadra escrita em papel de carta sobre madeira 19,5 x 30 cm

mersão nas águas do Alqueva. As pedras de xisto serrado são unidades que compõem o tecido de pedra dos muros do museu.

— O vídeo matéria-memória foca, como acção principal, a construção dos muros de xisto do museu, elemento mais representativo desta obra, procurando estabelecer um diálogo temporal e significante entre a construção criteriosa da parede e os agentes referenciais que contextualizam uma leitura mais abrangente sobre o território cultural da Luz, através de indícios de uma paisagem e de um lugar em transformação. A presença fundamental da Pedreira de xisto cinzento de Mourão e do Castelo romano da Lousa acentua este diálogo colocando em confronto 2000 anos de manipulação de matéria. Matéria e memória passam necessariamente a partilhar universos muito próximos, pela capacidade de simultaneamente mediarem entre textura e tempo, qualidades expressas nas paredes de xisto do museu da Luz.

Museu da Luz, Fernando Guerra 2007 (FG+sG) impressão em papel de algodão sobre alucobond 80 x 120 cm

Museu da Luz, Pedro Pacheco 1999 (Pedro Pacheco e Marie Clément) desenhos de processo em papel vegetal sobre alucobond 80 x 105 cm

MUsEU DA LUZ

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MUsEU DA LUZLargo da Igreja de Nossa Senhora da Luz7240-100 Luz Mourão(+351) 266 569 [email protected]/MuseudaLuz

HORÁRIODe Terça-feira a DomingoHorário de Verão [JUN/SET]10h—13h / 14h—18hHorário de Inverno [OUT/MAIO]09h30—13h / 14h—17h30

Dias de encerramentoSegunda-feira / Feriados: 1 de Janeiro, domingo de Páscoa, 1 de Maio, primeiro domingo de Setembro, 25 de Dezembro

sERVIÇOsCafetariaLojaServiço Educativo

ACEssOsAldeia da Luz — Conselho de Mourão — Distrito de Évora [Alentejo]A partir de Évora: Seguir a direcção Reguengos de Monsaraz, Mourão, Luz (Estacionamento no Largo do museu)

EXPOsIÇÃO

OrganizaçãoEDIA, S.A. - Museu da Luz

CuradoriaPedro Pacheco

CoordenaçãoMaria João Lança e Pedro Pacheco

textosAntónio Carlos Silva, Federico Ferrari, Jorge Alarcão, Lídia Fernandes e Pedro Pacheco

textos folhetoPedro Pacheco

Desenhos e MaquetasAfonso Botelho Santos e Agathe Maillol

Fotografia CartazDuarte Belo

ESCULTURAFrancisco Tropa

ARQUEOLOGIA

ARQUEOLOGIA

TOPOGRAFIA

MUSEU DA LUz

TERRITóRIO

MEMóRIAJoão Chilrito

FOTOGRAFIAJosé M. Rodrigues

ARQUEOLOGIA

FOTOGRAFIADuarte Belo

ESCULTURAFrancisco Tropa

MEMóRIAvoz aos lugares #1

MUSEU DA LUz

FotografiaDuarte Belo, José M. Rodrigues e Fernando Guerra

EsculturaFrancisco TropaFederico Ferrari (texto)

ArqueologiaAfonso do Paço, Joaquim Bação Leal, Jürgen Wahl, Jorge Alarcão, Ana Gonçalves, Pedro Carvalho, Lídia Fernandes e António Carlos Silva

VídeoProdução: Laranja Azul (Maria Ribeiro Soares) Autoria: Pedro PachecoImagem: Olga Ramos Som: Armanda Carvalho Montagem: Pedro DuarteDepoimentos: Duarte Belo, Jorge Alarcão, João Chilrito, José M.

Rodrigues, António Carlos Silva, Joaquim Bação, Diogo Jordão, Jacinta Barradas, Domingos Palhinhas, Horácio Guerra

Museu da LuzPedro Pacheco e Marie Clément

Projeto Museográfico e ExpositivoPedro Pacheco arquitectos

Design Gráficovivóeusébio

ImpressãoFineprint

tradução Stativa

MontagemConstruções Janes Ramalho, Lda.

segurosFidelidade

ProduçãoMuseu da Luz e Pedro Pacheco arquitectos

Equipa técnica do Atelier PPPedro Pacheco, Afonso Botelho Santos, Agathe Maillol, João Paulo Marques e Ricardo Carvalho

Equipa técnica do MuseuMaria João Lança, Raquel Faria e Ana Valadas

Produção executivaMuseu da Luz

ApoiosInvestwood / Valchromat

PromoçãoEDIA,S.A.

AgradecimentosAna Gonçalves, Paulo Carvalho, Lídia Fernandes, Regula Wahl, Valdemar Canhão, Catarina Mourão, Marie Clément, Delgado Rodrigues, José Crisóstomo Bação Leal, Alvaro Negrelo, Rui Mendes, João Rocha, Departamento de Arqui-tectura da Universidade de Évora, Museu de Évora, Associação dos Arqueólo-gos Portugueses, Arkhaios Arqueologia, IGE-Centro de Informação Geoespacial do Exército, DGPC, Valchro-mat/Investwood, Norigem, Família Chilrito e População da aldeia da Luz.